Buscar

Trabalho - Entrevista Psicologica - Psicanalise - Rodrigo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FELIPE MONTEIRO ECHTERNACHT, MARIA DE FÁTIMA GARCIA, MARIA 
VITÓRIA GUEDES, MARYANNA TÁRCYLLA GOMES VIDAL, THAYANNA 
FERNANDES RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA SOB O ENFOQUE DA PSICANÁLISE: 
A entrevista preliminar em Freud – consoante o texto 
Sobre o Início do Tratamento (Freud, 1913) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbacena 
2021 
FELIPE MONTEIRO ECHTERNACHT, MARIA DE FÁTIMA GARCIA, MARIA 
VITÓRIA GUEDES, MARYANNA TÁRCYLLA GOMES VIDAL, THAYANNA 
FERNANDES RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA SOB O ENFOQUE DA PSICANÁLISE: 
A entrevista preliminar em Freud – consoante o texto 
Sobre o Início do Tratamento (Freud, 1913) 
 
 
 
 
Trabalho apresentado no Curso de Graduação em 
Psicologia da Fundação Presidente Antônio Carlos, 
como parte dos requisitos necessários à aprovação 
da Disciplina Entrevista Psicológica, ministrada 
pelo Prof. Rodrigo Torres Oliveira, no segundo 
semestre de 2021. 
 
Orientador: Rodrigo Torres Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbacena 
2021 
FELIPE MONTEIRO ECHTERNACHT, MARIA DE FÁTIMA GARCIA, MARIA 
VITÓRIA GUEDES, MARYANNA TÁRCYLLA GOMES VIDAL, THAYANNA 
FERNANDES RIBEIRO 
 
 
 
 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA SOB O ENFOQUE DA PSICANÁLISE: 
A entrevista preliminar em Freud – consoante o texto 
Sobre o Início do Tratamento (Freud, 1913) 
 
 
 
 
Trabalho apresentado no Curso de 
Graduação em Psicologia da Fundação 
Presidente Antônio Carlos, como parte dos 
requisitos necessários à aprovação da 
Disciplina Entrevista Psicológica, 
ministrada pelo Prof. Rodrigo Torres 
Oliveira, no segundo semestre de 2021. 
 
 
 
 
Data de aprovação:___/___/2021. 
 
 
 
 
 
APROVADO POR: 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Rodrigo Torres Oliveira 
FUPAC 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbacena 
2021 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho objetiva compreender a entrevista psicológica preliminar frente à 
abordagem psicanalítica, através das recomendações freudianas no texto Sobre o 
Início do Tratamento escrito em 1913. Ao longo do trabalho apresentamos os 
principais conceitos que permeiam a entrevista inicial na psicanálise, os elementos 
considerados rígidos e os flexíveis, bem como a sua aplicabilidade na clínica 
psicanalítica de Freud. No intuito de levar aspectos da entrevista preliminar no 
contexto atual, valemo-nos de duas entrevistas com os psicanalistas Wanderley 
Salgado e Maria Beatriz Jacques Ramos, que muito acrescentaram aos estudos. Em 
outros, trouxemos alguns autores contemporâneos que dialogam com a temática, a 
fim de traçar um paralelo entre as recomendações de Freud frente à entrevista 
preliminar e o que ainda permanece como prática rotineira nos consultórios 
psicanalíticos. 
 
 
 
Palavras-chave: Entrevista Psicológica, Psicanálise, Recomendações Freudianas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ................................................................................................................ 6 
2. Experimento Preliminar............................................................................................ 7 
2.1. O Jogo de Xadrez....................................................................................... 7 
 2.2. Seleção de Paciente................................................................................... 8 
 2.3. Diagnóstico................................................................................................. 8 
 2.4. Consequências Desvantajosas Especiais.................................................. 9 
3. Tempo.................................................................................................................... 10 
4. Dinheiro.................................................................................................................. 16 
5. Material.................................................................................................................. 19 
6. Intervenções.......................................................................................................... 22 
Considerações........................................................................................................... 25 
Referências Bibliográficas......................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Como instrumento fundamental à prática do método clínico, a entrevista psicológica 
se apresenta como uma técnica de investigação, a qual une no psicólogo as 
habilidades inerentes tanto à profissão quanto aos métodos investigativos. Como 
técnica que é, alia ciência à prática num processo ininterrupto de interação. Interação 
esta que deve ser pautada por elementos - ou regras - mais ou menos rígidas em 
determinado aspecto e, amplamente livres em outros. 
 
Posto isto, o presente trabalho irá abordar ambos os elementos – os considerados 
rígidos e os necessariamente abertos – na perspectiva da psicanálise de Freud, mais 
especificamente, frente ao seu texto Sobre o Início do Tratamento (1913). 
 
A escolha do recorte se deu diante da relevância das recomendações que Freud faz 
aos psicanalistas de seu tempo, as quais geram efeitos até os dias atuais, não 
somente para a abordagem psicanalítica, como para o método clínico em geral. 
 
O objetivo não é esgotar o tema, haja vista a natureza acadêmica deste trabalho. Além 
disso, o texto trabalhado constitui apenas uma parte dos artigos produzidos por Freud 
acerca da temática, não exaurindo toda a sua visão acerca da, por ele denominada, 
entrevista preliminar. Visamos, sobretudo, apresentar as principais concepções de 
Freud nesse contexto científico-prático da entrevista psicológica inicial. Abordaremos 
ainda, algumas das principais contribuições da psicanálise ao tema, tais como o 
conhecimento da dimensão inconsciente do comportamento, da transferência e 
contratransferência, da resistência e repressão, da projeção e introjeção. 
 
O trabalho é complementado pela entrevista de dois profissionais atuantes na 
psicanálise: Wanderley Magno de Carvalho (Doutor em Psicologia e Pós-doutorado 
em Psicologia, ambos pela UFMG; Psicanalista e Professor da UNIPAC) e Maria 
Beatriz Jacques Ramos (Doutora em Psicologia e Mestre em Educação, ambos pela 
PUCRS; Psicanalista e Presidente do Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul), os 
quais contribuíram ricamente para a compreensão do tema, trazendo-o para a nossa 
realidade atual. 
7 
 
2. EXPERIMENTO PRELIMINAR 
 
2.1. O Jogo de Xadrez 
 
No texto Sobre o Início do Tratamento (FREUD, 1913/1996), ao iniciar sua explanação 
sobre o tema, Freud nos apresenta uma brilhante analogia: traça um paralelo entre o 
jogo de xadrez e o início do tratamento. Segundo ele, para aquele que aspira ser um 
jogador de xadrez, é comum a seguinte dúvida: devo aprender o jogo estudando ou 
jogando? As mesmas dúvidas pairam sobre aqueles que pretendem compreender 
como se dá uma entrevista inicial: o melhor aprendizado virá estudando ou clinicando? 
 
