Buscar

Apostila Teórica Contab Gerencial LE

Prévia do material em texto

FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 1
 
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 2
ÍNDICE
1.0 – CONCEITOS DE CONTABILIDADE
2.0 – OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
3.0 - GENERALIDADES
4.0 – INTERESSADOS PELAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
5.0 – ORIGEM DA PROFISSÃO DE CONTADOR
6.0 – BREVE HISTÓRIA DA ESCOLA DE CONTABILIDADE NO BRASIL
7.0 – EVOLUÇÃO DO PERFIL DO CONTABILISTA
8.0 - ESPECIALIZAÇÕES NA ÁREA CONTÁBIL
9.0 – PORQUE ESTUDAR CONTABILIDADE NO CURSO DE LOGÍSTICA
10.0 - COMO SURGIU A CONTABILIDADE
11.0 - AS TÉCNICAS CONTÁBEIS
12.0 – UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
13.0 - EQUAÇÃO PATRIMONIAL
13.1 - CONCEITO DE PATRIMÔNIO
13.2 - ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PATRIMÔNIO
13.3 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL
13.4 - CONFIGURAÇÕES DO CAPITAL
13.5 - FATOS CONTÁBEIS E VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
13.5.1 - CONCEITO DE FATOS CONTÁBEIS
13.5.2 - CONCEITO DE VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
13.5.3 - TIPOS DE VARIAÇOES PATRIMONIAIS: RECEITAS e DESPESAS
13.5.4 - TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS
14.1 - PLANIFICAÇÃO CONTÁBIL: FUNÇÃO E FUNCIONAMENTO
14.1.1 - INTRODUÇÃO
14.1.2 - CONTAS CONTÁBEIS
14.1.2.1 - CONCEITO
14.1.2.2 - CLASSIFICAÇÃO TEÓRICA DAS CONTAS
14.1.2.4 - FUNÇÃO DA CONTA
14.1.2.5 - FUNCIONAMENTO DAS CONTAS
14.2 - SISTEMAS DE REGISTROS
14.2.1 - MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
14.2.2 - ERROS DE LANÇAMENTO
14.2.3 - FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
14.3 - LIVROS UTILIZADOS
14.3.1 - LIVROS COMERCIAIS
14.3.2 - LIVROS FISCAIS
14.4 - ALGUNS DOCUMENTOS E SEUS CONCEITOS
14.5 - CONTABILIZAÇÃO DE BALANÇOS SUCESSIVOS
15.0 - DEMONSTRAÇOES FINANCEIRAS
15.1 - BALANÇO PATRIMONIAL
15.2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
15.3 – DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
15.4 – DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
15.5 - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LIQUIDO
15.6 – NOTAS EXPLICATIVAS, PARECER DOS AUDITORES E RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
16.0 – PROVISÕES
17.0 – REGIME DE CONTABILIZAÇÃO: CAIXA X COMPETÊNCIA
18.0 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
19.0 – RESERVAS
20.0 - CONTABILIZAÇÃO DAS TRANSAÇÕES COMERCIAIS BÁSICAS
21.0 - MÉTODOS DE AVALIAÇÕES DE ESTOQUE
22.0 - ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – VERTICAL E HORIZONTAL
23.0 - ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS
24.0 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 3
1.0 – CONCEITOS DE CONTABILIDADE
A Contabilidade tem sido conceituada de diversas formas. Consoante o Primeiro Congresso Brasileiro de
Contabilista, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, o conceito oficial para
Contabilidade é o seguinte:
“Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos
que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.”
A Contabilidade, uma das ciências mais antigas do mundo, originou-se com o intuito de quantificar a
riqueza humana, ou seja, o patrimônio.
Ao longo dos séculos ela vem acompanhando a evolução da economia e criando novas técnicas de
identificação, mensuração e evidenciação dos eventos econômicos e financeiros, os quais causam mutações
patrimoniais.
Atualmente, a contabilidade é considerada em um sistema de informações que tem como objetivo auxiliar o
gerenciamento das entidades para que estas possam garantir sua continuidade. Para Marion e Iudícibus: “O
objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de
natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e
externos à entidade, objeto da Contabilidade.
A Contabilidade também tem sido conceituada como sendo a ciência que estuda e pratica as funções de
orientação, controle e registro dos atos e fatos que afetam o patrimônio de uma entidade, seja ela com fim
lucrativo ou não.
Todavia, não podemos olvidar de apresentar o conceito de Contabilidade proposto pela Fundação do
Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI, aprovado e divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON e referendado pela Comissão de Valores Mobiliários –
CVM:
“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários
com demonstrações e analises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.”
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 4
2.0 – OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A Contabilidade, enquanto método ou ciência, possui como objeto de estudo o Patrimônio e como objetivo
estudar e controlar o patrimônio das entidades. O propósito contábil é alcançado mediante o registro
(escrituração), a demonstração expositiva, a interpretação dos fatos ocorridos, com a finalidade de oferecer
informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre a o resultado alcançado em
determinado período.
Desta forma, podemos concluir que a Contabilidade deve ser vista como um sistema de informações, cujo
método de trabalho consiste (simplificadamente) em coletar, processar e transmitir dados sobre a situação
econômico-financeira de uma entidade, em determinado momento, e a sua evolução em dado período, à
disposição das entidades com ou sem fins lucrativos em seus aspectos estáticos e dinâmicos.
A partir desse enfoque, os objetivos da contabilidade são, em síntese, produzir informações úteis a diversos
interessados, que podem ser usuários internos e externos à empresa.
Internamente, a contabilidade auxilia no processo de tomada de decisões pela administração, através de um
fluxo continuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão econômico-financeira da empresa.
De modo geral, estas informações são geradas pelo que se convencionou chamar de contabilidade gerencial.
Externamente, os maiores interessados são investidores, credores e governo. Para os investidores, os
relatórios contábeis mostram a situação econômico-financeira da empresa, o resultado de um determinado
período, e outras informações, tais como os investimentos efetuados e o que lhes cabe em termos de
dividendos. Evidentemente, estas e outras informações lhe possibilitam conhecer as vantagens e
desvantagens de seu investimento e decidir sobre a conveniência de mante-lo, desfazer-se dele ou aumenta-
lo.
Segundo Nelson Golveia, a importância de se realizar a Contabilidade se consiste nos seguintes
elementos:
“o dinamismo das empresas, com mudança dos seus dirigentes e do pessoal que as opera";
"a necessidade de comprovar, com registros, e documentos a veracidade das transações ocorridas";
 “a possibilidade de reconstituir; com detalhes, transações ocorridas muitos anos antes";
"a necessidade de registrar as dívidas contraídas, os bens adquiridos, ou Capital que os proprietários
investiram no negócio”;
 “informar os reflexos que as transações provocaram na situação econômico-financeira de uma
companhia;.
Não podemos deixar de mencionar que a finalidade administrativada contabilidade é controlar o
patrimônio, enquanto o objetivo econômico é apurar o lucro ou o prejuízo de determinado período.
3.0 - GENERALIDADES
O Campo de atuação da contabilidade estende-se às pessoas e entidades que desempenham atividades de
conteúdo econômico, quer tenham finalidade de lucro ou não, desta forma a contabilidade atua tanto no
campo das pessoas físicas como no das pessoas jurídicas.
O campo de atuação e o objetivo da contabilidade são bem distintos, visto que o primeiro é a entidade e o
segundo é o patrimônio.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 5
4.0 – INTERESSADOS PELAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
Via de regra, toda pessoa, física ou jurídica, possui algum patrimônio, logo podemos dizer que toda pessoa
se interessa pela informação contábil. A título de exemplo, temos como principais interessados pela
informação contábil :
Os proprietários: Todo empresário, que pode ser um acionistas ou quotista, necessita saber se as diretrizes
traçadas estão sendo seguidas e se os objetivos da empresa estão sendo alcançados, ou seja se o
empreendimento está gerando resultados positivos.
