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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1° REGIÃO
 RENATA, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliada no endereço... , por seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo Doc1), vem respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência, propor:
REVISÃO CRIMINAL
 Com fulcro no art. 621, III do Código de Processo Penal, pelos fundamento de fato e de direito a seguir expostos.
I – DOS FATOS
 Renata trabalhava como manicure em um salão movimentado do Rio de janeiro, quando um dia uma cliente lhe ofereceu RS1000, 00 para que Renata levasse uma mala para sua filha que estava em Minas Gerais. Renata prontamente aceitou , pois precisava do dinheiro extra. 
 Ao chegar em Minas Gerais, Renata foi parada em uma blitz de rotina e os policiais ao abrirem a mala, encontram 5 quilos de cocaína, escondidos no meio das roupas. Renata foi presa em flagrante delito pela prática do crime de tráfico interestadual de drogas, denunciada, processada e ao final, condenada, nos termos da denúncia. Ao sentenciar, o juiz exasperou a sua pena-base, por maus antecedentes, e também aplicou a agravante da reincidência, já que ela ostentava condenação anterior por estelionato.
II – DO DIREITO
 A conduta de Renata é atípica, pois ao conduzir a mala pensando estar transportando roupas incorreu em erro de proibição.
 De acordo com o art. 20, parágrafo 2° do código Penal: “O erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo se previsto em lei. Parágrafo 2°- Responde pelo crime o terceiro que determina o erro”. 
 Nesse caso, Renata foi enganada e não sabia estar transportando drogas, o que configura o erro de tipo. A cliente ao solicitar que Renata levasse a mala “com roupas para a filha”, agiu de má-fé, pois sabia da substancia ilícita dentro da mala, e por ter determinado o erro, ela é que deve responder pelo crime, conforme o parágrafo 2° do art.20 CP.
 Portanto, é evidente que Renata incorreu em erro de tipo, excluindo-se assim o dolo, e por não haver previsão de tráfico culposo, a conduta de Renata resta atípica o que permite a absolvição por não constituir o fato infração penal, conforme o art. 386-III do CPP.
 Já na fase de aplicação da Pena, houve “bis in idem”, o que é vedado conforme a súmula 241 o STJ.
 Conforme a súmula supracitada, não pode o magistrado considerar simultaneamente a reincidência como circunstancia judicial (art.59 caput, do CP) e como agravante (no art.61 do CP)
 No caso em tela, ao sentenciar, o juiz exasperou a sua pena-base, por maus antecedentes, e simultaneamente também aplicou a agravante da reincidência, já que Renta possuía condenação anterior por crime de estelionato.
 Resta claro que o magistrado ao considerar a reincidência como circunstância judicial e como agravante, cometeu “bis in idem”, o que é vedado pelo ordenamento jurídico,motivo pelo qual deve então ser revista a pena aplicada a Renata.
III – Dos Pedidos
 Ante o exposto, requer seja concedida a procedência do pedido com fundamento no art. 626 do CPP, quais sejam:
 Absolvição de Renata por atipicidade da conduta, conforme o art, 386,III do CPP; 
 Caso assim não entendam, que seja reduzida a pena aplicada, considerando a reincidência somente como circunstância judicial ou agravante;
 Por fim, requer ainda, o reconhecimento do direito a indenização por erro judiciário. Conforme art. 630 do CPP, art. 5°, LXXV, da Constituição Federal; artigo 10 do decreto 678/1992.
Termos em que
Pede deferimento.
Local, Data.
____________
Advogado
Oab

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