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Impactos ambientais da mineração Universidade Estadual do Rio Grande do Norte Faculdade de Ciências Exatas e Naturais Curso: Ciências Biológicas – 2017.2 Ecologia de Ecossistemas Ana Karolinne de Alencar França Francineide Ferreira de Moura Introdução Um pouco do histórico; Os recursos minerais são bens esgotáveis, não renováveis; O que é mineração? Processo de extração de minerais (estado natural sólido, líquido e gasoso) Atividade econômica (um dos setores básicos da economia do país) Processos preparatórios: trituração, lavagem, limpeza, classificação, granulação, fusão, destilação, etc. A mineração, evidentemente, causa um impacto ambiental considerável. Fonte: Google imagens Conceitos básicos Mineral: é toda substância natural formada por processos inorgânicos e que possui composição química definida. Minério: mineral ou associação de minerais que pode, sob condições econômicas favoráveis ser utilizado como matéria prima para a extração de um ou mais metais. Beneficiamento ou tratamento: processamento da substância mineral extraída, preparando-a com vistas à sua utilização industrial posterior. Rejeito: rochas ou minerais inaproveitáveis presentes no minério e que são separadas deste, total ou parcialmente, durante o beneficiamento. Estéril: substâncias minerais que não têm aproveitamento econômico. Bota-fora: local para deposição do estéril da mina e, às vezes, para o rejeito da usina de beneficiamento. Capeamento: Camada estéril que recobre a jazida mineral e que deve ser retirada para efeito de extração do minério na lavra a céu aberto. Exploração a céu aberto Exploração subterrânea Degradação ambiental por mineração Degradação dos ecossistemas dulcícolas A maior parte das minerações no Brasil provoca poluição por lama; Muitas minerações provocam poluição de natureza química, por efluentes que se dissolvem na água usada no tratamento do minério ou na água que passa pela área de mineração; O controle tem que ser feito através de barragens para contenção e sedimentação destas lamas; As minerações de ouro podem apresentar problemas mais complexos de contaminação das águas, por usarem cianetos altamente tóxicos no tratamento do minério; Depósitos de rejeito e estéril: Quando esses depósitos ficam muito volumosos, tornam-se, por si mesmos, instáveis e sujeitos a escorregamentos localizados. No período de chuvas, devem ser removidos e transportados continuamente até as regiões mais baixas e, em muitos casos, para cursos de água. A repetição contínua do processo provoca o transporte considerável desse material, ocasionando gradativamente o assoreamento dos cursos de água; O problema pode ser minimizado através do adequado armazenamento do material estéril e sua posterior utilização para reaterro de áreas já mineradas, preservando a hidrografia. Outros problemas: Degradam o solo sobre o qual é disposto; sepultam a vegetação pré-existente; as partículas podem ser transportadas a distâncias consideráveis; Extração de Carvão Poluição hídrica causada pela drenagem ácida: ocorre a infiltração da água de chuva sobre dos rejeitos gerados nas atividades mineradoras, que alcançam os corpos hídricos superficiais e/ou subterrâneos. Essas águas adquirem baixos valores de pH (< 3), altos valores de ferro total, sulfato total e vários outros elementos tóxicos que impedem a sua utilização para qualquer uso e destroem a flora e a fauna aquática (IBAMA, 2006) Mineração de Ouro: A mineração de ouro pela filtragem dos sedimentos do fundo dos rios causa um grande impacto negativo. Devido ao fato de o ouro ser misturado com mercúrio, nas proximidades do rio, ocorre a contaminação dos organismos componentes da cadeia alimentar presente no rio. Chumbo, zinco e prata: As minas de chumbo, zinco e prata do Vale da Ribeira estiveram ativas durante longo período do século XX, especialmente nas décadas de 70 e 80. Os materiais resultantes dos