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APOSTILA DE GESSO

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GESSO
5.1.	definição
A norma DIN 1168 define gesso de construção como todo gesso cozido que convém para trabalhos de construção.
É obtido por eliminação parcial ou total da água de cristalização contida no minério natural chamado gipso (sulfato de cálcio dihidratado).
A variedade de gipso com maior importância econômica é a gipsita, geralmente encontrada sob a forma de material compacto, de granulação fina a média. Outras variedades do gipso são o alabastro, a selenita e o espato cetim. Existe também a anidrita que é um sulfato de cálcio natural sem água de cristalização.
É um aglomerante aéreo (endurece pela ação química do CO2 do ar), obtido pela desidratação total ou parcial da Gipsita – aglomerante já utilizado pela humanidade há mais de 4.500 anos, no Egito.
A Gipsita é o sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com 2 moléculas de água. Sua fórmula química é CASO4 . 2H2O e suas impurezas – que, no máximo, indicam 6% - são o silício (SiO2), a alumina (Al2O3), o óxido de ferro (Fe2O3), o carbonato de cálcio (CaCO3), a cal (CaO), o anidrito sulfúrico (SO3) e o anidrido carbônico (CO2) .
 desidratação da gipsita
Em sua forma mais pura, o gipso é branco e ocorre em camadas estratificadas de origem marinha. A maioria dos depósitos de gipso ocorre junto aos do mineral anidrita, sugerindo uma possível transformação de uma forma para a outra após a deposição.
No Brasil, a Gipsita é encontrada em jazidas no Norte e Nordeste, cujas reservas são calculadas em 407 milhões de toneladas. Sua desidratação é feita através do cozimento industrial (fornos), nas seguintes etapas : 
As pedras de gipsita, depois da britagem e trituração, são queimadas na temperatura entre 130 e 160ºC, realizadas com pressão atmosférica ordinária. Nessa temperatura, a gipsita perde ¾ partes de sua água, passando de diidrato para hemidrato, que é mais solúvel que o diidrato (o hemidrato apresenta-se como sólido micro poroso mal cristalizado, conhecido como hemidrato (B), utilizado na construção civil) . 
 CaSO4 . 2H2O + calor ( (CaSO4 . ½ H2O) + 1,5 H2O
	
	Esse gesso hemidrato é conhecido como gesso rápido (quanto à pega), gesso estuque ou gesso Paris e endurece entre 15 e 20 minutos, apresentando uma dilatação linear de 0,3% e, após seu endurecimento, este retrai bem menos do que sua dilatação inicial, sendo, portanto, muito usado em moldagem;
 b) A partir de 250ºC, o gesso torna-se anidro (sem água) e o resultado é a formação de anidrita solúvel, ávida por água, e que, rapidamente, na presença desta, transforma-se em hemidrato;
 
CaSO4 . 2H2O + calor ( CaSO4 + 2H2O)
c) Entre 400 e 600ºC, a anidrita torna-se insolúvel e não é mais capaz de fazer pega, transformando-se num material inerte, participando do conjunto como material de enchimento .
 
 d) Entre 900 e 1200ºC, o gesso sofre a separação do SO3 e da CaO, formando um produto de pega lenta (pega entre 12 e 14 horas) chamado de gesso de pavimentação, gesso hidráulico .
 Observações : 
Os hemidratos (CaSO4 . ½ H2O) e os anidros solúveis (CaSO4), colocados em presença da água em temperatura ordinária, reconstituem rapidamente o sulfato diidratado (CaSO4 . 2H2O) original.
Essa combinação forma uma malha fina cristalizada de “agulhas longas” interprenetadas, responsável pela coesão do conjunto ;
�
�
Os hemidratos tratados em autoclaves com temperatura entre 130 e 160ºC e pressão de 100 Kpa sofrem dissolução e recristalização em meio líquido ( hemidrato ; (() ( gesso de dentista ;
O gesso mais utilizado na construção civil é o hemidratado : gesso Paris ;
A Gipsita apresenta, entre os aglomerantes, o mais baixo consumo de energia para sua produção (temperatura em média de 300ºC) ; o clínquer precisa de 1450ºC ; a cal, 800 a 1000ºC .
 propriedades do gesso
5.3.1. No estado em que se encontra normalmente no mercado (hemidratado), as características do gesso são :
massa específica aparente = 0,5 a 0,8 kg. / dm3 ;
 massa específica real = 2,6 kg. / dm3 .
