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Direito P. Civil III Matéria aula (2)

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Direito P. Civil III
Sentença
	Terminativa (sem resolução de mérito): art. 485
	Geralmente se diz que o juiz extinguiu (extinção do) o processo.
	Tem o nome terminativa pois só termina aquele processo, e não com o conflito entre as partes.
	Não faz coisa julgada.
	Definitiva (com resolução de mérito): art. 487
	Nesse caso, é definitiva pois o juiz termina com o processo e com o conflito.
	Faz coisa julgada.
Mérito = causa de pedir. É o bem da vida que o autor deseja, somado aos fatos que o levaram a isso.
Sentença terminativa
Art. 485 do Código de Processo Civil:
	Quando há vícios na PI;
	O juiz precisa intimar as partes PESSOALMENTE (não na pessoa de seus advogados);
	Ao contrário do inciso anterior, neste caso só se aplica ao autor. Quando ele deveria praticar um ato e não pratica por mais de 30 dias, importante ressaltar que este ato deve ser imprescindível para que o processo possa continuar. Também deve intimar pessoalmente o autor;
	Caso não estejam presentes os pressupostos processuais, exemplo seria caso o advogado da parte não juntasse a procuração, o que causaria um defeito na representação que teria que ser corrigido;
	Perempção é a perda do direito da parte de propor a ação (quando o autor abandona a causa três vezes, na quarta seria caso de perempção), art. 486 § 3º. Litispendência é quando existem dois processos idênticos (mesmas partes, causa de pedir e pedido). Se um dos processos já transitou em julgado, é coisa julgada;
	Condições da ação, se falta legitimidade de parte e/ou interesse de agir;
	Convenção de arbitragem, se as partes convencionaram que um árbitro vai julgar o conflito, não vai ser o juiz que vai julgar, ele dará a sentença terminativa. Caso o réu não se manifeste contrariamente (informando da convenção), o juiz poderá julgar;
	Quando o autor desistir da ação. A desistência pode ser feita até antes da sentença, mas a partir do momento que o réu apresenta contestação, o réu precisa concordar;
	Quando uma parte morre e o direito for intransmissível;
	Exemplo: art. 115, parágrafo único, caso de litisconsorte necessário (quando é necessário que a ação seja proposta para mais de um réu, e o autor só entra contra um).
O § 3º fala dos casos em que o juiz pode dar a sentença terminativa de ofício, em qualquer tempo ou grau de jurisdição (inclusive em outra instância). 
Ele dá a entender que nesses casos serão de ofício e nos outros não. Porém não é isso.
No inciso I por exemplo, ele pode indeferir de ofício, mas é necessariamente no começo do processo, mas não é em qualquer tempo.
No caso do inciso III, se o réu não contestou, o juiz pode extinguir de ofício, se o réu já contestou, ele deve requerer que o juiz extinga o processo. § 6º do art. Caso o réu já tenha contestado e ele não requer a extinção (e o autor continua sem realizar o ato), o juiz deve aguardar acontecer o inciso II (processo parado por mais de 1 ano).
No caso de uma sentença terminativa, o autor pode propor a ação novamente (art. 4861	 Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
), corrigindo os erros que houverem (art. 486, § 1º2	 § 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
), e, caso existam despesas no primeiro processo, ele deve liquidá-las (art. 486, § 2º3	 § 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
).
Sentença definitiva
É definitiva pois, faz coisa julgada material, e impede que a coisa seja julgada novamente em outro processo. Resolve o conflito de forma definitiva.
Art. 487 do Novo Código de Processo Civil:
	É a situação mais comum. É a única hipótese em que o juiz verdadeiramente julga o acontecimento, ele acolhe ou rejeita o pedido formulado pela parte (na PI ou na reconvenção), ele vai raciocinar sobre o assunto, analisar os fatos e julgar. É o julgamento de mérito;
	Este inciso e o próximo são considerados julgamento com resolução de mérito, mas o juiz não chega a realizar de fato, um julgamento. É uma sentença de mérito por equiparação. Ainda que não seja um julgamento, gera coisa julgada, por isso a equiparação. Antes de decidir pela decadência ou prescrição, o Juiz tem o dever de, antes de dar a sentença, ouvir às partes sobre o assunto (parágrafo único4	 Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
), o art. 105	 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
 é determina isso, que o Juiz não pode decidir sem o contraditório (se trata de um princípio processual) – a exceção à isso, é a improcedência liminar do pedido;
	Trata-se da sentença homologatória. Nesse caso o Juiz vai simplesmente homologar a vontade da(s) parte(s). Também não há julgamento por parte do magistrado. É, também, sentença com julgamento de mérito por equiparação, faz coisa julgada. 
	O réu reconhece a procedência do pedido (pode economizar sucumbência por exemplo).
	O juiz homologa um acordo entre as partes.
	O autor pode abrir mão do direito dele.
Diferença entre o art. 485, VIII e o art. 487, III, c, é que o primeiro o autor abre mão do direito processual, somente daquela ação. No segundo, o autor abre mão do direito material.
O réu revel, ou que confessa um fato narrado pelo autor ser verdadeiro, não é a mesma coisa que aquele que reconhece a procedência dos pedidos. O reconhecimento da procedência está relacionado ao bem da vida, é muito mais amplo (neste caso, acaba o conflito), isso deve ser necessariamente expresso, não pode ser tácito. A confissão pode ser de apenas um fato (e não necessariamente acaba com o conflito), o Juiz continua tendo que julgar o processo, com esse fato podendo ou não influir na sentença.
Princípio da primazia da sentença de mérito. Se o defeito que levaria a uma sentença terminativa não é tão grave, se pode ser relevado, o Juiz deve prezar por mesmo assim dar a sentença de mérito. A razão disso é que ninguém entra na justiça para ter uma sentença terminativa, ela beneficia apenas ao réu. Art. 4886	 Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
. Se atentar ao fato de que a sentença definitiva neste caso, deve beneficiar a quem seria beneficiado pela sentença terminativa.
Elementos da sentença (art. 489)
Relatório: o Juiz deve relatar o caso de forma resumida. Deve ser feito para que se tenha certeza de que o Juiz leu o processo. Exceções: juizado especial, sentença homologatória.
Fundamentação: não se pode ter uma decisão arbitrária, elas devem ser fundamentadas. Razões e motivos pelos quais o Juiz decidiu daquela forma. Se as partes não se conformam com a decisão, elas deverão entrar com um recurso, impugnando justamente a fundamentação.
O § 1º traz situações em que a sentença é considerada não fundamentada. Veio com o Novo Código de Processo Civil.
	O juiz não pode simplesmente reproduzir o texto da lei. Ele deve explicar, fazer a vinculação do artigo com os fatos do caso concreto;
	Conceito jurídico indeterminado é um conceito que você não consegue definir, é o conceito vago. O Juiz pode usá-los, mas deve explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
	Decisões genéricas, que servem para qualquer processo;
	O Juiz deve abordar todos os pontos relevantes que foram argumentados pelas partes. Argumentos irrelevantes, incapazes de mudar a conclusão (infirmar) do Juiz, não precisam ser abordados;
São os precedentes (art. 927). O Juiz não pode apenas invocar os precedentes sem explicar a relação deles com o caso concreto;
	Nesse caso é quando o Juiz deixa de usar o precedente obrigatório que deveria ter sido usado, sem explanar seus motivos.
