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Resumo FEB, aulas 01 ate 14

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Revisão Formação Econômica Brasileira (Aula 01 até 14)
AULA 01
Empresa Colonial consistia em transformar a colônia em produtora de especiarias, que não podia se obter na Europa, devido ao clima. Toda a produção colonial estava destinada a metrópole. A empresa colonial iniciou com a introdução da monocultura do açúcar no nordeste pelo portugueses.
O descobrimento do Brasil foi uma etapa da conquista do Oceano Atlântico, fazendo parte do grande movimento expansivo deflagrado pelas Grandes Navegações. A partir do século XV, o Mediterrâneo perdeu a centralidade no comércio mundial, que se deslocou para o Oceano Atlântico.
A consolidação de Portugal como Estado Nacional moderno ocorreu no século XVI. O governo lusitano financiou as grandes navegações, conquistando novos territórios e submetendo-os ao Pacto Colonial.
O Pacto Colonial era o conjunto de relações econômicas e políticas que subordinavam a colônia à metrópole. No plano político, a dominação era exercida por meio da presença de autoridades civis nomeadas pela metrópole e cujo desempenho era assegurado pela ocupação militar. No campo econômico, significava uma série de obrigações de compra e venda da colônia para com a metrópole.
A ocupação do Brasil no período colonial (1500 - 1822) está intimamente ligada à expansão comercial e colonial européia.
Portugal enfrentou dificuldades para defender seu território brasileiro. Como não tinha recursos o suficiente, precisou implantar uma atividade muito lucrativa para financiar a defesa da própria colônia, além de permitir a transferência de lucros mercantis para a metrópole. Assim introduziu o cultivo de um produto tropical, a cana-de-açúcar, que já vinha explorando em ilhas do Atlântico Sul e era um produto que contava com um mercado em expansão na Europa.
O sentido da colonização era cultivar produtos tropicais de forma lucrativa para o comércio europeu, de modo a não competir com as culturas de clima temperado existentes na Europa. os produtos seriam tropicais porque a produção colonial deveria ser complementar, e nunca competitiva, à produção européia.
Três elementos principais que asseguravam os baixos custos de produção:
O Latifúndio: necessário para permitir o crescimento extensivo da produção, uma vez a atividade não se expandia com base no aumento da produtividade, mas sim no uso extensivo de terra. A grande propriedade era, além disso, importante para atrair colonos portugueses, que viam a colônia como uma possibilidade de enriquecimento, mas não como local para se estabelecer definitivamente, como nas colônias de povoamento;
A Monocultura: como a empresa colonial agrícola visava à lucratividade comercial, era mais interessante para o colonizador mobilizar recursos para o produto a ser exportado do que diversificar a produção considerando o mercado interno praticamente inexistente , dada a baixa circulação de dinheiro na economia colonial.
O trabalho escravo: a dificuldade de acesso à mão-de-obra barata diante da necessidade de conter custos de produção levou à introdução da escravidão na colônia, ainda que estive em vias de desaparecimento na Europa.
O sucesso da empresa colonial agrícola implantada no nordeste no século XVI está relacionada à introdução da cultura da cana-de-açúcar, especiaria cultivada em clima tropical que contava com grande mercado consumidor na Europa. Ela permitiu associar a experiência de cultivo da cana nas ilhas das Atlântico Sul à utilização de mão-de-obra escrava nas colônias africanas , e ao uso de terras férteis da costa do nordeste brasileiro.
A parceria com os holandeses terminou com a anexação de Portugal pela Espanha (1580-1640). Lutando contra a Espanha, que não reconheceu sua independência, a Holanda resistiu à perda do negócio do açúcar e invadiu o Brasil em 1630, estabelecendo-se no Nordeste. A expulsão dos holandeses, em 1654, trouxe conseqüências econômicas graves e duradouras, já que, com os conhecimentos adquiridos na cultura da cana, eles estabeleceram um empreendimento concorrente nas Antilhas, acabando com o monopólio na oferta do produto pelos colonos do Nordeste brasileiro.
A partir de meados do século XVII, com o declínio do preço da cana no mercado externo –devido ao aumento da oferta, com a produção antilhana –, a economia canavieira deixou de ser lucrativa. Os baixos custos operacionais permitiram apenas manter o negócio,
mas não ampliá-lo. A crise da economia canavieira não foi superada. Até que a
mineração substituísse a cultura de cana-de-açúcar como principal fonte de renda de exportações, no século XVIII, a Colônia enfrentou uma crise provocada pela queda dos preços da cana, enfraquecendo a economia da metrópole. Essa incapacidade de superação da crise da economia canavieira esteve relacionada à forma como circulavam a renda gerada pela atividade canavieira. A lucratividade do negócio estava na comercialização, e não na produção da cana. O comércio (e o transporte) da cana era controlado por comerciantes portugueses, associados aos holandeses, os maiores beneficiários da economia canavieira. 
