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Cap 2. INTRODUÇÃO À BIOLOGIA CELULAR VISÃO PANORÂMICA SOBRE A ESTRUTURA, AS FUNÇÕES E A EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS

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2. INTRODUÇÃO À BIOLOGIA CELULAR: VISÃO PANORÂMICA SOBRE A 
ESTRUTURA, AS FUNÇÕES E A EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS. 
2.1. Níveis de Organização em Biologia 
Apesar de os seres vivos apresentarem uma imensa variedade de 
formas, todos obedecem a um plano comum de organização, com diferentes 
níveis hierárquicos. À medida que avançamos nesta hierarquia, a 
complexidade aumenta e podemos observar que um dado nível é altamente 
influenciado pelos níveis anteriores. Como a célula, nosso objeto de estudo, 
ocupa uma posição nesta hierarquia organizacional, é importante que 
compreendamos com clareza estes níveis de organização. 
Os menores elementos da matéria viva são os átomos, que por sua vez 
são constituídos pelas partículas subatômicas: elétrons, nêutrons e prótons. Os 
diferentes tipos de átomos existentes na natureza se unem para formar as 
moléculas, inorgânicas e orgânicas (biomoléculas). As biomoléculas (lipídios, 
proteínas) são importantes constituintes da matéria viva e, na maioria das 
vezes, são compostas por subunidades ou monômeros que se repetem (por 
exemplo: as proteínas são formadas por aminoácidos). As moléculas, 
especialmente as biomoléculas, são reunidas de forma organizada para 
constituir as estruturas subcelulares (organelas, como mitocôndrias) as quais 
apresentam morfologia e funções bem definidas. O conjunto organizado destas 
estruturas é a célula. Em organismos multicelulares, células semelhantes 
formam os tecidos, os quais formam os órgãos. Nestes níveis de hierarquia o 
grau de especialização é grande. Os órgãos em conjunto formam os sistemas 
que juntos compõem os indivíduos, os quais são dotados de capacidade de 
sobrevivência e multiplicação. Os indivíduos de uma dada espécie, que 
ocupam o mesmo local, apresentam continuidade no tempo e acasalam-se 
entre si, constituem uma população. As diferentes populações em conjunto 
formam as comunidades, e estas constituem os ecossistemas, onde ocorre um 
intenso inter-relacionamento entre as mais variadas espécies e o meio em que 
vivem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Níveis de organização em Biologia 
 
2.2. A teoria celular 
O termo “célula” foi introduzido por Robert Hooke, em 1665, observando 
pedaços de cortiça. Este nome foi dado pois o que ele observou em seu 
microscópio extremamente simples era que a cortiça era formada por 
pequenas cavidades (cellula, em latim). 
 
Figura 2. Microscópio de Hooke e uma imagem representativa de tecido de cortiça 
observada sob seu microscópio. 
Em 1838, Mathias Jakob Schleiden observou que todas as plantas eram 
formadas por estruturas microscópicas denominadas de células. Logo em 
seguida, no ano de 1839, Theodor Schwann verificou que todos os animais 
também eram formados por células. Em 1855, Rudolph Virchow concluiu que 
toda célula origina-se apenas de uma célula pré-existente. Desta forma, surgiu 
a “teoria celular” que nos diz que a célula é a unidade estrutural, funcional e 
reprodutiva que constitui todos os seres vivos. Ou seja, apesar das diferenças 
existentes entre os grupos de seres vivos, todos eles são constituídos por 
células. 
 
2.3. Propriedades básicas das células 
1) As células são altamente complexas e organizadas 
A posição e a forma das organelas é específica de acordo com a função 
da célula. Veja os exemplos abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) As células possuem um programa genético e os meios para usá-lo 
Cada espécie possui células com um genoma próprio, com a maquinaria 
necessária para que o material genético seja codificado e culmine na formação 
de proteínas necessárias ao funcionamento celular e/ou para programar a 
formação de novas células. 
 