Desta forma para obter as respostas relativa a estes pontos todo proprietário de uma empresa deve se
interessar pela informação contábil;
Os administradores: Através da Contabilidade os administradores poderão realizar o devido planejamento
de suas ações, assim como, acompanhar os resultados. Além disso, a grande maioria das decisões de uma
empresa envolve aspectos financeiros, logo a compreensão das práticas contábeis e das informações por elas
geradas será de grande valia para todo administrador de sucesso;
Os fornecedores de mercadorias e produtos: Todo aquele que vende mercadorias ou produto a prazo,
necessita saber se o seu cliente possui as condições financeiras necessárias para liquidar a operação no prazo
combinado. Isto significa dizer se o devedor está ou não em condição de aumentar o seu grau de
endividamento. Para obter as respostas relativas a essas importantes questões da atividade comercial, todo
fornecedor, também, deve se interessar pela informação contábil;
Os banqueiros: Os bancos representam os principais financiadores de empresas, constituindo-se com um
dos mais significativos elementos para o fomento da economia. Todavia, para conceder crédito a seus
clientes, os bancos precisarão proceder a devida análise cadastral e de crédito deles para se assegurar que a
concessão de empréstimos não gerará prejuízos. Logo, a Contabilidade dos financiados deverá ser analisada
pelo setor de crédito e cadastro dos para a instituição financeira;
O governo: Como é sabido, a principal fonte de arrecadação de receitas para os três níveis de governo
(federal, estadual e municipal) são os tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). A grande
maioria destes tributos são calculado, tendo como base as informações fornecidas pela Contabilidade. A
guisa de exemplo, temos Imposto de Renda das pessoas jurídicas, que, é calculado a partir da apuração do
lucro real, que se origina do lucro contábil. Além deste aspecto, o governo também se interessa pela
Contabilidade para poder controlar o seu próprio patrimônio;
Os sindicatos: Os empregados se constituem como um dos principais interessados pelas informações
contábeis, principalmente no que se refere as questões salariais e de participação nos lucros;
Os economistas: Estes profissionais somente poderão realizar suas análises macro e microeconômicas se
utilizarem devidamente as informações contábeis;
Os auditores: Os profissionais de auditoria independente são contratados para emitir uma opinião sobre
adequação ou não dos demonstrativos contábeis, logo eles somente poderão realizar seus trabalhos se
tiverem treinamento continuado nas práticas de Contabilidade.
5.0 – ORIGEM DA PROFISSÃO DE CONTADOR
As origens primitivas do conhecimento contábil remontam ao início da vida organizada do homem, ou seja,
há mais de 30 mil anos.
 Provas arqueológicas denunciam as contas da pré-história, descobertas na gruta de Dáurignac" no
departamento do "Haute", ao sul da França. Registros idênticos também foram encontrados no Brasil no
município de Raimundo Nonato, no Piauí.
Em 1494, Luca Pacciolo publica, em "Veneza", a "Summa de Aritmética Geometria, Proportioni et
Proporgionalitá", na qual se distingue, para a história da Contabilidade, o "Tractatus de Computis et
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 6
scripturis", marco básico na evolução da Contabilidade. Nesse tratado, talvez pela primeira vez, o método
contábil é explicado integralmente a partir do inventário.
Em 1891, Fábio Besta inicia a era do controle. Besta foi o primeiro e é o maior contador moderno. Ele
desenvolve a teoria materialística das contas. Juntamente com Pacciolo, é o maior vulto da Contabilidade.
A partir de 1920, inicia-se a fase de predominância americana dentro da Contabilidade, também auxiliada
pelo poderio econômico e político da grande nação.
A escola de Comércio do Rio de Janeiro foi a primeira escola de Contabilidade no Brasil reconhecida pelo
decreto nº 1.339 de 09/01/1905 e dava ao aluno concluinte o diploma de guarda-livros e perito judicial. O
decreto nº 8.191 de 20/11/1945 muda a denominação de guarda-livros para Técnico em Contabilidade. O
primeiro curso superior em Ciências Contábeis foi criado pelo decreto nº 7.988 de 22/09/1945.
 O Decreto-lei nº 9.295 de 27/05/1946 criou o Conselho Federal de Contabilidade - CFC, os Conselhos
Regionais de Contabilidade, com a finalidade de habilitar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, e
definiu as atribuições de Contador e de Técnico em Contabilidade.
 A Resolução do CFC nº 290/70, de quatro de setembro, aprova o Código de Ética Profissional, alterado pela
Resolução CFC nº 803/96, de dez de outubro, que dispõe sobre a ética profissional do contabilista.
6.0 – BREVE HISTÓRIA DA ESCOLA DE CONTABILIDADE NO BRASIL
A primeira escola de Contabilidade no Brasil surgiu em 1902 em forma de "Escola Prática de Comércio".
Em janeiro de 1905, o decreto federal nº 1339 reconheceu, em caráter oficial, os diplomas expendidos pela
"Escola Prática de Comercio" e providenciou a organização dos cursos, dividindo-o em dois: um geral e
outro superior. Como muitas disciplinas do curso superior costumavam ser tratadas normalmente nos
programas da escola, iniciou-se, em 1908, o "Curso Superior de Ciências Comerciais".
Os cursos de Contabilidade propriamente ditos foram criados em 1931, pelo decreto nº 20158, que instituiu
o Curso Técnico de Contabilidade com duração de dois anos para formar "guarda livros" e de três anos para
formar "Peritos Contadores". Em 1943, os cursos técnicos referidos foram transformados na categoria de
cursos médios, garantido ao formando o título de Técnico de Contabilidade.
Somente em 1945, foi instituído o Curso de Ciências Contábeis e Atuarias pela Lei nº 7988.
Em 1946, surgiu o Conselho Federal de Contabilidade, que contribuiu de maneira extraordinária para a boa
qualidade do ensino superior da Contabilidade.
Em 1951, a Lei nº 1401 desmembrou os cursos de Ciências Contábeis e Atuariais, criando, de maneira
independente, o curso de Ciências Contábeis, possibilitando aos concluintes receberem o título de Bacharel
em Contabilidade.
Em termos de currículo dos cursos de Ciências Contábeis, além da lei referida de 1945, tivemos o Parecer nº
397/62 (que divide os cursos de Ciências Contábeis em ciclo de formação básica e ciclo de formação
profissional)e a resolução 03/92 do extinto Conselho Federal de Educação, que fixava os conteúdos
mínimos e a duração dos cursos de graduação.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 7
7.0 – EVOLUÇÃO DO PERFIL DO CONTABILISTA
Passamos pela primeira onda (agricultura), que perdurou milênios, em que trabalhar com partidas simples na
contabilidade era suficiente. A segunda onda (a indústria) que perdurou alguns séculos, com a ênfase nas
partidas dobradas, no custo histórico, na preparação dos relatórios contábeis, parece estar terminando.
Hoje se fala em terceira onda, a era da informação, do conhecimento, das novas tecnologias, em que o
mercado consumidor da contabilidade tem uma nova demanda por profissionais contábeis e os meios de
comunicação, com sua velocidade de veicular a informação, deixam mais explícita a inoperância da escola e
dos professores.
No perfil do contabilista brasileiro, constata-se que 45% dos formandos em contabilidade permanecem em
suas respectivas cidades. Em outras palavras, muitos ingressos de um curso superior em contabilidade
permanecem na região.
Isso enfatiza o quanto é importante conhecer a região onde a instituição está localizada. Conhecer as
peculiaridades de negócios, o perfil do empresário, a vocação regional, etc. é indispensável para formar o
profissional certo. Todavia, é igualmente importante se conhecer a demanda nacional do Mercosul e, até
mesmo, a internacional. Sem isso, não poderíamos estar preparando os profissionais para uma futura
demanda que, a cada dia, está mais próxima.
A Organização Mundial do Comércio tem planos de globalizar a profissão contábil a curto prazo. Significa
que contadores brasileiros teriam acesso em países onde empresas brasileiras tem negócios e vice-versa..
8.0 - ESPECIALIZAÇÕES NA ÁREA CONTÁBIL
Como vimos, a Contabilidade tem o objetivo de controlar e avaliar o patrimônio das pessoas. Desta forma,
ela possui diversas Especializações:
Contabilidade Geral: É a Contabilidade de um modo amplo que é utilizada por todas os tipos
empresas. No Brasil, diversos procedimentos contábeis são normatizados pela Lei das sociedades por
ações- Lei n 6.404/76;
Contabilidade Comercial: É a especialidade contábil que está voltada para as empresas exclusivamente
comerciais, os seja, aquelas que sorteie se preocupam em compra e venda de mercadorias, além das
empresas prestadoras de serviços;
Contabilidade Agrícola e Pecuária: É aquela voltada para as empresas que desenvolvem atividades o
agrícolas e de pecuária;
Contabilidade Bancária: É o ramo da Contabilidade utilizada pela instituições financeiras de um modo
geral. Vale mencionar que no nosso País o Banco Central também é responsável pela emissão de normas e
procedimentos contábeis;
Contabilidade Pública: Esta especialidade da Contabilidade está voltada paras o governo (Administração
Direta) e para suas autarquias e fundações. Suas regras estão prevista na Lei n.4.320/64 e legislação
complementar;
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 8
Contabilidade Ambiental: É o estudo do patrimônio ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) das
entidades;
Auditoria Interna: A Auditoria Interna é uma atividade de assessoria e apoio à administração de uma
empresa objetivando analisar e avaliar o controle interno, que compreende o conjunto de normas e
procedimentos para garantir a salvaguarda dos ativos, a fidedignidade das operações e a eficiência
operacional das entidades. Como o controle interno está dividido em controles administrativos e contábeis,
podemos dizer que a Auditoria Interna também é uma especialidade da Contabilidade;
Auditoria Externa: Também denominada de Auditoria Independente, é definida pelas Normas Brasileiras
de Contabilidade como sendo um conjunto de procedimentos e técnicas de análises que tem por objetivo a
emissão de parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis. A principal diferença entre a Auditoria
Externa e a Interna, é que a externa presta serviços à empresa de forma independente, enquanto que a interna
é exercida por funcionários da própria empresa.
