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apostila de sistemas de produção

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UUFFPPBB –– UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDAA PPAARRAAÍÍBBAA 
CCTT –– CCEENNTTRROO DDEE TTEECCNNOOLLOOGGIIAA 
DDEEPP –– DDEEPPAARRTTAAMMEENNTTOO DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA DDEE PPRROODDUUÇÇÃÃOO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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((CCoooorrddeennaaddoorr)) 
 
 
 
AAnnaa CCllááuuddiiaa QQuueeiirroozz LLyyrraa 
IIzziiddrroo SSooaarreess BBaarrrreeiirroo JJúúnniioorr 
LLúúcciiaa MMoorrggaannaa ddee LLiimmaa QQuuiirriinnoo 
MMaarrccoonnii EE.. EEssmmeerraallddoo AAllbbuuqquueerrqquuee 
PPaabblloo AA.. ddee OOlliivveeiirraa 
 
 
 
 
 
 
 
JJOOÃÃOO PPEESSSSOOAA –– PPBB 
OOUUTTUUBBRROO // 22000033 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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((CCoooorrddeennaaddoorr)) 
 
 
 
AAnnaa CCllááuuddiiaa QQuueeiirroozz LLyyrraa 
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JJOOÃÃOO PPEESSSSOOAA –– PPBB 
OOUUTTUUBBRROO // 22000033 
 3 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
Página 
APRESENTAÇÃO............................................................................................................. 
8 
 
CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO E CONCEITO DE SISTEMA 
1.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 
1.2 A TRANSIÇÃO DO ARTESANATO À INDÚSTRIA.............................................. 
1.3 O CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO......................................................................... 
1.4 O CONCEITO DE SISTEMA...................................................................................... 
1.4.1 Parâmetros dos sistemas................................................................................ 
1.4.2 Classificação dos sistemas quanto à sua natureza......................................... 
1.4.3 Principais características dos sistemas........................................................... 
1.5 A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS RELATIVAS AOS SISTEMAS............................. 
1.6 RESUMO..................................................................................................................... 
1.7 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
1.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
 
 
11 
11 
16 
20 
20 
21 
22 
25 
26 
27 
28 
 
CAPÍTULO 2 – FUNÇÕES E OBJETIVOS DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ENQUANTO FUNÇÃO... 
2.3 DEFINIÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO...................................................... 
2.4 OS SUBSISTEMAS DENTRO DA CATEGORIZAÇÃO FUNCIONAL DOS 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO........................................................................................... 
 
 
30 
30 
32 
 
33 
 4 
2.5 A SUBDIVISÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO BASEADA NOS FATORES 
ESTOQUE E CLIENTE...................................................................................................... 
2.6 OBJETIVOS DA GESTÃO DE OPERAÇÕES........................................................... 
2.7 RESUMO..................................................................................................................... 
2.8 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
2.9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
 
38 
44 
45 
47 
48 
 
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO: BENS X SERVIÇOS 
3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
3.2 ORGANIZAÇÃO MANUFATUREIRA X ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS........ 
3.3 DISTINÇÃO ENTRE BENS E SERVIÇOS: A DIMENSÃO DO PRODUTO.......... 
3.4 O PRODUTO COMO UM PACOTE DE BENS E SERVIÇOS................................. 
3.5 RESUMO..................................................................................................................... 
3.6 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
3.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
 
 
49 
51 
54 
56 
58 
59 
60 
 
CAPÍTULO 4 – TIPOLOGIA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
4.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
4.2 CONCEITOS................................................................................................................ 
4.2.1 Produção e transformação.............................................................................. 
4.2.2 Sistemas de produção.................................................................................... 
4.2.3 Os componentes de um sistema de produção................................................ 
4.2.4 Função dos sistemas de produção.................................................................. 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO............................................ 
4.3.1 Classificação dos sistemas produtivos segundo a sua atividade 
 
 
61 
61 
61 
62 
63 
64 
65 
 
 5 
econômica........................................................................................................................... 
4.3.2 Classificação dos sistemas produtivos segundo o grau de padronização dos 
produtos.............................................................................................................................. 
4.3.3 Classificação dos sistemas de produção segundo o volume produtivo ou o tipo de 
operação.................................................................................................................................................. 
4.3.4 Classificação dos sistemas produtivos segundo a tecnologia de produção 
empregada...........................................................................................................................4.3.5 Classificação dos sistemas produtivos segundo o grau de interação com os 
clientes................................................................................................................................ 
4.4 RESUMO..................................................................................................................... 
4.5 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
4.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
65 
 
65 
 
66 
 
68 
 
69 
70 
71 
72 
 
CAPÍTULO 5 – ÁREAS E FUNÇÕES DA GESTÃO DE OPERAÇÕES NOS 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
5.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
5.2 ESCOPO DA GESTÃO DE OPERAÇÕES................................................................. 
5.3 PRINCIPAIS ÁREAS DA GESTÃO DE OPERAÇÕES............................................ 
5.3.1 Programação.................................................................................................. 
5.3.2 Principais problemas relacionados à área de programação........................... 
5.3.3 Gestão de estoques......................................................................................... 
5.3.4 Principais problemas relacionados à área de gestão de estoques.................. 
5.3.5 Gestão da capacidade..................................................................................... 
5.3.6 Capacidade e programação............................................................................ 
5.3.7 Capacidade e estoques................................................................................... 
 
 
 
73 
73 
74 
75 
77 
78 
79 
81 
82 
83 
 6 
5.4 ÁREAS DE APÓIO À GESTÃO DE ESTOQUES..................................................... 
5.4.1 Manutenção.................................................................................................... 
5.4.2 Controle de qualidade.................................................................................... 
5.4.3 Instalações físicas.......................................................................................... 
5.5 RESUMO..................................................................................................................... 
5.6 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
5.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
83 
83 
84 
85 
88 
89 
90 
 
CAPÍTULO 6 – A TECNOLOGIA E OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
6.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
6.2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE TECNOLOGIA...................................... 
6.3 A TECNOLOGIA NA EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO................ 
6.4 A TECNOLOGIA NO DESEMPENHO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO........... 
6.5 A TECNOLOGIA NA COMPETITIVIDADE DOS SISTEMAS DE 
PRODUÇÃO...................................................................................................................... 
6.6 O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA PELOS 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO........................................................................................... 
6.7 O GERENCIAMENTO DA TECNOLOGIA NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO.... 
6.8 RESUMO..................................................................................................................... 
6.9 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
6.10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 
 
 
92 
92 
95 
99 
 
103 
 
104 
107 
114 
116 
117 
 
 
CAPÍTULO 7 – TENDÊNCIAS RECENTES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
7.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 
 
 
 