À essa questão, Freud responde com as seguintes considerações: o jogo de xadrez 
só pode ser compreendido, ensinado e estudado consoante as regras iniciais e finais 
do jogo. Nada além disso pode ser regulamentado de forma rígida e inflexível, já que 
dependerá das nuanças de cada partida e dos competidores. Na mesma esteira se 
revela o início do tratamento. É possível traçar um procedimento inicial mais ou menos 
fixo, mas o mesmo não ocorre com o que se dará dali em diante, no desenrolar do 
tratamento. Segundo o pai da psicanálise, “esta lacuna na instrução só pode ser 
preenchida por um estudo diligente dos jogos travados pelos mestres”. (FREUD, 
1913/1996, p. 139). Sem que haja se transmissão de conhecimentos, que depende 
das gerações anteriores de psicanalistas,não é possível avançar no método. 
Portanto, a formação do profissional da psicanálise depende desse lastro 
transferencial. 
 
Apesar de argumentar que há uma possibilidade de se traçar diretrizes, Freud se nega 
a chamá-las de regras, já que seu objetivo não era criar dogmas irrefutáveis acerca 
do início do tratamento, mas sim um plano geral do jogo. Por esta razão, prefere aludir 
a elas como recomendações (FREUD, 1913/1996, p. 139). 
 
Ele esclarece que qualquer tentativa de criar um manual de prática inicial incorreria 
na mecanização da técnica, o que se afigura impossível, dada a diversidade das 
constelações psíquicas, a plasticidade dos processos mentais e a riqueza dos fatores 
determinantes. É certo que uma técnica que surta efeitos para um paciente poderá 
8 
 
não surtir para outro e vice-versa. Contudo, arrisca-se a demonstrar os procedimentos 
iniciais do tratamento por considerá-los eficazes dentro de uma média. 
 
2.2. Seleção de Pacientes 
 
O início do tratamento é denominado por Freud como experimento preliminar, um 
período de investigação clínica no qual podem e devem ser aplicadas certas regras. 
Uma delas é a necessidade de se fazer o que ele chama de sondagem ou exame 
preliminar (FREUD, 1913/1996, p. 140). Por uma ou duas semanas Freud diz aceitar 
pacientes provisórios, ocasião em que ele irá buscar conhecer o caso para, somente 
depois, decidir se ele é ou não apropriado para a psicanálise: “tornei como hábito meu, 
quando conheço pouco sobre um paciente, só aceitá-lo a princípio provisoriamente” 
(FREUD, 1913/1996, p. 139). 
 
Nesse momento Freud situa a importância da realização de entrevistas abertas, nas 
quais “se deixa o paciente falar quase todo o tempo e não se explica mais do que o 
absolutamente necessário para fazê-lo prosseguir no que está dizendo” (FREUD, 
1913/1996, p. 140). Assim, as perguntas ganham maior valor analítico, motivo pelo 
qual o paciente deve ser encorajado a falar livremente, sem intervenções que se 
apresentem significativas. Isto porque o tratamento experimental suscitará sinais 
suspeitos de que não vale a pena continuar com o método. Para ele, quando tais 
sinais emergem diante do terapeuta, a conduta mais adequada é a interrupção do 
tratamento. 
 
2.3. Diagnóstico 
 
Na sua concepção, seriam casos apropriados para o tratamento as neuroses com 
sintomas histéricos ou obsessivos que fossem recentes e pouco acentuadas. A fase 
inicial também é propícia para a identificação do estádio preliminar da esquizofrenia, 
à época denominada demência precoce: 
 
“Com bastante frequência, quando se vê uma neurose com sintomas 
histéricos ou obsessivos, que não é excessivamente acentuada e não existe 
há muito tempo – isto é, exatamente o tipo de caso que se consideraria 
apropriado para tratamento – tem-se de levar em conta a possibilidade de 
9 
 
que ela possa ser um estádio preliminar do que é conhecido por demência 
precoce (‘esquizofrenia’, na terminologia de Bleuler, ‘parafrenia’, como 
propus chamá-la) e que, mais cedo ou mais tarde, apresentará um quadro 
bem pronunciado dessa afecção.” (FREUD, 1913/1996, p. 140). 
 
Reconhece que a tarefa de distinguir uma neurose de uma psicose é árdua para 
qualquer profissional, contudo, mais especificamente para os psicanalistas. Qualquer 
equívoco para o psicanalista se revela mais grave que para o psiquiatra clínico. 
Segundo Freud, este último não vislumbra muita utilidade prática no diagnóstico, 
sendo seu interesse mais voltado para o âmbito acadêmico. Ao passo que para o 
psicanalista, o desacerto é significativo, na medida em que cometeu um erro prático. 
Tal falha acarreta, inexoravelmente, despesas desnecessárias, além de desacreditar 
o método psicanalítico. 
 
A respeito do diagnóstico inicial, José Bleger menciona que “alguns autores vêem o 
diagnóstico de modo depreciativo, consideram-no como – para a psicanálise e a 
psiquiatria dinâmica – prolongamento de um hobby de psiquiatras, como diz J. M. 
Thiel” (BLEGER, 1998, p. 51). 
 
2.4. Consequências Desvantajosas Especiais 
 
Uma das questões práticas trazidas por Freud é a utilização de longos debates 
preliminares que, segundo ele, gerariam consequências desvantajosas especiais. 
Nesse sentido também se posta José Bleger: 
 
“De modo específico, a entrevista não pode suprir o conhecimento e a 
investigação de caráter muito mais extenso e profundo que se obtém, por 
exemplo, em um tratamento psicanalítico, o qual, no decorrer de um tempo 
prolongado, permite a emergência e a manifestação dos núcleos e 
segmentos mais diferentes da personalidade” (BLEGER, 1998, p. 10) 
 
 
De igual modo, é prejudicial a utilização de outros métodos além dos preconizados e 
o conhecimento pré-existente entre terapeuta e paciente. Pessoas que se acham 
conectadas por qualquer laço social ou de amizade – seja com ele ou com a família – 
devem ser evitadas, sob pena de se conferir precocemente a atitude transferencial. 
Trata-se, pois, de uma dianteira temporária que não se concederia ao paciente 
voluntariamente. 
10 
 
 
Um outro ponto relevante à análise inicial é quanto às expectativas do paciente no que 
tange à psicanálise. Ela pode ser imbuída de uma grande confiança no tratamento, ou 
então de uma concepção completamente cética quanto ao método. Nesse aspecto, 
Freud acredita pouco importar a confiança ou a desconfiança, devendo ambas serem 
praticamente desprezadas, pois o paciente já revela resistências internas bem 
maiores a serem consideradas. 
 
Ressalta que essas resistências não podem ser ignoradas, já que elas serão a base 
para o padecimento neurótico do paciente, ainda que seja diante de uma aparente 
atitude confiante e positiva do paciente frente ao terapeuta e ao começo do 
tratamento. Segundo Freud, “a neurose tem suas raízes em estratos psíquicos nos 
quais o conhecimento intelectual da análise não penetrou”. (FREUD, 1913/1996, p. 
142). 
 
Porém, há casos em que, desde o início, o próprio analista se deparará com uma clara 
resistência ao paciente. Freud argumenta ser perfeitamente compreensível, já que 
este também pode se comportar como qualquer outro mortal. 
 
Fracisco Borrel Carrió faz menção a essa resistência ao paciente, propondo a 
elaboração de dois questionamentos. O entrevistador deve se fazer uma primeira 
pergunta: “O que sinto agora com esse paciente?” (CARRIÓ, 2012, p. 208). Quanto 
maior for o grau de desconforto frente aos sentimentos experimentados junto a ele, 
mais importante é entender sua origem. 
 