9.0 – PORQUE ESTUDAR CONTABILIDADE NO CURSO DE LOGÍSTICA
9 A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA É MULTIDISCIPLINAR
Permite ver o problema por outro ângulo
9 ESTA DISCIPLINA É ÚTIL A QUALQUER CIDADÃO
Linguagem universal na área de negócios
9 INDISPENSÁVEL EM TODA ATIVIDADE PROFISSIONAL
Administração e controle de recursos financeiros
9 SÓ INTERESSAM PROJETOS FINANCEIRAMENTE VIÁVEIS
É preciso analisar projetos de investimento
9 ADMINISTRADOR TOMA DECISÕES EM FINANÇAS
Precisará avaliar o impacto de suas decisões
Obter feedback das decisões tomadas no passado
9 ENTENDER A COMPOSIÇÃO DA CONTA DE ESTOQUE
Precisará avaliar a movimentação do estoque
10.0 - COMO SURGIU A CONTABILIDADE
 (Extraído do livro Contabilidade Financeira para Executivos - Álvaro Guimarães de Oliveira)
Conta-se que o Frei Lucca foi convidado pelo Papa para tomar conta de um convento localizado numa
pequena cidade italiana próxima de Roma. Para aceitar tal incumbência, solicitou do sumo pontífice uma
lista de tudo o que pertencia ao convento. A lista foi fornecida e continha as seguintes informações:
Caixa (dinheiro) . . . . . . . . . . . . . . . $ 2.000 Î Bem
Imóvel (casa do convento) . . . . . . $ 7.000 Î Bem
Valores a Receber . . . . . . . . . . . . . $ 4.000 Î Direito
Valores a Pagar . . . . . . . . . . . . . . . $ 2.000 Î Obrigações 
Desse modo ele chegou a um conceito muito importante para a contabilidade, o conceito de patrimônio:
conjunto de bens, direitos e obrigações que pertence a uma pessoa física ou jurídica. O Frei então
pensou: qual seria o valor do “convento” se todos os seus valores a receber fossem recebidos, a casa fosse
vendida pelo valor registrado de custo, finalmente, pagasse todas as suas dívidas? Formulou,
matematicamente, a seguinte equação:
Bens (9.000) + Direitos (4.000) – Obrigações (2.000) = Patrim. Líquido (11.000)
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 9
Passou a pensar o que significava o valor de $ 11.000. Seria o valor de mercado da empresa (convento)?
Seria o valor real? Ou o valor contábil? Concluiu que representava o valor contábil registrado da empresa,
listo é, se todos os valores a receber fossem recebidos exatamente pelos mesmos valores dos registros
contábeis, se os bens fossem vendidos pelos mesmos valores registrados pela contabilidade e as obrigações
fossem pagas pelos mesmos valores que haviam sido inscritos nos livros contábeis, o valor final da empresa,
em dinheiro, seria exatamente o valor do patrimônio líquido: o valor da verdadeira riqueza da empresa.
São os recursos que os proprietários investiram no negócio.
O Frei, como bom matemático que era, fez o seguinte raciocínio: “se eu colocar de um lado da equação os
valores positivos do patrimônio e do outro os valores negativos, mais a diferença entre eles, terei uma
equação perfeitamente equilibrada. Agindo dessa maneira, a equação foi transformada na seguinte:
Bens (9.000) + Direitos (4.000) = Obrigações (2.000) + Patrim. Líquido (11.000)
Observando esta equação, decidiu arrumar as contas representativas do conventoda mesma forma, isto é:
Caixa 2.000 Valores a Pagar 2.000
Valores a Receber 4.000 Patrimônio Líquido 11.000
Casa 7.000 
 13.000 13.000
Analisando essa nova forma de apresentação do patrimônio de uma empresa , o frei observou que o lado
esquerdo registrava as aplicações de recursos efetuadas, e o outro lado, o direito, registrava as origens
desses recursos aplicados na empresa.
Muitos anos mais tarde, essa forma de apresentação do patrimônio de uma empresa passou a ser chamada de
BALANÇO, porque se assemelha a uma balança com dois pratos de peso exatamente iguais. BALANÇO é
a expressão gráfica do patrimônio, a partir dos bens, direitos e obrigações.
O lado esquerdo do balanço foi chamado de ATIVO devido ao fato de estas contas representarem a parte
viva, ativa da empresa. Este lado registra, em última instância, todas as aplicações de recursos da empresa,
como Caixa, Valores a Receber, Imobilizado, Investimentos etc.
O lado direito foi denominado PASSIVO em virtude de suas contas registrarem, passivamente, as origens de
recursos que foram aplicadas no ativo. O passivo pode ser divido em duas partes, o passivo propriamente
dito, que representa as exigibilidades, as obrigações da empresa para com terceiros; e o passivo fictício, que
representa os recursos dos proprietários, também chamado de recursos próprios, constituindo o Patrimônio
Líquido.
Mal o Frei acabou de ter arrumado o convento, apareceu um grupo de tropeiros pedindo para passar a noite
lá porque não havia hotéis na cidade. Aceitou sob condição de receber o equivalente, hoje, a $ 500. Após
recebido o dinheiro, Pacciolo, satisfeito com seu primeiro negócio, registrou a receita em sua incipiente
contabilidade. Seu balanço apresentou a seguinte posição:
 BALANÇO
Caixa 2.500 Valores a Pagar 2.000
Valores a Receber 4.000
Casa 7.000 Patrimônio Líquido 11.500
 13.500 13.500
Comparando este balanço com o anterior, apenas o Caixa, foi alterado, passando de $ 2.000 para $ 2.500.
Como conseqüência dessa modificação, o patrimônio líquido, evoluiu para $ 11.500. Entusiasmado com o
resultado da primeira transação, o Frei logo enviou uma cópia do novo balanço para o Papa. Sua Santidade
ficou muito satisfeito com o resultado, principalmente porque a decisão da escolha de Lucca Pacciolo para
dirigir o convento foi dele.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 10
Mas seu contentamento durou pouco. Após a saída dos tropeiros, o frei pagou $ 20 para fazer a limpeza do
convento e arrumar as camas. Ao registrar essa despesa na contabilidade, o balanço passou a ter a seguinte
forma?
 BALANÇO
Caixa 2.480 Valores a Pagar 2.000
Valores a Receber 4.000
Casa 7.000 Patrimônio Líquido 11.480
 13.480 13.480
Comparando o novo balanço com o anterior, houve redução em Caixa no valor de $ 20 e, por força da lógica
da equação do balanço, o patrimônio líquido foi reduzido em $ 20. Como bom administrador que era,
Lucca Pacciolo, a cada alteração no patrimônio líquido do convento, enviava uma cópia do balanço para seu
chefe. Dessa vez, porém, a reação do Papa foi inversa à anterior. Ao perceber que o Caixa havia sido
reduzido e também o patrimônio líquido, o que, para ele, era um absurdo, imediatamente, convocou o Frei
para ir a Roma dar pessoalmente as devidas explicações.
Pacciolo foi até lá e mostrou ao chefe da Igreja que aquela alteração não era tão absurda como podia parecer
à primeira vista. Seus argumentos surtiram bons efeitos, pois o Papa ficou satisfeito com as explicações e
Pacciolo continuou gerenciando o convento. O frei, contudo, não ficou nada satisfeito, e tratou de registrar
essas operações na contabilidade de maneira tal que não houvesse necessidade de explicações adicionais
para que fossem entendidas
Ele observou que o valor de $ 11.480 apresentava a diferença, a maior de $ 480 em relação ao patrimônio
líquido inicial, ou seja, aquele antes das operações de receitas e despesas. Essa diferença era o lucro do
convento no período, isto é, receitas ($ 500 recebidos dos tropeiros) menos despesas ($20 pagos pela
limpeza).
