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Marcos 
conceituais 
em Saúde 
Coletiva 
Universidade Estácio de Sá 
Professora: Liana Ximenes 
Disciplina: Organização de 
Políticas em Saúde 
Marcos conceituais em saúde coletiva 
• 1.1 Definições de Saúde ao Longo da História; 
• 1.2. Definições de Saúde Coletiva, Saúde Pública e Saúde 
Comunitária; 
• 1.3. Processo saúde e doença; 
• 1.4. Determinantes sociais da saúde; 
• 1.5. Educação ambiental para promoção da saúde 
• Você já parou para pensar qual o significado de saúde e doença para 
as pessoas? 
 
• Para você, qual o significado de saúde e doença? 
Definições de 
Saúde e Doença 
ao Longo da 
História 
 
Os conceitos de saúde e doença passaram por 
muitas variações no decorrer da História. 
 
Antiguidade 
• A medicina mágico-religiosa, predominante na Antiguidade, se inseria 
em um contexto religioso-mitológico no qual o adoecer era resultante 
de transgressões de natureza individual ou coletiva, sendo requerido 
para reatar o enlace com as divindades, o exercício de rituais que 
assumiam as mais diversas feições, conforme a cultura local. 
• A medicina grega, baseada na mitologia, associava a cura a diversos 
deuses. Não apenas a Apolo, Ártemis, Atenas e Afrodite, mas também 
às divindades do mundo inferior, que eram capazes de curar ou evitar 
doenças 
 
Antiguidade 
• Contudo, foi em Hipócrates (460 a.C) que os conceitos de 
saúde e doença na Grécia tomaram um teor científico. 
Considerado o pai da Medicina. Criou métodos de 
diagnóstico, baseados na inquirição e no raciocínio. 
• O chamado Pai da Medicina ocidental identificou a saúde 
como fruto do equilíbrio dos humores, sendo, por oposição, a 
doença, resultante do desequilíbrio dos mesmos. 
• Na evolução do pensamento greco-romano sobre o conceito 
de saúde e doença, destaca-se Galeno de Pérgamo (130 a.C - 
200 d.C). Escreveu excelentes obras sobre anatomia e 
Fisiologia. Ele acreditava que o corpo era um instrumento da 
alma, e que o organismo humano foi construído segundo um 
plano fixado por um ente supremo. 
 
 
Idade Média 
• Período marcado pelo sofrimento impingido pelas 
inúmeras pestilências e epidemias à população. A 
expansão e o fortalecimento da Igreja são traços 
marcantes desse período. 
• O cristianismo afirmava a existência de uma conexão 
fundamental entre a doença e o pecado. Como este 
mundo representava apenas uma passagem para 
purificação da alma, as doenças passaram a ser 
entendidas como castigo de Deus, expiação dos 
pecados ou possessão do demônio. 
• No lugar de recomendações dietéticas, exercícios, 
chás, repousos e outras medidas terapêuticas da 
medicina clássica, são recomendadas rezas, 
penitências, invocações de santos, exorcismos, 
unções e outros procedimentos para purificação da 
alma, uma vez que o corpo físico, apesar de albergá-
la, não tinha a mesma importância. 
 
Idade Média 
• A lepra era tida como manifestação evidente 
da impureza diante de Deus, e seus 
portadores deveriam ser condenados ao 
isolamento, conforme descrição bíblica. 
Considerados mortos, rezava-se uma missa de 
corpo presente antes do mesmo seguirem 
para o leprosário. 
• Pouco se sabia a respeito da verdadeira 
etiologia das doenças, o que fazia com que as 
crenças e o misticismo fossem fundamentais 
para compreensão dos elementos 
originadores das doenças e o seu tratamento. 
 
Idade Moderna (entre os séculos XVI e XVIII) 
• Na Idade Moderna há uma redução, objetividade , fragmentação do 
conhecimento do corpo, biologização da saúde e o equilíbrio 
orgânico, traduzindo os acontecimentos de formas abstratas aos 
enquadramentos, demonstráveis e calculáveis. 
• O pensamento científico levou ao reducionismo (redução ao 
biológico) e à objetividade (quantificação da saúde e da doença). 
 
