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1 SINOPSE * Assunto: Tecnologia do DNA recombinante. * Pré-requisito: Conhecimento dos conceitos básicos das técnicas básicas de biologia molecular. * Objetivo: Descrever os princípios das técnicas de biologia molecular empregando as enzimas de restrição e eletroforese. * Bibliografia: 1 – MYR. Genômica. 2 – PIERCE. Genética. Um enfoque conceitual. 3 – WATSON. Biologia Molecular do gene. 4 – STRYER. Bioquímica. Tecnologia do DNA recombinante Dr. Paulo Roberto Queiroz Enzimas de restrição Enzimas produzidas por bactérias para restringir a proliferação de vírus invasores; Diferentes tipos de enzimas clivam diferentes sequências de bases de DNA; Ajuda a detectar a presença de diferentes formas de determinados genes. Enzimas de restrição São enzimas que reconhecem seqüências específicas de DNA dupla-hélice e cortam ambas as cadeias da dupla-fita em lugares determinados. Aplicações: • Análise da estrutura dos cromossomos; • Isolamento de genes; • Criação de novas moléculas de DNA. Sistemas de Restrição Mecanismo de defesa presente quando da entrada do DNA do fago na célula; Combinação de enzimas de restrição com metilases: ü Hidrólise do DNA “estranho”; ü Proteção do DNA celular relativamente as enzimas de restrição pela adição de grupos metil às bases A ou C. A DNA metilase possui a mesma sequência de reconhecimento que os enzimas de restrição; 2 Sítio de restrição Seqüência de DNA que sofre a ação da enzima de restrição. Características 1 – Comprimento de 4 a 8 pares de bases. 2 – Simetria palíndromo. Ex: Nomeclatura: 1 – Nome com 3 letras (espécie produtora); 2 – Designação da linhagem; 3 – Número romano. Exemplo: EcoRI = Escherichia coli linhagem R enzima I Sequências de reconhecimento Não ambíguas ü Exemplo: BamHI - só reconhece a sequência GGATCC CCTAGG Ambíguas ü Exemplo: HInf I - reconhece sequências de 5 pb iniciadas por GA e que terminem em TC. Tipos de enzimas de restrição Classificação baseada em: Composição da sequência nucleotídica; Posição de clivagem; Sequência de reconhecimento; Cofatores envolvidos; Estrutura da enzima em questão. Tipos de enzimas de restrição Tipo I 3 subunidades: ü 1 subunidade de restrição (“R”); ü 1 subunidade de metilação (“M”); ü 1 subunidade de reconhecimento (“S”); Sequência de reconhecimento é assimétrica; Local de hidrólise não é específico e ocorre a mais de 1000 bp de distância; Hidrólise é sempre em um local diferente e necessita de ATP; Impede o seu uso em engenheira genética. Tipo III 2 subunidades: ü 1 subunidade de restrição (“R”); ü 1 subunidade de metilação e reconhecimento (“MS”); Sequência de reconhecimento é assimétrica (5 a 7 pb); Dupla cadeia de DNA hemimetilada; Local de hidrólise a mais de 24 a 26 pb de distância; Hidrólise é sempre em um local diferente e necessita de ATP. Impede o seu uso em engenheira genética. 3 Tipo II Duas enzimas: ü 1 enzima de restrição (Endonuclease); ü 1 enzima de metilação (Metilase); Estrutura com 4 folhas β e 1 hélice α; Sequência de reconhecimento é palindrômica 4 a 8 pb; Hidrólise ocorre dentro ou nas extremidades da sequência reconhecida; Não necessita de ATP, apenas Mg2+. Importantes na recombinação genética e na elaboração de mapas de restrição (especificidade de corte). Produtos das enzimas de restrição * Extremidades adesivas (Sticky ends): os cortes são feitos simetricamente, porém, fora do eixo de simetria, gerando extremidades com bases despareadas. * Extremidades abruptas (Blunt ends): os dois cortes ocorrem no eixo de simetria da seqüência específica, gerando extremidades sem bases despareadas. Izosquizômeros Diferentes enzimas de restrição que possuem a mesma sequência de reconhecimento; Diferem nas condições ótimas de reação, na estabilidade. Enzimas de restrição Sequência de reconhecimento SacI GAGCTC CTCGAG SstI GAGCTCCTCGAG Exemplo: Enzimas compatíveis Produzem extremidades protuberantes compatíveis. Sobreposição parcial de sequências de reconhecimento; DNA recombinado com sequência híbrida; Enzimas de restrição Sequência de reconhecimento BamHI GGATCC CCTAGG BglII AGATCT TCTAGA Exemplo: Fatores que influenciam a atividade das enzimas de restrição Composição do tampão ü Diferem na força iônica (concentração de sal); ü Diferem no catíon principal (Na+ ou K+); ü Solução: Manter o pH da reação (geralmente em pH 8.0). Digestão com múltiplas enzimas Influência da metilação no DNA ü Existe algumas endonucleases de restrição que não clivam DNA metilado. Temperatura de incubação ü A maioria das enzimas tem atividade ótima a 37 ºC; ü Exceções: Bactérias termofílicas – atividade ótima entre 50 ºC a 60 ºC; Enzimas com tempo de meia vida pequeno a 37 ºC, recomenda-se a incubação a 20 ºC. Hidrólise Enzimática A hidrólise dá-se ao nível das ligações fosfodiéster. Mg+2 é um cofator essencial, mas pode ser substituído por certos cátions divalentes, como Mn+2. Produtos da hidrólise resultam em extremidades 3’-OH e 5’-P. 5’ 3’ 5’ 3’ 4 Hidrólise Enzimática