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O Sistema de Contas Nacionais no Brasil Contabilidade Social - Aula 3 O Sistema de Contas Nacionais no Brasil até 1996 A Fundação Getulio Vargas quem desenvolveu o primeiro sistema de contas nacionais para o Brasil. Seguindo as recomendações do System of National Accounts (SNA 53), em 1956 foram apresentadas as primeiras estimativas das contas nacionais. Até 1986, A FGV foi responsável pelas contas nacionais. Durante esse período o IBGE tratava de calcular a Matriz de Insumo-Produto, um instrumento alternativo. A partir de 1987 o IBGE se torna responsável pelas contas nacionais. O sistema anteriormente possuía 5 contas, passou a ter apenas 4. A conta equivalente à conta do governo passou a ser uma conta complementar. Quadro 3.1 Conta Produto Interno Débito Crédito 1.1 1.2 1.3 Produto Interno Bruto a Custo de Fatores(2.4) 1.1.1Remuneração dos empregados(2.4.1) 1.1.2Excedente operacional Bruto (2.4.2) Tributos Indiretos(2.8) (-) Subsídios(2.9) 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 Consumo final das famílias(2.1) Consumo final das administrações públicas(2.2) FormaçãoBruta de capital fixo(4.1) Variação de estoques(4.2) Exportações de bens e serviços não fatores(3.1) (-) importações de bens e serviços não fatores(3.5) Produto Interno Bruto a preços de Mercado Dispêndiocorrespondente ao Produto Interno Bruto Quadro 3.1– Conta Renda Nacional Disponível Bruta (RDB) Débito Crédito 2.1 2.2 2.3 Consumo final das famílias(1.4) Consumo final das administrações públicas(1.5) Poupança bruta(4.3) 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 Produto Interno Bruto a custo de fatores(1.1) 2.4.1remuneração dos empregados(1.1.1) 2.4.2excedente operacional bruto (1.1.2) Remuneração de empregados líq. recebida do resto do mundo(3.3 – 3.6) Outros rendimentos líq. recebidos do resto do mundo(3.4 – 3.8) Transferências unilateraisliq. Recebidas do resto do mundo(3.4 – 3.8) Tributos indiretos(1.2) (-) subsídios(1.3) Utilização da RDB Apropriação da RDB Quadro 3.3– Conta transações correntes com o resto do mundo Débito Crédito 3.1 3.2 3.3 3.4 Exportações de bens e serviços não fatores(1.8) Remuneração de empregados recebida doresto do mundo(2.5+3.6) Outros rendimentos recebidos do resto do mundo(2.6+3.7) Transferências unilaterais recebidas do resto do mundo(2.7+3.8) 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 Importações de bens e serviços não fatores(1.9) Remuneração de empregados paga ao resto do mundo(3.2– 2.5) Outros rendimentos pagos ao restodo mundo(3.3 – 2.6) Transferências unilaterais pagas ao resto do mundo(3.4 – 2.7) Saldo das transações correntes com o resto do mundo(4.4) Recebimentos correntes Utilização dos recebimentos correntes Quadro 3.4 – Conta de capital Débito Crédito 4.1 4.2 Formação bruta de capital fixo(1.6) 4.1.1Construção 4.1.1.1Administrações públicas 4.1.1.2Empresas e famílias 4.1.2Máquinas e equipamentos 4.1.2.1Administrações públicas 4.1.2.2Empresas e famílias 4.1.3Outros Variaçõesde estoques(1.7) 4.3 4.4 Poupança bruta(2.3) (-) saldo das transações correntes com o resto do mundo(3.9) Total da formaçãode capital bruta (FBK) Financiamento da formação bruta de capital (FBK) Conta PIB Com exceção ao fato de não existir uma conta do governo, as contas são semelhantes às apresentadas anteriormente. A conta Produto Interno Bruto corresponde a conta de produção. A principal diferença é que importações agora aparecem com o sinal negativo no lado do débito. Portanto, no lado do débito temos PIB a preços de mercado Do lado do crédito temos a demanda agregada. Conta PIB O consumo do governo aparece como consumo das administrações públicas. Tem sua contrapartida a débito na conta renda nacional disponível bruta. Excedente operacional compreende lucros aluguéis e juros pagos. Conta RDB Corresponde à conta de apropriação. Apresenta a renda nacional bruta (Poupança bruta ao invés de líquida). Inclui lançamentos do governo. Apresenta a renda a preços de mercado (não a custo de fatores). Apresenta a renda Nacional (e não a Interna), pois inclui o recebimento de rendas do resto do mundo. Conta