Dispositivo: é a parte final da sentença onde o Juiz resolve a questão, é a conclusão final. É o que faz coisa julgada.
Princípio da Congruência (1417	 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
, 4908	 Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
, 4929	 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
)
O Juiz fica limitado ao que consta na Petição Inicial/Reconvenção sobre o que ele pode decidir na sentença. Ele não pode julgar fora, nem além do que foi pedido.
Ele fica vinculado não só aos pedidos, mas também à causa de pedir. Ele fica preso aos fatos alegados pelas partes. Quanto aos fundamentos jurídicos, ele tem liberdade para decidir um caminho diferente do que foi inicialmente pedido. Isso acontece porque o juiz conhece o direito, ele decide o que cabe neste caso.
Defeitos no princípio:
Sentença ultrapetita – 
É a sentença em que o juiz julga a mais, além do que foi pedido.
Não é certo dizer que o juiz nunca pode julgar a mais. 
Alguns exemplos: honorários advocatícios de sucumbência, mesmo que não pedido, por lei, o juiz PRECISA decidir sobre na sentença (se tiver sentença em julgado sem, o advogado vencedor pode propor nova ação. Art. 85, § 18); correção monetária; juros moratórios; Art. 322 , § 1º10	 § 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
. 
Prestações periódicas, são prestações que vencem de período em período (mês em mês, ex), se tratam de obrigações sucessivas, o autor entra com a ação cobrando as parcelas em atraso (na data da propositura), caso ele esqueça de pedir as prestações que vencerão durante o processo, o juiz precisa inclui-las na sentença (Art. 32311	 Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
). 
Nas ações de fazer, entregar, o juiz pode determinar tutelas diferentes das pedidas, pode por exemplo, determinar que o réu pague multa diária enquanto não fizer/entregar. Arts. 53612	 Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
, § 1º13	 § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
, 53714	 Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
.
Não é nula. Deve ser proposta apelação.
Sentença extrapetita – 
É aquela em que o juiz julga algo diverso do que foi pedido. Concede um bem da vida diferente daquele que foi postulado pela parte.
Essa sentença é nula, deve ser anulada. O Juiz precisa dar outra sentença. Apelação.
Sentença citrapetita/infrapetita – 
É aquela sentença que julga menos do que foi pedido, aquém do pedido. Não pode ser confundida com a sentença de parcial procedência. É exclusiva de pedido.
Quando o juiz deixa de julgar um dos pedidos, por exemplo.
Não é nula. Aquilo que o juiz decidiu está valendo, mas ela é incompleta.
Outros defeitos da sentença:
Sentença omissa – 
É aquela sentença que não analisou uma questão importante. Por exemplo, juiz que não analisa uma alegação de prescrição que veio na prescrição (não é pedido nesse caso). Pode ser pedido ou qualquer questão importante.
Quando é sobre um pedido, é englobada pela citrapetita, viram a mesma coisa.
Pode ser alvo de embargos de declaração.
Sentença contraditória – 
O juiz fala coisas contraditórias na sentença.
Embargos de declaração.
Sentença obscura – 
É a sentença que não é clara. Você não entende o que o juiz decidiu. Confusa, gera dúvida.
Embargos de declaração.
Erro material ou de cálculo – 
Se trata de um defeito mais simples. Por exemplo, o juiz pode ter colocado o nome da parte errado na sentença, ou cometido um erro simples de cálculo.
Embargos de declaração.
Depois de publicada, o juiz não pode alterar a sentença. Salvo para corrigir erros materiais (inclusive de ofício), ou pode modificar a sentença por causa de eventuais embargos de declaração. Art. 49415	 Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração.
. Publicar sentença significa torna-la pública, é quando ela já pode ser consultada (a intimação sobre a sentença é outro ato).
Quando se trata de sentença omissa, a questão que não foi apreciada não faz coisa julgada. Por isso pode ser requerido em outro processo.
Juízo de retratação
O juiz pode se retratar em duas situações; primeiro quando ele profere sentença terminativa, neste caso, quem ficou prejudicado foi o autor, por isso o autor pode apresentar recurso contra esta sentença e, diante da apelação, o juiz tem a opção de se retratar. Art. 485, § 7º16	 § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
. O segundo caso trata-se da improcedência liminar do pedido, art. 332, § 3º17	 § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
.
As possibilidades de retratação só acontecem quando a sentença é desfavorável ao autor. Ela não existe quando a sentença é ruim para o réu.
Via de regra, o juiz não pode se retratar! Esses casos são exceções.
Fato novo
É aquele fato que não está na petição inicial, que aconteceu posteriormente à ela. O juiz o levará em consideração justamente por ser novo, ter acontecido durante o processo. O fato precisa também ser relevante, influenciar o julgamento, para que o juiz o leve em consideração. Art. 49318	 Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
.
Não importa se o fato vai beneficiar o autor ou o réu, ele deve leva-lo em consideração. É importante observar que o contraditório deve ser respeitado, o juiz precisa ouvir as partes sobre ele. Art. 493, parágrafo único19	 Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
.
Para frisar novamente, isso não se aplica a fatos ou documentos antigos, anteriores à petição inicial.
Segurança jurídica (CF, 5º, XXXVI; LINDB, 6º)
Conceito (Art. 50220Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
)
Em algum momento, os efeitos de uma sentença adquirem uma qualidade especial, que é a de autoridade, ela passa a poder ser forçada às partes,
por isso o uso desse termo no artigo. O termo força de lei no artigo seguinte reforça essa ideia.
Imutável é o que não muda, nesse caso, em relação por exemplo a uma lei nova, que não pode vir e mudar o que já foi decidido. E indiscutível diz respeito às partes não poderem discutir mais aquilo que o juiz já decidiu, nem nesse nem em outro processo.
Decisão de mérito, são os casos do art. 487. Usaram o termo decisão nesse caso, pois não é só a sentença que faz coisa julgada de mérito. Uma decisão interlocutória também pode fazer (exemplo do caso em que há dois pedidos, e um não prospera por estar prescrito, decisão interlocutória do juiz é de mérito).
Não mais sujeita a recurso, ou seja, ou todos os recursos utilizados já esgotados, ou o recurso que cabia no caso não foi apresentado de forma temporal.
É importante saber a data do trânsito em julgado pois, a ação rescisória, pode ser proposta em até 2 anos desde que ele ocorreu. Ela visa mudar o trânsito em julgado em casos específicos (juiz corrupto, por exemplo). E de acordo com o art. 97521Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
, o trânsito em julgado só acontece depois da última decisão proferida no processo, mesmo que ele já não seja diretamente relacionado à questão (exemplo do recurso intempestivo, que foi questionado no STJ se realmente era intempestivo; não dizia respeito à matéria julgada inicialmente).
