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MÓDULO VI MEDICINA – SÃO LUIS EPIDEMIOLOGIA MÓDULO VI - PROBLEMA I #OBJETIVOS EPIDEMIOLOGIA Etimologicamente, epidemiologia (epi=sobre; demo=população; logia=estudo) significa o estudo sobre o que afeta a população. Esse conceito antigamente se restringia apenas ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis, porem recentemente evoluiu abrangendo praticamente todos os eventos relacionados com a saúde das populações, sendo necessário então algumas subdivisões por área de conhecimento, que foram surgindo de acordo com a necessidade. AS DOENCAS INFECCIOSAS E AS ENFERMIDADES CARENCIAIS. No passado diversas doenças (principalmente as infecciosas e carenciais) se apresentavam sob a forma de epidemias bem evidentes e agudas que sempre alarmaram a população e as autoridades, dessa forma essas tornaram-se alvo do estudo da epidemiologia, tornando possível entende-las e detectá-las precocemente. Então estudiosos passaram a observar a ocorrência e distribuição das epidemias na busca de agentes biológicos específicos para cada doença. AS DOENCAS CRONICO-DEGENERATIVAS E OUTROS DANOS A SAÚDE. Com o passar dos anos e o desenvolvimento de alguns países, ocorreu nesses a diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e carenciais, o envelhecimento da população e a mudança no perfil de morbidade levaram a uma mudança no campo de estudo da epidemiologia, que se voltou mais para as doenças crônicas do tipo degenerativo, as anomalias congênitas, acidentes e envenenamentos. Porem essas não possuem agentes etiológicos como causadores, levando as investigações etiológicas a se dirigirem para o estudo sobre as condições anteriores ao aparecimento de alguma alteração clinica ou anatomopatológica. OS SERVICOS DE SAÚDE. A assistência aos doentes e as praticas de prevenção representam fatores que intervêm na distribuição e ocorrência das doenças, esses esforços expandiram o emprego da epidemiologia nos serviços de saúde, em que os estudos epidemiológicos possuem o intuito de identificar problemas, investigar suas causa e propor soluções compatíveis. HISTORIA DA EPIDEMIOLOGIA ATE O SECULO XIX As raízes da epidemiologia se misturam um pouco com a história da medicina e com a própria evolução das teorias sobre as causas das doenças. Devido ao âmbito coletivo da epidemiologia, alguns autores acreditam que seu nascimento ocorreu nos primórdios do pensamento ocidental da Grécia antiga, onde se observava a tensão entre a medicina individual e a coletiva existente no antagonismo entre as duas filhas do deus Asclépios: Panacéia, a padroeira da medicina curativa e terapêutica baseada em intervenções sobre indivíduos doentes; e Higéia, padroeira daqueles que consideravam a saúde como resultante da harmonia do homem com o ambiente, obtida através da prevenção e do equilíbrio entre os elementos (terra, fogo, água e ar). Dessa forma, acredita-se que dessas crenças e praticas derivam os conceitos de higiene e higiênico, no sentido de promoção da saúde, principalmente no campo coletivo. Outros autores acreditam que a epidemiologia nasceu com Hipocrates, visto que a estrutura e conteúdo de seus textos sobre epidemias e sobre a distribuição de enfermidades nos ambientes (baseados na tradição higéica) antecipam o raciocínio epidemiológico. Após Hipocrates, seus herdeiros reprimiram o espírito coletivo em prol do individualismo, buscando garantir a hegemonia da pratica medica em frente a inúmeras seitas que prometiam a saúde para os homens, dessa forma a ancestral epidemiologia foi deixada de lado, em prol do resgate de Panacéia, ou seja, da cura individual. Essa proto- epidemiologia foi mantida, entre outros, por Galeno na Roma antiga, onde aparentemente contribuiu-se somente com a realização de censos periódicos e com o registro compulsório de nascimentos e óbitos, antecipando o que hoje é conhecido como estatísticas vitais. Na Idade Média, época em que a medicina era de caráter mágico-religioso devido ao domínio do catolicismo romano e as invasões bárbaras, propiciando a propagação da medicina curativa, a medicina árabe deu continuidade a tradição de Hipocrates, onde os médicos mulçumanos fundamentaram uma pratica precursora da saúde publica altamente organizada, consolidando desde registros sobre informações demográficas e sanitárias ate os atos ritualistas de higiene individual de sua cultura. A pratica hipocrática foi reintroduzida no ocidente por um medico e filosofo persa conhecido como avicena, precursor do higienismo. SECULO XIX No século XIX a Europa era o centro das ciências. A revolução industrial, as diversas correntes filosóficas e políticas, a revolução francesas, o positivismo, entre outros acontecimentos influenciaram as pessoas e as idéias dessa época. Alem disso diversas epidemias (cólera, febre tifóide, febre amarela) eram graves problemas da época e levaram a uma maior preocupação com a higiene e o aprimoramento da legislação sanitária e a criação de uma estrutura administrativa para aplicação das medidas recomendadas. Nessa época a explicação das doenças era disputada entre a teoria dos miasmas e a dos germes. Os principais influenciadores da medicina e epidemiologia dessa época foram os franceses e os ingleses, entre eles: Pierre Louis (uso de estatística em pesquisa clinica); Louis Villermé (estudo das determinantes sociais das doenças); Louis Pasteur (investigação na microbiologia); William Farr (estatística no estudo da mortalidade); e John Snow (esclarecimento sobre as epidemias de cólera). SECULO XX Neste século ocorreu alguns acontecimentos marcantes, como: o desenvolvimento da microbiologia, que alterou os conceitos de doença e contagio, que subordinou a clinica e a patologia ao laboratório, que ditou padrões de higiene e legislação sanitária, difundiu o sanitarismo nas escolas e influenciou a criação de institutos de pesquisas como a escola de manguinhos no Brasil, criada por Oswaldo Cruz; o desdobramento da teoria dos germes, que com o avanço da bacteriologia possibilitou a consolidação da prevenção através da identificação de agentes etiológicos e dos meios de combater seu mecanismos patogênicos através das imunizações, do saneamento ambiental, do conhecimento sobre métodos de transmissão dos vetores e dos reservatórios de agentes; a coleta sistemática de dados epidemiológicos, principalmente sobre a causa mortis de pessoas falecidas, sobre estatísticas vitais (nascimento, óbitos), o que permitiu o aprimoramento dos profissionais de saúde sobre as condições de saúde da população e facilitou a investigação da causa etiológica da doença; iniciação de estudos epidemiológicos e descoberta de doenças, que ante eram tidas como infecciosas, de caráter nutricional (escorbuto, beribéri, pelagra). Após a segunda guerra mundial houve um grande desenvolvimento da epidemiologia, que se deu através da pesquisa sobre muitos temas, entre os quais: a determinação das condições de saúde da população (morbidade e mortalidade); a busca de fatores antecedentes ao aparecimento de doentes, rotulados como agentes ou fatores de risco (rubéola e má formações ; cigarro e doenças respiratórias); e avaliação das intervenções (procedimentos preventivos e curativos através de estudos controlados) como o desenvolvimento de vacinas, da fluoretação da água. SITUAÇÃO ATUAL Na atualidade, observa-se a ampliação dos estudos e das investigações epidemiológicas, onde praticamente todos os agravos a saúde foram ou estão sendo estudados. Nos estudos etiológicos passaram a ser analisados não somente os fatores físicos e biológicos, mas os psicossociais também. A sociologia e a filosofia se agregaram aos fundamentos e métodos da epidemiologia moderna, visto que somente os agentes microbiológicos e físicos não eram capazes de explicar todas as questõesde etiologia e prognostico, aprimorando ainda mais as técnicas epidemiológicas. APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA O objetivo geral da epidemiologia é o de reduzir os problemas de saúde na população, através do conhecimento da distribuição das doenças, de seus fatores determinantes e das possibilidades de êxito das suas intervenções. Dessa forma, as principais aplicação desta disciplina é: INFORMAR A SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO (DIAGNOSTICO DA SITUACAO DA SAÚDE) EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA. Determinação da freqüência do evento, do estudo da distribuição dos eventos e consequente diagnóstico dos principais problemas de saúde, inclusive com identificação dos segmentos da população afetados em maior e menor proporção por tais problemas. UTILIDADE DA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA. Essa tem o propósito de informar como os eventos variam quantitativa e qualitativamente na população, sendo usada principalmente para 2 objetivos: o direcionamento das ações saneadoras (visto que a distribuição dos casos aponta para uma camada da população em que o dano é mais freqüente ou em que é raramente encontrado) e a elaborações de explicações e relações que mostre o porque dessas freqüências variadas na população (estimulando a busca por um agente etiológico possível). INVESTIGAR OS FATORES QUE INFLUECIAM A SITUACAO DE SAÚDE (INVESTIGACAO ETIOLOGICA) Estudo científico das determinantes do aparecimento e da manutenção dos danos à saúde na população. Essa procura da explicação das causas das doenças pode ser dividida em 4 fases: FASE DA MAGIA, FASE DOS FATORES FISICOS E DOS MIASMAS(solo; decomposição do lixo e sujeiras, malaria=mal ar), FASE MICROBIOLOGICA DOS GERMES OU DO CONTAGIO, FASE DA CAUSALIDADE MUTIPLA (teoria dos germes não explica tudo – entra ao fator psicossocial). Hoje