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Caso Concreto 03 Prática Simulada V

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) FEDERAL DA ___ VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ______.
MARIA DE SOUZA, nacionalidade, estado civil, servidora pública federal, portadora da carteira de identidade nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua, nº, Bairro, Cidade/UF, CEP, endereço eletrônico, vem por meio de seu advogado com endereço profissional na Rua, nº, Bairro, Cidade/UF, CEP, endereço eletrônico, onde recebe notificações, conforme artigo 106, I, do Código de Processo Civil, com base no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal, Lei nº 12.016/09, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência impetrar:
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
contra ATO DO REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ______, com endereço na Rua, nº, Bairro, Cidade/UF, CEP, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA (ART. 5º, LXXIV, DA CF, LEI 1.060/50 E ART. 98 CPC)
Com fundamento no artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal, a Autora declara que não possui condições de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, devido sua demissão e por consequente desemprego. Requer a Vossa Excelência o benefício da gratuidade de justiça, conforme Lei nº 1.060/50 e artigo 98 do Código de Processo Civil.
II - DOS FATOS
A Impetrante, Maria Souza, foi atacada em sala de aula por um dos seus alunos, Marcos Silva, que, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota que lhe foi atribuída em uma disciplina do curso de graduação. Nesse instante, com o propósito de repelir a iminente agressão, a professora conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço.
Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, ela foi denunciada pelo crime de lesão corporal.
Na esfera criminal, ela foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que ela já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão.
O PAD foi encaminhado à autoridade competente para a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal.
Em 10/04/2015, ela foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, e, em 10/09/2015, procurou seu escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, informando, ainda, que, desde o afastamento, está com sérias dificuldades financeiras, que a impedem, inclusive, de suportar os custos do ajuizamento de uma demanda.
III - DO CABIMENTO
É cabível a propositura da presente ação sob o rito ordinário com fulcro no artigo 319 c/c 300 do NCPC, por se tratar de violação a direito da Impetrante.
IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA
O artigo 300 do Novo Código de Processo Civil define como requisitos para antecipação de tutela a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
O perigo ou receio de dano irreparável (periculum in mora) resta demonstrado uma vez que a Autora não está percebendo proventos em razão da sua demissão e, por conta disso, passa por dificuldades financeiras.
A probabilidade do direito/verossimilhança das alegações (fumus boni iuris) está consubstanciada na nulidade do PAD por ausência de citação, com flagrante violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, capitulados no Art. 5º, LIV e LV da CRB/88 c/c Art. 143 da Lei nº 8.112/90, bem como pela inobservância do fato de que a sentença penal absolutória transitada em julgado necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP.
Logo, em razão dos vícios do PAD, ora apresentados, e do prejuízo/lesão sofrido pela Impetrante em decorrência de sua demissão, imperiosa é a concessão da presente tutela de urgência, com a determinação da reintegração da Impetrante ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento dos salários atrasados e de todas as vantagens do cargo.
Presente os institutos da mora, pela ausência de salário e ademais, fummus bonni iuris, caracterizado pela ausência do princípio do contraditório e ampla defesa, fundamentado no Art. 7, III da Lei nº 12.016/2009. Em sendo assim, tendo em vista a necessidade de URGÊNCIA, requer que seja concedida a ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA INALDITA ALTERA PARS.
V – DOS FUNDAMENTOS
Primeiramente, o Art. 5º, inciso LIV e LV da CRFB/88 garante o direito ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. Vejamos:
                                                                                                   
“LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”
No mesmo sentido, o Art. 143 c/c 161, §1º da Lei 8.112/90 estabelece que qualquer procedimento administrativo destinado à apuração de eventual ato ilícito cometido pelo servidor público, seja sindicância ou PAD, deve assegurar ao acusado a ampla defesa. Vejamos:
  
“Art. 143.  A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.”
“Art. 161.  Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1o  O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.”
Na situação apresentada, a Impetrante só foi cientificada, por meio de publicação em Diário Oficial, após a sua demissão. Tal ato do Poder Público viola os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Outrossim, na hipótese de absolvição penal com fundamento em excludente de ilicitude, como a legítima defesa, não há espaço para aplicação do resíduo administrativo (falta residual), vez que constitui uma das hipóteses de mitigação ao princípio da independência entre as instâncias, capitulado no Art. 2º da CF/88.
Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP.
Assim, ante aos vícios do PAD, ora apresentados, imperioso é a anulação do ato demissional, bem como a determinação da reintegração da servidora ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida pelo não recebimento dos vencimentos, na forma do Art. 28 da Lei nº 8.112/1990.
VI - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
1) o deferimento da Justiça Gratuita à Impetrante;
2) a concessão da tutela de urgência para garantir a liminar para reintegração da servidora aos quadros funcionais da autarquia federal, até a decisão final, com fulcro no Art. 9º c/c Art. 701 do NCPC;
3) a notificação do Impetrado para que, querendo, contestar o feito no prazo de lei;
4) a procedência do pedido concedendo a segurança, para, ao final, determinar a nulidade do ato demissional e a reintegração da servidora, ora Impetrante aos quadros funcionais da UniversidadeFederal, bem como ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo a que a Impetrante faria jus se em exercício estivesse e a concessão da justiça gratuita em razão das dificuldades financeira enfrentadas pela parte Impetrante, na forma da Lei nº 1.050/1960;
5) a condenação do Impetrado ao pagamento das custas processuais e aos honorários advocatícios.
VII - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
(Local), (Dia) de (Mês) de (Ano).
Advogado
OAB/UF

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