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status familiae O conceito de Família, como muitos outros, também está em constante transformação. Sêneca (pensador romano do Principado) considera que a Família remota era como se fosse uma pequena República: “o lar doméstico como uma pequena República”. A autoridade do lar doméstico (pater familias) é comparada à autoridade da República. A família próprio iure Agrupamento de pessoas sob a autoridade de um mesmo e atual pater familias. A família communi iuri Grupo de pessoas unidas sob a autoridade de um pater familias remoto. A matrona está ligada ao pater familias se casada com ele por cum manu (a mulher se desloca juridica e religiosamente para a família do marido: poder marital). Se casada de modo sine manu a mulher casada continua vinculada juridica e religiosamente à família de origem. Ainda existe poder marital sobre ela, mas de diferente amplitude, não abrangendo as esferas jurídica e religiosa e – não oficialmente, mas também – política. A matrona viúva pode se casar de novo. Os romanos recomendavam um prazo de 10 meses para isso. Mulher / Sui iuris / Livre / cidadã – Tem total capacidade jurídica de gozo/direito, e não de agir (capac. de fato) O pátrio poder se é por uma lado sufocante, por outro assegura os direitos às pessoas (legítima). familia romana A família romana antiga não utilizou o critério da consangüinidade como critério de pertença, mas o da submissão a um chefe familiar (o varão mais velho), o pater familias. O que unia a família era a religião, a adoração aos mesmos deuses-lares (agnação), a submissão ao mesmo pater familias. Dava-se assim, em cada família, uma reunião diária de culto aos mortos (ancestrais deificados), sob um fogo que jamais podia ser extinto, pois que protetor. O casamento foi a primeira instituição estabelecida pela religião, imprescindivel para a continuidade da família, dissolúvel dificilmente, em casos de esterilidade feminina. A filha casada e o filho emancipado não eram partes da mesma família, pois passaram a adorar outros deuses-lares. Assim, também não se admitia a poligamia e o divórcio. A família antiga acreditava que a felicidade dos mortos dependia da conduta de seus descendentes após a sua morte. Assim, todos tinham interesse em deixar filhos. O celibato, pontanto, poderia - em algumas cidades - constituir crime. Do mesmo modo que a religião doméstica era hereditária, a propriedade também era. A sucessão cabia somente ao filho. Assim, oferecia-se, em último recurso, como meio de fugir à extinção da família, o direito de adoção; quanto à propriedade, esta não se fundava sob o trabalho, mas sob a religião, logo, era mais fácil escravizar um indivíduo por dívida do que desapropriá-lo. Neste sentido, confisco e utilidade pública inexistiam. O Direito Romano Clássico: Gens - conjunto de pessoas que, pela linha masculina, descendem de um antepassado comum. Os patrícios - homens livres agrupados em clãs familiares patriarcais; as gentes - cada uma das tribos primitivas era dividida em 10 cúrias; cada cúria em gentes, cada gem em certo número de famílias ou domus; cada família sob a proteção de um pater familias. Plebeus - Evidente inferioridade, não fazem parte das gentes, estão sob a proteção do rei. Não fazem parte da organização política. Apenas após o rei Sérvio Túlio é que entram nos comícios centuriatos, que se reúnem no Campo de Marte, pagam impostos e prestam o serviço militar. Clientes - Pessoas agregadas aos patrícios, sob a proteção do pater familias. São os estrangeiros refugiados em Roma ou escravos manumitidos pelo pater familias. As famílias romana e grega eram um tipo de organização política cujo princípio básico era a autoridade e esta abrangia todos quantos a ele estejam submetidos. O pater familias era ao mesmo tempo chefe político, sacerdote e juiz, constituindo-se assim, a família como a unidade da sociedade antiga, em contraposição à posição do indivíduo na sociedade moderna. Hoje, podemos dizer que o Direito é muito individualista, a sociedade é uma decisão do indivíduo (contrato social). Na antiguidade, não. A figura paterna era mais importante que o indivíduo. Todo o direito era voltado para manter a estrutura familiar e não individual. parentesco agnatio e cognatio Parentesco tem importância para Direito das Sucessões, impedimentos matrimoniais e alimentos. Parentes