A cadeia de DNA pode ser hidrolisada para dar origem a pontas cegas (blunt ends) ou pontas coesivas (sticky ends); Duas cadeias com pontas cegas podem ser unidas por uma DNA- ligase, mesmo sendo de origens diferentes; Uma cadeia com pontas coesivas liga-se com maior facilidade a cadeias com sequências complementares. ELETROFORESE Consiste na separação de moléculas, em função da sua massa molecular, quando submetidas a um campo elétrico. ØUsa um substrato: papel, agarose e poliacrilamida; ØSepara proteínas por cargas e massa molecular; ØSepara ácidos nucléicos por massa molecular, sendo que os menores migram mais rapidamente. Eletroforese Critério de decisão na escolha da matriz. Princípio * Quanto maior a concentração do gel = menor a malha do gel: Moléculas pequenas passam mais rapidamente; Moléculas grandes sofrem atraso na corrida. 5 Agarose = fragmentos grandes de DNA (até 20 kb). Técnicas de rotina de biologia molecular. Poliacrilamida = fragmentos curtos de DNA (até 1000 pb). Exame de vínculo de paternidade. Tipos de géis para a análise de ácidos nucléicos Agarose % (p/v) Faixa de separação (kb) 0,3 5 – 60 0,6 1 -20 0,7 0,8 – 10 0,9 0,5 – 7 1,2 0,4 – 6 1,5 0,2 – 3 2,0 0,1 – 2 Faixa de separação de géis de agarose usados em rotina de Biologia Molecular. Acrilamida % (p/v) Faixa de separação (kb) 3,5 1000 – 2000 5,0 80 – 500 8,0 60 – 400 12,0 40 – 200 15,0 25 – 150 20,0 6 – 100 Faixa de separação de géis de poliacrilamida usados em rotina de Biologia Molecular. 6 1 – Desnaturante SDS-PAGE Adciona-se SDS (detergente aniônico) = carga negativa a proteína. Usa-se b-mercaptoetanol = rompe ponte dissulfeto = desnatura a proteína. Aplicação: 1 - Expressão do produto gênico; 2 – Western Blot; 3 – Identificação de proteínas por massa molecular; A poliacrilamida é o resultado da polimerização de dois reagentes: 1 - Acrilamida 2 - Bis-acrilamida. Os dois reagentes são ativados pelos catalisadores TEMED e persulfato de amônio. A ativação da acri/bis resulta em uma malha que é usada para a separação de proteínas e ácidos nucléicos. RFLP (Polimorfismo no Comprimento de Fragmentos de Restrição) Polimorfismo é detectado: 1 – Corte na dupla fita de DNA com enzima de restrição; 2 – Hibridação com sonda de DNA marcada (radioativa ou luminescente). 3 - Seqüências de DNA entre indivíduos sejam distintas. BASE GENÉTICA DO RFLP Polimorfismo visto no RFLP: 1 – Diferença na presença de sítios de restrição (SR) entre genomas diferentes. 2 - Diferençasnos SR’s: - Mutações; - Inserções e deleções; - Rearranjos (translocações ou inversões). Resultado = altera a distância entre pares de sítios de restrição. 7 Polimorfismo visto no RFLP: É devido aos eventos genéticos que ocorrem nos sítios de restrição! Função da técnica de RFLP: è Detectar diferenças na seqüência de DNA entre indivíduos. Etapas envolvidas no RFLP 1 – Extração de DNA; Quantidade e pureza. 2 – Digestão com enzima de restrição; EcoRI, EcoRV, HindIII, PstI... Polimorfismo nos SR’s. 3 – Eletroforese em agarose; Separação dos fragmentos. (104 a 107 fragmentos) Etapas envolvidas no RFLP 4 – Southern blot (nylon ou nitrocelulose); Pode ser usada várias vezes. 5 – Hibridação com sonda; Ligação aos fragmentos homólogos à sonda. Radioativa ou luminescente. 6 – Autoradiografia. Marcadores moleculares Vantagens do RFLP * Potencial para cobrir todo o genoma do indivíduo analisado; * Marcador de expressão co-dominante (identificar homo e heterozigotos); * Análise de regiões que codificam produtos gênicos e não-transcritas. * Usa DNA = maior estabilidade. * Reutilização das membranas. Limitações do RFLP * Vários passos intensivos de mão-de-obra; * Construção de bibliotecas para iniciar o estudo; * Uso de material radioativo; * Não é uma técnica de fácil manuseio; * Custo pode ser proibitivo; 8 1 Para ter validade na identificação do suspeito do crime, os padrões eletroforéticos mostrados na figura devem estar analisando o mesmo locus dos suspeitos. 2 Os loci em que as seqüências de DNA apresentam pouca variabilidade são ideais para a realização desse tipo de teste. 3 O indivíduo B pode ser eliminado das investigações, enquanto os indivíduos A e C permanecem como suspeitos. 4 Os padrões de bandas de A e B excluem a possibilidade de os mesmos terem qualquer grau de parentesco. 5 No esquema, enquanto as bandas inferiores (número de repetições próximo de 5) refletem material com carga positiva, as bandas superiores (números de repetições próximos de 30 ou de 35) refletem material com carga negativa. Perito – Polícia Federal – 2002 - A figura acima mostra o padrão eletroforético do DNA de três indivíduos suspeitos de crime de estupro — A, B e C — e do DNA obtido na cena do crime — F. A eletroforese realizada revela o número de repetições (VNTR) de uma seqüência curta de DNA encontrado em um locus do genoma humano. A respeito dessa situação e com o auxílio da figura acima, julgue os itens subseqüentes. C E E E E
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