Material é diferente de formal
Coisa julgada formal impede que as partes discutam novamente o que foi decidido pelo juiz dentro do mesmo processo. É a chamada preclusão máxima. O processo já percorreu todo o trajeto que ele poderia (foi até o STF, por exemplo). Ela é endoprocessual (dentro do processo), mas se os efeitos dessa decisão se projetarem para fora do processo, a ponto de tornar imutável e indiscutível em outro processo a questão, passa a ser coisa julgada material (isso só acontece nas decisões com resolução de mérito).
A coisa julgada formal acontece sempre que há trânsito em julgado no processo, independentemente se houve ou não resolução de mérito. Já a coisa julgada material só acontece em casos onde houve a resolução de mérito.
A decisão do juiz pode ser discutida em novo processo? Depende. Se foi de mérito, não pode, se não foi de mérito, pode.
Coisa julgada
Cognição
	Exauriente
É quando o juiz precisa fazer uma análise profunda para dar sua decisão sobre o caso. Geralmente, trata-se da sentença de mérito do processo, quando o juiz tem todos os aspectos necessários para realizar o julgamento com convicção. É a única capaz de produzir coisa julgada.
	Sumária
Neste caso, o juiz precisa fazer uma análise apenas superficial. Basta que o direito seja aparente, não precisa existir certeza, que ele já pode dar uma decisão. Seria o caso, por exemplo, de uma tutela antecipada, uma liminar, etc. Não produz coisa julgada.
Limites da coisa julgada
	Objetivos
Tem a ver com as questões que foram decididas, o que foi decidido na sentença.
Questão principal (art. 50322Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
): trata-se do bem da vida requerido no processo. É resolvida no dispositivo da sentença. Se tiver reconvenção, o juiz deverá decidir as duas questões principais no dispositivo.
Questão prejudicial: pode surgir durante o processo. É pressuposto da questão principal, ou seja, precisa ser resolvida antes do juiz poder decidir a questão principal, ela prejudica a resolução dessa última. Exemplo, uma ação pedindo alimentos (principal); na resposta do réu (contestação), ele nega a paternidade (prejudicial).
Ela pode fazer coisa julgada (art. 503, § 1º23§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
), para isso precisa que a questão principal dependa da resolução dela (I24I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
); precisa ter havido contraditório de fato, sem caso de revelia (II25II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
); e o juízo deve ter competência para resolver ambas prejudicial e principal (III26III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
).
No § 2º fala que ela não faz coisa julgada em caso de limitações na análise da questão prejudicial, exemplo seria um mandado de segurança.
Deduzida: são as questões que foram alegadas.
Dedutível: são as questões que você não falou mas poderia ter falado, e por isso não permite que se proponha uma nova ação por causa dela.
Exemplo, ação de anulação de contrato; alegação de incapacidade; juiz julga o pedido improcedente, por não ser incapaz; coisa julgada; não pode o autor entrar com nova ação alegando coação, pois esta poderia ter sido alegada na primeira ação. Art. 50827Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
.
Justiça da decisão: está presente no art. 12328Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
.
Exemplo, ação de anulação de escritura; alegação de que houve dolo do tabelião, por isso a escritura não tem validade; autor e réu são as partes da escritura; caso o réu perca, ele deverá pagar ao autor, e poderá cobrar reembolso do tabelião; por isso pode-se dizer que o tabelião é um terceiro, e ele pode entrar no processo como assistente do réu (intervenção de terceiro, pode também ser denunciado na lide); fica provado que o tabelião agiu com dolo; juiz colocará no dispositivo a anulação da escritura e na fundamentação o dolo do tabelião; o réu então, proporá uma ação de ressarcimento contra o tabelião; na defesa do tabelião ele não poderá alegar que não agiu com dolo, pois isso foi coisa julgada na primeira; isso só acontece se o tabelião ingressou no processo como assistente (se ele foi denunciado na lide, o juiz julgará ela também no dispositivo, então também não poderia alegar).
Isso também dependerá do momento em que ele entrou no processo. Se ele entrar posteriormente ao contraditório do processo, sem poder produzir prova, a coisa julgada não afetará ele (I29I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
). Ler o II30II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
 também.
Imposto anual: Súmula 23931“Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.”
 do STF. Todo ano se deve entrar com ação nova, não faz coisa julgada relativa aos próximos anos.
	Subjetivos
Tem a ver com os sujeitos que são atingidos pela coisa julgada. As pessoas que serão afetadas e de que forma, pela coisa julgada.
Em regra, quem é afetado pela coisa julgada são as partes. Via de regra, terceiros não serão afetados. Ela pode beneficiar terceiros, mas não prejudicá-los. Art. 50632Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
. 
Os terceiros, portanto, não podem ser diretamente afetados (como sempre, existem exceções), mas a relação jurídica dele com uma das partes pode ser afetada. Por exemplo, uma pessoa que é interditada, a sentença do juiz não afeta o terceiro, mas ele precisa saber dessa situação para não realizar uma negociação frustrada, portanto sua relação fica afetada.
Terceiro assistente (como falado anteriormente): é dividido em simples e litisconsorcial. O litisconsorcial é aquela pessoa que poderia ter
sido parte como litisconsorte, mas não foi – ele sofrerá os efeitos da coisa julgada, queira ele tenha participado do processo como assistente ou não. Exemplo seria um condomínio de duas pessoas, que foi invadido; qualquer um deles, juntos ou sozinhos, pode entrar com ação de reintegração de posse, que se for ganha, beneficiará a ambos, mesmo que o outro não tenha participado.
Bem disputado entre autor e réu (bem litigioso). Réu tem a posse, autor alega ser o verdadeiro dono. No meio do processo o réu vende o bem para um terceiro. Nesse caso, os efeitos da coisa julgada faz efeito sobre o terceiro (caso o autor ganhe, ele perderá a posse e tera que entrar de regresso contra o réu). Art. 10933Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
, § 3º34§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
.
Ações coletivas, ações que envolvem interesses coletivos. São chamados de interesses metaindividuais. Surgiram com o tempo, normalmente os interesses são individuais. A lei criou meios de proteção a esses direitos. 
Exemplos: a LAP (Lei de Ação Popular, nº 4.717//65), pode ser proposta por qualquer pessoa que esteja com seus direitos políticos intactos (pode votar e ser votado); a LACP (Lei de Ação Civil Pública, nº 7.347/85), é diferente da LAP pela legitimidade, quem pode propor são associações, sindicatos, MP, etc; CDC (Código de Defesa do Consumidor lei nº 8.078/90), tem uma parte destinada às ações coletivas.
Uma ação dessas, quando ganha, não vai beneficiar quem propôs a ação, mas sim o coletivo todo, qualquer pessoa.
