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UCA001 Fundamentos Direito Tema18

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Responsabilidade por vício 
do produto e do serviço 
Raquel Helena Hernandez Fernandes
Introdução 
Você já adquiriu um produto ou contratou um serviço que não era exatamente como o espe-
rado ou apresentou algum problema? Saiba que as relações de consumo podem ser abaladas por 
defeitos e vícios que os produtos ou serviços podem apresentar. Por isso, o consumidor precisa 
de proteção, proporcionada pelo Estado, e a Responsabilidade Civil vigora nos casos de reparação 
de danos. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender a proteção do Estado nas relações de consumo;
 • identificar defeito e vício na esfera jurídica;
 • conhecer a Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor (CDC).
1 A proteção do Estado nas relações de consumo
Segundo o artigo 5º, inciso XXXII da Constituição Federal de 1988, “[...] o Estado promoverá, 
na forma da lei, a defesa do consumidor” (BRASIL, 1988, s.p.). A partir dessa disposição, foi elabo-
rado o CDC. 
Figura 1 – Proteção do consumidor
Fonte: Jirsak/Shutterstock.com
Na prática, isso significa que o Estado é responsável por proteger o consumidor, intervindo no 
Poder Legislativo, na formulação de normas jurídicas relacionadas ao consumo; no Poder Execu-
tivo, de forma a implementá-las; e no Poder Judiciário, no intuito de solucionar os conflitos oriun-
dos de relações de consumo (SIMÃO, 2003).
A quem recorrer, então, quando alguém se sente lesado? A possibilidade mais próxima do 
consumidor é o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), um órgão público, repre-
sentativo do Estado, pertencente ao Poder Executivo municipal, estadual ou do Distrito Federal, 
cujo objetivo é proteger e defender os direitos e interesses do consumidor (RIO DE JANEIRO, [20--]).
SAIBA MAIS!
O Portal do Consumidor traz informações sobre direitos do consumidor e as atitudes 
que ele deve ter quando tiver seus direitos violados nas relações consumeristas. 
Visite o site: <http://www.portaldoconsumidor.gov.br/>.
Existe, também, é o Ministério Público Estadual, ao qual é permitida a intervenção em pro-
blemas de consumo (TARTUCE; NEVES, 2017). Por fim, temos a Defensoria Pública do Estado, 
cujo objetivo é oferecer aos cidadãos de baixa renda, integral e gratuitamente, orientação jurídica, 
promoção de direitos humanos e defesa, judicial e extrajudicial de direitos individuais e coletivos 
(SÃO PAULO, [20--]), o que inclui a defesa dos direitos do consumidor.
2 Conceito de defeito na esfera jurídica 
e sua reparação
Quando falamos de defeito, logo pensamos em algo que esteja danificado, não é mesmo? 
Na esfera jurídica, o defeito, também conhecido como fato, também traz essa ideia, mas com 
algumas peculiaridades.
FIQUE ATENTO!
O defeito também pode ser chamado de fato.
O defeito pode ser de produto ou de prestação de serviços e acarreta outros problemas além dele 
mesmo. Em outras palavras, o defeito ocorre se o problema extrapola os limites do produto ou serviço. 
EXEMPLO
Um consumidor compra um ferro de passar roupas, que explode e o machuca duran-
te o uso. Como o dano extrapolou qualquer problema restrito ao mau funcionamento, 
uma vez que feriu a pessoa que o estava utilizando, dizemos que existe um defeito.
Figura 2 – Consumidor machucado por defeito de produto
Fonte: Ronald Sumners/Shutterstock.com 
O defeito pode originar danos morais (violação dos direitos da personalidade), materiais (pre-
juízo material) e estéticos (decorrem de ofensa à integridade física de uma pessoa. (TARTUCE; 
NEVES, 2017). Caso exista nexo causal, isto é, se for comprovado que o defeito do produto ou 
serviço tiver causado tais danos ao consumidor, deve ser reparado por meio de indenizações.
3 Conceito de vício na esfera jurídica e sua reparação
Sabe aquele problema que está no próprio produto ou no serviço? Para o Direito, ele é cha-
mado de vício. Sendo assim, o vício está presente quando o dano fica restrito ao produto ou ser-
viço, ou seja, não extrapola os limites destes (TARTUCE; NEVES, 2017).
EXEMPLO
Um encanador não consegue sanar um problema no encanamento de um cliente. 
Essa situação não traz outros danos para a pessoa que contratou os serviços do en-
canador e nem para a casa. Assim, não extrapola os limites do problema. Nessa situ-
ação, dizemos que há um vício do serviço, pois o dano ficou restrito ao encanamento. 
E como reparar os consumidores nesse caso? Diferentemente do defeito, que é reparado por 
meio de indenização, o vício demanda substituição. 
Produtos de consumo duráveis ou não duráveis podem ter vícios de qualidade ou quantidade 
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes diminuam o valor, ou por conterem 
informações contraditórias e errôneas em seu recipiente, embalagem, rotulagem ou mensagem 
publicitária. Nesses casos, conforme o artigo 18 do CDC, o consumidor pode requerer que as par-
tes viciadas sejam substituídas (BRASIL, 1990).
Figura 3 – Produto com vício
Fonte: Gertjan Hooijer/Shutterstock.com 
Conforme o parágrafo 1º desse artigo, se o vício não for sanado no máximo em 30 dias, o 
consumidor pode escolher apenas uma das opções disponíveis, por exemplo, a troca do produto 
por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso. Esse prazo, entretanto, é flexível. 