aceita-se que os danos a saúde podem ter múltiplas causas e uma única causa vários efeitos, ex: asma brônquica (infecções, exercício físico, tabagismo); afecções coronarianas (obesidade, nível de colesterol sérico, sedentarismo, estresse); acredita-se que a existência agentes etiológicos específicos sejam apenas reflexo do conhecimento atual imperfeito, por exemplo: gastrite e Helicobacter pylori (antigamente pensava-se que gastrite e ulcera péptica estava relacionadas aos maus hábitos e ao estresse, hoje foi observado que em 90% dos seus casos encontra-se essa bactéria, e que sua eliminação esta associada a grandes melhoras). DETERMINAÇÃO DE RISCOS Os resultados obtidos nas investigações etiológicas apontam para os riscos que uma pessoa esta sujeita ao se expor a determinado fator, como a relação entre o nível de colesterol e as coronariopatias, por exemplo, com o conhecimento dessa relação é possível criar-se recomendações a população, como manter baixo os níveis de colesterol sérico. Tipos de risco: risco absoluto (nº de casos/população sob risco, ou seja, a taxa de incidência); risco relativo (divisão entre duas taxas de incidência); risco atribuível a um dado fator de risco (diferença entre duas taxas de incidência). APRIMORAMENTO NA DESCRICAO DO CASO CLINICO A epidemiologia auxilia o aprimoramento na descrição de um caso clinico na parte da metodologia da investigação, onde é feita por uma observação da evolução de uma doença em um numero suficiente de pacientes, reunidos adequadamente, permitindo a descrição em detalhes de um quadro clinico. DETERMINAÇÃO DE PROGNOSTICO O conhecimento detalhado sobre o quadro clínico de determinada doença possibilita uma melhor quantificação de um prognostico do paciente, por exemplo: se o doente é possuidor de determinada característica terá ou não maior probabilidade de cura ou menor sobrevida. IDENTIFICACAO DE SÍNDROMES E CLASSIFICACAO DE DOENCAS O conhecimento sobre os grupos homogêneos de características, de sinais e sintomas e de prognostico pode fazer com que se diferencie uma condição de outra, antes consideradas uma só categoria clínico-patológica. Ex: icterícias (leptospirose, hepatites b, vesiculite, colecistite). VERIFICACAO DO VALOR DE PROCEDIMENTOS DIAGNOSTICOS A utilidade dos resultados de uma investigação epidemiológica esta subordinada à precisão dos diagnósticos feitos em nível individual e sua soma leva ao diagnostico coletivo, dessa forma a inconsistência na aferição de cada evento acarreta em imprecisão nas estatísticas. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE SERVICOS Os sistemas de serviços utilizam-se de informações epidemiológicas para subsidiar as decisões relativas à definição de prioridades e ao melhor uso dos recursos, essas decisões levam a ações, que por sua vez são monitoradas levando em consideração os ensinamentos epidemiológicos. PRINCIPAIS USUARIOS DA EPIDEMIOLOGIA O CLINICO. O clinico utiliza-se dos conhecimentos da epidemiologia diariamente (noções de contagio, risco, frequencia, precisão de testes diagnósticos, prognósticos, eficácia de tratamentos), principalmente no manejo de cada paciente e a proteção da saúde. Por exemplo, o manejo das informações de naturezas epidemiológicas (lugar de procedência, sexo, idade, classe social, época do ano) no processo de diagnostico clinico, alem de tornar possível a segurança com o prognostico (conhecimento sobre o quadro clinico da doença). ALGUNS CONCEITOS DA EPIDEMIOLOGIA ENDEMIA É a ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso em determinada área geográfica; pode significar, também, a prevalência usual de determinada doença nessa área. EPIDEMIA É a ocorrência delimitada, espacial e temporalmente, de casos da mesma doença em número que ultrapassa nitidamente a incidência normalmente esperada. O número de casos que caracteriza a presença de uma epidemia varia segundo o agente infeccioso, o tamanho e o tipo da população exposta, sua experiência prévia com a doença ou a ausência de casos anteriores e o tempo e o lugar da ocorrência, ou seja, depende da endemia da população e região em questão. Quando o numero de casos ultrapassa um limiar epidêmico pré-estabelecido. Essa possui diversas classificações, apenas didáticas, são elas: Epidemias Explosivas (rápidas); Lentas; Progressivas (transmitidas de hospedeiro a hospedeiro); Por fonte comum (sem transmição de hospedeiro a hospedeiro – através de água, alimento, etc); entre outras. A CURVA EPIDÊMICA 1. Incremento inicial de casos: o coeficiente de incidência aproxima-se do nível superior endêmico, não tem significado quando a incidência é nula ou de casos esporádicos, quando uns poucos casos já caracterizam o processo epidêmico. 2. Egressão: a incidência ultrapassa o limite superior endêmico; 3. Progressão: fase inicial do processo até o clímax; 4. Incidência máxima: a força de crescimento da epidemia se extingue devido a: diminuição do número de expostos, diminuição do número de suscetíveis, ação intencional de vigilância e controle ou processos naturais de controle. 5. Regressão: última fase na evolução de uma epidemia; 6. Decréscimo endêmico: quando o processo regride a níveis mais baixos que aqueles vigentes antes da eclosão da epidemia, pode-se pensar em erradicação teoricamente. “a epidemia é restrita a um intervalo de tempo, marcada por um começo e por um fim, pode durar poucas horas, dias ou décadas”; contrariamente a endemia que é ilimitada. ABRANGÊNCIA DAS EPIDEMIAS Podem ocorrer em um espaço definido desde um surto até uma pandemia: SURTO EPIDÊMICO OU SURTO Epidemia de proporções reduzidas, atingindo pequena comunidade humana. Muitos autores restringem o termo para o caso de instituições fechadas (colégio, quartel, edifício de apartamento, bairro, etc). PANDEMIA Epidemia de grandes proporções, atingindo grande número de pessoas em uma vasta área geográfica (um ou mais continentes). ÉBOLA As primeiras ocorrências da febre hemorrágicainduzida pelo vírus Ébola verificou-se no segundo semestre de 1976, quando o vírus ocasionou uma epidemia explosiva no sul do Sudão e nordeste do Zaire, que causou a morte de 231 dos 601 casos registrados. Em 1979 foi detectado novamente no Sudão, porem em menores proporções, assim como casos isolados foram identificados no Zaire, Quênia, e costa do marfim. Em 1989 detectou-se um novo tipo de vírus Ébola, vírus Reston, responsável uma epizootia ocorrida nos EUA em macacos importados das filipinas, porem sem ocorrência em humanos. Em 1995 outra epidemia ocorreu no Zaire, com 315 casos confirmados dos quais 244 evoluíram para óbito (77%). ETIOLOGIA Vírus da família Filoviridae, que se apresentam com caráter pleomórficos (cilíndricos, em forma de U, circulares ou filamentosos) e com ramificações, medem cerca de 100nm podendo chegar a 14.000nm nas formas filamentosas, possuem ainda um envoltório, seu nucleocapsídio é helical e contem RNA 3 subtipos (Zaire, Sudam e Reston) e são extremamente patogênicos, a cobaias, camundongos e macacos, determinando doença febril ou morte. TRANSMISSÃO Sua transmissão ocorre através de fluidos corporais (sangue, urina, fezes, vômito, saliva, suor, leite materno, secreções e esperma) de pessoas infectadas. OBS) agulhas, seringas, etc. PERÍODO DE INCUBACAO Entre 2 e 21 dias, mas fica comumente entre 5 e 12 dias. PATOLOGIA Praticamente todos os órgãos do paciente são afetados, porem as lesões mais graves ocorrem no fígado, Baco e tecidos linfáticos. No fígado ocorre hipertrofia e hiperplasia das células de Kupffer, vários focos de necrose dos hepatócitos e vários outros com esteatose, alem de inclusões citoplasmáticas acidófilas e basófilas, degeneração de alguns hepatócitos, presença de corpúsculos acidófilos e infiltrados mononucleares no espaço porta. No Baco observa-se necrose em vários focos da polpa vermelha, com substituição celular por material necrótico. Ocorrem lesões necróticas também no pâncreas, gônadas, supra-renais, hipófise, tireóide, rins e pele. As alterações no cérebro estão limitadas as células da glia, ocorrendo também edema cerebral. Os pulmões são pouco afetados ocorrendo apenas alguns focos hemorrágicos. MANIFESTACOE S CLÍNICAS As primeiras manifestações são de inicio lento ou abrupto, são elas: febre, cefaléias e mialgias generalizadas (principalmente no dorso). Essas são seguidas de prostração, dor de garganta, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarréia aquosa intensa, alem de boca seca e dor torácica. Entre o 5 e o 7 dia surge um exantema maculopapular que rapidamente desaparece deixando fina descamação. Aparece também conjuntivite, faringite e as vezes enantema no palato. Entre o 5 e 7 fia surgem também sangramentos nasal, gengival, vaginal e subconjuntival, assim como hematêmese, melena e hemorragias pulmonares. Ocorre também leucopenia, trombocitopenia, proteinúria, aumento nos níveis séricos de transaminases e amilases, com óbito entre o 7 e 16 dia, geralmente precedido por choque. DIAGNOSTICO O diagnostico sorológico é realizados pelas técnicas de imunofluorescência e ELISA, detectando IgG e IgM. Os anticorpos começam a ser detectados a partir da 2 semana. O antígeno do vírus pode ser detectado por ELISA e o RNA por PCR. TRATAMENTO E CONTROLE Não existe tratamento especifico. Tem-se administrado plasma imune em alguns casos, mas sem resultados conclusivos. É importante proporcionar aos pacientes uma cuidadosa assistência medica e de enfermagem, com cuidados terapêuticos intensivos. Não existe vacina disponível. Seus indivíduos devem ser isolados e o pessoal medico e de enfermagem necessitam usar roupas protetoras, luvas e mascaras. Agulhas e seringas descartadas. Excretas desinfectadas. E familiares instruídos a não manipularem os cadáveres para prevenir infecções domiciliares. MÓDULO VI - PROBLEMA II #OBJETIVOS EPIDEMIOLOGIA ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Com o decorrer do tempo tornou-se necessário ao homem conhecer a saúde da população, os fatores que determinam a evolução ou regressão da doença e o impacto das propostas para a alterarem. Dessa forma o homem desenvolveu varias maneiras de abordagem e investigação, deixando para nova geração vários métodos de pesquisa. Para determinada situação ou momento um deles será mais adequado que outro, visto que cada um tem seus aspectos positivos e limitações, onde o conhecimento destas nos propicia antecipar as facilidades e as dificuldades ao o utilizar; e julgar a metodologia usada, os resultados apresentados, e a interpretação dada, se a teoria foi convenientemente aplicada. Na investigação de um tema, três estratégias independentes de abordagem são utilizadas por profissionais da área da saúde: o estudo de caso; a investigação experimental em laboratório; e a pesquisa populacional. 