O art. 81 do CDC diz que existem os direitos ou interesses:
	Difusos: transindividuais, indivisíveis, pessoas indeterminadas;
	Coletivos: transindividuais, indivisíveis, grupo, classe ou categoria pessoas com relação jurídica base (entre si ou com o adversário), ou seja, são determinadas;
	Individuais homogêneos: os direitos são individuais, mas a forma de proteção desses direitos é coletiva. Por trás desses direitos, existe um interesse público, por isso uma ação só defende os direitos individuais homogêneos.
Nos casos dessas ações coletivas, de acordo com o art. 103 do CDC, a coisa julgada vai ter efeitos diferentes dependendo do julgamento. Nos direitos difusos, ela será erga omnes (vale para todos), ou seja, faz coisa julgada, salvo se a ação for julgada improcedente por falta de provas; nesse caso, qualquer legitimado poderá entrar com nova ação, com novas provas, ou seja, não faz coisa julgada.
Nos direitos coletivos, ela será ultra partes, ou seja, afetará a todos do grupo relacionado, fazendo coisa julgada. Em caso de improcedência por insuficiência de prova, também não faz coisa julgada.
E nos direitos individuais homogêneos, ela fara coisa julgada, e será erga omnes, caso seja procedente. Caso não seja procedente, por qualquer motivo (não precisa ser insuficiência de provas), não faz coisa julgada e cada um pode intentar nova ação.
As vezes uma ação pode possuir os três direitos ao mesmo tempo, podendo também a coisa julgada ser parcial (dependendo da sentença).
Relação Jurídica Continuativa
Relações jurídicas de trato sucessiva, ou continuativa. Se trata de uma relação jurídica entre duas pessoas, regulamentada e que não se extinguem, que continuam existindo. Exemplo seria a pensão de alimentos, pois ela se continua com o tempo. Está prevista no art. 50535Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
, I36I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
.
Quando se tratar desse caso, a coisa julgada pode ser revista em outro processo. Trata-se de uma exceção. Seguindo o exemplo anterior, uma ação de revisão de alimentos, ou ação de exoneração de alimentos.
Relativização da coisa julgada
É um entendimento, um movimento, para relativizar a coisa julgada, que começou quando surgiu a técnica do exame de DNA (nos exames de paternidade, etc). Também seria o caso da chamada flagrante injustiça da decisão, como, por exemplo, no caso de uma desapropriação (que precisa de uma justa indenização), e é pago um valor muito aquém ou além do valor de mercado.
Existe também a coisa julgada inconstitucional; seria o caso em que um juiz, no primeiro processo, dá a sentença baseada em uma lei, e posteriormente o STF declara aquela lei inconstitucional. A coisa julgada também passa a ser inconstitucional.
Meios de impugnação
São os meios de confrontar/rever a coisa julgada. Exemplo é a ação rescisória, que tem esse nome porque vai rescindir a coisa julgada; ela só cabe em algumas hipóteses excepcionais, a parte perdedora só pode entrar com ela em algumas situações, o código é taxativo quanto a elas. Ela se encontra no art. 96637Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
.
Também pode-se falar de ação anulatória (art. 966, § 4º38§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
). Exemplo, as partes fazem um acordo (transigiram), o juiz homologa o acordo através de uma sentença; uma das partes, resolve questionar alegando que foi enganada quando fez o acordo, havendo dolo, coação (algum vício de consentimento) da outra parte. O acordo é um ato jurídico, e como qualquer ato jurídico, pode ser anulado. O problema neste caso não é a sentença, e sim o acordo; o erro não foi do juiz, a ação não se volta contra a sentença, o erro foi das partes, e ela se volta contra o acordo.
Existe ainda a impugnação ao cumprimento de sentença, ela se dá na fase de execução (quando o réu não cumpre o que foi previsto pela sentença). Via de regra, o devedor não pode questionar a sentença nesta fase, neste caso ele pode, se trata de exceção. Exemplo disso está previsto no Art. 52539Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
, § 1240§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
, que fala de coisa julgada inconstitucional.
Pode-se falar também da chamada ação querela nulitatis insanable, ou ação declaratória de inexistência do processo. Acontece quando o réu não sabe que houve um processo contra ele e descobre depois da coisa julgada, quando não há citação ou citação nula.
Esses são alguns meios de se discutir a coisa julgada.
Prova até aqui.
09/04/2018
Começo do segundo bimestre.
Execução
	Tutela cognitiva x tutela executiva
	Princípios
	Classificações
	Processo
	Fase conhecimento
	Fase execução (cumprimento de sentença)
	
	
	
	Proc execução
Na fase de conhecimento, como o nome já diz, o juiz tem de conhecer, ele tem que julgar, pra ver quem tem direito, se é o autor que o postula, ou se o réu. Deve analisar provas, regras jurídicas, etc. A finalidade do processo de conhecimento é de reconhecer ou não o direito. Os atos praticados pelo juiz no processo de conhecimento, são intelectuais.
Já no processo de execução, os atos do juiz são bem diferentes. Aqui o juiz não julga nada, ele não precisa pensar, raciocinar, saber quem tem razão ou não. Aqui ele precisa
praticar atos executivos, atos materiais, atos concretos, e não intelectuais. Exemplo, o réu não pagou? Juiz manda penhorar os bens e ir para leilão. A finalidade da execução é satisfazer o direito que já foi reconhecido.
Não significa que na fase de conhecimento só existirão atos intelectuais, visto que pode ser expedido um mandado de prisão por exemplo, na fase de conhecimento (não pagamento de alimentos devidos). Assim como não significa que na fase de execução ele não julgará nada. Por exemplo, caso o réu mostre que o bem penhorado é de família e não pode ser penhorado, o juiz deverá analisar se isso procede, podendo ouvir testemunhas, etc.
Só é possível existir a execução se existir um documento chamado título executivo. E na execução, o nome do autor e do réu é diferente, credor e devedor, exequente e exequido.
Caso a pessoa já tenha um título executivo na mão, pode propor uma ação executória diretamente, sem a necessidade de propor um processo de conhecimento.
Princípios
1) Título executivo (78341Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
, 78642Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
, 80343Art. 803. É nula a execução se:
, I44I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
)
	Judiciais (515) e extrajudiciais (784)
	Obrigação certa, líquida e exigível
O processo de execução pressupõe a existência de um título executivo. Sem um título executivo, não existe a execução. 
Ele se trata de um documento que a lei estabelece essa qualidade, ou seja, a lei estabelece quais documentos são título executivo. Precisa estar previsto em lei. Só lei federal pode estabelecer quais são eles. Não adianta duas pessoas estabelecerem em cláusula que reconhecem o contrato como título executivo, de nada isso vale se não estiver previsto em lei, independe da vontade das partes.
Existem duas espécies de título executivo, os judiciais e os extrajudiciais. Os judiciais são aqueles que nascem, que são criados, por uma decisão judicial. Já os extrajudiciais são aqueles títulos que nascem da vontade das partes, da vontade da pessoa.
Judiciais
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
Qualquer tipo de decisão, pode ser sentença, pode ser acórdão. É necessário que a decisão reconheça a exigibilidade do cumprimento da obrigação. Exemplo, juiz dá sentença condenando o réu a pagar dez mil reais. É o tipo mais comum.
