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2011.2_APOSTILA_DE_PRIMEIROS_SOCORROS_COMPLETA

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0 
 
 
INSTITUTO BATISTA DE ENSINO SUPERIOR 
DE ALAGOAS – IBESA 
 
 
 
 
 
SOCORROS URGENTES 
 
 
 
 
Professor MSc. Adriano Guilherme Schmaedecke Tonial 
 
 
 
 
 
Maceió, fevereiro de 2011. 
 
 
1 
ÍNDICE 
1 PRIMEIROS SOCORROS 5 
1.1 CONCEITO DE PRIMEIROS SOCORROS 5 
1.2 SOCORRISTA 5 
1.3 QUALIDADES DO SOCORRISTA 5 
1.4 DEVERES DO SOCORRISTA 5 
1.5 CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS 5 
1.6 ORDEM DE PRIORIDADE NO ATENDIMENTO 7 
 Atendimento inicial à vítima 7 
 Primeira Prioridade 7 
 Segunda prioridade 7 
 Terceira prioridade 7 
1.7 COMO O SOCORRISTA DEVE COMPORTAR-SE 13 
1.8 EXAME DA VÍTIMA 14 
 Determinar rapidamente se há 14 
 Observar a cor da pele 14 
 O exame começa pelo crânio (apalpação) 14 
1.9 O QUE FAZER APÓS O SOCORRO DE URGÊNCIA 14 
2 SINAIS VITAIS 15 
2.1 A PULSAÇÃO NORMAL 15 
2.2 A CONTAGEM DA PULSAÇÃO 15 
2.3 TIPOS DE PULSAÇÃO 15 
2.4 A RESPIRAÇÃO NORMAL 15 
2.5 ALTERAÇÕES RESPIRATÓTIAS 17 
2.6 PRESSÃO ARTERIAL – TÉCNICA 17 
2.7 TEMPERATURA 19 
3 MEDICAÇÃO PARENTAL 22 
3.1 AS SERINGAS E SUE MANEJO 22 
3.2 TÉCNICA GERAL DE APLICAÇ ÃO DE INJEÇÕES 22 
3.3 A INJEÇÃO INTRAMUSCULAR 23 
3.4 A INJEÇÃO SUBCUTÂNEA 23 
3.5 A INJEÇÃO ENDIVENOSA 24 
3.6 PERIGOS E ACIDENTES 25 
4 QUEIMADURAS 26 
 
 
2 
4.1 CONCEITOS 26 
4.2 CLASSIFICAÇÃO E SINTOMAS 26 
4.3 AVALIAÇÃO DAS QUEIMADURAS 26 
4.4 OBJETIVOS DO TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA 29 
4.5 COMO PROCEDER 29 
5 ASFIXIAS 33 
5.1 OBSEVAÇÕES INICIAIS 33 
5.2 ASFIXIA GASOSA 34 
5.3 MASSAGEM CARDIO RESPIRATÓRIA ( BOMBEIROS) 35 
5.4 ASFIXIA MECÂNICA 35 
5.5 CUIDADOS ESPECIAIS COM A VÍTIMA DE ASFIXIA 35 
6 A TRAQUEOSTOMIA 36 
7 AFOGAMENTOS 41 
7.1 EMERGÊNCIA NOS AFOGAMENTOS 41 
7.2 A EXPULSÃO DA ÁGUA 41 
7.3 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL PELO MÉTODO DE SCHAEFER 45 
7.4 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL MECÂNICA 45 
7.5 REESTABELECIMENTO DA VÍTIMA 46 
7.6 CUIDADOS COM OS AFOGADOS 47 
7.7 O VALOR DO AQUECIMENTO 47 
7.8 OS ESTIMULANTES 47 
8 ATAQUES 48 
8.1 O ASPECTO FÍSICO DA VÍTIMA 48 
8.2 VERTIGEM, DESMAIO E SÍNCOPE 48 
8.3 ATAQUES CARDÍACOS 49 
8.4 COMA DIABÉTICO 50 
8.5 COMA INSULÍNICO 50 
8.6 ATAQUES CONVULSIVOS 51 
9 CHOQUE ELÉTRICO 52 
9.1 CAUSAS 52 
9.2 O QUE DEVEMOS SABER SOBRE ELETRECIDADE E OS SEUS 
EFEITOS NO CORPO HUMANO 
53 
9.3 PREVENÇÃO DOS ACIDENTES 54 
 
 
3 
9.4 CUIDADOS POSTERIORES 55 
9.5 CHOQUE TRAUMÁTICO 55 
10 FERIMENTOS 58 
10.1 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FERIMENTOS 58 
10.2 FERIDAS INCISAS (INCISÕES) 58 
10.3 PERFURAÇÕES 58 
10.4 ESCORIAÇÕES 59 
10.5 MEDIDAS INDISPENSÁVEIS 59 
10.6 CURATIVOS E TIPOS DE CURATIVOS 59 
10.7 ANTI – SÉPTICOS 59 
10.8 TÉTANO E SORO ANTITETÂNICO 60 
10.9 CICATRIZAÇÃO 60 
11 BANDAGENS E IMOBILIZAÇÃO 62 
11.1 ATADURAS 62 
11.2 BANDAGENS 62 
11.3 FINALIDADES 62 
11.4 MATERIAL USADO 62 
11.5 DIRETRIZES BÁSICAS NA IMOBILIZAÇÃO 62 
12 CONTUSÕES 63 
13 ENTORSE 64 
14 LUXAÇÃO 66 
15 FRATURAS 67 
15.1 CONCEITO 67 
15.2 TIPOS 67 
15.3 SINAIS E SINTOMAS 67 
15.4 AÇÃO 67 
15.5 CONDUTA ESPECÍFICA NOS SEGUINTES CASOS DE FRATURA 68 
16 CAIMBRA 71 
17 TRANSPORTE DE ACIDENTADOS 72 
17.1 ANTES DE PROVIDENCIAS A REMOÇÃO DA VÍTIMA 72 
17.2 CUIDADOS COM A VÍTIMA 72 
17.3 MEIOS EMPREGADOS PARA O TRANSPORTE 75 
17.4 TÉCNICA DE BANDAGEM 75 
 
 
4 
18 HEMORRAGIAS 76 
18.2 CONCEITO 76 
18.2 TIPOS 76 
18.3 CLASSIFICAÇÃO 76 
18.4 SINTOMAS GERAIS 76 
18.5 TRATAMENTO DE URGÊNCIA 77 
18.6 MÉTODOS PARA SE DETER A HEMORRAGIA 77 
18.7 HEMORRAGIAS EM LOCAIS ESPECIAIS 78 
19 MORDIDAS E PICADAS DE INSETOS 80 
19.1 ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS 80 
19.2 ESCORPIÃO 80 
19.3 LAGARTA 81 
19.4 ARANHAS 81 
20 CORPOS ESTRANHOS 82 
21 ENVENENAMENTO 84 
21.1 CONCEITO 84 
21.2 VIAS RESPIRATÓRIAS 84 
21.3 COMO SE MANIFESTA 84 
21.4 CASOS EM QUE SE DEVE SUSPEITAR DE ENVENANAMENTO 84 
21.5 VENENOS INGERIDOS 84 
21.6 VENENOS ASPIRADOS 85 
21.7 ENVENENAMENTO ATRAVÉS DA PELE 85 
21.8 O USO DO CARVÃO ATIVADO 85 
21.9 VENENOS MAIS COMUNS 86 
21.10 EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA 86 
21.11 ESTADO GERAL DA VÍTIMA DE ENVENENAMENTO 86 
21.12 RESUMO DAS MEDIDAS ACONSELHÁVEIS 87 
 REFERÊNCIAS 89 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 – PRIMEIROS SOCORROS 
 
1.1 CONCEITO DE PRIMEIROS SOCORROS: 
É o tratamento dado por pessoa leiga de imediato, ao acidentado ou 
portador de mal súbito antes da chegada do médico ou enfermeiro, até que se 
possa dar a vítima o tratamento definitivo. 
 
1.2 SOCORRISTA: 
É aquele que está habituado a prática de primeiros socorros, o que 
implica na aquisição de conhecimentos básicos e espirito de solidariedade 
humana. 
 
1.3 QUALIDADES DO SOCORRISTA: 
Improvisação Compreensão 
Segurança Paciência 
Liderança Comunicação 
Rapidez Experiência 
Bom Senso Persistência 
Firmeza Tolerância 
 
1.4 DEVERES DO SOCORRISTA: 
 Tomar providências para que o acidente não origina outros; 
 Selecionar os acidentados em grau de gravidade; 
 Evitar o pânico; 
 Afastar curiosos; 
 Providenciar transporte; 
 Providenciar médico ou enfermeiro; 
 Avisar as autoridades policiais locais. 
 
1.5 CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS: 
Tenha sempre em casa, no seu automóvel ou seu local de trabalho, uma 
caixa de primeiros socorros, e esta deverá conter alguns itens básicos: 
 Compressas de gaze esterilizada; 
 
 
6 
 Rolos de ataduras; 
 Gaze tipo chumaço para os olhos; 
 Caixa de curativos adesivos; 
 Cotonetes; 
 Rolos de esparadrapo; 
 Pacotes de algodão; 
 Solução anti-séptica; 
 Pomada contra irritação da pele, 
 Vidro com álcool; 
 Vidro de leite magnésia; 
 Tubo de vaselina esterilizada; 
 Sal de mesa; 
 Água boricada 
 Colírio neutro; 
 Analgésico em gotas ou comprimidos 
 Antiespasmódicos; 
 Tesoura; 
 Termômetro; 
 Bolsa de água quente ou fria; 
 Sacos plásticos; 
 Caixa de fósforos; 
 Lanterna elétrica; 
 Conta gotas; 
 Copos descartáveis; 
 Colheres descartáveis; 
 Sabão não caustico (sabonete); 
 Pinça; 
 Vinagre; 
 Carvão ativado; 
 Aparelho de pressão; 
 Luvas 
 
 
7 
Estes materiais devem ser guardados em local de fácil acesso, e bem 
ventilados. A caixa de primeiros socorros deverá ser, no mínimo de 6 em 6 meses 
revisada para a troca ou substituição de materiais que foram inutilizados. 
Obs.: Nunca coloque na caixa de primeiros socorros medicamentos que 
são de uso pessoal como: cardiotônicos, anticoncepcionais, diuréticos, etc. 
 