cognados: mantêm ligações de sangue (materno e paterno). Parentes agnados: mantêm ligação pela mesma submissão ao pater familias. São herdeiros apenas os agnados. Obs 1: As XII Tábuas não mencionam o parentesco cognatício. O Direito Justinianeu considera que o que vale para sucessões é o parentesco cognatício. O pátrio-poder (patria potestas) – O poder do pater familias sobre sua família Amplitude: total (de vida e morte) Evolução: muito gradualmente o poder é suavizado (Obs 2: As Constituições Imperiais do período Pós-clássico condenam a morte do filho pelo pai; Obs 3: A progressiva aquisição de capacidade patrimonial dos Filii famílias: o pecúlio castrense e quasi castrense). Aquisição: Adquire-se pela adoção, casamento cum manu e nascimento por justas núpcias. Perda: Perde-se com a morte, casamento cum manu (pela mulher) e adoção. status civitatis Divisão da população entre cidadões não cidadões. REVER NO SEU RESUMO MATHEUS DA G1 O cidadão romano É todo o homem que tem direito de cidade, adquirido por: a) Nascimento: antes da Lei Minicia o filho de mãe romana leva a condição materna, não se levando em consideração a situação do pai. Com a “Lex Minicia” se estabelece, em fins de período republicano, que um casal constituído de cidadã romana teria filhos cuja situação jurídica – cidadão ou não cidadão – seria determinado pela situação jurídica do pai, no momento da concepção. b) Por fatos posteriores ao nascimento: alguém pode tornar-se cidadão romano em várias situações: - Pela manumissão: alforria só era considerada se fosse feita de maneira solene; - Por transferência de domicílio para Roma: é o caso dos “latini veteres”; - Por lei: a “Lex Julia”, de 90 ªC., concede o direito de cidade a todos os latinos da Itália. O Edito de Caracala (mais importante) também conhecida pela “Constituição Antoniana”. O Código Justiniano dizia ser para todos os povos. Foi concedido o direito de cidade a todos os habitantes do Império, exceto os peregrinos deditícios, pois este povo resistiu até o fim; - Por prestação de serviço militar: os peregrinos que tinham servido antigamente, no exército romano, recebem o “status civitatis”; - Por denúncia: os peregrinos que denunciam e conseguem a condenação de magistrados corruptos adquirem o direito de cidade; - Por concessão graciosa: dada pelo Imperador, ou por alguns generais do exército romano. 2.2 Os latinos São não-cidadãos. Era um povo que ocupou Roma na região do Lácio. Quem não é romano, mas não é estrangeiro, é latino. Dividem-se em três classes: a) Veteres: os antigos habitantes do Lácio. No campo do direito privado, possuíam os mesmos direitos dos romanos, ou seja, “jus comercii”, “jus conubii”, direito de agir em juízo. No campo do direito público, não tem “jus homorum”, mas tem o “jus sufragi” (direito de votar); b) Colonarii: habitam as colônias. No campo do direito privado, tem o “juz comercii” e o direito de invocar a “legis actio”, mas não tem o direito ao “jus conubii”. No campo do direito público não possuem “jus honorum” nem o “jus sufragi”. c) Juniani: são habitantes do império cuja situação, embora semelhante à dos latinos, era regularizada por lei especial, a Lei Junia Norbana, que declara que os libertos manumitidos por formas não solenes, embora livres, não são cidadãos romanos.2.3 Os peregrinos São os estrangeiros aos quais se reconhecem alguns direitos. Dividiam-se em duas classes: - Ordinários: são os habitantes das cidades que, cercados, tinham concluídos tratados de paz com Roma. Tornam-se povos aliados dos romanos e conservavam seus usos e costumes. - Deditícios: são habitantes das cidades que resistiram aos romanos, lutando até o fim, e que acabaram firmando tratados de aliança com os vencedores. Perderam a prerrogativa de usar seus costumes, podem somente usar o “jus gentes”. Não foram beneficiados pelo “Edito do Imperador Caracala”. 