Ora, raciocinou, se chamarmos o patrimônio líquido inicial de capital, passando a registrar na contabilidade
as despesas e receitas ocorridas, poderemos acompanhar “pari passu” a evolução do resultado da empresa.
Ao final de um período qualquer, poderia informar quais foram as receitas e despesas do exercício e,
consequentemente, o resultado que a empresa obteve.
Poderia informar, também, o patrimônio líquido final do período, que é o valor do patrimônio inicial mais o
resultado do exercício. O Frei colocou a sua idéia em prática, desenvolvendo a equação do balanço da
seguinte maneira:
Bens ( 9.480) + Direitos (4.000) Despesa (20) = Obrig (2.000) + Patr Líq (11.480) + Receita (500)
O balancete apresenta, além das contas patrimoniais do balanço, também as contas de resultado: receitas e
despesas. Pacciolo resolveu separar as contas que diferenciam o balancete do balanço, ou seja as contas que
representam as receitas e despesas consideradas para a apuração do resultado econômico de um período. E
assim fez:
 BALANCETE
Caixa 2.480 Valores a Pagar 2.000 PARTE DE
CIMA
Valores a Receber 4.000 Patrimônio Líquido 11.000
Casa 7.000
 13.480 13.000
Despesa: Limpeza 20 Receita: Hospedagem 500 PARTE DE
BAIXO
 20 500
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 11
 13.500 13.500
O Frei se deparou agora com a seguinte questão: qual o patrimônio líquido da empresa e qual o resultado do
exercício? Ele observou que, na parte de cima, o total do ativo superava o do passivo em $ 480 e, na parte
de baixo, ocorria exatamente o contrário. Essa diferença era semelhante à existente entre o patrimônio
líquido inicial e do final do período, conforme ele já tinha percebido.
Como o patrimônio líquido inicial era $ 11.000 e, no final do período, evoluiu para $ 11.480, isso significa
que o convento obteve um lucro de $ 480. E isso é o que as contas da “parte de baixo” traduzem: a
diferença entre receitas e despesas de um período nada mais é do que o resultado da empresa nesse período.
Dessa maneira, o Frei observou que as contas de resultado apenas registram os aumentos (receitas) e
diminuições (despesas) do patrimônio líquido. Portanto, ao final de um período qualquer, para apuração do
resultado, é necessário que se faça uma comparação entre as somas das despesas e receitas.
Se as receitas forem maiores, o resultado do período será um lucro.Nesse caso, o lucro será adicionado ao
patrimônio líquido do início do exercício, aumentando o valor contábil da empresa e conseqüentemente
aumentando a riqueza dos seus proprietários. Se ao contrário, as despesas forem maiores, o resultado será
um prejuízo, que reduzirá o patrimônio líquido inicial, tornando menor a riqueza dos proprietários da
empresa. Com as observações, o Frei então elaborou o Balanço Final e o Demonstrativo de Resultado do
convento, daquele período:
 Balanço Final
Caixa 2.480 Valores a Pagar 2.000
Valores a Receber 4.000 Patrimônio Líquido Final 11.480
Casa 7.000 Capital (PL Inicial) 11.000
Lucro do Período 480
 13.480 13.480
 Demonstrativo de Resultado
Receita: Hospedagem 500
Despesa: Limpeza 20
Lucro do Período 480
Observando o balanço acima, o qual demonstra que o convento aplicou seus recursos em Caixa ($ 2.480),
Valores a Receber ($ 4.000) e Casa ($ 7.000). Essas aplicações tiveram como origem o Capital (ou
patrimônio líquido inicial – $ 11.000) investido pelos proprietários, sócios, acionistas ou quotistas da
empresa, Valores a Pagar ($ 2.000) referentes a créditos concedidos por terceiros e os recursos gerados
pela própria atividade operacional da empresa: o lucro ($ 480). DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO é
a evidenciação da formação do lucro (ou prejuízo) do período, mediante o confronto das receitas
realizadas e das despesas Incorridas.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 12
11.0 - AS TÉCNICAS CONTÁBEIS
Não há uniformidade, entre os autores, sobre as técnicas contábeis. O Mestre A. Lopes de Sã, em seu
Dicionário de Contabilidade, menciona que técnica contábil é. "o conjunto de processos adotados em
Contabilidade para registrar ou levantar os fatos patrimoniais". Logo, considera como técnica contábil
apenas a escrituração. O Professor Hilário Franco, em seu livro Contabilidade Geral, menciona que as
técnicas contábeis são: Escrituração; Demonstrações Contábeis; Análise de Balanço e Auditoria.
O que coaduna com o pensamento da grande maioria dos autores, Logo, podemos considerar como
técnicas contábeis as seguintes:
Escrituração: é a técnica contábil que proporciona o levantamento, e registro dos fatos objetivando a
elaboração de demonstrativos.
As Demonstrações Contábeis: compreendem um conjunto de peças que evidencia a situação financeira
econômica e patrimonial, o resultado da operações, entre outras informações pertinentes de uma empresa.
No Brasil, as demonstrações contábeis aceitas pela legislação societária são as seguintes:
Balanço Patrimonial – relata os bens e direitos da sociedade, bem como as obrigações com terceiros
e os recursos investidos pelos proprietários;
Demonstração do Resultado do Exercício – informa o lucro ou prejuízo apurado pela companhia
durante seu exercício social;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – menciona as modificações ocorridas nas
contas dos acionistas da companhia;
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – apresenta, por natureza de transação, os
recursos que ingressaram na companhia e como esses recursos foram aplicados;
Notas Explicativas – contêm os critérios utilizados pelo contador para elaboração das demonstrações
contábeis e outras informações necessárias para o entendimento desses relatórios pelos leitores.
A Análise de Balanço: é um estudo das demonstrações contábeis através da aplicação de índices
financeiros que permitem avaliar a situação financeira, patrimonial e econômica de uma empresa. Como
não há critério científico ou metodologicamente constatado de se relacionar os indicadores utilizados nas
análises, visando a obtenção de um diagnóstico preciso, alguns autores consideram a Análise de Balanço
como uma arte.
Por fim, a Auditoria, no sentido “latu", significa: um conjunto de procedimentos técnicos aplicados sobre
uma relação de responsabilidade. Seu surgimento se confunde com o próprio processo de acumulação do
capital. Em um sentido restrito, a auditoria se confunde com a auditoria contábil2, que objetiva, após
aplicação de procedimentos auditoriais, a emissão de opinião sobre a adequação das demonstrações
contábeis.
As normas que tratam de auditoria no Brasil foram aprovadas pelas Resoluções nº 700 e 701/91 do
Conselho Federal de Contabilidade - CFC. A primeira delas, que trata das Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis, apresenta o seguinte conceito para a Auditoria:
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 13
"A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com
que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as
mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada,
consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica, no que for
pertinente.
Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-se que o auditor
considera adequadas as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em
termos de conteúdo quanto de forma.
As demonstrações contábeis, objeto de auditoria independente, na inexistência de qualquer
indicação específica, compreendem o balanço patrimonial e as respectivas demonstrações do
resultado, das mutações no patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos, e as
notas explicativas que as integram.
O parecer dos auditores independentes tem por limite os próprios objetivos da auditoria das
demonstrações contábeis e não representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou
algum tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios. O parecer é de
exclusiva responsabilidade de contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade,
nestas formas, denominado auditor." (Grifamos)
2 A auditoria contábil envolve basicamente 3 estágios a saber: Planejamento, Execução e Relatório. O
Planejamento é o estágio basilar do processo onde o auditor deverá procurar responder as seguintes
questões: a) O que auditar? b) Quando auditar? c) Como auditar? d) Com quem auditar? e) Para que
auditar?' e f) Quais os recursos a se utilizar?
A Execução é a fase de avaliação dos controles internos e da aplicação dos procedimentos de auditoria. É
neste estágio que o auditor realiza seus exames. Os principais procedimentos de auditoria são: a) Exame
documental, significando a análise da adequação dos documentos comprobatórios dos fatos auditados; b)
Conferência de cálculos, representando a revisão dos principais (relevantes) cálculos realizados pela
empresa auditada, de modo a verificar sua exatidão. Entre as conferências de cálculos fundamentais está a
"conferência de soma”, c) Entrevistas, que são as questões realizadas de forma técnica aos auditados de
modo a detalhar e esclarecer procedimentos; d) Inspeção Física, que é o exame da existência dos bens e
títulos do ente auditado e e) Circularização, que é a confirmação de saldos mantidos com terceiros,
mediante correspondência elaborada pela empresa auditada, mas solicitada pelo auditor, que deveráreceber pessoalmente as respostas.