3) As células são capazes de se dividir, produzindo células iguais à ela 
Vesículas de secreção 
Complexo 
de Golgi 
R.E.R. 
Figura 3. Célula que secreta 
proteínas: grande quantidade de 
retículo endoplasmático rugoso 
(RER), complexo de Golgi e vesículas 
de secreção 
Figura 4. Célula que 
secreta lipídios: grande 
quantidade de retículo 
endoplasmático liso 
(REL) 
R.E.L. 
Figura 5. Células 
absortivas do intestino 
delgado: microvilosidades, 
melhorando a absorção 
Microvilosidades 
As células eucariontes dividem-se através de um processo denominado 
mitose, onde uma célula-mãe gera duas células-filhas idênticas à célula-mãe. 
Já os procariontes dividem-se por um processo denominado fissão binária, a 
qual também dá origem a duas células idênticas à célula que as originou. O 
processo de mitose é muito mais complexo que a fissão binária. 
 
Figura 6. Mitose em células eucariontes 
4) As células adquirem e utilizam energia 
Em células vegetais, a energia da luz é captada e convertida por 
fotossíntese em açúcares, além de gerar energia química na forma de ATP. Em 
células animais, a energia (ATP) é gerada, por exemplo, através do 
metabolismo oxidativo de açúcares e de lipídios. 
 
Figura 7. Formas de obtenção de energia (ATP) em células vegetais e animais. 
 
5) As células realizam várias reações químicas 
As células possuem um metabolismo celular em que centenas de 
reações químicas são realizadas simultaneamente. As reações químicas 
podem formar compostos necessários para o funcionamento das células e 
também podem realizar a quebra de outros compostos, formando assim os 
produtos necessários para a célula. Estas reações ocorrem com a participação 
de proteínas chamadas enzimas, as quais catalisam as reações. 
 
Figura 8. Exemplo de reações químicas que ocorrem no interior da célula. 
 
6) As células apresentam atividades mecânicas 
As atividades mecânicas celulares estão representadas pelos 
deslocamentos celulares internos (posicionamento de organelas, vesículas e 
proteínas; exemplo na figura 9) e movimentos celulares externos (migração 
celular, como observado no exemplo representado pela figura 10). 
 
 
 
 
 
 
7) As células respondem a estímulos 
As células possuem receptores na membrana plasmática ou no interior 
da célula que interagem com moléculas presentes em seu ambiente, de forma 
 
Figura 9. Movimento dos 
cloroplastos em uma célula vegetal 
Figura 10. Movimento de fibroblastos sobre o 
substrato (matriz extracelular) 
altamente específica, causando uma resposta específica na célula. Exemplo 
de moléculas que induzem uma resposta celular: hormônios, fatores de 
crescimento, substâncias extracelulares (gases, íons, etc). 
 
 Figura 11. Exemplos de resposta das células a diferentes estímulos. Dependendo do estímulo 
que as células recebem, elas podem ser estimuladas a se movimentarem, a morrerem 
(apoptose), a proliferarem, a crescerem, etc. 
 
8) As células são capazes de autorregulação 
Os mecanismos de autorregulação são importantes para a manutenção 
do seu estado complexo e ordenado. As células são capazes de detectar erros 
e promover a correção dos mesmos. Ex.: correção de mutações durante a 
replicação (duplicação) do DNA. 
 
2.4. Organização das células procariontes e eucariontes 
 
Se analisarmos as formas vivas ao nível celular é possível identificar as 
células em dois tipos reconhecíveis: procarióticas (ou procariontes) e 
eucarióticas (ou eucariontes). A principal diferença entre ambos os tipos 
celulares é que as células procarióticas caracterizam-se pela ausência de 
membranas no interior da célula, desta forma não apresentam um envoltório 
nuclear em torno do material genético (ou seja, não apresentam um núcleo 
verdadeiro), enquanto que as células eucarióticas possuem um núcleo 
verdadeiro com um complexo envoltório nuclear.Além disso, as células 
procarióticas não possuem organelas. Outra diferença entre células 
eucariontes e procariontes é que as células procariontes não possuem um 
citoesqueleto, que é responsável pela movimentação intracelular e pela 
movimentação da própria célula, além de manter a forma da célula eucarionte. 
 