Nesse negócio, a renda interna ficava extremamente concentrada nas mãos dos grandes proprietários fundiários. Esses proprietários mantinham uma produção alimentar de subsistência, adquirindo apenas animais e madeira no mercado interno. Tratava-se, assim, de uma atividade em que prevalecia a pouca circulação de dinheiro – o que lhe conferia alto grau de resistência a crises. Assim, mesmo enfrentando declínio dos preços internacionais da cana, o produto seguia sendo cultivado, pois os gastos monetários para manter em operação o engenho eram modestos (animais e madeira).
Ainda assim, a economia colonial mergulhou em uma crise da qual só saiu quando houve a descoberta de ouro e diamante, no século XVIII, na região correspondente ao atual Estado de Minas Gerais.
RESUMO
A ocupação do Brasil colonial foi uma das conseqüências da expansão marítima portuguesa. O sentido da colonização brasileira foi produzir especiarias e produtos tropicais (como a cana-de-açúcar) para comercialização na Europa. Os principais elementos da formação econômica colonial são o latifúndio, a monocultura e o trabalho escravo. Alicerçada nesses três pilares, surgiu, no Nordeste brasileiro, a economia canavieira, que teve seu auge entre os séculos XVI e XVII. Esse modelo econômico entrou em crise após a invasão holandesa, que terminou em 1654. Expulsos do Nordeste, os holandeses utilizaram, em suas colônias nas Antilhas, os conhecimentos que haviam adquirido na produção de açúcar, provocando a quebra do monopólio brasileiro na oferta do açúcar no mercado mundial.
AULA 02
Sobre o Tratado de Tordesilhas, que foi uma divisão medida pelo papa, determinou que as terras ao oeste do meridiano que corta o Brasil ficava sob o domínio espanhol, e as terras a leste do meridiano ficava sob domínio português. Entretanto, esses limite não foram respeitados, pois o movimento dos bandeiras modificaram significativamente as fronteiras da divisão.
Os jesuítas desempenharam um papel fundamental na ocupação de outras partes do território, além da Amazônia. Um exemplo foi o que aconteceu no sul do país, com a chegada dos jesuítas portugueses, particularmente na área de fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Em regiões de difícil acesso, mas com forte presença indígena, eles
estabeleceram as missões jesuíticas, visando à catequese de guaranis e demais tribos indígenas.
As missões jesuíticas eram núcleos de povoação indígena que
visavam a defender os índios do aprisionamento pelos colonizadores
brancos. Tratava-se de empreendimentos comerciais, porém seus métodos
de cooptação não se baseavam na escravização do nativo, como faziam
os colonizadores, e sim na catequese. Sua presença era maior em regiões
de menor interesse dos colonos, o que, entretanto, não significou a
inexistência de conflitos entre religiosos e colonos, resultando na expulsão
dos jesuítas pela Coroa portuguesa em 1759, durante o governo do
Marquês de Pombal.Entre meados do século XVII e início do século XVIII, a economia colonial enfrentou uma longa crise, da qual somente iria sair com a descoberta de ouro no interior da colônia, onde hoje se localiza o Estado de Minas Gerais. A crise da economia açucareira, a partir de meados do século XVII, levou os colonos portugueses a intensificar a busca por metais preciosos. As bandeiras que exploravam o sertão brasileiro finalmente encontraram ouro e pedras preciosas nos atuais Estados de Minas Gerais.
Com a descoberta de ouro, iniciou-se um novo ciclo na economia colonial, intensificando as relações entre metrópole e colônia. A mineração do ouro tornou-se o centro das atenções de Portugal, de onde partiram fluxos migratórios importantes para a colônia. As demais atividades econômicas entraram em declínio, ocorrendo o empobrecimento e o despovoamento das regiões onde se localizavam.
A economia mineira estava situada longe da costa, no interior do país, em regiões de difícil acesso. A necessidade da metrópole de controlar a produção e a exportação do metal levou à mudança da capital colonial, deslocando-se de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade mais próxima da região mineira. A mineração foi, portanto, responsável pelo deslocamento do centro econômico colonial do Nordeste para o Centro-Sul.
A circulação da renda na economia mineira diferia em muito daquela observada na economia açucareira. A economia mineira estimulou o surgimento de cidades para o abastecimento da população do interior, desenvolvendo melhores condições para as atividades comerciais internas.
Após atingir o auge na década de 1750, houve um rápido declínio na produção do ouro, comprometendo as possibilidades de desenvolvimento da economia colonial. Tal declínio não foi percebido, já que o ouro brasileiro era de aluvião e não de mina, o que dificultava a estimativa de suas reservas.
CONCLUSÃO
As atividades pecuárias e mineiras, assim como as missões dos jesuítas, levaram à ocupação do interior do País, povoando-o e promovendo uma dinâmica social, política e econômica que não se esgotava com o fim de um ciclo expansivo. Esse povoamento teve por protagonistas os trabalhadores livres, não identificados com grandes proprietários de terras nem com escravos, os dois principais agentes da empresa colonial agrícola.