O Relatório é a etapa onde são apresentados os resultados dos trabalhos realizados pelo auditor. Os tipos
de parecer emitidos pelo auditor são: a) Parecer limpo, que emitido quando o auditor concorda com a
situação apresentada, b) Parecer com ressalva, emitido quando o auditor identifica situações que
comprometem a emissão de uma opinião limpa; c) Parecer Adverso, quando o auditor identifica situações
que comprometem a adequação das demonstrações contábeis e emite uma opinião adversa informando que
não concorda com as situações encontradas e d) Negativa de Opinião, o auditor não emite opinião quando,
por qualquer motivo, não puder realizar seus exames, ou seja, identificar uma limitação significativa.
12.0 – UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
O sistema contábil deve ser estruturado de forma que atenda:
a) Lei das Sociedades por Ações (Lei no 6.404/76).
b) Legislação do Imposto de Renda (preparação da declaração de rendimentos).
c) Relatórios gerenciais internos.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 14
d) Acompanhamento orçamentário.
e) Órgãos governamentais (Comissão de Valores mobiliários – CVM, Bolsa de Valores etc.) e
particulares (bancos etc.).
13.0 - EQUAÇÃO PATRIMONIAL
13.1 - CONCEITO DE PATRIMÔNIO
Etimologicamente a palavra patrimônio se origina do latim patrimonium significando, inicialmente, a
herança recebida do pater (pai). Posteriormente este conceito evoluiu e passou a representar o conjunto de
bens de propriedade de alguém, independente da origem. Juridicamente falando, o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma pessoa corresponde ao seu Patrimônio.
É evidente que os bens de propriedade de uma pessoa pode não se encontrar, necessariamente, sempre em
sua posse. Parte deles podem estar em poder de terceiros. De outro modo, é comum diversos bens, que
formam um agregado econômico, pertencerem a várias pessoas, que têm direito a frações ou quotas-partes
do seu valor. Acontece, também, que bens imóveis indivisíveis são possuídos em comum por diversas
pessoas, que têm direito sobre partes ideais. Cada indivíduo, ou conjunto de pessoas, que tenha a
propriedade de bens, poderá contar com os acréscimo resultantes da restituição de bens que se encontram
em posse de outros, mas não poderá contar por tempo indefinido com os bens devidos a terceiros.
Os bens de sua propriedade e os que a pessoa têm a receber de terceiros representam os elementos
positivos do patrimônio, ou seja os seus Ativos.
Os valores que são devidos a terceiros e que, portanto, devem ser restituídos em espécie ou moeda
equivalente são negativos na equação patrimonial, ou seja constituem o Passivo.
A doutrina contábil costuma considerar o patrimônio das pessoas naturais ou jurídicas sob dois aspectos,
 a saber: do ponto de vista da Economia, ou seja, das condições de fato, e do ponto de vista jurídico,
isto é, em face das relações de direito.
Sob o aspecto econômico, o Ativo é o conjunto de bens que a pessoa de fato é proprietária,
individualmente ou em comum com terceiros. O Passivo representa os bens que devem ser entregues
 a terceiros que cederam temporariamente bens equivalentes.
Sob o aspecto jurídico, o Ativo é a soma dos bens sobre os quais a pessoa tem direito de posse ou domínio.
O Passivo é a soma de valores que a pessoa tem a obrigação de dar ou restituir a terceiros.
Observa, ainda, a doutrina que muitas vezes o patrimônio de direito não corresponde ao patrimônio de fato,
porque nem sempre são realmente realizáveis - convertidas em dinheiro - os bens que figuram no
patrimônio.
O patrimônio pode também ser encarado estática e dinamicamente. Sob o primeiro aspecto, examina-se a
sua natureza, os elementos de que o compõe, o seu valor em um dado instante; quanto à dinâmica,
observam-se as mutações que o patrimônio sofre através do tempo em virtude das atividades da gestão
administrativa.
As definições do patrimônio estático referem-se ora à sua extensão, ora à sua essência.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 15
Segundo B. Windscheid apud Silvio Rodrigues em seu livro Direito Civil, “ o termo patrimônio, pode-se
empregar corretamente para indicar, seja a soma do ativo (patrimônio bruto), seja o conjunto do ativo com
dedução do passivo que o grava (patrimônio líquido)"/
Contabilmente, não obstante estes prolegômenos, podemos afirmar que o patrimônio é um conjunto de bens,
direitos e obrigações, vinculados a uma pessoa física ou jurídica em determinado momento - patrimônio no
sentido estático.
Vamos agora conceituar os elementos que compõem o patrimônio.
Bem é toda coisa5 que satisfaz uma necessidade humana. Se esse bem for passível de apropriação e possuir
valor monetário será um bem econômico. No ponto de vista contábil, bem é tudo aquilo que uma pessoa
possuí ou pode possuir, seja para uso, troca ou consumo e que possuem valor monetário.
5 Podemos definir coisa como sendo tudo aquilo que existe de forma objetiva, excluindo-se,
evidentemente, o ser humano.
Consoante o Código Civil português de 1867, em seu art. 369, coisa é “em direito tudo aquilo que
carece de personalidade". Logo, como somente o homem possui personalidade, coisa é tudo que
existe além dele.
6 Que são bens intangíveis
Os bens também podem ser classificados como:
a) Próprios, que são os de propriedade da pessoa;
b) De Terceiros, que são os que foram confiados à pessoa, quer sob a forma de empréstimo, quer sob forma
de depósitos.
Como exemplo de bens, temos:
™ Dinheiro em caixa;
™ Dinheiro em banco;
™ Estoques de material de consumo;
™ Estoques de mercadorias para a venda;
™ Veículos de uso;
™ Marcas e Patentes;
™ Edificações;
™ Terrenos;
™ Imóveis, etc.
Os Direitos constituem os valores a receber de uma pessoa sobre um terceiro. Como exemplo de direitos,
temos:
• Duplicatas a receber;
• Títulos a receber;
• Contas a receber;
• Investimentos (aplicações em títulos);
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 16
• Empréstimos a sócios, diretores, empresas ligadas (controladas7 e coligadas8), etc,
As Obrigações referem-se às dívidas de uma pessoa para com terceiros, relativas à compras a prazo, a
empréstimos bancários, à provisões (dívida certa, mas de valor incerto), a recebimentos antecipados e a
outras obrigações assumidas.
Como exemplo, temos:
ƒ Títulos a pagar (duplicatas, notas promissórias);
ƒ Impostos a recolher;
ƒ Contribuições sociais a recolher;
ƒ Provisões trabalhistas;
ƒ Provisões para Imposto de Renda;
ƒ Financiamentos (empréstimos bancários e/ou de sócios, diretores, controladas, coligadas, etc.).
7 Segundo o art. 243, § 2' da Lei nº 6.404/76 considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
Ou seja a Companhia A controla B quando detém a maioria do capital votante de B.
8 Conforme o § 1º do artigo citado na nota anterior, são coligadas as sociedades quando uma participa,
com 10 % ou mais do capital da outra, sem controlá-la.
13.2 - ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PATRIMÔNIO
Como mencionamos, o Patrimônioé composto do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, cujos
comentários apresentamos a seguir.
13.2.1 -ATIVO
O Ativo é conceituado como sendo o conjunto de bens e direitos de uma pessoa, Desta forma, como
exemplos podem apresentar:
a) Valores numerários: constituem-se de dinheiro em espécie, depósitos bancários a vista,
aplicações financeiras de curtíssimo prazo, etc.
b) Valores de crédito de funcionamento: são representadas por contas a receber de clientes,
duplicatas a receber, créditos em conta corrente com sócios, diretores, controladas e
coligadas, promissórias a receber, outros valores a receber provenientes de vendas de
mercadorias e serviços, etc.
c) Valores destinados à venda ou à produção: referem-se aos bens destinados a
comercialização, decorrendo daí o resultado mercantil. Como exemplo, temos:
mercadorias, estoques de produtos acabados, produtos em elaboração, importações em
andamento, mercadorias em poder de terceiros, matéria prima, etc.
d) Valores imobilizados destinados a produção: referem-se a bens tangíveis e intangíveis. A
titulo de exemplo, temos: bens materiais, tais como: terrenos, máquinas; equipamentos,
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística
Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 17
móveis e utensílios, prédios, veículos. E bens intangíveis, com: marcas e patentes, fundo
do comércio, direito de uso, importação de bens em andamento, etc,
e) Outros Valores: correspondem a pagamentos antecipados de despesas (prêmio de seguros,
aluguéis, juros, assinatura de jornais e revistas, etc.), bem como as contas cetificadoras do
Ativo, tais como: desconto de títulos (duplicatas descontadas), provisôes diversas
(desvalorização de estoque, perdas com investimentos) e depreciação, amortização e
exaustão acumuladas de bens de ativo, que serão oportunamente comentados em tópicos
específicos desta apostila.