de transações com o resto do mundo É equivalente a conta setor externo. Mas apresenta apenas um item referente ao saldo da transações correntes com o resto do mundo, no lado do crédito. Se o país “importou” poupança esse item é negativo e vice-versa. A renda líquida enviada ao exterior está subdividida em remuneração de empregados, outros rendimentos e transferências entre o Brasil e o resto do mundo. Conta de Capital Como não existe mais uma conta governo, a poupança não está mais discriminada como privada e do governo, temos apenas poupança bruta. O item resultado do balanço de pagamentos em transações correntes aparece com o nome saldo em transações correntes com o resto do mundo. O (-) significa que o item que faz contrapartida a este esta também no crédito em outra conta. Significa que a poupança externa vem somar a poupança interna. A conta discrimina a participação do setores público e privado. Conta corrente das administrações públicas Quadro3.5 – Conta complementar Conta corrente das administrações públicas Débito Crédito A B C D E Consumo final das administrações públicas a.1Salários e Encargos a.2Outras compras de bens e serviços Subsídios Transferênciasde assistência e previdência Juros da dívida pública Poupança em conta corrente F G H Tributos indiretos Tributos diretos Outras receitas correntes líquidas h.1Outras receitas correntes brutas h.2(-) Outras despesas de transferência h.2.1Trans. Intragovernamentais h.2.2Trans. Intergovernamentais h.2.3Trans. ao setor privado h.2.4Trans. Ao exterior Total da utilização da receita corrente Totalda receita corrente Conta corrente das administrações públicas O consumo do governo aparece subdividido entre salários e encargos e outras compras de bens e serviços. Juros aparecem do lado da utilização As outras receitas líquidas também é fragmentado em vários subitens para evitar dupla contagem. O item Poupança em conta corrente fecha a conta do governo Se for negativo, o governo apresentou déficit Mas a conta não apresenta como esse valor foi financiado. Contas Nacionais no Brasil: o formato atual O sistema de contas nacionais atual é uma adaptação do SNA 1993. As primeiras contas nesse sistema foram apresentadas em 1998, com dados a partir de 1995. O novo sistema de contas uma maior riqueza de informações. Integra dois instrumentos de mensuração distintos: a Tabela de Recursos e Usos e As Contas Econômicas Integradas. Tabela de recursos e usos A estrutura básica está baseada na Matriz Insumo-Produto. A matriz Insumo-Produto consiste numa planilha que apresenta as as transações intersetoriais. Mas também apresenta alguns dos agregados econômicos que apresentamos no sistema básico. Está ligada ao trabalho de Wassily Leontief. Por isto, antes de apresentarmos a Tabela de recursos e usos, temos que conhecer a Matriz de Insumo-Produto. Matriz Insumo-Produto Apresentaremos um exemplo da Matriz para uma economia com apenas 3 setores. Chamaremos de Xij as vendas do setor i para o setor j. Matriz de Insumo-Produto Tabela3.1– Compras e vendas setoriais na economia H no período t ComprasSetoriais Vendas Setoriais Setores Demanda Final Produção Bruta Setores 1 2 3 1 X11 X12 X13 Y1 X1 2 X21 X22 X23 Y2 X2 3 X31 X32 X33 Y3 X3 Valor Adicionado V1 V2 V3 –– –– Produção Bruta X1 X2 X3 –– –– Matriz Insumo-Produto Esta matriz, apresenta de modo desagregado, as informações referentes ao valor bruto da produção, ao valor adicionado, ao consumo intermediário, à demanda intermediária e a demanda final. Todas estas são informações importantes do sistema de contas nacionais. A matriz também é usada para planejamento econômico. A partir da matriz, também podemos encontrar as seguintes relações. X11= “vendas” do setor 1 ao próprio setor 1 X12= vendas do setor 1 ao setor 2 X13= vendas do setor 1 ao setor 3 Y1= demanda final pelos bens produzidos pelo setor 1 X1= X11+ X12+ X13+ Y1(produção bruta ou valor bruto da produção do setor 1) X11= “vendas” do setor 1 ao próprio setor 1 X21= comprasdo setor 1 ao setor 2 X31= compras do setor 1 ao setor 3 V1= valor adicionado pelo setor 1 (produto do setor 1) X1= X11+ X21+ X31+ V1(produção bruta ou valor