A) Organização geral das células procariontes 
Os procariontes são representados pelas arqueobactérias (habitam 
ambientes inóspitos – quentes, salinos, profundezas) e eubactérias (habitam o 
solo, superfície das águas, tecidos vivos). 
Todas as células procariontes apresentam na sua face mais externa 
uma parede celular bacteriana. A parede celular tem, sobretudo, função 
protetora. 
Abaixo da parede celular bacteriana encontra-se a membrana 
plasmática, constituída por lipídios e proteínas. A membrana plasmática 
delimita um espaço interno chamado de protoplasma (ou citoplasma da célula 
procarionte) e possui permeabilidade seletiva, ou seja, ela controla a entrada e 
a saída de pequenas moléculas e íons da célula. Além disso, é na membrana 
plasmática dos procariontes que estão localizadas proteínas responsáveis pela 
oxidação de metabólitos (respiração celular). 
No protoplasma encontram-se os ribossomos, responsáveis pela 
síntese de proteínas necessárias ao funcionamento da célula. Quando estes 
ribossomos encontram-se em atividade, eles associam-se formando os 
polirribossomos. No protoplasma, também encontramos o nucleoide, o qual é 
formado pelo material genético (DNA conjugado a proteínas) da célula 
procarionte. Cabe relembrar que nas células procariontes não há uma 
membrana envolvendo o material genético, desta forma, não há a presença de 
núcleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Estrutura de uma célula procariótica típica e uma fotomicrografia (obtida com 
microscópio eletrônico de transmissão) deste tipo celular. 
 
 
Além destes componentes comuns a todas as células procariontes, 
algumas células ainda podem possuir outras estruturas, conforme descrito 
abaixo. 
 
Cápsula: camada viscosa por fora da parede que constitui uma forma 
de proteção da bactéria contra as condições externas desfavoráveis. 
Plasmídio: molécula de DNA circular extracromossômico (ou seja, 
informação genética não contida no nucleoide), que pode conferir à célula 
bacteriana resistência a um ou a vários antibióticos. 
Flagelos: para a movimentação da célula procarionte. 
Fimbrias: podem ser de dois tipos: comuns, as quais possuem a função 
de aderência da célula ao meio em que a célula se encontra; e sexuais, as 
quais participam da transferência unidirecional de DNA entre células 
bacterianas. 
Mesossomos: invaginações da membrana plasmática, que aumentam a 
área da membrana, e consequentemente a quantidade de proteínas 
responsáveis pela respiração celular. 
Pigmentos: como, por exemplo, a clorofila, nas células procariontes que 
realizam o processo de fotossíntese (como as cianobactérias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Desenhos representativos de células procariontes 
 
 As células procariontes vivem em uma enorme variedade de ambientes, 
desta forma, estas células possuem uma grande diversidade tanto a nível 
morfológico (forma e componentes) quanto bioquímico, cada qual adaptada 
para a sobrevivência nestes diferentes ambientes. São seres unicelulares que 
podem viver isolados ou em conjunto com outras bactérias, formando colônias. 
As células procariontes são também extremamente diversas nas suas 
necessidades químicas, algumas requerem oxigênio para viver, enquanto que 
para outras, o oxigênio é um veneno mortal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13. Diversidade de células procariontes 
 
B) Organização geral das células eucariontes 
 
 
 As células eucariontes são muito mais complexas do que as 
procariontes. As células eucariontes possuem um núcleo, delimitado por um 
envoltório nuclear, que contém o material genético. Além disso, no citoplasma 
destas células, além de moléculas necessárias para sua sobrevivência, 
encontram-se estruturas compartimentalizadas, as organelas, as quais são 
envoltas por membrana. Cada um destes “compartimentos” (organelas) está 
associado a uma função celular específica, sendo que todos estão integrados 
no metabolismo celular. 
 As células eucariontes são subdivididas em células eucariontes vegetais 
e células eucariontes animais. Observe nas figuras abaixo a organização 
destas células: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cianofícias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14. Desenho esquemático de uma célula eucarionte vegetal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15. Desenho esquemático de uma célula eucarionte animal. 
 
Na figura 14, podemos observar a organização de uma célula eucarionte 
vegetal. A parede celular vegetal, o vacúolo central, os plastos e os 
plasmodesmos, são exclusivos das células eucariontes vegetais, ou seja, não 
são encontrados nas células eucariontes animais. Ainda, algumas células 
vegetais possuem um tipo de peroxissomo especializado chamado de 
glioxissomo. As demais estruturas são comuns aos dois tipos de células 
eucariontes. 
 