1.6 ORDEM DE PRIORIDADE NO ATENDIMENTO: 
Se houver mais de uma vítima, socorra-as na seguinte ordem: 
 
1.6.1 ATENDIMENTO INICIAL À VÍTIMA: 
O atendimento inicial à vítima visa identificar situações que coloquem a 
vida em risco, iniciar o suporte básico de vida e desencadear a continuidade dos 
cuidados necessários (acionar o serviço de atendimento pré-hospitalar quando 
houver ou transportar a vítima ao hospital). 
Compreende: Avaliação Primária e Avaliação Secundária. 
A – AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: 
O objetivo da avaliação primária é identificar situações de ameaça à vida 
e manejar com elas de imediato. Dessa forma se garante maiores chances de 
sobrevida. 
É feita sem mobilizar a vítima de sua posição inicial, salvo condições 
especiais como risco de explosão, incêndio, afogamento, desabamento. 
 Aproxime-se da vítima e pergunte como ela está, ao mesmo tempo 
imobilizea cabeça da vítima com uma das mão e determine se está consciente. 
Tentar tranqüilizá-la e pergunte o que aconteceu. 
Neste momento está acontecendo a avaliação primária. 
 Passos a seguir: Abordagem primária ou Controle de cena 
C = Circulação e Controle de Grandes 
Hemorragias 
A = Via Aérea com Controle Cervical 
B = Respiração 
D = Estado Neurológico 
Só se avança para o passo seguinte após completar o anterior. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
CONTROLE DE CENA. 
Antes de iniciar o atendimento à vítima, você deve garantir sua própria 
condição de segurança, a(s) da(s) vítima(s) e dos demais presentes. De forma 
nenhuma se exponha a riscos. Solicite ajuda especializada. 
ACIONE: Bombeiros – 193 
 Polícia – 190 
 SAMU – 192 
 
C = Circulação. 
Estando a vítima consciente, verifique inicialmente o pulso radial, se este 
não for percebido, então tente palpar o pulso carotídeo ou femural. Em vítimas 
inconscientes, verifique o pulso carotídeo do lado da vítima que você se encontra. 
Se o pulso está ausente: falta bomba cardíaca? Iniciar massagem 
cardíaca externa. 
Existe grande hemorragia? Realizar controle de hemorragia. 
Estando presente o pulso, analise a sua qualidade: 
- lento ou rápido; 
- forte (cheio) ou franco (filiforme); 
- de ritmo regular ou irregular. 
 
A = Vias aéreas com controle cervical. 
Se a vítima não responde (está Inconsciente) verifique se está respirando. 
Na vítima inconsciente a queda da língua contra a faringe é causa freqüente de 
obstrução de vias aéreas. Essa situação prejudica a passagem de ar, 
consequentemente, impede a respiração. 
Sangue, vômitos, corpos estranhos, também podem ser causas de 
obstrução de vias aéreas. 
É imperativo manter a permeabilidade das vias aéreas para garantir a 
oxigenação do sangue. 
Duas manobras são indicadas para desobstruir as vias aéreas: Manobra 
da Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo, indicada para a vítima 
 
 
9 
inconsciente de causa clínica ou que certamente não sofreu qualquer trauma, e 
Manobra de Elevação do Ângulo da Mandíbula, técnica mais segura para 
vítimas com evidência ou suspeita de trauma de cabeça ou coluna cervical. 
Manobra de Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo. 
 Colocar uma das mão na testa da vítima e aplicar pressão firme para trás 
pendendo a cabeça contra o chão; 
 Colocar os dedos da outra mão sob o queixo e eleva-lo para cima. 
Manobra de Elevação do Ângulo da mandíbula. 
 Segurar o ângulo da mandíbula com ambas as mãos, uma de cada lado 
da cabeça da vítima, empurrando a mandíbula para frente; 
 Esta manobra embora eficiente é tecnicamente mais difícil, entretanto. 
Pode ser realizada sem estender o pescoço sendo mais segura para vítimas com 
suspeita de trauma de coluna cervical. 
Durante o exame e a manipulação das vias aéreas, tome muito cuidado 
para evitar a movimentação excessiva da coluna cervical. A cabeça e o pescoço 
da vítima não podem ser hiperextendidos, hiperfletidos ou rodados para o 
estabelecimento da permeabilidade das vias aéreas. Consideramos 
potencialmente portadores de lesão de coluna cervical todas as vítimas 
politraumatizadas, com alteração do nível de consciência ou com qualquer 
ferimento acima do nível das clavículas. 
Para a adequada avaliação das vias aéreas a vítima deve estar deitada. 
Caso esteja em decúbito ventral, o socorrista deve girar o corpo da mesma “em 
blocos”, de forma que a cabeça, pescoço, ombros e tronco mantenham-se 
alinhados (Manobras de rolamentos). 
 
B = Respiração. 
Para determinar a presença ou ausência da respiração espontânea na 
vítima, aproxime seu ouvido próximo a boca e nariz da vítima, enquanto mantém 
as vias aéreas desobstruídas, e: 
 Observe o tórax da vítima se faz movimentos para cima e para baixo – 
VER. 
 Ouça se há saída de ar durante a expiração – OUVIR . 
 Sinta se há fluxo de ar – SENTIR. 
 
 
10 
Uma vítima só consegue falar se tiver ar nos pulmões que passe pelas 
cordas vocais. Portanto se a vítima responder normalmente às suas perguntas é 
porque as vias aéreas estão permeáveis (A = resolvido) e a pessoa respira (B = 
resolvido). 
Estando presente a respiração, analise sua qualidade: lenta ou rápida, 
superficial ou profunda, silenciosa ou ruidosa. 
Se observa sinais de respiração difícil (vítima fazendo esforço para 
respirar), reavalie as vias aéreas, desobstrua-as e mantenha-se de prontidão. A 
vítima pode para de respirar e o socorrista deve iniciar a respiração artificial. 
Resumindo, se a vítima não responde normalmente, examine as vias 
aéreas: 
 Se obstruídas, utilize a manobra adequada para desobstruí-la; 
 Examine a respiração: se ausente, inicie a respiração artificial. 
 
D = Estado neurológico (nível de consciência). 
Tomadas as medidas possíveis para garantir o ABC, importa conhecer o 
estado neurológico da vítima, de maneira sucinta. 
 
Avaliação do estado neurológico: 
- Análise do nível de consciência; 
- Verificação de pupilas. 
 
1) Nível de consciência – verifique se a vítima se encontra: 
 Alerta; 
 Reagindo à voz; 
 Reagindo a dor; 
 Não reagindo. 
2) Pupilas – observar se estão: 
 Isocóricas (iguais no tamanho); 
 Anosocóricas (diferentes no tamanho). 
 
Vítimas que apresentem nível de consciência alterado (se não estiveram 
totalmente alertas) merecem observação cuidadosa dos itens ABC (vias aéreas, 
respiração e circulação). 
 
 
11 
Vítimas com pupilas desiguais no tamanho (anisocóricas) e diminuição do 
nível de consciência merecem atenção especial, pois pode desenvolver parada 
respiratória. 
 
B – AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DA VÍTIMA – passo E. 
Só então se chega ao passo E na abordagem da vítima: o exame físico à 
procura de lesões que não tão evidentes no momento da Abordagem Primária. 
É importante lembrar que só se inicia a Abordagem Secundária após 
completar e resolver todas as etapas A-B-C-D. 
Para a avaliação secundária, examine os segmentos do corpo, 
procurando realizar: 
 Inspeção: verifique a cor da pele, a simetria das estruturas, o 
alinhamento, a presença de deformidades ou sangramentos; 
 Palpação: em busca de deformidades, rigidez, flacidez e dor. 
Mantenha o controle cervical (imobilização da cabeça) durante toda a 
abordagem secundária, assim como a reavaliação do ABC. 
Somente remova as roupas da vítima para expor lesões sugeridas por 
suas queixas ou reveladas no exame primário. 
É importante examinar cada um dos segmentos do corpo. 
 Cabeça: inspecione a cor da pele da face e observe as pupilas quanto ao 
tamanho a à simetria (iguais ou desiguais), palpe o crânio, examine olhos 
procurando por objetos estranhos, observe se há sangramento ou saída de líquor 
de nariz ou ouvido. Inspecione boca e garganta à procura de corpo estranho 
(dentem vômito). Palpe os ossos da face, observe se há sinal roxo atrás das 
orelhas (equimose retroauricular), sugestivo de lesão de coluna cervical ou fratura 
da base do crânio. 
 Pescoço: inspecione a traquéia e simetria do pescoço, verifique se as 
veias do pescoço estão cheias demais (sugestivo de lesão intratorácica grave). 
Palpe as veias do pescoço estão cheias demais (sugestivo de lesão intratorácica 
grave). Palpe a coluna cervical verificando alinhamento, dor, crepitação, rigidez da 
musculatura. 
 Tórax: inspecione a face anterior do tórax buscando assimetria com a 
respiração, sinais de contusão e ferimentos. Palpe o tórax delicadamente e 
observe se há dor. 
 
 
12 
 Abdomem: inspecione e palpe delicadamente observando dor e rigidez. 
 Pelve: analisemobilidade e dor. 
 Membros inferiores: inspecione e apalpando da coxa aos pés. Observe 
ferimentos, alinhamento, deformidades, dor e rigidez. 
 Membros superiores: inspecione e apalpe dos ombros às mãos, 
observando ferimentos, alinhamento, deformidades, dor e rigidez 
 Dorso: realize a manobra de rolamento para examinar o dorso, observe 
o alinhamento da coluna. 
Durante todo o exame, fique atento ao A-B-C-D. 
 
1.6.2 PRIMEIRA PRIORIDADE 
- Obstruções das vias respiratórias; 
- Parada cardíaca e respiratória; 
- Hemorragias; 
- Fraturas de crânio ou de coluna; 
- Envenenamento; 
- Estado de coque. 
 
1.6.3 SEGUNDA PRIORIDADE 
- Queimaduras; 
- Fraturas múltiplas. 
 
1.6.4 TERCEIRA PRIORIDADE 
- Fraturas simples; 
- Ferimentos de menor importância; 
- Morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
ABORDAGEM PRIMÁRIA (RESUMO) 
Compreende as seguintes etapas: 
 Segurança do local; 
 Controle Cervical e identificação; 
 
 C (CIRCULATION) – Circulação com controle de hemorragias 
 A (AIRWAY) – Vias aéreas com controle cervical; 
Verificação da cavidade oral 
Manobra modificada 
 B (BREATHING) – Respiração 
 D (DISABILITY) – Estado Neurológico ( A V D I ) 
 A = Alerta 
 V = Voz = estado de semi-inconsciência 
 D = Dor = Estado de semi-inconsciência 
 I = Inconsciência. 
Verificar a reação das pupilas. (Testes para verificar a gravidade). 
 E (EXPOSURE) Exposição da vítima. 
 