processos de metalurgia e refino do minério de chumbo foram estocados nas margens do rio Ribeira. As últimas minas e a refinaria encerraram suas atividades em novembro de 1995. Segundo CPRM (2002, apud Cunha et al. 2000) foram realizados estudos na população infantil, nos municípios de Adrianópolis e Cerro Azul no Paraná e, Ribeira e Iporanga em São Paulo, envolvendo análises de chumbo total em sangue e arsênio em urina. As concentrações de chumbo no sangue foram superiores aos limites aceitos pelo Centers for Disease Control - CDC (1991). Desastre mariana – estudo de caso Distrito de Bento Rodrigues Dia 05/11/2015: Houve o rompimento da barragem do Fundão, com vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de resíduos contaminados, em Mariana (MG). causa do desastre: hipóteses Falta de manutenção das barragens Sobrecarga das barragens Infiltração de água nas barragens Abalos sísmicos na região Negligência de fiscalização do poder público Impactos gerais 19 mortes confirmadas; 600 famílias desabrigadas; 251 edificações soterradas no distrito de Bento Rodrigues; Impacto no modo de vida de populações ribeirinhas e indígenas; Impacto econômico; 1.470 hectares de vegetação destruídos; 663 km de rios e córregos atingidos; Crise no abastecimento de água (crise hídrica); Aumento de doenças; Danos ao ecossistema marinho. Impactos ambientais na bacia do rio doce Maior bacia hidrográfica da região Sudeste; Morte de milhares de cerca de 1 trilhão de animais (teias alimentares comprometida); Assoreamento (sedimentação) do rio Doce; Antes da enxurrada de lama, o rio Doce se encontrava bastante degradado: desmatamento, poluição, assoreamento, construção de barragens, pesca predatória e introdução de espécies exóticas, como o dourado e a tilápia, que geram renda para os pescadores, mas substituem a fauna nativa. Além disso, a estiagem extrema reduziu drasticamente o volume de água no rio e, consequentemente, sua capacidade de diluir a lama que escorreu da barragem. Lama tóxica; Esses compostos não são prontamente biodegradáveis e têm elevada toxicidade para os organismos aquáticos. São também capazes de elevar os níveis de pH da água e do solo, causando desequilíbrios nos ecossistemas; Elevação da turbidez da água; Diminuição dos níveis de oxigênio na água; A grande quantidade de lodo irá se assentar no fundo do Rio Doce e afluentes alterando o curso da bacia hidrográfica; Esse sedimento vai se solidificar, criando uma camada que continuará a soltar arsênio, mercúrio, cromo e outros químicos durantes décadas - envenenando a água e os seres vivos. “Deserto de lama”; Fauna associada ao rio; Aumento de bactérias patogênicas; Aumento de casos de dengue e esquistossomose; O IBAMA informou que, das 80 espécies de peixes que ocorrem no rio Doce, 11 estão ameaçadas de extinção e 12 são endêmicas, só existem nesta bacia hidrográfica e podem ter sido extintas. O rompimento da barragem da Samarco destruiu todo um ecossistema. Morreram peixes, insetos, anfíbios, moluscos, larvas, fitoplâncton. A cadeia alimentar rompeu-se em todos os seus elos. recuperação Utilização de floculantes; Colocação de filtros no local de rompimento da barragem; Barreiras flutuantes; Arca de Noé. Monitoramento do rio doce Bacia na mais monitorada do Brasil. Com 22 estações automáticas que fazem análises em tempo real; Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS) de água e sedimentos que terá duração de 10 anos; Equipamentos que medem nível d’água e parâmetros meteorológicos, como quantidade de chuva e temperatura do ar; Oito dessas estações são equipadas com uma sonda que verifica dados de turbidez, acidez (PH), oxigênio dissolvido, condutividade, temperatura da água e a existência de microrganismos. Monitoramento manual: monitoramento mensal da água e de sedimentos com parâmetros como íons, nutrientes, metais totais e dissolvidos, e indicadores biológicos.
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