 
 
 
 
 
 
Parede celular: a parede celular da célula eucarionte vegetal, a qual 
tem a constituição totalmente diferenciada da parede celular bacteriana, 
confere forma à célula vegetal e protege o citoplasma contra agressões 
mecânicas e ação de parasitas. A composição da parede varia de uma célula 
para outra, de um órgão para outro e de espécie para espécie, no entanto, são 
essencialmente compostas por polissacarídeos (polímero de açúcares) e 
proteínas. Os três principais polissacarídeos presente na parede incluem 
celulose, hemicelulose e pectina. 
 
Plasmodesmos: os plasmodesmos são canais existentes entre uma 
célula vegetal e outra, permitindo o trânsito de moléculas entre elas. 
 
Vacúolo central: delimitado por uma membrana chamada de 
tonoplasto, contendo em seu interior o suco celular. O vacúolo central participa 
da manutenção do turgor celular; por exemplo, quando as células absorvem 
muita água, esta água é estocada no vacúolo central, aumentando o tamanho 
deste, o que faz com que as demais organelas e a membrana plasmática da 
célula vegetal sejam “empurradas” contra a parede celular, mantendo a célula 
túrgida. Além desta função, o vacúolo central realiza o armazenamento de 
substâncias (como nutrientes, íons e metabólitos) e a degradação de 
substâncias que não são mais necessárias à célula. 
 
Plastos: os plastos (ou plastídeos) podem ser classificados em 
cromoplastos, cloroplastos e os leucoplastos. Os cromoplastos são os plastos 
que possuem pigmentos (exceto a clorofila), como a eritrofila ou xantofila. O 
cloroplasto possui o pigmento clorofila e está envolvido com a fotossíntese. Os 
leucoplastos não possuem pigmentos, e são plastos especializados na síntese 
e/ou armazenamento de substâncias de reserva, como o amido (polímero de 
glicose). Este leucoplasto que acumula amido é chamado de amiloplasto. 
 
 
Estas estruturas citadas acima são as estruturas que encontram-se 
somente em células vegetais. As células eucariontes animais também possuem 
duas estruturas “exclusivas”, que não se encontram na célula vegetal: os 
centríolos, que participam nos processos de divisão celular através da 
formação do fuso mitótico; e os lisossomos, que são organelas envoltas por 
uma membrana contendo em seu interior enzimas relacionadas à digestão 
intracelular de moléculas e organelas que não são mais necessárias à célula 
animal. 
 
Já as demais estruturas demonstradas nas figuras14 e 15 são comuns 
às células eucariontes vegetais e animais: 
 
Membrana plasmática: Separa a célula do meio extracelular, 
contribuindo para manter constante o meio intracelular, que é diferente do meio 
extracelular. Assim como a membrana plasmática de células procariontes, a 
membrana plasmática de células eucariontes possui permeabilidade seletiva. É 
formada por lipídios (principalmente fosfolipídios) e por proteínas. 
Núcleo: envolto por dupla membrana, o envoltório nuclear. É o centro de 
controle da célula, pois o material genético fica armazenado em seu interior. 
 
Mitocôndrias: são organelas que possuem uma dupla membrana 
envolvendo a matriz mitocondrial. É responsável principalmente pela síntese de 
energia para a célula (ATP). 
 
Ribossomos: podem ser livres ou associados ao retículo 
endoplasmático rugoso. É nos ribossomos que ocorre a síntese de proteínas. 
 
Retículo endoplasmático: formado por um sistema de membranas, 
contendo em seu interior as cisternas. Existem dois tipos de retículo 
endoplasmático: o liso e o rugoso. O retículo endoplasmático liso não possui 
ribossomos associados às suas membranas, as quais formam uma estrutura 
em forma de vesículas globulares. A sua principal função é a síntese de 
lipídios. O retículo endoplasmático rugoso possui ribossomos associadas às 
suas membranas, as quais formam estruturas semelhantes a lâminas 
achatadas. Algumas proteínas são sintetizadas nesta organela, as quais são 
enviadas para o complexo de Golgi para processamento. 
 
Complexo de Golgi: esta organela é formada por membranas que se 
empilham, formando uma estrutura semelhante a pilhas de sáculos achatados, 
contendo em seu interior as cisternas. É nesta organela que ocorre o 
processamento e endereçamento de lipídeos e proteínas formados no retículo 
endoplasmático. 
 