bruto da produção do setor 1) Valor bruto da produção = X1 + X2 +X3 Produto (valor adicionado) = V1 + V2 +V3 Demanda AgregadaouDispêndioAgregado = Y1 + Y2 +Y3 V1 + V2 + V3 = Y1 + Y2 + Y3 (Produto=Despesa) Matriz de coeficientes técnicos A matriz de Leontief é um instrumento de planejamento que pode ser obtido da matriz de insumo produto. Para encontrar a matriz de Leontief precisamos encontrar a matriz de coeficientes técnicos. Os coeficientes técnicos são a proporção de bens do setor j necessários para produzir uma certa quantidade do bem i. Podem ser obtidos pela seguinte fórmula aij=Xij/Xj Matriz de coeficientes técnicos Tabela 3.2– Matriz de Coeficientes técnicos Setor 1 2 3 1 a11=X11/(X11+X12+X13+Y1) a12 a13 2 a21 a22 a23 3 a31 a32 a33 Matriz de Leontief Matriz de Leontief Problemas Implícitamente, esta matriz assume que os coeficientes de produção são constantes. Ou seja, que não há substituição entre os insumos. Caso isso não for verdade, a matriz só indicará uma maneira factível de atender a demanda. Também é muito complicado calcular a matriz de insumo-produto com um alto grau de desagregação. Tabela de Recursos e Usos A Tabela de Recursos e Usos (TRU) do sistema de contas brasileiro conforma um conjunto de 6 matrizes dispostas como no diagrama abaixo. Tabela de Recursos e Usos Tabelas de Recursos e Usos (TRU) Tabelas deRECURSOSde Bens e Serviços A A1 A2 Tabelas deUSOSde Bens e Serviços B1 B2 C A – matriz de Oferta A1 – matriz de Produção A2 – matriz de Importação B1 – matriz de Consumo Intemediário B2 – matriz de Demanda Final C – matriz de Componentes do Valor Adicionado Tabela de recursos e usos De onde podemos estabelecer as seguintes relações A = A1 + A2 (i) A = B1 + B2 (ii) C = A1 – B1 (iii) A primeira relação (i) indica que, para cada setor, a oferta total da economia é igual à produção interna mais importação. A segunda relação (ii) vem da igualdade entre oferta e demanda. Tabela de recursos e usos Esta relação mostra que a demanda total é a soma da demanda por bens intermediários e a demanda por bens finais. As matrizes B1 e B2 formam uma matriz de insumo produto. Com a diferença que a demanda final aparece discriminada. A terceira relação (iii) mostra que pode-se chegar ao valor adicionado de cada setor (e da economia) deduzindo do valor da produção o consumo intermediário. Tabela de recursos e usos Vamos ver em maiores detalhes como funciona a Tabela de Recursos e Usos com a ajuda de um exemplo: Tabela 3.2 - Tabela de Recursos e Usos (TRU) para uma economia hipotética H no período t Tabela de RECURSOS de Bens e Serviços Oferta de Bens e Serviços Produção das Atividades Total da Econ Im por ta ção Descrição do produto Oferta Total p.consum. MargCom. e Transp. Imp. s/produ-tose import. Oferta Total p. básicos Setor A Setor I Setor S Setor F Setor C+T Setor G Total da Ativ. Setor A 600 60 24 516 468 24 0 0 0 12 504 12 Setor I 3.600 360 360 2.880 48 2.520 36 0 12 24 2.640 240 Setor S 2.400 240 240 1.920 0 0 1.920 0 0 0 1.920 0 Setor F 480 0 24 456 0 0 0 444 0 0 444 12 Setor C+T 240 -660 12 888 0 12 0 0 840 0 852 36 Setor G 840 0 0 840 0 0 0 0 0 840 840 0 TOTAL 8.160 0 660 7.500 516 2.556 1.956 444 852 876 7.200 300 Tabela de USOS de Bens e Serviços Consumo Intermediário das Atividades Descrição do produto Oferta Total p. consum. Setor A Setor I Setor S Setor F Setor C+T Setor G Total da Ativ. Ex Por ta ção Cons de AP Cons das Famil. FBKF Var. Esto-ques Dem Final Dem Total Setor A 600 84 300 18 0 0 18 420 36 0 126 12 6 180 600 Setor I 3.600 120 1.260 372 18 240 114 2.124 168 0 804 480 24 1.476 3.600 Setor S 2.400 6 24 60 6 60 144 300 36 0 2040 24 0 2.100 2.400 Setor F 480 18 156 42 48 54 30 348 24 0 108 0 0 132 480 Setor C+T 240 6 72 24 6 60 6 174 18 0 48 0 0 66 240 Setor G 840 0 0 0 54 0 0 54 0 786 0 0 0 786 840 TOTAL 8.160 234 1.812 516 132 414 312 3.420 282 786 3.126 516 30 4.740 8.160 Componentes do Valor Adicionado Valor Adicionado Bruto (PIB) 282 744 1.440 312 438 564 3.780 4.440 = PIB Remuner. (a+b) 60 420 792 150 240 564 2.226 2.226 a) Salários 48 336 660 120 192 420 1.776 1.776 b) Contrib. Soc 12 84 132 30 48 144 450 450 EOB 192 276 492 132 144 0 1.236 1.236 Rend. Auton. 