 
Renascimento 
• No Renascimento (meados do século XIV até o fim do século XVI), 
estudos empíricos buscavam as matérias causadoras do contagio, 
surgindo a teoria miasmática. 
• Essa teoria pode ser entendida como a influência dos odores 
venenosos que ao serem levados pelos ventos contaminavam o 
ar, hoje entende-se como uma teoria ultrapassada. 
Idade Contemporânea 
(De 1789 até hoje) 
• A medicina social (séc.XVII ao XX), abriu 
espaço para prática médica individual e 
criou condições de salubridade adequadas 
a nova sociedade. 
• Já a bacteriologia (séc.XIX) com as vacinas 
e produtos químicos para combater os 
agentes etiológicos das doença, também 
desenvolveu um trabalho mais especifico e 
menos generalizado, direcionado para uma 
patologia celular. 
• Com o fortalecimento da biologia, a 
fisiologia, a bacteriologia e o 
desenvolvimento de pesquisas a medicina 
se torna uma ciência experimental. 
 
Saúde e doença hoje 
• Na contemporaneidade, saúde e doença no indivíduo como sistema vivo, 
passam a ser compreendidas nas suas relações de subjetividade, e não 
apenas nas dimensões biológicas. 
• Os conceitos de normalidade e patologia ganham flexibilidade e passam a 
incorporar outras perspectivas a respeito das influencias que uma 
realidade social e histórica podem exercer sobre o processo saúde-doença. 
Agora, o que se pretende é observar os contextos vulneráveis e promover a 
saúde respaldando-se nos acontecimentos que afetam individual e 
coletivamente. 
• O conceito contemporâneo inclui a complexidade e a subjetividade – 
modelos que consideram relações com o meio em que as pessoas vivem. 
 
Definições de Saúde Coletiva, 
Saúde Pública e Saúde 
Comunitária 
Saúde Coletiva 
• “A Saúde Coletiva pode ser definida como um campo de produção de 
conhecimentos voltados para a compreensão da saúde e a explicação 
dos determinantes sociais, bem como o âmbito de práticas 
direcionadas prioritariamente para a sua promoção, além de voltadas 
a prevenção e o cuidado a agravos e doenças, tomando por objeto 
não apenas os indivíduos mas, sobretudo, os grupos sociais, portanto 
a coletividade.” 
(VIEIRA-DA-SILVA; PAIM; SCHRAIBER, 2014, p. 3) 
Saúde Coletiva: área interdisciplinar 
• Embora a Saúde Coletiva historicamente tenha sido constituída, 
principalmente por médicos, outros profissionais como cientistas 
sociais, enfermeiros, odontólogos, farmacêuticos, e também agentes 
oriundos de outras áreas do conhecimento, como engenheiros, físicos 
e arquitetos, contribuíram para sua construção. 
• Trata-se, portanto, de uma área multiprofissional e interdisciplinar. 
(VIEIRA-DA-SILVA; PAIM; SCHRAIBER, 2014) 
Saúde Coletiva e Saúde Pública 
• Saúde pública e saúde coletiva são expressões frequentemente 
usadas como sinônimos. 
• Para o professor Jairnilson Paim, da Universidade Federal da Bahia 
(UFBA), existem diferenças conceituais entre elas, que refletem 
movimentos históricos e processos de luta. 
• No Brasil, como nós construímos esse processo no âmbito da 
ditadura, o termo saúde pública, relacionado à maneira verticalizada 
com que a saúde era cuidada, buscava separar as ações de caráter 
coletivo daquelas de caráter individual, assistencial, curativo, etc”, 
explicou. 
Movimento higienista 
• Higienismo - A medicina não teria somente por finalidade estudar e curar as 
doenças, mas teria relações intimas com a organização social. 
• Movimento higienista – movimento em que a ciência médica moderna 
passou a incorporar a tarefa de atuar como aparato normatizador, criando 
critérios para identificar binômios como: saúde-doença, normal-anormal, 
ordem-desordem, louco-não louco e por fim, raças superiores-inferiores. Ao 
passar pelo crivo pré-concebido do que é esperado, desejado e aceito, 
marginalizou-se desde então o diferente, vendo-o como algo a ser 
combatido e eliminado. 
• Os bons costumes, a moral, as doenças físicas e psíquicas passaram a servistos sob uma ótica higienista, o que instituiu a rejeição dos indivíduos que 
destoariam dos padrões ditos normais, excluindo-os ou silenciando-os de 
várias formas. 
• Movimento higienista implantado como política pública no início do século 
XX 
 