Pega : O gesso misturado com a água – conforme já foi visto anteriormente – começa a endurecer, em razão da formação de uma malha de cristais e, depois do início da pega, ele continua a endurecer como os demais aglomerantes.
A velocidade de endurecimento do gesso depende de:
Temperatura e tempo de calcinação ;
Fissura de suas partículas ;
Quantidade de água no amassamento ; 
Presença de impurezas ou uso de aditivos .
Sobre estes itens, pode-se afirmar :
Os gessos hemidratados (CaSO4 . ½ H2O) dão pega em poucos minutos, mas os gessos anidro solúveis podem ter pega tão lenta quanto se desejar. Os anidros insolúveis não dão pega e a finura dos grãos é responsável pela aceleração da pega, em função da maior superfície específica disponível para hidratação.
A quantidade d’água funciona negativamente no fenômeno de pega, pois quanto mais água, mais lenta se dá a pega e o endurecimento.
A quantidade ótima de água a ser utilizada no gesso é, normalmente, em torno de 19% de massa do mesmo .
A presença de impurezas diminui muito a velocidade de pega. Mas existem aditivos que podem acelerar ou retardar essa pega do gesso. Como retardador de pega, podem ser misturados ao gesso :
Açúcar / álcool / cola / serragem fina de madeira / sangue
e outros produtos de matadouros (chifres e cascos), na
proporção de 0,1% da massa de gesso.
Tais produtos retardam a pega, pois formam membranas protetoras entre os grãos, isolando-os.
	Como aceleradores de pega, podem-se utilizar no gesso :
Sal de cozinha / alúmen (silicato duplo de alumínio e potássio) /
sulfatos de alumínio e potássio e o próprio gesso hidratado .
Resistências mecânicas :
As pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem resistências à tração de 7 a 35 kgf/cm2 e a compressão entre 50 e 150 kgf/cm2.
As argamassas, devido ao uso de areias, diminuem esses totais.
5.3.3.1 Tração no Gesso (determinação) :
São 6 corpos de prova com (4 x 4 x 16 cm.) utilizados na flexão, com carga pontual (P) em seu centro. Com os resultados obtidos, tira-se a média aritmética, sendo que cada resultado deve obedecer o limite de 15% (para mais ou menos, em relação a sua média).
Só é permitido que, no máximo, 2 resultados estejam fora dessa média. Caso existam mais, deve-se repetir o ensaio. 
Exemplos :
Um corpo de prova prismático de gesso de 40 x 40 x 160 mm., submetido a um ensaio de flexotração, rompe quando a carga alcança 180 kg. Calcule a resistência à tração desse corpo de gesso. 
 Dado : apoios afastados = 10 cm.
 ou
						
Deseja-se determinar a resistência à tração de um gesso. Os resultados dos testes em corpos de prova 4 x 4 x 16 são os seguintes em kgf / cm 2 :
	CORPO DE PROVA
	TRAÇÃO
	Nº 1
	31
	Nº 2
	35
	Nº 3
	25
	Nº 4
	30
	Nº 5
	32
	Nº 6
	34
								
15% da média = 4,66 kgf / cm2 ( limites compreendidos ( 26,44 kgf / cm2 e 35,76 kgf / cm2 ;
o corpo de prova nº 3 não atende ao limite de 15%. Portanto, deverá ser eliminado. Então, a nova resistência média é :
3. No teste de tração de uma escaiola (gesso com 80% de seu peso hemidratado), utilizaram-se 6 corpos de prova prismáticos 4 x 4 x 16 cm., com apoios afastados 10,67 cm. Esses corpos romperam com aplicação dos cargas de 160, 164, 176, 164, 144 e 104 kgf. Calcule a resistência à tração desse gesso.