1.7 COMO O SOCORRISTA DEVE COMPORTAR-SE: 
 Inteirar-se imediatamente da causa do acidente; 
 Transmitir segurança; 
 Verificar se a vítima está respirando; 
 Falar com a vítima para ver se esta está consciente; 
 Verificar se as vias aéreas (nariz, boca, laringe) estão desobstruídas; 
 Estancar hemorragias imediatamente; 
 Alargas a roupa apertada, no pescoço, cintura e abdômen, bem como, 
cintos, gravatas, etc. só tirar a roupa absolutamente necessária para o 
socorro; 
 Não movimentar o acidentado desnecessariamente; 
 cuidar do vômito; 
 
 
14 
 evitar estado de choque; 
 não dar bebidas alcoólicas; 
 executar todos os testes indicados, antes de considerar o acidentado 
morto. 
1.8 O QUE FAZER APÓS O SOCORRO DE URGÊNCIA: 
 Transportar a vítima adequadamente; 
 Manter a vítima adequadamente deitada; 
 Acompanhar o transporte e se possível sempre registrar dados acerca do 
acidente, bem como a identificação do paciente e outros dados que julgar 
relevante e que possam auxiliar o atendimento e diagnóstico médico; 
 Se possível, durante o transporte, procure levar junto alguém que 
conheça a vítima. É importante durante o transporte o socorrista sempre 
acompanhar a vítima, pois é a pessoa mais habilitada para fornecer informações 
acerca do acidente e dos cuidados que foram prestados; 
 Se possível, deixe sempre a comunicação do acidente aos familiares sob 
a responsabilidade do hospital ou de alguém que conheça a vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
2 – SINAIS VITAIS 
 
2.1 O VALOR DA PULSAÇÃO E DA RESPIRAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO: 
A pulsação, a respiração e ainda a temperatura, guardam entre si estreita 
relação, de onde a necessidade de tomá-las em conjunto, para determinar-se o 
estado real do paciente. 
 
2.2 A PULSAÇÃO NORMAL: 
A pulsação normal varia de acordo com a idade. No homem adulto é de 
60 a 70 batimentos por minuto; na mulher é ligeiramente mais rápida, 70 a 80 
pulsações por minuto. Em crianças, será mais rápida a medida que decresce a 
idade, 90 a 95 em crianças de +- 10 anos, cerca de 100 para as de +- 5 anos e de 
120 a 130 nas de +- 1 ano. 
 
2.3 CONTAGEM DA PULSAÇÃO: 
A pulsação pode ser contada sobre qualquer artéria superficial, que passe 
junto a um plano ósseo. Neste caso acha-se a artéria radial, carótida, braquial e 
pédis ou fibular. De todas a mais usada é a radial, que é encontrada na direção 
do dedo polegar, parte interna do punho. 
Técnica: Aplica-se sobre a artéria, no ponto indicado, a ponta dos dedos 
indicador, médio e anelar, fazendo pequena pressão. 
Contagem: 6” x 10/ 10” x 6/ 15” x 4/ 20” x 3/ 30” x 2/ 1’ . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
CAROTIDA 
 
 
 Erro: avaliar com o polegar. 
 
 
Radial Femoral 
 
 
Poplítea 
 
 
 
 
2.4 TIPOS DE PULSAÇÃO: 
Durante os estados mórbidos, a pulsação pode apresentar os seguintes 
estados: Arritmia: quando bate sem regularidade, Taquicardia: quando bate 
aceleradamente, Bradicardia: quando bate lentamente e Filiforme: é aquele 
que se apresenta débil como um fio. 
 
 
17 
2.5 A RESPIRAÇÃO NORMAL: 
Respiração é a função pela qual o organismo realiza a troca gasosa, do 
que necessita para sua sobrevivência, exalando gás carbônico e absorvendo o 
oxigênio. 
O número dos movimentos respiratórios, em estado normal, varia de 
acordo com a idade. Assim no homem adulto a média da respiração é de +- 16 
movimentos por minuto; na mulher +- 18; nas crianças é de 25 a 30 e lactantes. 
De 30 a 40. 
Técnica: O número de movimentos respiratórios é contado por 
observação do peito ou do ventre, dilatados a cada inspiração e reprimidos com a 
expiração. Esses dois movimentos são contados como um só. 
Não é conveniente alertar o paciente sobre o que deseja fazer, o que iria 
modificar o ritmo de sua respiração. Em geral inicia-se contando a pulsação, 
terminando esta, inicia-se a contagem da respiração, continuando a segurar o 
punho do paciente e observando ao mesmo tempo os movimentos de sua 
respiração, sem alerta-lo da mudança. 
Contagem: 20” x 3/ 30” x 2/ 1’ . 
 
2.6 ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS: 
Diversas doenças determinam alterações no ritmo da respiração, 
acelerando-a ou deprimindo-a: doenças do pulmão, do coração, do cérebro etc. e 
ainda certas drogas. 
As alterações mais encontradas são: Dispnéia ou respiração difícil, 
Bradipnéia ou respiração vagarosa e Traquipnéia ou respiração acelerada. 
 
2.7 PRESSÃO ARTERIAL – TÉCNICA: 
A tomada arterial é, muitas das vezes e porque não dizer sempre, 
extremamente importante, pois da uma idéia rápida e muito próxima da realidade 
de como se encontra um paciente em termos de condição cardiovascular. 
Sendo o coração um músculo situado no meio do tórax, que, como todo e 
qualquer músculo do organismo, se contrai e se relaxa, no ato de seu trabalho. 
Não fugindo à regra, a sua contração envia sangue a todo o corpo e o seu estado 
de relaxamento corresponde à entrada de sangue nele. 
 
 
18 
A contração do coração recebe o nome de sístole e a fase de 
relaxamento, diástole. 
Na maioria dos indivíduos adultos, a média da pressão arterial é 
de 120 x 80 mmHg, ou em outras palavras; a máxima é de 120mmHg e a mínima 
de 80mmHg (mmHg = milímetros de mercúrio). 
 
PROCEDIMENTO PARA MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL 
 Reuna o equipamento necessário em local de fácil visualização. 
 Explique o procedimento à vítima (se consciente) e ajude-a a adotar uma 
posição confortável. 
 Levante a manga bem acima do cotovelo ou remova-a se for muito apertada. 
Certifique-se de que a roupa não esteja apertando o braço. 
 Estenda o braço da vítima com a palma da mão para cima. Confirme que o 
braço esteja bem apoiado. 
 Certifique-se de que o manguito esteja sem ar. Enrole o manguito vazio ao 
redor do braço, acima do cotovelo, com os tubos que dele saem estendidos 
para baixo e para frente da mão da vítima. Centralize a bolsa de borrachado 
manguito sobre a artéria braquial, alta o suficiente para não interferir na 
colocação do estetoscópio. Se possível, use o braço não traumatizado. 
 Ajuste o manguito de forma que fique firme e uniforme, sem apertá-lo demais. 
 Feche a válvula perto da pêra, girando o parafuso no sentido horário. 
 O examinador deve visualizar diretamente o mostrador ou ter a coluna de 
mercúrio ao nível dos olhos. 
 Localize a artéria braquial no lado interno do cotovelo. 
 Bombeie ar no manguito apertando rápido a pêra. Eleve o ponteiro ou a coluna 
de mercúrio até que não possa mais sentir o pulso. 
 Coloque o estetoscópio na parte interna do cotovelo. 
 Abra a válvula perto da pêra, torcendo-a em movimento anti-horário com o 
polegar e o indicador e, vagarosamente, libere o ar até ouvir o primeiro som da 
batida. Então, observe o número no mostrador ou na coluna de mercúrio. Essa 
é a pressão sistólica ou máxima. Use somente números inteiros. 
 
 
19 
 Continue ouvindo enquanto libera o ar do manguito, até que o barulho pare. 
Observe o número no mostrador ou na coluna de mercúrio. Essa é a pressão 
diastólica ou mínima. Use somente números inteiros. 
 Uma vez iniciada a liberação do ar, não pare e não reencha o manguito. Se os 
números forem esquecidos, esvazie o manguito até zero e recomece. 
 Esvazie todo o ar do manguito quando o último som for ouvido. Assegure-se 
de ler corretamente; caso esteja inseguro, espere um minuto e repita. Se as 
leituras deixarem dúvidas, use o outro braço. Não alarme a vítima. 
 Remova o manguito do braço e guarde-o. 
 
2.8 TEMPERATURA: 
 
2.8.1 Os termômetros e seu uso 
Constam os termômetros, de um tubo de vido com perfuração capilar em 
cuja extremidade encontra-se um pequeno depósito contendo mercúrio. Baseia-
se o funcionamento dos termômetros na dilatação desse metal, provocado pelo 
calor. Os termômetros para uso clínico são graduados de 35 a 41 graus em 
escala centigrada. Chamam-se graus aos espaços existentes entre um número e 
outro. 
2.8.2 Precauções: Desinfeção. 
Os termômetros devem ser desinfetados antes e depois de usados. Essa 
desinfeção é feita basicamente com álcool. 
 
2.8.3 Locais onde se dever tomar a temperatura. 
A temperatura pode ser tomada na axila, na boca e no reto. No Brasil dá-
se preferência à temperatura axilar, sendo os outros dois métodos de uso 
corrente na Europa e Estados Unidos. 
Qualquer que seja o método empregado, obtém-se resultados 
satisfatórios desde que se observe a técnica recomendada. 
 
2.8.4 Horas apropriadas. 
Em geral a temperatura dos doentes deve ser tomada duas vezes por dia, 
pela manhã e à noite. Não esquecendo que a temperatura normal é sempre mais 
baixa pela manhã, aumentando com o correr do dia cerca de 5 décimos. 
 
 
20 
 
2.8.5 Temperatura axilar. 
A temperatura axilar é tomada colocando-se a extremidade do 
termômetro onde se encontra o depósito de mercúrio exatamente debaixo da axila 
e levando o braço de encontro com o tórax, de forma a prender o termômetro. 
Técnica: - Desinfetar o termômetro com álcool 
- Verificar se a coluna de mercúrio encontra-se abaixo de 35 graus 
- Fazer o paciente deitar-se, enxugar-lhe a axila 
- Esperar de 3 a 5 minutos 
- Retirar o termômetro e fazer a leitura 
- Fazer baixar a coluna de mercúrio e desinfetá-lo novamente. 
 
2.8.6 Temperatura Bucal 
É verificada na boca, introduzindo-se o depósito de mercúrio sob a língua 
do paciente e fazendo-o cerrar os lábios, durante +- 3 minutos. Não é 
recomendável para crianças, que podem quebrar o termômetro entre os dentes, 
com conseqüências desagradáveis. 
Técnica: É a mesma da temperatura axilar. 
Principais cuidados: Evitar a tomada de temperatura bucal quando o paciente 
houver ingerido água fria ou quente, aguardar dez minutos mais ou menos, 
também deve-se evitar esta técnica com pessoas que, por qualquer doença, 
estejam respirando pela boca. 
 