Saúde Coletiva e Saúde Pública 
• Saúde Pública costuma se referir a formas de agenciamento 
político/governamental → dirigir intervenções voltadas às 
denominadas "necessidades sociais de saúde“. 
• Saúde Coletiva → implica em levar em conta a diversidade e 
especificidade dos grupos populacionais e das individualidades com 
seus modos próprios de adoecer e/ou representarem tal processo → 
não necessariamente, passam pelas instâncias governamentais ditas 
responsáveis diretas pela saúde pública. 
 
Saúde Pública 
• Inicialmente, há uma preponderância do enfoque médico biológico na 
conformação inicial da saúde pública como campo científico, em 
detrimento dos enfoques sociopolíticos e ambientais. 
• programas verticais baseados na tecnologia, que dominaram a saúde 
pública. 
• Nos anos 50, com o sucesso da erradicação da varíola, o enfoque manteve-se 
concentrado na tecnologia de prevenção ou cura e nas campanhas de 
combate a doenças específicas, deixando à margem o contexto social e o seu 
papel na geração do processo saúde-doença. 
Paradigma bacteriológico – Saúde 
Pública 
• A história da criação da primeira escola de saúde pública nos Estados 
Unidos, na Universidade John Hopkins, é um interessante exemplo do 
processo de afirmação da hegemonia desse “paradigma bacteriológico”. 
• Desde 1913, quando a Fundação Rockefeller decide propor o 
estabelecimento de uma escola para treinar os profissionais de saúde 
pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua implantação em Johns 
Hopkins, há um importante debate  
• deve a saúde pública tratar do estudo de doenças específicas, como um ramo 
especializado da medicina, baseando-se fundamentalmente na microbiologia e nos 
sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no estudo da influência das 
condições sociais, econômicas e ambientais na saúde dos indivíduos? 
 
(BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007) 
Paradigma bacteriológico – Saúde 
Pública 
• Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida pela excelência de sua 
escola de medicina, de seu hospital e de seu corpo de pesquisadores 
médicos. 
• Esta decisão representou o predomínio do conceito da saúde pública 
orientada ao controle de doenças específicas, fundamentada no 
conhecimento científico baseado na bacteriologia e contribuiu para 
“estreitar” o foco da saúde pública, que passa a distanciar-se das 
questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias de 
caráter mais amplo. 
Saúde Comunitária 
• A Medicina ou a Saúde Comunitária, por sua vez, é uma tentativa de 
operacionalização, fora do ambiente acadêmico, dos princípios da 
Medicina Preventiva. 
• Trata-se da organização de serviços de saúde extra-hospitalares, destinados 
ao exercício profissional do novo médico, portador de uma atitude integral, 
preventiva e social. 
• As atividades assistenciais em comunidades, além de servirem para a 
formação desse novo profissional, visam a contribuir para a expansão da 
cobertura da atenção médica, especialmente para segmentos carentes da 
população. 
• Vale salientar que essa estratégia é, em grande parte, uma resposta às 
tensões sociais decorrentes das mobilizações populares a favor dos direitos 
civis e contra a discriminação de raça/etnia 
(SOUZA, 2014) 
Fonte: http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/saude_publica_4.pdf 
Saúde Comunitária 
• A Medicina preventiva e a Saúde Comunitária 
tinha como objetivo superar o biologismo, o 
individualismo e o hospitalocentrismo da 
formação, buscando desenvolver nos 
estudantes de medicina uma visão completa - 
biopsicossocial - do indivíduo. 
• Na prática, contudo, nem a Medicina 
Preventiva nem a Saúde Comunitária 
cumprem o que prometem: não se modifica a 
atitude do médico por conta da introdução 
de novas disciplinas na sua formação, nem se 
viabiliza a ampliação da cobertura 
assistencial para as populações pobres. 
Saúde Coletiva 
- 
- Nova compreensão → perspectiva interdisciplinar e o debate 
político em torno de temas como universalidade, equidade, 
democracia, cidadania e, mais recentemente, subjetividade 
emergem como questões principais 
Processo 
saúde e 
doença 
Modelo Biomédico 
Saúde é definida negativamente: 
Ausência de doença 
• Modelo biomédico - modelo predominante usado por médicos no diagnóstico de doenças desde meados do 
século XIX. 
• Indivíduo saudável , livre de doenças dor, ou defeito, o que torna a condição humana normal "saudável". 
• O foco do modelo sobre os processos físicos, tais como a patologia, a bioquímica e a fisiologia de uma 
doença, não leva em conta o papel dos fatores sociais ou subjetividade individual. 
• Visão mecanicista e reducionista do Homem e da Natureza que surgiu quando filósofos como Galileu, 
Descartes, Newton, Bacon e outros conceberam a realidade do mundo como uma máquina. 
Características do modelo 
biomédico 
• Corpo humano fosse conceituado como uma máquina cujas peças 
se encaixam ordenadamente e segundo um processo racional. 
• Intensificação da divisão do indivíduo em pedaços (especialização 
médica); 
• Tudo o que acontece aos pacientes, quaisquer das suas queixas ou 
sofrimentos são vistos - e, como decorrência, manejados - em 
termos mecanicistas, isto é, tenta-se "patologizar“. 
• Tende a hipervalorizar as funções que os medicamentos podem vir a 
desempenhar  para todo e qualquer problema, 
independentemente de sua gravidade ou nexos causais, haverá uma 
pílula salvadora. 
• É um referencial mecanicista, reforçando explicações que reduzem o 
processo saúde-doença à sua dimensão estritamente biológica. 
Limites do modelo 
biomédico 
• Foi sendo detectada sua impossibilidade de 
oferecer respostas conclusivas ou satisfatórias 
para muitos problemas ou, sobretudo, para os 
componentes psicológicos ou subjetivos que 
acompanham, em grau maior ou menor, 
qualquer doença. 
• As críticas à prática médica habitual e o 
incremento na busca de estratégias terapêuticas 
estimulada pelos anseios de encontrar outras 
formas de lidar com a saúde e a doença (no seu 
conjunto designadas como medicinas 
alternativas ou complementares) constituem 
uma evidência dos reais limites da tecnologia 
médica. 
Concepção processo saúde doença 
• Também conhecido como Modelo Biopsicossocial 
• Proporciona uma visão integral do ser e do adoecer que compreende 
as dimensões física, psicológica e social. 
• Quando incorporada ao modelo de formação médica e de equipe 
interdisciplinar, coloca a necessidade de que o profissional, além do 
aprendizado e evolução das habilidades técnico- instrumentais, 
evolua, também, as capacidades relacionais que permitem o 
estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação 
efetiva. 
Processo saúde doença e sua 
determinação histórica e social 
• A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições 
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o 
sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos 
pelo corpo subjetivo que adoece. 
• Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros 
biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem 
afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em diferentes 
manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento 
diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade 
Processo saúde e doença 
• O processo saúde-doença é um dos pontos centrais para os 
profissionais da saúde que buscam promovê-la, cuidando para que as 
pessoaspossam ter, tanto quanto possível, uma boa qualidade de 
vida, mesmo quando as limitações se estabelecem. 
• Uma alternativa para a superação dos modelos causais clássicos, 
centrados em ações individuais, como os métodos diagnósticos e 
terapêuticos, a vacinação, a educação em saúde, ainda que dirigidos 
aos denominados grupos de risco, deve privilegiar a dimensão 
coletiva do fenômeno saúde-doença, por meio de modelos interativos 
que incorporassem ações individuais e coletivas. 
 