119 
 7 
7.2 FILOSOFIAS MODERNAS NO GERENCIAMENTO DOS SISTEMAS DE 
PRODUÇÃO...................................................................................................................... 
7.2.1 O “Just-In-Case”…..............................................................................…….. 
7.2.2 O “Just-In-Time” (JIT).........................................................................……. 
7.3 FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS EMPREGADAS NA 
OPERACIONALIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO...................................... 
7.3.1 MRP……………………………………………………………………… 
7.3.2 MRP II……………………………………………………………………... 
7.3.3 “Kanban”……….....….........................................................................…..... 
7.4 RESUMO..................................................................................................................... 
7.5 QUESTÕES PROPOSTAS.......................................................................................... 
7.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
ANEXOS 
ESTUDO DE CASO 1 – MANUFATURA 
ESTUDO DE CASO 2 – TRANSPORTE 
ESTUDO DE CASO 3 – SUPRIMENTO 
ESTUDO DE CASO 4 – SERVIÇO 
 
119 
120 
122 
 
131 
131 
135 
138 
140 
142 
143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Francisco Antônio Cavalcanti da Silva 
 
 
 
 
 
Este conjunto de textos, reunidos sob a forma de apostila, objetiva suprir a carência 
de literatura especializada de suporte à disciplina “Sistemas de Produção” do curso 
de graduação em Engenharia de Produção Mecânica do Centro de Tecnologia 
(UFPB – campus I). 
Considere-se, todavia, que a utilização destes textos não se esgota no cumprimento 
do objetivo estrito que motivou a sua elaboração. Cumpre reconhecer a colaboração 
que eles podem prestar a estudantes de outras áreas da Engenharia bem como a 
estudantes de Administração. A decisão em empreender este esforço decorre em 
parte do reconhecimento da importância da disciplina “Sistemas de Produção” para 
a abertura do processo de formação profissional nessa subárea das Engenharias, 
mas também da oportunidade de se organizar um conjunto articulado de textos 
capaz de preencher identificáveis lacunas no ensino de graduação em outras 
subáreas das Engenharias e da Administração, relacionadas com os Sistemas de 
Produção. 
Nesta disciplina, a partir da internalização dos conhecimentos tratados sob a 
perspectiva sistêmica e estruturados na moderna divisão funcional das organizações 
produtivas, o estudante desenvolve uma perspectiva que o ajuda no processo de construção 
do conhecimento profissional a que se submete até a conclusão do curso. 
A produção deste conjunto articulado de textos resultou do esforço intelectual 
coletivo, coordenado pelo professor da disciplina, da colaboração de alunos do curso de 
mestrado em Engenharia de Produção, em estágio docente, e do monitor da disciplina. 
O trabalho se iniciou com uma seqüência de reuniões acadêmicas, com 
periodicidade semanal, voltadas à estruturação do conjunto de textos (capítulos) e de cada 
texto em particular, bem como para discussões sobre suporte bibliográfico mais 
recomendável. Cumprido o prazo de elaboração da primeira versão dos textos, estes 
passaram a ser objeto de revisão e avaliação em conjunto, por parte do coordenador do 
 9 
projeto e do monitor da disciplina, para, em seguida, serem configurados dentro de padrão 
pré-estabelecido: 
 
1. Introdução 
2. Corpo do texto 
3. Resumo4. Questões Propostas 
5. Referências Bibliográficas 
 
Este trabalho resultou na elaboração dos seguintes textos, que devem ser percebidos 
na importância do seu conjunto para o trato do corpo de conhecimentos a que se propõe a 
disciplina “Sistemas de Produção”, a saber: 
 
Capítulo 1 – Organização e Conceito de Sistema; com o objetivo de contribuir para o 
entendimento do conceito de sistemas de produção a partir das teorias sobre organização. 
 
Capítulo 2 – Funções e Objetivos dos Sistemas de Produção; com o objetivo de analisar 
os conceitos e finalidades de sistemas de produção, de forma estrutural, a partir de uma 
categorização funcional adotada. 
 
Capítulo 3 – Sistema de Produção: Bens X Serviços; com o objetivo de caracterizar os 
“outputs” (bens e serviços) que são gerados de uma determinada função de sistema, seja 
manufatura, transporte, suprimento e serviço, e detalhar as peculiaridades inerentes aos 
serviços. 
 
Capítulo 4 – Tipologia dos Sistemas de Produção; com o objetivo de classificar os 
diversos sistemas de produção sob os seguintes aspectos: 1) atividade econômica; 2) grau 
de padronização dos produtos; 3) volume produtivo; 4) tecnologia empregada e 5) grau de 
interação com os clientes. 
 
Capítulo 5 – Áreas e Funções da Gestão de Operações nos Sistemas de Produção; com 
o objetivo de apresentar do escopo da gestão de operações bem como os problemas 
relacionados às principais áreas da gestão de operações. 
 10 
 
Capítulo 6 – A Tecnologia e os Sistemas de Produção; com o objetivo de apresentar o 
contexto histórico do desenvolvimento da tecnologia, os conceitos e classificações a 
respeito da tecnologia, bem como a influência do seu desenvolvimento para os sistemas de 
produção em termos de uma gestão voltada à elevação dos níveis de desempenho e da 
competitividade. 
 
Capítulo 7 – Tendências Recentes nos Sistemas de Produção; com o objetivo de 
destacar as novas técnicas e ferramentas tecnológicas de gestão de operações e as suas 
principais influências nos sistemas de produção. 
 
Dado o exposto, os resultados obtidos conduzem a conclusão a respeito da 
importância do esforço coletivo de forma estruturada e coordenada para a produção 
acadêmica e constitui exemplo de iniciativa a ser reproduzida em muitas áreas 
ainda carentes de uma literatura adequada aos requisitos do ensino de graduação. 
 
 11 
CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO E CONCEITO DE SISTEMA 
 
 
Izidro Soares Barreiro Júnior 
Francisco Antônio Cavalcanti da Silva 
Pablo A. de Oliveira 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo apresenta o conceito de sistemas de produção, bem como as suas 
características mais relevantes, a partir das teorias sobre organizações. 
Inicialmente são apresentados os fatos de maior relevância no tocante ao 
desenvolvimento dos sistemas produtivos, com ênfase especial nas Revoluções Industriais 
e suas conseqüências. 
Em seguida, trata de uma apreciação acerca dos modelos teóricos utilizados para se 
tentar compreender as organizações. Este item apresenta desde a denominada “abordagem 
do bom senso”, na qual se baseava a maior parte da teoria e do raciocínio clássicos 
utilizados para o estudo das organizações, até o modelo teórico proposto por Katz & Kahn 
(1978), fundamentado na clara semelhança que existe entre os organismos vivos e as 
organizações. O conceito de sistema de produção, os seus respectivos parâmetros, a sua 
classificação, bem como as nove principais características são apresentadas na seqüência 
do texto. 
O texto, finalmente, aborda a evolução das teorias relativas aos sistemas, sendo 
apresentados desde os princípios da Teoria Geral de Sistemas, até as pressuposições feitas 
pela Teoria de Sistemas propriamente dita, no tocante à integração entre as ciências 
naturais e sociais. 
 
