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Universidade Federal Fluminense Instituto de Geociências Fundamentos de Mineralogia e Petrologia 2018.1 – Turma A1 Prof. Susanna Sichel Vulcanismo e Tectônica de Placas 16 de Maio de 2018 Niterói, RJ Luiza Fonseca Fabrício Cardoso 2 Sumário Deriva Continental.............................................................................3 Tectônica de Placas...........................................................................4 O que é Vulcanismo?........................................................................6 O que é um Vulcão?..........................................................................6 Origem .................................................................................................7 Tipos de Vulcanismo.........................................................................9 Referências ..........................................................................................11 3 Deriva Continental A teoria da Deriva Continental foi proposta em 1912, pelo cientista alemão Alfred Wegener, dizia esse que há milhões de anos havia um só continente chamado Pangeia, que era cercado por um só oceano denominado Pantalassa. Em tempos anteriores à teoria da Deriva Continental, surgiram outras teorias propostas por cientistas que também perceberam o fato, mas não obtiveram êxito em suas descobertas, pois essas não repercutiram. Segundo a Deriva Continental, a Pangeia teria se rompido vagarosamente dividindo-se em dois continentes denominados Laurásia, localizado ao norte, e Gondwana, localizado ao sul. Como consequência destes rompimentos, os oceanos também sofreram divisão, obedecendo as transformações provocadas pelas massas dos novos continentes. Deu-se origem então a outra teoria chamada Tectônica de Placas. 4 Tectônica de Placas Tectônica de placas é uma teoria originada a partir da deriva continental e da expansão dos fundos oceânicos. Foi desenvolvida em 1960, e tornou-se a mais aceita entre geógrafos e oceanógrafos. De acordo com esta teoria, a litosfera se movimenta sobre a astenosfera. A litosfera por sua vez, é dividida por placas (denominadas placas tectônicas) e estas deslizam por causa das correntes de convecção no interior da Terra. O calor que vem do núcleo da Terra esquenta o manto e faz as partes mais quentes subir. Essas partes esfriam e voltam a descer. São essas correntes que movimentam lentamente as placas que formam a crosta da Terra. O movimento de uma placa em relação à outra é de cerca de 2 a 10 cm ao ano. Por isso praticamente não é percebido pelos nossos sentidos. Ao longo de milhões de anos, entretanto, esse movimento mudou muito o aspecto de nosso planeta, afastando alguns continentes e aproximando outros. Tais movimentações permitiram a formação dos continentes a partir do Pangeia, continente que existiu há 200 milhões de anos atrás, durante a era Mesozoica. ❖ Placa oceânica: é o nome que designa as placas que se encontram submersas pelos oceanos. ❖ Placa continental: é o nome dado para designar as placas localizadas sob os continentes. 5 Existem várias placas tectônicas de diferentes tamanhos, porém as mais importantes são: ❖ Placa Africana: Abrange todo o continente africano e através de sua colisão com a placa euroasiática surgiu o Mar Mediterrâneo e o Vale do Rift. ❖ Placa da Antártida: Abrange toda a Antártida e a região austral dos oceanos. ❖ Placa Euroasiática: Abrange o continente europeu e asiático, exceto a Índia, Arábia e parte da Sibéria. Inclui a parte oriental do Oceano Atlântico norte. ❖ Placa Norte-Americana: Abrange a América do Norte, parte ocidental do Oceano Atlântico norte, uma parte do Oceano Glacial Ártico e parte da Sibéria. ❖ Placa Sul-Americana: Abrange a América do Sul e o leste da Crista Oceânica do Atlântico. ❖ Placa do Pacífico: Abrange a maior parte do Oceano Pacífico e através de sua colisão com a Placa da Antártida surgiu a Placa Pacífico-Antártica. ❖ Placa Indo-Australiana: Abrange a Placa Australiana e a Placa Indiana. Também abrange grande parte do Oceano Índico e parte do Himalaia. As placas tectônicas são gigantescos blocos que integram a camada sólida externa da Terra, ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte superior do manto). Elas estão em constante movimentação(se movimentam sobre o magma do manto), podendo se afastar ou se aproximar umas das outras. Esses processos são classificados em: Zonas de Divergência – as placas tectônicas afastam-se umas das outras. Zonas de Convergência – as placas tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas contra as outras. Esse fenômeno pode ser de subducção ou obducção. ❖ Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental (menos densa). ❖ Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo. 6 O que é vulcanismo? O vulcanismo é um fenômeno geológico natural determinado pelas atividades vulcânicas. O processo de vulcanismo ocorre por meio da alta pressão e temperatura presente no interior da Terra, onde há expulsão do magma (lava), cinzas, gases, poeira, vapor d’água e de outros materiais (piroclastos) para a superfície. O que é um vulcão? Vulcão é uma estrutura geológica em terra ou no mar, por onde extravasa magma, uma massa de rocha fundida de alta temperatura, constituída em grande parte de silicatos, misturados com vapor de água e gás. Essa estrutura comunica-se com uma câmara subterrânea profunda, onde o magma fica armazenado, a câmara magmática. Além do magma, saem pelo vulcão outros materiais, como gases e partículas quentes (como cinzas). Apesar de se assemelharem bastante na forma, vulcão e montanha são diferentes na estrutura e no modo de formação. A montanha forma-se pela deformação da crosta terrestre, devida a esforços de compressão que atuam ao longo de milhares de anos. O vulcão pode surgir rapidamente (o Paricutín formou-se em um ano) e tem uma estrutura, composta por chaminé, cratera e cone vulcânico. Este último forma-se não por deformação da crosta, mas por acúmulo do material ejetado do interior da Terra durante as sucessivas erupções. Eles podem estar ativos (com presença do vulcanismo) ou extintos. Ocorrem geralmente, em locais que possuem intensa movimentação das placas tectônicas. 7 Origem A origem e distribuição dos vulcões está relacionada com a distribuição das placas tectônicas, massas rochosas rígidas que formam a crosta terrestre e que deslizam sobre o manto, material subjacente de consistência plástica. Onde há choque de duas placas constituídas inteiramente de crosta oceânica, ou seja, de basalto, uma delas, não se sabe qual, mergulhará sob a outra e sofrerá fusão. Nessa região, chamada de zona de subducção, surge um conjunto de pequenas ilhas vulcânicas distribuídas em forma de arco. De todos os vulcões visíveis, 95% estão em zonas de subducção. Se uma placa oceânica choca-se com uma continental, a placa oceânica mergulha sob a outra, por ser mais pesada, formando também zona de subducção.A imensa placa do Pacífico desloca-se para o norte, cerca de 1 cm por ano, e choca-se contra a placa norte-americana, mergulhando sob ela. Por isso, localizam-se na costa daquele oceano cerca de 60% dos vulcões ativos do planeta, o que deu à região o nome de Anel de Fogo do Pacífico. A placa de Nazca choca-se contra a América do Sul e assim formaram a cordilheira dos Andes, com seus vulcões e terremotos. Esse tipo de vulcanismo é o mais estudado, e o magma pode ter composição bem mais variada do que aquele formado onde duas placas se afastam. 8 Se o choque for de duas placas continentais, pode não haver subducção (mergulho de uma sob a outra), e surgir uma cadeia de montanhas, pela deformação das rochas. Nessas áreas, o vulcanismo pode estar ausente, embora os terremotos, por serem de pequena profundidade, sejam perigosos. Um exemplo e a Cordilheira do Himalaia, formado pelo choque da Índia com a Ásia. A placa africana está se chocando contra a placa eurasiana, provocando terremotos na Turquia e no Irã, por exemplo. Mas, na região onde estão o Etna e o Vesúvio, há uma pequena subducção, por isso existem esses dois vulcões. A famosa Falha de Santo André (San Andreas Fault), na Califórnia, é o encontro de duas placas continentais que não se chocam de frente e sim deslizam uma rente à outra. Ali os terremotos são frequentes e podem ser perigosos, mas não há vulcanismo. Se duas placas estão se afastando, surge