“Pode acontecer de essa relação despertar em nós a lembrança de outras 
relações desagradáveis. É o que Freud chamava, em sentido estrito, de 
transferência, referindo-se ao fato de que transferimos sentimentos 
passados para a relação presente, às vezes por simples associação de 
ideias. Mas também frequentemente nos contagiamos com a tensão ou com 
as emoções do próprio paciente, ou o paciente ativa em nós sentimentos de 
culpa, medo ou compaixão, entre outros, de maneira consciente, realmente 
desejando reproduzir em nós esses sentimentos” (CARRIÓ, 2012, p. 208) 
(destaques nossos) 
 
 
O autor prossegue com uma segunda indagação: “Esses sentimentos têm origem 
primeira em mim ou são um reflexo/contaminação de sentimentos que vêm do 
paciente?” (CARRIÓ, 2012, p. 208). É importante determinar essa distinção entre o 
11 
 
que é meu e aquilo que pertence ao outro, a fim de preservar a maneira de estar do 
entrevistador. 
 
“‘O paciente está nervoso/triste/irritadiço, mas eu não preciso estar assim 
também e, além do mais, se ficar contaminado por esse sentimento vou poder 
ajudar menos’. Eis o que Salzberg-Wittenberg I (1970) define como distância 
terapêutica: não reagir de maneira imediata, simpática, para nos dar a 
oportunidade de pensar com maior clareza.” (CARRIÓ, 2012, p. 208). 
 
Vale abordar, ainda, a questão transferencial inicial, quando se observa a 
manifestação de umvínculo agradável entre entrevistador e entrevistado logo no 
primeiro encontro. Freud chama atenção para este ponto, ao se referir à "atitude 
transferencial no início do tratamento", antes mesmo de tratar dos demais aspectos 
referentes à composição do setting, tais como o tempo, honorários e outras condições 
essenciais ao princípio da análise. 
 
O entusiasmo do paciente com o analista pode deflagrar uma supervalorização de 
suas qualidades pessoais, de modo que o ele se torna amável e favorável às 
interpretações do terapeuta. Revela um esforço em interpretar e compreender a tarefa 
proposta, gerando uma melhora significativa em vários aspectos da doença. Santos 
diz que “a livre associação, assim como o material mnêmico, aparece em profusão” 
(SANTOS, 1994, p. 2). O autor leciona que se trata da transferência positiva, um 
fenômeno que contribui sobremaneira para o processo analítico, na medida em que o 
paciente se torna mais suscetível à influência do analista, por admirá-lo, o que diminui 
as resistências e aumenta o esforço para a associação livre. 
 
Como posto por Freud, na hipótese de um paciente altamente confiante, mister 
esclarecê-lo de que a sua impressão inicial e favorável não durará muito tempo, uma 
vez que será sumariamente destruída, tão logo se lhe apresente a primeira 
dificuldade: 
 
“É verdade que a confiança alegre do paciente torna nosso primeiro 
relacionamento com ele muito agradável; ficamos-lhe gratos por isso, mas 
advertimo-lo de que sua impressão favorável será destruída pela primeira 
dificuldade que surgir na análise.” (FREUD, 1913/1996, p. 139). 
 
Aos pacientes céticos, vale aclarar que a análise prescinde de fé, sendo sua 
desconfiança apenas um dos vários sintomas que se apresentará. Aludida 
incredulidade não tem o condão de interferir negativamente no tratamento, desde que 
12 
 
siga os parâmetros fornecidos pelo terapeuta. Ao passo que, quando apresenta sinais 
de resistência, como dificuldade de comunicar seus pensamentos, interrupção do 
processo associativo, negligência quanto às instruções do terapeuta, faltas às 
sessões etc., a causa básica dessas dificuldades é o paciente ter transferido para o 
analista os elementos de suas pulsões. Nesse sentido, Santos escreve que: 
“Como o "bom tempo não pode durar para sempre" (Freud, 1917-1916a, 
p.513), o tratamento logo esbarra em um ponto não desejado e não 
provocado intencionalmente, levado pelo tipo de vinculação amorosa que o 
paciente estabelece com o analista. Mas se este fenômeno se repete tão 
amiúde, diz Freud, se ele estabelece um padrão de regularidade em cada 
novo caso, então não há como atribuí-lo a uma "perturbação casual"; é 
preciso, pelo contrário, postular a existência de um fator objetivo interferindo 
no tratamento e "reconhecer que estamos lidando com um fenômeno 
intimamente ligado à natureza da própria doença" (Freud, 1917-1916a, 
p.515).” (SANTOS, 1994, p. 2) 
Freud se deu conta de que tais sentimentos não se dão em razão do tratamento em 
si, mas possuem origem em algum outro lugar, que deve ser rastreado. O tratamento 
apenas aflorou o que era latente no paciente, deslocando os seus sentimentos em 
direção ao analista. A transferência pode se dar a partir de uma intensa exigência de 
amor, atenção, reconhecimento, desejo de ser tido como filho (a) preferido (a), amigo 
etc. 
 
Por outro lado, temos a transferência negativa, ou hostil, a qual requer uma maior 
atenção por parte do terapeuta, justamente por incutir a resistência ao trabalho 
analítico, conforme já exposto acima. Os sentimentos hostis exalados pelo paciente 
visam ocultar os afetuosos, que tendem a ser revelados mais adiante, não obstante 
também possa haver a coexistência de ambos, assinalando a ambivalência 
emocional. 
 
Vale citar, ainda, a transferência erótica, definida por Freud como uma inclinação 
amorosa, capaz de revelar sua origem numa necessidade sexual direta. Essa 
modalidade transferencial foi abordada por Freud em Observações sobre o Amor 
Transferencial (FREUD, 1915). 
 
Assim, a transferência (positiva, negativa ou erótica) é um fenômeno presente na 
relação entrevistado-entrevistador, que pode ser observado desde o início do 
tratamento. 
13 
 
 
Freud relata ainda, outros tipos de dificuldades que podem advir no início do 
tratamento. Dentre elas, casos em que o paciente dá claros sinais de que busca adiar 
o começo do tratamento. Tal ocorre quando ele, inadvertidamente, não comparece ao 
consultório. Ou comparecendo, atrasa significativamente, revelando a sua tentativa 
de se furtar às sessões e, mais uma vez, a resistência. 
 
3. TEMPO 
 
A questão do tempo também é abordada por Freud como um ponto relevante a se 
acordar com o paciente logo no início do tratamento. A maneira como ele lidava com 
o tempo leva em consideração tanto a dimensão pulsional quanto inconsciente que o 
tempo pode evocar. Freud tinha uma incansável disponibilidade de tempo para seus 
atendimentos, o que revela seu desejo de terapeuta decidido a ajudar o paciente. 
Posto isto, preconiza que interrupções no tratamento são prejudiciais e, como visto, 
podem estar relacionadas à resistência. 
 
Diante disso, Freud se baseia no princípio estrito da hora marcada: 
 
“Nada nos convence tão fortemente da significação do fator psicogênico na 
vida cotidiana dos homens, da frequência com que se simula doença e da 
inexistência do acaso quanto alguns anos de prática da psicanálise segundo 
o princípio estrito da hora marcada” (FREUD, 1913/1996, p. 142-143). 
 
