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Pensamento Contemporaneo Frances

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O Pensamento Contemporâneo Francês
Teorias da Comunicação
ESCOLA FRANCESA
Surgiu em 1960, no Centro de Estudos de Comunicação de Massas (CECMAS) dentro da Escola Prática de Altos Estudos.
Quando intelectuais, sociólogos, filósofos e teóricos de diversas áreas passaram a partilhar pontos de vista sobre a comunicação e a sociedade. 
Com o surgimento de grupos diferentes gerando oposições, divergências, ideologias, utopias e teorias distintas foi impossível manter a unidade.
Por essas divergências, que afirma-se que não existiu, de fato, uma Escola Francesa.
O INTELECTUAL FRANCÊS
A concepção de intelectual parte do princípio de que o indivíduo deve ao mesmo tempo pertencer a um “campo” – ser especialista – e participar ativamente da “esfera pública”.
Defende a interdisciplinaridade dos estudos, a comunicação deve ser estudada, analisada e disputada por outras disciplinas: sociologia, antropologia, linguística, filosofia, ciências políticas, etc.
PENSADORES
Os pioneiros nos estudos da comunicação são considerados os sociólogos Georges Friedmann, Edgar Morin e Roland Barthes, que juntos criaram a revista Communications por onde passaram a maioria dos pesquisadores franceses.
A revista continua a publicar duas vezes por ano artigos originais de cientistas de renome e de jovens pensadores, abrindo novos caminhos e pesquisas com foco na transdisciplinaridade.
Revista Communications
PENSADORES
Os pensadores franceses tem seus estudos divididos em duas correntes: a ESTRUTURALISTA (derivada da Escola de Frankfurt) e a CULTURALISTA. E as principais problemáticas estão entorno basicamente de três questões:
	1) Comunicação como fenômeno de dominação;
	2) Comunicação como fenômeno extremo;
	3) Comunicação como vínculo social complexo. 
“Para uns, a comunicação deve ajudar a produzir o consenso necessário à coesão social. Para outros, o dissenso era inevitável e essencial.
Para uns, a comunicação, ao lado da escola, reproduz os valores dominantes em benefício dos donos do poder. Para outros, por mais que esse seja o propósito da sociedade da imagem, as brechas acabam por ampliar-se e arruinar o modelo.”
ALGUNS PENSADORES
Roland Barthes reconhece e estuda a fábrica de mitos sem os reduzir a uma mera manipulação da consciência.
Guy Debord faz uma crítica feroz à sociedade contemporânea e o culto à imagem e invasão da economia em todas as esferas da vida.
Jean Baudrillard dissecou a Sociedade de Consumo, de forma pessimista e moralista.
Georges Friedmann estudou a relação entre o homem e a máquina nas sociedades industriais.
Pierre Levy preocupou-se em analisar e explicar as interações entre Internet e Sociedade. 
Jules Régis Debray é mais conhecido como o criador da midiologia - o estudo crítico dos signos e de sua difusão na sociedade
Claude Lévi-Strauss considerado fundador da antropologia estruturalista.
Michel Foucault estudou sobre as relações de poder na sociedade e entre os indivíduos.
AS OBRAS QUE MARCARAM
 A sociedade do Espetáculo de Guy Debord
A antropologia Estrutural de Claude Levi Strauss
Système de la mode e Mytologies de Barthes;
Lire Le Capital de Louis Althusser;
As palavras e as coisas e Vigiar e Punir de Foucault.
Posicion contre le technocrates de Henri Lefebvre
O Espírito do Tempo de Morin
Sobre a televisão de Bourdieu
PIERRE BOURDIEU
“Não pode haver democracia efetiva sem um verdadeiro contra-poder crítico.”
Nasceu na França, no dia 1º de Agosto de 1930. Sua família era de origem camponesa. Ao completar seus estudos básicos, mudou-se para Paris, onde estudou na Faculdade de Letras aos 21 anos de idade. 