	
 
 
 
				 Da resistência dos materiais: 
 									
			
						 mas 
Calculando cada resistência à tração para cada carga P, temos :
				 Intervalo do desvio-padrão :15% de 38 kgf / cm2 = 5,70 kgf / cm2
				 Intervalo compreendido entre 44,70 e 32,3 kgf / cm2.
				 Então, o corpo de prova nº 6 = 23 kgf / cm2 está fora 
 da média.
 Nova média :
5.3.4. Aderência :
 	As pastas e argamassas de gesso aderem bem a tijolos, pedras, ferro e aderem mal à superfícies de madeira.
	A aderência gesso-ferro é boa, mas pode ocasionar a oxidação do ferro. Não se deve fazer gesso-armado como cimento-armado, argamassa armada ou concreto. Mas pode-se utilizar armação de ferro galvanizado com o gesso.
Observação : O gesso, devido a sua fácil solubilidade, não deve ser utilizado no exterior. 
5.3.5. Isolamento :
As pastas e argamassas de gesso são bons isolantes térmicos, acústicos. Conferem boa resistência ao fogo pois, tendo sua água evaporada, reduz-se a pó.
Ex.: Uma estrutura, recoberta com gesso com 3 cm. de espessura, resiste até 45 minutos a fogo de 1000ºC devido ao gesso.
Observações : 
O isolamento térmico e acústico do gesso equivale ao da madeira ou tijolo cerâmico ;
Norma ASTM C-26-33 para o Gesso – Características :
 Tração : 14 kgf / cm2 = 1,4 Mpa ;
 Compressão : 70 kgf / cm2 = 7 Mpa ;
 Tempo de pega sem retardo (sem aditivo) : 10 a 40 minutos ;
 Tempo de pega com retardo (com aditivo) : 40 minutos a 6 horas ;
 Não deixa nenhum resíduo na peneira de 1,41 mm. ;
 Na peneira (100) de 0,15 mm., 45 a 75% do gesso passa pela mesma .
O gesso destinado a cobrir paredes (emboço ou reboco) deve ter sua plasticidade aumentada, adicionando-se argila ou cal hidratada.
fabricação do gesso
O gesso pode ser fabricado em fornos chamados de marmita e também de fornos rotativos (mais utilizados) :
No forno de marmita, a gipsita pulverizada é aquecida dentro de um grande recipiente (10 a 20 toneladas), onde o material é aquecido e agitado por fogo indireto. Entre 130 e 160ºC, a umidade superficial é eliminada, ocorrendo a desidratação da gipsita. Essa água é eliminada em forma de vapor, com uma agitação violenta, que assemelha-se à fervura. Após terminar esse ciclo, o gesso que é hemidratado entra em repouso (1º cozedura) . 
Dando-se continuidade ao processo, eleva-se a temperatura a 250ºC, eliminando o restante de água de hidratação e observando-se nova fervura nesse 2º cozimento. Nesse 2º ciclo, tem-se o gesso anidro solúvel, que possui pega mais rápida.
No forno rotativo : Usa um processo mais econômico para calcinação do gesso. São fornos sem revestimentos refratários, que produzem 100 toneladas por dia de gesso. Nesse caso, a gipsita não é previamente pulverizada, sendo apenas britada em fragmentos de 1 ou 2” . 
, embora aquecidos a temperatura de 200 a 300ºC, possuem sua parte central não totalmente desidratada, o que obriga, após o cozimento, a permanência do gesso em silos durante um período de 36 horas, para que a temperatura se uniformize, completando-se assim a calcinação.
 Observação : Se as condições nos fornos fossem idênticas em todos os seus pontos, o rendimento de operação seria de 100% e todo o gesso diidratado (gipsita) passaria a hemidratado. No entanto, na prática, isto naõ ocorre e, por isso, tem-se sempre uma certa proporção de não cozidos (diidratados), bem como anidrita na forma solúvel e insolúvel, dependendo das temperaturas em alguns pontos do forno.