Faltas ocasionais ameaçam a existência da análise. Mas com o acordo, tais 
impedimentos acidentais não acontecem e as doenças intervenientes sobrevém de 
modo muito raro. Sem essa medida, intervalos são provocados pelo paciente 
exatamente quando o trabalho promete ser importante e rico em conteúdo. Assim, 
Freud aceitava a interrupção do tratamento somente em casos de moléstia orgânica 
inequívoca, ajustando o tempo vago a outro paciente. Quando a moléstia daquele 
paciente cessava, ele o encaixava em outro horário. 
 
Ainda demonstra a importância de se deixar claro para o paciente que uma hora do 
seu dia está totalmente disponível para ele, usando-a ou não: “nenhuma outra maneira 
é praticável” (FREUD, 1913/1996, p. 143). Sua prática era de atender aos seus 
14 
 
pacientes todos os dias, excetuando-se domingos e feriados, de modo que paciente 
e terapeuta se encontravam por seis horas semanais. Em casos leves, reduzia para 
três vezes na semana. Mas, alerta que, qualquer tempo menor do que esse não traz 
qualquer vantagem ao tratamento. Até mesmos as interrupções breves, tais como as 
de domingo, obscurecem a continuidade natural do tratamento, gerando o que ele 
denominou crosta da segunda-feira. (FREUD, 1913/1996, p. 143). Desta forma, 
quanto menor a frequência, maior o risco de o paciente vir a perder o contato com a 
vida real e presente, levando-o à busca por atalhos. Esclarece ainda, que pacientes 
pouco comunicativos demandam mais que uma hora diária, isto porque quando se 
entregam à fala o fim da hora habitual se aproxima. 
 
É natural que surjam perguntas relacionadas ao tempo de duração do tratamento, tais 
como “Quanto tempo durará o tratamento?” ou “Em quanto tempo me sentirei 
aliviado?” (FREUD, 1913/1996, p. 144). Não obstante esses questionamentos sejam 
irrespondíveis, Freud propõe um tratamento experimental, de uma ou duas semanas, 
comprometendo-se a um “pronunciamento mais fidedigno ao final do período de 
prova” (FREUD, 1913/1996, p. 143). Não se trata, pois, de um imperativo de resultado 
imediato, tendo em vista que: 
 
“Ninguém espera que um homem levante uma pesada mesa com dois dedos, 
como se fosse uma leve banqueta, ou construa uma grande casa no tempo 
que levaria para levantar uma cabana de madeira; mas assim que se trata de 
uma questão de neuroses – que não parecem, até agora haver encontrado 
lugar apropriadono pensamento humano –, mesmo pessoas inteligentes 
esquecem que uma proporção necessária tem de ser observada entre tempo, 
trabalho e sucesso. Isto, incidentalmente, constitui resultado compreensível 
da profunda ignorância que predomina a respeito da etiologia das neuroses.” 
(FREUD, 1913/1996, p. 144). 
 
Esse trinômio mencionado (tempo-trabalho-sucesso) não depende apenas do 
terapeuta, mas sobretudo do paciente. Para elucidar a questão, Freud cita o caso de 
uma senhora russa de 53 anos, uma neurótica que pretendia fazer o tratamento por 
cartas. A neurose então é vista como uma donzela vinda de longe. Não se sabe de 
onde veio, só se espera que ela se vá (FREUD, 1913/1996, p. 144). 
 
A duração do tratamento é relativa à essas questões, variando, portanto, de paciente 
para paciente. Mensura um prazo entre meio ano ou anos inteiros, o que é preciso 
deixar claro ao paciente antes mesmo que ele opte pelo tratamento, pois já configura 
15 
 
um teste alertá-lo sobre as dificuldades e os sacrifícios que o tratamento analítico 
propõe. Mister alertá-lo, inclusive, que não há nenhuma obrigatoriedade em se seguir 
o tratamento por um certo período. O paciente pode muito bem interrompê-lo, desde 
que o faça ciente de que o trabalho não haverá de ter concluído, de modo que não 
será bem-sucedido. Sustenta-se na atemporalidade dos nossos processos 
inconscientes. 
 
Traça um paralelo entre as neuroses e a potência sexual masculina, citando o fato de 
um homem poder gerar uma criança inteira, mas não ter o condão de gerar apenas 
uma cabeça, ou um braço. Assim também é a neurose, que não possui manifestações 
independentes umas das outras. Ao contrário, elas se condicionam e se apoiam 
mutuamente, o que se apresente desde o início do tratamento. 
 
Afigura-se uma condição favorável quando o paciente chega até o terapeuta e, no 
primeiro encontro, solicita que lhe conceda a saúde completa dentro do que é possível 
se alcançar e no prazo que for necessário. 
 
Hodiernamente, são raros os casos em que o tratamento psicanalítico é realizado 
mais que três vezes semanais. Usualmente, as sessões se operam uma ou duas 
vezes por semana. É evidente que o tempo de espera por uma sessão e outra pode 
causar ansiedades e turbulências no paciente, especialmente quando se trata do 
início do tratamento. Mas, tais sentimentos se apresentam naturais e até importantes 
para o tratamento. 
 
Entretanto, há casos em que o intervalo entre uma sessão e outra se apresenta 
particularmente aterrorizador, como nos demonstra o Psicanalista Peter Wegner, em 
um de seus casos. Ele narra uma situação na qual a paciente sofre o impacto do 
intervalo entre a primeira entrevista e a segunda: 
“A Sra. E rompe o silêncio inicial perguntando: ‘Você está esperando alguma 
coisa?’ Só nos resta rir. Em seguida ela diz: ‘Tenho me preocupado com o 
período dos 0 aos 18 anos! Aquele sentimento de ser diferente só começou 
com a puberdade. Não tenho ideia de como aconteceu. Em criança eu era 
totalmente normal, uma criança feliz e mediana. Meus pais confirmariam 
isso’. 
Esse começo notável da segunda entrevista mostra que ela tentou continuar 
o trabalho sozinha e chegou a um beco sem saída. O tempo, até o próximo 
16 
 
encontro comigo deve tê-la atormentado de tão lento, com muita turbulência 
e uma crescente confusão. Mas eu não devo saber nada disso; pelo contrário, 
ela coloca projetivamente em mim a ideia de que estou ansiosamente 
‘esperando’ por ‘alguma coisa’ dela.” (WEGNER, 2012, p. 03). 
O autor nos revela que, ao final da segunda entrevista, teve certeza de que queria 
oferecer à Sra. E o tratamento psicanalítico. Então, lhe perguntou: “O que você pensa, 
como devemos continuar?” Ela responde “Embora eu tenha dificuldade de decidir, 
como sempre, consigo ver-me fazendo psicoterapia. O que você acha disso?” Já com 
a intenção de aceitá-la como paciente, ele responde: “Consigo ver-me trabalhando 
com você.” (WEGNER, 2012, p. 03). 
 