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
É o acordo entre as partes. É judicial, ou seja, já existe um processo em andamento, e as partes se autocompuseram. Se uma parte não cumprir, a outra pode executar o acordo.
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
Extrajudicial, as partes fizeram acordo fora de um processo. Elas podem pedir para um juiz homologar o acordo extrajudicial, e então ele vira título executivo.
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; 
Formal de partilha é o documento que se leva ao cartório para registrar a herança em seu nome, quando termina um inventário. É somente entre as pessoas que participaram do inventário, um herdeiro contra o outro, etc. Juiz determina a imissão de posse.
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
Caso mais comum é o perito nomeado em processo. É a decisão judicial que fixa o valor.
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
Processo crime. Quando há a sentença condenatória transitada em julgado, automaticamente o réu fica responsabilizado para reparar os danos causados.
VII - a sentença arbitral; 
É a sentença que foi dada pelo arbitro, sentença relativa à lei de arbitragem. Apesar de o árbitro não ser juiz, acontece por equiparação.
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
É a sentença que foi dada em outro país, e que vai ser executada aqui no Brasil. Para executá-la, ela precisa ser homologada pelo STJ.
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
Aqui não é sentença, é uma decisão interlocutória estrangeira. Também precisa ser homologada pelo STJ. Nesse caso o procedimento é feito por carta rogatória.
X - (VETADO).
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Extra judiciais
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
Se o cheque estiver prescrito, ele não pode ser executado, mas a dívida representada pode ser exigida (em outro tipo de ação, não na execução). Ação de locupletamento ilícito, é uma ação de cobrança de cheque prescrito.
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
Documento público, aquele feito no cartório. Tem que estar assinado pelo devedor. Escritura pública de confissão de dívida, por exemplo.
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
Qualquer documento particular, em geral um contrato. Nesse caso específico, é exigida a assinatura de duas testemunhas.
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Instrumento de transação é o documento que as partes entram em acordo, desde que esteja referendado (conferido, aprovado) por um dos listados. Não precisa de duas testemunhas.
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
Contrato garantido por qualquer uma dessas formas, são todas garantias reais. Penhor é contrato, não é penhora (ato do juiz). Anticrese é quando o devedor tem um imóvel e ele transfere a posse do imóvel para o credor, para ele alugar o imóvel por exemplo, para acertar a dívida.
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
Foro e laudêmio são obrigações que decorrem da enfiteuse. A enfiteuse é o direito que a pessoa tem sobre um imóvel (exemplo, família Jales), e a cada venda do imóvel, é pago o laudêmio. O Código Civil de 2002 não prevê enfiteuse, mas as que já existiam antes continuam válidas.
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
Aluguéis. Geralmente trata-se de um contrato de aluguel, mas não é só ele. Também não precisa de assinatura de duas testemunhas.
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
Trata-se de CDA – Certidão da Dívida Ativa. Envolve a chamada execução fiscal. Geralmente é a cobrança de quem não paga imposto, é gerada uma CDA para que o governo execute o devedor.
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
Contribuições ordinárias são aquelas que devem ser pagas todo mês (salário dos funcionários),
extraordinária é a eventual (reforma). O credor neste caso é o condomínio, pessoa jurídica. O devedor é o condômino.
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
É o caso dos cartórios, tabelião e oficial de imóveis. Caso não pague as taxas, será feita uma certidão, que é o título executivo.
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Reflete bem o que são os títulos executivos, ou seja, expressos em lei. Exemplos, estatuto da OAB, cédula de crédito bancário. O rol desse inciso é taxativo, pois elas precisam estar previstas em lei.
O rol do artigo 784 não é taxativo.
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
16/04/2018
Para que o credor inicie a execução, não adianta apenas o documento previsto como título executivo, ele precisa de um algo a mais, um conteúdo, ele deve conter uma obrigação certa, líquida e exigível. Somente com todas essas características que o credor poderá dar início ao processo de execução. Todos os artigos lidos anteriormente falam exatamente disso.
Obrigação certa
Obrigação certa é algo que se tem certeza. Certeza do que? Da obrigação, que ela existe. Tem a ver com a existência da própria obrigação. O documento, por si só, revela a existência de uma obrigação?
A duplicata, por exemplo, é causal (precisa existir uma causa comercial, uma compra e venda ou prestação de serviço, para que ela possa ser emitida). Se ela tiver o aceite do devedor, ela é certa. Mas hoje em dia dificilmente é mandada para que seja dado o aceite, chega diretamente a cobrança. Mesmo sem o aceite, ela pode ser título executivo se estiver acompanhada da nota fiscal, recibo de entrega do produto e protesto do título. Ou seja, não adianta o documento estar apenas previsto em lei, precisa de conteúdo.
Andebeatur: an é a existência da obrigação.
Obrigação líquida
Obrigação líquida é aquela que tem o valor certo, determinado. Não se aplica apenas a dinheiro, mas sim a qualquer tipo de obrigação (de fazer um muro, por exemplo; como vai ser feito o muro, que tamanho, quais materiais serão usados?).
Se for título extrajudicial, não será considerado título executivo, terá de cobrar por meio de outro processo, não a execução. Nos títulos judiciais, pode ser que seja líquido ou ilíquido, mas só se falará em execução quando a sentença for liquidada.
Exemplo, contrato de seguro de veículo. Não é título executivo pois não há liquidez. Quando você assina ele, não sabe qual será o valor em uma eventual batida. Já o seguro de vida, é líquido, e é título executivo.
Quantum debeatur: quantum é o valor.
	Liquidação de sentença
Se a sentença for ilíquida, deverá haver a fase de liquidação da sentença, para que então possa começar a fase de execução.
A liquidação é uma fase processual, fase intermediária (está entre a fase de conhecimento e a de execução). Quando é fase, engloba vários atos processuais, pode ser rápida ou demorada.
Não se discute a lide nesta fase, não pode haver alteração da sentença. Art. 50945Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
, § 4º46§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
.
Deve haver também requerimento das partes para que se inicie essa fase, podendo ser tanto do credor quanto do devedor. O juiz não pode iniciá-la de ofício. Art. 509, caput.
Existem três procedimentos de liquidação de sentença:
	Por arbitramento (arts. 509, I47I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
 e 51048Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
): arbitramento significa atribuir valor. Ou porque as partes convencionaram, ou porque o juiz decidiu que seria dessa forma em sentença, ou ainda, pela natureza da liquidação (não tem outra forma de descobrir o valor da dívida, senão pelo arbitramento). O arbitramento poderá ser feito pelas próprias partes ou por um perito nomeado pelo juiz;
	Procedimento comum (art. 509, II49II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
 e 51150Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
): é quando depende de fato novo. Quando tiver que alegar e provar um fato novo para descobrir o valor da dívida, nesse caso específico, a liquidação tem esse nome. É um procedimento comum, há o requerimento, a outra parte é intimada para responder, haverá réplica, serão ouvidas testemunhas, etc;
	Cálculos (art. 509, § 2º51§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
): é a mais comum, e também a mais simples. É quando depende de cálculos aritméticos para se chegar ao valor da dívida. Parte da doutrina entende que esta não se trata de liquidação, pois a sentença é liquida, só depende de cálculos e atualização para se chegar ao valor certo. Ela só tem um ato processual, é chamada de liquidação ato, não é como os outros que é uma fase a parte do processo. Ver também art. 786, parágrafo único.