2.4 Naturalização Por força da Lei, por força de uma Constituição imperial. Concede o direito de cidade (“jus civitatis”) a todos os habitantes do império, exceto aos peregrinos deditícios. É o famoso edito de Caracala ou Constituição Antonieta. No Código Justiniano “todos os habitantes do império tornam-se cidadãos romanos”. Textos históricos revelam que esta passagem do Digesto não reflete a realidade, porque no século IV ainda havia no império romano peregrinos deditícios, o que demonstra que o referido texto resulta de uma interpolação, por sucessão, que lhe deu uma generalidade, ausente da verdadeira relação. O fundamento da determinação de Caracala em conceder cidadania a todos os habitantes do império, exceto aos deditícios, é de natureza marcadamente econômica, porque contribui para aumentar a receita do tesouro romano, exaurido por sucessivas guerras e alimentado quase apenas pelos tributos lançados sobre o povo. lus soli e lus sanguinis Jus soli (pronuncia-se “ius sóli”) é um termo latino que significa “direito de solo” e indica um princípio pelo qual uma nacionalidade pode ser reconhecida a um indivíduo de acordo com seu lugar de nascimento. O jus soli contrapõe-se ao jus sanguinis que determina o “direito de sangue”. O jus soli foi forjado principalmente visando ao povoamento de países doNovo Mundo, como Brasil, EUA,Canadá e Argentina, que receberam o grande fluxo das grandesemigrações européias dos séculos XIX e XX. Este princípio tinha o objetivo de criar laços permanentes entre estes novos cidadãos e o território onde viviam. Cidadania europeia (União Europeia) É cidadão da União Europeia qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um Estado-Membro. A cidadania da União foi instituída pelo Tratado de Maastricht em 1992. Está estabelecida na Parte II (artigos 17.º a 22.º) do Tratado CE. A cidadania da União é complementar da cidadania nacional e não a substitui. Os cidadãos da União gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos no Tratado. A DEFINIÇÃO DE ESPONSAIS A resposta é simples: esponsais ou promessa esponsalícia, do latim “sponsus” (esposo), importa o compromisso de casamento que duas pessoas de sexos diferentes fazem reciprocamente, com a finalidade de que se conheçam melhor para que aquilatem suas afinidades e gostos. Na sociedade tradicional, os esponsais praticamente se confundem com o noivado ou cerimônia antenupcial. Embora o ordenamento imperial tenha regulado os esponsais, eles não foram previstos expressamente pelo Código Civil de 1916 e tampouco pelo Código atual. Nada obstante, a doutrina normalmente aceita que a ruptura da promessa de casamento por motivo não plausível pode acarretar a responsabilidade civil extracontratual com base no artigo 186 do novo Código, afinal, “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Fundados especialmente nesse dispositivo legal, vários escritores entendem possível a responsabilização patrimonial daquele que ensejar o rompimento do noivado, desde que a promessa tenha sido feita livremente pelos noivos, que tenha havido a recusa tácita ou expressa de cumprir a promessa esponsalícia, que haja a ausência de justo motivo, bem como danos materiais ou morais a serem indenizados. DO CASAMENTO “As núpcias são a união do homem e da mulher, o consórcio de toda a vida, a comunicação do direito divino e humano”. Nessa concepção, de caráter muito mais social do que jurídico, há três termos que se completam: união, consórcio e comunicação. Dessa forma, estão presentes alguns princípios importantes: o casamento monogâmico, indissolúvel e uma implicação entre as exigências do direito humano e do direito divino[11]. No Direito Romano, apresentam-se dois tipos de casamento: Cum Manu e Sine Manu. No casamento Cum Manu, a mulher estava sujeita a forte autoridade do marido, sendo considerada sua propriedade; a mulher renunciava a seus costumes, crenças e patrimônio para incorporar-se a família do marido, abraçando as crenças e costumes dele; a mulher desligava-se da Patria Potestas, passando ao poder do marido, Pater Famílias. Com o passar do tempo, em consequência de uma nova visão da vida, que gerou uma nova concepção do instituto do casamento, a autoridade forte do marido passou a ser cada vez menos aceita e o casamento Cum Manu cedeu lugar ao casamento Sine Manu. Nesse novo tipo de casamento, a autonomia da mulher passou a ser preservada tanto no aspecto patrimonial, como no de suas crenças e costumes. A matrona está ligada ao pater familias se casada com ele por cum manu (a mulher se desloca juridica e religiosamente para a família do marido: poder marital).Se casada de modo sine manu a mulher casada continua vinculada juridica e religiosamente à família de origem. DA POSSE Houve um tempo em que a propriedade e a posse se encontravam confundidas entre os romanos. Posteriormente, distinguiu-se, pertencendo, até os dias de hoje, aos