Portanto, é habitual que a psicanálise contemporânea se utilize de uma ou duas 
entrevistas iniciais para, só a partir de então, conceber, ou não, o paciente apto à 
psicoterapia. Uma vez aceita para o tratamento, a Sr. E comparece à terceira 
entrevista apresentando elevada ansiedade pela espera interminável entre uma 
sessão e outra. Por esta razão, o terapeuta lhe propôs um tratamento de quatro vezes 
semanais, o que acabou, mais tarde, culminando em cinco sessões: 
“No período que culminou com a terceira entrevista, ansiedades e 
resistências foram mobilizadas na Sra. E. Ela estava sozinha por muito tempo 
novamente, arrebatada por sentimentos e confusão interna. Parece tensa e 
ansiosa. 
Ela me pega totalmente fora de guarda: ‘Tenho duas perguntas: exatamente 
como você trabalha e o que acontece numa psicanálise? A psicanálise só 
trata da infância? Afinal, tenho muitos problemas atuais para resolver’. 
Respondo: ‘Parece-me que você tem medo que seus “limites" sejam "feridos" 
se você vier para quatro sessões no divã e não puder "ver"-me. Ela me olha 
sem acreditar, e ri: "Quatro vezes por semana?" Ela então fica em silêncio e 
finalmente diz: "Você sabe quão urgentemente preciso da sua ajuda!" 
Conversamos sobre todas as questões necessárias ao setting, arranjos sobre 
minhas férias, o valor do pagamento, minhas regras a respeito de faltas e 
assim por diante e finalmente concordamos com uma análise de quatro 
sessões semanais. Poucos meses depois do início do tratamento, a paciente 
pediu uma quinta sessão por sentir a interrupção de fim de semana 
intoleravelmente longa, arranjo que mantivemos até o fim do tratamento.” 
(WEGNER, 2012, p. 04). 
 
4. DINHEIRO 
 
Na obra sob análise, Freud preconiza que o dinheiro é um elemento relevante a ser 
considerado nas primeiras entrevistas. Além de natural autopreservação e a clara obtenção 
17 
 
de poder que o dinheiro proporciona, ele também um poderoso valor sexual. Essa 
interpretação parte da ideia de que tanto o dinheiro quanto as questões sexuais são tratados 
com incoerência e com um pudor de hipocrisia, com o que o terapeuta não deve compactuar 
e propagar. Compete ao analista ser franco quanto ao valor de suas sessões, tanto o deve 
ser com as questões sexuais relativas ao paciente. 
 
Assim, falar com o paciente quanto vale o seu tempo é um comportamento de nítida rejeição 
à própria vergonha, que deve ser adotado. Posto que, reconhecer os seus direitos a ele, assim 
como as suas necessidades reais, afigura-se mais respeitoso e ético que bancar o “filantropo 
desinteressado”. (FREUD, 1913/1996, p. 147). Agir de forma diferente implicaria em falta de 
consideração e, até mesmo interesse exploratório por parte do paciente. 
 
Quanto ao valor estipulado, Freud indica que não poderá ser muito baixo, sob pena de 
desvalorização do próprio trabalho e do terapeuta. Além disso, aponta que o melhor seria não 
fazer tratamentos gratuitos (ou em conhecidos e familiares), tendo em vista a experiência 
negativa a qual narra: 
 
“Posso aventurar-me a formar julgamento sobre isto, visto que, durante dez 
anos ou mais separei, uma hora por dia, e às vezes duas, para tratamentos 
gratuitos, porque desejaria, a fim de penetrar nas neuroses, trabalhar frente 
a tão pouca resistência quanto possível. As vantagens que busquei por este 
meio não apareceram. O tratamento gratuito aumenta enormemente algumas 
das resistências do neurótico – em moças, por exemplo, a tentação 
inerente à sua relação transferencial, e, em moços, sua oposição à 
obrigação de se sentirem gratos, oposição oriunda de seu complexo 
paterno e que apresenta um dos mais perturbadores obstáculos à aceitação 
de auxílio médico. A ausência do efeito regulador oferecido pelo pagamento 
de honorários ao médico torna-se, ela própria, muito penosamente sentida; 
todo o relacionamento é afastado do mundo real e o paciente é privado de 
um forte motivo para esforçar-se por dar fim ao tratamento.” (FREUD,1913/1996, p. 148) (destaques nossos). 
 
Orienta ao terapeuta a combinar o acerto do valor com o paciente por regularidade, não 
permitindo que o pagamento se dê por grandes somas. Isto porque o pagamento ajustado a 
intervalos curtos, proporciona no paciente um efeito regulador, que acaba por driblar as 
resistências. Costuma-se parasitar no paciente, de forma sintomática, a perda da satisfação, 
que também pode comparecer por intermédio da sustentação material da análise: 
 
“No que concerne às classes médias, a despesa envolvida na psicanálise é 
excessiva apenas na aparência. Inteiramente à parte do fato de nenhuma 
comparação ser possível entre a saúde e a eficiência e de capacidade de 
ganhar a vida que resulta de uma análise inteiramente bem sucedida, temos 
o direito de dizer que os pacientes fizeram um bom negócio. Nada na vida é 
tão caro quanto a doença – e a estupidez.” (FREUD, 1913/1996, p. 148). 
 
18 
 
Alude ao tratamento da psicanálise ser inacessível ao pobre. Levanta a questão sobre a vida 
árdua da labuta a que o pobre está habitualmente exposto, o que se supõe torná-lo menos 
propenso à neurose. E um pobre neurótico teria dificuldade de se livrar dela, já que a neurose 
lhe auxilia na luta pelo existir no mundo. Ele pode se esconder por detrás dela para obter 
algum tipo de piedade ou se eximir do combate à pobreza com o trabalho. 
 
“Pode-se estar muito longe da visão ascética do dinheiro como sendo uma 
maldição e ainda lamentar que a terapia analítica seja quase inacessível às 
pessoas pobres, tanto por razões externas quanto internas. Pouco se pode 
fazer para remediar isto. Talvez haja verdade na crença disseminada de que 
aqueles que são forçados, pela necessidade, a uma vida de árdua labuta são 
menos facilmente dominados pela neurose. Por outro lado, porém, a 
experiência demonstra, sem qualquer dúvida, que quando um homem pobre 
produz uma neurose, só com dificuldade permite ser livrado dela. Ela lhe 
presta ótimo serviço na luta pela existência; o livro secundário da doença, que 
ela lhe traz, é demasiadamente importante. Ele agora reivindica, por direito 
de sua neurose, a piedade que o mundo lhe recusou à aplicação material, e 
pode então eximir-se da obrigação de combater sua pobreza por meio do 
trabalho.” (FREUD, 1913/1996, p. 148). 
 
