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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Instituto de Engenharia de Produçao Thalles Matheus Gonçalves Mello – 2019004975 Samuel Augusto Lucas Conceição – 2017006620- T10 Pedro Henrique Cosentino Quelhas 31847 EME 438P – T10 EXPERIMENTO 3: ENSAIO DE COMPRESSÃO FELIPE DE SOUZA ELOY ITAJUBÁ INTRODUÇÃO O ensaio de compressão é indicado para avaliar se um material possui boa resistência à compressão, ou seja, que não se deforme facilmente e que assegure boa precisão dimensional quando solicitado por esforços de compressão (principalmente quando se trata de materiais frágeis, como ferro fundido, madeira, pedra e concreto). É também recomendado para produtos acabados, como molas e tubos. Porém, não se costuma utilizar ensaios de compressão para os metais, porque a determinação das propriedades mecânicas por esse ensaio é dificultada pela existência de atrito entre o corpo de prova e as placas da máquina, pela possibilidade de flambagem, pela dificuldade de medida dos valores numéricos do ensaio e por alguns outros fatores que provocam incidência considerável de erros. O objetivo desse ensaio é determinar a resistência à compressão de dois materiais, aço 1020 e alumínio, aplicando uma carga uniaxial crescente que irá comprimir os corpos de prova cilíndricos. 1. MATERIAIS E MÉTODOS 1.1. Materiais • Máquina universal para ensaios mecânicos adaptada para ensaio de compressão. Marca: INSTRON/EMIC; Modelo EMIC DL-3000, eletromecânica, microprocessada. • Dois Corpos de Provas cilíndricos, sendo um de Aço 1020 e outro de Alumínio; • Computador com o software de ensaios da máquina; • Paquímetro da marca DIGIMESS. 1.2. Métodos Após selecionados os dois corpos de prova a serem utilizados no ensaio de compressão, medimos o diâmetro e o comprimento de cada um dos cilindros utilizando um paquímetro (as dimensões coletadas estão dispostas na Tabela 1). Para minimizar o atrito, os dois corpos de prova foram lubrificados e em seguida, um de cada vez, foram colocados na máquina universal de ensaios, que fora adaptada para a realização do ensaio de compressão com duas placas lisas — Figura 2: Modelo do Posicionamento do Corpo de Prova uma fixa e outra móvel. É entre elas que o corpo de prova foi apoiado e mantido firme durante a compressão como mostra a Figura 2. Figura 1: Máquina Adaptada para Ensaio de Compressão. Depois das devidas configurações no software, a máquina foi acionada, aplicando uma carga crescente comprimindo cada um dos corpos de prova. O software começou a coletar os dados e a esboçar o gráfico Tensão X Deformação, até que os corpos de prova fossem achatados, transformando-se em “discos”, num processo conhecido como embarrilhamento. 2. RESULTADOS E DISCUSSÕES 2.1. Obtenção de Dados e Cálculos A partir do experimento realizado no dia 09 de Outubro de 2020 no Laboratório de Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos da Universidade Federal de Itajubá foram coletados dados de força (N) e deformação (mm) obtidos durante o ensaio de compressão. Além dos dados acima, foi medido com o paquímetro o diâmetro e o comprimento dos corpos de provas, e a partir da fórmula abaixo foi possível calcular a área da seção transversal em mm² que está contida na Tabela 1 abaixo: 𝑆 = 𝜋 ∙ 𝑑2 4 (mm). Fórmula 2.1 Onde S é a área da seção (mm²) e d é o diâmetro do corpo de prova Tabela 1: Dimensões dos Corpos de Prova Antes Material Diâmetro (mm) Comprimento (mm) Área da Seção (mm²) Aço 1020 6,1 13 29,22 Alumínio 6,6 14,7 34,21 Depois Material Diâmetro (mm) Comprimento (mm) Área da Seção (mm²) Aço 1020 — — — Alumínio 12 4 113,10 Com o cálculo da área da seção transversal foi possível calcular, utilizando a Fórmula 2.2 abaixo a tensão para cada força aplicada. E com a Fórmula 2.3, calculamos a deformação especifica. 𝐹 𝜎 = 𝐴 Fórmula 2.2 Onde 𝜎 é a tensão (Pa) obtida por uma força (F) em Newtons aplicada na área (A) da seção transversal do cilindro em m². 