1.2 A TRANSIÇÃO DO ARTESANATO À INDÚSTRIA 
 
As atividades de produção constituem a base do sistema econômico de uma nação, 
haja vista que são elas as responsáveis pela transformação dos recursos de capital, 
materiais e humanos em bens e serviços de maior valor (Monks, 1987). A figura 1.1, 
mostra os fatos históricos mais importantes relativamente ao desenvolvimento de sistemas 
de produção nos últimos duzentos anos: 
 12 
 
Figura 1.1 
Estágios no desenvolvimento dos sistemas de produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Adaptado de Monks (1987). 
 
De acordo com Chiavenato (1983), a era do artesanato, que perdurou até 
aproximadamente a penúltima década do século XVIII, teve fim principalmente devido à 
invenção da máquina a vapor, de James Watt (1764) e de Mathews Bultton, e às 
contribuições prestadas por Adam Smith relativamente à divisão do trabalho, que tem 
como exemplo clássico a fabricação de alfinetes que é subdividida em 18 operações 
distintas, onde cada etapa, geralmente é da responsabilidade de um único trabalhador. 
Dado à sua relevância neste contexto, a máquina a vapor de Watt e Bultton se encontra 
ilustrada na figura 1.2. 
Tais ocorrências permitiram, mais precisamente a partir do último quartel do século 
XVIII, a criação de uma nova concepção de trabalho, que veio modificar completamente a 
estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem 
econômica, política e social que, num período de aproximadamente um século, foram 
maiores do que as mudanças ocorridas no milênio anterior. É o período denominado de 
Era do 
Artesanato 
Revolução 
Industrial 
Adm. 
Científica 
Sistemas 
Flexíveis e 
Robótica 
 
Computador 
 
Pesquisa 
Operacional 
Expansão 
colonial 
Expansão 
industrial 
Expansão 
financeira 
Expansão da 
automação 
1750 1800 1850 1900 1950 2000 
Guerra 
Revolucionária 
Guerra 
Civil 
2ª Guerra 
Mundial 
Depressão 
 13 
Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o 
mundo civilizado. 
 
Figura 1.2 
Máquina a vapor desenvolvida por James Watt e Mathews Bultton 
 
 
 FONTE: Silva, 1985. 
 
Segundo Burns, apud Chiavenato (1983), a Revolução Industrial pode ser dividida 
em duas épocas bem distintas: 1ª Revolução Industrial, ou revolução do carvão e do ferro, 
compreendida de 1780 a 1860, e 2ª Revolução Industrial, ou revolução do aço e da 
eletricidade, compreendida de 1860 a 1914. A 1ª Revolução Industrial pode ser dividida 
em quatro fases: 
 
 1ª Fase: A mecanização da indústria e da agricultura; 
2ª Fase: A aplicação da força motriz à indústria; 
3ª Fase: O desenvolvimento do sistema fabril; 
4ª Fase: O aceleramento dos transportes e das comunicações. 
 
A 2ª Revolução Industrial, por sua vez, foi provocada por três acontecimentos 
importantes: 
 
 14 
1. O desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); 
2. O aperfeiçoamento do gerador e motor elétrico; 
3. A invenção do motor de combustão interna (1873). 
 
Ainda segundo Burns, apud Chiavenato (1983), as principais características da 2ª 
Revolução Industrial são as seguintes: 
 
1. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; 
2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como 
principais fontes de energia; 
3. O desenvolvimento da maquinaria automática e o estabelecimento de um alto 
grau de especialização do trabalho; 
4. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações; 
5. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista; 
6. A expansão da industrialização. 
 
Na calma produção artesanal, os operários eram organizadosem corporações de 
ofícios e era exigido dos aprendizes, a fim de que fossem promovidos a mestres, uma obra 
perfeita aprovada por um corpo de jurados. Com o advento da Revolução Industrial, as 
atividades de produção da sociedade da época passaram a ser desenvolvidas com o auxílio 
de máquinas, dentro de grandes fábricas. Neste processo não houve uma gradativa 
adaptação entre as duas situações sociais, mas sim uma súbita modificação de situação, 
provocada principalmente por dois aspectos, a saber: 
 
1. A transferência da habilidade do artesão para a máquina; 
2. A substituição do esforço físico humano e dos animais de tração e carga, pela 
maior potência da máquina a vapor, e posteriormente dos motores elétricos e à combustão 
interna (Chiavenato, 1983). 
 
Os proprietários de oficinas que não tinham condições financeiras de adquirir 
máquinas foram obrigados, por força da concorrência, a trabalhar para outros proprietários 
de oficinas. O fenômeno da maquinização das oficinas provocou uma série de fusões de 
pequenas oficinas, que passaram a integrar outras maiores, e que, posteriormente, vieram a 
 15 
se transformar em fábricas. Com a decorrente elevação da produtividade implicando no 
paulatino rebaixamento dos preços e a conseqüente ampliação dos mercados, as fábricas 
passaram a exigir gradativamente maiores contingentes humanos. A mecanização do 
trabalho levou à sua divisão, fazendo com que os ofícios tradicionais fossem substituídos 
por tarefas semi-automatizadas e repetitivas. O artesanato em família desapareceu com a 
súbita competição das unidades fabris, surgindo daí grandes contingentes de operários em 
jornadas de trabalho de até 13 horas. Ao tempo em que o capitalismo se solidificava, se 
ampliava uma nova classe social: o proletariado. Os proprietários de fábricas passaram a 
enfrentar os novos problemas de gerenciamento, improvisando suas decisões e tendo que 
encarar os equívocos decorrentes (Chiavenato, 1983). 
Com a nova tecnologia dos processos de produção e o advento de uma legislação 
que procurava defender e proteger a saúde do trabalhador, a administração e a gerência das 
empresas passaram a ser a preocupação permanente dos seus proprietários. A prática foi 
lentamente ajudando a selecionar idéias e métodos empíricos. Ao invés de pequenos 
grupos de aprendizes dirigidos por mestres habilitados, o problema passou a ser o de dirigir 
batalhões de operários da nova classe proletária que se criou. Os produtos passaram a ser 
elaborados em operações parciais que se sucediam, sendo cada uma delas entregue a um 
grupo de operários especializados, que geralmente sequer tinham conhecimento das demais 
operações que compunham o restante do processo produtivo. Desse modo, os operários 
especialistas desconheciam, na maioria das vezes, até mesmo o produto final que estava 
sendo fabricado. Essa nova situação contribuiu para apagar da mente do operário o veículo 
social mais intenso, ou seja, o sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem-
estar da sociedade. O capitalista passou a distanciar-se dos seus operários e a considerá-los 
uma enorme massa anônima. A principal preocupação dos empresários fixava-se na 
melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir 
quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo (Chiavenato, 1983). 
Diante de todo esse quadro, pode-se deduzir que a Revolução Industrial, embora 
tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial e econômica da 
época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas 
então utilizados. Para justificar este raciocínio, Chiavenato (1983) argumenta que os 
dirigentes de empresas simplesmente trataram de cuidar, como podiam ou como sabiam, 
das demandas de uma economia em rápida expansão e carente de especialização. Alguns 
 16 
empresários baseavam as suas decisões nos modelos das organizações militares ou 
eclesiásticas bem sucedidas nos séculos anteriores. 
Neste contexto, é inaugurada por Frederick Taylor, no início do século XX, a era da 
Administração Científica, o que lhe conferiu o título de “Pai da Administração Científica”. 
Para Taylor, a organização e a administração deveriam ser objeto de preocupação 
científica. Seus esforços foram de extraordinária importância para o aperfeiçoamento das 
organizações no tocante aos seus aspectos gerenciais, notadamente aqueles relacionados 
com a produção. 
À medida que se aperfeiçoavam os controles automáticos e a maquinaria, a maior 
parte do esforço de fabricação pesada foi sendo dirigida para a produção em massa, o que 
caracteriza a expansão industrial da primeira metade do século passado. 
 