Essa ocupação dos “sertões” é muito valorizada na cultura paulista, pela importância dos bandeirantes paulistas, os principais agentes dessa ocupação entre os séculos XVI e XVIII.
RESUMO
A economia colonial não se resume aos ciclos de monocultura para exportação. A ocupação do interior da colônia foi resultado da pecuária extensiva, do aprisionamento do índio, da implantação das missões jesuíticas, e da atividade mineradora. A articulação espacial dessas atividades gerou alterações significativas na organização social e política do Brasil, favorecendo sua independência de Portugal.
AULA 03
A crise da economia colonial agrícola decorreu de dois aspectos complementares, um de caráter interno, e outro, externo. O primeiro foi a expansão dos mercados na colônia, resultado direto do aumento da população e do incremento da produção. Surgiram, em conseqüência, conflitos de interesses entre colonos e metrópole. Até então, os colonos sentiam-se portugueses em terras brasileiras, tendo, em um mercado pouco expressivo, privilégios garantidos pelo monopólio (exclusivo) comercial e suas restrições à concorrência externa. Com o aumento da produção e o crescimento do mercado interno – sobretudo após o início do ciclo do ouro –, os interesses particulares da colônia foram aumentando de maneira significativa. O pacto colonial passou a ser, então, um empecilho à expansão dos negócios e, portanto, ao potencial de ganhos dos colonos. O segundo aspecto, referente ao plano externo, eram os efeitos da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL cada vez mais visíveis na Europa. O processo de acumulação de capital, naquele contexto, centrava-se fortemente na esfera de produção da indústria, com uma rápida incorporação de novas técnicas produtivas que ampliaram largamente seu horizonte de crescimento. O aumento da produtividade na atividade industrial era absolutamente fantástico.
Inconfidência Mineira
Os inconfidentes queriam a independência do Brasil e instaurar a República. Pretendiam incentivar as manufaturas, proibidas desde 1785, e fundar uma universidade em Vila Rica, atual Ouro Preto. Integrado por membros da elite intelectual e econômica da região (fazendeiros e grandes comerciantes). Aconteceu em Minas Gerais em 1789.
Derrama: o momento escolhido para a eclosão da revolta é o da cobrança da derrama, imposto adotado por Portugal no período de declínio da mineração do ouro. A Coroa fixa um teto mínimo de 100 arrobas para o valor do quinto. Se ele não é atingido, os mineradores ficam em dívida com o fisco. Na derrama, a população das minas é obrigada a entregar seus bens para integralizar o valor da dívida.
Devassa: o movimento é denunciado pelos portugueses Joaquim Silvério dos Reis, Brito Malheiros e Correia Pamplona, em 5 de março de 1789. Devedores de grandes somas ao tesouro real, eles entregam os parceiros em troca do perdão de suas dívidas. Em 10 de maio de 1789, Tiradentes é preso. Instaura-se a devassa – processo para estabelecer a culpa dos conspiradores –, que dura três anos. Em 18 de abril de 1792, são lavradas as sentenças: 11 são condenados à forca, os demais à prisão perpétua em degredo na África e ao açoite em praça pública. Cláudio Manoel da Costa morre em sua cela. Tiradentes tem execução pública: enforcado no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, seu corpo é levado para Vila Rica, onde é esquartejado e os pedaços expostos em vias públicas. Os demais conspiradores são degredados.
Conjuração Baiana
De caráter social e popular, a conjuração baiana, ou revolta dos alfaiates, como também é conhecida, explode em Salvador em 1798. Inspira-se nas idéias da revolução francesa e da inconfidência mineira, divulgadas na cidade pelos integrantes da loja maçônica Cavaleiros da Luz, todos da elite local – Bento de Aragão, professor; Cipriano Barata, médico e jornalista; o padre Agostinho Gomes e o tenente Aguilar Pantoja. O movimento é radical e dirigido por pessoas do povo, como os alfaiates João de Deus e Manoel dos Santos Lira, os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. Propõe a independência, a igualdade racial, o fim da escravidão e o livre comércio entre os povos.
Os tratados com a Inglaterra
O aumento da dependência de Portugal em relação à Inglaterra, decorrente da invasão napoleônica de 1807, trouxe conseqüências relevantes para o Brasil. No intuito de garantir vantagens sobre outros países nas relações econômicas a partir do Brasil, a Inglaterra impôs a assinatura de tratados que lhe afiançaram uma posição extremamente favorável nas relações econômicas – em troca de proteção e apoio na estratégia expansionista de D. João VI nas colônias ultramarinas. Para a Inglaterra, essa era uma questão fundamental, pois o Bloqueio Continental (fechamento dos portos europeus para a Inglaterra) lhe impunha a necessidade de buscar novos mercados. Para Portugal, apesar de saber das desvantagens para os comerciantes portugueses, os interesses no aprofundamento da aliança pesaram mais. Os principais tratados foram:
1) Tratado de Aliança e Amizade: definia as condições de defesa mútua e apoio ao ataque português à Guiana Francesa. Em contrapartida, acordou-se o comprometimento de Portugal com a redução do tráfico de escravos, circunscrito à região abaixo da linha do equador.
