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2017 – 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro - Campus Xerém Biofísica e Biotecnologia QUÍMICA EXPERIMENTAL Apostila de aulas práticas 1 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) ESSA APOSTILA É UMA COMPILAÇÃO DO CONTEÚDO DA APOSTILA DE QUÍMICA EXPERIMENTAL (UFRJ – ESCOLA DE QUÍMICA - IQG 231) E DA APOSTILA CURSOS PRÁTICOS EM BIOQUÍMICA (UFRJ – INSTITUTO DE QUÍMICA) E FOI CONFECCIONADA PARA A DISCIPLINA DE QUÍMICA EXPERIMENTAL (PARA BIOCIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA) DA UFRJ – CAMPUS XERÉM. PROFª ALINE R. CARVALHO 2 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) SUMÁRIO SUMÁRIO .............................................................................................................................................................. 2 NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO – QUÍMICA – 2017-1 .................................................. 3 NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO ........................................................................................ 4 PRÁTICA 1: PREPARO DE SOLUÇÕES E TITULAÇÃO ............................................................................ 7 PRÁTICA 2: SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 11 PRÁTICA 3: CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA ........................................................................................... 16 PRÁTICA 4: ESPECTROFOTOMETRIA ....................................................................................................... 18 PRÁTICA 5: INTRODUÇÃO À ACIDEZ E BASICIDADE, ESCALA DE PH, PK, SOLUÇÃO TAMPÃO 41 PRÁTICA 6: EQUILÍBRIO QUÍMICO .............................................................................................................. 52 PRÁTICA 7: CINÉTICA QUÍMICA .................................................................................................................. 55 PRÁTICA 8: CALOR DE REAÇÃO ................................................................................................................ 63 PRÁTICA 9: REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO .............................................................................................. 68 ANEXO 1: TABELA DE POTENCIAIS-PADRÃO DE REDUÇÃO 3 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO – QUÍMICA – 2017-1 1. É PROIBIDA a permanência de GESTANTES no laboratório. 2. É obrigatório o uso de JALECO de algodão, CALÇAS COMPRIDAS (JEANS) e SAPATOS FECHADOS. 3. Não é permitido o uso de bermudas, shorts, chinelos e entre outros. 4. Usuários que possuam cabelos compridos devem PRENDER OS CABELOS, evitando acidentes no decorrer de sua permanência no laboratório. 5. PROIBIDO USAR LENTES DE CONTATO, ainda que os olhos estejam protegidos por óculos de segurança. 6. É INDISPENSÁVEL O USO DE ÓCULOS DE SEGURANÇA durante todo o tempo de permanência no laboratório, ainda que o aluno não esteja efetuando algum experimento. 7. EVITE QUALQUER TIPO DE BRINCADEIRAS. 8. Não é permitido comer, beber, fumar ou usar cosméticos dentro do laboratório. 9. Não é permitido o uso de rádio, celular ou fones de ouvido durante as aulas. 10. Apenas manusear GASES TÓXICOS na CAPELA. 11. Sobras de reagentes NÃO devem ser devolvidas ao frasco original, evitando assim possíveis contaminações. 12. Não é permitido utilizar material imperfeito, principalmente o vidro que contenha rachaduras, pontas ou arestas cortantes. 13. Antes de iniciar e após o término dos experimentos deve-se LIMPAR A APARELHAGEM, VIDRARIAS E A BANCADA DE TRABALHO. 14. INFORMAR O PROFESSOR SOBRE QUALQUER ACIDENTE QUE OCORRA, MESMO QUE SEJA UM DANO DE PEQUENA IMPORTÂNCIA. Laboratório de Química 4 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO A Química é uma ciência experimental, portanto o trabalho em laboratório é uma parte importante no desenvolvimento do conhecimento químico. O aluno aprenderá a interpretar resultados, a avaliar os erros de análise, a apreciar os desafios experimentais e a desenvolver os processos intelectuais necessários para realizar, sozinho, trabalhos futuros ou obter resultados melhores. Para que o trabalho de laboratório ocorra de maneira segura devemos levar em considerações algumas normas de segurança, que serão descritas a seguir em vista da sua importância. 1. Comportamento geral no laboratório químico. No laboratório químico é imprescindível o uso de guarda pó de algodão (de preferência na cor branca), óculos de segurança, calça comprida e calçado fechado com sola anti-derrapante. É proibido se alimentar dentro do laboratório e ao encerrar as atividades lavar bem as mãos. Independente da disciplina experimental que você esteja frequentando, lembre-se que você estará compartilhando com outros colegas o laboratório e seus equipamentos. Portanto, execute seus experimentos respeitando as normas de segurança e lembre-se que conversas em voz alta, brincadeiras, uso de walkmans ou mp3, bonés, etc, não são comportamentos adequados em um laboratório químico. A segurança num laboratório químico depende do trabalho de todos. Ao entrar pela primeira vez nas dependências de um laboratório verifique a localização dos equipamentos de segurança: extintores, lava-olhos, baldes de areia, cobertores e chuveiro. Procure saber identificar os pontos da rede elétrica, o registro central de gás, o funcionamento da capela e das tubulações da bancada. 2. Reagentes e produtos químicos 5 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Dependendo das atividades realizadas em um laboratório químico, água pode ser um reagente perigoso. Assim, certifique-se com o professor, ou um auxiliar, o manuseio adequado do reagente que você irá manipular. Por exemplo, ácido clorídrico concentrado e amônia concentrada são altamente tóxicos e devem ser sempre manipulados na capela. Nunca inale ou coloque na boca qualquer produto químico de laboratório, por mais inofensivo que possa parecer. Em cada aula o professor fornecerá detalhes sobre as manipulações dos reagentes utilizados nos experimentos previstos. Pergunte sempre ao professor como deve ser descartado o produto que você obteve, nunca descarte os rejeitos, sólidos ou líquidos, pela pia. Lembre-se que a Baia da Guanabara já está suficientemente poluída. 3. Vidrarias, aparelhagens e equipamentos. Material de vidro (ou vidraria) e material cerâmico (cadinhos e cápsulas de porcelana), juntamente com os regentes, é a base do laboratório químico. Alguns são familiares, pois mesmo a mídia utiliza os seus nomes, por exemplo, tubo de ensaio e proveta (também chamado cilindro graduado). Outros não aparecem no nosso cotidiano, como bécher (ou béquer ou becker), erlenmayer, condensador de bolas, pipeta (que pode ser pasteur, graduada ou volumétrica), bureta, funil de decantação, funil de placa porosa, etc. Fique atento as técnicas de manuseio dos materiais de vidro, sua lavagem, seu descarte caso quebrado ou a sua recuperação pela oficina de hialotecnia. Além disso, temos pinças de metal e de madeira (para manipulações de materiais), pêras de borracha (para a aspiração de líquidos), estufas, centrífugas, etc. Constitui-se um equipamento fundamental a balança eletrônica. Os químicos empregam o termo pesagem para a operação de determinação da massa de um objeto por uma balança eletrônica. Fique atento ao funcionamento e o procedimentode pesagem de produtos químicos, pois dependendo do experimento a ser 6 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) executado, um químico pode necessitar pesar alguns miligramas (0,0020 g), ou gramas (1 a 500, por exemplo) ou quilos. Por isto, verifique sempre se você está utilizando o equipamento adequado. Também é fundamental manter o prato da balança limpo, pois os reagentes, além de corroer o metal, podem se depositar no mecanismo eletrônico e danificar definitivamente a balança. Mantenha a balança sempre limpa. 