13.2.2 - PASSIVO
O Passivo é conceituado como sendo o conjunto de obrigações de uma pessoa. Desta forma,
como exemplo, podemos apresentar:
a) Valores de débitos de funcionamento compreendem as dividas provenientes de compras
de mercadorias, matérias-primas, materiais de consumo, bem como os decorrentes de
despesas gerais impostos, encargos sociais, etc.
b) Valores de débitos de financiamento: referem-se a empréstimos e financiamentos de
curto ou longo prazo, e outras obrigações que geram despesas financeiras, tais como
financiamentos bancários, impostos a recolher, etc.
13.2.3 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Os elementos do Patrimônio Liquido são constituídos pelo capital individual ou social, representado
pela soma de valores trazidos inicialmente pelo proprietário, pelos sócios ou acionistas; pelas reservas e
lucros não distribuídos. Representa, na equação Patrimonial, a diferença entre o Ativo e o Passivo.
13.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFÍCA: ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Patrimônio de uma entidade pode apresentar, em determinado momento, a seguinte configuração
gráfica:
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 18
13.4 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Na representação gráfica, demonstrada anteriormente, verificamos os aspectos qualitativos e
quantitativos do patrimônio, sendo que o primeiro diz respeito aos elementos que compõem a equação
patrimonial (bens, direitos e obrigações) e o segundo, diz respeito aos valores desses elementos.
Sob o aspecto contábil, podemos observar que os componentes do patrimônio, tomam a denominação
de ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Esses elementos formam a equação patrimonial,
cuja representação gráfica pode tomar as mais variadas formas, conforme veremos a seguir.
A representação quantitativa e qualitativa do patrimônio de uma entidade é conhecida entre nós pela
expressão Balanço Patrimonial. Sabemos que, pela própria definição: Patrimônio é o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma entidade. É por esta razão que o balanço costuma ser denominado Balanço
Patrimonial.
Como temos que:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO
Mas como na maioria das entidades o Ativo (Bens e Direitos) é superior ao Passivo
(Obrigações), a representação mais comum do patrimônio, isto é, do Balanço Patrimonial é a
seguinte:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A expressão descrita acima é também conhecida com a equação fundamental da Contabilidade,
que pode ser resumida como: A = P + PL.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística
Empresarial
Contabilidade Gerencial Pág.: 19
Se o Passivo superar o Ativo (passivo a descoberto ou situação líquida negativa,
encontraremos:
ATIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO = PASSIVO
13.5 - CONFIGURAÇÕES DO CAPITAL
Para o início e desenvolvimento de suas atividades a empresa necessita de recursos, que podem
ser financeiros e materiais. O primeiro recurso recebido dos sócios é o CAPITAL NOMINAL,
o qual aumenta em função de novos investimentos, dos lucros auferidos e das reservas
constituídas na continuidade da empresa. A esse conjunto composto de capital, reservas e
lucros que fazem parte do mesmo grupo (Patrimônio Líquido), denominasse tecnicamente de
RECURSOS PRÓPRIOS ou CAPITAIS PRÓPRIOS, ou RECURSOS DOS
SÓCIOS/ACIONISTAS.
Para continuar operando normalmente e para ampliar suas atividades, a empresa necessita
também de recursos e financiamentos de terceiros, os quais ingressam na empresa sob forma de
compras a prazo, empréstimos, financiamentos, etc., se constituindo em obrigações da empresa,
com prazos determinados ou não. Essas obrigações são denominadas tecnicamente de
RECURSOS DE TERCEIROS ou CAPITAIS DE TERCEIROS.
Deste modo, temos que, as origens dos recursos podem ser próprias e de terceiros. E as
aplicações se constituem a contrapartida dessas origens que estão no Ativo em forma de bens e
direitos.
Já o conjunto representado pela soma dos capitais próprios e de terceiros é denominado
CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO da entidade.
O Ativo Total pode também ser denominado de PATRIMÔNIO BRUTO. Já o ATIVO
LÍQUIDO é o Patrimônio Líquido.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 20
Logo, temos as seguintes comparações:
ATIVO TOTAL PATRIMÔNIO
BRUTO
PASSIVO CAPITAL DE
TERCEIROS
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
CAPITAL
PRÓPRIO
PASSIVO +
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
CAPITAL TOTAL
À DISPOSIÇÃO
CAPITAL
SOCIAL
CAPITAL
NOMINAL
ATIVO BRUTO ATIVO TOTAL
ATIVO LÍQUIDO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 21
13.6 - FATOS CONTÁBEIS E VARIAÇÕES
PATRIMONIAIS
13.6.1 - CONCEITO DE FATOS CONTÁBEIS
Os Fatos contábeis são ocorrências que
provocam modificações quantitativas e
qualitativas no
patrimônio da entidade e, portanto, devem ser
registrados pela Contabilidade. Representam os
fatos administrativos que podem ser mensurados
em moeda.
13.6.2 - CONCEITO DE VARIAÇÕES
PATRIMONIAIS
As Variações Patrimoniais são as conseqüências
dos fatos contábeis nos elementos constitutivos
doPatrimônio Liquido da entidade. Ou seja, são
os fatores que provocam modificações no
patrimônio líquido.
13.6.3 - TIPOS DE VARIAÇOES
PATRIMONIAIS: RECEITAS e DESPESAS
O Patrimônio Líquido da empresa sofre
mutações (variações) de acordo com os ganhos
(Receitas), e os gastos (Custos e Despesas)
ocorridos durante o período (dia, mês e ano).
Neste caso as Receitas
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 22
13.6.4 - TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS
Os fatos contábeis são classificados em Permutativos, Modificativos e Mistos.
Os Fatos Permutativos ou compensativos são os fatos que apenas alteram (permutam) os valores do
Patrimônio sem ocasionar impacto no Patrimônio Liquido.
Exemplos de Fatos Permutativos:
a) Compra de um veículo a prazo;
b) Depósito bancário;
c) Compra de mercadorias a vista;
d) Venda de um bem sem lucro ou prejuízo (pelo preço de custo);
e) Pagamento de uma obrigação;
f) Aumento do Capital com lucros acumulados.
Os Fatos Modificativos são aqueles que exclusivamente modificam o valor do patrimônio líquido.
Exemplos de Fatos Modificativos:
a) Pagamento de despesas de aluguel;
b) Pagamento de despesas com salários;
c) Recebimento de receitas com juro;
d) Recebimento de receitas com serviço;
e) Despesas com energia a pagar;
f) Receitas financeiras a receber.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 23
Os Fatos Mistos ou compostos são aqueles que além de modificarem o valor do patrimônio líquido,
permutará elementos do patrimônio.
Como se pode deduzir, o que determina o tipo de fato é o impacto no Patrimônio Líquido.
Exemplos de Fatos Mistos:
a) Venda de um veículo com lucro ou prejuízo;
b) Venda de mercadorias com lucro ou prejuízo;
c) Recebimento de um direito com juros ou com descontos;
d) Pagamento de uma obrigação com juros ou com descontos.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 24
14.1 - PLANIFICAÇÃO CONTÁBIL: FUNÇÃO E FUNCIONAMENTO
14.1.1 - INTRODUÇÃO
A escrituração ou registro dos fatos contábeis obedece ao método universalmente aceito, denominado
de MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS, que foi desenvolvido pelo Frei Luca Pacciolo, na
Itália, aproximadamente em 1494. Por este método, que obedece a um principio matemático, a cada
débito registrado em uma ou mais contas, deve corresponder obrigatoriamente a um crédito do mesmo
valor também em uma ou mais contas. Como conseqüência deste método, implica que para o registro
de um fato contábil, utilizam-se pelo menos duas contas.
Mas o que vem a ser Conta, em Contabilidade?
14.1.2 - CONTAS CONTÁBEIS
14.1.2.1 - CONCEITO
Conta é o nome ou título representativo de um elemento ou grupo de elementos homogêneos do
patrimônio. É o local onde registramos fatos de uma mesma natureza. É através das contas, que se
processam os lançamentos contábeis das modificações patrimoniais. Assim, todas as transações
envolvendo os veículos da entidade serão registradas na Conta Veículos, bem como todas as operações
envolvendo dinheiro da empresa serão classificadas na Conta Caixa.
Os lançamentos são constituídos de cinco elementos essenciais: data, conta devedora, conta credora,
histórico (descrição sucinta do fato ocorrido) e valor.
Quanto a extensão do objeto, as contas podem ser: Sintéticas e Analíticas.
