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1 Material para Produção Industrial Ensaio de Compressão Prof.: Sidney Melo 8° Período Material para Produção Industrial Ensaio de Compressão Prof.: Sidney Melo 8° Período 2 Embora em alguns textos se trate o comportamento na compressão pelos parâmetros do ensaio de tração (e.g. na aplicação de critérios de falha – projeto), a resposta dos materiais, quando submetidos à compressão, é substancialmente diferente. O conhecimento de tal comportamento é de fundamental importância, especialmente nos projetos envolvendo deformação plástica. 3 O teste de compressão para metais não é tão utilizado quanto o de tração, devido a dificuldades geradas pelo atrito entre o corpo de prova e a máquina de teste, possibilidade de flambagem durante o ensaio e outros fatores de erro que facilmente invalidariam os resultados. Entretanto se controlados os fatores citados é possível realizar com êxito o teste de compressão. São usualmente testados em compressão os seguintes materiais: concreto, cerâmicas, metais, plásticos e compostos. 4 Descrição do Ensaio No teste de compressão o corpo de prova é testado pela aplicação de uma carga axial compressiva, e construído o diagrama tensão–deformação, semelhantemente ao procedimento do ensaio de tração. As mesmas máquinas do ensaio de tração são utilizadas para o ensaio de compressão, apenas alterando as condições de fixação do corpo de prova na máquina. 5 O corpo de prova tem usualmente a forma cilíndrica , com relação comprimento/diâmetro (L/D) entre 2 e 8 (em casos excepcionais a relação pode ser 1 – caso de teste de metal para mancais). O comprimento não deve ser muito grande para evitar efeitos indesejáveis de flambagem, nem muito pequeno pois o atrito nas superfícies de contato com a máquina de ensaio poderá prejudicar a validade dos resultados. A apresentação dos resultados dos testes deve sempre especificar a relação L/D. 6 Cuidados Especiais O comprimento útil, sobre os quais se fazem as medições, deve estar afastado das superfícies de contato com a máquina de ensaio em pelo menos um valor do diâmetro do corpo de prova. É recomendável que o comprimento útil esteja centrado em relação ao centro geométrico do corpo de prova. Para evitar danos na superfície das placas da máquina de ensaio é indicada a colocação de chapas finas de aço entre as placas e o corpo de prova. 7 Compressão em Metais Dúcteis e Frágeis Materiais dúcteis e materiais frágeis, especificamente metais, comportam- se diferentemente no ensaio de compressão. Enquanto os metais frágeis rompem praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem grande deformação na fase plástica, às vezes sem atingir a ruptura. Abaixo se descreve o comportamento de cada tipo de metal. 8 9 Compressão em Metais Dúcteis Para os metais dúcteis é possível determinar com precisão as propriedades para a zona elástica. Já na zona plástica a deformação aumenta a área da seção transversal (com redução do comprimento), aumentando a resistência do corpo de prova, isto é, a tensão real instantânea diminui e o corpo pode ser achatado até o formato de um disco, sem que ocorra ruptura. 10 Medir o comportamento do fluxo plástico e o limite de fratura requer condições de teste livres de atrito (compressão homogênea). Para a medição do limite da fratura dúctil entretanto, tira-se vantagem da formação do “barril” e das deformações e tensões controladas no equador da superfície barril quando o teste é conduzido com fricção (sem lubrificação). 11 As propriedades mais medidas nos ensaios comuns são os limites de proporcionalidade e escoamento (ou 0,2%) e o módulo de elasticidade. A tensão de ruptura depende da geometria do corpo de prova e das condições de lubrificação, portanto não é comparável com resultados obtidos de outra forma. Em conseqüência, o limite de resistência não pode ser especificado como propriedade do material testado. 12 13 O comprimento útil para a medição das deformações deve estar afastado das superfícies de contato do corpo de prova com a máquina de ensaio. O valor recomendável é de 1 diâmetro para o afastamento. O comprimento útil deve estar centrado em relação ao centro do corpo de prova. As relações L/D para os materiais dúcteis ficam usualmente entre 3 e 8. Valores típicos obtidos nos ensaios de tração e de compressão são mostrados na tabela abaixo, para alguns aços. Vale observar que os valores das tensões LP e LC na compressão são em geral maiores do que as correspondentes na tração. 14 Valores das propriedades obtidas nos ensaios de tração e compressão para alguns aços 15 Compressão em Metais Frágeis O teste axial de compressão também e útil para a medição das propriedades elásticas e de fratura compressiva de materiais frágeis ou de baixa ductilidade. Para os metais frágeis a fase elástica é muito pequena, comprometendo a determinação precisa das propriedades para esta fase. 16 A fratura é influenciada pelas dimensões do corpo de prova. Como no caso de materiais dúcteis a relação L/D usada nos testes deve acompanhar o relatório de resultados. Para ferros fundidos a relação L/D fica entre 2 e 3. A propriedade mais importante para os metais de baixa ductilidade – como o ferro fundido – é o limite de resistência. O limite de resistência à compressão é calculado pela relação entre a carga máxima no teste e a área da seção transversal original do corpo. O limite de resistência á compressão para materiais frágeis é aproximadamente 8 vezes maior do que o limite correspondente obtido no ensaio de tração. 17 A figura abaixo ilustra os possíveis modos de deformação no teste de compressão, a saber : (a) Flambagem, quando L/D > 5 (b) Cisalhamento, quando L/D > 2.5 (c) Barril duplo, quando L/D > 2.0 (d) Barril , quando L/D > 2.0 e há fricção nas superfícies de contato (e) Compressão homogênea, quando L/D < 2.0 e não existe fricção nas superfícies de contato (f) Instabilidade compressiva devido ao amolecimento do material por efeito de carga. 18 19 Em geral procura-se um modo de deformação próximo ao ideal, ou seja, sem fricção. Porém, na prática, o atrito sempre estará presente. Neste caso a ocorrência do efeito barril deve ser esperada para materiais dúcteis. A flambagem, o cisalhamento e a instabilidade devem ser evitados. 20 Na verdade os fatores atrito e relação L/D atuam conjuntamente, tanto no modo como nos valores da deformação. A figura a seguir ilustra a influência conjunta dos fatores citados no ensaio de compressão. Pode- se ver a curva correspondente à compressão sem fricção (compressão homogênea) e com níveis crescentes de fricção e redução da relação L/D. 21 22 Ademais o ensaio é influenciado por outros fatores como a taxa de deformação, especialmente quando se deseja estabelecer propriedades do material em altas temperaturas. 23 As fórmulas para cálculo da tensão, da deformação e do módulo de elasticidade são semelhantes às que já foram demonstradas em aulas anteriores para a tensão de tração. Por isso, serão mostradas de maneira resumida, no quadro a seguir. 24 25 Exemplo Um corpo de prova de aço com diâmetro d = 20 mm e comprimento L = 60 mm será submetido a um ensaio de compressão. Se for aplicada uma força F de 100.000 N, qual a tensão absorvida pelo corpo de prova (T) e qual a deformação do mesmo (e)? O módulo de elasticidade do aço (E) é igual a 210.000 MPa. 26 27 28
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