Contudo, esse é um recorte pouco preciso sobre a visão de Freud acerca da pobreza 
e da psicanálise. Em outras obras e em eventos, ele demonstra que não tinha dúvidas 
de que a psicanálise aplicada à terapêutica poderia beneficiar toda a sociedade 
humana. Por ocasião do V Congresso Psicanalítico Internacional (1918), realizado em 
Budapeste, Freud registrou sua preocupação com a enorme miséria neurótica que 
assolava o mundo: 
 
“As neuroses ameaçam a saúde pública não menos do que a tuberculose, de 
que, como esta, também não podem ser deixadas aos cuidados impotentes 
de membros individuais da comunidade" (FREUD, 1918/1976, p. 210). 
Para o tema, propôs uma solução advinda do Estado e da sociedade, a fim de que o 
pobre tivesse direito a uma assistência à sua mente, assim como o tem à cirurgia. 
Sugere tratamentos terapêuticos em instituições ou clínicas. 
Valéria Fonseca aduz que, assim como Freud, Lacan demonstrou preocupação na 
formação dos psicanalistas que atenderiam à essa população na França: 
“Em 1920, Freud fez dois agradecimentos especiais para analistas que 
tomaram a iniciativa de criar centros de atendimento em psicanálise. A 
Policlínica Psicanalítica de Berlim foi à primeira instituição de atendimento ao 
público em geral e de formação de analistas, cuja exigência foi considerada 
fundamental e ‘encarada como a única proteção possível contra o dano 
causado aos pacientes por pessoas ignorantes e não qualificadas, sejam 
leigas ou médicas essas pessoas’ (FREUD, 1920/1976, p.358)” (...) “Lacan 
19 
 
herda a preocupação de Freud com a formação do analista e expande a 
prática da psicanálise em hospitais na França. (FONSECA, 2010, p. 04). 
Valéria Fonseca adere à proposta lacaniana, baseada na premissa da eficácia 
terapêutica, uma vez que: 
“’consideramos que o encontro com um analista é algo demasiado precioso 
para que seja possível apenas para algumas pessoas’. Temos a posição 
política de que um analista deve partilhar a responsabilidade pública com a 
ordem social. ‘Permitir a um sujeito ter a experiência do inconsciente, para 
encontrar a lógica de suas decisões e de sua posição na vida, é assegurar-
lhe a possibilidade de sair da repetição do pior’. (COTTET, 2005, p.35). 
Concluímos com as palavras de Brousse (2007, p. 22): ‘A psicanálise 
aplicada é um móbil (móvel, um motivo) maior para o futuro da psicanálise, 
tanto como disciplina quanto como solução ética nova introduzida na 
civilização por meio dessa experiência original que é um tratamento 
psicanalítico’.” (FONSECA, 2010, p. 07) 
Por fim, vale destacar que a questão foi levantada na entrevista que realizamos com 
Maria Beatriz Jacques Ramos, a qual nos informou que a filantropia tem ganhado 
espaço nos consultórios psicanalistas no Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul, 
filiado ao Círculo Brasileiro de Psicanálise e IFPS, através de uma clínica psicanalítica 
social, na qual atendem pessoas que possuem baixa renda ou que vêm passando por 
dificuldades financeiras e, até mesmo estudantes universitários, dentre eles, do curso 
de psicologia. 
 
Portanto, a psicanálise contemporânea atua em várias frentes de atendimento às 
pessoas com parcos recursos, desde clínicas escolas e sociais até psicólogos 
vinculados à rede SUS. 
 
5. MATERIAL 
 
Antes de adentrarmos à questão do material da entrevista psicanalítica inicial, vale 
tecer alguns comentários sobre o amplamente difundido divã, adotado por Freud em 
suas consultas. No texto em voga, ele esclarece que os seus pacientes se deitavam 
em um divã, enquanto ele permanecia atrás dele, fora de vista. Trata-se de um 
resquício do método hipnótico que Freud achou por bem manter por duas razões: ele 
se sentia particularmente incomodado em ser encarado oito horas por dia; a escuta 
lhe dava margem a pensamentos inconscientes que, por sua vez poderiam acarretar 
em expressões faciais; o método impedia que a transferência se misturasse de forma 
20 
 
imperceptível às associações que o paciente pudesse vir a fazer; assim, ele poderia 
isolar a transferência e permitiria que ela aparecesse no momento certo, quando então 
poderia ser claramente percebida como resistência. 
 
Quanto ao material utilizado por Freud para suas entrevistas iniciais, ele faz questão 
de afirmar que não importa, podendo ser a história de vida do paciente, a história da 
sua doença ou as lembranças da infância. Alguns pacientes reconhecem a ligação da 
neurose com a infância, e começam a relatar sua vida desde a infância já no primeiro 
encontro; ao passo que outros relatam o fato que acreditam ser o responsável pela 
doença. É válido todo e qualquer material que permita o paciente desenvolver a fala 
livre, de modo que Freud estimulava a fala com a singela colocação: “Antes que eu 
possa lhe dizer algo, tenho de saber muita coisa sobre você; por obséquio, conte-me 
o que sabe a respeito de si próprio.” (FREUD, 1913/1996, p. 148). 
 
Apresenta-se igualmente importante esclarecer ao paciente que aquela não é uma 
conversa comum: ela precisa ter um fio de ligação longo; evitar temas laterais, para 
não divagar longe demais do assunto; nunca deve ceder às críticas ou objeções dos 
pensamentos, ao contrário, dizê-los, e ainda, buscar informar o porquê sente aversão 
a eles; a exortação é o que deve ser seguido na fala; pronunciar como se fosse um 
viajante em uma janela do vagão, descrevendo para alguém o que se enxerga lá fora; 
ser honesto e dizer tudo, especialmente o que se apresentar como desagradável. 
 
Ao analista não cabe esperar uma narrativa que seja sistemática, tampouco incentivar 
o paciente a se preocupar em sistematizá-la,dado que cada detalhe será desnudado 
mais adiante. Através de repetições surgirão materiais para auxiliar o analista e o 
paciente a compreenderem as associações, até então desconhecidas. 
 
Freud menciona os pacientes que adentram ao consultório com um discurso 
orquestrado, ensaiado, de forma que aparenta apenas não querer perder um segundo 
do tempo que lhe é concedido. Todavia, tal postura revela o intuito de esconder uma 
resistência, uma tentativa de evitar que alguns pensamentos desagradáveis lhe 
venham à superfície sem se aperceber. Essa atitude acaba por deixar escapar o 
material mais valioso. Isso fara com que o paciente venha a procurar um amigo íntimo 
para falar o que não foi dito durante a sessão. Essa prática deve ser desaconselhada, 
21 
 
dada a importância desse material para o tratamento que se pretende. Normalmente 
não acontece em estádios avançados, apenas nas primeiras entrevistas. Há ainda os 
pacientes que pugnam por um tratamento secreto, o que já denota uma característica 
de sua história secreta. 
 
Importante orientar ao paciente que conte sobre o tratamento para o menor número 
possível de pessoas, a fim de evitar influências hostis no início. Com o passar do 
tempo, essas tentativas de influências podem até ser úteis para melhor evidenciar as 
resistências que o paciente busca ocultar. De igual forma, aconselha que o tratamento 
orgânico e psíquico para as neuroses não ocorra simultaneamente, pois são quase 
sempre impraticáveis se administrados em conjunto, sendo necessário esperar que o 
psíquico se complete para, somente depois se medicar. 
 