Contas Sintéticas: São aquelas que designam grupos ou elementos genéricos. Como exemplo, temos:
Bancos Conta Movimento, Clientes, Impostos a Recuperar, Fornecedores, Obrigações Sociais a
Recolher, Contas a Pagar, etc.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 25
Contas Analíticas: São as contas que representam os elementos analíticos que compõem as contas
sintéticas. Como exemplo, temos: Banco do Brasil c/Movimento é a conta analítica da conta sintética
Bancos Conta Movimento; Cliente - Silva & Silva Ltda. é a conta analítica da conta sintética Clientes,
etc.
14.1.2.2 - CLASSIFICAÇÃO TEÓRICA DAS CONTAS
A Classificação Teórica das contas pressupõe o conhecimento ou a definição da natureza dos elementos
por elas representados. De acordo com. os estudos das diversas correntes doutrinárias contábeis, as
teorias mais, mencionadas são:
a) Teoria Personalista: Para esta Escola italiana, as contas representam pessoas que se relacionam com
a entidade em termos de debito e crédito. Esta teoria se lastreia no seguinte axioma; "Quem recebe
deve e quem cede tem haver".
Como exemplo, vejamos o caso de uma empresa que teve o seu capital subscrito e integralizado pelos
sócios. No tombamento da integralização, a Pessoa Capital, representando os sócios, concedeu um
crédito a entidade. Esta, por sua vez, entregou os recursos recebidos à Pessoa Caixa. Dessa forma, a
Pessoa Capital como cedeu tem um haver, logo ficou credora, enquanto a Pessoa Caixa por ter recebido
deve à Conta Capital, logo Caixa é devedora.
Esta escola classifica as contas em:
™ Contas dos Proprietários;
™ Contas dos Agentes Consignatários;
™ Contas dos Agentes Correspondentes.
As Contas dos Proprietários compreendem todas as contas do Patrimônio Líquido e suas variações
como as receitas e as despesas.
As Contas dos Consignatários representam os bens da entidade que ficam sob a guarda de seus
funcionários, ou seja, sob a consignação de seus empregados.
As Contas dos Agentes Correspondentes compreendem aquelas que representam direitos ou
obrigações da empresa.
b) Teoria Materialista: Para esta Escola, a relação entre as contas e a entidade é uma relação material e
não pessoal. Assim, a conta só deve existir enquanto também existir o elemento material por ela
representado. Por isso, as contas são classificadas em dois grupos a saber:
9 Contas Integrais;
9 Contas Diferenciais.
As Contas Integrais, também denominadas elementares, são aquelas representativas de bens, direitos e
obrigações enquanto as Contas Diferenciais, ou derivadas, são as que integram o patrimônio líquido,
além das receitas e despesas.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 26
c) Teoria Patrimonialista: Segundo esta Teoria, que é mais aceita no Brasil, a Contabilidade tem como
finalidade controlar o patrimônio e apurar o resultado das entidades. Portanto, esta Escola classifica as
contas em:
¾ Contas Patrimoniais;
¾ Contas de Resultado.
As Contas Patrimoniais ou redituais são aquelas que representam o Ativo e o Passivo da entidade para
com terceiros e para com os sócios (Patrimônio Liquido). Desta forma, são contas patrimoniais aquelas
que indicam existência de bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido da entidade, formado pelo
capital social, as reservas e os lucros ou prejuízos acumulados.
Já as Contas de Resultado compreendem as receitas e as despesas do período, que devem ser
encerradas no final de cada exercício para que seja apurado o resultado. Este resultado, lucroou
prejuízo, será incorporado ao patrimônio através da contas Lucros ou Prejuízos Acumulados,
Exemplificando a classificação das contas segundo as escolas ou teorias apresentadas, a conta Capital é
uma Conta dos Proprietários, segundo a Teoria Personalista; classificasse como Conta Diferencial pela
Teoria Materialista e como Conta Patrimonial, de acordo com a Teoria Patrimonialista.
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 27
14.1.2.4 - FUNÇÃO DA CONTA
A Função da Conta representa o seu objetivo principal, como exemplo, temos:
Conta Caixa: A função dessa conta é registrar operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro.
Mercadorias: A função dessa conta é registrar operações de compra de mercadorias e as respectivas
baixas por vendas.
Conforme observamos, não se pode utilizar a Conta Caixa para registrar operações de compras e
vendas a prazo, visto que estas operações não envolvem dinheiro, igualmente não se pode registrar a
compra de um prédio na Conta Mercadoria.
14.1.2.5 - FUNCIONAMENTO DAS CONTAS
O Funcionamento das Contas refere-se ao movimento de débitos e créditos registrados através dos
lançamentos contábeis. As palavras débito e crédito, como visto, não têm, respectivamente, conotação
positiva e negativa, mas apenas significa se um registro foi efetuado no lado esquerdo (o débito) e no
lado direito (o crédito) da conta, respectivamente.
Portanto, debitar uma conta é registrar o valor da operação no seu lado esquerdo, e creditar uma conta é
registrar o valor da operação no seu lado direito.
Deste modo, o funcionamento da conta indica quais operações devem ser lançadas a débito e a crédito,
como exemplo temos:
Banco do Brasil c/Movimento: É debitada pelos depósitos bancários, pelos créditos realizados pelo
banco em função de liberação de empréstimos, cobranças de títulos, etc. É creditada pelos cheques
sacados, débitos feitos pelo banco relativos as despesas bancárias, títulos descontados não pagos pelo
cliente, parcelas de financiamentos vencidas, etc.
Veículos: É debitada pela aquisição de novos veículos, bem como acréscimos decorrentes de
atualizações monetárias. É creditada pela baixa do bem por alienação, perda eventual, etc.
14.2 - SISTEMAS DE REGISTROS
14.2.1 - MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
Temos os seguintes métodos para escriturar os fatos contábeis:
¾ Manual: Esse sistema utiliza livros com pautas, especialmente desenhadas para o registro
manual dos fatos contábeis.
¾ Mecânico: Utiliza fichas que são preenchidas mecanicamente.
¾ Processamento de Dados: Já bastante comum entre nós, os sistemas computadorizados
permitem que os lançamentos sejam digitados e que se obtenha, a partir disso, tanto o diário
quanto o razão, em forma de listagens emitidas pelas impressoras.
Os lançamentos ficam gravados em discos rígidos, disquetes ou fitas magnéticas, compondo um banco
de dados que pode ser consultado a qualquer momento. Neste sistema, a codificação numérica ou
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 28
mesmo alfanumérica das contas é fundamental para a elaboração das planilhas - procedimento que
antecede a digitação dos lançamentos no computador.
14.2.2 - ERROS DE LANÇAMENTO
O registro contábil não pode conter rasuras, emendas, anotações nas entrelinhas ou nas margens.
Todavia, quem faz os lançamentos pode cometer enganos. Vamos demonstrar, como pode ser feitas as
devidas correções.
O Conselho Federal de Contabilidade - CFC aprovou a norma T 2.4 - da Retificação de Lançamentos,
conforme Resolução nº 596/85, de 14/06/85, que trata sobre o assunto:
Segundo o CFC a Retificação de Lançamento é o processo técnico de correção de um registro realizado
com erro, na escrituração contábil das entidades.
São formas de Retificação:
a) O estorno;
b) A transferência;
c) A complementação.
Em qualquer das modalidades supramencionadas, o histórico do lançamento deverá precisar o motivo
da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.
O Estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulado-o totalmente.
O Lançamento de Transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente,
debitada ou creditada, através de transposição do valor para a conta adequada.
O Lançamento de Complementação é aquele que vem, posteriormente, complementar, aumentando
ou reduzindo, o valor anteriormente registrado.
Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nos seus históricos, as datas
efetivas das ocorrências e o motivo do atraso.
14.2.3 - FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
As Fórmulas de Lançamento podem ser classificadas, segundo a doutrina contábil, da seguinte forma:
Primeira Fórmula: Quando um lançamento possui apenas um débito e um crédito correspondente, ou
seja: D e C;
Segunda Fórmula: Quando um débito corresponde a dois ou mais créditos, ou seja: D e CC...;
Terceira Fórmula: Quando dois ou mais débitos correspondem a um crédito, ou seja: DD... e C;
Quarta Fórmula: Quando dois ou mais débitos correspondem a dois ou mais créditos, ou seja: DD... e
CC...
14.3 - LIVROS UTILIZADOS
14.3.1 - LIVROS COMERCIAIS
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 29
A escrituração contábil é feita, basicamente, em dois livros: o Diário e o Razão.