2) Tratado de Comércio e Navegação: definia vantagens tarifárias para a Inglaterra, até mesmo sobre Portugal, no comércio com o Brasil. A tarifa alfandegária aplicada sobre os produtos ingleses seria de 15%, contra 16% para os portugueses e 24% para os demais países. Além disso, os cidadãos de origem inglesa no Brasil obtiveram o privilégio da extraterritorialidade, de maneira que os atos cometidos por ingleses no país seriam julgados por juízes da Inglaterra.No que se refere à questão religiosa, os cultos protestantes foram liberados no Brasil. Finalmente, este tratado deu liberdade aos ingleses para criar casas de comércio e negociar livremente tanto os produtos brasileiros no exterior, quanto às vendas de importados para o Brasil. Como será visto nas próximas aulas, este foi um fator-chave para o processo de acumulação de capital na cultura cafeeira, principal produto de exportação do Brasil a partir do início do século XIX.
A Independência do Brasil
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal, tornando-se nosso primeiro imperador. Estava conquistada, então, a autonomia política, mas não a econômica: Portugal exigiu 2 milhões de libras para reconhecer a independência do Brasil. Como o recém-formado império não dispunha de capital suficiente, D. Pedro decidiu pedir um empréstimo à Inglaterra.
Em relação aos demais países, México e Estados Unidos foram os primeiros
países a reconhecer nossa independência. Transformavam-se também
as relações comerciais, com maior autonomia para o Brasil.
No plano interno, porém, a independência não provocou grandes mudanças. A estrutura agrária permaneceu inalterada, com base na escravidão, na monocultura e no latifúndio, e a distribuição de renda continuou desigual, beneficiando, principalmente, a elite agrária. O povo permaneceu à margem deste processo.
CONCLUSÃO
A crise do sistema colonial brasileiro resultou do conflito de interesses entre a metrópole e a classe produtiva e comercial atuante na colônia. O crescimento das relações de produção e comércio no interior da economia brasileira, especialmente a partir do avanço da exploração do ouro, determinou uma maior preocupação da metrópole com o controle das atividades econômicas da colônia e a tentativa de preservar seus ganhos extraordinários. Dessa forma, a interferência da metrópole nas atividades internas desenvolvidas na colônia foi o estopim da crise. A vinda da corte portuguesa para o Brasil – e a formalização dos tratados
com a Inglaterra – precipitou o fim das bases do pacto colonial, na medida em que as elites coloniais perceberam que poderiam obter maiores vantagens com a bandeira do livre comércio.
RESUMO
O crescimento da atividade econômica no interior da colônia brasileira determinou o surgimento de um intenso conflito entre as elites locais e a metrópole. O foco central deste embate era o pacto colonial. O esforço de manutenção das bases do pacto através da política pombalina piorou significativamente o quadro. A vinda da corte portuguesa e a maior dependência da tutela inglesa causaram o rompimento definitivo do pacto colonial, situação formalizada com a assinatura dos tratados com a Inglaterra.
AULA 04
O INÍCIO DA CAFEICULTURA PARA EXPORTAÇÃO NO BRASIL
Cultivado no Brasil desde o início do século XVIII, o café era, até então, um produto direcionado à subsistência e com difusão bastante limitada no país. Apenas no século XIX passou a ser incentivada sua produção para o mercado externo. Alguns fatores contribuíram decisivamente para isto. Pelo lado da demanda, o crescimento dos mercados europeu e norte-americano, em função do avanço da indústria e da urbanização, foi fundamental. Ao mesmo tempo, do lado da oferta, o colapso da produção haitiana (colônia francesa em processo de independência) determinou um importante aumento dos preços internacionais, estimulando a entrada do Brasil nesse mercado. Contava ainda, a favor do produto, uma característica crucial para o momento: a baixa capitalização requerida para o processo produtivo, bem mais reduzida que na economia açucareira – o maquinário utilizado para a produção de açúcar tinha um custo bem superior. Concorriam para isso a utilização extensiva da terra, com técnicas rudimentares e de fácil acesso, e as menores necessidades de reposição de maquinário, pois os equipamentos eram bem simples e, em grande parte, de fabricação local.
Como resultado, na década de 1830 o café já era o principal produto de exportação do Brasil, superando as receitas das culturas tradicionais de açúcar e algodão.
O início da produção de café para exportação no Brasil se deu no Vale do Paraíba. Tratava-se de uma região de condições climáticas propícias para o cultivo desse produto, com terras abundantes para o plantio. Ao mesmo tempo, havia recursos ociosos da área da mineração (em franca decadência em Minas Gerais), tanto de capitais como de mão-de-obra escrava.