Liquidação parcial (art. 509, § 1º52§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
): é quando o processo tem parte líquida e parte ilíquida. Quando isso acontece, o credor pode desde logo fazer a execução da parte líquida, e a liquidação da parte ilíquida.
Liquidação provisória (art. 51253Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
): é o mesmo que a execução provisória, e se aplica nos mesmos casos em que se pode aplicar a execução provisória. Pode fazer a liquidação, mesmo que a decisão não tenha transitado em julgado, ou seja, mesmo que haja um recurso pendente de julgamento.
18/04/2018
Obrigação exigível
	Inadimplemento (78654Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
, 78855Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
)
É exigível quando o devedor não cumpre sua obrigação na forma devida, tornando-se inadimplente. Caso o devedor cumpra a obrigação, não é inadimplente, e portanto não pode instaurar a execução; caso a obrigação seja satisfeita com a execução em curso, ela não terá continuidade. No entanto, o credor não é obrigado a receber a prestação
caso ela seja diferente ou esteja já esteja fora do tempo combinado, podendo assim iniciar a execução.
	Condição do termo (80356Art. 803. É nula a execução se:
, III57III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
)
Condição é quando o credor só pode exigir a obrigação, quando uma certa condição acontecer. Exemplo, honorários só poderão ser exigidos se, no futuro, ganhar a causa. Só poderá ter inicio a execução quando a condição acontecer.
	Obrigações bilaterais (78758Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
 e parágrafo único59Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
)
Chamados contratos bilaterais, caso de obrigações recíprocas, sinalagmáticas. Uma das partes só pode exigir a obrigação da outra, se ela cumprir a dela primeiro.
Primeiro caso, a pessoa que instaura a execução e já cumpre a obrigação dela no processo de execução. Exemplo, paga uma quantia para receber um veículo, deposita a quantia no início.
Outra seria propor a ação e não cumprir sua parte, o réu será citado e poderá alegar exceção do contrato não cumprido, ou seja, alega que o autor não cumpriu a parte dele então não pode exigir que o réu cumpra a dele. Pode também o réu já cumprir sua obrigação, nesse caso o autor não poderá levantar o valor/bem enquanto não cumprir a parte dele.
2) Responsabilidade Patrimonial
	Bens
	Devedor (78960Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
)
	Responsável (790)
A execução é um tipo de processo um tanto quanto agressivo, é um processo que invade e arranca o patrimônio do devedor, queira ele ou não, por isso é necessário a existência do título executivo. A execução recai sobre os bens, o patrimônio do devedor, não sobre a pessoa (exceção é a prisão do devedor de alimentos).
O artigo 790 estipula outras pessoas que poderão responder pelo devedor. Existe uma diferença entre devedor e responsável pela dívida; geralmente são a mesma pessoa, mas em alguns casos, não.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
Sucessor a título singular. Exemplo, autor e réu disputando uma determinada coisa (direito real), que é o chamado bem litigioso. O autor busca o bem, que se encontra com o réu. Caso o réu, no meio do processo venda/ceda/disponha do bem para um terceiro, esse terceiro vai responder pela dívida que está sendo discutida no processo. 
II - do sócio, nos termos da lei;
Em regra, o sócio não responde pelas dívidas da sociedade, mas existem casos em que sim. Exemplo, dívidas tributárias da empresa. Tem que existir uma lei dizendo que, neste caso específico, os bens do sócio respondem pela dívida da empresa.
O artigo 79561Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.
 vem esclarecendo essa questão do sócio. Os parágrafos do artigo falam sobre o benefício de ordem (poder exigir que primeiro sejam executados os bens da empresa).
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
Nem precisaria estar escrito. Obviamente que os bens do devedor ficam sujeitos à execução.
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
Depende de regime de casamento, se o devedor faz muito uso do bem, etc. A questão maior é quem foi beneficiado com a dívida, ela beneficiou a família ou apenas o devedor (ou ainda, de nenhum)? Se foi em proveito de ambos, independe até de regime de casamento, responderá.
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
Fraude à execução: devedor se desfaz dos bens com a intenção de prejudicar o credor, quando já existe um processo (seja qual for, de conhecimento ou execução) em andamento. 
Artigo 79262Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
 explica em quais situações ela ocorre. O inciso IV de mencionado artigo, diz respeito ao devedor que, depois de iniciado um processo, vende seu único imóvel disponível, ficando insolvente. Este inciso da discussão pois o terceiro geralmente não age de má-fé, ele não sabe que o processo existe. A regra sobre isso era que, caso o processo não estivesse averbado na escritura do imóvel/documento do carro/etc (bem sujeito a registro), ou caso o credor comprovasse que o terceiro comprou de má-fé; o novo código modificou isso, e este inciso presume a má-fé do terceiro. O comprador que precisaria comprovar que comprou de boa-fé (difícil, precisa tirar certidões para ver se o devedor não tem processos e mostrá-las em juízo).
O § 2º63§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
 do 792 bagunça mais ainda a questão. Exige que o terceiro mostre que tirou certidões no caso de compra de um bem que não seja sujeito a registro.
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
Fraude contra credores: nesse caso o devedor vende seu(s) bem(ns) antes de existir processo contra ele. Na fraude contra credores, diferentemente da fraude à execução, a má-fé não é presumida, precisa ser comprovada; enquanto a fraude à execução é decidida no mesmo processo que já corria, a fraude contra credores é decidida em um processo autônomo (ação pauliana).
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 5064Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
 do Código Civil. É quando há um abuso da pessoa jurídica para o cometimento de ilegalidades. Nesses casos responderá pelas dívidas da empresa.
23/04/2018
	Bens não sujeitos à execução (arts. 83265Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
/833)
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
Bens inalienáveis são aqueles que não podem ser vendidos, como bens públicos (praças, etc), doação com cláusula de inalienabilidade (ato voluntário).
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
A ideia é entender o porque que o legislador diz que esse bem não pode ser penhorado. Tem a ver com princípio da dignidade humana (mínimo para sobrevivência), o excesso pode ser vendido (alto valor, acima do médio padrão de vida).
Médio padrão de vida é um conceito aberto. É o juiz que tem que analisar caso a caso e determinar esse médio padrão de vida.
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
Roupas, relógios, bolsas, óculos, etc. Mesma ideia do anterior.
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento
do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
Tudo que mais ou menos seja salário, no sentido amplo da palavra (a pessoa sobrevive daquilo). § 2º fala de alimentos, nesse caso poderá ser penhorado o salário, também fala de pessoas com mais de 50 salários-mínimos, que poderão ter uma parte penhorada.