No Livro Diário as transações são registradas dia a dia e devem apresentar as seguintes características,
segundo o Código Comercial brasileiro:
Características Extrínsecas:
a) ser encadernado;
b) ser numerado tipograficamente;
c) ser registrado em órgão competente, ou seja, no Registro do Comércio ou Cartório de Registro Civil;
d) possuir termos de aberturas10 e de encerramento11 devidamente preenchidos e autenticadas.
10 O Termo de Abertura deve conter: a) a finalidade a que se destina o livro; b) o número da ordem;
c) o número de folhas; d) o nome da sociedade ou da firma individual; e) o local da sede ou
estabelecimento; f) o número e a data do arquivamento dos atos constitutivos no órgão de Registro
Público (Junta Comercial ou Cartório) e g) o número do CGC Cadastre Geral de Contribuintes.
11 O Termo de Encerramento deve conter: a) o fim a que se destinou o livro; b) o número de ordem;
c) o número de folhas e d) o nome da sociedade ou firma individual.
Características Intrínsecas:
a) utilização do idioma nacional e da moeda corrente do país;
b) uso da linguagem mercantil;
c) individualização e clareza dos lançamentos;
d) lançamentos devem ser feitos cronologicamente (dia, mês e ano);
e) escrituração sem intervalos em branco, sem emendas, borrões, rasuras, ou transporte para as
margens.
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC nº 563/83 dispõe que a escrituração tem que
ser executada:
a) Em idioma e moeda nacionais;
b) Em forma contábil;
c) Em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) Sem espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens;
e) Com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que
comprovem ou evidenciem fatos e prática de atos administrativos;
f) Utilizando-se de terminologia que expresse o verdadeiro significado das transações.
No Livro Diário as contas debitadas são apresentadas em primeiro plano. As contas creditadas
aparecem em segundo lugar precedidado artigo "a". A titulo de exemplo, a compra de um veículo a
vista no, valor de $10 seria registrado no Livro da seguinte forma:
Salvador, 15 de junho de 2005
Veiculo
a Bancos Conta Movimento.................... ................. ... $100
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 30
Histórico: Pela compra de um veículo n/d a vista, cf, NF nº 12.330
Quando o lançamento envolver mais de uma conta devedora ou credora é utilizada, por convenção, a
expressão Diversos, com a descrição das contas envolvidas posteriormente. Assim, a compra de um
veículo e uma máquina nos valores, respectivamente de $100 e $50, sendo 50% pagos a vista pode ser
registrada da seguinte maneira.
Salvador, 15 de junho de 2005
Diversos
a Diversos
Histórico; Pela compra de um veículo e uma máquina n/d sendo parte a vista e parte a prazo, cf. NF nº
12.331
Veículo, $100
Máquina, $50
a Caixa, $75
a Contas a Pagar, $75
No Livro Razão, também obrigatório segundo a legislação fiscal12, os lançamentos são agrupados por
conta. Assim, para cada conta far-se-á necessário uma ficha ou folha de razão. O Livro Razão é
considerado como livro, fichas ou folhas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os
lançamentos realizados no Livro Diário.
Livro Razão pode ser representado graficamente através de um quadro de oito colunas a saber:
Título dá Conta: Código dá Conta:
Data N.11 C-Parti Histórico Débito Crédito Saldo DIC
12 O Livro Razão se tornou obrigatório para fins fiscais, com o advento da Lei n 8 218, de 29 de agosto
de 1991, com a redação dada pelo art. 62, da Lei n 0 8.383/91. O mencionado artigo dispõe que a
tributação de imposto de renda das pessoas jurídicas procedida com base na escrituração contábil e
fiscal (tributação pelo lucro real) somente será admitida para as pessoas jurídicas que mantiverem em
boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro ou fichas utilizadas para resumir e
totalizar por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, A não existência de escrituração
regular do livro Razão implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica,
As colunas se destinam a:
Data: dia, mês e ano da ocorrência do fato contábil;
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 31
N: número correspondente do lançamento no Livro Diário;
C-Partída.- representa a contrapartida, ou seja, é a conta que completa o lançamento da conta que está
sendo escriturada;
Histórico: é a descrição do fato contábil, Deve ser breve, mas também deve permitir o
esclarecimento da transação;
Débito:indicação do valor a débito que será acrescido ou diminuído da conta;
Crédito: indicação do valor a crédito que será acrescido ou diminuído da conta:
Saldo: diferença entre o somatório do débito e o somatório do crédito;
indica a natureza do saldo, sendo D para saldo devedor e C para saldo credor.
Para fins didáticos, o razão é apresentado na forma de razonete, razão em T ou simplesmente conta T:
 NOME DA CONTA
Lado do Débito Lado do Crédito
Repare que o “T” representa justamente a área em destaque no Livro Razão.
Segundo os italianos "quem, recebe alguma coisa sempre deve e quem cede algo tem sempre um
haver", Logo, reparem que a conta que recebeu - Veículo - deve a conta Caixa, assim foi debitada- A
conta Caixa cedeu a conta Veículo, desta forma tem um haver-, conseqüentemente foi creditada.
Existem ainda os livros de controle e os diários auxiliares, utilizados por muitas empresas como
recursos que ajudam a contabilidade no controle de seus trabalhos.
Os livros de controle tanto podem estar integrados com a Contabilidade, conforme o plano de contas,
quanto mantidos nas respectivas seções, sem que estejam ligados aos lançamentos do diário. Quando
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 32
extra-contábeis, servem para conferência diária ou mensal dos saldos das contas apresentadas no
Balancete 13 extraído do razão, Exemplos: Livro Caixa, (ou, simplesmente, Caixa), Livro de Contas a
Pagar, de Contas a Receber, de Contas Correntes, de Controle de Estoque, etc.
13 O conceito de Balancete será apresentado no tópico seguinte
Cada página do livro é utilizada para controle de um cliente ou fornecedor, de um Banco ou de um tipo
de mercadoria ou material, etc. O funcionamento se dá em três colunas: débitos, créditos e saldos, ou
entradas, saídas e saldos.
Os diários auxiliares diferenciam-se dos livros de controle por se revestirem das formalidades
intrínsecas e extrínsecas exigidas por lei. Sua adoção fica a critério da entidade - geralmente se dá em
função do porte da empresa, pois acarreta uma racionalização de seus serviços como exemplo temos:
Diários Auxiliar de Caixa,
Diário de Recebimentos e Pagamentos, Diário de Bancos, de Contas a Receber, de Contas a Pagar, de
Compras, de Vendas, etc.
Um livro contábil muito utilizado é o Diário Auxiliar de Caixa. Sua função é controlar as entradas e as
saídas de dinheiro (em moeda ou em cheque), nele, todos os recebimentos são registrados como débito
de caixa, e todos os pagamentos como crédito de caixa. Por esse motivo, a entidade dispensa o Diário
de Recebimentos e Pagamentos.
Em substituição a esse livro, muitas empresas utilizam o documento denominado de "Boletim de
Caixa", o qual contém duas vias: a primeira, destacável, que acompanha os documentos enviados a
seção de Contabilidade para fins de escrituração, e a outra, fixa, que forma o bloco, de arquivo
seqüencial e cronológico que fica em poder do departamento que realiza o controle, normalmente a
Tesouraria.
Nem todos os detalhes contidos no Diário Auxiliar de Caixa precisam ser registrados rio Diário Geral,
bastando apenas, reproduzi-los resumidamente.
Assim, o Diário Geral conterá registros "sintéticos" dos movimentos, e o Diário Auxiliar de Caixa,
registros “analíticos".
FIB – Faculdade Integrada da Bahia Curso de Logística Empresarial
Contabilidade Empresarial Pág. 33
14.3.2 - LIVROS FISCAIS
Os livros fiscais registram documentos e eventos de natureza fiscal, com o fim específico de apurar e
controlar os impostos devidos aos governos federal, estadual ou municipal.
Para cada área governamental, a legislação exige livros próprios, além dos livros Diário e do Razão da
Contabilidade da Empresa. A guisa de exemplo, citamos:
Área Estadual
Dentro da competência dos Estados, o principal tributo é o imposto sobre a Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS), que obriga aos contribuintes do ramo do comércio e da indústria a utilização, entre
outros, dos seguintes livros:
Registro de entrada de mercadorias;
Registro de saídas de mercadorias;
Registro de controle da reprodução e do estoque;
Registro de impressão de documentos fiscais;
Registro de utilização de documentos fiscais e termos de ocorrência;
Registro de inventário;
Registro de apuração do ICMS.
Área Federal
É de competência da União estabelecer, entre outros, impostos sobre a renda, e sobre os produtos
industrializados.

Continue navegando