Segundo o parágrafo 2º, as partes podem transigir sobre sua redução ou ampliação, desde que o 
combinado não seja inferior a sete e nem superior a 180 dias (BRASIL, 1990).
FIQUE ATENTO!
O prazo de 30 dias pode ser modificado pela vontade das partes, desde que haja acor-
do entre elas e o novo limite não seja menor do que 7 e nem maior do que 180 dias.
Caso a substituição das partes viciadas traga comprometimento da qualidade ou caracterís-
ticas do produto ou diminuí-lo, o consumidor poderá fazer uso de uma das opções que o parágrafo 
1º do artigo 18 dispõe. Caso a substituição do produto não seja possível, o consumidor pode pedir 
a troca por outro de espécie, marca e modelo diferentes, inclusive com a devolução de eventual 
diferença de preço.
E se o vício estiver na prestação de um serviço? Nesse caso, o artigo 20 do CDC determina 
que o fornecedor tem a obrigação de responder pelos vícios de qualidade que os tornem impró-
prios para o consumidor ou que causem diminuição em seus valores (no sentido de desvaloriza-
ção do serviço), de forma que o consumidor poderá exigir à sua escolha e de forma alternativa (isto 
é, apenas uma opção) algumas opções contidas nos seus incisos. Por exemplo, é possível exigir 
a reexecução dos serviços por meio de terceiros capacitados, deixando os gastos e riscos sob 
responsabilidade do fornecedor que primeiro executou os serviços (BRASIL, 1990). 
SAIBA MAIS!
O parágrafo 6º do artigo 18 do CDC traz um rol dos produtos impróprios ao uso e 
ao consumo, e o parágrafo 2º do artigo 20 dispõe que são impróprios os serviços 
que sejam inadequados para os fins a que se destinam e os que não seguem as 
normas necessárias. 
4 A Responsabilidade Civil e o Código do Consumidor
Antes de falarmos sobre a Responsabilidade Civil no CDC, é importante conhecermos seu 
conceito. A Responsabilidade Civil aparece quando há descumprimento de alguma obrigação, não 
cumprimento de alguma regra estabelecida em um contrato ou quando uma pessoa deixa de cum-
prir com alguma obrigação que regula a vida (TARTUCE, 2017). Dessa forma, quem pratica esses 
atos deve arcar com os danos decorrentes deles.
E como aplicar a Responsabilidade Civil às relações de consumo? Segundo o CDC, os forne-
cedores de produtos e serviços têm Responsabilidade Civil Objetiva, aquela em que não é neces-
sário comprovar a culpa, e solidária, isto é, fabricante, fornecedor e comerciante respondem juntos 
pelos danos que o produto ou serviço causaram (BRASIL, 1990). Isso significa que o consumidor 
não tem a obrigação (ônus) de comprovar a culpa dosfornecedores nas hipóteses de defeitos ou 
vícios. Entretanto, é importante saber que há exceção nesse regramento, de forma que, se o for-
necedor for um profissional liberal, terá Responsabilidade Civil Subjetiva, isto é, sua culpa deve ser 
apurada, conforme o artigo 14 (BRASIL, 1990).
Figura 4 – Consumidores
Fonte: Pressmaster/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
Na relação consumerista, o profissional liberal tem Responsabilidade Civil Subjetiva.
O CDC traz quatro formas de Responsabilidade Civil Objetiva, cada uma com seu respectivo 
tipo de solidariedade:
 • responsabilidade pelo vício do produto: solidariedade entre fabricante e comerciante;
 • responsabilidade pelo vício do serviço: solidariedade entre todos os envolvidos na pres-
tação do serviço; 
 • responsabilidade pelo defeito do produto: responsabilidade direta do fabricante e res-
ponsabilidade subsidiária do comerciante; 
 • responsabilidade pelo defeito do serviço: solidariedade entre todos os envolvidos na 
sua prestação (BRASIL, 1990).
Perceba que todos os envolvidos no fornecimento de produtos ou na prestação de serviços 
respondem pelo vício ou defeito.
Fechamento
Agora, você já sabe o que fazer ao adquirir um produto ou serviço com problemas. Nesta aula, 
você teve a oportunidade de:
 • saber como o Estado protege os direitos do consumidor;
 • diferenciar defeitos e vícios de produtos e serviços; 
 • entender a reparação dos defeitos e vícios dos produtos e serviços como consequência 
da Responsabilidade Civil no CDC.
Referências 
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário 
Oficial da União, Brasília, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 14 ago. 2017. 
______. Presidência da República. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, 
Brasília, 12 set. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>. 
Acesso em: 7 set. 2017.
______. Portal do Consumidor. 2017. Disponível em: <http://www.portaldoconsumidor.gov.br/
quemsomos.asp>. Acesso em: 30 ago. 2017.
RIO DE JANEIRO. Instituição/histórico. Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado 
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, [20--]. Disponível em: <http://www.procon.rj.gov.br/index.php/
main/historico>. Acesso em: 30 ago. 2017.
SÃO PAULO. Quem somos. Defensoria Pública do Estado de São Paulo, São Paulo, [20--]. Dispo-
nível em: <https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Default.aspx?idPagina=2868>. Acesso em: 30 
ago. 2017.
SIMÃO, José Fernando. Vícios do produto no novo Código Civil e no Código de Defesa do Consu-
midor. São Paulo: Atlas, 2003.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. 12. ed. rev., atual. e 
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Volume 2.
______; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual do Direito do Consumidor: Direito Material e 
Processual. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
	art10

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