vulcanismo submarino. Ele é responsável pela expansão do fundo oceânico em diversas zonas do globo. Esse tipo de vulcanismo é o mais comum de todos, representando 80% da atividade vulcânica da Terra, mas, é muito pouco observado, por ocorrer no fundo dos oceanos. A lava sai através de fraturas na crosta e espalha-se para os dois lados da fratura, sem grandes eventos explosivos. Essas fraturas podem ter poucos metros de largura e alguns quilômetros de comprimento. A Cadeia Mesoatlântica é uma extensa crista que existe no meio do oceano Atlântico, e que mostra focos de vulcanismo desse tipo. 9 Ela marca a zona de separação da placa sul-americana e da placa africana. Na Islândia, essa cadeia aflora e ali é o único local onde se vê vulcanismo basáltico continental. Embora pouco comum (só 5% dos vulcões), há também vulcanismo no interior das placas tectônicas, não só nos bordos. Isso corre quando existe, no manto terrestre, um ponto quente (hot spot). Hot Spot : local onde o magma se concentra e ascende até à superfície, se encontrar uma brecha para tanto. Nessa situação, como a placa está se movendo, mas o ponto quente permanece fixo, aparecem na superfície da Terra vários vulcões ao longo de uma linha, que são cada qual mais jovem que o que lhe antecede, seguindo em um determinando rumogeográfico. Exemplo desse tipo de vulcanismo são as ilhas vulcânicas do Havaí. No desenho acima, pode-se ver como aquela área vulcânica forma uma faixa, com vulcões cada vez mais antigos, de Noroeste (5,1 milhões de anos) para Sudeste (400 mil anos ou menos). A localização dos pontos quentes pode ter pouca ou nenhuma relação com as placas tectônicas, mas alguns cientistas acreditam que muitas dessas áreas marcam os antigos limites de placas. Tipos de Vulcanismo De acordo com a resultante, há dois tipos de vulcanismo, a saber: ❖ Vulcanismo Primário: também chamado de "vulcanismo eruptivo", trata-se do processo principal que resulta na formação de vulcões (centrais) ou de fraturas na superfície (fissurais). ❖ Vulcanismo Secundário: também chamado de "vulcanismo residual", esse tipo de vulcanismo está relacionado com a energia térmica e não é tão violento resultando na formação de nascentes termais, fumarolas e gêiseres. Vulcanismo Secundário Vulcanismo Primário 10 De acordo com os tipos de magma, o vulcanismo é classificado em: ❖ Vulcanismo Explosivo: processo de explosão vulcânica, que normalmente gera eventos catastróficos, os quais são decorrentes da grande pressão no interior da Terra, que possui elevada quantidade de gases. Nesse caso, ocorre pouca libertação de gases e a textura do magma é bem mais viscosa, ou seja, de teor mais ácido. São denominados de erupções do tipo "Vulcanianas", formado cones mais altos e estreitos. ❖ Vulcanismo Efusivo: processo de vulcanismo mais calmo decorrente da pouca presença de gases, que torna a pressão menor. Nesse caso, uma maior quantidade de gases é liberado e a textura do magma é mais fluida, ou seja, de teor mais básico. São denominados de vulcanismo do tipo "Havaiano", uma vez que estão relacionados com os vulcões presentes no Havaí, com cones mais baixos e largos. ❖ Vulcanismo Misto: nesse caso, o processo de vulcanismo ocorre das duas maneiras: explosiva e efusiva, ou seja, com períodos de violência vulcânica, seguida de momentos mais calmos. São classificados em vulcões "Estrombolianos", e referência ao vulcão Stromboli na Itália. Seu cone é de tamanho mediano. E ainda, segundo o local que ocorrem, o processo de vulcanismo pode ser: ❖ Vulcanismo Fissural: ocorre através de fissuras (fraturas) situadas na superfície terrestre. ❖ Vulcanismo Submarino: vulcanismo do tipo efusivo, ocorrem abaixo das massas de água Vulcanismo Fissural Vulcanismo Submarino 11 Referências https://www.todamateria.com.br/vulcanismo/ http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede- Ametista/Canal-Escola/Vulcoes-1108.html http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/Timescale/Tectonica_placas.html https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tectonica-placas.htm https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo1.php
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