 
CONCEPÇÃO DE SAÚDE 
Concepção 
biológica 
Concepção 
Processo Saúde Doença 
Determinação 
do caso 
Alterações 
fisiopatológicas 
Resultantes do modo de 
vida das pessoas 
Expressão do 
caso 
Indivíduo doente Indivíduos que vivem, 
adoecem, morrem segundo 
a sua inserção na 
organização social 
Produto Cura de doentes Alteração do perfil de 
morbimortalidade das diferentes 
classes e frações de classes 
sociais - enfrentamento das 
desigualdades 
Determinantes sociais em Saúde 
Determinantes sociais da saúde 
• Determinantes sociais da saúde são as condições econômicas e 
sociais que afetam a saúde. 
• De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os 
determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em 
que uma pessoa vive e trabalha. 
• Também podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, 
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que 
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à 
população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e 
emprego. 
Fonte: https://pensesus.fiocruz.br/determinantes-sociais 
• Na Assembleia Mundial da Saúde de 2004, o Diretor Geral da OMS, Lee 
Jong-Wook, propôs a criação de uma comissão para recomendar políticas 
públicas de saúde e externas ao setor saúde, assim como intervenções que 
visem à melhoria das condições de saúde e à diminuição das iniqüidades  
Comissão de Determinantes Sociais em Saúde (CDSS-OMS). 
• A CDSS-OMS é um fórum estratégico mundial formado por lideranças 
políticas, científicas e da sociedade civil organizada. 
• A Comissão tem como meta global a busca de equidade em saúde e lidera 
um processo mundial de organização do conhecimento sobre os 
determinantes sociais em saúde, com vistas a fortalecer as práticas e as 
políticas voltadas para a diminuição das iniquidades em saúde. 
Modelo de Dahlgren e Whitehead – 
Determinantes sociais em saúde 
• Este modelo explica os mecanismos pelos quais as interações entre os 
diferentes níveis de condições sociais produzem as desigualdades em 
saúde, desde o individual até o nível das condições econômicas, 
culturais e ambientais que predominam na sociedade como um todo. 
• O modelo de Dahlgren e Whitehead destaca a importância dos 
fatores não-clínicos sobre a situação da saúde dos indivíduos e das 
populações. 
• Representado pela figura no slide a seguir. 
 (GEIB, 2012) 
Modelo de Dahlgren e Whitehead – 
Determinantes sociais em saúde 
• No âmbito individual, consideram-se algumas características como 
idade, gênero e fatores genéticos que influenciam a saúde do 
indivíduo. 
• No nível imediatamente superior situam-se os fatores relacionados 
ao comportamento e estilo de vida, que contribuem para a 
exposição diferencial a fatores de risco à saúde como, por exemplo, o 
hábitodo tabagismo e o sedentarismo. 
• os comportamentos muitas vezes ultrapassam o limiar das responsabilidades 
individuais, podendo ser considerados parte dos determinantes sociais 
quando são fortemente influenciados por informações, propagandas, pressão 
dos pares, possibilidade de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer, 
entre outros 
 (GEIB, 2012) 
Modelo de Dahlgren e Whitehead – 
Determinantes sociais em saúde 
• O próximo nível demonstra a influência das interações estabelecidas na 
sociedade e na comunidade disponibilizadas por meio de redes 
comunitárias e de apoio, serviços sociais, de lazer e de segurança. 
• No próximo nível estão as condições de vida e de trabalho, 
disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, 
que colocam as pessoas em desvantagem social pelo maior grau de 
exposição ao desemprego, à alimentação inadequada, às habitações 
insalubres, ao menor acesso aos serviços públicos, entre outros. 
• O último nível aponta as condições econômicas, culturais e ambientais, 
incluindo também determinantes supranacionais como o processo de 
globalização. 
• Esses macrodeterminantes agem sobre todos os outros, pois o padrão de vida 
alcançado por grupos específicos determina a escolha da moradia, do trabalho, das 
interações sociais e dos hábitos alimentares, com repercussões sobre a saúde. 
 (GEIB, 2012) 
Exemplos - Determinantes Sociais em 
Saúde 
• A mortalidade infantil, cuja média nacional em 2004 foi de 23,1 por mil 
nascidos vivos, segundo dados do Ministério da Saúde, apresenta grandes 
disparidades regionais, observando-se taxas inferiores a 10 por mil 
nascidos vivos em alguns municípios do Sul e Sudeste e valores maiores 
do que 50 por mil nascidos vivos em áreas do Nordeste. 
• De acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância 
(UNICEF) de 2006 sobre a situação da infância brasileira, em 2000 a taxa de 
mortalidade em menores de cinco anos (TMM5) entre filhos de mulheres 
com até três anos de estudo era de 49,3 por mil nascidos vivos, quase 2,5 
vezes maior que entre os filhos de mães com oito anos ou mais de estudo 
(TMM5 = 20,0 por mil nascidos vivos). 
Exemplos – Determinantes sociais em 
saúde 
• Educação: vários estudos têm demonstrado uma forte associação inversa 
entre o nível educacional e a ocorrência de transtorno mental 
nomeadamente perturbações mentais comuns (PMC) . Quanto maior o 
nível educacional, menor a incidência de PMC. 
• Estudos mostram associações entre determinantes sociais e a taxa de 
mortalidade por homicídios. As variáveis relacionadas com renda e 
escolaridade se mostraram determinantes na mortalidade, ressaltando a 
forte relação entre mortalidade por homicídios, pobreza e baixa 
escolaridade. A relação entre taxas de homicídio, escolaridade e renda 
per capita foi negativa. Esse resultado aponta a má distribuição de renda 
como forte fator associado à violência. 
• O perfil da vítima de homicídio no Brasil é, em sua maioria, de homens 
jovens entre 15 e 29 anos, solteiros, de cor parda e com baixa escolaridade. 
Educação ambiental para promoção da 
saúde 
• A educação em saúde é um campo multifacetado, para o qual 
convergem diversas concepções, das áreas tanto da educação, quanto 
da saúde, as quais espelham diferentes compreensões do mundo, 
demarcadas por distintas posições político-filosóficas sobre o homem 
e a sociedade. 
• Promoção da Saúde é o “processo de capacitação da comunidade 
para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo 
maior participação no controle desse processo”. 
• 
 