1. ESTUDO DE CASO Trata-se da observação de um ou poucos indivíduos com a mesma doença e, a partir da descrição dos seus casos traça-se um perfil de suas principais características. Usado para avaliação inicial de problemas ainda mal conhecidos, de características e variações naturais não detalhadas, geralmente usados em combinação com as pesquisas quantitativas. Exemplos: relatos ou apresentação de casos visto em revistas. ESTUDO DE CASO x SERIE DE CASOS Está caracterizado um estudo de caso quando se estuda apenas um ou poucos indivíduos. Quando se estuda um numero maior de pessoas (no mínimo 10) caracteriza-se uma Serie de casos. ASPECTOS POSITIVOS É relativamente fácil de ser utilizado e de baixo custo, alem da possibilidade de observação intensiva de cada caso. Esse possui um enfoque qualitativo e exploratório. O relato pode se restringir a uma simples descrição ou ir alem, com um quadro rico em detalhes e sugerindo explicações sobre o quadro. ASPECTOS NEGATIVOS Os indivíduos observados costumam ser altamente selecionados e a observação se restringe a situações incomuns ou de evolução atípica ou de resultado terapêutico inesperado. Certa subjetividade na observação dos fatos, pois depende somente do observador que já pode ter uma idéia preconcebida dos fatos e a faz predominar. Alem disso tem a falta de indivíduos controle para comparar resultados, tornando difícil identificar simples coincidências. 2. INVESTIGACAO EXPERIMENTAL DE LABORATÓRIO São estudos experimentais realizados em laboratório, cujo foco da avaliação geralmente são animais, por motivos éticos. Exemplos: estudo com camundongos, macacos, entre outros. ASPECTOS POSITIVOS Menor grau de subjetividade devido a adoção de rigorosos controles que também servem de parâmetro comparativo na comparação dos resultados. ASPECTOS NEGATIVOS Como os estudos são realizados em animais o problema esta na extrapolação dos resultados para humanos. 3. PESQUISA POPULACIONAL Pesquisa realizada em populações de humanos. É a abordagem central da epidemiologia. CRITERIOS PARA A CLASSIFICACAO DOS METODOS EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA Entre os principais critérios utilizados, estão: 1. O propósito geral Estudos descritivos e analíticos 2. O modo de exposição das pessoas ao fator em foco Estudos de observação e de intervenção 3. Direção temporal das observações Estudos Prospectivos (de coorte); retrospectivos (caso-controle); e transversais 4. Unidades de observação Divide as pesquisas em dois tipos: as que a unidade de observação é o individuo e as que a unidade são um grupo de indivíduos. OBS) há outros critérios que geram outras classificações como: Longitudinal x Transversal; Estudo controlado x Não- controlado; Randomizado x Não-randomizado; Experimental x Quase-experimental. ESTUDOS DESCRITIVOS Esse tipo de investigação tem comoobjetivo informar quantitativamente sobre a distribuição de um evento na população. Essas distribuições podem ser de incidência (casos novos) ou de prevalência (total de casos) e não há formação de grupos-controle para comparação de resultados. A população aqui utilizada pode ser composta de só doentes (investigações hospitalares), de só sadios (cobertura de uma vacina) ou de uma mistura entre esses (morbidade domiciliar). Exemplo: a incidência de infecção chagásica em habitantes rurais. ASPECTOS METODOLOGICOS Para traçar o perfil do tema em questão deve-se apenas observar como o evento ocorre, em uma ou mais populações e expressar essas freqüências apropriadamente. Para isso deve obter uma base de dados (de mortalidade, morbidade, pessoas expostas aos riscos, etc.) e quanto melhor for a base de dados, em termos de abrangência da população e qualidade do seu conteúdo, mais precisos os quadros clínicos. Quando as informações inexistem ou são julgadas imprecisas ou incompletas, realizam-se investigações para obtê-las, seja de forma prospectiva, retrospectiva ou transversal. Nesse caso uma nova coleta de dados é um processo demorado e dispendioso e para realizá-lo deve se levar em consideração o custo-benefício. USOS DOS RESULTADOS A inspeção da distribuição das freqüências de um evento, seja disposta em tabelas, gráficos ou outra forma, possui o objetivo de: identificar os grupos de risco (segmentos da população que poderiam se beneficiar de medidas saneadoras – prevenção); sugerir explicações para as variações de freqüências nos diferentes segmentos. ESTUDOS ANALÍTICOS Os estudos analíticos são metodologicamente diferente dos descritivos e são a 2º etapa no processo de obtenção do conhecimento (o descritivo é a primeira). As pesquisas analíticas geralmente estão subordinadas a uma ou mais questões cientificas, as hipóteses, que relacionam uma causa (exposição) a um efeito (doença). Essas hipóteses podem ser formuladas previamente (guiar o planejamento, coleta e analise de dados) ou posteriormente (ser testada em uma base de dados); ou pode não haver hipótese explicita, e sim a busca por fatores que contribuam para o aparecimento da doença. Exemplos: obesidade-diabetes; fumo-câncer; vacina-prevenção; OBS) TIPOS DE ESTUDO ANALITICO A principal diferença entre os estudos analítico e descritivo é a presença de um grupo-controle, formado simultaneamente ao grupo de estudo e que serve para comparação de resultados. Porem em muitas situações essa delimitação é falha, pois as investigações analíticas tem uma fase descritiva, enquanto a base de dados, formada durante o estudo descritivo, pode ser utilizada para testar uma hipótese, característica analítica. De acordo com a formação dos grupos-controle gera diversos tipos de estudos analíticos. Observa-se 4 tipos básicos: ESTUDO EXPERIMENTAL: O ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO Nesta modalidade inicia-se a investigação a partir da causa/exposição para verificar o aparecimento do efeito/doença, porem a seleção dos participantes para formar os grupos (de estudo e controle) é aleatória, cujo objetivo é formar grupos com características semelhantes. Em seguida, em apenas um dos grupos, submete-se uma intervenção, a qual se tem o objetivo de avaliar os resultados, sendo o outro grupo para comparação de resultados. Exemplo: teste de vacinas e drogas. O ensaio clínico randomizado é considerado o padrão de excelência (padrão ouro), ou seja, é o melhor entre todos os métodos de investigação utilizados em epidemiologia, pois é o que produz evidências mais diretas e inequívocas para esclarecer uma relação de causa-efeito entre dois eventos. Possui alta credibilidade cientifica. Sua característica marcante de excelência é a possibilidade de subdividir um grupo de participantes em dois ou mais subgrupos idênticos. Os dados são interpretados tomando por base o risco relativo (incidência em um grupo dividida pela incidência no outro grupo). Exemplo: 2 grupos de 100 pessoas aleatórias são expostos a uma doença, em 1 é administrado uma vacina em 2 não. Observa-se em 1 (2 casos da doença) em 2 (10 casos). Risco relativo= 0,2 ou 20%; eficácia da vacina 80%. DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de serem portadores de características especificadas previamente e de interesse para a hipótese em estudo, se selecionados ele é informado sobre os detalhes da pesquisa incluindo os riscos envolvidos, se consente em participar ele é incluído no estudo. Termo de consentimento. 