De fato, o que pode ser descontado direto da fonte são alimentos e empréstimo consignado. Quando cai em conta-corrente, no entanto, existem juízes que entendem isso como dinheiro, e aí fica penhorável.
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
São os bens que o executado precisa para trabalhar. Não se aplica a empresas (profissão só quem tem é pessoa física). Pode se aplicar ao empresário individual, pois só é pessoa jurídica para fins de tributação. Ver § 3º.
VI - o seguro de vida;
Devedor, neste caso, é o beneficiário do seguro.
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
Só pode penhorar o todo, não a parte.
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
Visa proteger a família que vive da pequena propriedade rural. Tem que ser pequena, a definição de pequena varia de Estado para Estado.
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
Exemplo, APAE. É instituição privada, presta assistência social.
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
Protege o poupador, que vem juntando dinheiro com o tempo. O excedente de 40 salários-mínimos pode ser penhorado.
Caso fique demonstrado que a poupança é usada como conta-corrente (saques, depósitos frequentes), é descaracterizado e pode ser penhorado.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
Venda de apartamentos na planta. Dinheiro de quem comprou aparamento e paga mensalmente não pode ser penhorado, é essa pessoa que está sendo protegida.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
Se a cobrança for de alimentos, pode penhorar o salário por exemplo. Independentemente de sua origem: pode ser tanto por causa de parentesco (o mais comum) quanto por atos ilícitos (o réu de um acidente é condenado a pagar pensão alimentícia para a vítima).
Quem ganha até 50 salários-mínimos, não poderá ter o salário penhorado. Foi feito com o intuito de evitar que a pessoa de golpes e continue vivendo normalmente com seu salário, evitar essa situação, mas colocaram um valor muito alto.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
O legislador tenta proteger o produtor rural. 
Além desses casos do art. 833, temos a chamada Lei do Bem de Família 8.009/90. A ideia dessa lei é proteger o mínimo da família, o imóvel que sirva de moradia.
Não importa qual é o tipo de dívida, não pode penhorar este imóvel. Apesar de a lei falar de família, quem mora sozinho também é protegido por essa lei.
O bem deve ser o único da família. Mesmo que seja uma mansão, se preencher esses requisitos, não será penhorável.
Mesmo que a família não more na casa, caso ela seja o único imóvel, também não será penhorável, nem o aluguel (caso esteja alugada).
As exceções da impenhorabilidade se encontram no art. 3º.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
Mesma lógica que já foi falada. Para sem comprada foi feito financiamento. Pode ser penhorada.
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
Dívida de pensão alimentícia. 
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
Dívidas que recaem sobre o imóvel (IPTU, taxa de prefeitura, ITR se for rural, condomínio, etc).
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
O casal, a família, oferece aquele bem como garantia para uma dívida. No entanto, se a dívida não reverteu em benefício da família, o entendimento é que não se aplica.
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
Se foi adquirido com produto de crime, não tem a proteção.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)
Fiador de contrato de locação, específico, não se trata de qualquer fiador. Perde a proteção.
3) Melhor resultado (art. 79766Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
) X Menor onerosidade (art. 80567Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
)
	Melhor resultado
Favorece o credor.
O credor, quando promove a execução, ela acontece de acordo com os interesses dele. Ele pode escolher, por exemplo, qual bem será penhorado, qual interessa para ele, pode adjudicar o bem penhorado (ficar com ele), ou decidir pelo leilão.
	Menor onerosidade
Favorece o devedor.
Quando tiverem diversos meios para fazer a execução, diz o artigo que o juiz deverá fazer pelo que for menos gravoso ao devedor.
Os princípios acabam entrando em conflito. Cabe ao juiz, em cada caso, resolver a questão, qual princípio será sacrificado e qual será considerado.
O preço mínimo de lance no leilão de um bem penhorado deverá ser estabelecido pelo juiz, não podendo ser menor que 50% da avaliação do preço do bem.
O código, no artigo 89168Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
 caput e parágrafo único69Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
, diz que o lance não pode ser vil, ou seja, aquele que tem o preço muito baixo.
Um exemplo do conflito entre esses princípios, é o artigo 17 da Lei de Alimentos 5.478/68, que dizia que poderia pedir a prisão em caso de não pagamento. A prisão seria o meio mais efetivo para receber a dívida, mas seria o meio mais gravoso para o devedor. Ficou decidido que a opinião do credor é a que deve ser levada em conta.
4) Lealdade (art. 774)
O artigo estabelece condutas do
devedor que são consideradas de má-fé, um desrespeito à dignidade da justiça. Um ato atentatório à dignidade da justiça. O devedor que as pratica, será penalizado com multa de até 20% do valor da dívida.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
É o devedor que insiste em não cumprir as ordens do juiz.
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Alegação de que esse inciso seria inconstitucional, por não ter que criar prova à si mesmo, não se aplica no Código Civil.
Tem que haver algum indício de que a pessoa tem um bem, mas a escondeu, para que a multa seja aplicada neste caso.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
5) Disponibilidade
No Processo Civil existem dois grandes princípios, o inquisitivo e o dispositivo., que norteiam o processo. O inquisitivo é aquele em que o juiz deve praticar os atos de ofício, para dar andamento ao processo, impulso oficial. E o princípio dispositivo diz respeito ao começo do processo, que deve partir da parte, e depois ele vai em frente via impulso oficial.
O princípio da disponibilidade é parecido com o dispositivo, ele diz respeito ao direito do credor de propor a ação de execução ou não. A fase de cumprimento de sentença depende de requerimento de credor, depende de vontade da parte.
Na execução, a intensidade desse princípio é maior, pois além de poder exercer o direito ou não, ele pode desistir da execução, tanto por completo, tanto de apenas algumas das medidas executivas.
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
A regra é parecida com a fase de conhecimento. Se o devedor já tiver apresentado embargos ou impugnação (sua defesa), deverá ser verificado o que foi alegado por ele, e dependendo do teor, a desistência dependerá da sua concordância ou não. 
O devedor pode fazer dois tipos de alegações na defesa, a primeira seria a de questões apenas processuais (que o juiz decidiria sem resolução de mérito), nesse caso não precisa da concordância do devedor para a desistência; o segundo tipo se aplica quando ele alega outro assunto, que não seja processual, nesse caso, precisa da concordância do devedor.
Em ambos os casos, caso a desistência seja aceita, o credor deverá pagar as custas do processo (e honorários do advogado) do devedor.
6) (A)Tipicidade
Existem os princípios da tipicidade e da atipicidade.
Os atos executivos já estão tipificados, previstos em lei. Esse é o significado do princípio da tipicidade. Os atos que o juiz praticará já estão previstos em lei, e o juiz deve obedecer isso.
Já o princípio da atipicidade diz respeito à possibilidade do juiz de adotar uma medida executiva que não está prevista em lei. No caso de obrigação de fazer ou de não fazer, essa possibilidade já existe, vide art. 53670Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
. Já nos casos de cobrança de quantia certa (dinheiro), isso ainda não é certo. Juízes de primeira instância tem dado decisões nesse sentido, com base no art. 13971Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
, IV72IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
. No momento os tribunais superiores ainda estão reformando, mas não se sabe qual será o entendimento nas últimas instâncias.