	Mesmo assim, esses pedaços de gesso diidratados e anidros, devido à distribuição desigual dos fornos, reagem entre si como :
	3CaSO4 + CASO4 . 2H2O ( 4CaSO4 . ½ H2O + 5.230 calorias 
	Portanto, qualquer gesso comercial possui sempre percentual de hemidratado e, em menores percentuais, os gessos diidratados e anidros em suas 2 formas: solúvel e insolúvel. 
	Quanto maior o percentual de hemidratado, maior será o poder aglomerante do gesso.
cimento keene
É uma variedade de gesso de acabamento, produzido pela calcinação dupla da gipsita muito pura.
	Após a 1ª cozedura em temperatura elevada, o sulfato anidro resultante é imerso em uma solução de alúmen 10% (sulfato duplo de alumínio e potássio)e depois sofre uma 2ª cozedura entre 600 e 700ºC. Após a 2ª cozedura, o cimento obtido é pulverizado num moinho de bolas, formando um pó branco com resíduos de, no máximo, 10% na peneira (100) de 0,15 mm., com tempo de pega e resistência mecânica próximos do cimento Portland, assemelhando-se muito ao cimento Portland branco. 
Com esse cimento Keene, pode-se imitar pedras naturais (mármore) e formar mármore artificial, misturando-se o cimento + mica + pó de mármore. 
	Em revestimentos, o cimento Keene possui grande vantagem, pois seu endurecimento lento e uniforme possibilita ao estucador bastante tempo para efetuar os retoques finais necessários, o que não se consegue com o gesso hemidratado (gesso Paris).
 classificação comercial dos gessos hemidratados
Gesso Escaiola : gesso com 80% de peso hemidratado, de cor branca, com finura adequada quando moído ;
Gesso Branco : 66% de peso hemidratado, de cor branca e também com finura adequada quando moído ;
Gesso Negro : 55% de peso hemidratado, de cor cinza devido às impurezas e com granulometria menor do que o gesso Escaiola ou Branco .
algumas marcas de gesso no mercado
Calmina
Elefante
Tamoyo
Alfa 
Mossoró A 
Mossoró B 
OuroBranco etc.
aplicações do gesso na construção civil
Revestimentos e Decoração de interiores : 
O material é muito bom para esse tipo de serviço, aplicado como pasta (gesso com água) ou misturado com areia (argamassa) .
		No Brasil, o custo do gesso é alto e os revestimentos utilizados são com argamassas de cal, areia e cimento ou argamassas industrializadas.
Aplicação: Gesso acartonado
1• As chapas de grandes dimensões finas de gesso revestidas externamente por duas lâminas de papel, são denominadas comercialmente no Brasil de dry wall.
O papel kraft que reveste serve de reforço para os esforços de tração, o que permite o
manuseio seguro de chapas de grandes dimensões e confere resistência a esforços de uso. Os produtos têm alta produtividade na montagem e permitem a execução de serviço com um baixo consumo de material.
Combinando papel e gesso, o produto é sensível a ambientes úmidos, podendo apresentar degradação total ou biodeterioração da superfície. Para aplicação em ambientes úmidos recebe tratamento com hidrofugante.
Ornamentos, Painéis para paredes e forros : 
Como chapas (plaster-board), tanto para revestir as paredes (divisórias) ou tetos, o gesso é utilizado envolvido com cartão, formando um verdadeiro sanduíche. 
É bom isolante térmico, fácil de cortar, perfurar, pregar e aparafusar. 
As placas de gesso utilizadas para interiores não podem ter função estrutural. 
No Brasil, são fabricadas chapas de 10 a 15 mm. de espessura, com resistência respectivamente de 8,5 kgf / cm2 e 13 kgf / cm2 . 
Observações : 
Nos dias atuais, cresce a aplicação interna, na construção civil, do gesso acartonado, substituindo as alvenarias de vedação. Até casas utilizando novo sistema de estrutura com perfil leve metálico (Steel Frame) e madeira (Wood Frame) estão sendo fabricadas, com paredes utilizando o gesso acartonado, possibilitando economia quanto à redução de peso da obra.
