Buscar

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
Os juizados especiais, segundo a Constituição de 1988, e nos termos da Lei nº 9.099, de 26.09.1995, deveriam existir apenas no âmbito da Justiça dos Estados e do Distrito Federal. 
Pela Emenda nº 22, de 18.03.1999, que alterou o art. 98 da Constituição, foi autorizada sua instituição também na Justiça Federal. Coube à Lei nº 10.259, de 12.07.2001, disciplinar a implantação desse novo juizado sumaríssimo.
Diversamente do que se passa nas Justiças Estaduais, o Juizado Especial Federal funcionará apenas com um juiz togado, não podendo este contar com auxílio de juízes leigos.
Aplicam-se-lhe, também, as disposições da Lei nº 9.099/1995, mas apenas subsidiariamente. É o que prevê o art. 1º da Lei nº 10.259.
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS
Aplicam-se, pela regra da subsidiariedade, aos Juizados Especiais Federais, os princípios preconizados pela Lei nº 9.099/1995, quais sejam: a oralidade, a simplicidade, a informalidade, a economia processual e a celeridade.
Graças à oralidade, é de admitir-se a apresentação oral do pedido e da defesa, tal como se prevê nos arts. 14 e 30 da Lei nº 9.099/1995, não havendo possibilidade de recurso contra as decisões interlocutórias, em regra.
Segundo o princípio da simplicidade, o feito deve fluir sem ensejar incidentes processuais, como as intervenções de terceiros, o que, todavia, não impede o cabimento das exceções processuais (suspeição ou impedimento do juiz).
A informalidade dispensa solenidades para os atos processuais, que poderão ser praticados pela própria parte, sem a obrigatoriedade da intervenção técnica do advogado.
O princípio da celeridade impõe a preocupação com o término do feito no menor tempo possível, sem prejuízo, é claro, da defesa e contraditório, mas sempre levando em conta a urgência natural no atendimento dos hipossuficientes que dependem do socorro da Previdência Social que se
servirão do Juizado Especial para pleitear verbas alimentares.
A solução conciliatória insere-se na tutela alternativa que os princípios informativos dos Juizados especiais inspiram.
Quanto à economia processual, o processo deve ser gratuito e resumir-se aos atos processuais indispensáveis ao atingimento de sua finalidade, buscando o juiz evitar nulidade, sempre que puder contorná-las e supri-las, sem prejuízo para o contraditório.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA
Ao contrário do que se passa com os juizados especiais estaduais, havendo na Justiça Federal vara do Juizado Especial, o autor não terá opção de escolher entre ela e as varas comuns.
Tal como prevê o § 3º do art. 3º da Lei nº 10.259/2001, no foro em que se encontrar instalada vara do Juizado Especial Federal, sua competência será absoluta. Se se distribuir, portanto, a outra vara ação que corresponda à competência do Juizado Especial, caberá ao titular declinar dela ex officio, e a parte poderá pleitear o deslocamento, a qualquer tempo, sem necessidade de formalizar exceção de incompetência.
COMPOSIÇÃO DO ÓRGÃO JUDICANTE
O juizado especial federal consistirá numa vara especializada dentro da Justiça Federal (Lei nº 10.259, art. 3º, § 3º). Não há previsão de uma estrutura separada para os juizados da espécie, em que pudessem atuar, por exemplo, juízes leigos e arbitradores, ao contrário do que se passa na Justiça
dos Estados.
Devem existir, porém, conciliadores, que serão designados pelo juiz presidente do Juizado pelo período de dois anos, com possibilidade de recondução (Lei nº 10.259, art. 18). Trata-se de função gratuita, com as mesmas características do jurado, na justiça criminal.
COMPETÊNCIA
A ação de que cuida a Lei nº 10.259 será proposta no juizado especial federal sediado no local onde o réu tiver seu domicílio ou residência. Se ali não houver tal juizado, a competência, conforme o art. 20 da referida Lei, será daquele que se achar mais próximo:
(a) do domicílio do réu ou do local onde este exerça suas atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
(b) do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita;
(c) do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação do dano de qualquer natureza; podendo, em qualquer hipótese, ser proposta no foro previsto no inciso I (art. 20 da Lei nº 10.259 c/c art. 4º da Lei nº 9.099).
Entre os diversos foros previstos não há preferência segundo a gradação legal. O autor poderá livremente optar por qualquer um deles, segundo suas próprias conveniências. Dentro do foro federal, todavia, a competência da vara do juizado especial é absoluta.
No caso, porém, de inexistir no foro, a cuja competência caberia a causa, vara da Justiça Federal, o ajuizamento no Juizado Especial Federal mais próximo, previsto no art. 20 da Lei nº 10.259, é apenas facultativo.
CAUSAS DE COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
Ao juizado especial federal, nos termos da Lei nº 10.259, art. 3º, caput, compete “processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar suas sentenças”.
Acham-se, porém, excluídas dos juizados especiais, pelo § 1º do mesmo dispositivo legal, as seguintes causas:
(a) as referidas no art. 109, II, III e XI, da Constituição Federal, ou seja: (i) causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País (inc. II); (ii) causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional (inc. III); e (iii) disputa sobre direitos indígenas (inc. XI);
(b) as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa, e as demandas sobre direitos ou interesses homogêneos (Lei nº 10.259, art. 3º, § 1º, I);
(c) as ações sobre imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais (art. 3º, § 1º, II);
(d) as ações para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal (art. 3º, § 1º, III);
(e) as ações que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares (art. 3º, § 1º, IV).