1.3 O CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO 
 
Os modelos de representação de organizações têm sido objeto de preocupação de 
muitos autores, destacando-se, do ponto de vista sistêmico, a proposição de Katz & Kahn. 
De um modo geral, a formulação de tais modelos originou-se da percepção da clara 
semelhança que existe entre os organismos vivos e as organizações, em virtude dos seus 
inúmeros aspectos comuns. 
O crescimento a partir do acréscimo de partes, a importação de energia de fontes 
externas, a ingestão das mesmas, os respectivos processos envolvidos na conversão dessa 
energia, as reações ao meio ambiente e, por fim, o processo reprodutivo (no caso de 
organizações representado pela criação de empresas subsidiárias), são exemplos de 
elementos que justificam a forte similitude existente entre os organismos vivos e as 
organizações, como bem ilustram as figuras 1.3 e 1.4. Esta abordagem sistêmica teve 
implicações de notável relevância na Teoria da Administração (Katz & Kahn, 1978). 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
Figura 1.3 
Célula de um organismo vivo – modelo representativo para as organizações 
 
 
FONTE: Capra, 1996. 
 
Figura 1.4 
Processos que justificam a correlação entre os organismos vivos e as organizações 
 
 
FONTE: Capra, 1996. 
 
A partir do estabelecimento do paralelo existente entre organização e sistemas 
vivos, esses autores destacam as seis funções básicas de uma empresa: 
 18 
1. Ingestão – Função que representa a atividade de aquisição de energia e 
materiais, a fim de que sejam, posteriormente, processados e convertidos em produtos 
finais (saídas); 
2. Processamento – Função que representa a atividade de conversão da energia e 
da matéria em produtos finais, através do processo de produção; 
3. Reação ao ambiente – Resposta da empresa às diversas influências exercidas 
pelo meio ambiente; 
4. Suprimento das partes – As partes integrantes da empresa são supridas por meio 
de dados de produção, compras, vendas e contabilidade; 
5. Regeneração das partes – Função que diz respeito ao fato de os elementos 
fundamentais de uma empresa poderem ser substituídos por outros; 
6. Organização – Nesta função, destaca-se o sistema de comunicação como o 
principal responsável pela organização das cinco funções anteriormente descritas, bem 
como pela organização do controle e da tomada de decisões. 
 
Com base nesta teoria, bem como devido à existência dos problemas relativos à 
“abordagem do bom senso”,que se apóia nas suposições de que a localização e a natureza 
de uma organização são dados por seu nome e que uma organização é simplesmente 
constituída de metas intrínsecas. Katz & Kahn (1978) afirmam que os conceitos teóricos, 
formulados com o objetivo de se compreender as organizações, devem começar com o 
“input” (entradas), o “output” (saídas) e o funcionamento da organização como sistema, e 
não com os propósitos racionais de seus líderes. Segundo os mesmos autores, tais 
propósitos podem ser utilizadoscomo fonte para assuntos especiais de estudo ou quando se 
deseja obter alguns dados referentes à organização, mas não como constructos teóricos 
básicos para compreender organizações. 
Assim, Katz & Kahn (1978) propuseram um modelo teórico simplificado para a 
compreensão de organizações, e que ainda é largamente utilizado na literatura corrente, 
baseado em um sistema de energia “input - output”, no qual o retorno da energia do 
“output” reativa o sistema. Por este modelo, o “input” de energias e a conversão do 
produto em novo “input” de energia consistem em transações entre a organização e seu 
meio ambiente. 
Todos os sistemas sociais, inclusive as organizações, consistem em atividades 
padronizadas de uma quantidade de indivíduos. Além disso, essas atividades padronizadas 
 19 
são complementares ou interdependentes em relação a algum produto ou resultado comum; 
elas são repetidas, relativamente duradouras, e ligadas em espaço e tempo. Se o padrão de 
atividade ocorresse uma única vez ou a intervalos imprevisíveis, não se poderia falar de 
organização. A estabilidade ou recorrência de atividades pode ser examinada em relação ao 
“input” de energia no sistema, à transformação de energias dentro do sistema e ao produto 
resultante ou produção de energia. Em uma fábrica, as matérias-primas e o trabalho 
humano são “inputs” de energia, as atividades padronizadas da produção são 
transformação de energia e o item acabado é o “output”. Manter esta atividade padronizada 
requer renovação contínua do influxo de energia. Nos sistemas sociais isso é garantido pelo 
retorno de energia do “input” ou resultado. Dessa forma, o ciclo de atividades fornece nova 
energia para a iniciação de um ciclo renovado (Katz & Kahn, 1978). 
De acordo com o modelo teórico de sistemas sugerido por Katz & Kahn (1978), há 
dois critérios básicos para a identificação de sistemas sociais e a determinação de suas 
funções. São eles: 
 
1) Traçar o padrão de intercâmbio de energia ou atividade das pessoas, à medida 
que ele resulta em alguma espécie de “output”; 
2) Verificar como o “output” é transladado em energia que reativa o padrão. 
 