Esse gesso acartonado permite ondulações, cortes fáceis para todo tipo de instalação e menos entulho na obra, com menor perda de material .
Também estão sendo fabricados tetos removíveis de gesso com película de PVC, que possibilitam a utilização dessas placas até em locais úmidos, como cozinhas Industriais.
Para locais úmidos (banheiros), já existem placas de gesso com tratamento interno com silicone, que as deixam imune à umidade. 
As placas de gesso podem utilizar pasta de gessoacrescida de fibras naturais (celulose) ou artificiais, como fibras de vidro, para produzirem placas com fins estruturais.
5.9. fosfogesso (gesso químico originário da Indústria)
	A indústria de fertilizante – concentrada na região Sul e Sudeste do Brasil – produz diariamente um subproduto (10.000 toneladas / diárias) conhecido como fosfogesso, resultante da produção do ácido fosfórico para aquela indústria.
	Como o gesso brasileiro é relativamente de alto custo, devido às distâncias de suas jazidas (Norte e Nordeste), existem estudos no sentido da produção de gesso a partir do fosfogesso das indústrias do Sul (subproduto). 
Observação : Resíduo ( refere-se a material acumulado sem destinação;
 Subproduto ( refere-se a material acumulado com aplicação qualificada.
Em novembro de 1988, o Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo (IPT / SP) apresentou, através de sua Divisão de Edificações – no livro “Tecnologia de Edificações” - , análise dos gessos nacionais (Brasil) como material de construção – através dos pesquisadores Maria Alba Cincotto, Vahan Agopyan e Maria Cecília Florindo, cujas conclusões foram: 
Nos países desenvolvidos existem diversos tipos de gessos comercializados, enquanto no Brasil existe à disposição um único tipo (hemidratado) ;
Apesar disso, esse gesso – aqui produzido sem aditivos – possuem suas propriedades satisfatórias, quando comparadas com os gessos comuns especificados no exterior ;
Após análise das características de 15 amostras brasileiras, o gesso brasileiro apresenta, em média :
- Início de pega : entre 3 e 17 minutos ;
- Fim de pega : entre 5 e 25 minutos ;
- Resistência à tração na flexão : variando de 4 a 11 Mpa ;
- Resistência à compressão : variando de 9 a 30 Mpa ;
- Dureza : variando de 13 a 55 Mpa (ensaio baseado na profundidade de impressão produzida no c.p. de gesso por uma esfera metálica de Ø = 10 mm. sob carga de 200 N). 
PATOLOGIAS
6.1 Patologia por movimentação higrotérmica
Placas finas de gesso apresentam elevada movimentação higrotérmica, pois são permeáveis ao vapor de água e possuem baixa inércia térmica, entrando em equilíbrio com o ambiente muito antes do restante da estrutura do edifício. Com isso, a freqüência e a amplitude da movimentação higrotérmica de paredes e forros de gesso são superiores às da estrutura do edifício.
Soluções:
1• Em forros de placas moldadas: total dessolidarização das paredes e a introdução de juntas periódicas.
2• Em gesso acartonado: fixação da estrutura de madeira ou metal e a existência de uma junta elástica entre placas.
6.2 Patologia no revestimento em gesso
1• A umidade é prejudicial ao gesso dada a solubilidade da gipsita. Pela ação de ciclos úmido-seco do ambiente, a gipsita da superfície se dissolve e precipita continuamente, mas os cristais apenas se depositam sobre a superfície e não têm o mesmo imbricamento da primeira formação. 
A superfície torna-se pulverulenta.
2• Os aditivos orgânicos empregados para controle da pega apresentam o inconveniente de alimentar o crescimento de fungos de difícil eliminação. Os aditivos minerais empregados em excesso podem ser trazidos para a superfície na evaporação da água de amassamento ou na secagem após a absorção de umidade e formar eflorescências.
3• O gesso de construção, particularmente quando exposto a umidades elevadas, provoca a corrosão do aço. Todos os componentes de aço em contato com o gesso devem ser protegidos contra a corrosão, através, por exemplo, de galvanização.