Educação ambiental para promoção da 
saúde 
• Embora a educação em saúde possua um caráter mais amplo, ela é 
considerada um dos principais dispositivos para a viabilização da promoção 
da saúde, auxiliando no desenvolvimento da responsabilidade individual e 
na prevenção de doenças. 
• Esses conceitos, associados a outras políticas públicas, foram devidamente 
ajustados às demandas populacionais e inseridos na Política Nacional de 
Promoção da Saúde (PNPS), cujo objetivo está voltado à promoção da 
qualidade de vida através da intervenção “em diversos segmentos sociais 
condicionantes de saúde, como trabalho, habitação, ambiente, educação, 
lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais”. Tais condicionantes 
estão inegavelmente relacionados à qualidade de vida, oportunizados 
através de práticas promocionaise educacionais em saúde. 
Promoção da Saúde 
• São recursos indispensáveis para ter saúde: paz, 
renda, habitação, educação, alimentação 
adequada, ambiente saudável, recursos 
sustentáveis, equidade e justiça social, com toda 
a complexidade que implicam alguns desses 
conceitos. 
• A promoção da saúde é o resultado de um 
conjunto de fatores sociais, econômicos, 
políticos e culturais, coletivos e individuais, que 
se combinam de forma particular em cada 
sociedade e em conjunturas específicas, 
resultando em sociedades mais ou menos 
saudáveis. 
Promoção da saúde 
• A promoção da saúde se refere às ações sobre os condicionantes e 
determinantes sociais da saúde, dirigidas a impactar favoravelmente a 
qualidade de vida. 
• Por isso, caracterizam-se fundamentalmente por uma composição 
intersetorial e, intra-setorialmente, pelas ações de ampliação da 
consciência sanitária – direitos e deveres da cidadania, educação para 
a saúde, estilos de vida e aspectos comportamentais etc. 
 
Referências 
• BUSS, Paulo; PELLEGRINI FILHO, A Saúde e seus determinantes sociais. PHYSIS: Rev. Saúde 
Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007. Disponivel em: 
http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a06.pdf. Acesso em: 19 de março de 2018. 
• GEIB, L.T.C. Determinantes sociais da saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva, 17(1):123-133, 
2012. 
• PAIM, Jairnilson. Melhores momento da aula sobre Saúde Coletiva de Jairnilson Paim. Disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=xuUXD0SJJpE Acesso em: 19 de 
março de 2018. 
• VIEIRA-DA-SILVA Lígia M.; PAIM Jairnilson S.; SCHRAIBER Lilia B. O que é Saude Coletiva. In: PAIM 
J.; ALMEIDA-FILHO, N.(Orgs.) Saúde Coletiva: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.