Desse modo, verifica-se que Katz & Kahn (1978) fazem referência às funções 
organizacionais ou objetivos, não como as finalidades conscientes de líderes ou membros 
de grupos, mas como resultados que são a fonte de energia do mesmo tipo de “output”. 
Por fim, com base na teoria apresentada por Katz & Kahn (1978), pode-se definir 
organização como sendo um sistema, criado pelo homem, que coexiste e interage 
dinamicamente com o seu meio ambiente, exercendo influência sobre este e, em 
concomitância, recebendo sua influência. Além disso, em toda e qualquer organização 
deve haver uma forte integração entre as suas diversas partes componentes, no sentido de 
que uma série de metas, sejam elas próprias da organização ou de seus participantes, 
possam ser alcançadas e concretizadas. Assim, as partes inter-relacionadas de uma 
organização devem interagir harmoniosamente para que possam promover o sucesso do 
seu funcionamento. 
 
 
 20 
1.4 O CONCEITO DE SISTEMA 
 
Um sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas, denominadas de 
subsistemas para a consecução de um determinado objetivo, que é o de transformar 
entradas (inputs) em saídas (outputs), de modo que estas sejam maiores quando 
comparadas aos resultados e rendimentos individuais de cada elemento constituinte do 
sistema principal (Wild, 1981). 
Assim, todo sistema é constituído de vários subsistemas. Por outro lado, todo 
sistema é parte integrante de um sistema maior, denominado de macrossistema, que 
normalmente é a própria sociedade na qual o sistema está inserido. 
 
1.4.1 Parâmetros dos sistemas 
 
Um sistema caracteriza-se por determinados parâmetros, que podem ser 
conceituados como constantes arbitrárias. Tais constantes, por intermédio de suas 
propriedades, fornecem informações relativas ao valor e à descrição dimensional de um 
sistema específico ou de um componente do sistema. Os principais parâmetros de um 
sistema são os seguintes: 
 
a) Entradas ou “inputs” – Representam todo o material e energia necessários para 
o funcionamento do sistema. Geralmente são oriundos do meio externo; 
b) Processamento – É o mecanismo responsável pela conversão das entradas em 
saídas. O processamento consiste, portanto, no próprio funcionamento interno do sistema; 
c) Saídas ou “outputs” – Representam os resultados do processo em um 
determinado sistema. Para o caso dos subsistemas, por estarem inclusos em um sistema 
maior e mais complexo, os resultados são intermediários, enquanto que no caso dos 
sistemas, os resultados são conclusivos. Porém, em ambos, as saídas devem ser coerentes 
com as metas previamente estabelecidas; 
d) Retroação ou “feedback” – É um tipo de controle que, através de um fluxo 
específico de informação, visa comparar os resultados obtidos, a partir de um determinado 
processo, com o critério ou padrão previamente estabelecido. É esta comparação que 
permite, caso necessário seja, o ajuste das saídas obtidas relativamente ao funcionamento 
do sistema. 
 21 
 
Além desses quatro parâmetros principais que constituem os sistemas, pode-se 
ainda considerar um quinto elemento, que são as fronteiras ou limites. As fronteiras são 
linhas que separam o que está dentro e fora dos limites de um sistema. As organizações 
possuem fronteiras que as diferenciam do ambiente no qual elas estão inseridas e, através 
das quais, ocorre o intercâmbio entre o sistema e o ambiente. O grau de abertura do sistema 
em relação ao ambiente é definido pelo grau de permeabilidade dessas fronteiras. 
 
1.4.2 Classificação dos sistemas quanto à sua natureza 
 
Os sistemas podem ser classificados segundo diversos critérios. Quanto à sua 
constituição, por exemplo, podem-se classificar em sistemas físicos ou concretos – quando 
são compostos por equipamentos, maquinarias e objetos reais – ou em sistemas abstratos, 
quando são compostos de conceitos, planos, hipóteses e idéias. Em outras palavras, pode-
se afirmar que os sistemas físicos englobam “hardware”, enquanto que os sistemas 
abstratos envolvem “software” (Wild, 1981). 
No entanto, a classificação dos sistemas quanto à sua natureza representa um dos 
mais significativos critérios de classificação. Sob esta ótica, os sistemas podem assumir 
duas configurações básicas: sistemas abertos e sistemas fechados. 
Segundo Wild (1981), os sistemas abertos são aqueles cujas saídas não têm 
influência direta sobre as partes anteriores do sistema. Isto significa que um sistema aberto 
não reage a seu próprio desempenho. Suas últimas ações não têm influência sobre ações 
atuais e futuras, assim como não há “feedback” de informação sobre as suas saídas para o 
controle de suas entradas. Zaccarelli (1987) complementa a visão de Wild (1981), ao 
afirmar que os sistemas abertos são aqueles que funcionam sob relações desconhecidas de 
“entradas/saídas” (relações causa/efeito) e que mantêm um intercâmbio complexo e 
indeterminado com o meio ambiente. Ainda segundo o mesmo autor, nestes sistemas há 
diversas entradas e saídas, não muito bem conhecidas e determinadas, sendo, por isto, 
denominados de probabilísticos. 
Com relação aos sistemas fechados, Wild (1981) afirma que tais sistemas são 
aqueles que são diretamente influenciados por seu próprio comportamento pregresso. Isto 
significa que suas próprias saídas são monitoradas com o intuito de que algum controle 
proposital possa ser exercido sobre suas entradas. Neste caso, a operação do sistema 
 22 
depende diretamente do “feedback” de informação. Zaccarelli (1987), por sua vez, endossa 
o pensamentode Wild (1981), ao afirmar que os sistemas fechados são aqueles que 
funcionam sob relações predeterminadas de “entradas/ saídas” (relações causa/efeito), ou 
seja, determinadas entradas produzem exatamente determinadas saídas. Por isto, ainda 
segundo este autor, tais sistemas são denominados de determinísticos. 
Nota-se, portanto, que, de acordo com a visão desses autores, a distinção básica que 
existe entre os conceitos de sistemas aberto e fechado, ao contrário do que normalmente se 
pensa, não está diretamente relacionada ao maior ou menor grau de intercâmbio do sistema 
com o meio ambiente, mas sim com o tipo de relação de “entradas/ saídas” (ou relação 
causa/efeito) que caracteriza o sistema. Assim, de acordo com essas considerações, é 
correto afirmar que tanto sistemas abertos quanto sistemas fechados podem manter 
relações de troca com o meio ambiente. 
 