7 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 1: PREPARO DE SOLUÇÕES E TITULAÇÃO I. INTRODUÇÃO Solução é uma mistura homogênea de uma ou mais substâncias. A substância presente em maior quantidade é denominada solvente, e as outras substâncias na solução são conhecidas como soluto e dizemos que estão dissolvidos no solvente. O comportamento da solução geralmente depende da natureza do soluto e da sua concentração. Concentração é o termo usado para designar a quantidade de soluto dissolvida em uma determinada quantidade de solvente. Normalmente expressamos a concentração de maneira quantitativa como mol L-1. As soluções preparadas rotineiramente em laboratório são compradas e preparadas a partir da forma concentrada ou de um sal. As soluções de concentrações mais baixas podem ser obtidas pela adição de água, processo chamado de diluição. Um método de preparar soluções de concentração desejada é realizar a pesagem de certa massa de substância e conveniente diluição. Tais substâncias devem obedecer a uma série de exigências, mas são poucas as que as cumprem totalmente. Estas substâncias são denominadas de substância padrão primário e possuem grau de pureza superior a 99,95%, devem ser facilmente secadas para eliminar qualquer traço de umidade e, serem estáveis tanto em solução como no estado sólido. Também não devem absorver muita água nem reagir com substâncias existentes no ar. Substâncias que não são padrão primário fornecem soluções que necessitam ter sua concentração determinada, sendo que um dos procedimentos usados para esta determinação é denominado Titulação, que envolve a reação química de uma amostra de solução com concentração desconhecida com uma solução de concentração conhecida, denominada de solução padrão. As reações podem ser do tipo ácido-base, precipitação ou oxirredução. O ponto no qual as quantidades estequiométricas se equivalem é conhecido como ponto de viragem ou equivalência, que pode ser determinado com ajuda de um indicador químico que variará sua cor quando este ponto for atingido. As soluções preparadas devem ser armazenadas em frascos apropriados conforme o tipo de solução como, por exemplo, se a solução é sensível à ação da 8 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) luz, deve-se armazenar em frasco âmbar. Os frascos devem ser identificados com rótulos, os quais devem conter o nome, a concentração da solução, a data de preparação, nome ou iniciais do preparador. Quando o líquido é retirado do frasco, deve-se tomar o cuidado de que ele escoe pelo lado oposto ao rótulo, o qual não se molhará e não se danificará. II. OBJETIVOS Os objetivos desta aula são apresentar aos alunos as técnicas mais básicas de laboratório como o manuseio de balança, balões volumétricos, pipetas, ácidos e bases concentrados pelo preparo de soluções. Também introduzir os fundamentos sobre propagação de erros e escolha de materiais no laboratório químico. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 - Preparo de soluções. Cada grupo deve preparar 100 mL de duas soluções indicadas pelo professor, uma delas, usando quantidades em massa do soluto, com manuseio da balança e outra a partir da diluição de um produto comercial. Os cálculos estequiométricos devem ser apresentados ao professor antes das manipulações necessárias para o preparo das soluções. III.1.1. Procedimento usando um sólido. Pesar a massa desejada em papel especial, vidro de relógio ou béquer. Transferir a substância para um béquer, juntar um pouco do solvente e se verter, cuidadosamente, o líquido para o balão volumétrico, com o auxílio de um funil ou bastão de vidro. Lavar o béquer (e o funil ou bastão) várias vezes com o solvente, transferindo-se sempre o líquido para o balão volumétrico. Completar o volume, acertando-se o nível com uma pipeta pasteur e se homogeneizar pela agitação e inversão do balão volumétrico tampado. Caso a substância tenha sido pesada em vidro de relógio, transferir a mesma para um béquer com auxílio de frasco lavador e proceder como anteriormente 9 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) . III.1.2. Procedimento a partir de diluição. Medir com uma pipeta volumétrica conveniente o volume de solução a diluir (usar a pêra para aspiração). Verter a solução para o balão volumétrico. Adicionar o solvente ao balão volumétrico e, completar o volume do balão acertando-se o nível com uma pipeta pasteur. Homogeneizar a solução por agitação e inversão, várias vezes, do balão volumétrico tampado. OBS.: JAMAIS VERTA ÁGUA SOBRE ÁCIDOS CONCENTRADOS; SEMPRE ÁCIDOS SOBRE ÁGUA. III.2 – Determinação da concentração de uma solução por titulação ácido-base. III.2.1. Solução de ácido de concentração conhecida. A um erlenmeyer de 100 mL com 10,0 mL de HCl de concentração conhecida adicione duas gotas de fenolftaleína a 1%. Usando uma bureta adicione solução de NaOH de concentração conhecida, gota a gota, até que haja uma alteração PERMANENTE da cor do indicador. Anote o volume total de NaOH utilizado. Repita o procedimento e calcule a média aritmética dos valores encontrados. III.2.2. Solução de uma solução de HCl de concentração desconhecida. Sem descartar o volume de solução de NaOH que já está na bureta, complete com esta solução para a marca do volume zero. Repita o procedimento do item 2, utilizando uma solução de HCl com concentração desconhecida. Anote o volume de NaOH necessário para atingir o ponto de equivalência. Calcule a concentração do ácido clorídrico preparado e compare com o valor teórico. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 1 – Qual o volume de HCl concentrado necessário para a preparação de 2500,0 mL 10 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) de solução 0,1 mol L-1? (C = 37% e d = 1,19 g/cm3)? 2– Como se preparam 250,0 mL de solução 0,02 mol L-1 de ácido oxálico? Indique os cálculos e descreva o procedimento. 3 – Por que algumas soluções devem ser preparadas em balões volumétricos, ao passo que outras o são em copos de bécher? 4 – Quantos “mL” de água destilada serão necessários para preparar 400,0 mL de solução 0,15 mol L-1 de ácido clorídrico, se 20,0 mL de solução grosseira aproximadamente 0,2 mol L-1 do mesmo foram neutralizados por 26,0 mL de solução 0,2 mol L-1 de hidróxido de sódio? 5 – Em uma titulação foram gastos 9,0 mL de solução 0,1 mol L-1 de ácido oxálico para neutralizar 20,0 mL de solução grosseira de hidróxido de sódio. A partir desta, será possível preparar 500,0 mL de solução 0,1 mol L-1 de hidróxido de sódio? Justifique. 6 – Qual o procedimento correto que se deve ter ao encher uma bureta? E, ao usá-la no processo de titulação? 7 – Indique os cálculos que você fez para chegar a soluções 0,5 mol L-1 de hidróxido de sódio e de ácido clorídrico, a partir das respectivas soluções grosseiras. V. EXERCÍCIOS 1. Calcule a molaridadeda solução comercial de HCl que é 37% e possui densidade 1,19 (confirme estes dados no frasco deste ácido). Qual é a unidade da densidade? 2. Calcule a molaridade da solução de H2SO4 comercial que é 97% e possui densidade 1,84 (verifique estes dados no frasco do reagente a ser utilizado). 3. Verifique os dados referentes à amônia, descritos no rótulo de seu frasco e calcule o valor de sua molaridade. (Atenção: os valores se referem ao NH3 e não ao NH4OH) 11 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 2: SOLUÇÕES I. INTRODUÇÃO Soluções são misturas homogêneas de dois ou mais componentes, sendo que estes estão misturados uniformemente em nível molecular. Em nosso cotidiano temos diversos exemplos de soluções, como por exemplo, o ar atmosférico, a água do mar, ligas metálicas como o latão e o bronze, etc. É importante se conhecer o processo de dissolução em nível molecular de uma substância em outra. Atualmente sabemos quais fatores afetam a dissolução, especialmente aqueles envolvidos na dissolução de um sólido ou líquido em um líquido: a importância das interações envolvidas entre as espécies solubilizadas de soluto e as moléculas do solvente, a intensidade dessas interações a partir da absorção ou liberação de calor do processo e o como a quantidade de soluto dissolvido é influenciada pela temperatura. A natureza das interações soluto-solvente determina se uma substância será solúvel em outra. As interações envolvidas entre soluto e solvente são aquelas conhecidas como forças intermoleculares: interação íon-dipolo, dipolo- dipolo, Forças de London e ligação hidrogênio. Os resultados experimentais mostram que durante o processo de dissolução existe absorção ou liberação de calor (entalpia de dissolução, ∆sol H). Isto se deve a diferenças na interação soluto-solvente, soluto-soluto e solvente-solvente. O valor de ∆sol H também é importante para que possamos determinar a espontaneidade do processo de dissolução e então compreender porque algumas substâncias não são solúveis em outra em qualquer proporção, ou seja, temos situações em que o processo se torna não espontâneo. A quantidade de soluto dissolvida em uma dada quantidade de solvente a uma dada temperatura é chamada solubilidade. O gráfico da solubilidade em função da temperatura é a curva de solubilidade de uma substância. Quando adicionamos um soluto sólido em um solvente se inicia o processo de dissolução. Continuamos a adicionar o soluto, até que este se deposite no fundo do frasco. Neste ponto temos uma solução saturada, pois alcançamos a solubilidade da substância. Uma solução em equilíbrio com o soluto não dissolvido é saturada. O soluto adicional não se dissolverá se adicionado a uma solução saturada. 12 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Sob condições adequadas é, às vezes, possível formar soluções que contenham quantidade maior de soluto que a necessária para formar uma solução saturada. Tais soluções são chamadas supersaturadas e são bastante instáveis, bastando uma pequena perturbação mecânica para que o excesso de sal cristalize. II. OBJETIVOS Os objetivos da aula são determinar a curva de solubilidade de um sal e observar os fatores que influenciam na solubilidade de um composto em outro. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1. Elaboração da curva de solubilidade de um sal A partir de uma solução saturada de cloreto de potássio, KCl, (ou outro sal indicado pelo professor como, por exemplo, KNO3, MgSO4, ZnSO4, Na3PO4, Na2SO4, MnSO4, K2SO4, CaCl2, MnSO4, Ca(NO3)2, etc.) a uma dada temperatura, determinar, por evaporação da água, a massa de sal contida num certo volume de água. O trabalho é realizado em dupla. Cada dupla determina a solubilidade do cloreto de potássio a uma dada temperatura, que será indicada pelo professor. Verifique, com ajuda do handbook, a solubilidade do cloreto de potássio. PROCEDIMENTO: Colocar num becher pequeno 10,0 a 15,0 mL de água, adicionar o sal bem triturado até obter uma solução saturada à temperatura indicada. Para resfriamento use uma bacia com gelo. Para aquecimento prepare um sistema conforme a figura a seguir: 13 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Aquecer a água do becher maior até a temperatura requerida e manter a temperatura do becher menor constante. Acrescentar sólido até que este não se dissolva mais, ou seja, até a solução ficar saturada. Controle a temperatura e agite a solução, bem como a água de aquecimento. NÃO AGITE COM O TERMÔMETRO! Depois de 10 a 15 minutos em temperatura constante, anote o valor da temperatura. Retirar o termômetro e deixar a solução saturada em repouso, para a sedimentação dos cristais. Passar o líquido rapidamente para uma cápsula de porcelana seca e tarada, deixando os cristais no becher. Pesar a cápsula com a solução. Usando o bico de Bunsen e uma tela de amianto ou uma placa de aquecimento, evaporar o líquido da cápsula até a secura. Nesta etapa inicie a 2a parte da aula. Na fase final use a chama fraca para evitar salpicos de solução, onde se perde substância e pode causar acidente. Depois que a cápsula estiver bem seca, colocá-la na estufa à 110 oC durante ≅ 15 minutos, esfriar em dessecador e pesar. Repetir este procedimento até o peso constante. Peso da cápsula: : vazia _____________________ : com solução _______________ : com sal seco _______________ Peso da solução: _______________ Peso do sal seco: _____________ Com os dados obtidos calcule a solubilidade do sal em gramas por 100 g de água e em mol L-1. Coloque no quadro negro, numa tabela, os nomes da dupla, a temperatura e a solubilidade obtida. 14 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Com os resultados da tabela, construir o gráfico de solubilidade do sal em estudo. Coloque na abcissa a temperatura, e na ordenada à concentração. Entregar este gráfico na próxima aula! III.2. Solução supersaturada Dissolver, em um tubo de ensaio, 1,0 g de acetato de sódio anidro, CH3COONa, em ≅ 1,0 mL de água ou 1,5 g de acetato de sódio hidratado, CH3COONa.3H2O, em ≅ 0,5 mL de água. Aquecer até solubilização total. Resfriar o tubo sem agitar e em seguida adicionar um pequeno cristal de acetato de sódio e observar. Solubilize novamente o acetato, por aquecimento, e resfrie sem agitação. Com um bastão de vidro atrite as paredes internas do tubo de ensaio e observe o que ocorre. Verifique a solubilidade deste sal no handbook. III.3. Calor de dissolução Em um tubo de ensaio com ≅ 1 mL de água adicione 1 a 2 gotas de ácido sulfúrico concentrado (H2SO4 18,0 mol L-1; ATENÇÃO: CUIDADO!). Ocorre aquecimento ou resfriamento da solução? Este processo é exo- ou endotérmico? Em um tubo de ensaio com ≅ 1,0 mL de água adicione alguns cristais de cloreto de amônio, NH4Cl. Verifique o efeito térmico que ocorre. Quando se dissolve um sólido em um líquido se tem dois efeitos atuando: a) rompimento das forças eletrostáticas do retículo cristalino (Energia do Retículo Cristalino - ERC), que é um processo endotérmico, b) formação de ligações através da solvatação do soluto (Energia de Solvatação-ES), que é um processo exotérmico. O calor de dissolução é a resultante destes dois efeitos. III.4. Influência da temperatura na solubilidade Verifique no handbook a solubilidade dos sais. 15 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia)Em um tubo de ensaio com ≅ 1,0 mL de água adicione 1,5 g de nitrato de potássio, KNO3. Dissolva todo o sal por aquecimento e deixe a solução esfriar. Quando a solução estiver fria observe e justifique o que ocorreu. Aquecer, no tubo de ensaio, ≅ 1,0 mL de solução saturada de acetato de cálcio, Ca(CH3COO)2. OBSERVE o que ocorre. Esfrie o tubo de ensaio e observe novamente. III.5. Líquidos miscíveis e imiscíveis Em um tubo de ensaio misturar 0,5 mL de água com 0,5 mL de etanol. Ocorre separação de fases? Em um tubo de ensaio misturar ≅ 1,0 mL de água com 0,5 mL de éter de petróleo. Observe! Em um tubo de ensaio colocar 1,0 a 2,0 mL de solução aquosa de bromo (CUIDADO!). Adicionar 0,5 mL de éter de petróleo e agitar. Verifique a cor da fase orgânica e explicar o ocorrido. Em um tubo de ensaio colocar 2,0 a 3,0 mL de solução aquosa de iodo e agitar com 1,0 mL de éter de petróleo. Verifique a cor do solvente orgânico e explicar o ocorrido. ATENÇÃO! PREPARAR O GRÁFICO DA TABELA 1 (PRÁTICA 3) PARA A PRÓXIMA AULA! IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 16 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 3: CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA I. INTRODUÇÃO A cristalização fracionada é um processo de separação de misturas, onde as substâncias misturadas são sólidas. O método está baseado em diferenças de solubilidade. Se duas ou mais substâncias são dissolvidas em um solvente, elas irão cristalizar na solução precipitando-se a diferentes velocidades. A cristalização pode ser induzida por mudanças na concentração, temperaturas, etc. Esta técnica é usada frequentemente para obter substâncias sólidas puras (como por exemplo, nas salinas para obtenção de sais a partir de água do mar) ou para recuperar produtos comercializáveis ou utilizáveis em outros processos industriais. Com dados apresentados na Tabela 1 construir o gráfico das curvas de solubilidade (mol L-1 x Temperatura) do KNO3, NaNO3, KCl, e NaCl (todas em um único gráfico), elaborado (ou não) no computador. Tabela1: Solubilidade de alguns sais em mol L-1. Os compostos nitrato de sódio, NaNO3, e cloreto de potássio, KCl, dissolvem- se em água formando soluções de seus íons. Quando estas soluções são misturadas, têm-se quatro íons. Escreva as quatro equações iônicas mostrando todas as possibilidades de associação destes íons. Com base no gráfico de solubilidade responda as questões: Qual o composto mais solúvel a temperatura ambiente (20 oC) ? 17 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Qual o composto menos solúvel a 100 oC ? A que temperatura KNO3 e NaCl têm a mesma solubilidade molar? II. OBJETIVOS A partir das solubilidades diferentes dos compostos podemos preparar substâncias diferentes. III. PARTE EXPERIMENTAL Em um becher de 100 mL colocar 8,5 g de NaNO3, 7,5 g de KCl e 25 mL de água. Agitar a mistura até solubilização total, aquecendo ligeiramente caso necessário. O volume final deverá ser de 33,3 mL (determinado experimentalmente). Calcular a molaridade dos quatro íons: Na+, K+, NO3- e Cl-. Resfriar a solução até 10oC, colocando o becher em banho de gelo e água. Quando cessar a cristalização, filtrar rapidamente a solução gelada. Secar os cristais em papel de filtro e observar ao microscópio seu aspecto característico. Qual a forma destes cristais? De acordo com o gráfico de solubilidade qual o composto cristalizado? Evaporar o filtrado até cerca de metade do volume original, filtrar rapidamente, à quente, recolhendo o filtrado em um becher. Secar os cristais em papel de filtro e observar seu aspecto, comparando com os cristais obtidos anteriormente. Qual o composto obtido neste segundo procedimento? ATENÇÃO: Recolha os sólidos em frascos separados para posterior purificação. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 18 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 4: ESPECTROFOTOMETRIA I. FUNDAMENTOS TEÓRICOS I.1. Radiação Eletromagnética – Propriedades e Características Uma radiação eletromagnética como a luz visível, os raios ultravioleta, os raios X ou os raios infravermelho pode ser descrita: a) Como uma onda constituída por um componente vetor elétrico e por um componente vetor magnético ou b) Como uma séria de pacotes discretos de energia (fótons). No primeiro caso pode-se aplicar à radiação os parâmetros característicos de um movimento ondulatório (comprimento de onda, frequência e número de onda). As duas abordagens, ondulatória e corpuscular, se relacionam pela teoria de Planck que associa a um fóton uma determinada energia (E) que é diretamente proporcional à frequência da radiação. Embora qualquer radiação seja constituída pelos dois componentes, que se propagam em planos perpendiculares entre si, considera-se que apenas o componente elétrico interage com a matéria, e somente ele será considerado no estudo do comportamento ondulatório da radiação. 