Em 1954 formou-se em Filosofia e iniciou sua vida profissional como professor em Moulins. Sua carreira sofreu uma interrupção em função do serviço militar obrigatório que o enviou para a Argélia. Aproveitando-se do deslocamento, assumiu o cargo de professor na Faculdade de Letras da capital do país, Argel.
Seu retorno à França, em 1960, marca também o início de sua volumosa produção científica. Sua publicação entre as décadas de 1960 e 1980 o caracteriza como importante sociólogo do século XX.
Bourdieu fez de sua vida acadêmica e intelectual uma arma política e de sua sociologia uma sociologia engajada, profundamente comprometida com a denúncia dos mecanismos de dominação em uma sociedade injusta.
PRINCIPAIS CONCEITOS
Os estudos de Pierre Bourdieu vêm a demonstrar que as chances entre alunos são desiguais, alguns estariam numa condição mais favorável do que outros para atenderem às exigências, muitas vezes implícitas, da escola. Desta forma Bourdieu vai argumentar que o papel de democratização atribuído aos sistemas de ensino no sentido de diminuir a distância entre as classes e grupos é falso.
Bourdieu argumenta que a família e a escola são responsáveis pelas nossas competências culturais ou gostos culturais. E com isso indivíduos que pertencem a famílias mais abastadas teriam uma certa vantagem no ambiente escolar pois tiveram acesso a coisas e experiências que os outros indivíduos não tiveram. E portanto ao chegar na escola os alunos não deveriam ser vistos de forma homogênea pois cada um tem um capital cultural diferente.
A posição social ou o poder que detemos na sociedade não dependem apenas do volume de dinheiro que acumulamos ou de uma situação de prestígio que desfrutamos por possuir escolaridade ou qualquer outra particularidade de destaque, mas está na articulação de sentidos que esses aspectos podem assumir em cada momento histórico.
CAPITAL
ECONÔMICO:
Conjunto de qualificações intelectuais produzidas pelo sistema escolar ou transmitidas pela família.
Três estados: Incorporado (ex.: domínio da linguagem), Bem Cultural (ex.: posse de quadros, livros) ou Institucionalizado (ex.: títulos escolares).
Conjunto de recursos patrimoniais e de renda. (ex.: terras, aluguel, salário)
Conjunto de contatos, amizades, relações úteis que podem ser mobilizadas pelos indivíduos ao longo de sua trajetória social e profissional. (ex.: terras, aluguel, salário)
CAPITAL
CULTURAL:
CAPITAL SOCIAL:
Conjunto de rituais ligados à honra e ao reconhecimento. (ex.: etiqueta, protocolo)
CAPITAL SIMBÓLICO:
Assim, a posição de privilégio ou não-privilégio ocupada por um grupo ou indivíduo é definida de acordo com o volume e a composição de um ou mais capitais adquiridos e ou incorporados ao longo de suas trajetórias sociais. 
Sobre a Televisão
Em 1997, Bourdieu publicou o livro “Sobre a Televisão”. Em sua obra o autor apresenta críticas aos profissionais da imagem, servindo de alerta para que esta não se transforme em instrumento de opressão simbólica, uma vez que a imagem e o discurso são carregados de ideologia.
Além disso fez uma análise crítica sobre o jornalismo, revelando o que eles são, sabem que são, mas não aceitam que seja dito como objetivação sociológica. E criticou o fato de que a mídia deveria ser um serviço ao público, e portanto não deveria falar dela mesma, pautar-se por outros veículos de mídia e muito menos promover o culto à personalidade.
 “Em princípio, ela está aí para nos falar do mundo e para apagar-se diante do acontecimento como um médium que se respeite. Mas, depois de algum tempo, parece, ela não se respeita mais ou toma-se pelo acontecimento.” Baudrillard, 1999
Sobre a Televisão
Apesar de terem ideias em comum, Baudrillard criticou as análises de Bourdieu pois acreditava que sua obra estava servindo para que a mídia se reapropriasse do material crítico para corrigir defeitos e assegurar a navegação com ventos menos agressivos.