4• Artefatos ou revestimentos de gesso apresentam uma superfície muito lisa, quase polida, às vezes pulverulenta, o que não permite boa aderência de pinturas de emulsão. 
A película se forma, mas descola com facilidade (“peeling”). Necessitam, por isso, da aplicação de fundo preparador na superfície.
7. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
7.1 - Sulfatos que podem compor o gesso de construção:
• sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4 .1/2H2O, ou hemidrato-_);
(É a fase presente em maior teor).
• Anidrita I, de fórmula CaSO4 (Fases de pega e endurecimento lentos, contribuindo para a dureza e tenacidade do produto final).
• anidrita insolúvel ou Anidrita II (de fórmula CaSO4), formada acima de 250oC ;
(Anidrita supercalcinada; reage lentamente com a água, podendo levar sete dias
para se hidratar completamente).
• gipsita: sulfato de cálcio dihidratado (de fórmula CaSO4 .2H2O)
Está presente no produto, por tempo de calcinação insuficiente ou por moagem
grossa da matéria prima. Age como um acelerador de reação (acelerador de pega).
• aditivos retardadores do tempo de pega.
Nota: As propriedades do gesso dependem do teor relativo desses constituintes.
7.2 - PRODUÇÃO DO GESSO DE CONSTRUÇÃO
1• Extração do minério, realizada em geral a céu aberto.
2• Britagem e moagem grossa.
3• Estocagem com homogeneização.
4• Secagem da matéria prima pois a umidade pode chegar a 10%.
5• Calcinação, moagem fina e ensilagem.
6• A calcinação pode consistir de um único forno, cujo produto é o hemidrato puro ou contendo também gipsita ou anidrita, ou de dois fornos que produzem hemidrato e anidrita, em separado.
7• Moagem e seleção em frações granulométricas de acordo com a utilização: em construção (préfabricação, revestimentos) e moldagem (arte, indústria).
8• Etapa final (não praticada no País): mistura e homogeneização dos diferentes sulfatos e dos aditivos, em função da aplicação.
7.2.1 - Produção nacional
• A calcinação é feita em forno rotativo ou fornos tipo panela e marmita
• O armazenamento em silos promove homogeneização e estabilização favorável à sua qualidade.
• A estabilização é hidratação da anidrita ao hemidrato; ela se dá após 12 horas de
armazenamento do produto em atmosfera de 80% de UR; uma fração dessa fase pode estar presente no gesso por ocasião do consumo.
• Ensacado, deve ser protegido de umidade, pois o gesso hidrata-se com facilidade, regenerando o dihidrato que age como acelerador de pega.
7.3 - Matéria Prima
Além do gipso, o gesso pode ainda ser obtido como subproduto da indústria de
fertilizantes (fosfogesso ou gesso químico) pela solubilização de rochas fosfáticas por ácidos clorídrico, nítrico ou sulfúrico. Conforme equação abaixo:
Ca3 (PO4 )2 + 3 H2 SO4 + 6 H2O _ 3 CaSO4 .2H2 O + 2 H3PO4
Ou também como subproduto da produção de ácido fluorídrico, segundo a equação de reação:
CaF2 + H2SO4 _ CaSO4 + 2 HF
• Etapa 4: diminuição da velocidade de reação; depois de a curva passar por um máximo, a velocidade decresce progressivamente, observando-se o fim da hidratação. O crescimento dos cristais nessa etapa vai influenciar diretamente as propriedades mecânicas.
Início e fim de pega
1 - O consumo da água de amassamento pela formação da gipsita hidratada aumenta a consistência da pasta dando início à pega.
2 - Os cristais formados ao redor de núcleos ficam progressivamente mais próximos e se aglomeram, aumentando a viscosidade aparente da pasta.
3 - O prosseguimento da hidratação leva à formação de um sólido contínuo com porosidade progressivamente menor e resistência progressivamente maior (fim de pega).
4 - A pega e o endurecimento são afetados por diferentes fatores, principalmente: finura e forma dos grãos, relação a/g, temperatura da água, velocidade e tempo de mistura e aditivos.