Na realidade, o maior volume de causas atribuídas aos juizados especiais federais se concentrará, sem dúvida, no campo previdenciário e tributário (excluídas, deste último, porém, as execuções fiscais).
LEGITIMAÇÃO
Segundo o art. 6º da Lei nº 10.259, podem figurar como parte ativa no juizado especial federal pessoas físicas e as microempresas, bem como as empresas de pequeno porte, tal como definidas na Lei nº 9.317.
Como rés podem ser demandadas a União e as autarquias, fundações e empresas públicas federais. Todas estas pessoas jurídicas apenas se legitimam passivamente, de sorte que não se lhes permite atuarem como autoras no juizado especial federal. 
Diversa, porém, é a situação das pessoas jurídicas de direito público, quando saem vitoriosas em ação contra elas movida, se resolvem executar a sentença pronunciada no âmbito do Juizado Especial. Nesse caso, reconhece-se legitimidade ativa àquelas entidades públicas para promover a execução nos próprios Juizados Especiais.
Por aplicação subsidiária da Lei nº 9.099/1995, art. 8º, caput, não podem ser partes no juizado especial federal, quer como autor, quer como réu, o incapaz, o preso, a massa falida e o insolvente civil.
ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
As citações e intimações da União, no processo do Juizado Especial Federal, serão feitas nas pessoas indicadas pelos arts. 35 a 38 da Lei Complementar nº 73, de 10.02.1993 (Lei nº 10.259, art. 7º).
As autarquias, fundações e empresas públicas serão citadas na pessoa do representante legal máximo da entidade, no local onde proposta a demanda, se ali existir escritório ou representação.
Não havendo órgão local, a citação dar-se-á na sede da entidade (Lei nº 10.259, art. 7º, parágrafo único).
Não se aplica aos juizados da espécie a citação por edital.
A Lei nº 10.259, art. 8º, § 2º, autorizaintimações e petições por meio eletrônico. Não se estendeu a medida, porém, à citação que, desta maneira, terá de aperfeiçoar-se pessoalmente.
PRAZOS
As pessoas jurídicas de direito público não desfrutam, no juizado especial federal, de prazos privilegiados, nem mesmo para recorrer. Ambas as partes desfrutarão dos mesmos prazos (Lei nº 10.259, art. 9º).
As provas documentais em poder da entidade pública demandada deverão ser fornecidas ao Juizado, até a instalação da audiência de conciliação (Lei nº 10.259, art. 11).
REEXAME NECESSÁRIO
O reexame necessário, ou remessa ex officio, que o Código processual prevê nos casos de sentença contrária à Fazenda Pública não se aplica aos processos do juizado especial federal (Lei nº 10.259, art. 13).
RECURSOS NO JUIZADO ESPECIAL
No juizado especial cível ou federal não há recurso para os tribunais que formam as instâncias superiores da justiça comum. A lei prevê o cabimento apenas do recurso ordinário para um colegiado de juízes de primeiro grau, integrado por membros do próprio juizado ou de outros juizados da
mesma natureza. O prazo para tal recurso é de dez dias (Lei nº 9.099/1995, art. 42).
No caso de concessão de liminar, de medida cautelar, ou de antecipação de tutela, é de se admitir agravo para a turma recursal, em face da ressalva contida no art. 5º da Lei nº 10.259, caso em que o recurso se processará segundo as regras do CPC. 
Ainda que não se lhe atribua o nome de agravo,
o recurso contra decisão interlocutória deverá observar o procedimento próprio do agravo de instrumento, para evitar a paralisação do processo, que seria incompatível com o princípio informativo da celeridade (Lei nº 9.099, art. 2º). 
Quanto às demais decisões interlocutórias, não há recurso. A parte prejudicada deverá simplesmente protestar, para ressalvar sua impugnação, se for o
caso, em preliminar do recurso ordinário contra a sentença final. 
Sendo irrecorríveis, tais decisões, sempre que violarem direito líquido e certo da parte, cabível se mostrará o mandado de segurança (Lei nº 12.016/2009, art. 5º, II).
Os embargos de declaração, obviamente, terão cabimento nos juizados especiais, já que não se pode aceitar a insanabilidade de sentenças omissas, contraditórias ou obscuras. O prazo é de cinco dias.
EXECUÇÃO
A execução das sentenças proferidas em feitos tramitados perante o Juizado Especial Federal civil será de sua competência (Lei nº 10.259, art. 3º).
Embora não haja dispositivo expresso na Lei nº 10.259, é de admitir-se, também, como integrantes da competência do Juizado Especial Federal a execução de títulos extrajudiciais contra a Fazenda Pública Federal, desde que se respeite o limite de sessenta salários mínimos.
MEDIDAS CAUTELARES
No juizado federal, a Lei nº 10.259 atribui ao juiz poder de determinar, de ofício ou a requerimento da parte, medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação (art. 4º).
Quando pleiteada pela parte, o deferimento da tutela cautelar não é simples faculdade do juiz. Desde que presentes os requisitos legais, a medida integra direito subjetivo do requerente, a que o juiz não poderá deixar de atender, sob pena de denegação de justiça.

Continue navegando