É importante ressaltar que o Vale do Paraíba já vinha sendo ocupado, por ser caminho natural da área de mineração para o Rio de Janeiro, que era a capital e principal porto de escoamento das exportações.
Desta forma, havia um claro interesse na ocupação e plantio dessa área para abastecer a capital, principalmente após a vinda da corte portuguesa para o país em 1808. A região do Vale do Paraíba e a proximidade entre o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Além disso, havia uma razão favorável para esta localização, em função da ausência de meios de transporte capazes de garantir o escoamento da produção a ser exportada a partir do porto do Rio de Janeiro. O café era então transportado por mulas, disponíveis em grande quantidade e bastante resistentes para a atividade.
CONCLUSÃO
O café tornou-se rapidamente o principal produto de exportação do Brasil no século XIX, expandindo sua cultura de maneira acelerada. Encontrou condições excepcionalmente propícias para esse crescimento, reunindo vantagens associadas à facilidade para sua plantação em larga escala (pela pouca exigência de capital inicial e pela oferta abundante de terras próximas ao porto do Rio de Janeiro). A possibilidade de utilização de mão-de-obra escrava ociosa em outras culturas foi também um fator altamente favorável no início da produção no Vale do Paraíba. 
Em um período relativamente curto de tempo, todavia, essas mesmas condições determinaram o fim da produção nesta região. As terras, apesar de fartas, não eram as mais adequadas para o plantio, tanto pela sua qualidade, quanto pela situação geográfica em encostas – a erosão era extremamente veloz. Por seu turno, a manutenção do trabalho escravo nas lavouras logo viria a se apresentar como um problema crucial para a continuidade da produção, especialmente a partir do fim definitivo do tráfico negreiro, o que reduziu substancialmente a oferta deste tipo de mão-de-obra.
RESUMO
A produção de café para exportação no Brasil encontrou uma situação especialmente favorável no início do século XIX. Vimos também que a decadência de culturas tradicionais e a disponibilidade de recursos ociosos, em um contexto de elevação dos preços internacionais do produto, permitiram um rápido crescimento de sua cultura no País. Todavia, as condições propícias do Vale do Paraíba para seu deslanche inicial, sobretudo a fartura de terras e a oferta de mão-de-obra escrava, foram também responsáveis diretas para seu rápido declínio, pelo uso inadequado dessa terra e o fim do tráfico de escravos.
AULA 05
A segunda metade do século XIX marcou o assentamento definitivo do café como principal produto de exportação do Brasil. As condições precárias do uso da terra caracterizaram a produção no Vale do Paraíba, causando rápida destruição do solo da região. Porém, o principal obstáculo para a continuidade do processo produtivo estava na mão-de-obra.
A utilização da mão-de-obra imigrante foi a solução adotada por alguns fazendeiros do oeste paulista como forma alternativa de superar o problema da mão-de-obra. A imigração anterior ao processo de independência havia sido realizada sem qualquer objetivo econômico, basicamente associada à ocupação de áreas importantes para a demarcação de fronteiras. A lavoura paulista do café inaugurou a inserção do imigrante na monocultura de exportação, permitindo a continuidade do forte ritmo de crescimento da cafeicultura no Brasil e importantes desdobramentos econômicos nodecorrer do século XIX.
O OESTE VELHO PAULISTA: SISTEMA DE PARCERIA
O ano de 1845 marca a primeira experiência de utilização da mão-de-obra de imigrantes na monocultura exportadora do café, na fazenda Ibicaba, do SENADOR NICOLAU VERGUEIRO, sob a forma de parceria. A princípio, o Senador Vergueiro exaltava as qualidades físicas e técnicas dos imigrantes como um fator-chave para sua “importação” da Europa, em um momento de crescentes dificuldades para a compra e utilização de escravos.
O sistema consistia de uma proposta divulgada na Europa por agentes contratados por Vergueiro visando contratar trabalhadores dispostos ao serviço na lavoura, recebendo em troca lotes de pés de café adultos – preparados, portanto, para a produção. Metade do valor da colheita (cotas de pagamento) seria dos imigrantes, logicamente após a dedução dos custos de transporte, impostos e comissões – daí a definição de parceria. Ao trabalhador caberia ainda a exploração de lotes de subsistência – e, se houvesse excedentes, seriam também repartidos com o proprietário. Apesar do conceito de parceria, todo o processo de comercialização e contabilidade ficava a cargo do proprietário.
Ao chegar, a primeira novidade para os “colonos” (como o Senador denominava esses imigrantes) era a obrigação de pagamento de todo o custo de seu transporte, além do pagamento de juros de 6% ao ano pelo adiantamento oferecido para a manutenção dos trabalhadores durante o primeiro ano de sua chegada. Os imigrantes eram obrigados, por contrato, a permanecer pelo menos quatro anos na fazenda. Além disso, a família imigrante era a responsável legal por cada um de seus membros, de maneira que, se algum morresse, os outros deveriam arcar com o pagamento de sua dívida.
