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METILXANTINAS UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS – DCAN BACHARELADO EM BIOTECNOLOGIA Raul Lucena José Teixeira Neto Introdução 2 Presentes em bebidas alimentícias ou estimulantes não alcóolicos: Café Chá-da-Índia Guaraná Cola Chocolate Consumidas mundialmente Alta importância econômica e cultural Cafeína, teofilina e teobromina Fonte: www.portalhomem.com.br / www.revistaplantar.com.br / ileaseegbeomorisaogum.blogspot.com Introdução 3 Pseudoalcalóides Originárias de bases púricas (nitrogenadas) Caráter anfótero Alcalóides verdadeiros (purínicos) Atividade biológica marcante Distribuição restrita Presença de nitrogênio heterocíclico Fonte: www.scielo.br Histórico 4 Bebidas contendo metilxantinas são datadas de épocas muito remotas datando provavelmente da era paleolítica. 2737 a.C.: Primeira menção de consumo de Chá-da-Índia (Shen Nung); 1000 d.C.: Primeiro relato escrito do uso do café como bebida quente (Arábia) 1519 d.C.: O imperador asteca Montezuma oferece o chocolate aos espanhóis, que se populariza na corte europeia posteriormente. 1776 d.C.: Carl Wiilhelm von Sheele isola o ácido úrico, marcando o início dos estudos científico das xantinas. 1820 d.C.: A cafeína foi isolada dos grãos de café por F. Runge. 1842 d.C.: A teobromina foi isolada das sementes do cacau por Workresensky. 1888 d.C.: A teofilina foi isolada por A. Kossel. 1897 d.C.: E. Fischer elucida as estruturas da teofilina e teobromina. Histórico 5 Biogênese 6 Origem de bases púricas: hipoxantina, adenina, guanina, nucleosídeos Adenina como precursor mais importante Reino Animal Quebra de ácidos nucleicos ou via biossíntese Reino Vegetal Principais estudos no café e chá-da-índia (Goodwin e Mercer, 1975) / (Suzuki et al., 1992; Ashiara, 1993) Distribuição e papel fisiológico 7 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Ocorrem principalmente em regiões tropicais e subtropicais; Há casos onde são encontradas em zonas temperadas (China e Japão). DISTRIBUIÇÃO NO REINO VEGETAL As metilxantinas aparecem dispersas, não obedecendo a um ramo filogenético específico; Aproximadamente 60 espécies vegetais contém metilxantinas; Coffea (Rubiaceae); Cola e Theobroma (Sterculiaceae); Paullinia (Sapindaceae), Ilex (Aquifoliaceae); Camellia (Theaceae). Distribuição e papel fisiológico 8 FUNÇÕES DAS METILXANTINAS NOS VEGETAIS Metabolismo do nitrogênio e do carbono participando de reações de transmetilação-desmetilação. INFLUÊNCIAS NO TEOR DE METILXANTINAS Estágio de desenvolvimento; Alterações sazonais; Fatores ambientais; Métodos agronômicos. REAÇÃO DE TRANSMETILAÇÃO-DESMETILAÇÃO: 8 Propriedades físico-químicas 9 Ocorrem em formas tautoméricas Isômeros ficam em equilíbrio químico dinâmico Apresentando caráter anfótero: ácido ou base Cafeína -> Trimetilada Apresenta maior caráter básico Propriedades físico-químicas 10 Solúveis Água Soluções aquosas ácidas a quente Etanol a quente Solventes orgânicos clorados Soluções alcalinas (hidróxido de amônio) Cafeína, teofilina, teobromina diferenciados em: Solubilidade Temperatura de sublimação Faixa de fusão dos sublimados Métodos de extração 11 Solventes clorados em meio amoniacal Solventes clorados diretamente de suas soluções aquosas ácidas Método clássico para extração de alcalóides Métodos de sublimação Extração com fluídos supercríticos MAIOR GRAU DE PUREZA 11 Caracterização e doseamento 12 As metilxantinas são precipitadas com taninos com o reativo de Dragendorff ou com soluções de iodo/iodeto em meio ácido. A principal reação de caracterização é a denominada “Reação de Murexidina: Cisão oxidativa em aloxano e ácido dialúrico, formando purpurato de amônio. A caracterização é feita em CCD, com uso de gel de sílica impregnada com vapores de amônia e sistema eluente composto de clorofórmio. Para a revelação são usados reveladores a base de iodo em meio ácido. Caracterização e doseamento 13 Gravimetria Iodometria Espectrofotometria no UV Métodos cromatográficos Cafeína na Pasta de Guaraná - Gravimetria (Farmacopéia Brasileira 3ed) Caracterização e doseamento 14 Cafeína na Pasta de Guaraná – Espectrofotometria (Farmacopéia Francesa 8ed) Caracterização e doseamento 15 Os dois métodos apresentam relativa simplicidade e baixo custo Pouca precisão e elevado potencial de risco Toxicidade do solvente empregado Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 16 Metilxantinas apresentam um amplo espectro de atividades, agindo sobre: Sistema nervoso central; Sistema cardiovascular; Sistema renal; Sistema digestivo; Sobre metabolismo de carboidratos e lipídeos. OS EFEITOS DAS METILXANTINAS SÃO SEMELHANTES, PORÉM APRESENTAM DIFERENTES FINALIDADES TERAPÊUTICAS DEPENDENDO DA SUA POTÊNCIA. Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 17 SISTEMA NERVOSO CENTRAL São estimulantes; Facilitam a atividade cortical; Inibem o sono; Diminuem a sensação de fadiga; Estimulam os centros respiratórios. SISTEMA CARDIOVASCULAR Aumentam a frequência e os débitos cardíacos (teofilina); Vasoconstrição do sistema vascular cerebral (cafeína); Vasodilatação periférica e coronariano (cafeína). Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 18 MUSCULATURA LISA Relaxamento da musculatura brônquica, vias biliares e ureteres (teobromina e teofilina). MUSCULATURA ESTRIADA Estimulam a contração, reduzindo a fadiga (cafeína). SOBRE A DIURESE Teobromina e teofilina aumentam o débito sanguíneo renal e a filtração glomerular. Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 19 FARMACOCINÉTICA Depende de vários fatores como: Peso Tabagismo Insuficiência hepática ----------- TERAPIA INDIVIDUALIZADA ----------- Boa absorção por via oral; A cafeína é completamente absorvida no trato gastrointestinal; Picos plasmáticos em 15-45 min.; Metabolismo hepático; Excreção urinária; Tempo de meia-vida entre 5-6h. Principais metabólitos da cafeína no homem: Parametilxantina; Teofilina e Teobromina. Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 20 CAFEÍNA Entra na composição de diversas especialidades: Analgésicas Antipiréticas Antigripais Associada com ácido acetilsalicílico Paracetamol Dor de cabeça COMO FÁRMACO ISOLADO Sonolítico Antienxaquecoso Respiração de neonatos INJETÁVEL: Desintoxicação de depressores do SNC como álcool e narcóticos. Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 21 CAFEÍNA Como bebida: Estimulantes tônicos e revigorantes; Importante efeito para o estado de alerta. TOXICIDADE Dose letal: 5-10g para um adulto; 80 μg/mL (raro). Efeitos indesejáveis: 1g; 30 μg/mL Dor de cabeça Taquicardia Excitação Nervosismo Doses >600mg diárias pode produzir o “cafeinismo” Propriedades farmacológicas e efeitos terapêuticos 22 CAFEÍNA Síndrome de retirada: Interrupção do uso prolongado. Efeitos: Dor de cabeça, fadiga, apatia, insônia, nervosismo, tontura. TEOFILINA Tratamento de asma; Bronquite crônica; Apneia do sono; Causa contrações do diafragma. Efeitos colaterais: Problemas de sono, dores de cabeça, dores abdominais, convulsões. Drogas vegetais clássicas COLA Nome científico: Cola acuminata / Cola verticillata / Cola nítida Família botânica: Sterculiaceae Parte utilizada: Sementes (noz-de-cola) Árvores de grande porte (10-15m) Originadas da África tropical Mastigadas frescas nas regiões de origem Bebidas estimulantes e refrigerantes 23 (Roberts e Barone, 1983) Imagens: http://www.henriettes-herb.com/ 23 Drogas vegetais clássicas 24 COLA Dados Químicos Cafeína: 1 a 2,5% Cafeína livre varia pela forma da droga Fresca, estabilizada ou seca > Seca Traços de teobromina 5 a 10% de taninos 35 a 45% de amido Drogas vegetais clássicas 25 CACAU Nome científico: Theobrama cacao L. Theobrama: Alimentos dos deuses Família botânica: Sterculiaceae Parte utilizada: Sementes Árvores originada da América tropical e cultivada no sudeste asiático, África e América do Sul Produção anual de 1,5 milhão de toneladas Extração de manteiga de cacau e teobromina para indústria do chocolate Manteiga utilizada como excipiente graxo em alimentos e produtos farmacêuticos Drogas vegetais clássicas 26 CACAU Dados Químicos: Triglicerídeos e ácidos graxos (50%) Compostos polifenólicos e taninos (5-10%) 1-3% de metilxantinas 0,3% de cafeína 1,5% de teobromina (Bruneton, 1993) Drogas vegetais clássicas 27 GUARANÁ Nome científico: Paullinia cupana Kunth. Família botânica: Sapindaceae Parte utilizada: Sementes Originado da Amazônia (Brasil, Venezuela e Guianas) Sementes torradas transformadas em pasta com água Misturadas com farinha de mandioca Utilização na medicina popular Estimulante e revigorante Refrigerantes Frutos fermentados, sementes separadas e lixiviadas com álcool (Bruneton, 1993) Drogas vegetais clássicas 28 GUARANÁ Dados Químicos: 2,5 a 5,0% cafeína nas sementes Até 7% na pasta Traços de teofilina, teobromina Até 60% de amido (Bruneton, 1993) Drogas vegetais clássicas 29 ERVA-MATE Nome científico: Ilex paraguaiensis; Família: Aquifoliaceae; Parte utilizada: Folhas; Forma de consumo: Bebidas. DADOS QUÍMICOS Vitaminas Aminoácidos Saponinas titerpênicas Compostos fenólicos Metilxantinas: 0,7-2,3% cafeína; 0,3% teobromina; traços de teofilina. Drogas vegetais clássicas 30 CAFÉ Nome científico: Coffea arabica; Família: Rubiaceae; Parte utilizada: Semente; Forma de consumo: Bebida. DADOS QUÍMICOS Glicídeos Lipídeos: 10-18% Proteínas: 10-12% Cafeína: Teor variável. Drogas vegetais clássicas 31 CHÁ-DA-ÍNDIA Nome científico: Camellia sinensis; Família: Theaceae; Parte utilizada: Folhas; Forma de consumo: Chás. DADOS QUÍMICOS Proteínas Glicídeos Vitamina C Polifenóis AÇÃO FARMACOLÓGICA: Antimutagênico e antitumoral, antioxidante, inibidor de absorção de colesterol. METILXANTINAS UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS – DCAN BACHARELADO EM BIOTECNOLOGIA Raul Lucena Neto Teixeira
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