2.8.7 Temperatura retal. 
Toma-se a temperatura retal inserindo-se o termômetro no reto, cerca de 
2 centímetros, sempre pela extremidade que guarda o depósito de mercúrio, e 
deixando-se permanecer por cerca de 1 a 2 minutos. Há que Ter o cuidado prévio 
de lubrificar a ponta do termômetro a ser introduzida no reto e desinfetar após 
com álcool. 
Técnica: É a mesma já vista para os outros tipos de temperatura. 
 
2.8.8 Precauções ao usar o termômetro. 
A principal precaução, deve ser a verificação da coluna de mercúrio, que 
deve estar de início pouco acima do depósito. Para conseguir baixar a coluna de 
 
 
21 
mercúrio, basta segurar o termômetro pela extremidade oposta ao depósito de 
mercúrio d dar-lhe 3 a 4 sacudidas enérgicas. 
Outra preocupação é jamais esquecer s desinfeção do aparelho, antes e 
depois de tomar a temperatura. 
Nunca comunicar ao doente o grau de temperatura obtido. 
2.8.9 Variações de temperatura. 
Num homem adulto a temperatura obtida na axila é de 37 graus (variando 
de 36,2 a 37). 
Esta temperatura pode variar por razões diversas, nem sempre 
patológica: idade, temperatura atmosférica, hora do dia, exercícios, agitação 
nervosa, repouso, sono etc. 
A elevação de temperatura constitui um estado mórbido que se chama 
febre. É acompanhada por aceleração da pulsação , mal-estar e perturbação da 
várias funções. 
A febre é, quase sempre, um sintoma que acompanha uma infecção 
interna ou externa. 
A temperatura chama-se febril, quando se eleva até 38 graus. Passando 
de 38 graus a febre é considerada ligeira; moderada aos 39 e elevada daí em 
diante. Para o organismo humano a temperatura máxima é de 41 graus. 
Em certos casos observa-se também a queda de temperatura, assim é 
nos casos de colapso e hipotermia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
3 – MEDICAÇÃO PARENTAL 
 
3.1 AS SERINGAS E SEU MANEJO 
Chama-se injeção à introdução de um líquido medicamentoso ,um 
músculo ou numa veia, por meio de um aparelho “seringa”. 
De acordo com sua capacidade as seringas são graduadas a 1, 3, 5, 10, 
20 e 50 centímetros cúbicos e suas agulhas tem também calibres e 
comprimentos diversos. 
Para encher-se uma seringa, deve-se inicialmente monta-la, a seguir 
serra-se a ponta da ampola, que se quebra protegendo os dedos com um pouco 
de algodão; mergulha a agulha no recipiente e espira-se o remédio para dentro da 
seringa. Quando o líquido vem em frasco-ampola, deve-se fazer em primeiro 
lugar, a assepsia da rolha de borracha, encher com volume de ar idêntico à 
quantidade de líquido que se deseja retirar, perfura-se com a agulha a rolha do 
frasco e introduz o ar; inverte-se o frasco e o líquido, impelido pela pressão do ar, 
passará para a seringa. Antes de aplicar a injeção deve-se, neste caso, trocar a 
agulha. 
 
3.2 TÉCNICA GERAL DE APLICAÇÃO DE INJEÇÕES. 
Qualquer que seja a via de introdução há, na técnica de aplicar injeções, 
uma série de precauções e cuidados comuns a todas, indispensáveis ao trabalho 
perfeito. 
O primeiro desses cuidados deve ser o de ler com atenção a receita 
médica, verificando o tipo de remédio prescrito, a dose indicada e a via de 
introdução recomendada. 
Em seguida, escolhe-se a seringa apropriada de acordo com o volume a 
injetar, e a agulha, tendo em vista o tipo de líquido. Faz-se depois a esterilização 
do aparelho. 
 A Seguir: 
- Colocar o doente na posição apropriada; 
- Encher a seringa e depois retirar qualquer bolha de ar que se tenha 
introduzido; 
- Fazer a assepsia do local, geralmente com álcool iodado em algodão; 
- Aplicar a injeção segundo a técnica recomendada para cada caso; 
 
 
23 
- Ao terminar,fazer ligeira massagem no local. 
 
3.3 INJEÇÃO INTRAMUSCULAR. 
Deve ser aplicada em pleno tecido muscular, dando-se preferência aos 
locais em que não haja nervos ou artérias próximas à superfície. Assim, os locais 
de eleição para uma aplicação desse tipo são a região glútea, na nádega; a 
região deltóide, na parte superior do braço e também a parte externa da coxa. 
Material necessário: 
- Seringa descartável com agulhas; 
- Algodão em bolas; 
- Álcool iodado; 
- Pinça e seringa. 
Técnica: Segurar o músculo com a mão esquerda, fazendo a distensão da pele e 
introduzir a agulha em ângulo reto, com firmeza e rapidez num só golpe. Puxar 
ligeiramente o êmbolo, fazendo aspiração, a fim de verificar se a ponta da agulha 
não atingiu algum vaso, o que se constata pela presença de sangue na seringa, 
se houver sangue, é forçoso retirar a agulha e escolher outro local para a 
aplicação da injeção. Estando em perfeitas condições, injetar lentamente e, ao 
terminar, fazer massagem no local, facilitando a dispersão do líquido. 
Precauções: 
- Não esquecer de usar material descartável e desinfeção local; 
- Antes de injetar fazer sempre a aspiração. 
Perigos e acidentes: Formação de abscesso, devido geralmente à falta de 
cuidados na aplicação, negligenciando a esterilização e desinfeção. Fazer a 
injeção em um vaso sangüíneo, esquecendo de fazer a verificação por aspiração 
(isso pode provocar a morte do paciente). Choque devido à sensibilidade do 
paciente. 
 
3.4 A INJEÇÃO SUBCUTÂNEA. 
É feita com cuidados idênticos àqueles citados para as injeções 
intramusculares, sob a pele. Os locais para sua aplicação são diversos, dando-se 
preferência à face anterior do antebraço e a pele do ventre. 
 
 
24 
Técnica: Quando se houver enchido a seringa e feito a assepsia do local, 
levanta-se uma prega da pele entre o indicador e o polegar esquerdo, e com a 
mão direita introduz-se a agulha de um só golpe. 
 
3.5 A INJEÇÃO ENDOVENOSA. 
Esse tipo de aplicação é feito geralmente nas veias do antebraço, 
exatamente na prega de flexão do cotovelo, onde as veias atingem a superfície da 
pele, torrando-se bem sensíveis e apresenta maior calibre, facilitando a operação. 
Material necessário: 
- Seringa e agulhas descartáveis; 
- Álcool iodado; 
- Éter; 
- Algodão; 
- Pinça e serrinha; 
- Garrote. 
Técnica: Colocar o paciente em posição adequada, sentado com o braço 
apoiado a uma mesa ou deitado com o braço apoiado a uma mesa ou o braço 
sustentado por um travesseiro. Fazer a assepsia do braço com álcool iodado e 
deixar sobre o local um pouso de algodão molhado em éter. Amarrar o garrote um 
pouco acima do cotovelo, cuidando para não exercer constrição demasiada, o que 
iria impedir a circulação profunda. Firmar a pele distendendo-a entre o indicador e 
o polegar esquerdo, e, com um movimento hábil, introduzir a agulha em posição 
oblíqua à veia. Verificar se a veia foi atingida, puxando ligeiramente o êmbolo, o 
sangue será aspirado misturando-se ao líquido contido na seringa. Retirar o 
garrote restabelecendo a circulação, e iniciar a aplicação comprimindo o êmbolo 
levemente uma vez que a injeção endovenosa deve ser feita de maneira lenta, 
para evitar um choque. Ao terminar a aplicação retirar rapidamente a agulha e, 
com o algodão molhado em éter, fazer a compressão da veia por alguns 
instantes, impedindo o reflexo de sangue pelo orifício deixado pela agulha, eu iria 
provocar um pequeno derrame deixando mancha azul arroxeada. 
As veias da mão e do pé podem ser usadas nas aplicações endovenosas, 
quando, por uma razão qualquer, a veia do antebraço torna-se impraticável. 
 
 
 
25 
Precauções: Na aplicação das injeções endovenosas devem ser observadas 
todas as precauções concernentes à técnica geral de aplicação dos outros tipos 
de injeção. Acrescenta-se: Ter o máximo cuidado em retirar o ar da seringa 
antes da aplicação, prevenindo a embolia gasosa. Unicamente ao médico 
compete indicar as aplicações endovenosas. As injeções que trouxerem 
indicação muscular, como as de óleo, nunca devem ser aplicadas na veia. 
 
3.6 PERIGOS E ACIDENTES. 
- Aplicar a injeção fora da veia, provocando irritação do tecido; 
- Permitir a penetração de ar na veia, causando a morte do paciente por 
embolia gasosa; 
- Choque motivado por fatores de ordem geral. 
Devido a isso as injeções somente devem ser feitas por pessoas 
habilitadas, que conhecem perfeitamente toda a técnica, seus perigos e sob 
supervisão médica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
4 – QUEIMADURAS 
 
4.1 CONCEITO. 
É a lesão dos tecidos produzidos por agentes variáveis, como: fogo, água 
fervente, ácidos, metal aquecido, corrente elétrica, calor, frio, etc. 
 
4.2 CLASSIFICAÇÃO E SINTOMAS. 
De acordo com a profundidade da queimadura ela é classificada em: 1º , 
2º e 3º grau. 
4.2.1 Queimaduras de Primeiro Grau. 
É mais superficial, atinge somente a epiderme. Queimadura seca. 
A) Sintomas: 
- Dor que desaparece em 48 horas; 
- Vermelhidão; 
- Às vezes apresenta inchaço das áreas da queimadura; 
- Não há formação de bolhas. 
Exemplo: Aquelas causadas pelos raios solares. 
 
4.2.2 Queimaduras de Segundo Grau. 
Atinge camadas mais profundas da pele, a epiderme e a derme. Sem 
caracteriza pela presença de flictemas (bolhas), que surgem imediatamente ou 
mais tarde. 
A) Sintomas: 
- Edema (inchaço); 
- Dor forte mais ou menos 5 dias; 
- Eritema; 
 
 
27 
- Umidade; 
- Desprendimento da camada da pele; 
- Há risco de infeção. 
 
4.2.3 Queimaduras de Terceiro Grau. 
É a forma mais grave de queimadura, atinge epiderme, derme e camadas 
subcutâneas, às vezes até músculos e órgãos. 
 
A) Sintomas: 
- Edema maior que na de segundo grau; 
- Perda de líquidos (amarelado); 
- Não há dor; 
- Grande risco de infeção (septicemia e morte) 
 
4.3 AVALIAÇÃO DAS QUEIMADURAS. 
O risco de vida não será no grau da queimadura, reside na extensão da 
superfície atingida, devido ao “estado de choque” e a maior possibilidade de 
contaminação (infeção). 
 