Citoesqueleto: relacionado à motilidade da célula, manutenção da 
arquitetura celular e tráfego intracelular de organelas e vesículas. Existem três 
tipos de filamentos que formam o citoesqueleto: filamentos intermediários, 
filamentos de actina (ou microfilamentos) e microtúbulos. 
 
Peroxissomos: envoltos por uma membrana simples, contendo em seu 
interior enzimas relacionados principalmente à decomposição do peróxido de 
hidrogênio (H2O2) e degradação de ácidos graxos. 
 
 
Observe a tabela abaixo, que resume as diferenças entre células 
eucariontes animais e vegetais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1. Diferenças entre células eucariontes vegetais e animais. 
 
 
Assim como as células procariontes, as diferentes células eucariontes 
também apresentam morfologia e bioquímica distintas, ou seja, há uma 
diversidade celular. Nos seres eucariontes unicelulares, chamados 
coletivamente de protozoários, há uma variedade de formas e metabolismo 
distintos, adequados para o ambiente no qual estes organismos vivem. Por 
exemplo, um Paramecium, é coberto por dezenas de milhares de cílios, 
extensões semelhantes à pêlos, cuja pulsação impulsiona a células para frente 
num movimento de rotação. Já o Trypanosoma é impulsionado por um 
movimento de propulsão causado por flagelos. As amebas (Amoeba) 
locomovem-se ainda de outra maneira, através da emissão de pseudópodes, 
as quais são projeções da membrana plasmática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos organismos pluricelulares a enorme variedade de tipos celulares 
está relacionada com o alto grau de especialização das mesmas. Apesar de 
Paramecium 
Amoeba 
Trypanosoma 
cruzi 
todas as células de um organismo de uma dada espécie possuírem o mesmo 
conjunto de genes, somente genes específicos para a função de cada célula 
são transcritos, formando as proteínas. Células que possuem funções 
semelhantes constituem os tecidos, formando os tecidos epitelial, nervoso, 
muscular e conjuntivos (conjuntivo propriamente dito, ósseo, cartilaginoso e 
sanguíneo). Por exemplo, os neurônios são especializados em comunicação 
através das sinapses, sendo o formato destas células fundamental para que 
possam cumprir esse papel. Por outro lado, os eritrócitos (células sanguíneas 
vermelhas) apresentam forma de um disco bicôncavo, não apresentam núcleo 
ou membranas internas, e tem seu volume interno repleto de uma proteína que 
realiza o transporte de oxigênio, a hemoglobina. Estas células perdem as 
organelas internas e seu núcleo durante o processo de maturação, para que 
dessa forma cumpram com mais eficiência o seu papel no transporte de 
oxigênio para a célula. 
As células são também extremamente diversas nas suas atividades 
metabólicas, sendo que algumas funcionam como fábricas especializadas para 
a produção de substâncias particulares, como hormônios, amido, gorduras, 
látex ou pigmentos. 
Figura 16. Diversidade celular presente no organismo humano. 
 
2.5. Vírus 
Os vírus não são células, principalmente por não terem a capacidade de 
reproduzirem-se sem estar no interior de uma célula hospedeira, pois não 
possuem todas as enzimas e estruturas necessárias para sua duplicação. 
Desta forma, eles são parasitos intracelulares obrigatórios. Os vírus mais 
simples são formados por DNA ou RNA (ácidos nucleicos) em sua porção 
central, que é delimitada pelo capsídeo, formado por proteínas. Esta seria a 
estrutura básica de um vírus, mas existem vírus maiores e mais complexos que 
possuem outras estruturas além destas, como por exemplo, um envelope viral, 
formado por lipídios e proteínas, recobrindo o capsídeo. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17. Estrutura de um vírus simples e exemplo de um vírus com maior complexidade. 
Como já mencionado, os vírus não tem capacidade de autoduplicação. 
Desta forma, eles induzem a maquinaria de síntese da célula hospedeira a 
sintetizar as moléculas que irão formar novos vírus, como exemplificado na 
figura seguinte, que esquematiza a infecção de uma bactéria por um vírus do 
tipo bacteriófago (vírus que infectam bactérias). 
 
Figura 18. Exemplo de infecção viral em bactéria, fazendo com que a maquinaria de síntese da 
bactéria forme novos vírus. 
 