1.4.3 Principais características dos sistemas 
 
Segundo Katz & Kahn (1978), as nove principais características dos sistemas são as 
seguintes: 
 
1. Importação de energia. Todos os sistemas importam alguma forma de energia 
do ambiente externo. Por exemplo, a célula recebe oxigênio da corrente sangüínea; 
igualmente, o corpo absorve oxigênio do ar e alimento do mundo exterior. A personalidade 
também é dependente do mundo exterior para a obtenção de estímulo, isto é, o 
funcionamento da personalidade depende muito do influxo contínuo de estimulação do 
ambiente externo. Da mesma forma, as organizações sociais precisam de suprimentos 
renovados de energia de outras instituições, ou de pessoas, ou do meio ambiente material. 
Nenhuma estrutura social é auto-suficiente ou autocontida. 
2. A transformação. Os sistemas transformam a energia disponível. O corpo 
converte amido e açúcar em calor e ação. A personalidade converte formas químicas e 
elétricas de estimulação em qualidades sensoriais, bem como informações em 
configurações de pensamento. A organização cria um novo produto, ou processa materiais, 
ou treina pessoas, ou proporciona um serviço. Essas atividades acarretam alguma 
reorganização de “input”. É executado um trabalho no sistema. 
 23 
3. O “output”. Os sistemas exportam os produtos que produzem para o meio 
ambiente, quer sejam a invenção concebida por mente pesquisadora, quer sejam um bem 
tangível ou a prestação de um serviço. 
4. Sistemas como ciclos de eventos. O padrão de atividades de uma troca de 
energia tem um caráter cíclico. O produto exportado para o ambiente supre as fontes de 
energia para a repetição das atividades do ciclo. A energia que reforça o ciclo de atividades 
pode derivar-se de um certo intercâmbio do produto no mundo exterior, ou ainda da 
própria atividade. Segundo Katz & Kahn (1978), o método básico para a identificação de 
estruturas sociais consiste em seguir a corrente de energia dos eventos, a partir do “input” 
de energia, através de sua transformação, até o ponto de fechamento do ciclo. 
5. Entropia negativa. Para sobreviver, os sistemas precisam mover-se para deter o 
processo entrópico, isto é, precisam adquirir entropia negativa. O processo entrópico é uma 
lei universal da natureza, cuja teoria básica consiste em afirmar que todas as formas de 
organização se movem para a desorganização ou a morte. Entretanto, a partir do momento 
em que um dado sistema importa do seu meio ambiente uma quantidade de energia 
superior àquela que expende, então ele estará apto a armazenar a energia excedente, 
adquirindo, assim, a denominada entropia negativa. Portanto, deduz-se que, em todo 
sistema, há uma tendência geral em se maximizar sua razão de energia, de importada para 
expendida. O processo entrópico impõe-se em todos os sistemas biológicos, uma vez que o 
seu reabastecimento de energia não é de caráter qualitativo, não podendo, por consegüinte, 
manter indefinidamente a complexa estrutura organizacional do tecido vivo. Os sistemas 
sociais, porém, não se acham vinculados às mesmas constâncias físicas dos organismos 
biológicos e, por isso, podem ser capazes de deter, quase que indefinidamente, o processo 
entrópico. 
6. “Input” de informações, “feedback” negativo e processo de codificação. Os 
“inputs” para os sistemas vivos não consistem somente em materiais contendo energia, que 
se transformam ou são alterados pelo trabalho feito. Os “inputs” também são de caráter 
informativo e proporcionam sinais à estrutura sobre o ambiente e sobre seu próprio 
funcionamento em relação a ele. O tipo mais simples de “input” de informação encontrado 
em todos os sistemas é o “feedback” negativo, que permite ao sistema corrigir seus desvios 
da linha certa. Segundo Miller, apud Katz & Kahn (1978), “quando o “feedback” negativo 
de um sistema é interrompido, seu estado firme desaparece e, ao mesmo tempo, sua 
fronteira se eclipsa e o sistema termina”. Se não houver dispositivo de correção para fazer 
 24 
com que o sistema volte ao seu curso, este absorverá um excesso de “input” de energia ou 
gastará uma quantidade de energia além da necessária. Todos esses fatores indicam a 
natureza crítica do “feedback” negativo. Por outro lado, a absorção de “input” por um 
determinado sistema deverá apresentar um caráter seletivo, uma vez que nem todos os 
“inputs” de energia podem ser absorvidos por todos os sistemas. O termo geral para os 
mecanismos seletivos de um sistema, por cujo intermédio os materiais são rejeitados ou 
aceitos e traduzidos para a estrutura, é a codificação. A natureza das funções 
desempenhadas pelo sistema determina seu mecanismo de codificação, que, por sua vez, 
perpetua este tipo de funcionamento. 
7. Estado firme e homeostase dinâmica. Considera-se que uma organização 
alcança um estado firme, isto é, um ponto de eqüilíbrio, no que se refere ao relacionamento 
de suas partes, a partir do momento em que há a ocorrência de dois requisitos 
fundamentais, que são a unidirecionalidade – que diz respeito à manutenção da orientação 
do sistema para um determinado objetivo, de modo que os mesmos resultados possam ser 
atingidos, ainda que haja mudanças no ambiente ou na empresa – e o progresso com 
relação ao fim, que se refere ao fato de que, ao manter os objetivos e fins desejados, o 
sistema torna-se capaz de apresentar um grau de progresso que pode ser otimizado quando 
a empresa alcança a condição focal com menor esforço e maior precisão. Vale também 
salientar que, sob a ótica da sobrevivência da organização, faz-se necessária a conciliação 
dos processos de homeostase, que garantem a rotina do sistema a partir de uma situação de 
equilíbrio e adaptabilidade, que conduz, por sua vez, à ruptura, à inovação ou à mudança, 
haja vista que tal situação se constitui na alteração da organização de um sistema. 
8. Diferenciação. Os sistemas deslocam-se para a diferenciação e a elaboração. Os 
padrões difusos e globais são substituídos por funções mais especializadas. Assim como o 
crescimento da personalidade prossegue de organizações primitivas e grosseiras, das 
funções mentais, para sistemas hierarquicamente estruturados e bem diferenciados de 
crenças e sentimentos, as organizações sociais deslocam-se para os papéis de multiplicação 
e elaboração com maior especialização de função. 
9. Eqüifinalidade. É a característica dos sistemas que diz respeito à dependência 
que existe entre suas partes inter-relacionadas (subsistemas), no que se refere ao alcance 
dos objetivos propostos. Isto significa que todos os subsistemas que compõem um sistema 
principal devem trabalhar unidos e imbuídos da consecução dos objetivos deste (Katz & 
Kahn, 1978). 
 25 
1.5 A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS RELATIVAS AOS SISTEMAS 
 