19 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Comprimento de onda (λ) – é a distância linear entre dois máximo. Ordinariamente as unidades usadas para o comprimento de onda de uma radiação eletromagnética são: Å (angstrom) = 10-8 cm µ (micron) = 10-4 cm nm (nanômetro) = 10-7 cm 1 nm = 10-3 µ m = 10 Å Frequência (v) – é o número de ondas completas (ciclos) que passam por um dado ponto por segundo e sua unidade é s-1. A velocidade de propagação da luz no vácuo (c) é sempre a mesma, independentemente da frequência da radiação, e é igual a 2,93 x 1010 cm/s. Velocidade, frequência e comprimento de onda se relacionam pela expressão: VELOCIDADE = FREQUÊNCIA X COMPRIMENTO DE ONDA c = v x λ (1) Número de onda (λ-1) – é o número de ciclos (ondas) por cm. Como o comprimento de onda pode ser expresso por cm/ciclo, o inverso de λ (expresso em ciclos/cm) representará o número de onda e sua unidade é cm-1. I.2. Teoria de Panck e Espectro Eletromagnético A distribuição das radiações eletromagnéticas existentes na natureza pela ordem dos seus comprimentos de onda ou números de onda constitui o espectro eletromagnético. E = h x v (2) em que h é a constante de Planck = 6,62 x 10-27 erg.s. Combinando (1) e (2) temos: E = hv = ℎ𝑐 𝜆 = hc λ-1 20 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Assim, a energia de cada fóton é proporcional à frequência e ao número de onda e inversamente proporcional ao comprimento de onda. A consequência imediata da relação acima é que um fóton de alta frequência (pequeno λ) tem sempre um conteúdo energético maior que um de baixa frequência. Uma versão resumida do espectro eletromagnético pode ser visto abaixo. I.3. Interação da Radiação Eletromagnética com a Matéria Quando uma radiação eletromagnética incide em um meio material, se os fótons da radiação têm a energia adequada, a energia associada a esta radiação pode ser absorvida pelas moléculas das substâncias que compõem o meio, provocando modificações, que vão desde transições eletrônicas a alterações vibracionais ou rotacionais ou até combinações destas. 21 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Como os níveis de energia associados às diversas camadas de elétrons são bem definidos (isto é, quantizados), para uma dada molécula somente radiaçõescontendo aquelas determinadas quantidades de energia poderão interagir com os seus átomos constituintes, ou seja, somente determinados comprimentos de onda serão absorvida pela molécula (absorção seletiva). Substâncias com ligações simples (saturadas) somente se excitam com altas energias, isto é, em λ menores em geral abaixo do UV distante (10-200 µm). Ligações duplas absorvem em λ maiores; havendo ligações conjugadas os λ aumentam ainda mais. O β-caroneto, por exemplo, com 11 duplas ligações conjugadas absorve no visível na região 420 – 480 nm, enquanto o etileno absorve a ± 200 nm (UV próximo). Se a radiação incidente pertencer à faixa do visível (um feixe da luz branca, por exemplo) e o meio material for uma solução, parte dos comprimentos de onda que compõe esta radiação poderá interagir com as moléculas do soluto e o feixe que emerge do recipiente terá sua composição espectral alterada. Neste caso a solução será colorida e a sua cor é determinada pelos comprimentos de onda não absorvidos (radiação transmitida). Quando um objeto é de cor branca é que todos os comprimentos de onda são refletidos; se é negro é que praticamente todos os λ são 22 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) absorvidos. Se uma solução absorve na faixa 435 – 480 nm, que corresponde a radiação azul a sensação visual do amarelo alaranjado será dada pelo conjunto de todos os outros componentes da luz branca que não foram absorvidos. II. FILTROS Alguns instrumentos de medida fotométrica fazem uso de filtros óticos, com o objetivo de fazer com que as bandas de transmissão se tornem mais estreitas, e se aproximem da luz monocromática (composta por um único comprimento de onda). O filtro é selecionado de acordo com o máximo de transmissão do λ de interesse: se examinarmos uma solução azul (o amarelo é absorvida), devemos selecionar o filtro amarelo. A cor da solução sob investigação, portando deve ser complementar à cor do filtro. É possível organizar uma tabela com as cores de cada um dos intervalos de radiação da faixa do visível e as suas respectivas cores complementares. 23 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) III. TEORIA DA PRÁTICA Na bioquímica, as regiões de interesse são aquelas que compreendem os λs do visível, onde absorvem as substâncias coloridas, e no UV, onde absorvem as proteínas e os ácidos nucléicos. As proteínas, por exemplo, absorvem fortemente a 280 nm devido a seu conteúdo em tirosina e triptofano, o que permite avaliá-las por espectrofotometria, que é um ensaio sensível e não destrutivo. Elas também absorvem a 220 nm devido as suas ligações peptídicas. As bases componentes dos ácidos nucléicos tem máximo de absorção a 260 nm. A absorção seletiva da radiação por muitas substancias é utilizada para a sua determinação quantitativa. Essa é a base das dosagens colorimétricas e espectrofotométricas. A intensidade da radiação transmitida por uma solução amostra pode ser medida (por comparação com uma solução de referência) em um espectrofotômetro, cujos principais componentes encontram-se no esquema abaixo: III.1. Espectrofotômetro IMAGEM DO ESPECTROFOTÔMETRO 24 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Uma fonte luminosa emite luz de amplo espectro e passa por um monocromador (lente, prisma e filtro) que seleciona e transmite luz de um determinado comprimento de onda. A luz monocromática de intensidade Io incide e atravessa a solução de amostra contida em uma cubeta de caminho ótico I e é absorvida na proporção da concentração da espécie absorvente. A luz transmitida de intensidade I é, então, captada por um detector (Fonte: infoescola). Fontes Luminosas – uma fonte ideal de radiação deve emitir um espectro contínuo, uniforme e de intensidade adequada em toda a faixa de λs de interesse. A lâmpada de tungstênio, utilizada na faixa do visível, produz uma parte de energia radiante abaixo de 360 nm, portanto em medidas de 360-400 nm deve-se usar um filtro azul. A fonte para a região do UV deve ser a lâmpada de Deutério ou Hidrogênio. Monocromador – São dispositivos utilizados na resolução da radiação emitida pela fonte em seus vários λs. Pode-se selecionar o comprimento de onda ou a faixa de comprimentos de onda que incide sobre a solução usando-se um prisma, uma rede de difração ou um filtro ótico (vidro colorido). Se for um filtro ótico, que é mais simples, e deixa passar faixas de comprimentos de onda, o aparelho é comumente denominado colorímetro fotoelétrico e é de uso limitado à região do visível. Se for um prisma, o poder de resolução é maior, e o aparelho será chamado espectrofotômetro (utilizado tanto na região do visível quanto na de ultravioleta). A posição do prisma (ou a cor do filtro, no caso do colorímetro) determina quais os comprimentos de onda do feixe de radiação que incidem sobre a solução de referência (chamado BRANCO) ou sobre a solução amostra. Cubetas – Uma vez selecionado o λ no qual se deseja fazer a análise, essa radiação específica atravessará o recipiente que contém a amostra (cubeta). As cubetas de vidro são mais baratas do que as de quartzo e por isto devem ser usadas sempre que possível. No entanto, o vidro absorve radiação na região do UV e tem sua utilização limitada para a faixa de 360 nm a 800 nm, enquanto as cubetas de quartzo podem ser usadas de 200 a 800 nm. 25 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Detector – É o dispositivo que tem a capacidade de transformar a energia luminosa recebida em sinal elétrico. A radiação transmitida (I) alcança uma célula fotoelétrica, produzindo uma corrente proporcional à sua intensidade. Este sinal é medido por um galvanômetro ou potenciômetro. III.2. Medidas de intensidade da radiação transmitida – Absorbância e Transmitância Utiliza-se em espectrofotometria uma quantidade denominada Absorbância (Abs), relacionada à intensidade de radiação absorvida pela solução e que é denominada pela relação: Abs = log 𝐼𝑜 𝐼 , sendo 𝐼𝑜 𝐼 denominada Transmitância (T), segue-se que: Abs = log 1 𝑇 ou Abs = -log T Nota-se que quando I = IO (isto é, quando amostra e referência não diferem com relação à presença de substância responsável pela absorção, ou, como é mais comum, quando a solução amostra não contem substância absorvente), então: Abs=0. A intensidade da radiação absorvida está sendo medida não diretamente, mas em função da radiação incidente e da radiação transmitida, que são mensuráveis através das correntes por elas geradas na fotocélula. Obs: Era de uso, há alguns anos, denominar log 𝐼0 𝐼 como densidade ótica (DO), expressão ainda encontrada em publicações modernas, embora o recomendado pelas normas internacionais seja