30 42 132 30 54 0 288 288 Imp. Prod. Imp. 660 660 Outros Imp Prod 0 12 30 0 0 42 42 Outros Subs Prod -6 -6 -12 -12 Tabela de recursos e usos Neste exemplo, as nomenclaturas são: Setor A = Agricultura. Setor I = Indústria (inclui transformação, extrativa,...) Setor C +T = Comércio e Transportes. Setor F = Intermediação Financeira. Setor S = Serviços. Setor G = Administração Pública. Tabela de recursos e usos A primeira matriz (A) mostra que Preços ao consumidor = preços básicos + impostos sobre produtos e importação líquidos de subsídios + margens de comércio e transporte. O conceito de preços ao consumidor é equivalente ao conceito de preços de mercado. O conceito de Preços Básicos não equivale ao preço a custo de fatores, pois deduz as margens de transporte. Entretanto, no agregado, as margens de transporte somem e os conceitos se tornam iguais. Tabela de recursos e usos As linhas da matriz A correspondem aos setores. A soma de cada linha apresenta a oferta de cada setor. Como C + T constituem um setor, portanto, não faz sentido falar em margem, por isso o sinal negativo. A matriz A1 informa os valores produzidos internamente. Cada linha indica em quais atividades os bens foram produzidos. As colunas mostram a composição dos produtos produzidos pela atividade Tabela de recursos e usos A matriz A2 traz os valores das importações em moeda local, por setor. Somando os valores desta matriz com os valores com a soma dos valores da produção doméstica chegamos à oferta total a preços básicos. A matriz B1 constitui (a maior parte) de uma matriz insumo-produto, pois mostra as compras intermediárias de um setor para outro. Da matriz A1 e B1 obtemos o valor adicionado de cada setor. Tabela de recursos e usos A matriz A1 apresenta a produção total e a matriz B1 apresenta o consumo intermediário. A subtração do primeiro pelo segundo revela o valor adicionado. A soma do valor adicionado de todos os setores fornece o PIB a preços básicos (custo de fatores). A matriz B2 discrimina a demanda final em seus componentes básicos. Somados aos valores da matriz B1 recupera o valor total da oferta de bens. Tabela de recursos e usos É como o lado do crédito da conta de produção. Decompõe a demanda agregada. Já a matriz C decompõe o valor adicionado de cada setor entre renda e impostos sob produção. Como no lado do débito da conta de produção. Contas Econômicas Integradas As Contas Econômicas Integradas (CEI) são preparadas a partir das informações da TRU. São Inicialmente elaboradas por setores institucionais. Empresas não financeiras. Empresas financeiras. Administrações Públicas. Instituições sem fins lucrativos. Famílias. Resto do mundo Contas Econômicas Integradas As CEI Institucionais são agregadas para gerar o sistema das CEI, que é semelhante ao sistema de 4 contas que vigorou até 96. Diferentemente do sistema antigo, as CEI são baseadas em recursos e usos, não mais em débitos e créditos. As CEI são formadas por 5 contas e 7 subcontas, divididas em 3 grupos. Grupo A - Conta de Bens e Serviços Conta 0 - Conta de Bens e Serviços Grupo B - Contas de Produção, Renda e Capital Conta 1 - Conta de Produção Conta 2 - Conta de Renda Conta 2.1 - Conta de Distribuição Primária da Renda Conta - 2.1.1. Conta de Geraçãode Renda Conta - 2.1.2. Conta de Alocação de Renda Conta 2.2 - Conta de distribuição secundária da renda Conta 2.3 - Conta de Uso da Renda Conta 3 - Conta de Acumulação Grupo C - Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo (RM) Conta 4 - Conta de Operações Correntes com o Resto do Mundo Conta 4.1 - Conta de Bens e Serviços do RM com a economia nacional Conta 4.2 - Conta de Distribuição Primária da Renda e Transferências Correntes do RM com a economia nacional Conta 4.3 - Conta de Acumulação do RM com a economia nacional Contas Econômicas Integradas Essas contas não utilizam mais a nomenclatura débito e crédito. O lançamento aparece no centro da conta. O que indica se trata-se de recurso ou uso é o número associado ao lançamento, que pode estar na direita ou na esquerda. A única conta que não segue essa convenção é a primeira, a Conta de Bens