 
28 
Quanto maior a área da pele queimada, mais grave é o caso. Tem-se 
uma idéia aproximada da superfície queimada usando a “regra dos nove”. 
- Cabeça - 9% da Superfície do corpo. 
- Pescoço - 1% da Superfície do corpo. 
- Membro superior esquerdo - 9% da Superfície do corpo. 
- Membro superior direito - 9% da Superfície do corpo. 
- Tórax anterior e abdome (frente) - 18% da Superfície do corpo. 
- Tórax posterior e região lombar - 18% da Superfície do corpo. 
- Membro inferior esquerdo - 18% da Superfície do corpo. 
- Membro inferior direito - 18% da Superfície do corpo. 
- Área dos genitais (está incluído no tórax e abdome). 
Assim temos: 
A) Pequena queimadura: a que atinge menos de 10% da área queimada 
no corpo. 
B) Grande queimadura: a que atinge mais de 10% da área queimada do 
corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
4.4 OBJETIVOS DO TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA. 
- Prevenir o estado de choque; 
- Controlar a dor; 
- Evitar a contaminação prevenindo infeções. 
 
4.5 COMO PROCEDER. 
 
4.5.1 Em casos de Queimaduras Térmicas. 
(líquidos quentes, fogo, vapor, raios solares, etc.) 
 Apague o fogo imediatamente, principalmente se for no vestuário, agindo 
da seguinte forma: 
- Não deixe a vítima correr; 
- Obrigue-o a deitar no chão com os lados das chamas para cima; 
- Abafe as chamas usando cobertor, tapete, toalha ou peça semelhante; 
- Comece pela cabeça, continue em direção aospés; 
- Após apagar o fogo, se houver água molhe a roupa da vítima; 
- Não use água se a roupa estiver com gasolina, óleo, querosene ou 
similares. 
- Retire, quando possível e sem forçar as roupas queimadas e sujas do 
local da queimadura; 
- Deite a vítima; 
- Coloque a cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao resto do corpo, 
levante as pernas se possível; 
- Se a vítima estiver consciente dê-lhe bastante líquido para beber, água, 
chá, café, sucos de frutas. Não de bebidas alcoólicas; 
- Se possível e se estiver consciente, dê-lhe medicação contra a dor, que 
seja do seu conhecimento; 
- Lave o local da queimadura com água filtrada, fervida, ou água corrente 
com sabão neutro (sabonete); 
- Coloque um pano úmido e limpo sobre a superfície da queimadura; 
- Procure recursos médicos ou de enfermagem com urgência, removendo a 
vítima para o hospital. 
 
 
 
 
30 
4.5.2 Tratamento em Casa de Pequenas Queimaduras. 
Se a área queimada for pequena, não exceder os 10% da área queimada 
e não atingir áreas e órgãos importantes e vitais, proceder da seguinte forma: 
- realiza as etapas de conduta acima, não esquecendo sempre que a 
limpeza com água e sabão é primordial; 
Após a limpeza você pode usar: 
- Violeta de genciana a 1%; 
- Vaselina esterilizada; 
- Bicarbonato de sódio (3 colheres de sopa em meio litro de água); 
- Sulfamylon pomada ou paraqueimol ou outra pomada especifica para 
queimaduras; 
- Coloque gaze ou panos limpos sobre a queimadura; 
- Não fure as bolhas e evite tocar na área queimada; 
- Ao fazer novo curativo, retire toda a pomada velha, para após aplicar a 
pomada nova, caso contrário, esta não fará o efeito desejado; 
- Troque o curativo quantas vezes for necessário. 
Obs.: Todas as queimaduras devem ser examinadas por um médico ou 
enfermeiro. Exceto as queimaduras em que a pele esteja apenas avermelhada e 
se trate de pequena área queimada. 
Importante: Não estoure as bolhas após queimaduras, pois se corre o risco de 
infeção. 
Não esqueça: Retire as vestes da área atingida e faça limpeza desta área. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
4.5.3 Queimaduras por Agentes Químicos. 
- Afaste a vítima imediatamente do local, e observe o tipo de substância 
química causadora da mesma; 
- lave a área atingida com bastante água; 
- aplique jatos de água enquanto retira as roupas da vítima; 
- proceda como na queimadura térmica; 
- não aplique ungüentos, graxas, bicarbonatos de sódio ou outras 
substâncias; 
- não retire corpos estranhos ou graxas das lesões, não fure as bolhas; 
- não toque com as mãos as áreas queimadas; 
- leve a vítima imediatamente para o hospital. 
4.5.4 Queimaduras nos Olhos. 
Podem ser provocadas por substâncias irritantes, ácidos, álcalis, água 
quente, vapor, cinzas quentes, etc. 
Procedimento: 
- Lave os olhos da vítima com água em abundância ou se possível com 
soro fisiológico, durante vários minutos; 
- Após lavar bem vede os olhos atingidos, com gaze ou pano limpo; 
- Leve ao médico com urgência, o menor tempo pode levar o indivíduo a 
cegueira. 
Lavagem: 
- Mantenha o olho aberto, segurando as pálpebras; 
- Irrigue com bastante água durante 15 minutos, derramando a água bem 
próxima aos olhos da vítima; Ou; 
- Mergulhe a face da vítima em água limpa por 10 minutos, fazendo com 
que a vítima pisque vigorosamente; 
- Não esqueça de paradas para respirar; 
- Tape os olhos com um pano limpo e encaminhe ao posto médico mais 
próximo. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
2º. Grau 
 
 
3º. Grau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
5 – ASFIXIAS 
 
5.1 OBSERVAÇÕES INICIAIS. 
O paciente com sofrimento respiratório, geralmente requer atendimento 
imediato. A sensação de falta de ar, é denominada DISPINÉIA, seja ela 
proveniente de que causa for, sempre provocando um estado de angústia no 
paciente que, com freqüência, o leva ao desespero se não lhe for aliviado o 
sofrimento. Sem oxigênio, nossos músculos não podem trabalhar porque lhes 
falta energia necessária. Posto isto é fácil se perceber quão essencial é o 
oxigênio que se encontra no ar que respiramos. Tanto que, ao diminuirmos sua 
presença neste ar, ou impedir-mos o indivíduo de respirar, logo ele sentirá sua 
falta e mobilizará todo seu organismo em busca deste ar. É a fase de angústia 
que, rápido entre na do desespero. E se a falta perdurar, a morte por asfixia é 
eminente. 
Por isso além da remoção da causa que incapacita o homem de respirar, 
temos de lhe oferecer o oxigênio do qual ficou privado pelo tempo em que esteve 
com dispnéia, utilizando um método de respiração artificial conhecido. 
As asfixias são caracterizadas pela dificuldade ou supressão da 
respiração. Podem ser causadas pela respiração de gases nem sempre tóxicos, 
mas impróprios à vida, ou por obstáculos mecânicos: obstruções das vias 
respiratórias, afogamento, estrangulamento, compressão do tórax, etc. Porem 
ainda deve-se a causas patológicas como ataques cardíacos, edema do pulmão, 
edema alérgico, hipoxia (baixa da concentração no ar inspirado, que acontece a 
indivíduos pouco adaptados as grandes altitudes, por exemplo, em cidades como 
o México, Bolívia, Denver, Quito, etc.) ou até a infeções nos brônquios 
(bronquite), pulmões (pneumonia), traquéia (traqueíte), laringe (laringite) e por 
alergia (asma). 
Um colapso respiratório pode também originar-se de acidentes diversos, 
envenenamento por certas drogas depressoras, fraturas com esmagamento dos 
nervos que controla os músculos intercostais. 
Principais Sintomas: Respiração difícil ou imperceptível, acompanhada de 
cianose ( cor azulada) das faces e lábios. O coração e a pulsação quase sempre 
tornam-se imperceptíveis, embora isso não queira significar a morte. A vítima 
geralmente está inconsciente. 
 
 
34 
5.2 ASFIXIA GASOSA. 
 Observa-se esse tipo de asfixia em caso de incêndio, provocadas pelos 
gases de combustão (fumaça). Também muito comuns são os acidentes 
causados por gás de iluminação, gás engarrafado, etc. principalmente nos 
aquecedores de banheiro. Ainda de grande preciosidade são as asfixias 
provocadas pelo monóxido de carbono, gás desprovido de cheiro e de cor, 
produto resultante da combustão nos motores a explosão. 
 
5.2.1 Sintomas 
Os primeiros sintomas notados nas asfixias por monóxido de carbono 
são, a seqüência de surgimento: sensação de pressão frontal, ligeira dor de 
cabeça, que logo evolui para uma de grande intensidade, a ponto de latejar as 
têmporas. Continuando o indivíduo aspirando o monóxido de carbono, começará 
a apresentar franqueza, vertigens, escurecimento da visão, náuseas e vômitos. O 
passo seguinte é o colapso, com o aumento da respiração e do pulso, que 
progride para a convulsão intermitente (contrações e tremores generalizados). 
Nesta fase, o paciente já está inconsciente ha algum tempo. A etapa final é 
caracterizada pela queda da pressão arterial e da respiração, ocasionando o 
aparecimento de pulso fraco, e, por fim a morte. 
 
5.2.2 Primeiras Providências. 
 Em qualquer caso de asfixia por fumaça ou gases a primeira providência 
deve ser arejar o ambiente, abrindo-se imediatamente todas as portas e janelas. 
Em se tratando de gás de iluminação, ou engarrafado, evite acender fósforos ou 
lidar com fogo ou eletricidade, enquanto o gás não houver se dispersado, para 
não provocar uma explosão. Remover a vítima para um local de fraca ventilação, 
desapertar-lhe as roupas, observando uma possível parada cardiorespiratória ou 
respiração irregular, que neste caso deve-se iniciarimediatamente a massagem 
cardiorespiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
35 
5.3 ASFIXIA MECÂNICA. 
A asfixia mecânica é um tipo de asfixia mais freqüente em crianças, que 
constumam engasgar-se com os mais diversos tipos de objetos. Têm-se visto 
crianças em perigo por haver tentado engolir moedas, botões, cascas e sementes 
de frutas, pedaços de borracha ou plásticos, etc. 
Também é observada em adultos, embaraçados ao alimenta-se com 
fragmentos de osso, espinhos, caroços de azeitona, que errando o seu caminho 
de esôfago, obstruem a traquéia. 
 
5.4 CUIDADOS ESPECIAIS COM A VÍTIMA DE ASFIXIA. 
Quando a respiração se houver restabelecido, observar os cuidados 
seguintes: 
- O paciente deve submeter-se a repouso absoluto; 
- Procurar manter o paciente discretamente aquecido; 
- O organismo da vítima de asfixia terá necessidade de ar; 
- Nesta oportunidade o paciente poderá fazer uso de estimulantes caseiros, 
café, chá; 
- Encaminhar o paciente a um Pronto Socorro. 
 