Absorbância. III.3. Varredura de Espectro 26 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Muitos experimentos em bioquímica envolvem a medida de um composto ou grupos de compostos presente uma mistura complexa. Para que se possa ter uma noção do comportamento de determinada amostra, deve-se medir a sua Absorbância em diversos λs. A este procedimento chama-se “varredura”. Grafando-se a sua intensidade de radiação absorvida por uma substância em casa λ ter-se-á o espectro de absorção da substância. Este poderá variar de acordo com as condições de determinação (pH, T, natureza do solvente, entre outros).Desde que esta variação cause alteração na disposição eletrônica da molécula. O espectro da absorção de uma substância pode ser comparado com o de padrões, fornecendo dados para uma análise qualitativa, já que cada substância tem um comportamento diferente frente à mesma radiação. O espectro de absorção possibilita que se determine o melhor λ para avaliação de uma substância. Esse λ se caracteriza pela maior absorção, pela maior sensibilidade de detecção e pela obediência à Lei de Lambert-Beer. Por exemplo, a dosagem de proteínas pelo método do Biureto, como mostrado no gráfico a seguir, o λ é 550 nm. Entretanto, nem sempre é possível trabalhar em condições ideias de λ máximo. No caso da reação do 3,5-dinitrossalicilato (DNS) com glicídeos redutores, tanto o reagente quanto o produto (3-amino, 5-nitrossalicilato), ambos coloridos, absorvem na mesma faixa de λ e não se observa um pico de absorção na região do visível. Além disso, como a absorção do branco de reação é muito elevada, a escolha do λ ideal recai sobre um λ que permita minimizá-la, igual a 540 nm. 27 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) III.4. Lei de Lambert-Beer – Relação entra a Absorbância de uma solução e a concentração da substância responsável pela absorção Seja a seguinte situação experimental: Considera-se 3 soluções de uma substância qualquer, de concentrações 1 mg/mL, 2 mg/mL e 3 mg/mL, mantidas em recipientes de dimensões idênticas. Sobre cada uma delas se faz incidir um feixe de radiação monocromática de intensidade 1, de λ absorvido pela substância. Mede-se em cada uma a intensidade de radiação transmitida. Os resultados experimentais foram (para Io = 1). Concentração (mg/mL) I (radiação transmitida) 0 1 1 0,80 (= 1 x 0,81) 2 0,64 (= 1 x 0,82) 3 0,512 (= 1 x 0,83) Para cada unidade de concentração a mais, a fração (f ) transmitida da radiação incidente é a mesma (no caso, 80% ou 0,8). 28 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Como se obtém resultados desta mesma ordem com substâncias diferentes para várias faixas de concentração e em diversos comprimentos de onda, podemos generalizar: A radiação transmitida é uma função exponencial da concentração I = Io x f c em que f <1 𝐼 𝐼𝑜 = f c log 𝐼 𝐼𝑜 = c log f mas log f = - k (porque f <1) Então, 𝐼 𝐼𝑜 = 10-kc ou log 𝐼 𝐼𝑜 = -kc ou log 𝐼 𝐼𝑜 = kc (a) Expressões do mesmo tipo podem ser obtidas se variarmos a distância percorrida pelo feixe incidente através da solução (caminho ótico). Se mantivermos fixa a concentração da solução e medirmos a intensidade da radiação transmitida para diferentes distâncias percorridas (l) chegaremos a: I = Io x 10 -k’l e log 𝐼𝑜 𝐼 = k’l (b) A radiação transmitida é também função do caminho ótico. As duas expressões (a) e (b) podem ser combinadas em uma única: log 𝐼𝑜 𝐼 =k x c x l ou A = kcl A Absorbância de uma solução é proporcional à concentração da solução e à distância percorrida pelo feixe luminoso através da solução. Esta é a lei de Lambert-Beer. A constante k é o coeficiente de extinção, absorção ou absortividade e corresponde à Absorbância de uma solução de concentração unitária, por unidade de distância percorrida. O coeficiente de extinção mola (ɛ) é a Absorbância fornecida por uma solução 1 mol/L em um caminho ótico de 1 cm. Sua notação é 𝐸1𝑐𝑚 1𝑚𝑜𝑙/𝐿 . 29 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) No entanto, o PM de alguns compostos como proteínas e ácidos nucleicos em uma mistura não são facilmente disponíveis e, nestes casos, utiliza-se o coeficiente de extinção especifico. Este é a Abs. de uma solução 10 g/L (1%) do composto em um caminho ótico de 1 cm. Sua notação é 𝐸1 𝑐𝑚 1% . A absortividade varia com o comprimento de onda, com a natureza do soluto e do solvente e com as condições do meio (pH, T, dentro outros). III.5. Medidas experimentais Transmitância e Absorbância são lidas usualmente em escalas duplas nos aparelhos de medida. Em geral a transmitância é lida em percentagem (I/Io x 100) em uma escala linear de zero a 100% e a Absorbância é lida em escala logarítmica o que dá apreciável imprecisão de leitura à proporção que Abs aumenta. Em alguns aparelhos a escala de Absorbância é linear, o que facilita muito a leitura. Entretanto, nem sempre os instrumentos fotoelétricos asseguram uma medida experimental precisa. As faixas de maior confiabilidade de leitura serão mais ou menos amplas dependendo da sensibilidade dos detectores de cada aparelho. A faixa de Abs 0,2 a 0,7 deve ser preferencialmente utilizada porque apresenta um erro relativo máximo por volta de 3% (para leitura nestes limites) nos aparelhos de uso corrente. Fora destes limites o erro experimental tende a crescer. III.6. Calibração do Aparelho A escala do aparelho é calibrada entre o zero mecânico (sem luz, equivalente à absorção total) e T = 100% com o branco da análise. Deve-se sempre limpar o exterior da cubeta com papel absorvente e antes de proceder a medida, não manuseá-las nas faces óticas. 30 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Para medidas muito precisas as cubetas devem ser testadas com água destilada uma contra as outras, para evitar pequenas alterações nas propriedade óticas. Na varredura do espectro de absorção devemos em cada λ usar o branco “solvente” para calibrar a T = 100% pois as fontes podem emitir, nos vários λs, diferentes Io como também a célula fotoelétrica pode responder diferentemente nos vários λs. O uso do branco corrige isto, forçando que com o solvente puro independentemente do Io e da resposta da célula fotoelétrica, obtenha-se 100% de T. III.7. Soluções Referência – Brancos A Absorbância é uma propriedade extensiva, isto é, se em uma solução mais de uma substância absorver em um determinado comprimento de onda, a Absorbância da solução será igual a soma das Absorbâncias das substâncias presentes. Ou seja, as absorbâncias são aditivas. Uma das aplicações deste fato é a possibilidade de se descontar da Absorbância total de uma mistura, as Absorbâncias de todas as espécies químicas que não estejam sendo objeto de dosagem, quais sejam, o solvente e os reagentes eventualmente utilizados. Esta solução de referência (que contém todas as espécies químicas menos a substancia a ser dosada) é chamada de BRANCO. Na prática, tanto se pode descontar da Absorbância total a do branco lido contra a água destilada, como calibrar o aparelho com o mesmo de forma que sua Abs corresponda a Absorbância zero (ou 100% de transmitância). Existem aparelhos, chamados duais ou duplo feixe, em que o feixe de luz é dividido de forma que uma fração passa através da amostra e outra através do branco. Neste caso a calibração é feita ajustando-se T = 100% com os dois compartimentos contendo a solução de referência. III.8. Curva Padrão Se uma radiação monocromática passa através de uma substância em solução, sua Absorbância é determinada por A = ƹ x I x c, e é possível então construir uma reta variando-se c e lendo-se as respectivas Absorbâncias. Esta reta deve 31 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) passar obrigatoriamente pela origem. O gráfico resultante constitui uma curva padrão ou curva de referência que permite determinar qual a concentração de uma substância em uma soluçãoproblema. Na prática, pode-se trabalhar com faixas espectrais mais largas que uma radiação monocromática, como nos colorímetros que usam filtros óticos. A Lei Lambert-Beer ainda é obedecida mas a absortividade assim determinada é uma “media” dos valores reais das absortividades nos diversos comprimentos de onda da faixa incidentes, o que não impede a utilização eficiente de colorímetros. A vantagem do uso de espectrofotômetros, que utilizam outros dispositivos monocromadores é a minimização da interferência de substancias que absorvem em comprimentos de onda relativamente próximos aos picos de absorção das espécies químicas que são objeto do procedimento analítico III.9. Amostras Turvas A determinação da absorbância de amostrar turvas fornece valores elevados pois parte da luz é espalhada e não atinge o fototubo. A turbidez das amostras, aparentemente límpidas a olho nu, interfere na leitura de absorbância, especialmente na região do UV. Este espalhamento, indesejável em alguns casos, 32 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) pode ser utilizado na determinação da taxa de crescimento de uma cultura microbiana líquida. III.10. Desvio da Lei de Lambert-Beer Nem sempre a Absorbância varia linearmente com a concentração. Desvios de Lei de Lambert-Beer ocorrem comumente quando não se utiliza monocromática e quando a solução está extremamente diluída ou concentrada. Efeitos como associações, ionizações, dissociações ou solvatação podem levar a uma diferente distribuição eletrônica e a consequente variação da energia passível de ser absorvida pela molécula. Isto corresponde a um deslocamento do pico de absorção da substância. O λ utilizado deve ser o de máxima absorção da solução, pois é nele que se tem a maior sensibilidade da medida. No entanto, se alguma substância interfere absorve também neste λmax, deve-se procurar, através do uso de um espectro diferencial, o λ mais adequado para uma maior sensibilidade da medida. Por esta razão é importante que ao se construir uma curva padrão sejam estabelecidos os limites em que haja a proporcionalidade entre incrementos de concentração e incrementos de Absorbância, isto é, que a lei de Lambert-Beer seja obedecida. Também a determinação da Absorbância de uma solução de concentração desconhecida deve estar na faixa em que há linearidade. Caso contrário a solução deve ser convenientemente diluída. 