e Serviços. Seguiremos utilizando os valores do exemplo da TRU. Grupo A Contas de Bens e Serviços Conta 0 – Conta de Bens e Serviços Recursos Operações e Saldos Usos 7.200 Produção (VBP) 300 Importação de Bens e Serviços (M) 660 Impostos líquidos de subsídios sobre produtos e importação (IpM-Sub.pM) 110 Imposto de importação (IM) 550 Demais impostos sobre produtos (Ipd) Consumo Intermediário (CI) 3.420 Consumo final (administ. públicas e famílias) (CF) 3.912 Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) 516 Variação de Estoques (VarE) 30 Exportação de Bens e Serviços (X) 282 8.160 TOTAL 8.160 Contas Econômicas Integradas Esta conta apresenta a igualdade entre demanda total e oferta total da economia. Mas faz no nível do valor total da produção e não no PIB. Na realidade, não faz parte do sistema, é uma conta síntese. Por isso ela traz os recursos do lado esquerdo e os usos do lado direito(o inverso das outras contas). Contas Econômicas Integradas Contas de Produção A primeira conta que realmente faz parte do sistema é a Conta de Produção. Ela apresenta o valor do PIB. A coluna de uso está no lado esquerdo e a conta de recursos do lado direito. As contas ainda respeitas o equilíbrio interno. Mas é sempre o saldo de cada conta que se procura obter. Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 1 – Conta de Produção Usos Operações e Saldos Recursos Produção (VBP) 7.200 3.420 Consumo Intermediário (CI) Impostos líquidos de subsídios sobre produtos e Importação (IpM-Sub.pM)) 660 4.440 Produto Interno Bruto (PIB) Conta de Renda A conta da Renda apresenta o valor do Renda Nacional Bruta a partir do valor do PIB. Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 2 - de Renda Conta 2.1 – de Distribuição Primária da Renda Conta 2.1.1 de geração de Renda Usos Operações e Saldos Recursos Produto Interno Bruto (PIB) 4.440 2.226 Remuneração dos Empregados (W +Wnr) 2.200 Remunerações pagas por residentes a residentes (W) 26 Remunerações pagas por residentes a não residentes (Wnr) 690 Impostos líquidos de subsídios sobre produção e Importação (Ipç-Sub.pç)) 1.524 Excedente Operacional Bruto inclusive Rendimento de Autônomos (EOB) Conta da Renda A conta da renda apresenta como o PIB foi distribuído entre as possíveis categorias de rendimento. Apresenta como a renda foi gerada. O excedente operacional bruto (EOB) é não é diretamente mensurado, mas estimado por diferença. Obter este valor é o objetivo desta conta. Atenção ao tipo de imposto que aparece nesta conta. Inclui impostos que não afetam preços diretamente. Conta da Renda O salários estão divididos entre os salários pagos por residentes a residentes e os salário pagos por residentes a não residentes. Isto seria o caso de empresas que realizam parte da produção para outros países. As três contas que apresentamos substituem a conta de produção. Apresentam as informações para identificação da identidade Produto = Despesa. As próximas três contas estão substituindo a conta de apropriação (RNDB). Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 2 - de Renda Conta 2.1 – de Distribuição Primária da Renda Conta 2.1.2 de alocação da Renda Usos Operações e Saldos Recursos Excedente Operacional Bruto inclusive Rendimento de Autônomos (EOB) 1.524 Remuneração dos Empregados (W +Wr) 2.240 Remunerações pagas por residentes a residentes (W) 2.200 Remunerações pagas por não residentes a residentes (Wr) 40 Impostos líquidos de subsídios sobre produção e Importação (Ipç-Sub.pç)) 690 500 Rendas de Propriedades enviadas (Rppe) e recebidas do resto do mundo (Rppr) 150 4.104 Renda Nacional Bruta (RNB) Distribuição Primária da Renda Esta conta soma todas as rendas recebidas e os impostos (líquidos sobre produção) ao excedente operacional bruto. A conta distingue remunerações e rendas. Mostra a renda a disposição dos residentes para consumir ou poupar. A soma de todos os lançamentos é a Renda Nacional Bruta. Equivale a distribuição primária da renda. Distribuição Primária da Renda Entretanto, podem haver transferências entre os setores da economia. De forma que a distribuição entre setores pode ser diferente desta. Essas transferências podem afetar o resultado agregado da economia, pois um dos setores institucionais que estamos considerando é o setor externo. Portanto, é preciso identificar o montante da renda a disposição dos residentes, ou seja, da Renda Nacional Disponível Bruta. Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 2 - de Renda Conta2.2 – de Distribuição Secundária da Renda Usos Operações e Saldos Recursos Renda Nacional Bruta (RNB) 4.104 30 Outras receitas correntes enviadas (Te) e recebidas do resto do mundo (Tr) 60 4.134 Renda Nacional Disponível Bruta (RNB) Distribuição Secundária da Renda Esta conta inclui as receitas correntes enviadas e recebidas do exterior. Apresenta a Renda Nacional Disponível Bruta. Identidades Das contas apresentadas até aqui, temos as seguintes operações VBP - CI + (IpM-Sub.pM) = PIB (Conta 1 - de Produção) PIB - (W +Wnr) - (Ipç-Sub.pç) = EOB (Conta 2.1.1 - deDistrib. Primária da Renda – Geração) EOB + (W +Wr) + (Ipç-Sub.pç) + (Rppr-Rppe) = RNB (Conta 2.1.1 - deDistrib. Primária da Renda - Geração) RNB + (Tr- Te) = RDB (Conta 2.2 - deDistrib. Secundária da Renda) Uso da renda De posse da Renda Nacional Disponível Bruta podemos encontrar como essa renda foi alocada entre consumo e poupança pelas famílias. Este é o papel da conta Uso da Renda Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 2 - de Renda Conta2.3 – de Uso da Renda Usos Operações e Saldos Recursos Renda Nacional Disponível Bruta (RDB) 4.134 3.912 Despesa de Consumo Final (CF) 222 Poupança Bruta (SD) Conta de Acumulação Com a informação sobre a poupança bruta podemos apresentar a conta equivalente à conta de capital. Esta é chamada Conta de Acumulação. Grupo B Contas de Produção, Renda e Capital Conta 3 - Conta de Acumulação (Conta de Capital) Usos Operações e Saldos Recursos Poupança Bruta (SD) 222 516 Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) 30 Variação de Estoques (Var.E) 36 Transferências de Capital enviadas (Tce) e recebidas (Tcr) do Resto do Mundo 100 (-) 260 Capacidade (+) ou Necessidade (-) de financiamento externo (+ ou -S.ext) Conta de Acumulação No exemplo a economia teve uma poupança doméstica bruta insuficiente, e foi financiada pelo resto do mundo. Os lançamentos Tce e Tcr referem-se a transferências de natureza distinta daquelas na conta 2.2 (Dist. Secundária da Renda). As transferências neste item são transferências de capital, enquanto nas outras contas são transferências correntes (fluxos de renda). Resto do mundo A conta equivalente à conta de transações correntes com o resto do mundo é a Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo. Na realidade é um conjunto de contas. Também é construída do ponto de vista do resto do mundo (ex. importações são recursos do resto do mundo). A primeira contas é a conta de Bens e Serviços com o resto do mundo. Grupo C - Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo (RM) Conta 4 - Conta de Operações Correntes com o Resto do Mundo Conta 4.1 - Conta de Bens eServiços do RM com a economia nacional Usos Operações e Saldos Recursos 282 Exportação de bens e serviços (X) Importação de bens e serviços (M) 300 (18) Saldo externo de bens e serviços Grupo C - Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo (RM) Conta 4 - Conta de Operações Correntes com o Resto do Mundo Conta 4.2 - Conta de Distribuição Primária da Renda e Transferências Correntes do RM com a economia nacional Usos Operações e Saldos Recursos Saldo externo de bens e serviços 18 150 Rendas de Propriedades enviadas (Rppe) e recebidas do resto do mundo (Rppr) 500 40 Remunerações pagas (Wnr) e recebidas (Wr) do Resto do mundo 26 60 Outras receitas correntes enviadas (Te) e recebidas do resto do mundo (Tr) 30 324 Saldo externo corrente (SE) Grupo C - Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo (RM) Conta 4 - Conta de Operações Correntes com o Resto do Mundo Conta 4.3 - Conta de Acumulação do RM com a economia nacional Usos Operações e Saldos Recursos Saldo externo corrente (SE) 324 100 Transferências de Capital enviadas (Tce) e recebidas (Tcr) do Resto do Mundo 36 Capacidade (+)ou necessidade (-) de financiamento - 260 Resto