O OESTE NOVO PAULISTA: O SISTEMA DE COLONATO
No entorno de 1870, o colonato aparecia como o novo formato encontrado para garantir os fluxos de imigração para a cafeicultura, trazendo mudanças significativas em relação ao sistema de parceria.
Além da criação de uma forma de pagamento direto ao colono, pelo menos em parte do total que era devido pelo seu trabalho na lavoura, o fazendeiro foi obrigado a arcar com despesas de viagens e do primeiro ano de trabalho. Também era concedida ao imigrante uma fatia de terra para o plantio de artigos para subsistência.
Um passo fundamental para a dinamização do sistema de colonato foi a utilização do governo da província de São Paulo para custear o transporte para o Brasil, além da instalação dos estrangeiros. O governo paulista participava diretamente na contratação de imigrantes, principalmente através da Sociedade Promotora de Imigração, em 1886, por iniciativa de ANTÔNIO DE QUEIROZ TELLES, o conde de Parnaíba.
CONCLUSÃO
O problema mais importante para a continuidade da cultura cafeeira voltada para a exportação era, certamente, a escassez de mão-de-obra – como você viu na aula passada, esse foi um dos elementos fundamentais para a decadência do café no Vale do Paraíba. A possibilidade de substituição do escravo pelo imigrante, vislumbrada por fazendeiros do oeste paulista, foi o fator mais importante para a liderança de São Paulo nas exportações de café ao final do século XIX. Essa substituição só foi viável de fato com a implementação do sistema de colonato.
RESUMO
A introdução do imigrante na produção de café no oeste paulista propiciou aos fazendeiros da região uma solução viável para o problema da escassez de mão-de-obra. A ampliação dos investimentos em ferrovias (e o uso de técnicas mais racionais de plantio) garantiu uma rápida expansão do processo produtivo. A utilização dos imigrantes no sistema de parceria tinha características que inviabilizaram sua permanência em longo prazo. A causa central e definitiva para o forte influxo de europeus e orientais em direção à lavoura do café foi a mudança para o sistema de colonato, contando com importante ajuda do governo da província de São Paulo.
AULA 06
A REPÚBLICA VELHA (ou Primeira República, 1889-1930) começou com a proclamação da República e teve fIm na Revolução de 1930, que você verá daqui a algumas aulas. No novo regime, duas mudanças foram muito expressivas: o povo passou a escolher os governantes, ainda que sujeito a grandes restrições, e a Igreja foi legalmente separada do Estado, por meio de uma nova Constituição.
No entanto, a República Velha não mudou o fato de o Brasil ser o país do café e dos grandes latifúndios. Os donos destas propriedades, chamados coronéis, impunham seu poder sobre os empregados, submetendo-os ao voto de cabresto. Isto fazia com que o poder político da região também estivesse sob seu domínio. Este período da História ficou conhecido como República do Café-com-leite, pois o poder político se concentrou nas mãos das oligarquias paulista (responsável por produzir o café) e mineira (responsável pela produção de leite).
No final da década de 80 do século XIX, os preços internacionais do café seguiram uma trajetória sistemática de alta, ampliando as margens de lucro do setor. Isso era resultado do crescimento da demanda norte americana, responsável por cerca de 60% das compras de café no mercado internacional e pela quebra da safra brasileira em 1887/88 e 1889/90, o que reduziu significativamente a oferta. É importante salientar que a produção brasileira representava, naquele momento, algo em torno de ¾ da oferta total de exportações de café no mundo. Você pode imaginar, então, que qualquer mudança no patamar produtivo brasileiro afetava substancialmente a oferta internacional do produto.
Nosso país produzia mais café (aumentava a oferta) e não havia resposta da economia mundial na mesma medida. Houve uma queda sensível do preço internacional do café, revertendo a tendência de alta dos preços até então registrada, determinando uma redução da receita das exportações. Cabe destacar que o Brasil, àquela altura, dependia fortemente das receitas em moeda estrangeira oriundas das vendas externas do café, nosso principal produto de exportação desde a metade do século XIX.
Em decorrência da queda de preços do café, o Balanço de Pagamentos sofreu um impacto importante, promovendo mudanças na condução da política econômica do Brasil. Esse movimento provocou o início de um ciclo de desvalorização da taxa de câmbio que marcou de maneira expressiva os primeiros anos da República Velha.
O uso do imigrante substituindo o trabalho escravo estava cristalizado apenas na produção de café, de maneira que as demais atividades produtivas necessitavam de recursos para sua recuperação. Nessa direção, foi implementada uma política de emissão monetária na gestão de RUI BARBOSA como ministro da Fazenda do governo provisório de Deodoro da Fonseca que ficou conhecida como ENCILHAMENTO.
ENCILHAMENTO
Política financeira de estímulo à indústria, adotada por Rui Barbosa quando ministro da Fazenda (novembro de 1889 a janeiro de 1891), após a proclamação da República. Baseava-se no incremento do meio circulante com a criação de bancos emissores (...). Por isso, incentivou-se intensamente a criação de sociedades anônimas, concitando-se o público a investir em capital na indústria e no comércio.(...) O resultado foi uma espiral inflacionária e de falências.