Classificações
1) Origem do título:
A base desse critério vem de onde o título nasceu.
	Judicial: execução de título judicial, também conhecido como cumprimento de sentença.
	Extrajudicial
2) Estabilidade do título
	Definitiva: exemplo, decisão que já transitou em julgado. Nesse caso a estabilidade é definitiva.
	Provisória: seria o caso de execução provisória, onde o credor não pode levantar o dinheiro, só pode adiantar vários atos.
3) Modalidade da obrigação
Tipo de obrigação que vai ser executada.
Os procedimentos de cada um desses casos é diferente.
	Quantia certa: obrigação de pagar, dinheiro.
	Fazer/não fazer
	Entregar coisa
4) Natureza da dívida
Qual é o tipo da dívida. Primeiramente precisa saber quais são as especiais, por exclusão, as outras são comuns (residual). 
	Comum
	Especiais
	Fiscal: é cobrada por execução fiscal, que tem seu próprio rito, que é previsto em lei própria.
	Alimentos: rito diferente, pode descontar do holerite, pode acabar em prisão, etc.
	Contra a Fazenda Pública: nesse caso quem está devendo é o governo. Não pode penhorar os bens, o método para receber é outro (precatório).
5) Solvabilidade do devedor
Se o devedor tem ou não capacidade para pagar a dívida.
	Insolvente: no caso do devedor insolvente, faz-se um ato similar ao da falência para empresas, chamam-se todos os credores para que seja feita uma divisão (execução coletiva). A lei está prevista no código revogado (vide art. 1.05273Art. 1.052. Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
)
	Solvente: caso de execuções individuais.
6) Meios de execução
Tem a ver com o princípio da tipicidade. Que tipos de atos executivos podem ser praticados. Quais métodos serão utilizados para satisfazer o direito do credor.
	Direta (sub-rogação): na execução direta, os meios, os atos utilizados para a satisfação, não dependem de nenhum ato do devedor, o Estado faz no lugar dele (por isso o nome de sub-rogação).
	Expropriação: tirar os bens do devedor. É usada em execução de quantia certa.
	Desapossamento: tirar o bem da posse do devedor. Execução de entregar coisa. Busca e apreensão para bens móveis, imissão para bens móveis.
	Transformação: obrigação de fazer/não fazer. No final, caso não seja feito, vira perdas e danos. Obrigação de fazer/não fazer vira obrigação de quantia certa.
	Indireta (coerção): esse caso é o contrário. Nessa execução o credor só será satisfeito se o devedor praticar algum ato. O Estado não pode se sub-rogar. O devedor deverá ser intimidado (por isso o nome de coerção). Exemplo, show de banda pago, e a banda se recusa a aparecer, só será satisfeito com a presença dela, e a coerção será por meio de multa. Mesmo com a multa paga, o direito do credor não foi satisfeito (apresentação da banda).
	Pessoal: ameaça de restrição de liberdade. Exemplo, alimentos.
	Pecuniária: é o caso da multa, multa diária, astreinte.
Execução Provisória
	Título judicial (cumprimento de sentença) - Art. 520
	Regras:
	Identidade de forma (520, § 1º, § 2º, 522)
	Conta e risco do exequente (520, I)
Retorno ao “status quo ante” (520, II, § 4º)
	Restrição de atos (520, IV, 521)
Execução provisória só é possível quando se tratar de título judicial, nesse caso pode ser tanto provisória quanto definitiva. No caso de título extrajudicial, a execução sempre é definitiva.
Os mesmos atos que são executados na execução definitiva são executados na provisória, são os mesmos atos, são as mesmas regras (isso seria a identidade de forma), o que muda aqui é o título executivo. No caos da provisória, o título ainda não se tornou estável. O título não é estável quando há um recurso. No título judicial, o que está sendo executado é uma decisão judicial, se ela ainda não transitou em julgado, ela ainda não é estável (pode ser alterada, anulada).
Caso o recurso tenha efeito suspensivo, nenhuma execução poderá ser feita. A decisão fica com os efeitos suspensos, aguardando a decisão do recurso. Portanto, a execução provisória só tem efeito caso o recurso não tenha efeito suspensivo.
Em geral, os recursos não tem efeito suspensivo. O único que tem, na lei, é a apelação. Os outros recursos, por lei, não tem efeito suspensivo (no caso concreto, ele pode ser pedido nesses outros recursos, mas não é a regra que eles tenham).
A vantagem de fazer a execução provisória, é que você antecipa alguns atos da execução definitiva.
Existe o risco de reforma da sentença, por isso deve ser analisado o ato concreto.
Procedimento da execução provisória é o mesmo da definitiva.
A fase de execução deve ser iniciada com um requerimento, o executado é intimado e tem 15 dias para realizar o pagamento. Caso ele não pague, haverá incidência de multa de 10% do valor devido, mais 10% do valor devido a título de honorários (ou seja, um acréscimo total de 20%). Depois disso se passa para bloqueio, penhora, etc.
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
A parte que diz que será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, é a identidade de forma.
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
Ou seja, o exequente precisa dar o pontapé inicial, igual ao que acontece na execução definitiva, que precisa de um requerimento.
Conta e risco do exequente, deverá arcar com eventuais danos causados ao exequido pela execução provisória, caso a sentença seja reformada com o recurso.
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
Returno ao “status quo ante”, ou seja, caso haja reforma da sentença, desfaz-se o que a execução provisória causou, tudo volta ao estado anterior à execução provisória.
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
Restrição de atos, é a exceção à identidade de forma, é a regra característica à execução provisória, que a diferencia da definitiva.
Os atos de satisfação do direito do exequente, de expropriação (levantar o dinheiro, adjudicação e alienação), não podem ser praticados – salvo se o credor apresentar uma garantia (caução), ela pode ser real (quando o credor dá uma coisa, imóvel, automóvel, etc) ou pode ser pessoal (garantia fidejussória – uma fiança, fiança bancária). Tem que ser suficiente e idônea.
Exceção da exceção, não é preciso oferecer garantia nenhuma nos seguintes casos: alimentos, se o credor demonstrar necessidade (abstrato), se tiver pendente o agravo do 1.042, precedente obrigatório.
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
Nem sempre é possível voltar atrás ao estado anterior, previsto no II. Os atos da de expropriação podem ser o levantamento de dinheiro, a adjudicação de bem penhorado, ou a alienação do bem penhorado; terá sempre que devolver o valor em dinheiro, ou seja, nos casos da adjudicação e alienação o bem é perdido.
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Quando há o recurso, o processo sobe para outra instância. O pedido da execução provisória deve ser feito junto ao juízo original, visto que é lá que ela deve ser executada.
Forma-se um novo processo, chamado de autos suplementares. E caso o processo seja físico devem ser feitas cópias de algumas peças (como determina o parágrafo único).

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