do Mundo O Saldo Externo Corrente (SE) equivale ao saldo do balanço de pagamentos em conta corrente. Essas contas podem ser consolidadas numa única conta, como apresentaremos Grupo C Conta das Operações Correntes com o Resto do Mundo Usos Operações e Saldos Recursos 282 Exportação de bens e serviços (X) Importação de bens e serviços (M) 300 150 Rendas de Propriedades enviadas (Rppe) e recebidas do resto do mundo (Rppr) 500 40 Remunerações pagas (Wnr) e recebidas (Wr) do Resto do mundo 26 60 Outras receitas correntes enviadas (Te) e recebidas do resto do mundo (Tr) 30 100 Transferências de Capital enviadas (Tce) e recebidas (Tcr) do Resto do Mundo 36 Capacidade (+) ou Necessidade (-) de financiamento externo (+ ou -S.ext) (-) 260 Identidades Finalmente, a sequência de operações que as CEI apresentam podem ser resumidas pelas seguintes identidades: VBP - CI + (IpM-Sub.pM) = PIB (Conta 1 - deProdução) PIB- (W +Wnr) - (Ipç-Sub.pç) = EOB (Conta 2.1.1 - deDistrib. Primária da Renda – Geração) EOB + (W +Wr) + (Ipç-Sub.pç) + (Rppr-Rppe) = RNB (Conta 2.1.1 - deDistrib. Primária da Renda - Geração) RNB + (Tr- Te) = RDB (Conta 2.2 - deDistrib. Secundária da Renda) RDB = CF + SD (Conta 2.3 – Conta de Uso da Renda) SD = FBKF +Var.E+ (Tce-Tcr) + ou –S.ext(Conta 3 – Conta de Acumulação) Contas Econômicas Integradas Institucionais (CEII) As contas econômicas Integradas Institucionais abrem as CEI para os 5 setores institucionais apresentados. ISFLAF; Famílias; Administração pública; Empresas Financeiras e Empresas Não Financeiras. Como as CEI, são formadas por 5 contas. É apresentada numa única planilha. As contas de Bens e Serviços e Resto do Mundo aparecem como colunas (não são abertas por setor) As outras 3 apresentam lançamentos por setor. Contas Econômicas Integradas Institucionais As Empresas não-Financeiras produzem bens e serviços através da transformação de insumos e contratação de mão de obra e capital. Podem ser públicas ou privadas. Empresas Financeiras criam meios de pagamento e/ou fazem intermediação de recursos entre setores. Incluem Bancos, instituições de seguro, planos de saúde e fundos de pensão. Administrações Públicas prestam serviços não mercantis para as famílias e obtêm recursos via taxação. Inclui administrações públicas federais, estaduais e municipais. Contas Econômicas Integradas Institucionais As Famílias adquirem bens de consumo e são produtoras. Inclui também unidades produtivas sem CNPJ e trabalhadores autônomos. Instituições Sem Fins Lucrativos a Serviço das Famílias (ISFLAF) são entidades jurídicas ou sociais criadas para produzir bens ou serviços sem fins de lucro. Contas Econômicas Integradas Institucionais (CEII) No site do IBGE podemos encontrar a planilha das CEII As contas Bens e Serviços e Resto do Mundo não aparecem abertas por setores O objetivo delas é descrever de forma sintética a geração de Valor Adicionado Bruto e as operações externas. A Conta de Bens e Serviços apresenta no lado esquerdo os recursos (oferta de bens e serviços): Importação, produção e impostos. No lado direito temos a contrapartida dos usos da economia: exportação e consumo intermediário. Contas Total C. Bens e Serviços Conta RM Total Econ ISFLASF Famil Adm Públ Emp Finan Emp N-finan Lançamentos Emp N-finan Emp Finan Adm Públ Famil ISFLASF Total Econ Conta RM C. Bens e Serviços Total Contas Usos Recursos Conta Produção/ conta externa de bens e serviços Conta Produção/ conta externa de bens e serviços Conta da Renda Conta da Renda Conta de Capital Conta de Capital Conta de produção Na conta resto do mundo, dos lado esquerdo estão as exportações (recursos) e do lado direito as importações. A conta de Produção por setor institucional apresenta estimativas do Valor Adicionado Bruto de cada setor. O valor adicionado pelas empresas financeiras é em parte imputado. Inclui a receita pela prestação de serviços de aluguéis, diferenças entre renda de propriedades recebidas e juros pagos por intermediação financeira. A produção das administrações públicas é aproximada pelos custos de produção (já que esta produção não é mercantil) Conta de produção O valor da produção da família