Há pacientes que dizem não encontrar nada para dizer, mesmo com toda sua história 
à sua frente. Nesses casos, não se deve responder à pergunta: “O que devo lhe 
dizer?”, pois “Uma forte resistência adiantou-se, a fim de defender a neurose.” Seja 
firme: “Não é possível que nada lhe ocorra, pense melhor”. (FREUD, 1913/1996, p. 
148). A postura enérgica do terapeuta vai obrigar o paciente a admitir ou revelar seus 
complexos. Nesse momento, alguns irão confessar que fizeram uma reserva mental, 
pensavam em guardar aquele pensamento somente para si, o que demonstra a alta 
resistência. Outros, por sua vez, revelam que ouviram dizer horrores sobre a 
psicanálise, denotando uma resistência inicial que deve ser entendida como 
compreensível. Há aqueles que podem dizer que desprezou certos pensamentos que 
lhes ocorreram, ou que pensavam no tratamento em si, ou se distraíram com a sala 
ou com a ideia de estarem em um divã. Nesses casos, ele está tentando dizer que 
estava pensando em absolutamente “nada” – o que demonstra uma transferência para 
o terapeuta, já revelando uma primeira resistência. Há, então, que se desnudar essa 
transferência. Freud diz que mulheres com histórico de agressão sexual e homens 
com homossexualismo reprimido têm uma propensão maior a reterem suas ideias no 
início da análise. 
 
A entrevista preliminar é capaz de revelar a neurose por intermédio dos primeiros 
sintomas. Freud cita um rapaz que se apluma antes de se deitar no divã e a mulher 
22 
 
que deixa à mostra os tornozelos, demonstrando orgulho narcísico de sua beleza 
física e inclinações ao exibicionismo. 
 
Freud traz a ideia da resistência transferencial, quando o paciente se diz 
desconfortável em se deitar no divã. O terapeuta precisa se manter firme na proposta, 
não autorizando que ele se sente, exceto no início ou ao final da sessão. Essa 
estratégia busca fazer com que o paciente se sinta mais informal no início e no fim, 
crendo que nada de importante será considerado naquele momento, o que é 
justamente o contrário, pois o material obtido na pretensa informalidade é o mais 
valioso. Naquele momento se operou uma quebra de resistência, ainda que de forma 
imperceptível. Assim, o terapeuta unifica o que o paciente dividiu entre “oficial” e “não 
oficial”. Esclarece que não se deve abordar a transferência enquanto ela não se tornar 
uma resistência. 
 
O tipo de material trazido pelo paciente, hodiernamente, continua sendo irrelevante, 
desde que seja capaz de transmitir informações pertinentes a elaborar a hipótese do 
diagnóstico e um plano terapêutico. Como igualmente dizia Lacan: 
 
“Cada um de vocês conhece – muitos os ignoram – a insistência que faço 
junto aos que me pedem conselho, sobre as entrevistas preliminares em 
psicanálise. Certamente elas têm uma função essencial para a análise. Não 
há entrada possível em análise sem entrevistas preliminares”. (LACAN, 1971, 
p. 27) 
 
 
6. INTERVENÇÕES 
 
Como já demonstrado, as intervenções na entrevista preliminar devem ser mínimas, 
voltadas tão somente aos aspectos rígidos e estruturais, mas não de interferência na 
fala, que deve ser quase todo o tempo livre. Mas então surge uma dúvida recorrente 
nos terapeutas iniciantes: Então, afinal de contas, “quando devemos começar a fazer 
nossas comunicações ao paciente? Qual é o momento para revelar-lhe o significado 
oculto das idéias que lhe ocorrem, e para iniciá-los nos postulados, e procedimentos 
técnicos da análise?” Freud então clarifica dizendo que “somente após uma 
transferência eficaz ter-se estabelecido no paciente, um rapport apropriado com ele.” 
(FREUD, 1913/1996, p. 149). 
23 
 
 
O primeiro objetivo da entrevista inicial deve ser conectar o paciente a si mesmo e ao 
terapeuta. O que pode se concretizar ao lhe conceder tempo, compreensão simpática 
e um interesse genuíno. Paulatinamente o paciente ligará o terapeuta a uma pessoa 
que o trata com afeição. É importante que não se advogue contra ele e a favor de 
terceiros, tal como o cônjuge. Em hipótese alguma manifestar um ponto de vista 
moralizador. 
 
Freud condena o que ele denominou diagnósticos relâmpagos e tratamentos 
expressos. Para ele é impossível apresentar soluções eficazes logo na primeira 
entrevista. Por mais que um psicanalista consiga capte facilmente os desejos secretos 
que emergem das entrelinhas do discurso do paciente, sua vaidade não pode permitir 
que ele despeje as informações percebidas sobre o paciente, tais como: “que ele se 
acha ligado à mãe por laços incestuosos, que abriga desejos de morte da esposa, a 
quem parece amar, que oculta uma intenção de trair seu superior, e assim por diante!”. 
(FREUD, 1913/1996, p. 150). Essa revelação prematura e precoce pode despertar 
uma violenta oposição ao terapeuta, sendo o diagnóstico verdadeiro ou não, o que 
inevitavelmente tornará a terapia sem efeito. 
 
Tanto nas entrevistas iniciais quanto nas fases que se seguem ao tratamento, o 
psicanalista deve cuidar para não dar a solução referente a um sintoma, tampouco a 
leitura de um desejo – deixe que ele perceba por si. Caso contrário, o tratamento 
findará precocemente, devido às resistências ou ao alívio imediato do sintoma através 
da solução provisória, que se toma por definitiva. Freud apresenta a seguinte reflexão: 
 
“Será então nossa tarefa alongar o tratamento e não, pelo contrário, lhe dar 
fim tão rapidamente quanto possível. Não são os achaques do paciente 
devidos à sua falta de conhecimento e compreensão e não constitui um dever 
esclarecê-lo tão pronto quanto possível – isto é, tão logo o próprio médico 
conheça as explicações?”. (...) “A resposta a esta pergunta exige uma breve 
digressão sobre o significado de conhecimento e o mecanismo de cura na 
análise”. (FREUD, 1913/1996, p. 151). 
 
Freud esclarece que, anteriormente, imaginava que caso o paciente fosse informado 
do trauma descoberto pelo terapeuta, ele daria um fim rápido a sua neurose e, via de 
consequência, ao tratamento. Entretanto, ele se deu conta de que, alinda que lhe 
informasse acerca dos traumas existentes, o paciente se comportava como se deles 
24 
 
não soubesse: “Na verdade, contar e descrever-lhe o trauma reprimido nem mesmo 
resultava em que alguma recordação dele lhe viesse à mente” (FREUD, 1913/1996, 
p. 152). Àtítulo de exemplo, Freud traz o caso da moça que havia tido experiências 
homossexuais próxima da puberdade. A moça se esquecera do fato, mas a cena havia 
sido presenciada pela mãe, fato que a mãe acreditava ter agravado a histeria da filha. 
Cada vez que Freud lhe narrava a cena, ela tinha uma crise histérica e esquecia 
novamente, demonstrando uma resistência violenta ao conhecimento. Por fim, a 
paciente simulou imbecilidade e perda de memória para se proteger. Assim, o 
conhecimento consciente se apresentou impotente contra essas resistências. 
 
“Os pacientes conhecem agora a experiência reprimida em seu pensamento 
consciente, mas falta a este pensamento qualquer vinculação com o lugar em 
que a lembrança reprimida, de uma ou outra maneira, está contida. Nenhuma 
mudança é possível até que o processo consciente de pensamento tenha 
penetrado até esse lugar e lá superado as resistências da repressão”. 
(FREUD, 1913/1996, p. 153). 
 