33 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) III.11. Cálculo da concentração de soluções-problema a partir de dados de Absorbância ou Transmitância → A partir das expressões: A = ƹ x I x c T = 10 – ƹ x l x c Pode-se grafar a variação de Abs e T versus c. É claro que uma concentração desconhecida pode ser determinada pela utilização direta do gráfico de Abs ou de T desde que se possua uma curva padrão em qualquer das duas escalas. Teremos então: AD = ƹ x I x cD AP = ƹ x I x cP em que D e P se referem às soluções desconhecidas e padrão. Como ƹ e I são iguais para as duas determinações: AD 𝐴𝑃 = 𝐶𝐷 𝐶𝑃 portanto, CD x AP = AD x CP. Assim, CD = 𝐶𝑃 𝐴𝑃 X AD 𝐶𝑃 𝐴𝑃 é um fator que multiplicado pela Absorbância da solução desconhecida fornece sua concentração. → Quando construímos uma curva padrão o que fazemos é processar simultaneamente várias alíquotas diferentes de uma solução de concentração conhecida determinando as suas Absorbâncias, de tal modo que: 34 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Concentração c1 c2 c3 c4 .... cn Absorbância Abs1 Abs2 Abs3 Abs4 .... Absn Colocando em gráfico: É claro que, teoricamente: 𝐴𝑏𝑠1 𝑐1 = 𝐴𝑏𝑠2 𝑐2 = 𝐴𝑏𝑠3 𝑐3 = .... = 𝐴𝑏𝑠𝑛 𝑐𝑛 = ∆ 𝐴𝑏𝑠 ∆𝑐 Na prática, a dispersão experimental dos pontos faz com que o valor de Abs/c não seja o mesmo nas diversas alíquotas e, ou se traça a melhor reta (visualmente ou pelo método dos mínimos quadrados) ou se determina um coeficiente angular médio. 𝐴𝑏𝑠1+𝐴𝑏𝑠2+𝐴𝑏𝑠3+⋯+𝐴𝑏𝑠𝑛 𝑐1+𝑐2+𝑐3+⋯+𝑐𝑛 = ∑𝐴𝑏𝑠 ∑𝑐 = K Como c/Abs é um fato que multiplicado pela Absorbância fornece a concentração, o inverso de K pode ser considerado um fator de curva, com a mesma finalidade. Este fator é representado por f e teria as dimensões de 35 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) concentração/Absorbância. Como a Absorbância é adimensional (não tem unidade) f é dado em termos de concentração. → Cuidados especiais: 1) Muitas vezes, devido a possíveis variações na preparação dos reagentes ou ao seu envelhecimento, é conveniente processar paralelamente ao ensaio da amostra desconhecida uma solução padrão. 2) Na realidade, para não termos problemas com a reprodutibilidade dos resultados devido às variações no desempenho da aparelhagem ou a dos reagentes deveríamos realizar, simultaneamente com cada determinação da amostra desconhecida, uma nova curva padrão, o que, por razões práticas e em vista do limites de tolerância aceitáveis, normalmente é feito. 3) É essencial preparar os brancos e soluções padrão em duplicatas, para que a construção da curva padrão seja precisa. III.12. Métodos Colorimétricos A grande maioria das biomoléculas quando em solução não é capaz de absorver luz na faixa do visível. Desta forma, para a determinação da concentração destas substâncias por colorimetria, torna-se necessário o uso de artifícios que transformam soluções incolores em solução coloridas. Isto é feito através de reações químicas específicas que levem à formação de um produto colorido que apresente uma relação estequiométrica com a substância cuja concentração se deseja determinar. IV. ROTEIRO DA PRÁTICA: DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DE CORANTES E CONSTRUÇÃO DE CURVA PADRÃO Material: → Solução de azul de bromofenol – 0,01 mg/mL 36 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) → Solução de metilorange – 0,01 mg/mL FONTE: → Espectrofotômetro Objetivo: → Determinar o espectro de absorção de soluções de azul de bromofenol (ABF) e de metilorange (MO). 37 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) → Caracterizar o comprimento de onda onde ocorre absorção máxima. → Determinar o espectro de absorção de uma mistura de ABF e MO. → Construir uma Curva Padrão para cada um dos corantes nos λs adequados. Procedimento: Determinação do Espectro de Absorção → Preparar o material de acordo com o esquema a seguir: Tubo Composição ABF ou MO 5 mL de ABF ou MO 𝐴𝐵𝐹 2 ou 𝑀𝑂 2 2,5 mL ABF ou MO + 2,5 mL H2O ABF + MO 2,5 mL ABF + 2,5 mL MO → Varrer o espectro determinando as Absorbâncias nos comprimentos de onda relacionados na tabela a seguir, calibrando o aparelho à T = 100% (Abs = 0) em cada λ com o Branco, conforme indicado. Abs. em λ (nm) 400 415 445 460 490 520 535 550 580 610 640 MO MO/2 ABF ABF/2 ABF + MO x H2O ABF + MO x MO/2 ABF + MO x ABF/2 → Lançar em gráfico as leituras de Absorbância x comprimento de onda e selecionar os λs adequadospara construção da curva padrão de cada corante. Determinação do Espectro de Absorção 38 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) → Seguir o protocolo abaixo utilizando soluções de ABF ou MO, conforme o caso: TUBO ABF ou MO (mL) H2O (mL) Abs (......nm) Concentração ( ) B - 5,0 1 1,0 4,0 2 2,0 3,0 3 3,0 2,0 4 4,0 1,0 5 5,0 - → Ler as Absorbâncias de cada tubo de λ anteriormente selecionado para cada corante, utilizando o tubo B como branco de ração. → Lançar em gráfico Absorbância x concentração de corante e analisar os resultados obtidos. V. EXERCÍCIOS 1) Calcule as Absorbâncias correspondentes aos seguintes valores de %T. a) 95 b) 88 c) 71 d) 50 e) 17,5 f) 1,0 2) O coeficiente de extinção molar do NADPH.H+ em 340 nm é 6,22 x 10³ M-1 cm-1. Três mL de solução, contendo 0,2 µmol NADPH.H+, foram colocados em uma cubeta de caminho ótico 1,05 cm. Calcule a Abs desta amostra em 340 nm. 39 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) 3) 2,0 mL de uma solução de azul de bromofenol (sol.A) foram diluídos a 5,0 mL com água destilada. Ao se determinar a Absorbância desta solução diluída (sol.B) em 580 nm encontrou-se um valor de 0,4. Qual a concentração da solução A em mg/mL? fABF = 0,1 mg/mL amostra 4) Para determinar a concentração de uma solução de metilorange (solução A) um técnico (inexperiente em laboratório) fez diluições ao acaso, sem raciocinar: a) 0,2 mL da solução A foi diluída a 10,0 mL com água destilada, constituindo esta a solução B. b) 0,5 ml da Solução B foi diluída a 5,0 mL obtendo-se assim a solução C. No espectrofotômetro a Absorbância da solução C a 460 nm foi de 0,7. Determinar as concentrações das solução A, B e C e dar os resultados em mg/mL. fMO = 0,08 mg/mL amostra 5) Um determinado composto apresenta um máximo de absorção em 550 nm. Sabe-se que neste comprimento de onda a Lei de Lambert-Beer é respeitada para concentrações de 0,1 µmol/mL e 3 µmol/mL. Qual a concentração de uma solução deste mesmo composto correspondente a uma Absorbância de 0,75? 6) Uma solução de uma substância colorida de concentração X mg/mL, que obedece à Lei de Lambert-Beer, forneceu uma leitura de 0,35, quando medida em uma cubeta com 1 cm de espessura (d = 1 cm): a) Calcule a Absorbância de uma solução da mesma substância nas concentrações de 2X mg/mL, medida na mesma cubeta. b) Qual deve ser a espessura da cubeta de modo que uma solução de concentração 2X mg/mL dê leitura de Absorbância 0,35? c) Qual deve ser a Absorbância da solução original (concentração X) quando medida em uma cubeta de 0,5 cm de espessura? 7) Tomando 2,0 mL de uma solução A, de concentração X mg% e adicionamos 40 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) 2,0 mL de água destilada, obtendo assim, a solução B. Determinamos o espectro de absorção das solução A e B, e os seguintes valores foram obtidos em relação a λ (nm): λ (nm) 420 460 480 500 520 540 560 580 600 Abs A 0,75 0,80 0,65 0,60 0,20 0,10 0,20 0,40 0,20 Abs B 0,40 0,45 0,35 0,30 0,10 0,05 0,10 0,20 0,10 a) Quantos picos de absorção foram observados? b) São estes os λ mais indicados para avaliação de concentração? c) Qual(is) o(s) λ (s) que você escolheria para determinar a concentração de X/5 mg%. d) Qual o λ que você escolheria para determinar a concentração de uma solução 2X mg%. Com dados apresentados na Tabela 41 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 5: INTRODUÇÃO À ACIDEZ E BASICIDADE, ESCALA DE PH, PK, SOLUÇÃO TAMPÃO I. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE I.1. Conceito de Ácido e Base Arrhenius, Bronsted-Lowry e Lewis desenvolveram um amplo conceito de ácidos e bases. De acordo com o conceito de Arrhenius (o mais antigo), um ácido é definido como uma substância que produz íons H+ e uma base como aquela que produz íons OH, em solução. Surgiu depois a proposição, feita independentemente por Bronsted e Lowry, que define um ácido como qualquer substância que é capaz de liberar prótons (íons H+) em solução e uma base como qualquer substância que se combina com prótons, removendo-os da solução; esta é a definição mais usual de ácidos e bases para trabalhos biológicos. Finalmente temos a proposição conhecida como teoria de Lewis que considera como ácida a substância receptora de um par de elétrons e como base a doadora de um par de elétrons. As substâncias que podem atuar tanto como ácido e como base são ditar anfotéricas. I.2. Eletrólitos Fortes e Fracos: Equação de Henderson-Hasselbach Dentre os ácidos e bases podemos distinguir os fracos e fortes, de acordo com a capacidade de ionização quando em solução aquosa. Eletrólitos fortes – aqueles que se ionizam completamente em solução Eletrólitos fracos – aqueles que se ionizam parcialmente em solução A equação seguinte mostra a relação entre um ácido fraco não dissociado e seus íons: 42 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) HA → H+ + A- ácido fraco base conjugada (não dissociado) Aplicando a lei de ação das massas, teremos: Ka = [𝐻+][𝐴−] [𝐻𝐴] (1) Onde: Ka = constante de dissociação do ácido H+ = íon hidrogênio A- = base conjugada HA = ácido não dissociado [ ] = concentração em mol/L Quanto maior o Ka, maior será a [H+] liberado por mol de ácido em solução e logo mais forte o ácido; assim, o Ka apresente a medida da força de um ácido. Rearranjando a equação (1): 1 [𝐻+] = 1 𝐾𝑎 x [𝐴− ] [𝐻𝐴] (2) Tomando o logaritmo dos dois membros, teremos que: log 1 [𝐻+] = log 1 𝐾𝑎 + log [𝐴−] [𝐻𝐴] (3) Sabe-se que em log 1 [𝐻+] é igual a pH; da mesma maneira podemos dizer que log 1 𝐾𝑎 = pKa. Substituindo-se em (3), teremos: pH = pKa + log [𝐴−] [𝐻𝐴] (4) Esta equação é conhecida como equação de Henderson-Hasselbach. 43 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) O pKa é constante para uma certa temperatura e é uma característica de cada ácida orgânico ou inorgânico. A equação mostra que o pH de qualquer solução aquosa que contenha uma quantidade significativa de um ácido fraco, dependerá da proporção (e não da quantidade absoluta) das formas dissociadas e não dissociadas do ácido e do pKa deste mesmo ácido; qualquer fator que resulte na variação de pH do meio também modificará, logaritmicamente, a proporção das formas dissociadas e não dissociadas. A concentração total do ácido fraco não-dissociado [HA] é maior do que a concentração total da forma dissociada [A-]; sendo que a concentração de HA se torna ainda maior pela adição à solução de um sal deste mesmo ácido, pois o sal, muito dissociado, aumenta bastante a concentração de A- (efeito do íon comum) diminuindo ainda mais a dissociação de HA. Deste modo podemos, numa mistura de sal e ácido fraco, com erro muito pequeno, substituir o termo [HA] pela concentração total do ácido. Da mesma maneira, a concentração de [A-] proveniente da dissociação do ácido fraco HA é muito pequena em relação à vinda do sal, podendo- se substituir [A-] pela concentração de sal. Daí a equação(4) pode ser expressa como: pH = pKa + log [𝑠𝑎𝑙] [á𝑐𝑖𝑑𝑜] (5) II. NEUTRALIZAÇÃO DE UM ÁCIDO FRACO POR UMA BASE FORTE – CURVA DE TITULAÇÃO Um ácido fraco HA (ácido lático, por exemplo) ou uma base fraca (NH4+, por exemplo) ao ser titulado por uma base forte (como NaOH) se comporta de acordo com a curva a seguir, ao se colocar o pH da solução na abscissa e a quantidade de base adicionada (equivalentes) na ordenada. 44 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) III. TAMPÕES A capacidade que uma solução tem em não permitir variações acentuadas de pH, apesar da adição de ácido ou base, chama-se AÇÃO TAMPÃO e as substâncias cuja presença na solução são responsáveis por este efeito são conhecidas como TAMPÕES. Em geral, os melhores tampões são constituídos de um ácido (ou base) fraco(a) e seu respectivo sal. Quando a [A-] = [HA], ou seja, 50% do ácido estiver dissociado, teremos segundo a equação de Henderson- Hasselbach: pH = pKa + log 50 50 = pKa + log 1 pH = pKA O efeito tamponante de uma mistura é mais eficiente dentro dos limites de uma unidade de pH acima e abaixo do valor de pKa, ou seja, variando-se a proporção de sal / ácido na mistura, desde 10:1 até 1:10. É nesta região do pK que se tem a chamada ZONA DE TAMPONAMENTO de uma determinada solução. Na curva de titulação apresentada para o ácido lático, esta zona corresponde à região intermediária, onde se nota nitidamente pequenas variações de pH ao se adicionar base. Todas as considerações feitas para ácidos podem ser estendidas, analogamente, para bases fracas. Sistemas tampões são de grande importância na regulação do pH dos fluidos e tecidos dos organismos vivos dentro de limites 45 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) consistentes com a vida e função normal, fazendo parte dos mecanismos homeostáticos pelos quais a neutralidade dos líquidos do organismo é regulada. No plasma, o tampão mais importante é o sistema bicarbonato-ácido carbônico, cuja eficiência é devida ao HCO3- que está presente em alta concentração. H2CO3 → HCO3- + H+ pKa = 6,1 O sistema bicarbonato-ácido carbônico participa no tamponamento contra ácidos e bases. NaHCO3 + HCl → H2CO3 + NaCl H2O CO2 (pode ser removido pelos pulmões) H2CO3 + NaOH → NaHCO3 + H20 Outro sistema tampão também importante no sangue é o da hemoglobina que tampona o CO2 (como o ácido carbônico), produzido durante os processos metabólicos. A hemoglobina (Hb) está presente no sangue como uma mistura de formas oxigenada e não oxigenada. A proporção de cada uma é função da pressão parcial do O2. 46 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Hb + O2 → HbO2 Hemoglobina oxihemoglobina Por outro lado, um dos grupos ionizáveis de um amino ácido desta proteína – a His – (pKImidazol = 6,0) desempenha um papel importante na manutenção do pH do sangue. Assim: Hb + H+ → HHb Hemoglobina hemoglobina reduzida Há, portanto, quatro formas de hemoglobina presentes e a proporção de cada uma é uma função do oxigênio e do pH do sangue (Hb; HHb; HbO2; HHbO2). Os tecidos, em geral, contribuem para uma maior proporção de HHb enquanto que os pulmões para a maior proporção da forma HbO2. De uma forma sucinta, o esquema abaixo mostra como funciona o equilíbrio entre as formas oxigenada e desoxigenada da hemoglobina. Um dos mecanismos que explica esse poder é o da aceitação de íons H+ pela Histidina (teor elevado) na molécula de hemoglobina, com liberação de O2. Ou HbO2- + H2CO3 → HHb + O2 + HCO3- 47 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Os tampões também são largamente usados em laboratórios, pois permitem o preparo de soluções de pH conhecido, servindo para controlar o pH de meios de cultura de micro-organismos e tecidos. Além disso, muitas reações químicas, incluindo aquelas catalisadas por enzimas, requerem controle de pH, que é dado por soluções apropriadamente tamponadas. Tendo sido evidenciada a importância do pH, a sua determinação é necessária, sendo uma das operações mais comuns em laboratórios de Bioquímica. Esta determinação pode ser feita através do uso de indicadores (método colorimétrico), ou medindo-se diretamente em aparelhos especiais denominados potenciômetros (método eletrométrico). Método colorimétrico pelo uso de indicadores Indicadores são, em geral, ácidos orgânicos fracos (ou bases) que mudam de acordo com a variação do pH do meio. Muitos deles são usados como indicadores do final de titulação de ácidos e bases, enquanto outros servem para a determinação do pH de soluções. Os princípios aplicados para solução de ácidos (ou bases) fracos são também utilizados por indicadores. No caso de um indicador que se comporta como um ácido fraco (HIn), tem-se a seguinte equação de equilíbrio: HIn → H+ + In- (cor 1) (cor 2) As moléculas não dissociadas (HIn) apresentam uma determinada cor, diferente da de seus íons. A introdução de uma carga positiva ou negativa provoca o rearranjo de duplas ligações conjugadas, traduzindo-se em modificações de cor. Ao se aplicar a lei de ação das massas à dissociação do indicador, achamos sua constante de equilíbrio (constante de dissociação aparente do indicador), expressa como: K = [𝐻+][𝐼𝑛−] [𝐻𝐼𝑛] 48 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) e de acordo com a equação de Henderson-Hasselbach: pH = pKIn + log [𝐼𝑛−] [𝐻𝐼𝑛] . No caso do indicador azul de bromo timol (ABT), que tem pK = 7,0, as moléculas não dissociadas (forma ácida) são amarelas, enquanto que os