O cenário da virada de 1905 para 1906 caminhava exatamente nessa direção. Além de uma valorização cambial em torno de 25%, havia uma perspectiva de grande produção para 1906/7 – em 1906, a safra de café passava de 20 milhões de sacas para uma demanda internacional de aproximadamente 16 milhões. 
Havia, portanto, a ameaça de mais uma crise de superprodução. Exercendo sua enorme capacidade de interferência no poder, especialmente através do governo da província de São Paulo, os cafeicultores conseguiram negociar uma vantajosa solução para o problema. Conhecida como Convênio de Taubaté, esta solução foi firmada em 1906 pelos presidentes das províncias de São Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco Salles) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha), – os três maiores produtores de café –, mesmo contando com a oposiçãode Rodrigues Alves, o então presidente da República.
CONCLUSÃO
A política econômica da República Velha viveu dois momentos bem distintos, cujo marco divisório foi o governo Campos Sales, iniciado em 1898. O momento inicial foi marcado por uma recorrente desvalorização da taxa de câmbio, o que garantia aos cafeicultores a manutenção de sua renda em moeda nacional.
Esse quadro implicava a continuidade da expansão das lavouras e, conseqüentemente, da oferta de café no mercado internacional, determinando uma grande queda dos preços do produto. 
A mudança na economia, promovida por Murtinho a partir de 1898 e definida pela necessidade de renegociação da dívida externa, permitiu uma estabilização monetária da economia brasileira.
Ao mesmo tempo, o novo cenário de política econômica desfavorecia a receita de exportações dos produtores de café. Os produtores, então, passaram a pressionar o governo a implementar medidas protecionistas para garantir o lucro. Essas medidas, baseadas no controle da exportação brasileira do café, foram consolidadas no Convênio de Taubaté em 1906.
RESUMO
No início da República Velha, a moeda nacional sofreu uma forte desvalorização. Esta desvalorização serviu, até 1898, para valorizar as receitas das exportações de café, apesar da queda do preço internacional do produto. Este círculo vicioso não pôde ser mantido por muito tempo, o que determinou, a partir de 1898, no governo Campos Sales, a tomada de medidas de ajustamento e saneamento monetário. No entanto, a estabilização monetária contrariava os interesses dos cafeicultores. O Convênio de Taubaté, firmado em 1906, formalizou uma nova prática de proteção da renda da cafeicultura.
AULA 07
São Paulo foi a única região em que uma atividade agroexportadora teve sua crise superada pelo surgimento de uma atividade mais dinâmica: a indústria. Esta, por sua vez, transformou São Paulo na “locomotiva” do PIB brasileiro, atingindo um percentual equivalente a 39,4%, em 1970. Tamanha polarização econômica transformou a capital estadual – que, no século XIX, não passava de uma pequena cidade, se comparada com as maiores cidades brasileiras da época – na maior metrópole sul-americana.
Iniciada a partir da década de 1870, a expansão da cafeicultura no Oeste Paulista provocou o deslocamento do eixo econômico do Rio de Janeiro e do Vale do Paraíba para esta região. Por este motivo, o Oeste paulista passou a desempenhar um papel central na economia brasileira. Entre as condições favoráveis, estavam as condições geoclimáticas adequadas (terra roxa, relevo predominantemente plano, temperatura e distribuição de chuvas adequadas para o cultivo do café), utilização de técnicas mais modernas, além de utilização de mão-de-obra assalariada, incluindo os imigrantes europeus. A produção era escoada pelo porto de Santos e, com isto, surge a necessidade de um transporte mais moderno entre ele e as áreas produtoras: o trem.
A partir de 1880, São Paulo tornou-se o maior produtor do país. Esse desempenho está associado a quatro fatores principais: técnicas de produção que sustentavam a fertilidade do solo por mais tempo do que no cultivo da província fluminense; disponibilidade de terras, implantação da malha ferroviária e mão-de-obra livre.
A oferta de terras ampliou-se com a expansão da malha ferroviária, permitindo o aproveitamento de território mais distante do litoral. Além de proporcionar essa maior disponibilidade de recursos naturais e deslocamento a custos decrescentes, a expansão ferroviária transformou-se em infra-estrutura de apoio à atividade industrial que ia se instalando, sucedendo a cultura do café.
Finalmente, o fator mais importante a favor da cultura cafeeira paulista, em relação à fluminense, estava nas relações de trabalho, livre no oeste paulista e escravo no Estado do Rio de Janeiro. A proibição do tráfico negreiro, em 1850, elevou os preços dos escravos, o que estimulou a emigração de trabalhadores europeus, interessados em se tornar pequenos proprietários. A necessidade de poupar fez do emigrante um trabalhador muito mais produtivo do que o escravo. Além disso, o trabalhador livre era consumidor, e o escravo não era, o que impactou significativamente a formação do mercado consumidor, necessário para estimular o surgimento de indústrias.