A Teoria Geral de Sistemas é de interesse particular da Ciência da Administração,uma vez que está essencialmente preocupada em estabelecer características e parâmetros 
para todos os sistemas. Esta teoria, que teve suas origens nos trabalhos publicados pelo 
biólogo alemão Ludwing von Bertalanffy, no período compreendido entre 1950 e 1968, 
alicerçava-se nos pressupostos de que existia uma clara tendência para a integração entre 
as ciências naturais e sociais. 
A Teoria Geral de Sistemas não objetiva resolver problemas, mas sim elaborar teorias 
e conceitos, de modo que possam ser aplicados à realidade empírica. Ela ainda sustenta que 
as propriedades dos sistemas devam ser estudadas de maneira conjunta, a fim de serem 
adequadamente compreendidas. Assim, a análise dos elementos de um sistema, de forma 
desagregada, não faz parte das premissas básicas desta teoria (Chiavenato, 1999). 
A tendência da Teoria Geral de Sistemas, no tocante à integração entre as ciências 
naturais e sociais, dirigia-se para uma “teoria pura de sistemas”, que, por sua vez, viria a 
ser o modo mais abrangente de se estudar os campos não-físicos do conhecimento 
científico – especialmente no que diz respeito às ciências sociais – bem como viria a 
colaborar para o objetivo da integração e da unidade da ciência como um todo. Desse 
modo, deduz-se que a Teoria de Sistemas nada mais é do que uma especificidade da Teoria 
Geral de Sistemas. Não obstante, pode-se afirmar que aquela teoria possui aspectos 
bastante distintos daqueles pertencentes às teorias da administração que a antecederam. O 
principal deles é que, enquanto as teorias anteriores desconsideravam diferentes ambientes 
organizacionais, bem como negligenciavam a importância de se considerar a dependência 
da organização quanto ao ambiente no qual ela está inserida, a Teoria de Sistemas 
apresenta uma abordagem exatamente oposta a esses princípios (Chiavenato, 1999). 
Segundo o mesmo autor, pode-se considerar que a rápida interação da Teoria de 
Sistemas na administração foi devida a duas razões em especial: 
 
1ª) Os avanços surgidos nos campos da matemática, da cibernética e da tecnologia 
de informação, que vieram proporcionar possibilidades de desenvolvimento e 
operacionalização de idéias que tendiam para uma teoria de sistemas própria da 
administração; 
 26 
2ª) A necessidade que havia de uma síntese ou integração entre as teorias 
anteriores, o que veio a acontecer justamente pela influência da Teoria de Sistemas. 
 
A Teoria de Sistemas permite, portanto, a análise dos fenômenos dentro de uma 
abordagem global, favorecendo, até mesmo, a inter-relação e a integração de assuntos de 
naturezas distintas. 
 
1.6 RESUMO 
 
A partir do último quartel do século XVIII, uma nova concepção de trabalho, a 
Revolução Industrial, veio modificar completamente a estrutura social e comercial da 
época, ocasionando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social. 
Mais adiante, no início do século XX, próximo ao fim da 2ª Revolução Industrial, é 
inaugurada, por Frederick Taylor, a era da Administração Científica, cujos princípios 
básicos apregoavam que as organizações e a administração deveriam ser estudadas 
cientificamente. Em meio a este contexto, à medida que se aperfeiçoavam os controles 
automáticos e a maquinaria, a maior parte do esforço de fabricação pesada ia sendo 
dirigida para a produção em massa, caracterizando a expansão industrial da primeira 
metade do século XX. 
A “abordagem do bom senso”, que reúne a maior parte da teoria e do raciocínio 
clássicos utilizados para a compreensão das organizações, apóia-se nas suposições de que a 
localização e a natureza de uma organização são dadas por seu nome, e que uma 
organização é simplesmente constituída de metas intrínsecas. Katz & Kahn (1978) 
enxergam dois problemas que estão diretamente relacionados às suposições básicas da 
“abordagem do bom senso”, a saber: 
 
1) os rótulos populares representam os estereótipos socialmente aceitos sobre as 
organizações, mas não especificam suas estruturas de desempenho de papel, sua natureza 
psicológica ou suas fronteiras; 
2) a compreensão de uma organização pode ser tida simplesmente como a sinopse 
das finalidades de seu criador. 
 
Neste contexto, com base na clara semelhança que existe entre os organismos vivos 
e as organizações, Katz & Kahn (1978) propõem um modelo teórico para a compreensão 
de uma organização, que nada mais é do que um sistema de energia “input-output”, no qual 
o retorno da energia do “output” reativa o sistema. Com base neste modelo teórico, pode-se 
definir organização como sendo um sistema, criado pelo homem e composto de partes 
inter-relacionadas, que coexiste e interage dinamicamente com o seu meio ambiente, 
exercendo influência sobre este e, concomitantemente, recebendo sua influência. 
Um sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas, denominadas de 
subsistemas, que existem para a consecução de um determinado objetivo, que é o de 
transformar entradas (“inputs”) em saídas (“outputs”), de modo que estas sejam maiores 
quando comparadas aos resultados e rendimentos individuais de cada elemento constituinte 
 27 
do sistema principal. Todo sistema é composto pelos seguintes parâmetros: entradas ou 
“inputs”, processamento, saídas ou “outputs”, retroação ou “feedback”, e fronteiras. 
Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser classificados em abertos ou fechados. 
Os sistemas abertos são aqueles que funcionam sob relações desconhecidas de 
“entradas/saídas”, ou seja, são aqueles cujas saídas não têm influência direta sobre as 
partes anteriores do sistema, ou que não reagem a seu próprio desempenho. Não há 
“feedback” de informação sobre as suas saídas para o controle de suas entradas. Os 
sistemas fechados, por sua vez, são aqueles que funcionam sob relações predeterminadas 
de “entradas/ saídas”, ou seja, são aqueles que são diretamente influenciados por seu 
próprio comportamento pregresso, de modo que suas saídas são monitoradas com o 
objetivo de que algum controle proposital possa ser exercido sobre suas entradas. Neste 
caso, a operação do sistema depende diretamente do “feedback” de informação. 
Segundo Katz & Kahn (1978), as nove principais características dos sistemas são as 
seguintes: 1. Importação de energia; 2. A transformação; 3. O “output”; 4. Sistemas como 
ciclos de eventos; 5. Entropia negativa; 6. “Input” de informação, “feedback” negativo e 
processo de codificação; 7. Estado firme e homeostase dinâmica; 8. Diferenciação; 9. 
Eqüifinalidade. 
A Teoria Geral de Sistemas, que teve suas origens nos trabalhos publicados pelo 
biólogo alemão Ludwing von Bertalanffy, alicerçava-se nos pressupostos de que existia 
uma clara tendência para a integração entre as ciências naturais e sociais. Tais pressupostos 
dirigiam-se para uma “teoria pura de sistemas”, que viria a ser o modo mais abrangente de 
se estudar os campos não-físicos do conhecimento científico, bem como viria a colaborar 
para o objetivo da integração e da unidade da ciência como um todo. 
A Teoria de Sistemas apresenta aspectos bastante diversos daqueles pertencentes às 
teorias da administração que a antecederam, principalmente pelo fato de que esta teoria 
leva em consideração os diferentes ambientes organizacionais, bem como dá importância à 
questão da dependência das organizações quanto ao ambiente no qual estão inseridas. 
 