Bourdieu sabe que o jornalismo é um produto do mercado contemporâneo, porém mesmo assim sonhava com uma modificação e uma lógica diferente para a comunicação.
 “O objeto, aqui, não é o “poder dos jornalistas” – menos ainda o jornalismo como “quarto poder” – mas a influência que os mecanismos de um campo jornalístico cada vez mais sujeito às exigências do mercado (leitores e anunciantes) exercem sobre os jornalistas e sobre os diferentes campos de produção cultural, jurídico,
literário, artístico e científico.” Bourdieu, 1997
Sobre a Televisão
Bourdieu discorre sobre o poder da indústria televisiva, a manipulação das informações e a monopolização de como estas chegam até o público, e alerta para os problemas que isto pode trazer.
Bem mais difundida entre as pessoas do que os jornais, por exemplo, a TV se torna responsável por ditar aquilo que tenha relevância ou não dentro dos acontecimentos mundiais. A informação então chega até o público da maneira que a TV definir; distorcida, incompleta, parcial. Ela oculta e mostra o que achar melhor, e o público toma por correto e completo aquilo que vê.
A TV ainda é influenciada política e, principalmente, economicamente; os índices de audiência ditam o caminho a seguir e Bourdieu intenta em conscientizar o telespectador acerca de toda essa situação. Um meio de comunicação com tamanha difusão poderia ser de extrema ajuda para a democracia direta e, no entanto, acaba distorcendo a realidade para quem a vive.
EDGAR MORIN
“A pobreza permite autonomia. A miséria priva-nos dos direitos.”
Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, nasceu em Paris, em 8 de julho de 1921, é um sociólogo e filósofo francês de origem Judaico-Espanhola, que desenvolveu na década de 60, importante pesquisa sobre indústria cultural e cultura de massa
É doutor honoris causa em 17 universidades de diversos países. Tem formação pluridisciplinar, é sociólogo, antropólogo, historiador, geógrafo e filósofo, mas acima de tudo é um intelectual livre que nos propõe uma visão transdisciplinar do pensamento. 
Foi o autor que inaugurou a Teoria Culturológica com sua obra L’espirit Du temps, de 1962. Essa teoria analisará o que o receptor é capaz de fazer com as informações que ele recebe dos meios de comunicação. Trata-se do estudo do comportamento do indivíduo como receptor e como ele insere as produções da mídia no seu cotidiano.
No livro Cultura de Massa no Século XX, Morin se interessa pela produção cultural de massa e busca identificar suas características específicas. Ele estuda as narrativas ficcionais audiovisuais (cinema e TV), a publicidade, a produção jornalística e os mitos de massa.
Porém a utilização de tecnologia e produção em massa não possui apenas pontos negativos. Para Morin, graças a esse impulso a grande maioria das pessoas pode ter acesso a cultura, mesmo que esta muitas vezes seja usada a favor do capitalismo. 
Além disso a cultura de massa propicia uma forte circulação de imagens, símbolos, ideologias e mitos referentes tanto à vida prática quando à vida imaginária. Esses símbolos e mitos são acrescentados às culturas nacional e religiosa.
Para Morin, a cultura de massa oferece uma visão de liberdade que pouco ou nada tem em comum com a vida social vigente. 
“A vida que falta a tantas vidas é mostrada em horizontes distantes, pelo exotismo ou por um passado heroico ou por um futuro incrível”.
Os direitos que faltam a tantas pessoas apareceriam na ficção dos espetáculos, dos esportes e da moda de pessoas que vivem num “Olimpo” muito distante do restante da população. Através desse entendimento, temos os olimpianos presentes em todos os setores da cultura de massa, servindo de comunicação entre o imaginário, a informação e as normas sociais. Sendo assim, eles se transformam na ponte mais acessível e eficaz da relação entre indústria e sociedade.
Para Morin as pessoas têm reações diversas aos mesmos estímulos devido à sua carga cultural, que as influenciam na maneira de interpretar e assimilar o que elas consomem de informação. 
 
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