RESUMO
A economia brasileira é espacialmente muito desequilibrada. São Paulo é o estado onde atualmente se concentra a maior parcela do PIB nacional. Outros estados e regiões experimentaram dinamismo em alguma etapa do desenvolvimento de atividades agroexportadoras, mas não conseguiram superar as crises que surgiram. A economia cafeeira, com base na mão-de-obra livre, foi a única que conseguiu transformar-se, fazendo surgir atividade mais dinâmica: a indústria.
AULA 08
A Revolução de 30 significou um rompimento institucional, pois a ordem política vigente desde a Proclamação da República, em 1889, foi superada com a tomada do poder por um governo revolucionário. Marcou o início do processo de transformação social brasileira de eminentemente rural a sociedade de base urbana. Finalmente, constituiu uma ruptura econômica, pois o eixo da economia brasileira deslocou-se da agroexportação para a indústria.
Liderada por GETÚLIO VARGAS, a Revolução de 1930 delimita a passagem de um modelo de desenvolvimento voltado “para fora”, isto é, para o mercado externo (o modelo primário-exportador), para um modelo “voltado para dentro”, isto é, para o mercado interno – o modelo de industrialização substitutiva de importações (ISI). Nessa passagem, houve significativa mudança no papel do Estado, que se tornou um importante ator econômico nesse novo modelo de desenvolvimento.
Politicamente, contudo, a crise evoluiu para a reação do estado de São Paulo, por meio da REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA, contra o governo provisório e em defesa de um marco legal para o país. Ainda que militarmente derrotado, São Paulo teve suas principais demandas atendidas, a principal das quais foi uma assembléia constituinte, que elaborou a Constituição de 1934.
O principal destaque do período 1930-1937 foi a adoção de uma legislação trabalhista e previdenciária que benefi ciava um contingente crescente da classe trabalhadora urbana. Entre os direitos recém-adquiridos pelo proletariado e pelos trabalhadores no comércio, incluíam-se:
 jornada de trabalho de 8 horas;
férias remuneradas;
estabilidade no emprego;
indenização por dispensa sem justa causa;
convenção coletiva de trabalho;
regulamentação do trabalho das mulheres e de menores;
os institutos de aposentadoria e pensões, que garantiam assistência àqueles grupos.
De 1937 a 1945, o Brasil viveu um regime autoritário. Getúlio Vargas, então líder do Governo Provisório, deu um golpe de Estado para manter-se na presidência. Para isto, contou com o apoio de importantes lideranças políticas e militares. Este período ficou conhecido como Estado Novo.
O termo Estado Novo designa uma nova relação entre Estado e sociedade, em que o governo assumiu maior participação na economia e institucionalizou o autoritarismo do governo central.
A criação do Estado Novo deveu-se ao interesse do governo em agir sem os limites da lei, visando à realização de reformas administrativas, políticas e econômicas. Para tanto, teve importância capital o redimensionamento da chamada “ameaça comunista”, agravada com a intentona comunista.
INTENTONA COMUNISTA
Tentativa de tomada de poder em 1935, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), que logo foi dominada pelo governo Vargas.
O apoio financeiro à ação empresarial do Estado brasileiro originou-se de uma disputa entre alemães e norte-americanos pelo apoio do Brasil, em um contexto em que não havia definição sobre os resultados da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os Estados Unidos ampliaram seu apoio ao Brasil, com a assinatura dos Acordos de Washington, em 3 de março de 1942, em troca do uso do Nordeste como base de defesa aérea e naval.Por esses acordos, o Brasil receberia a Itabira Iron Company e a estrada de ferro que ligava as Minas à Vitória; formou a Companhia Vale do Rio Doce, com a Inglaterra e os Estados Unidos comprometendo-se a adquirir 750 mil toneladas de ferro. A formação da Cia. Vale do Rio Doce representou um novo investimento do Estado no plano da infra-estrutura, que garantia o controle nacional de matéria-prima para a indústria pesada, especialmente para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda.
CONCLUSÃO
A Revolução de 1930 foi uma ruptura institucional entre duas ordens econômicas distintas: a primário-exportadora e a urbano industrial. A nova sociedade, que se formou a partir da Revolução, foi caracterizada por grande complexidade e demandava um Estado muito mais interventor na ordem social e econômica do que o Estado liberal da República Velha.
RESUMO
A Revolução de 1930 reelaborou as relações entre Estado e sociedade; marcou a passagem do modelo de desenvolvimento primário-exportador para o modelo de industrialização substitutiva de importações. A estrutura federativa foi alterada, pois houve centralização do poder. O Estado avançou na intervenção econômica: criou empresas estatais; interferiu nas relações capital-trabalho; controlou os sindicatos. Por isso, foi um marco político fundamental para a história econômica do Brasil.

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