2. RANDOMIZAÇÃO E INTERVENÇÃO Cada individuo incluído no estudo é colocado por processo aleatório em um dos grupos (estudo/controle), com o objetivo de formar dois grupos com características semelhantes, onde o grupo estudo recebe uma intervenção e o controle não. 3. ACOMPANHAMENTO DOS PARTICIPANTES E VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS Cada participante independente do grupo é acompanhado, observado ou examinado de maneira semelhante. Um dos cuidados essenciais consiste em não promover diferenças entre os grupos pelo simples fato de se acompanharem e examinarem as pessoas. Seu objetivo é introduzir um único fator de diferença entre os grupos (a intervenção) e verificar o impacto diferencial dessa através da comparação dos resultados entre os grupos. Exemplo: eficácia de uma vacina. VANTAGENS E LIMITAÇÕES VANTAGENS 1. Alta credibilidade cientifica 2. Maior probabilidade de grupos comparáveis quanto as variáveis de confundimento 3. Não há dificuldade na formação do grupo controle 4. Intervenções e procedimentos decididos previamente e uniformizados 5. Alta qualidade dos dados sobre a intervenção e efeitos 6. A intervenção e a verificação dos resultados podem ser ocultadas com o uso do placebo e técnicas de aferição duplo- cega, de modo que os examinadores e examinados não influenciam nos resultados 7. Interpretação simples dos resultados – sem variáveis de confundimento LIMITAÇÕES 1. Por dificuldades praticas e éticas algumas situações não pode ser pesquisadas 2. O grupo investigado pode ser altamente selecionado, não representativo, devido as múltiplas exigências quanto as características para participação do estudo 3. Impossibilidade de ajustar o tratamento em função das necessidades de cada individuo 4. Necessidade de estrutura administrativa e técnica de grande porte ESTUDO DE COORTE Nesta modalidade inicia-se a investigação a partir da causa/exposição para verificar o aparecimento do efeito/doença, porem a seleção dos participantes para formar os grupos (estudo/expostos e controle/não-expostos) não é aleatória. Os grupos são formados por observação de situações da vida real ou por distribuição arbitraria de uma intervenção permitindo comparações entre os grupos, ou seja, não é feita uma intervenção intencional. Exemplo: obeso e não-obeso. Exemplo: associação entre exercício físico e coronariopatias. Os dados também são interpretados tomando por base o risco relativo. Tomando o exemplo citado, observa-se um grupo 1 praticantes de exercício e o 2 sedentários, após a investigação o risco relativo foi de 2 (ou seja, para cada 2 sedentários que morreu por coronariopatias morreu 1 praticante de exercício) dessa forma os sedentários tem o dobro de chance de morrer por coronariopatias. OBS) esse estudo (assim como os demais a serem discutidos) possui limitações próprias devido a ausência de distribuição aleatória, o que significa que os grupos comparados não têm semelhança que permitam a comparação entre os resultados, podendo ter outros fatores de riscos contribuindo para as diferenças nos resultados, complicando a sua interpretação, pois confundem as reais relações entre a causa e o efeito, são as variáveis confundidoras. TERMO COORTE Este termo é usado com dois significados: para designar um grupo (significa grupo de pessoas com características comuns); ou um método (tipo de investigação que parte da causa para investigar os efeitos e contem um grupo controle interno). DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO DE COORTE 1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que possibilitem a investigação exposição-doença. 2. VERIFICAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Por observação ou exame dos componentes da amostra, determina-se o nível de exposição a que estiveram submetidos (exemplo: fumantes ou não). Deve-se certificar de que o individuo incluído não seja doente. 3. ACOMPANHAMENTO DOS PARTICIPANTES PARA VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS A incidência de desfechos clínicos em expostos e não expostos é determinada por acompanhamento periódico ou por exame final dos participantes. Os resultados podem ser medidos em termos de um ou mais desfechos clínicos (incidência da doença; mortalidade; qualidade de vida). VANTAGENS E LIMITAÇÕES VANTAGENS 1. Não há problemas éticos quanto a exposição das pessoas a fatores de risco (pois não tem intervenção) 2. A seleção dos controles é relativamente simples 3. Os dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência da doença 4. Muitos desfechos clínicos podem ser investigados simultaneamente LIMITAÇÕES 1. Falta de comparabilidade entre as características dos grupos expostos e não-expostos (não aleatoriedade) 2. Alto custo 3. Na maioria das vezes os resultados só são obtidos após longo período de seguimento 4. A interpretação dos dados é dificultada devido a presença de variáveis de confundimento MODALIDADES DE ESTUDOS DE COORTE O estudo de coorte pode ser classificado em prospectivo ou retrospectivo e o critério para diferenciá-los é a posição do investigador frente aos acontecimentos. No estudo de coorte prospectivo (tipo mais comum) o investigador acompanha o desenrolar da investigação de corpo presente. Como todo tipo de estudo de coorte determina primeiro a causa e depois o efeito, mas alem disso é em direção ao futuro. No estudo de coorte retrospectivo o investigador tem conhecimento de que tanto a exposição quanto a exposição já ocorreram e que os dados de interesse para o estudo podem ser recolhidos por pesquisas em arquivos por anamnese. Trata-se de uma investigação sobre o passado, mas conservando o principio de estudos de coorte (causa em direção ao efeito). Sua maior vantagem é poder ser realizada em tempo reduzido, visto não exigir o seguimento, pelo próprio investigador, dos indivíduos estudados. COMPARACAO ENTRE O ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO E O ESTUDO DE COORTE A principal diferença entre esses dois tipos de investigação esta na formação dos grupos de estudo e controle, onde no ensaio clinico randomizado, os grupos ao formados com o uso da técnica da randomização (aleatoriamente, formação de grupos semelhantes), o que não ocorre no estudo de coorte. OBS) o grande problema das investigações é separar o efeito da exposição principal, dos produzidos pelos demais fatores (variáveis extrínsecas), que são suspeitos de influenciarem no estudo, e quando influenciam são chamadas de variáveis confundidoras. O ESTUDO DE CASO-CONTROLE Nesta modalidade inicia-se a partir do efeito/doença para investigar retrospectivamente a causa/exposição, portanto essa só pode ser realizada após o efeito já ter ocorrido. Nesse caso há a formação de dois grupos iniciais os doentes/casos e os não doentes/controle. Embora possua o mesmo objetivo do estudo de coorte (esclarecer a relação- exposição/doença) ele é alcança de maneira oposta. Exemplo: associação entre toxoplasmose e debilidade mental. Os dados também são interpretados tomando por base o risco relativo. Tomando o exemplo citado, observa-se que há maior frequencia de toxoplasmose entre os casos (45 de 300) do que nos controles (15 de 300). O que aponta para a existência de associação entre toxoplasmose e debilidade mental. DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE 1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que possibilitem a investigação exposição-doença. 2. ESCOLHA DE CASOS E CONTROLES Especifica-se, previamente, os critérios de inclusão/exclusão para definir o que seja um caso da doença. Em condições ideais são todos os casos novos da população selecionada que preencham os critérios; a cada caso são escolhidos seus controles adequados, cuja principal característica é não possuir a doença em estudo e terem rido a mesma probabilidade de ser exposto ao fator de risco. Deve se evitar portadores de doenças associadas ao fator de risco nos grupos controle. 3. VERIFICAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Diversos meios são utilizados para obtenção de dados sobre a exposição previa das pessoas ao fator de risco, como: anamnese, pesquisas em prontuários, atestados, resultados de exames laboratoriais. Em geral, se o método de detecção tiver baixa validade, haverá grandes erros de classificação, ou seja, certo numero de expostos será considerado não-expostos e vice-versa. VANTAGENS E LIMITAÇÕES VANTAGENS 1. Os resultados são obtidos rapidamente 2. Baixo custo 3. Muitos fatores de risco podem ser investigados simultaneamente 4. Não há necessidade de acompanhamento dos pacientes 5. O método é pratico para investigação etiológica de doenças raras DESVANTAGENS 1. A seleção de grupo controle é de grande dificuldade 2. Falta de comparabilidade entre as características de casos controle 3. Os dados de exposição no passado podem ser inadequados (prontuários incompletos ou falhos) 4. Os dados de exposição podem ser viciados (os casos tem melhor noção de suas possíveis causas do que os controles) 5. A interpretação é dificultada pela presença de variantes de confundimento COMPARACAO ENTRE ESTUDO DE COORTE E ESTUDO DE CASO CONTROLE A estrutura de um estudo de coorte é a inversa daquela de um estudo de caso controle. A diferença fundamental entre esses métodos deriva da maneira como os grupos são constituídos: Se o critério para a constituição do grupo for o grau de exposição a um fator de risco é estudo de corte; se o critério for o efeito e remonta-se no passado das pessoas na busca de fatores de risco é caso controle. Em principio o estudo de coorte é considerado melhor que o de caso controle, visto que ele oferece maiores possibilidade de controlar os vieses que podem diminuir a credibilidade das conclusões. Ambos os métodos se aplicados corretamente podem ser igualmente potentes para alcançar seus objetivos. O que vai ditar a escolha de um ou outro método são as circunstâncias do momento, onde observa-se as vantagens e limites para os escolher. O ESTUDO TRANSVERSAL Também chamado de seccional, corte ou prevalência representa a forma mais simples de pesquisa populacional. Nesta modalidade, causa e efeito são detectados simultaneamente em um dado momento e nesse caso é somente a analise dos dados que permite identificar os grupos de interesse, expostos/doentes e não-expostos/sadios, de modo a investigar a associação entre a exposição e a doença. É um bom método para detectar freqüências da doença e de fatores de risco, assim como identificar os grupos mais e menos afetados por essas. Exemplo: associação entre migração e doença mental. Os dados também são interpretados tomando por base a razão entre as prevalências. Tomando o exemplo citado - doença mental mais freqüente em migrantes (6%) do que não-migrantes (3%)-, observa-se uma razão entre as prevalências de 2, o que significa que naquele momento de coleta e naquela população, a existência de 2 vezes mais doença mentalem imigrantes do que nos não imigrantes. DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO TRANSVERSAL 1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que possibilitem a investigação exposição-doença. 