Freud alega que, por conta dessa forte resistência, apesar do conhecimento acerca 
do trauma não produzir o efeito desejado (cessar os sintomas), ele acarreta outra 
consequência: a recordação que estava no inconsciente surge à superfície. Surge 
agora um jogo de forças: de um lado as resistências e de outro a força motivadora 
primária, que é o desejo que o paciente possui de ser curado do sofrimento que o 
assola e o levou a procurar a terapia. Sozinha essa força não é suficiente, porque não 
conhece o caminho a seguir, além do paciente não ter energia suficiente contra as 
suas resistências. O tratamento psicanalítico então ajuda nessas suas deficiências, 
mostrando os caminhos a percorrer e fornecendo energia extra com a transferência. 
A Psicanálise obtém sucesso quando a intensidade da transferência foi utilizada para 
superar as resistências. E uns dos elementos úteis para tanto é o interesse e a 
compreensão intelectuais do paciente, uma vez que ele fará uso da instrução na 
medida em que é induzido a fazê-lo pela transferência. Por fim, Freud reforça que a 
primeira comunicação deve ser retida até que uma forte transferência tenha se 
estabelecido. 
 
Também para a psicanálise moderna as intervenções devem ser mínimas na 
entrevista preliminar, de sorte que o objetivo não é direcionar o discurso do paciente, 
mas dar a ele a oportunidade de se manifestar livremente. 
25 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
Como demonstrado ao longo da explanação do trabalho, é significativa a contribuição 
de Freud com o texto Sobre o Início do Tratamento (1913), para compreendermos o 
que é a entrevista preliminar. A grande maioria de suas recomendações continuam 
sendo seguidas por psicanalistas. Variações se operam mais no que tange ao número 
de entrevistas preliminares, assim como a frequência semanal com que os encontros 
acontecem. O que se dá ante a realidade temporal na qual vivemos. 
 
No mais, podemos concluir que a entrevista clínica é de extrema importância para o 
profissional da psicanálise. Mais relevante ainda, as entrevistas que se antecedem ao 
tratamento, alcunhadas por Freud como entrevistas preliminares. É através delas que 
o psicanalista irá conhecer o paciente e o caso, podendo inferir da sua fala se será 
viável dar continuidade ao tratamento ou não. Também é a partir da manifestação livre 
e das poucas interferências, que o terapeuta irá elaborar a hipótese do diagnóstico, 
que não se afigura como definitiva, mas apenas uma conjectura formulada a partir dos 
elementos trazidos na entrevista – explícita ou implicitamente. Frente ao conjunto de 
aspectos revelados nos encontros iniciais, o terapeuta poderá estabelecer uma linha 
de pensamento que o levará a criar um plano terapêutico para o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BLEGER, José. Temas de Psicologia: Entrevista e Grupos; Tradução Rita Maria 
M. de Moraes; Revisão Luís Lorenzo Rivera. – 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 
1998. Disponível em: https://unipac.blackboard.com/ultra/institution-page. Acesso em 
19 set. 2021. 
 
CARNEIRO, Anna Barbara de Freitas; PENA, Breno Ferreira; CARDOSO, Ione 
Maria. Entrevistas Preliminares: Marcos Orientadores do Tratamento 
Psicanalítico. Reverso vol. 38, n. 71, Belo Horizonte, jun 2016. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
73952016000100003 
Acesso em 26 set 2021. 
 
CARRIÓ, Francisco Borell. Entrevista Clínica [recurso eletrônico]: habilidades de 
comunicação para profissionais de saúde; Tradução: Naila Freitas; Revisão 
técnica: Marcela Dohms. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2012. 
Disponível em: 
https://www.academia.edu/38620822/Entrevista_Cl%C3%ADnica_Habilidades_de_c
omunica%C3%A7%C3%A3o_para_profissionais_de_sa%C3%BAde. Acesso em 20 
set. 2021. 
 
FONSECA, Valéria Wanda da Silva. A Psicanálise tem os Meios Para Tratar os 
Pobres? Associação Núcleo Sephoran de Pesquisa sobre o Moderno e o 
Contemporâneo. Estud. Psicanal. N. 34, Belo Horizonte, dez 2010. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
34372010000200020. Acesso em 30 set. 2021. 
 
FREUD, Sigmund. (1913). Sobre o Início do Tratamento (Novas recomendações 
sobre a técnica da psicanálise I). In: Edição Standard Brasileira das Obras 
Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XII. Disponível em: 
http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-
completas-imago-vol-12-1911-1913.pdf. Acesso em 19 set. 2021. 
https://unipac.blackboard.com/ultra/institution-page
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000100003
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952016000100003
https://www.academia.edu/38620822/Entrevista_Cl%C3%ADnica_Habilidades_de_comunica%C3%A7%C3%A3o_para_profissionais_de_sa%C3%BAde
https://www.academia.edu/38620822/Entrevista_Cl%C3%ADnica_Habilidades_de_comunica%C3%A7%C3%A3o_para_profissionais_de_sa%C3%BAde
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372010000200020
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372010000200020
http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-12-1911-1913.pdf
http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-12-1911-1913.pdf
27 
 
 
QUINET, Antônio. As 4+1 Condições da Análise. 12ª ed. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Ed., 2009. Disponível em: 
http://www.adventista.edu.br/source2019/psicologia/Antonio-Quinet-As-4-1-
condicoes-da-analise.pdf. Acesso em 17 set. 2021. 
 
ROCHA, Fernando J. B., Entrevistas Preliminares em Psicanálise: incursões 
clínico-teóricas. Editora: Casa do Psicólogo, São Paulo, 2011. 219p. Resenhado 
por Sandra Gonzaga e Silva. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbp/v46n3/v46n3a18.pdf. Acesso em 17 set. 2021. 
 
SANTOS, Manoel Antônio dos. A Transferência na Clínica Psicanalítica: A 
Abordagem Freudiana. Temas piscol. Vol.2, nº 2, Ribeirão Preto, ago. 1994. 
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000200003. Acesso em 20 set. 2021. 
 
TOMASELLI, Tovar. A Entrevista psicanalítica. Sob a Lente da Psicanálise. 2009. 
Rede Psi. Disponível em: https://www.redepsi.com.br/2009/08/14/a-entrevista-
psicanal-tica/ Acesso em 18 set. 2021. 
 
WEGNER, Peter. Trabalho Psicanalítico Processualmente Orientado na 
Primeira Entrevista e a Importância da Cena de Abertura. Jornal de Psicanálise. 
Vol. 45 n. 82, São Paulo, jun 2012. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
58352012000100016. Acesso em 24 set. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.adventista.edu.br/source2019/psicologia/Antonio-Quinet-As-4-1-condicoes-da-analise.pdf
http://www.adventista.edu.br/source2019/psicologia/Antonio-Quinet-As-4-1-condicoes-da-analise.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbp/v46n3/v46n3a18.pdfhttp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200003
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200003
https://www.redepsi.com.br/2009/08/14/a-entrevista-psicanal-tica/
https://www.redepsi.com.br/2009/08/14/a-entrevista-psicanal-tica/
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352012000100016
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352012000100016

Outros materiais