7.5 - Influência da temperatura no início e fim de pega de pastas de gesso (Fig.5).
7.6 -Propriedades físicas do pó
1 – Granulometria:
Determinada em amostra seca, por peneiramento na série padrão de peneiras (0,840 mm, 0,420 mm, 0,210 mm, 0,105 mm), sob água corrente. A massa retida em cada peneira é determinada após secagem em estufa a 110°C.
2 - Densidade de massa aparente (massa unitária):
Determinada em recipiente com capacidade de (1.000 ± 20) cm3; recebe o gesso vertido através de umfunil cônico, de 15 cm de altura, colocado sobre um tripé, contendo uma peneira de 2,0 mm de abertura, e ajustado na metade da altura do funil (Figura 6).
Fig. 6 - Funil utilizado para ensaio de
densidade de massa aparente de gesso.
7.7 - Propriedades da pasta
7.7.1 - Consistência normal
Determinada com o aparelho de Vicat modificado (Figura 7): a haste está acoplada a uma sonda de alumínio cônica, pesando ambos 35 g; a sonda é protegida com uma ponteira de aço inox. A fim de evitar a pega rápida do gesso, adiciona-se citrato de sódio p.a. à água (20 g/l). A penetração da agulha deve ser de (30 ± 2) mm.
Aparelho de Vicat modificado - para
determinação da consistência da pasta
(NBR 12128).
7.7.2 Tempo de pega (NBR 12128):
É determinado com a pasta na consistência normal, sem o retardador, em aparelho de Vicat provido de haste de (300 ± 0,5) g e de agulha com diâmetro de (1,13 ± 0,02) mm. O início de pega é considerado quando a agulha estaciona a 1 mm da base, e o final, quando a agulha não mais penetra na pasta, deixando uma leve impressão.
O gesso misturado com a água começa a endurecer em razão da formação de uma malha imbricada de finos cristais de sulfato hidratado. Depois da pega, o gesso, tal como os outros materiais aglomerantes, continua a endurecer, ganhando resistência, num processo que pode durar semanas.
O tempo de pega para o gesso de paris é de 15 a 20 minutos.
A quantidade de água necessária para a hidratação é de 50 a 70%. A temperatura da água funciona diretamente como acelerador e sua quantidade como retardador
O gesso de paris, se totalmente puro, iniciaria a pega entre 2 e 5 minutos, tornando-o
virtualmente inútil como material de construção, pois endurece antes que possa ser trabalhado. Mas, a presença de impurezas, que naturalmente ocorre na gipsita original, diminui muito a velocidade de endurecimento. Pode-se também influir no tempo de pega utilizando-se aditivos apropriados (ver adiante).
7.7.3 Influência da relação água/gesso (g/g) no tempo de pega pela
 agulha de Vicat.
(140ºC)
 gesso hemidrato	
anidro insolúvel
 (600ºC)
Da resist. dos materiais – no ensaio da flexotração, a resistência à tração é : � EMBED Equation.3 ���, onde :
 P = 180 kg. ;
 L = afastamento dos apoios ;
 a e b = dimensões laterais do corpo .
180 kgf
160 mm
 40
 40
10cm.
� EMBED Equation.3 ���
� EMBED Equation.3 ���
(média) X =31,10Kgf / cm2
� EMBED Equation.3 ���
 X =
� EMBED Equation.3 ���
que é a resistência à tração pedida .
 P
 40
 40
 10,67cm.
 160 mm.
� EMBED Equation.3 ���
P = 160 / 164 / 176 /
 164 / 144 / 104 kgf / cm2
� EMBED Equation.3 ���
� EMBED Equation.3 ���
 
 (média) X
� EMBED Equation.3 ���
 
 X =
� EMBED Equation.3 ���
que é a resistência à tração desse gesso = 4,04 Mpa
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_1081799466.unknown
_1085863397.unknown
_1085863901.unknown
_1085863342.unknown
_1081785685.unknown
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_1081785264.unknown
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