2. VERIFICACAO SIMULTANEA DA EXPOSIÇÃO E DA DOENCA De cada membro que participa do estudo, coletam-se os dados pertinentes e somente após a analise desses dados (onde se conhece o paciente expostos e não-expostos; sadios e doentes) é que se formam os grupos. VANTAGENS E LIMITAÇÕES VANTAGENS 1. Simples e de baixo custo 2. Os dados podem ser coletados em baixo intervalo de tempo 3. Não há necessidade de seguimento das pessoas 4. Facilidade de obter amostra representativa da população 5. Único tipo de estudo possível de realizar, em numerosas ocasiões, para obter informação relevante, em limitação de tempo e recurso LIMITACOES 1. Condições de baixa prevalência exigem amostra grande o que implica em dificuldades praticas 2. Possibilidade de erros de classificação (caso e exposição podem não mais ser do momento) 3. Pacientes curados ou falecidos não aparecem na casuística dos casos: viés da prevalência 4. A relação cronológica entre os eventos pode não ser facilmente detectada VIES DA PREVALENCIA Os estudos transversais informam os casos existentes na população, o que pode fornecer uma imagem distorcida da doença. Os agravos à saúde de curta duração (doenças agudas, de remissão periódica, sazonais) tem menos chances de aparecerem nos resultados pois suas freqüências variam de acordo com a época de realização da coleta de dados; ocorrendo assim uma representação excessiva de pacientes com evolução de longa duração, e não são incluídos os falecidos e os curados. Dessa forma os indivíduos identificados são escolhidos de maneira não aleatória. ESCLARECIMENTO DA ORDEM CRONOLOGICA DOS EVENTOS O estudo transversal indica se existe associação entre a exposição e doença na população investigada em um determinado momento, dessa forma a associação entre os eventos pode ser diferente de acordo com o momento. Exemplo: associação entre migração e doença mental. Em um estudo transversal deste caso o problema esta em refazer a ordem cronológica dos eventos, pois a migração pode ter tido papel importante na etiologia da doença mental (estresse, fome, perdas, saudade) ou a doença mental pode ter sido o fator que motivou a migração (referencia). Para evitar essa dificuldade varias alternativas são utilizadas, como: utilização de dados retrospectivos (no intuito de refazer a seqüência lógica; dados como época da migração, inicio da doença); repetição de estudos transversais (detecta mudanças com o passar do tempo, monitorando alteração relativas a prevalência); analise de coortes de nascimento (comparação de coortes por data de nascimento) COMPARACAO ENTRE O ESTUDO DE CASO-CONTROLE E O ESTUDO TRANSVERSAL A principal diferença entre estes estudos esta na forma de incluir os indivíduos na investigação. No estudo de caso controle o critério para a seleção das pessoas é a presença da doença em foco (caso) ou a sua ausência (controle) e essa escolha é inclui preferencialmente somente os casos novos. No estudo transversal faz-se a seleção de um único grupo de pessoas e o critério para reunião dessas é a época definida pelo investigador para realizar a pesquisa. ESTUDO ECOLOGICO/DE GRUPOS/ESTATISTICOS/COMUNITARIOS/DE AGREGADOS (não é analítico) Trata-se de uma pesquisa realizada com estatísticas que, ao invés de ter como unidade de observação ser o individuo, tem um grupo de indivíduos como unidade de observação. Seu nome tem origem na utilização de áreas geográficas como unidades de analises o que generalizou para um grupo de indivíduos. Exemplo: pesquisa internacional de correlação entre o consumo de álcool e a incidência de câncer de estomago em diversos países. DELINEAMENTO (ESBOÇO), VANTAGENS E LIMITACOES DE UM ESTUDO DE ECOLOGICO Neste tipo de investigação não há a fase de coleta de dados, caso a caso, necessárias em estudos individuais; usam-se estatísticas já prontas, no entanto deve-se saber como tais foram geradas. VANTAGENS 1. Simplicidade e baixo custo 2. Os dados estão usualmente disponíveis, sob forma de estatísticas, para serem utilizados 3. As conclusões são facilmente generalizáveis LIMITACOES 1. Não há acesso aos dados individuais, somente as informações estatísticas, o que abre a possibilidade de falácia ecológica, que é a interpretação enganosa por atribuir a um individuo o que se observou em estudos estatísticos 2. Dificuldade em usar técnicas mascaradas de aferição das informações, o que aumenta o risco de viés 3. Dados de diferentes fontes, o que pode significar qualidade de informação variável 4. As correlações são em geral mais altas 5. Dificuldade de controlar os fatores de confundimento MODALIDADE DE CORRELACAO ECOLOGICA COMPARACOES GEOGRAFICAS As comparações geográficas são muito utilizadas para identificar associações (levantar hipóteses e investigar etiológica) como, por exemplo, entre a incidência de luz solar e o câncer de mama, onde comparações regionais, na antiga união soviética, mostraram correlação negativa entre a incidência de luz solar e esse tipo de câncer. Porem observa-se algumas variáveis confundidoras dos resultados (nível socioeconômico entre as regiões investigadas, religião, etnias, padrões de comportamento). Dessa forma para esses resultados adquirirem credibilidade devem ser constantemente observados e confirmados por outras investigações, principalmente as individuais. São largamente utilizadas para avaliar o impacto de intervenções, como a avaliação de programas governamentais. COMPARACAO DE SERIES CRONOLOGICAS A comparação de duas series de dados, de um fator de risco e de um agravo à saúde, dispostas em seqüência cronológica permite suspeitar a presença ou não de associação entre eles. São altamente úteis para levantar hipóteses e investigar a etiologia e avaliar intervenções. Exemplo: mortalidade por cirrose hepática (antes e depois da aplicação da lei seca). INTERPRETACAO DOS RESULTADOS Os estudos ecológico são muito usados para levantar as possíveis relações casuais como também para testar hipótese, investigar a etiologia e avaliar intervenções. A interpretação dos seus resultados deve levar em consideração: a qualidade do diagnostico (diferentes critérios de diagnostico invalidam as comparações); as variáveis de confundimento (dificuldades na interpretação dos resultados); o acaso como explicação (algumas associações significativas podem ser simplesmente devidas ao acaso). ESTUDO ECOLOGICO RANDOMIZADO Um estudo ecológico pode ser planejado, incluindo no seu planejamento a randomização de áreas ou de agregados (clientela de médicos, estabelecimentos de saúde). Após a randomização faz-se a intervenção em um grupo, deixando outro como controle, onde não é realizada a intervenção. Esse tipo de investigação é o padrão ouro para estudos baseados em estatísticas, pois é de baixo custo, possui poucos problemas éticos, impossibilidade de realizar um ensaio a nível individual, porem possui um grande problema, a difícil constituição de um grupo-controle apropriado para a pesquisa. COMPARACAO ENTRE DUAS UNIDADES ECOLOGICAS (OU COMUNIDADES) Utiliza-se com a seleção de apenas duas populações, uma a ser experimental e outra de testemunha. Exemplo: flúor e carie dentaria. COMPARACAO DE MAIS DE DUAS UNIDADE ECOLOGICAS (OU COMUNIDADES) Utiliza-se um numero de comunidades simultaneamente maior que dois, o que implica em um maior risco de os grupos (experimental e controle) não serem semelhantes com respeito a importantes características, sendo então recomendado a utilização de outrastécnicas como a estratificação ou o pareamento com o intuito de anular as variáveis de confundimento. CLASSIFICACAO PRATICA DE TIPOS DE ESTUDO Os principais tipos de estudos são: Estudo de Caso; Serie de Casos; Estudo de Incidência; Estudo Transversal Descritivo; Estudo Transversal Analítico; Estudo de Caso-Controle; Estudo de Coorte; Ensaio Randomizado; Estudo Ecológico. Entre esses há estudos em base individual (8 primeiros) e de grupos (último). Entre os de base individual uns são descritivos (4 primeiros) e outros são analíticos (4 últimos). A DIVERSIFICADA TERMINOLOGIA RELATIVA AOS METODOS EXPERIMENTACAO x OBSERVAÇÃO O termo experimentação refere-se ao método e não ao local onde se realiza o trabalho. Estudos experimentais destinam-se a testar uma associação entre eventos, buscando uma relação causal entre eles. A exposição nesse estudo é uma intervenção promovida pelo investigador. Exemplo: a administração de um medicamento a diversas pessoas para observar seu efeito. Observação refere-se a investigação de situação que ocorrem naturalmente, sem intervenção do pesquisador. Seus objetivos são: descrever a distribuição de um evento na população, o que serve para formular hipóteses; e testa uma hipótese sobre a associação de dois eventos. Exemplo: o impacto da obesidade sobra a saúde. OBS) a grande desvantagem dos estudos observacionais é o não controle do investigador sobre as condições de estudo (como exposição ao efeito investigado, ou a distribuição dos tratamentos) devido a condições éticas ou praticas. Alem disso as pessoas se expões de maneira desigual a determinados agentes e fatores, que podem afetar os estudos (variáveis confundidoras) e raramente é possível eliminar todas as variáveis importantes, sendo então as conclusões desses estudos aceitas com menor grau de confiança, comparadas com estudo experimental randomizado. ESTUDO CONTROLADO x NÃO-CONTROLADO O termo estudo controlado é usado com dois significados: quando no estudo são tomados os cuidados necessários para neutralizar as variáveis confundidoras; ou quando há a formação de grupo-controle. Os que não possuem nenhum dos dois