jurisconsultos romanos, a glória de terem criado a Teoria da Posse. O desenvolvimento da ideia de posse no direito romano constitui-se em uma das mais árduas e difíceis investigações históricas dos pesquisadores do Direito ao longo da humanidade. Tudo isso em virtude da deficiência dos arquivos jurídicos dos primeiros tempos de Roma, sendo certo que todos os institutos e, principalmente, a posse experimentaram notáveis alterações ao entrar na compilação justiniana. Várias são as teorias imaginadas para explicar a diferenciação entre posse e propriedade do direito romano. A principal corrente acerca do assunto defende que a posse desenvolveu-se em Roma, como uma consequência do Direito de Clientela. Os patrícios faziam concessões de terras aos seus clientes, conferindo-lhes a posse e reservando a propriedade. Os clientes, não podendo defender a terra como proprietário, defendiam-na como possuidores[4]. Muito se discute acerca do conceito mais adequado a ser dado para a posse, variando de acordo com a exigência ou dispensa de certos elementos caracterizadores. Na apresentação do conceito de posse, define-se posse como sendo o poder físico, material, de fato, sobre uma coisa corpórea, distinto e separado do poder jurídico, propriedade, sobre ela, evidenciando a vinculação da posse ao fato e da propriedade ao direito[5]. Neste prisma, duas são as principais teorias: a subjetiva e a objetiva. Na concepção de Savigny (1866), através da teoria subjetiva, só se tem efetivamente a posse quando reunidos o corpus, poder corpóreo sobre a coisa, o efetivo domínio material sobre ela e o animus domini, um elemento psíquico que, no direito justiniano, é o desejo de ser proprietário ou de se transformar em dono da coisa. Assim, é necessário que o possuidor tenha a vontade de ser proprietário da coisa, onde, sem a qual estaria configurada uma mera detenção. Essa teoria exige, pois, para que o estado de fato da pessoa em relação à coisa se constitua em posse, que ao elemento físico, corpus, venhajuntar-se a vontade de proceder à coisa como procede ao proprietário, affectio tenendi, mais a intenção de tê-la como dono, animus domini[6]. A teoria objetiva sustenta que é necessário para a posse apenas o corpus e o animus tenendi, ou seja, a vontade de possuir. Assim, para ser possuidor, prescindível é a caracterização do animus domini[7]. Nessa concepção, a distinção entre corpus e animus é irrelevante, pois a noção de animus já se encontra na de corpus, sendo a maneira como o proprietário age em face da coisa que é possuído. A posse pode ser mantida ou restituída através de ação própria, mas outrora se usavam para tanto os interditos possessórios, institutos que deram origem as atuais ações possessórias. DA PROPRIEDADE Sucintamente, propriedade pode ser conceituada como sendo o pleno poder sobre a coisa, plena in re potestas. Tal conceito decorre de somente a propriedade poder apresentar todos os direitos sobre a coisa, ou seja, o de ser possuidor, jus possidendi, usar, jus utendi, fruir, jus fruendi, e, exclusivamente, modificá-la, reformá-la, vendê-la, jus abutendi. No prisma de Iglesias (1990), a propriedade é um direito real, absoluto, exclusivo, oponível e irrevogável, salvo nos casos lícitos de limitação, uma vez que recai sobre uma coisa. A propriedade é assim o mais amplo poder que um sujeito pode exercer sobre a coisa, a mais perfeita relação de subordinação de um bem a um particular. Tem, desta forma, ampla proteção jurídica, como o direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha. Pode exercer todos os direitos sobre a coisa, dentro de certas limitações. O direito romano, apesar de defender o caráter absoluto do direito de propriedade já trazia algumas destas limitações, aumentadas com o tempo em função do caráter social que deve ter a propriedade. Essas eram divididas por Iglesias “em relaciones de vecindad e limitaciones de Derecho Público”, segundo o fator que as dá origem[8]. Entre as primeiras temos a limitação de altura de edifícios e, nas públicas, podemos falar da tolerância da navegação em seus rios pelos proprietários. Hoje, nossa carta magna consagra a função social da propriedade como um de seus preceitos básicos, o que legitima, dentre outras possibilidades, a desapropriação de áreas rurais improdutivas para fins de reforma agrária, etc.
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