 
POSIÇÃO CARACTERISTICA DO ASFIXIADO 
 
 
 
 
36 
6 – DESOBSTRUÇÀO DAS VIAS AÉREAS 
 
As vias aéreas compreendem boca, nariz, faringe, laringe (vias aéreas 
superiores) e traquéia, brônquios e pulmões (vias aéreas inferiores). Para que o 
processo de respiração se realiza adequadamente, as vias aéreas devem estar 
livres, permitindo a entrada e saída de ar. 
A obstrução das vias aéreas impede a entrada de oxigênio e se não 
reconhecida e tratada precocemente pode levar o indivíduo à morte. 
Causas de obstrução de vias aéreas: queda da língua nas vítimas 
inconscientes, regurgitação do conteúdo do estômago, corpo estranho (dentes, 
próteses), alimento (carne, chicletes, balas), sangramento nas vias aéreas por 
trauma de face, etc. 
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial ou total. Na obstrução 
parcial, ainda passa certa quantidade de ar pelas vias aéreas. Neste caso, a 
respiração pode estar ruidosa e muito difícil acompanhada de tosse. Enquanto a 
troca de ar se mantiver, a vítima deve ser encorajada a tossir – sem outra 
interferência. Caso a obstrução se agrave e a troca de ar se tornar inadequada, a 
tosse passa a ser fraca e ineficaz; neste caso está indicada a intervenção como 
no caso de obstrução total. 
Na obstrução total a vítima não consegue falar, respirar ou tossir. A não 
entrada de ar nos pulmões leva a perda de consciência, a vítima pode apresentar 
coloração cinza azulada e se o atendimento não for rápido, a vítima morre. 
 
6.1 TRATAMENTO DA OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS PELA LÍNGUA. 
 
 Numa vítima inconsciente por qualquer motivo, a língua pode cair contra o 
fundo da garganta e obstruir a via respiratória. 
 Para restabelecer a passagem de ar pelas vias aéreas, deve-se 
posicionar a vítima deitada de costas sobre uma superfície plana e rígida e 
proceder uma das seguintes manobras: 
1º Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo. 
 Colocar uma das mãos na testa da vítima e aplicar pressão firme inclinando a 
cabeça contra o chão; 
 
 
37 
 Com os dedos da outra mão sob o queixo da vítima, elevar a mandíbula para 
cima e sustentá-la assim. 
Posição normal Inclinação 
 
 
2º Manobra de elevação do Ângulo da mandíbula. 
 Segurar os ângulos da mandíbula com ambas as mãos, uma de cada lado da 
cabeça da vítima, empurrando a mandíbula para frente; 
 Se os lábios se fecharem, afaste o lábio inferior com o polegar. 
Essa é a manobra indicada nas vítimas com evidência ou suspeita de 
trauma, já que pode ser realizada sem estender o pescoço. 
 
6.2 TRATAMENTO DA OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO 
ESTRANHO. 
Para adultos e crianças acima de 1 ano, está recomendada a manobra de 
compressões abdominais subdiafragmática (Manobra de Heimlich). 
VÍTIMA SENTADA OU EM PÉ – MANOBRA DE HEIMLICH. 
 O agente deve ficar atrás da vítima, colocando-lhe os braços em volta da 
cintura; 
 Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdome da vítima, 
pouco acima do umbigo e bem abaixo do apêndice xifóide; 
 Envolver a mão fechada com a outra mão e pressionar o abdome da vítima 
com um golpe rápido para cima; 
 Repetir os golpes (até 4 tentativas) e continuar até que o objeto seja expelido 
das vias aéreas ou o paciente fique inconsciente; 
 Cada golpe deve ser movimento separado e distinto; 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
VÍTIMA DEITADA – MANOBRA DE REIMLICH. 
 Colocar a vítima deitada de costas; 
 Abrir a boca da vítima na tentativa de visualizar o corpo estranho – se 
facilmente acessível pode ser retirado; confirmar a ausência de respiração; 
 Ajoelhar-se ao redor das coxas da vítima e colocar a região hipotenar de uma 
das mãos contra o abdome, levemente acima do umbigo, abaixo do apêndice 
xifóide; 
 Coloque a outra mão em cima da primeira e pressionar o abdome com um 
golpe rápido para cima, sempre no centro do abdome (não dirigir para a 
esquerda nem direita); 
 
 
 
6.3 RESUMO DA TÉCNICA DE DESOBSTRUÇÃO PARA A VÍTIMA QUE SE 
TORMOU INCONSCIENTE. 
 Coloque a vítima deitada de costas e abra sua boca na tentativa de visualizar 
o corpo estranho. Se facilmente acessível retirá-lo, tomando cuidado para não 
aprofundar ainda mais; 
 Confirme a ausência de respiração e inicie a ventilação artificial; 
 Se incapaz de ventilar mesmo após a tentativa de reposicionar a cabeça, 
realiza a manobra de Heimlich (até 5 vezes); 
 Tentar ventilar novamente; 
 
 
40 
 Se incapaz de ventilar, repetir a seqüência da manobra de Heimlich – passo a 
passo. 
 Insistir na seqüência, enquanto necessário; 
 Consiga atendimento médico. 
 
6.4 TRATAMENTO DA OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM LACTENTES – 
ATÉ 1 ANO DE VIDA. 
 Deitar a criança de bruços (com a face para baixo) sobre o antebraço do 
socorrista, segurando a cabeça do lactente firmemente, com as pernas 
separadas, uma de cada lado do braço do socorrista, com a cabeça mais 
baixa que o tronco; 
 Esfregar o dorso do lactente, entre as escápulas, usando a região hipotena da 
mão; 
 Após os estímulos no dorso, envolva o lactante como um sanduíche entre 
suas mãos e o braço, segurando firmemente a cabeça; 
 Vire o lactante, suportando firmemente a cabeça e pescoço (uma mão do 
socorrista apoia a cabeça e pescoço e a outra a mandíbula e tórax); 
 Aplicar até 4 compressões torácicas, da mesma forma que a RCP ( 2 dedos 
no esterno logo abaixo da linha entermamilar). 
As medidas devem ser repetidas até o objeto ser expelido ou o lactente 
perder a consciência. Iniciar ventilação artificial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
7 – REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA. 
 
A parada cardiorrespiratória (PCR), é a cessação repentina dos 
batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. 
É emergência relativamente freqüente e, a sobrevivência da vítima 
depende de um conjunto de medidas fundamentais, “a corrente da sobrevivência”, 
ou seja; reconhecimento imediato dos sinais, acionamento precoce de um 
serviço de emergência, início da reanimação cardiorrespiratória e chagada rápida 
do serviço de atendimento pré-hospitalar. 
A circulação sangüínea deve ser restabelecida num período máximo de 4 
minutos, caso contrário se instalam alterações irreversíveis nos tecidos, 
principalmente o tecido nervoso, um dos mais sensíveis a falta de oxigênio. 
A Reanimação Cardiorrespiratória (RCP), é o conjunto de 
procedimentos utilizados nas vítimas em PCR com objetivo de restabelecer a 
ventilação pulmonar e a circulação sangüínea. 
 
7.1 CAUSAS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA.A vítima pode iniciar com parada respiratória e caso não atendida a tempo 
evolui para parada cardíaca também; ou a parada cardíaca pode ser o primeiro 
sinal com conseqüente parada respiratória. 
 Obstrução de vias aéreas: inconsciência, trauma, corpo estranho, infecção 
(epiglotite); 
 Afogamento; 
 Overdose de drogas; 
 Choque elétrico; 
 Ataques cardíacos (infarto agudo do miocárdio); 
 Trauma; 
 Grandes hemorragias; 
 Outros problemas clínicos (AVC). 
 
7.2 SINAIS DE PARADA CARDIOPULNOMAR – PCP. 
 Inconsciência (vítima não responde); 
 Ausência de batimentos cardíacos; 
 
 
42 
 Ausência de movimentos respiratórios. 
Os casos de PCP requerem ação imediata: 
 Colocar a vítima deitada sobre uma superfície firme (chão); 
 Ajoelhar-se junto a ela; 
 Determinar se a vítima está irresponsiva – sequência CAB (circulação/vias 
aéreas); 
 Chamar sempre ajuda especializada; 
 Iniciar seqüência de reanimação – massagem cardíaca e respiração 
artificial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
C – CIRCULAÇÃO. 
 A parada cardíaca é identificada pela ausência de pulso nas grandes 
artérias na vítima inconsciente. 
1. Verificar pulso da artéria carótida: tanto em crianças como adultos, esta é a 
artéria mais fácil de verificar o pulso – localizar a laringe da vítima e deslizar 
dois dedos lateralmente entre a traquéia e o músculo do pescoço 
(esternocleidomastoideo). 
Gasta-se entre 6 a 20 segundos para verificar o pulso. 
- Vítima com pulso e sem respiração – manter a ventilação artificial; 
- Vítima sem pulso – iniciar as compressões torácicas. 
 
 
2. Compressões torácicas: consiste na aplicação rítmica de pressão na parte 
inferior do tórax. 
 Apoiar a região hipotenar de uma das mãos no meio do peito da vítima 
(metade inferior do osso esterno), exatamente entre os mamilos. 
Pode-se dizer também: localizar a margem inferior da caixa torácica, região do 
apêndice xifóide e medir dois dedos acima. 
 Ajoelhar-se junto à vitima, com os cotovelos retos, de maneira que o peso do 
corpo ajude na compressão; 
 Colocar a outra mão sobre a primeira, no esterno da vítima, de forma que as 
mãos fiquem paralelas (os dedos podem estar estendidos ou entrelaçados, 
mas devem estar afastados da caixa torácica). 
 O esterno deve ser deprimido em 5 cm (2 polegadas) para um adulto normal; 
 Liberar a pressão entre cada compressão. Manter uma frequência mínima de 
100 compressões por minuto. 
 Com um ou dois socorristas, manter a relação compressão/ventilação de 30:2 
para adulto. 
 
 
44 
Esta é uma recomendação atual da American Heart Association (AHA) 
(Associação Americana do coração). (AHA, 2010) 
 
 
 
A – VIAS AÉREAS: 
 RESPIRAÇÃO: Confirmado a ausência de respiração (ver, ouvir e sentir), 
proceder as manobras de abertura de vias aéreas: 
 Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo; 
 Manobra de elevação do ângulo da mandíbula. 
REAVALIAÇÃO: confirmar se a vítima continua sem respiração: 
 Respira – observar (posição de recuperação se não sofreu trauma); 
 Não respira – iniciar respiração artificial. 
 