são os estudos não-controlados. ESTUDO TRANSVERSAL x LONGITUDINAL No estudo transversal as observações das variáveis de interesse são feitas simultaneamente, ou seja, são observações estáticas do que ocorre em um dado momento. Exemplo: prevalência de anemia na data de admissão dos pacientes em hospital. O estudo longitudinal (sinônimo de estudo da incidência, de coorte ou de seguimento) refere-se a pesquisa em que cada individuo é observado em mais de uma ocasião, e tem o sentido de detectar mudanças no individuo com o passar do tempo. Exemplo: investigações referentes ao crescimento e desenvolvimento de crianças. OBS) esses tipos de estudos podem ou não ter grupo-controle, formando-se então 4 grupos: Estudo transversal controlado (analítico) e não-controlado (descritivo); e estudo longitudinal controlado (analítico) e não- controlado(descritivo). ESTUDO PROSPECTIVO x RETROSPECTIVO O termo prospectivo tem sentido de seguimento, do presente para o futuro. Uma investigação é considerada prospectiva quando o efeito ainda não ocorreu quando os participantes iniciaram o estudo, podendo ou não ter ocorrido exposição. Exemplo: efeitos do habito de fumar na saúde. Essa investigação pode ter (estudo de coorte) ou não (serie prospectiva de casos) grupo-controle. O termo retrospectivo tem conotação de utilização de dados do passado sobre a exposição, ou sobre a exposição e a doença. Seus uso levanta suspeitas, pois as informações possuem padronização discutível, já que os dados de prontuário, atestados e outros, são preenchidos sem caráter uniforme. Essa investigação pode ter (estudo de caso- controle) ou não (serie retrospectiva de casos) grupo-controle. ESTUDO PARALELO x CRUZADO Em investigações comparativas formam-se pelo menos dois grupos. Quando os indivíduos participantes do estudo permanecem em seus grupos chama-se estudos paralelos, quando esses indivíduos passam de um grupo para outro após certo tempo de observação é chamado de estudo cruzado. ESTUDO EXPERIMENTAL x QUASE-EXPERIMENTAL Qualquer investigação na qual o pesquisador decide quais pessoas ou grupos serão expostos ou não a determinado fator é chamado de experimental. E essas podem ou não ter grupo-controle, sendo classificados em estudo experimental controlado e não-controlado. Os estudos experimentais podem ser classificados em relação a sua forma de distribuição em: estudo randomizado e não randomizado. Com estas considerações 3 tipos de estudos experimentais podem ser caracterizados: estudo experimental controlado e randomizado; experimental controlado e não-randomizado; experimental não-controlado. As investigações não experimentais são definidas como experimentos em que o investigador não tem completo controle sobre a distribuição (não há o emprego da distribuição aleatória na formação dos grupos) ou momento da intervenção (a exposição é artificialmente aplicada). Seu principal objetivo é o de separar os efeitos da intervenção que se deseja avaliar daqueles devidos a não-comparabilidade inicial dos grupos. Seu principal problema são as variáveis confundidoras. Exemplo: verificação do efeito da terapêutica com sangrias. ESTUDO PLANEJADO x NÃO-PLANEJADO Estudo planejado é aquele onde os dados são gerados e coletados segundo instruções de acordo com o estudo, ou seja, a coleta de dados foi planejada. Exemplo: estudo de coorte prospectivo. Estudo não-planejado é aquele onde a coleta de dados não foi planejada. Exemplo: investigação onde os dados já são preexistentes, como em prontuários. EXPERIMENTO NATURAL Investigação quase-experimental, não-planejada, que incide sobre circunstâncias ocorridas naturalmente, com diferentes graus de exposição na população. Exemplo: Snow e Cólera. TRYPANOSOMA CRUZI E DOENÇA DE CHAGAS: O PARASITO O Trypanosoma cruzi é um protozoário flagelado da família Trypanosomatidae agente etiológico da doença de chagas, antroponose freqüente na America latina. Este protozoário e a doença foram descobertos e descritos por Carlos Chagas. Ordem cronológica dos eventos: tese sobre controle da malaria; equipe de Oswaldo cruz – combate a malaria estrada de ferro central do Brasil em MG; em Lassance estudou as patologias da região; encontrou um hemoflagelado no intestino dos chupões/barbeiros, inseto hematófago comum nas casas daquela região; em 1909 identificou o mesmo hemoflagelado em Berenice 2 anos, que havia sido sugado por barbeiro; chagas conseguiu descrever a etiologia e o ciclo parasitário, identificar os insetos vetores, os reservatórios domésticos e silvestres, descrever a doença e o diagnostico. No Brasil a doença de chagas ainda é um problema médico-social grave, pois essa endemia atinge cerca de 8 milhões de pessoas, principalmente as de baixa condição sócio-econômica. De acordo com a OMS, esta entre as principais causas de morte súbita em idade produtiva. Alem disso, o doente é marginalizado pela sociedade, sem oportunidade de emprego. MORFOLOGIA Em seu ciclo biológico o parasito exibe varias formas, todas dotadas de cinetoplasto (uma mitocôndria modificada rica em DNA), são elas: amastigota, epimastigota e tripomastigota ou a transição entre elas. NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO Nos hospedeiros vertebrados são encontradas as formas amastigotas (intracelularmente) e as tripomastigotas sanguícolas (extracelular) ambas infectantes para células e para vertebrados. As tripomastigotas sanguíneas apresentam certo grau de polimorfismo, o qual possuem diversas correlações com sua fisiologia. Existem dois tipos principais morfológicos, entre os quais podem existir formas intermediarias, são as formas delgadas e largas. As formas delgadas são asmais infectantes para as células e para camundongos, desenvolvendo nestes parasitemias mais precoces, porem são mais sensíveis a ação de anticorpos circulantes, já as formas largas são menos infectantes, ou seja, demoram mais para entrar nas células e por isso desenvolvem parasitemias mais tardias, porem são mais resistentes a anticorpos circulantes e permanecem mais tempos na corrente sanguínea. Alem disso as formas mais delgadas são menos capazes de se desenvolver no vetor do que as largas e possuem tropismos diferentes, onde as delgadas preferem células do SFM do Baco, fígado e medula óssea e as largas têm tropismo por fibras musculares cardíacas, esqueléticas e lisas. OBS) as formas delgadas seriam mais freqüentes no inicio da infecção, quando ainda não existe imunidade humoral especifica contra o parasito e com o tempo são substituídas pelas largas, que são menos sensíveis aos anticorpos, predominantes na fase mais tardia da infecção. NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO No hospedeiro invertebrado, são encontradas inicialmente as formas esferomastigotas, presentes no estomago e intestino do triatomíneo; formas epimastigotas presentes em todo o intestino e tripomastigotas no reto, sendo o tripomastigota metacíclico a forma infectante humana. CICLO BIOLOGICO NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO Naturalmente, são inoculadas, nos hospedeiro vertebrado, as formas tripomastigotas metacíclicos e epimastigotas, que são eliminados pelas fezes, urina e saliva do vetor. Durante e/ou logo após o repasto sanguíneo elas penetram no local da picada e interagem com células do SFM ou da mucosa, onde são interiorizadas através de fagocitose induzida precedida de adesão, onde ficam contido em um fagossomo, nesse as formas epimastigotas são mortas e digeridas e as tripomastigotas escapam para o citoplasma onde se diferenciam em amastigotas, que se dividem por reprodução binária se diferenciam em tripomastigota e provocam a ruptura da célula, sendo liberadas no interstício. Esses caem na corrente circulatória, atingem outras células ou são mortas pelo sistema imunológico ou podem ser ingeridas por um triatomíneo, onde cumprirão o ciclo extracelular. No inicio da infecção a parasitemia é mais elevada podendo provocar morte ao hospedeiro, principalmente em crianças. Quando desenvolvem resposta imune eficaz, a parasitemia diminui e a infecção se torna crônica, onde os parasitos são detectados por métodos especiais (xenodiagnóstico, hemocultura). NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Os triatomíneos se infectam ao ingerir as formas tripomastigotas presentes na corrente circulatória do hospedeiro vertebrado durante o pasto sanguíneo. No estomago do inseto eles se transformam em epimastigotas que se multiplicam por divisão binária simples, sendo então as responsáveis pela manutenção da infecção. No reto, os epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas sendo eliminado pelas fezes e urinas. Acredita-se também na existência das esferomastigotas (curtas e longas) responsáveis pela manutenção da infecção ou da própria infecção. MECANISMO DE TRANSMISSÃO 1. Transmissão pelo vetor. Maior importância epidemiológica. 2. Transfusão sanguínea. Segundo mais importante epidemiológico, principalmente em cidades onde o índice de infecção é alta. 3. Transmissão congênita. Mais de 100 casos no Brasil e no Chile. A transmissão se da quando existe rosáceas na placenta, que liberam tripomastigotas para a circulação fetal. Diagnostico pelo encontro do parasito na placenta, RIFI ou ELISA. 4. Acidentes de laboratório. Trabalhos com animais ou pessoas infectadas, meios de cultura ou vetor. Contaminação através do contato do parasito com pele lesada, mucosa oral ou ocular ou auto-inoculação. 5. Transmissão oral. Amamentação (leite materno); ingestão do triatomíneo infectado; canibalismo; ingestão de alimentos infectados com fezes ou urina; penetração do parasito pela mucosa oral. 6. Coito. Não comprovada. Em sangue de menstruação (mulheres) e esperma (homens). 