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recordar, repetir e elaborar

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TEORIAS E SISTEMAS PSICOLÓGICOS II
Facilitadora: Allane Sena
Componentes: Brenda Nayara, Feliciana de Jesus, Isabel Sousa, Mariane, Rebeka Sales.
RECORDAR, REPETIR ELABORAR
Inicia-se o texto falando acerca das transformações que a técnica psicanalítica sofreu, uma vez que Freud em seus estudos concluía sobre a necessidade de mudanças de acordo com as dificuldades que ele encontrava e novos dados revelavam-se. Tudo começa com Breuer com seu método catártico, que procurava identificar qual momento que o sintoma se formava, o médico então ajudava o paciente a recordar e ab-reagir. A hipnose foi abandonada, e a associação livre passou ser o método psicanalítico, pois Freud acreditava que na fala do paciente estariam conteúdos inconscientes, e que através da arte interpretativa era possível derrubar as resistências do paciente. O foco não era somente identificar o momento em que se formou o sintoma, mas considerar momentos anteriores ao surgimento da doença.
Essa técnica sistemática, utilizada até hoje, o analista não foca mais o seu trabalho em “um” momento específico ou problema, ele vai considerar tudo que o paciente expõe, todo o conteúdo presente na superfície da mente do paciente. Freud divide seu trabalho da seguinte forma: primeiramente, o médico revela as resistências que são desconhecidas ao paciente; quando as resistências estiverem vencidas, o paciente vai poder relacionar as situações e vinculações esquecidas sem dificuldade.
 Apesar das técnicas terem sofrido mudanças, o objetivo continua sendo o mesmo, “preencher as lacunas da memória” e assim vencer as resistências formadas pela repressão. Freud em suas considerações a respeito do esquecimento (impressões, cenas ou experiências), são na verdade interceptadas, e quando o paciente fala dos conteúdos esquecidos, conclui que na verdade “sempre soube, mas nunca tinha pensado nisso”.
Freud percebe que o aparelho psíquico não somente se constitui de conteúdos recalcados, ou seja, ideias insuportáveis ao consciente, mas também de ideias e conteúdo que nunca constituíram uma representação. Mas estão lá, sendo esses também energias.
Existem experiências de máxima importância que não podem ser lembradas. Trata-se de experiências ocorridas na infância e que não foram compreendidas na ocasião e serão compreendidas e interpretadas, através do sonho, por exemplo, e o sujeito será obrigado a acreditar neles com as bases mais convincentes fornecidas pela estrutura da neurose.
Há certos casos em que Freud diz que alguns pacientes não recordam coisa alguma do que esqueceu e reprimiu. Esses conteúdos irão se expressar pela atuação, ou seja, irá reproduzir não como lembrança e sim como ação, atuando, sem ter a consciência de que está REPETINDO.
O paciente em tratamento, tem uma compulsão à REPETIÇÃO, o conceito, sendo essa também uma maneira de recordar, e no processo analítico o que interessa é a relação desta compulsão á repetição com a transferência e a resistência.
A transferência é um fragmento da repetição, e a repetição é uma transferência do passado esquecido. O médico deve considerar que o paciente submete-se a compulsão, a repetição, substituindo o impulso de recordar, em sua atitude para com o médico e em todas as suas relações da vida atual.
A resistência será de acordo com a atuação, e a repetição substituirá o recordar. No processo analítico, diante seu avanço, se a transferência torna-se hostil ou intensa, precisando de repressão, o recordar abre imediatamente caminho à atuação. Nesse sentido, são as resistências que determinam a sequência do material que deve ser repetido. O paciente ao invés que recordar, repete sob as condições da resistência.
 Ele repete sua inibições, atitudes inúteis, seus traços patológicos de caráter, seus sintomas. O estado de enfermidade do paciente não pode cessar com o início do tratamento, e que devemos tratar sua doença não como um acontecimento passado, mas como uma força atual. O trabalho do analista é remontar o passado aquilo que o paciente experimenta como algo presente.