 Inclinação da cabeça 
 
 
B – VENTILAÇÃO: 
RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL BOCA A BOCA. 
 Mantenha as vias aéreas desobstruídas (manobras de desobstrução); 
 Pince o nariz da vítima usando o polegar e dedo indicador da mão que está na 
testa da vítima; 
 
 
45 
 Inspire e coloque seus lábios na boca da vítima, vedando-a completamente, 
impedindo vazamento de ar. 
 Insufle duas vezes lentamente (cerca de 2 segundos para cada insuflação); 
O volume de ar deve ser suficiente para expandir o tórax da vítima (para adulto 
um volume de cerca de 1000 ml de ar). Observar o tórax subindo e descendo, 
ouvir e sentir o fluxo de ar. 
 Manter a respiração de resgate a um ritmo de 10 a 12 insuflações por minuto. 
 
 
7.3 RESUNO DA TÉCNICA. 
 Conferir o pulso e, se ausente: 
- Realizar 30 compressões; 
- Parar as compressões e efetuar duas ventilações; 
- Continuar as compressões e ventilações fazendo 4 ciclos de 30x2; 
- Para a RCP e reavaliar o pulso (após o primeiro minuto); 
- Pulso carotídeo ausente, recomece a RCP com duas respirações e 30 
massagens; 
- Se houver pulso, verifique a respiração: se presente monitorize a vítima; 
se ausente, reinicie a ventilação. 
 Abrir vias aéreas e checar a respiração (ver, ouvir e sentir); 
 Ventilar os pulmões com duas respirações lentas e cheias; 
 
7.4 REANIMAÇÃO DE INFANTES E PRÉ – ESCOLARES (2 A 8 ANOS). 
 
 Sequência de SBV (Suporte Básico de Vida), igual ao adulto (CBA); 
 Pulso de checagem: carotídeo como no adulto; 
 Ponto de compressão do esterno: metade inferior do esterno (linha mamilar); 
 Utilizar somente uma das mãos (região hipotenar); 
 Comprimir o esterno de um terço a metade de sua profundidade (5 cm, 2 
polegadas); 
 
 
46 
 Realizar no mínimo 100 compressões por minuto (cadência 1, 2, 3, 4, 
5.........30, ventile); 
 Relação compressão/ventilação sempre 30:2, com um ou dois socorristas. 
 Ventilação artificial com frequência de 20 por minuto. Após 2 ventilações 
iniciais de 1 a 1 e ½ segundos cada. 
 
7.5 REANIMAÇÃO DE LACTENTES (0 A 1 ANO). 
 
 Sequência de SBV (Suporte Básico de Vida), igual ao adulto (CBA); 
 Pulso de checagem: braquial (face interna do braço, entre o cotovelo e o 
ombro). 
Pontos de compressão: metade inferior do esterno, um dedo abaixo da 
linha entre os mamilos. 
Usar um ou dois dedos para comprimir o esterno cerca de 4 cm (1 ½ 
polegadas). 
 Quando houver 2 socorristas está indicado a técnica de circular o tórax da 
criança com as mãos e comprimir o esterno com os dois polegares. 
 Se 1 socorrista: uma das mãos mantém a cabeça e tronco do lactante, 
enquanto 1 ou 2 dedos da outra mão comprime o esterno (1/3 de sua 
profundidade). 
Realizar mínimo de 100 compressões por minuto (cadência 1, 2, 3, 4, 
5.......30, ventile). 
Com 1 ou 2 socorristas a relação compressão/ventilação é sempre 30:2. 
 Sequência de vias aéreas – A, como adulto e crianças maiores, tomando 
maior cuidado na manipulação porque os tecidos são mais delicados. Na 
manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo, apenas um dedo 
(indicador) eleva a mandíbula; 
 Ventilação artificial: 2 insuflações iniciais de 1 a 1 e ½ segundos, com 
freqüência subsequente de 20 respirações por minuto; 
 Para a ventilação artificial a boca do socorrista cobre boca e nariz do lactante; 
caso não seja possível, fazer a vedação completa dessa forma o socorrista 
pode fazer a ventilação boca a nariz, que tem a mesma eficácia; 
 
 
47 
 
 
OBS: Não houve alteração na recomendação referente a relação compressão-
ventilação de 30:2 para um único socorrista de adultos, crianças e bebes 
(excluindo-se recém-nascidos). As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE 
(Atendimento Cardiovascular de Emergência) continuam recomendando que 
as ventilações de resgate sejam aplicadas em, aproximadamente, 1 
segundo. Assim que houver uma via aérea avançada colocada, as 
compressões torácicas poderão ser continuas (a uma frequência mínima de 
100/minuto) e não mais alternadas com ventilações. As ventilações de 
resgate, então, poderão ser aplicadas a frequência de cerca de uma 
ventilação a cada 6 ou 8 segundos (cerca de 8 a 10 ventilações por minuto). 
Deve-se evitar ventilação excessiva. 
 
7.6 QUANDO INTERROMPER A REANIMAÇÃO? 
 
 Quandoa circulação e respiração espontânea forem restabelecidas; 
 Quando outro agente assume o suporte básico de vida; 
 Quando um médico assume a responsabilidade pelo atendimento; 
 Quando o agente está exausto e não tem condições de prosseguir. 
 
 
 
A DECISÃO DE INTERROMPER A RCP POR 
IRREVERSIBILIDADE DO QUADRO É DE COMPETÊNCIA 
EXCLUSIVA DO MÉDICO. 
 
 
 
 
48 
8 – AFOGAMENTO 
 
Afogamento é um tipo de asfixia devido a submersão em líquido. Trata-se 
de uma obstrução respiratória causada tanto por reflexo laringoespástico, ou por 
inundação das vias aéreas. Há basicamente dois tipos de afogamentos: a – em 
água doce (hipotônica), b – em água salgada (hipertônica). 
 Afogamento: morte por sufocação à submersão, geralmente em água. 
 
8.1 EMERGÊNCIA NOS AFOGAMENTOS: 
 
 O afogamento revela-se como dos acidentes cujos resultados a ser 
obtidos na recuperação dependem de uma pronta e bem orientada assistência 
inicial. Da maior ou menor rapidez da pessoa que atender à vítima de asfixia, por 
submersão dependerá sua vida: tanto maiores as “chances” do sucesso no 
tratamento quanto maior a presteza das providências. Em última análise, o 
afogamento é um caso especial de asfixia e como tal deve ser tratado, cuidando-
se da aplicação de um dos métodos de respiração artificial, tão depressa quanto 
possível. 
 
8.2 SALVAMENTO: 
 
 Lembrar sempre: 
 A segurança de quem faz o salvamento é o principal cuidado inicial. 
 Não tentar a ressuscitação dentro d’água, atrasando a retirada da 
vítima. 
 Quando possível, as vítimas vestindo coletes salva-vidas e com as 
vias aéreas livres devem ser retiradas da água em posição horizontal. 
 Suspeitar de lesão da coluna cervical em vítimas inconscientes por 
afogamento em águas rasas; proceder a imobilização adequada para 
a sua retirada. 
Tomar quatro tipos de providências nos episódios de submersão: 
 1ª Jogar algum objeto para a vítima se apoiar: bóia, colete salva-vidas, 
tábuas, cadeiras, portas, mesas, trouxa de roupas. Bola de futebol, prancha de 
surf, pneu ou estepe, mesmo com aro, pode suportar até 3 pessoas. 
 
 
49 
 2ª Rebocar: providenciar um cabo para rebocá-lá no objeto flutuante. O 
cabo deve dispor de um laço para que a vítima se “vista”, pois, ás vezes, a 
correnteza a impede de segurar-se ao cabo. Se ela está sendo levada por 
corrente marítima, é necessário um barco. Em rios, cuja força da correnteza 
carregue a vítima, aguarde-a rio abaixo e tente resgatá-la com um cabo estendido 
sobre o rio, de preferência amarrado a um flutuante. 
 3ª Remar: Use um barco a motor ou remo, certificando-se de sua 
segurança. Para abordar a vítima com o barco, você deve ultrapassá-la por 
alguns metros, girar o barco 180 graus, apontar-lhe a proa. Aproxime-se 
lentamente, tentando interceptá-la sem provocar impacto que resulte em 
traumatismos. O içamento deve ser feito pela popa, por ser o local mais rebaixado 
da embarcação, tomando o cuidado de desligar o motor. 
 4ª Nadar: somente quando não forem possíveis os passos anteriores. É 
preciso ser bom nadador e preparado para salvamento de vítimas em pânico. 
Lembre-se da segurança em primeiro lugar. Se não for apto, marque o lugar do 
afogamento e procure socorro. 
 
8.3 A EXPULSÃO DA ÁGUA: 
 
 Uma pessoa vítima de afogamento costuma engolir água em quantidade 
respeitável. Entretanto, somente depois de estar inconsciente é que esta pode 
penetrar-lhe os pulmões. Em vista disso, não se deve perder tempo, procurando 
fazê-la vomitar a água. Mais aconselhável é tão logo o paciente seja retirado da 
água e colocado em posição apropriada, inicia-se os movimentos de respiração 
artificial, adotando as regras citadas a seguir: 
1- Após retirar a vítima da água, colocá-la em decúbito ventral, sobre 
uma superfície plana. 
2- O operador, de pé tendo os pés colocados de cada lado do paciente e 
de frente para a sua cabeça, segura-a com ambas as mãos pela 
cintura e ergue-lhe o corpo a uma altura de trinta a quarenta 
centímetros. 
3- Nesta posição, dar-lhe uma enérgica sacudidela (visa esse 
procedimento livrar de água as vias respiratórias). 
 
 
50 
4- Colocar imediatamente a vítima em posição de receber a respiração 
artificial por um método conhecido. 
5- Limpar a boca do paciente de toda a matéria ou objeto estranho. 
6- Desapertar-lhe toda a roupa, sem interferir com os movimentos da 
respiração artificial, procurar remover o mais possível de roupa 
molhada. 
7- Procurar de algum modo proporcionar calor ao acidentado. 
 
8.4 RESPIRAÇÀO ARTIFICIAL PELO MÉTODO DE SCHAEFER (Para 
retirada da água da vítima). 
 
1- Deitar a vítima em decúbito ventral, com a cabeça voltada para um 
dos lados e apoiada sobre um dos braços, tendo o outro braço 
estendido (esta posição tem, a vantagem de evitar a queda da língua 
para trás e conseqüente obstrução da traquéia); 
2- O operador deve sentar-se sobre as costas da vítima; 
3- Nesta posição, colocar as mãos abertas sobre as últimas costelas de 
forma que o dedo mínimo repouse sobre estas; 
4- Com os braços na vertical, jogar o próprio corpo ou peso sobre o 
corpo da vítima, comprimindo gradualmente e forçando o ar para fora 
dos pulmões; 
5- Conservando as mãos em posição, o operador deve levanta-se 
lentamente a pressão; 
6- Repetir os movimentos de 16 a 18 vezes por minuto, na seqüência e 
com ritmo regular; 
7- Mesmo que a vítima esteja aparentemente morta, continuar com a 
respiração artificial. 
 