 
 
Vírus maiores e mais complexos: 
2.7. Origem e evolução da célula 
 Uma das teorias de origem da vida provém da hipótese de Oparin e 
Haldane, dois pesquisadores que, na mesma época, mas separadamente, 
propuseram esta teoria. Segundo estes cientistas, na Terra primitiva, a 
atmosfera era formada essencialmente por metano, amônia, vapor d’água, 
hidrogênio, sulfeto de hidrogênio e gás carbônico. A superfície da Terra estava 
coberta por grande quantidade de água, dispostos em “oceanos” e “lagoas”. 
Essa massa líquida era rica em moléculas inorgânicas e continha em solução 
os gases constituíam a atmosfera naquele período, sendo chamada de caldo 
primordial. Através da ação do calor e da radiação UV (Sol) e de descargas 
elétricas (tempestades), moléculas organizaram-se e combinaram-se formando 
os primeiros compostos contendo carbono. Substâncias complexas como os 
ácidos nucleicos e as proteínas, formaram-se espontaneamente, ao acaso. 
Esta formação de moléculas realizada sem a participação dos seres vivos é 
chamada de síntese prebiótica. Na atmosfera atual, a síntese prebiótica não é 
possível, pois há O2, o que poderia destruir as moléculas recém-formadas por 
oxidação. Após a formação dos compostos de carbono pela síntese prebiótica, 
os ácidos nucleicos e proteínas foram recobertos por fosfolipídeos, que 
também foram sintetizados ao acaso, o que isolava o sistema autocatalítico em 
um compartimento. Desta forma, a primeira célula estava formada, a qual 
denominamos de coacervado, que era possivelmente uma célula procariótica 
estruturalmente muito simples, há aproximadamente 3,8 bilhões de anos atrás. 
 
 
Figura 19. Origem e evolução das células. 
Essas células primitivas, certamente anaeróbicas,gradualmente 
adquiriram capacidade de transformar energia e produzir seus próprios 
componentes. Essa crescente independência com relação ao meio se 
intensificou com o desenvolvimento dos pigmentos que permitiam o uso da 
energia solar para transformação de CO2 em compostos orgânicos mais 
complexos. A capacidade fotossintética passou a ter outro grande impacto na 
evolução quando alguns destes organismos passaram a usar a H2O como 
doador de elétrons, levando à produção de O2 como subproduto. Desta forma, 
o O2 foi acumulando-se na atmosfera, e nas camadas mais altas destas, o O2 
se rompeu devido à radiação ultravioleta, originando átomos de oxigênio, no 
qual alguns se reorganizaram, formando o O3 (ozônio). Desta forma, pouco a 
pouco, uma camada de O3, que protege a superfície da Terra da radiação 
ultravioleta, foi se formando. Além disso, o aumento gradativo do oxigênio 
atmosférico permitiu o estabelecimento dos procariotos aeróbicos há cerca de 
2,2 bilhões de anos. 
As primeiras células eucariontes surgiram há cerca de 1,6 bilhões de 
anos atrás. Esse eucarionte primitivo passou por vários estágios evolutivos 
cujos eventos mais marcantes foram: (1) aumento da quantidade de DNA 
seguido de maior eficiência do seu empacotamento; (2) invaginações da 
membrana plasmática, desenvolvendo um sistema interno de membranas, 
formando algumas organelas citoplasmáticas (Retículo endoplasmático e 
complexo de Golgi, por exemplo) e a membrana nuclear; (3) englobamento de 
procariontes em associações simbióticas que se tornaram permanentes. 
Primeiro ocorreu o englobamento de bactérias aeróbicas, que evoluíram para a 
mitocôndria, e posteriormente alguns desses eucariotos aeróbicos englobaram 
bactérias fotossintetizantes, que nas células de hoje constituem os 
cloroplastos. Esta teoria da origem de cloroplastos e mitocôndrias é conhecida 
como teoria da endossimbiose. 
 
Figura 20. Invaginações da membrana plasmática para a formação de um sistema de 
endomembranas. 
 
Figura 21. Origem das mitocôndrias. 
 
Figura 22. Origem dos cloroplastos. 
O que sustenta esta teoria da endossimbiose de origem de mitocôndrias 
e cloroplastos? Observe a figura abaixo e entenda o porquê esta teoria é 
aceita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23. Evidências que sustentam a teoria da endossimbiose de origem de mitocôndrias e 
cloroplastos. 
Dupla membrana 
Dna próprio, circular 
Ribossomos semelhantes

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