7. Transplante. Órgãos infectados; causa a forma aguda da doença devido o uso de imunossupressores. 8. Caçadores com mãos feridas em contato com o sangue da caca infectada recém-abatida. TRYPANOSOMA CRUZI E DOENÇA DE CHAGAS: A DOENCA RESISTÊNCIA AO PARASITISMO A infecção por T. cruzo mobiliza vários mecanismos humorais e celulares da resposta imune inata e adquirida. A resposta natural é obtida inicialmente pelas barreiras anatômicas à penetração, representadas pela pele íntegra. A imunidade natural, por sua vez, depende da reação inflamatória local e da fagocitose, ou de substancias antiparasitárias do soro e dos tecidos. No soro humano observa-se, por exemplo a imobilização e lise das formas epimastigotas, em aves e anfíbios, de tripomastigotas. Essa lise dependo do sistema complemento, sem necessidade da presença de anticorpos (via alternativa do SC). A infecção por T. cruzi induz a produção de INF-2, um fator ativador de macrófagos e células NK, os macrófagos por sua vez quando ativados produzem TNF, IL-2 e NO, que tanto participam da destruição do parasito como desencadeiam a reação de proteínas da fase aguda. A resistência adquirida é observada de diversas formas. A atividade dos anticorpos é observada em infectados, e começam a aparecer no sexto dia, aumentando ate o 14º e diminuindo logo após. Em pacientes com a fase aguda da doença observa-se um aumento significativo das IgM, acompanhado de uma elevação das IgG, porem na fase crônica somente as IgG costumam estar aumentadas. A atividade dos macrófagos é vista aqui também; no interior dos macrófagos normais observa-se o crescimento e a multiplicação das formas amastigotas que, em vacúolos ou no citoplasma, resistem a sua capacidade digestiva. Porem a ativação desses por antígenos parasitários leva a ativação de linfócitos T que passa a excretar INF-gama que induz os macrófagos a produzirem TNF, IL-1 e NO que são produtos altamente tóxicos responsáveis pela lise das formas tripomastigotas. OBS) a administração de cortisona ou a intervenção de outros imunossupressores físicos, químicos ou biológicos aumentam a parasitemia, provavelmente devido a inibição do SFM. Observou-se que inoculando-se culturas de virulência atenuada se conseguiu desenvolver boa resistência em diversos animais de laboratório. MECANISMOS PATOGENICOS SINTOMAS E FORMAS CLINICAS FASE AGUDA O inicio da doença pode-se apresentar de forma sintomática ou assintomática, mais freqüente, o que depende do estado imunológico do paciente. Em crianças predomina a forma aguda sintomática, levando 10% dessas a morte por meningocefalite e raramente falência cardíaca por miocardite aguda difusa. As primeiras manifestações da fase aguda são locais, o chagoma de inoculação (inflamação aguda local da derme e hipoderme), chamado de sinal de Romanã quando a inoculação é na região periorbital; e o comprometimento dos linfonodos-satélites, formando o complexo conjuntivo-linfonodal. As principais características do sinal de Romanã são: edema bipalpebral unilateral, congestão conjutival, linfadema-satélite, com linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros palpáveis, celulite do tecido gorduroso local e presença de parasitos intra e extracelulares. As manifestações gerais são: febre, edema localizado e generalizado, podiadenia, hepatomegalia, esplenomegalia e, as vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. FASE CRÔNICA ASSINTOMATICA (FORMA INDETERMINADA) Cerca de 50% dos pacientes chagásicos que tiveram a forma aguda passam por um período assintomático de 10 a 30 anos (forma indeterminada - latente) caracterizado por: positividade em exames sorológicos e parasitológicos; ausência de sintomas e sinais; ECG normal; coração, esôfago e cólon normal; apresentam lesões anatomopatológicas semelhantes as da fase aguda, poremmais brandas. FASE CRÔNICA SINTOMATICA Após permanecerem assintomáticos por certo tempo alguns chagásicos começam a apresentar sintomatologia relacionada o sistema cardiocirculatório, digestivo ou ambos, o que se deve a alterações anatomopatológicas do miocárdio e do tubo digestivo. Nesta fase, a resposta inflamatória é intensamente reativada, com danos aos órgãos citados nem sempre relacionados ao parasito, que se encontra extremamente escasso nesta fase. FORMA CARDIACA Atinge cerca de 20 a 40% dos pacientes no centro-oeste e sul do Brasil. Sua principal manifestação é a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e isto se deve à diminuição da massa muscular, que foi substituída por áreas de fibrose; à destruição do SNA simpático e parassimpático e ao próprio exsudato inflamatório. Ocorre também arritmias devido ao aneurisma de ponta (lesão encontrada no ápice dos ventrículos, onde há pobreza de células musculares com consequente herniação do endocárdio). Observa-se também os trombos cardíacos, presentes em 76% dos casos de insuficiência cardíaca, mas também podem se formar trombos em membros inferiores. A partir desses trombos, desprendem-se êmbolos que podem originar infartos no coração, pulmões, rins, Baco, encéfalo e outros causando morte súbita. O comprometimento dos nódulos sinusal, atrioventricular e do feixe de Hiss, traz varias perturbações, como: arritmias, extra-sístoles, bloqueio atrioventricular, bloqueio do ramo direito do feixe de Hiss (alteração patognomônica da doença). Quando o corpo não é mais capaz de suprir as deficiências de contração do coração, surge a ICC. FORMA DIGESTIVA Presente em 7 a 11% dos casos, as manifestação digestivas são representadas pelos megas, alterações morfofuncionais como a incoordenação motora, característica do megaesôfago e megacólon. O megaesôfago pode surgir em qualquer idade, é mais freqüente em homens e na zona rural endêmica, seu principais sintomas são: disfagia, odinofagia, dor retroesternal, regurgitação, pirose, soluço, tosse e sialose. O megacólon são dilatação do cólon (sigmóide e reto), são mais freqüente que o megaesôfago, e ocorrem mais em adultos homens. Seu diagnostico é tardio devido a obstipação, seu sintoma mais característico ocorrer em outras patologias intestinais. As complicações mais graves são: obstrução intestinal e perfuração, levando a peritonite. FORMA NERVOSA De existência discutida, esta forma esta presente em pacientes com manifestações neurológicas dominante, como: alterações psicológicas, comportamentais e perda de memória, diferentes das lesões neurológicas presentes nos megas. Seu mecanismo patogênico básico é a desnervação (contestada pois não encontra-se o parasito), porem ocorre perda ou diminuição de neurônios causada pela isquemia devido a ICC e arritmias cardíacas, e processos auto-imunes. DOENÇA DE CHAGAS TRANSFUSIONAL Possui fase aguda semelhante a da transmitida por vetor, exceto pela ausência de chagoma de inoculação. Possui período de incubação de 20 a 40 dias e a febre é o sintoma mais freqüente, alem de linfadenopatia e esplenomegalia, pode ocorrer também edema periorbital e de membros, palidez, hepatomegalia e exantema. Muito confundida com infecção bacterianas. O SNC é raramente afetado e os sintomas gastrointestinais são raros. Em pacientes não-tratados os sintomas desaparecem em 6 a 8 semanas, podendo evoluir para fase crônica indeterminada ou sintomática. DOENÇA DE CHAGAS CONGENITA Descrita pela primeira vez por Dao, em 1949, mas suspeitada por Chagas. Essa possui uma prevalência variada de acordo com a região (media de 2 a 10%). Sua transmissão ocorre no momento da gravidez causando abortamentos, partos prematuros com bebes de baixo peso e natimortalidade. O parasita penetra mais facilmente na placenta devido a lesões previas nesta ou devido a determinada cepa do parasito. O parasito atinge a circulação fetal atingindo as células e órgãos do feto. Nos casos de DCC comprovada com feto atermo, a criança evolui bem sem sintomas da doença, ou pode ter baixo peso, hepatoesplenomegalia, abdômen distendido, e as vezes sinais de ICC. Nos natimortos, há hidropsia e maceração do feto, hidrotórax, hidroperitônio, hepatoesplenomegalia. A presença do parasito é mas freqüente no SNC, coração, fígado, trato esofagogastrointestinal e pele e as principais causa de morte são meningocefalite, miocardite e infecções intercorrentes. Diagnostico diferencial feito pela pesquisa de IgM no soro do RN. DOENÇA DE CHAGAS EM IMUNODEPRIMDOS Doença com numero de casos descritos crescente é verificada em pacientes com leucemia, após transplantes e usuários de drogas imunossupressoras, adquirindo a doença aspecto mais grave do que o comum. Seu fato mais marcante é o envolvimento do SNC com 3 características básicas e diferentes das lesões neuronais de outros tipos: a encefalite multifocal, tendendo ao aspecto necrotizante; forma tumoral, em alguns pacientes, com múltiplas lesões necrótico-hemorrágicas no cérebro; abundancia de parasitas no interior de macrófagos, células da glia e nos neurônios. Diagnostico feito por métodos de detecção de imagem, que pode sugerir toxoplasmose, o diagnostico diferencial é feito devido a de chagas não ter resposta ao tratamento de toxoplasmose. O tratamento deste caso é complexo devido a toxidade e os efeitos colaterais das drogas, sendo importante o diagnostico e tratamento precoce. DIAGNOSTICO CLINICO O diagnostico clinico é feito observando origem do paciente, observando sinais de entrada (chagoma de inoculação/sinal de Romanã) acompanhadas de febre irregular ou ausente, adenopatia satélite generalizada, hepatoesplenomegalia, taquicardia, edema generalizado fazem suspeitar da forma aguda da doença. Alterações cardíacas com sinais de insuficiência cardíaca, comprovada por ECG, alem de alterações digestivas e do esôfago e cólon comprovadas pelo Raio x, fazem