ânions (forma de sal ou forma dissociada) são azuis. Se o ABT for adicionado a uma solução cuja pH é 7,0 (igual ao pKIn), de acordo com a equação acima, a concentração da forma dissociada (azul) e não- dissociada (amarela) são iguais, resultando em uma solução de coloração verde. Se o pH for maior que 7,0, a proporção de forma dissociada (azul) será maior que a não-dissociada (amarela), podendo-se atingir um valor de pH em que não se perceba a presença da forma não-dissociada e a solução permaneça com a cor azul. De maneira semelhante, a medida que se diminua o pH e este se distancie de 7,0 a forma não dissociada predominará até o ponto em que não mais se perceba a presença da cor azul (forma dissociada) e a solução exibirá a cor amarela característica. Logo, a intensidade da cor e o tom são determinados pelas concentrações das formas de ácido (indicador não dissociado) e de sal (indicador dissociado) presentes na solução. Existe um grande grupo de indicadores que difere em seus respectivos pKs e que portanto permite medir valores de pH desde 0,5 até 13,0 unidades. Isto quer dizer que cada um tem uma zona definida de pHs dentro da qual qualquer variação é acompanhada de uma mudança de cor; logo, a determinação do pH de uma solução desconhecida, por meio de indicadores, depende de uma solução de indicador cuja zona de transição inclua o pH da solução. Após a seleção do indicador apropriado, a solução desconhecida é tratada com um volume determinado do indicador e a cor obtida é comparada com aquela conseguida quando a mesma quantidade de indicador é adicionada a uma série de soluções padrões de tampão de pHs conhecidos. O pH da solução desconhecida será aquele da solução padrão com aqual coincide em cor. Para efeitos práticos, pode-se utilizar papéis de filtro embebidos em determinado indicador. A aplicação no papel de uma gota da solução cujo pH se quer determinar produz uma coloração que, comparada com uma tabela padrão de cores, permite verificar o pH. 49 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) Existem limitações na determinação colorimétrica do pH, já que os indicadores sofrem interferências de vários agentes, sendo sua maior utilidade realmente na titulação de substâncias. Método eletrométrico pelo uso de potenciômetros O pH de uma solução pode ser determinado com maior precisão por medidas de potenciais de certos eletrodos. Os métodos eletrométricos requerem equipamentos relativamente mais caros, mas permitem medidas mais rápidas e apuradas; eles dependem do uso de eletrodos de vidro e de hidrogênio. O eletrodo de vidro é aplicável a praticamente todas as espécies de soluções, incluindo aquelas contendo fortes agentes oxidantes e redutores; é ideal para uso com fluidos biológicos; é calibrado para leituras de pH sem requerer qualquer cálculo e a precisão do eletrodo de vidro fica a poucos centésimos de uma unidade de pH. A principal limitação dos eletrodos de vidro é ser atacada por soluções fortemente alcalinas e pelo fato de em valores de pH acima de 9,0 certos cátions, especificamente Na+, causarem erros apreciáveis. IV. ROTEIRO DA PRÁTICA MATERIAL: → Azul de bromotimo (ABT) - ____g% → Na2HPO4 / NaH2PO4 – 0,05 M → Espectrofotômetro ou fotocolorímetro 50 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) OBJETIVO: Conceituação de pK. Cálculo de pH pela equação de Henderson-Hasselbach. Determinação de pK de um indicador por colorimetria. PROCEDIMENTOS: SOLUÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Na2HPO4 0,05M 0 1 5 10 20 30 40 45 49 50 NaH2PO4 0,05M 50 49 45 40 30 20 10 5 1 0 → Para os tubos numerados de 1 a 10, pipetar ____ mL das soluções acima correspondentes. → Adicionar a cada tubo ____ mL da solução de indicador azul de bromotimol __ g%. Homogeneizar. → Determinar as Abs dos tubos 2 a 10, utilizando o tubo 1 como branco em 610 nm (λ ideal para ABT dissociado). → Admitindo-se que o indicador esteja totalmente dissociado [In-] no pH da solução relativa ao tubo 10, calcular em função da Abs o percentual de In- nos tubos 2 a 9 (tubo 1 = 0% e tubo 10 =100% de In-). → Lançar em gráfico % In- contra pH (potenciômetro) e calcular o pK do indicador. Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 pH experimental Abs 610 nm % In- 51 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) V. EXERCÍCIOS 1) Em relação à equação de Hendeson-Hasselbach: a. Qual é a sua expressão matemática? b. Qual é a sua principal importância? c. Deduza a equação a partir de HA → H+ + A-, usando Ka = [𝐻+][𝐴−] [𝐻𝐴] , lembrando que o pH = - log[H+]. 2) Em relação a prática realizada: a. Calcular o pH teórico dos tubos 2 a 9 pK H2PO4 = 6,8. b. Por que quando você vai fazer as leituras de absorvância dos tubos você zera o aparelho com o tubo 1 da reação? c. Por que você faz as leituras das absorvâncias no comprimento ideal do tubo 10? 3) Você pode utilizar um aminoácido para fazer uma mistura tampão? Por quê? 4) Qual será o pH teórico de uma solução resultante da adição de 50 mL de NaOH 0,1 M a 200 mL de ácido acético 0,05 M? pKHAC = 4,77 5) Qual será o pH de uma solução que contenha 0,2 g/L de Na2CO3 e 0,2 g/L de NaHCO3? k = 5,6 x 10-11 M PM Na2Co2 = 106 PM NaHCO3 = 84 6) Ácido ɣ-amino butírico tem ponto isoelétrico 7,3. Uma solução de pH 3,24 contém 10% do composto em sua forma zwittteriônica. Calcule os valores de pK do ácido ɣ-amino butírico. 52 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) PRÁTICA 6: EQUILÍBRIO QUÍMICO I. INTRODUÇÃO Quando a concentração de todos os reagentes e produtos, em um sistema fechado, não variam mais com o tempo diz-se que estamos no estado de equilíbrio químico. Nesta condição, as reações direta (formação dos produtos) e reversa (regeneração dos reagentes) acontecem com a mesma velocidade. Diz-se que temos um equilíbrio dinâmico. Para que tenhamos a condição de equilíbrio não pode ocorrer a liberação ou perda de qualquer uma das espécies do sistema. Quando uma Reação Reversível, isto é, aquela que se processa nos dois sentidos, como no exemplo representado abaixo, N2 (g) + 3 H2 (g) ↔ 2 NH3 (g) processa-se em um sistema fechado, depois de algum tempo, característico para cada reação, estabelece-se um Equilíbrio Químico. Isto quer dizer que neste ponto, as velocidades da reação direta (formação de amônia) e da reação inversa (decomposição da amônia formando os gases H2 e N2) são iguais. Outra característica do equilíbrio é que as concentrações de todas as espécies presentes no equilíbrio permanecem constantes (isto não significa que elas sejam iguais). Muitos sistemas encontram-se no estado de equilíbrio. Por exemplo, quando um líquido é armazenado em um frasco fechado, temos o equilíbrio do vapor desta substância com o líquido. No caso das soluções saturadas de um sal, os íons dispersos em solução estão em equilíbrio com o sal sólido, depositado no fundo. A relação entre as concentrações de reagentes e produtos em equilíbrio é dada pela constante de equilíbrio, K, segundo a Lei da ação das massas. Para a reação hipotética a A + b B c C + d D teremos: K = [C]c [D]d/[A]a [B]b Onde A, B, C e D são as espécies químicas e a, b, c e d os respectivos coeficientes estequiométricos e a constante de equilíbrio, K, depende da temperatura. Caso o sistema seja perturbado, reagentes ou produtos devem ser consumidos de forma que a Lei da ação das massas seja obedecida, 53 Química Experimental – Apostila de Aulas Práticas (Biofísica e Biotecnologia) restabelecendo o valor de K. Este princípio é chamado de Princípio de Le Chatelier. Devemos lembrar que a velocidade da reação não determina a concentração das espécies no equilíbrio. A adição de um catalisador também não afeta as concentrações no equilíbrio, apenas este será atingido mais rapidamente. II. OBJETIVOS Estudo dos fatores que influenciam o equilíbrio químico. Estudo dos processos de hidrólise. Aplicação do Princípio de Le Chatelier. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 Fatores que influenciam o equilíbrio químico III.1.1. Temperatura. Em um lugar ventilado, coloque alguns pedaços de fio de cobre em uma garrafa de vidro e adicione com o conta-gotas 1,5 mL de ácido nítrico. Em seguida, tampe a garrafa com a rolha e deixe o gás se formar. Observe a cor desse gás à temperatura ambiente, em banho-maria aquecido e em banho de gelo. Aguarde alguns minutos para que as transformações ocorram. Explique as cores observadas em função da temperatura, considerando o seguinte equilíbrio: N2O4 (g) ↔ 2 N2O (g) ∆H= +57,12 kJ (incolor) (vermelho-tijolo) III.1.2. Efeito do íon comum. a) Em um tubo de ensaio com 0,5 a 1,0 mL de solução saturada de cloreto de sódio adicione 0,5 a 1,0 mL de solução de HCl conc. (12 mol L-1). Observe a precipitação do sal. Explique o ocorrido com base no equilíbrio: NaCl (s) ↔ Na+ (aq) + Cl- (aq) b) Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água destilada adicione 2 a 3 gotas de ácido acético 6,0 mol L-1 e uma gota de solução
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