Freud chama atenção sobre o fato de não ser eficiente, quando o analista aponta a resistência ao paciente, fazendo por vezes essa tornar-se ainda mais forte, e o risco de mudança alguma ser efetuada no tratamento, podendo tornar a situação ainda mais obscura. Dar a resistência um nome não resulta em cessá-la. O paciente precisa de um tempo para elaborar melhor algo que ele acabou de conhecer, para assim superar. Esse deve ser o trabalho analítico, o médico deve esperar e deixar as coisas seguirem o seu curso. Essa é a linha correta do tratamento.
Assim sendo, surge o conceito de elaboração. A possibilidade para descarregar somente os afetos não é eficaz como um todo, é necessário também dar condição de elaboração a esses afetos. Aqui Freud revela que além da interpretação, o médico deve promover um condição de elaboração, constituindo então, a Técnica Analítica. 
Pontos de destaque:
O aparelho psíquico não é constituído somente de conteúdos e ideias recalcadas, mas também de conteúdo sem representação psíquica, sendo também, energia psíquica;
Os conteúdo do inconsciente serão manifestados não somente por recordação, mas também por compulsão à atuação (surge uma prévia do conceito de “Pulsão de Morte”, que será elaborado por Freud em sua obra mais adiante);
A repetição é um fragmento da transferência, sendo um fragmento de um passado esquecido, mas deve ser tratado com uma forca atual;
O “manejo da transferência” é a chave para reprimir a compulsão do paciente e proporcionar á ele a oportunidade de recordar;
Além da arte interpretativa, surge a necessidade da elaboração dos afetos e conteúdos no processo, compondo assim a nova Técnica Analítica, tendo o analista então, proporcionar condições para isso, e conter suas ansiedades, pois dar um nome ao afeto, não é suficiente. O processo analítico não se dá pela via da informação.
Recordar, repetir, elaborar
Claudia Itaborahy
Ferro... Fogo... O barulho ecoado a partir da ação do maçarico... E a arte. Um maçarico serve para aplicar chama ou calor capaz de aquecer, fundir, soldar e cortar diversos tipos de materiais como os metais. Vale dizer que além de ferramenta, maçarico é nome de ave migratória, cujo nome popular é pesca-em-pé; ave de bico longo e patas altas (suas ferramentas) que vive nas costas à procura de peixes: particular arte cotidiana. E o que é a psicanálise se não uma arte que primeiro precisa capturar o sujeito pelo amor de transferência e que tem na palavra uma ferramenta que solda, corta, quebra, retorce: faz falar? Uma aposta de fazer o sujeito vir à tona, seja com o seu sintoma, seja com o seu desejo... Fazer o sujeito sair da alienação e implicar-se naquilo que vive e sobre o que fala; deslocar-se em produções, invenções, saídas. Para o artista Jorge dos Anjos, o combustível do seu maçarico pode ser gás, pode ser querosene, óleo diesel. Para a ave, a visão, a caça e o vento. Para a psicanálise é a palavra, a associação livre, o ato de intervenção do psicanalista: um corte, um silêncio ou uma "quente" interrogação. E antecedendo a ação, lá está o corpo: da ave, do artista, do psicanalista. Cada um com sua fome. Produzir para saciar-se um pouco é preciso... 
Recordar, repetir, elaborar... Eis a lógica da arte.
OBS: Caudia Itaborahy, do blog Ateliê da Psicanálise, faz referência ao trabalho de um artista plástico, Jorge dos anjos, que transforma em arte o que antes era descartado pela sociedade. Trazendo para o contexto de nosso texto, faz referência em elaborar e reelaborar o que deveria ser esquecido e repetindo com uma nova ação. Para maiores detalhes: https://www.ateliedepsicanalise.com/single-post/2015/1/7/recordar-repetir-elaborar

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