representa a contribuição de unidades não incluídas no setor empresas. Inclui unidades rurais, autônomos, microempresas e unidades empresariais e não empresariais nos ramos de saúde e educação. A produção de instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias também é calculada pelos custos de produção como no caso das administrações públicas. Para todos os setores, o Valor adicionado é calculado segundo a fórmula VAB = (VPpb + Ip) - CI Conta de Geração da Renda Esta conta apresenta os componentes da renda gerada na produção mais impostos. Ela obtém como resíduo o Excedente Operacional Bruto. O excedente operacional operacional bruto inclui a remuneração da empresa familiar pois não é possível distinguir as rendas. O excedente operacional das administrações públicas equivale a depreciação. Conta Alocação de Renda Faz ajustes entre os setores referentes ao saldo de rendas de propriedades. O Saldo desta conta é a Renda Nacional Bruta. As rendas incluem juros efetivos; juros imputados; renda da terra; renda de intangíveis; dividendos; participações nos lucros e prêmios de seguros. Conta de Distribuição Secundária da Renda Esta conta apresenta todas as transferências entre setores institucionais. Transferências são transações que onde uma unidade institucional oferece um bem ou serviço sem receber nada em troca. Os principais tipos de transferências correntes são Impostos correntes sobre renda e propriedade. Contribuições/benefícios sociais. Outras transferências correntes. Conta de Distribuição Secundária da Renda Impostos constituem transferências de todas as unidades institucionais para as Administrações Públicas. As contribuições sociais referem-se a contribuições das famílias para administrações públicas ou empresas financeiras para garantir recebimentos futuros. (não inclui contribuições sociais) Os benefícios são transferências pagas às famílias a título da aposentadoria, seguro desemprego, doença... Outras transferências correntes são transferências entre unidades institucionais residentes (majoritariamente). Incluem: Conta de Distribuição Secundária da Renda Entre diferentes níveis de governo Cooperação internacional Doações a ISFLAF Entre famílias de diferentes países. Prêmio de seguros e indenizações. O saldo desta conta é a Renda Disponível Bruta. Conta Uso da Renda Esta conta apresenta como os setores institucionais alocam as rendas entre consumo e poupança. A poupança é obtida como saldo desta conta. O lançamento Despesa de Consumo Final compete apenas a Famílias, Administrações Públicas e ASFLSF. Este item inclui o gasto em bens eserviços mas também os bens e serviços recebido sem contrapartida financeira. Como produção para autoconsumo, remuneração em bens, educação, saúde, proteção,... Conta de Uso Os bens cujos consumo não envolve transação financeira são divididos entre Serviços individuais não mercado e serviços coletivos não mercado. Serviços individuais não mercado: produção para autoconsumo, educação pública, saúde pública,... Serviços coletivos não mercado: Ruas, segurança pública, Defesa, sistema legal. Os serviços individuais não mercado estão incluídos no consumo das famílias. Conta de Uso Os serviços coletivos não mercado são definidos como iguais ao consumo das Administrações Públicas e ISFLAF. Há também um lançamento de ajuste das participações líquidas nos fundos de pensão, FGTS, e PIS/PASEP. Apresentam o aumento nos valores de propriedade das famílias nesses fundos (mesmo que os recursos não possam ser utilizados). Conta de Uso O Saldo desta conta é a Poupança Bruta. Neste item é apresentada a poupança por setor institucional. Conta de Capital Apresenta como são utilizados os recursos poupados. A poupança pode ser utilizada para financiar a FBKF ou o resto do mundo. Mas as unidades institucionais podem se financiar umas às outras, algo que não seria captado pelo valor agregado. Quando os recursos das unidades superavitárias forem menor que o investimento agregado, a conta de capital apresenta um saldo negativo. Denota a necessidade de financiamento externo. Conta de Capital
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