𝜀 = ∆𝐿 𝐿0 Fórmula 2.2 Sendo 𝜀 a deformação específica (adimensional), ∆L a deformação total (mm) e L0 o comprimento inicial do material (mm). A partir dos dados obtidos de tensão e deformação específica, foram calculados para cada material algumas características importantes como o limite de escoamento, o módulo de elasticidade e a dilatação transversal. Para isso foram utilizadas as fórmulas que se seguem: 𝜎 𝐸 = 𝜀 Fórmula 2.3: Lei de Hooke E é o módulo de elasticidade (Pa), 𝜎 é a tensão (Pa) e 𝜀 é a deformação específica (adimensional). Fórmula 2.4: Dilatação Transversal Onde 𝜑 é a dilatação transversal (adimensional), Df é o diâmetro final (mm) e D0 é o diâmetro inicial (mm). Os resultados dos cálculos estão dispostos na Tabela 2 a seguir: Tabela 2: Resultado dos Cálculos Material Dilatação Transversal Módulo de Elasticidade (Gpa) Tensão de Escoamento (Mpa) Deformação de Escoamento (%) Alumínio 2,31 206,5048 150,313 10,7 Aço 1020 -1 399,98 399,98 13,0 2.2. Construção e Análise Gráfica Com os dados coletados em laboratório foi possível construir o gráfico Tensão (MPa) X Deformação Específica (adimensional) para os dois materiais em questão, afim de classifica-los quanto a ductilidade ou fragilidade e identificar as regiões de maior importância. Ambos os materiais apresentaram gráfico com características semelhantes e assim foram identificadas as principais regiões: A - Região elástica: região em que o material apresenta deformações, porém ainda é capaz de voltar ao seu estado original, essa região acaba quando a tensão atinge ou ultrapassa a tensão de escoamento. B - Região de encruamento: região em que o material não é capaz mais de voltar a seu estado original, porém é capaz de suportar a tensão e resistir com uma pequena deformação. Em ambos os materiais só foi possível identificar duas regiões, a elástica e a de encruamento. Isso aconteceu porque durante o ensaio de compressão o material não rompeu, o ensaio era finalizado quando o material atingia determinada deformação ou quando a máquina atingia a força máxima. Assim é possível verificar que o gráfico do alumínio foi interrompido ainda na região de encruamento, assim como o do aço. Porém, devido a dimensões inadequadas do corpo de prova, o aço sofreu flambagem e por isso seu gráfico não apresenta o comportamento parecido com o do alumínio. Os dois materiais analisados em questão são dúcteis, pois materiais frágeis, como o concreto por exemplo, se rompem durante o ensaio de compressão. Ademais, o gráfico de ambos os materiais possuem características de materiais dúcteis, como a região elástica menos acentuada e região de encruamento longa, o que indica que o material suporta altas tensões. 2.3. Análise das Deformações do Corpos de Prova Outra característica importante a ser analisada para definir as características do material é a maneira com que o corpo de prova sofre com a tensão aplicada. Em se tratando de compressão, os materiais frágeis apresentam fratura em 45º enquanto os materiais dúcteis apresentam embarrilhamento, em que o corpo de prova é achatado até se tornar um disco (que é o caso deste ensaio). Figura 3: Tipos Comuns de Deformação em Compressão A partir da análise dos corpos de provas é possível verificar que ambos os materiais sofreram embarrilhamento (mesmo o aço 1020 tendo flambado), e assim é possível concluir que tanto o aço quanto o alumínio são materiais dúcteis. Figura 4: Corpos de Prova Após o Ensaio: Aço 1020 e Alumínio, respectivamente CONCLUSÃO É possível concluirque o ensaio realizado apresentou resultados satisfatórios apenas para o alumínio, pois como as dimensões do corpo de prova do aço não seguiam as normas adequadas, seus resultados apresentam diferenças quando comparados à literatura, devido a flambagem. Isso aconteceu pois de acordo com a norma a relação entre comprimento e diâmetro de corpos de prova dúcteis variam em uma proporção de 3 a 8, e a do material utilizado no ensaio era de 2,13. Dessa forma o módulo de elasticidade calculado para o alumínio foi de 34,17 GPa que é um valor próximo do da literatura de 45GPa. Esse valor sofreu alterações devido a alguns erros que podem ter acontecido durante o ensaio. Um deles é a existência de atrito entre a máquina e o corpo de prova, que apesar de reduzida pelo lubrificante que foi aplicado aos corpos de prova, ainda pode ter alterado os resultados. Já o módulo de elasticidade experimental do aço 1020 resultou em 75,13 GPa enquanto o valor esperado é de 200GPa, o que mostra o quanto a flambagem prejudicou o ensaio. Entretanto, mesmo com os erros ocorridos durante o ensaio, foi possível construir o gráfico de ambos os materiais, analisar a deformação do corpo de prova e caracterizá-los em materiais dúcteis, sendo que para o alumínio foi possível chegar em valores significativos e compatíveis com a literatura. REFERÊNCIAS GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C.A. Ensaios dos materiais. 2. ed. São Paulo: LTC -Livros Técnicos e científicos, 2012. TELECURSO AULA 6. Ensaio de compressão. Disponível em: <http://www.essel.com.br/cursos/material/01/ensaiomateriais/ensa07.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016. http://www.essel.com.br/cursos/material/01/ensaiomateriais/ensa07.pdf
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