8.5 CUIDADOS COM OS AFOGADOS: 
 
Mesmo reanimada a vítima de afogamento estará na iminência de um 
choque. Por essa razão, devem ser observadas todas as precauções que se 
destinem a neutralizar esse perigo. Uma dessas precauções, talvez a principal, 
 
 
51 
diz respeito a necessidade do repouso: o paciente deverá manter-se em absoluto 
repouso a fim de recuperar suas energias perdidas. 
 
8.6 O VALOR DO AQUECIMENTO: 
 
Outra das preocupações aconselháveis para evitar-se um choque em 
potencial é o que se refere ao aquecimento da vítima. O corpo humano tende a 
conservar sua temperatura normal quaisquer que sejam as condições; e quando 
esta é alterada, para mais ou menos isso submete o organismo a um tremendo 
esforço na tentativa de regularizar seu calor natural. Como esse aquecimento 
deverá ser feito sem excessos, pelas razões já expostas, poderá ser facilmente 
obtido com o uso de cobertores, lençóis, toalhas, etc. um saco de água quente 
para os pé poderá ser usado quando a vítima encontra-se consciente. 
 
8.7 OS ESTIMULANTES: 
 
Ás vezes a gente se depara com os indivíduos, que mesmo após serem 
recuperados de sua crise de asfixia, ainda se mostram combalidos e 
desanimados fisicamente. Nestes casos, com cautela, pode-se ministrar alguns 
estimulantes comuns consagrados pelo longo tempo de uso, para assegurar a 
recuperação. 
Assim, temos o café, e o chá, que devem ser servidos quentes e pouco 
diluído ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
9 – ATAQUE 
 
Perda dos sentidos acompanhada por sintomas bem diferentes e de 
resultados igualmente diversos. 
Variando desde a simples vertigem até o coma profundo, seu tratamento 
muda de acordo com os sintomas verificados. Por essa razão, a pessoa que 
socorre uma vítima de ataque deve, inicialmente levar em conta o seu aspecto 
físico, e a seguir verificar-lhe a respiração e a pulsação, disso concluindo a causa 
do ataque e partindo para os cuidados necessários. 
 
9.1 O ASPECTO FÍSICO DA VÍTIMA: 
 
 A um simples golpe de vista, a pessoa que socorre a vítima de perda dossentidos, pode constatar-lhe a cor do rosto, o aspecto da pele, o estado das veias 
do pescoço, se há ou não emissão de espuma pela boca; pode, ao mesmo 
tempo, ouvir-lhe a respiração e, à ligeira palpação, verificar-lhe a pulsação, ver as 
pupilas dos olhos, pode, ainda, levantando as pálpebras da vítima com cuidado, 
observar se ambas estão com a mesma abertura ou se há uma diferença, pois 
esta condição é geralmente sinal de gravidade, quanto a confusão cerebral. 
 No que se refere à cor do rosto, a vítima de ataque pode apresentar 
palidez intensa ou acentuada vermelhidão e ainda uma pele de tons azulados. A 
palidez sugere, quase sempre, um estado de choque. A vermelhidão é sintoma 
certo de afecções devidas a elevação da pressão sangüínea, como na apoplexia, 
ou ainda na insolação. Uma pele azulada pode indicar obstrução respiratória, em 
casos de engasgos, afogamentos, gases tóxicos. Pode também sugerir uma 
emergência cardíaca, como trombose coronária. 
 As veias do pescoço quase sempre mostram-se volumosas. Bom auxílio 
na determinação da causa é obtido da respiração e da pulsação. 
 Respiração – pode ser rápida e superficial quando há choque; arquejante 
e estertorosa nas obstruções respiratórias e afeções do coração; irregular nas 
lesões do pulmão na apoplexia e no coma diabético profundo. 
 Pulsação – em casos de choque encontra-se (muito fraco) e muito rápida; 
nas tromboses, choque profundo e hemorragia grave, é irregular ou imperceptível. 
 
 
 
53 
9.2 VERTIGEM, DESMAIO E SÍNCOPE: 
 
 vertigem é a súbita e momentânea supressão da atividade orgânica, com 
perturbação circulatória. Quando evolui até a perda da consciência, toma o nome 
de desmaio ou síncope. 
 
9.2.1 Causas: 
 
 Quase sempre resulta de excitação mental, choque emocional, medo, 
calor excessivo, etc. Pode também resultar de uma série de afeções, como, 
estados anêmicos, início de certas doenças contagiosas, menopausa e outras. 
 Sintomas: Fraqueza, tonturas, palidez, zumbido nos ouvidos, suores frios, 
ânsias, pulso e respiração fracos, perda de consciência. 
 Tratamento: A posição ideal é deitar a vítima de costas, deixar a cabeça 
em nível mais baixo. 
 Condutas a serem seguidas: 
 Colocar o paciente na posição indicada; 
 Desapertar-lhe a roupa; 
 Proporcionar ao paciente um local arejado; 
 Quando o paciente voltar a si, dar-lhe algum estimulante: café ou chá quentes 
(o frio causa choque térmico). 
Entretanto, se a perturbação evoluir até a síncope, além dos cuidados já 
mencionados, convêm ao socorrista seguir os seguintes passos: 
 Aplicar compressas frias na testa e faces da vítima; 
 Fazê-lo aspirar de leve um pouco de vapor de amônia ou vinagre; 
 Se o paciente continuar desacordado, chamar um médico; 
 Aplicar-lhe uma injeção de cafeína. 
No ataque agudo de vertigem, o paciente queixa-se do contínuo estado 
de desequilíbrio, oscilação, ou vaga sensação de movimentos do ambiente. 
A diferença que há entre desmaio e síncope, é apenas quantitativa, ou 
seja, a síncope é mais nítida, caracterizando-se por uma fraqueza generalizada 
dos músculos, como incapacidade para permanecer ereto, uma perturbação da 
consciência. 
 
 
54 
Já o desmaio, refere-se a perda de força, com uma sensação de 
desfalecimento eminente, isto é, vem a ser uma síncope incompleta. 
O paciente é assaltado por tonturas, o assoalho parece mover-se, e os 
objetos em torno começam a oscilar. Seus sentidos tornam-se confusos, ele 
boceja ou abre muito a boca, surgem manchas diste de seus olhos, ou a visão 
pode escurecer, e seus ouvidos podem zumbir. A náusea e ocasionalmente o 
vômito acompanham estes sintomas. Se o paciente puder deitar-se rapidamente, 
o ataque pode ser evitado. 
 O que é mais visível, mesmo no início da crise, é uma palidez 
súbita ou cor acinzentada da face e, com freqüência, a face e o corpo estão 
banhados por transpiração fria. 
 
9.3 COMA DIABÉTICO: 
 
 Origina-se de uma deficiência de insulina no organismo do paciente, que 
sofre de diabetes, em forma já avançada. Desde que lhe falte a dose costumeira 
de insulina ou de que se tenha descuidado do regime prescrito. 
 O outro tipo de ataque a que estão sujeitos, os diabéticos é o coma 
insulínico, que resulta de um excesso de insulina no organismo, conseqüente a 
uma dose excessiva ou alimentação pobre em carboidratos. É o coma insulínico 
ou hipoglicemia. 
 Sintomas: O paciente apresenta face enrubescida, pele muito seca e os 
lábios de um vermelho – vivo. A temperatura é surpreendentemente baixa. 
Embora o paciente á primeira vista, pareça ter febre. 
 Quase sempre o coma diabético é precedido de todos os sintomas 
característicos do estado diabético grave: sede intensa, micção freqüente e 
apetite excessivo. Após o que segue-se perda de apetite, fraqueza, crescente 
sonolência, culminando em inconsciência. 
 Tratamento: Somente uma dose adequada de insulina pode corrigir a 
acidose. 
 Medidas a serem adotadas: 
 Colocar o paciente em posição semi-reclinada; 
 Desapertar-lhe as roupas; 
 Manter o paciente aquecido; 
 
 
55 
 O paciente pode vomitar; se estiver em estado de sonolência voltar-lhe 
a cabeça para um dos lados; 
 Tomar medidas que evitam a queda da língua para trás e 
consequentemente obstrução das vias respiratórias; 
 Iniciar imediatamente a administração por via oral de uma solução 
salina, que pode ser sal de cozinha ou bicarbonato de sódio, na 
proporção de uma colher das de chá para um copo de água. Estas 
soluções podem ser dadas em boa quantidade de dois litros ou mais. 
 
9.4 COMA INSULÍNICO: 
 
Deve-se o coma insulínico a diminuição da taxa de açúcar no sangue em 
resultado de uma quantidade excessiva de insulina. É, portanto exatamente o 
oposto do coma diabético. 
Sintomas: Uma acentuada palidez de tom acizentado pele úmida e 
viscosa. O paciente cobre-se de suores, seu pulso é rápido, mas a respiração é 
lenta. 
Tratamento: Prevenindo possíveis complicações, deve-se chamar 
imediatamente um médico. No entanto, o que o paciente necessita com urgência 
é de açúcar, que pode ser-lhe proporcionado pelo socorrista, sob diversas 
formas: 
 Suco de laranja saturado de açúcar; 
 Colocar um torrão de açúcar sob a língua da vítima; 
 Apesar de todas estas medidas, que se podem revelar insuficientes, 
chamar um médico. 
 
9.5 ATAQUES CONVULSIVOS: 
 
Embora apresentem um aspecto aterrador, as convulsões nem sempre 
têm prognóstico de gravidade, uma vez que em si raramente conduzem à morte. 
Afastado seu caráter alarmante não oferecem dificuldades ao socorrista. Há 
apenas uma exceção: a eclampsia da gravidez, que muitas vezes conduz a 
morte. 
 
 
56 
Causas: O ataque convulsivo é em geral sintoma de alguma outra 
afecção, quase sempre de natureza cerebral, por exemplo: Epilepsia. 
Todavia, muitas outras afeções podem dar origem a um ataque dessa 
natureza: febre alta, início de algumas doenças infecciosas, súbita mudança de 
química orgânica, acidentes envolvendo lesões cranianas, excitação e tensão 
mental em crianças e adultos de constituição nervosa, embaraços intestinais, etc. 
O perigo nas convulsões: Quase nunca as convulsões são perigosas, 
porem pode acarretar uma série de situações perigosas para os que estão 
sujeitos a estes ataques. O paciente pode cair de um veículo, acidentar-se numa 
engrenagem de máquina ou cair sobre um fogão aceso e outros perigos 
semelhantes. 
Convulsões em crianças: Causas – perturbações intestinais e estomacais, 
febre alta, vermes, epilepsia e tensões psicológicas exageradas (angústia, 
frustrações). 
 Sintomas: 
 O ataque é súbito:

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