suspeitar da fase crônica. Diagnostico laboratorial necessário para comprovação. LABORATORIAL Os métodos de diagnostico laboratorial apresentam diferentes resultados se aplicados na fase aguda ou crônica. Na fase aguda, observa-se alta parasitemia, presença de anticorpos inespecíficos e inicio da formação de anticorpos específicos (IgM e IgG) que podem atingir níveis elevados. Os principais exames são: os EXAMES PARASITOLÓGICOS (de sangue a fresco; de sangue em gota espessa; esfregaço sanguíneo corado por Giemsa; cultura de sangue ou biopsia de linfonodos; inoculação do sangue; métodos de concentração; xenodiagnóstico e hemocultura são os mais sensíveis); os EXAMES SOROLÓGICOS (reação de precipitação, RIFI e ELISA). Na fase crônica observam-se baixa parasitemia, presença de anticorpos específicos IgG e de IgM(discutida). Os principais exames são: EXAMES PARASITOLÓGICOS (xenodiagnóstico; hemocultura; inoculação do sangue); EXAMES SOROLÓGICOS ( reação de fixação por complemento; RIFI; ELISA; reação de hemaglutinacao indireta e pesquisa de anticorpos antitripomastígotas); METODO PARASITOLÓGICO-MOLECULAR (PCR). OBS) segundo levantamentos epidemiológicos, o método mais pratico é a reação de ELISA, por permitir exame de grande numero de amostras de uma só vez e leitura automatizada. Pode ser usados também a RIFI e a RHA. CRITÉRIO DE CURA Denomina-se critério de cura o conjunto de parâmetros clínicos e laboratoriais utilizados na verificação da eficácia de tratamento do paciente. Os critérios clínicos são limitados, pois os pacientes podem ter a forma a assintomática ou lesões viscerais irreversíveis. Os métodos clínicos de exames laboratoriais indicados como critério de cura são: o xenodiagnóstico e a hemocultura; a PCR; RIFI, ELISA, RHA; entre outros. Considera-se curado os pacientes com negativação parasitológica e sorológica. EPIDEMIOLOGIA Segundo dados da OMS, a doençade Chagas atinge 16 a 18 milhões de habitantes de 18 países, causando 21 mil mortes/ano e uma incidência de 300.000 casos/ano. No Brasil ocorre a infecção anual de 6.000 pessoas, distribuídas em 2 zonas distintas: o cone sul (insetos vivem em habitações humanas) e o sul da America do norte (insetos vivem dentro e fora do domicilio). Apesar da transmissão por transfusão sanguíneas ocorrer em cidades, a transmissão através dos vetores é a de maior importância epidemiológica. Devido a essa grande dependência do vetor, a existência desse flagelado esta intimamente relacionada a presença e os hábitos de vida desse inseto. Pesquisas mostram que Chagas era uma doença exclusiva de animais e triatomíneos silvestre que posteriormente passou para os humanos a medida que foi se destruindo o ciclo natural e construindo as cafuas na zona rural, onde os insetos se adaptaram, transformando a doença em uma zoonose típica. Ultimamente ela tem passado da zona rural para a zona urbana, onde através do êxodo rural o camponês trouxe consigo os barbeiros e construiu um meio propicio para eles, as favelas. OBS) não tem Chagas fora do continente americano. O europeu ao chegar no Brasil, derrubou florestas para explorar a madeira e intensificou o processo ainda mais para a implantação da agropecuária e procura de ouro e pedras preciosas, destruindo a fauna e a flora a medida que avançavam na interiorização do pais, sempre construindo as cafuas para moradias. Nessas o barbeiro, ameaçado, encontrou um abrigo mais próximo, e formou-se então o ciclo domestico. Hoje essa doença é encontrada em vários estados como: Rio Grande do Sul; SC; Paraná, SP, MG, GO, TO e estados do nordeste. Na Amazônia a doença de chagas humana é rara, mas é comum entre os animais silvestre, porem devido as atuais mudanças na região pode se tornar um problema. PROFILAXIA A profilaxia da doença esta intimamente ligada a melhoria das habitações rurais, bem como a modificação do habito de destruir a fauna e a flora do país. Alem dessas, são outras medidas: o combate ao barbeiro, através de inseticidas eficientes ou controle biológico; o controle da transmissão congênita através do diagnostico e tratamento precoce dos nascidos soro positivos de mães com a doença; a vacinação (ainda em fase de estudo, mas com resultados pouco promissores); identificação e seleção dos doadores de sangue ou sua esterilização pela violeta-de-genciana. TRATAMENTO A terapêutica ainda é parcialmente ineficaz. Diversas drogas vem sendo testadas em animais e humanos, mas nenhuma delas com capacidade de cura definitiva em todos os pacientes tratados. Entre os principais problemas é o critério de cura e a diversidade genética do parasito. Duas drogas são usadas, com cautela e acompanhamento criterioso, são: o Nifurtimox, que age contra as formas sanguíneas e parcialmente contra as teciduais (comprimidos 8 a 12 mg/kg/dia por 90 dias) e o Benzonidazol, que possui efeitos apenas contra as formas sanguíneas (comprimidos, 5 a 8 mg/kg/dia por 60 dias) todos os dois com alguns efeitos colaterais. OBS) Nifurtimox foi recentemente retirada do mercado. MÓDULO VI - PROBLEMA III #OBJETIVOS EPIDEMIOLOGIA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Vigilância epidemiológica é a forma tradicional de utilização da epidemiologia na área da saúde. O termo vigilância, na área da saúde, tem dois sentidos: a de observação de pessoas; e de danos a saúde, com o objetivo de possibilitar alguma intervenção ou controle. Vigilância de pessoas é uma estratégia usada frequentemente na pratica clinica e na saúde publica, trata-se de uma observação sistemática de determinados indivíduos a fim de facilitar o pronto diagnostico de infecções e doenças de que pode ser acometido. Exemplo: os exames periódicos de: portadores de características que o coloque em maior risco de morbidade (lactantes; gestantes); e quando já doentes (diabéticos; hipertensos) para detectar complicações o mais cedo possível; exames periódicos em expostos a um fator prejudicial a saúde. Vigilância da doença pode ser observada na vigilância epidemiológica. CONCEITO DE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA As vezes as variações de freqüências de uma doença são rapidamente notadas, como nas epidemias explosivas, porem na maioria das vezes essas mudanças não são tão nítidas, dessa forma para detectar essas variações de tendências e traçar o perfil de doenças e problemas julgados prioritários, existe o sistema de vigilância epidemiológica. Na literatura, desde 1960 vários conceitos forma apresentados e nos fornecem uma visão detalhada de sua utilidade para saúde publica, entre os conceitos esta o do MS, que diz: “vigilância epidemiológica é o conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, com a finalidade de recomendar e adotar oportunamente as medidas indicadas que levem à prevenção e ao controle da doença.” OBS) vigilância epidemiológica pode ser simplesmente definida em 5 letras (CAD PC), ou seja, sistema de Coleta, Analise e Disseminação de informações relevantes para Prevenção e Controle de um problema de saúde publica. Esses conceitos podem ser sintetizados em duas palavras, MONITORACAO E CONTROLE: na base do sistema, existe a monitoração dos agravos à saúde: são observações acumuladas que formam um banco de dados sobre os problemas de saúde que afetam a população, esses dados são analisados e interpretados, resultando na disseminação das informações para aqueles que a necessitam, com recomendações e ações para possibilitar um efetivo controle. OBJETIVOS DA VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA As informações produzidas pelo sistema de vigilância epidemiológica funcionam como um mecanismo de alerta sobre a incidência de determinados agravos a saúde. Seu OBJETIVO GERAL é produzir informação pertinente e promover seu uso com o propósito de tomar medidas para melhorar a saúde publica. Entre outros objetivos específicos estão: 1. Informar sobre a magnitude e a distribuição dos agravos de saúde da população (os dados produzidos são muito úteis para identificar os grupos mais afetados e de maior risco, a variação geográfica e a tendência do evento. 2. Recomendar ou iniciar ações a fim de limitar o problema e reduzir seus níveis de morbidade e mortalidade ou eliminar o agravo de saúde da localidade. Algumas vezes os objetivos das ações é evitar a disseminação das doenças. 3. Avaliar medidas de saúde pública, como campanhas de vacinação ATIVIDADE DA VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA Para alcançar seu objetivos o sistema de vigilância epidemiológica é planejado e mantido com certas características que possibilite a realização das principais atividades da vigilância epidemiológica. São ela: 1. Coleta, analise e interpretação de dados de rotina 2. Investigação epidemiológica (permite o aprimoramento da qualidade dos dados) 3. Recomendação ou aplicação de medidas de controle (de atuação imediata, nos pontos vulneráveis identificados, seja direcionada às pessoas ou ao meio ambiente; ou de media e longa duração) 4. Divulgação das informações (para conhecimento dos profissionais de saúde e do publico em geral) PRINCIPAIS FONTES DE DADOS Um número limitado de agravos à saúde é objeto de estudo da vigilância epidemiológica, e são escolhidos pelas autoridades sanitárias, que passam a acompanhar a evolução de suas incidências, recorrendo às fontes de dados disponíveis ou criando novas, para alimentar esse sistema. As principais fontes de notificação são: NOTIFICACAO COMPULSORIA DE CASOS É a base do sistema de vigilância epidemiológica. Trata-se de uma comunicação oficial, às autoridades da ocorrência de um agravo a saúde e pode ser feita por qualquer pessoa, desde um medico à um leigo.
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