1.7 QUESTÕES PROPOSTAS 
 
1. Comente a respeito das principais conseqüências provocadas pela Revolução Industrial 
relativamente ao desenvolvimento do sistema fabril. 
 
2. Quais são os princípios básicos da Administração Científica? 
 
3. Quais são as suposições básicas da “abordagem do bom senso” ? 
 
4. Quais os dois principais problemas observados por Katz & Kahn (1978)relativamente à 
“abordagem do bom senso” para a compreensão das organizações? 
 
5. Quais são as principais semelhanças existentes entre os organismos vivos e as 
organizações? 
 28 
 
6. Disserte a respeito da(s) base(s) do modelo teórico proposto por Katz & Kahn (1978) 
para a compreensão das organizações, explicitando o conceito de organização com base no 
referido modelo teórico. 
 
7. Quais são os principais parâmetros ou partes que compõem um sistema? 
 
8. Qual a diferença entre os conceitos de sistemas aberto e fechado? 
 
9. Com suas próprias palavras, comente brevemente a respeito das nove principais 
características dos sistemas. 
 
10. Teça um comentário a respeito da Teoria Geral de Sistemas e a Teoria de Sistemas no 
tocante às suas origens, essências e distinções. 
 
1.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Ed. Cultrix, 1996. 
 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 3. ed. São 
Paulo: McGraw-Hill, 1983. 
 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração / edição 
compacta - 2ª ed – Rio de Janeiro: Campus, 1999. 
 
KATZ, Daniel; KAHN, Robert L. Psicologia social das organizações. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 1978. 
 
MONKS, Joseph. Administração da Produção. São Paulo: McGraw-Hill, 1987. Cap. 1: 
Funções da Administração da Produção. 
 
SILVA, Francisco de Assis. História Geral: moderna e contemporânea - 1
o
 grau. Vol 2. 
São Paulo: Ed. Moderna, 1985. 
 
 29 
ZACCARELLI, Sérgio Baptista. Programação e controle da produção. São Paulo: 
Pioneira, 1987. 
 
WILD, Ray. Concepts for operations management. Londres: John Wiley & Sons, 1981. 
 
 
 
 30 
CAPÍTULO 2 – FUNÇÕES E OBJETIVOS DOS SISTEMAS DE 
PRODUÇÃO 
 
 
Francisco Antônio Cavalcanti da Silva 
Lúcia Morgana de Lima Quirino 
Pablo A. de Oliveira 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo analisa as funções e objetivos dos sistemas de produção, de forma 
estrutural, a partir de uma categorização funcional. Inicialmente, apresenta a classificação 
dos sistemas de produção enquanto função, isto é, sistemas de produção dos tipos: 
manufatura, transporte, suprimento e serviço. Em seguida expõe uma apreciação mais 
detalhada a respeito do conceito ou definição de cada uma destas funções. 
O capítulo destaca e exemplifica os diversos subsistemas existentes em cada uma 
das funções anteriormente citadas. Devido à sua significativa relevância para o contexto do 
funcionamento dos sistemas de produção, considerar-se-á os fatores estoque e influência 
do cliente na subdivisão das estruturas apresentadas. 
Por fim, o texto introduz os conceitos de eficiência e eficácia a fim de determinar os 
objetivos de desempenho dos sistemas de produção. 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
ENQUANTO FUNÇÃO 
 
A função de um sistema de produção, qualquer que seja ele, é satisfazer as necessidades dos clientes através da produção 
de saídas (bens ou serviços) úteis. 
O conceito de bens está relacionado ao conceito de utilidade, ou seja, a propriedade 
que os objetos materiais e serviços tem de satisfazer desejos humanos. Assim, os 
objetos que têm utilidade são considerados bens (artigos de comércio, negócio ou 
produtos manufaturados em geral). Os bens são objetos fisicamente tangíveis, 
comprados em uma loja e levados para casa. 
Os serviços são intangíveis e podem ser definidos como um sistema organizado de 
utensílios, aparelhos, e/ou funcionários para fornecer alguma acomodação e atividades 
requeridas pelo público ou a realização de quaisquer tarefas ou trabalho para outra pessoa. 
 31 
Serviços são coisas como “acomodações” de hotel, “atividades” de boliche, tênis, esqui ou 
teatro, ou algum reparo, limpeza, cuidado médico, consultoria ou outras “tarefas ou 
trabalhos” realizados por pessoas contratadas. Diferentemente de bens manufaturados, 
serviços são consumidos no próprio momento de sua produção. 
Para a criação de bens e serviços, pelas organizações, são utilizados recursos 
físicos. Tais recursos são categorizados por Wild (1981) como se segue: 
 
1. Materiais: aqueles itens físicos consumidos ou convertidos pelo sistema 
(matéria-prima, combustível, materiais indiretos etc). 
2. Máquinas: aqueles itens físicos utilizados pelo sistema (ferramentas, veículos, 
construções etc). 
3. Trabalho: são contribuições fornecidas pelas pessoas para a operação do 
sistema, sem as quais nem as máquinas, nem os materiais seriam utilizados com eficácia. 
 
O quadro 2.1, a seguir, apresenta alguns exemplos de sistemas de produção. 
 
Quadro 2.1 
Sistemas de produção 
 
1. Supermercado 
2. Serviço de táxi 
3. Dentista 
4. Transportadora 
5. Serviço de remoção de lixo 
6. Posto de Combustíveis 
7. Pronto Socorro 
8. Lavandaria 
9. Construtora 
10. Corretora 
11. Restaurante 
12. Farmácia 
 FONTE: Adaptado de WILD (1981). 
 32 
A categorização dos sistemas quanto à produção de bens e serviços não é suficiente. 
As organizações, em sua maioria, estão preocupadas com os dois aspectos que são 
mutuamente dependentes. A empresa que produz um bem, também presta um serviço ao 
consumidor para vendê-lo. A empresa de serviço, por sua vez, atende ao cliente, mas 
preocupa-se também com a qualidade do bem envolvido na operação. 
Portanto, a noção de função é que torna possível uma maior categorização dos 
sistemas de produção, quais sejam: manufatura, transporte, suprimento e serviço. 
 
2.3 DEFINIÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
 
Agora se pode considerar um sistema de produção como uma configuração de 
recursos combinados para os propósitos de manufatura, transporte, suprimento e serviço 
(Wild, 1981). 
A Manufatura tem como característica predominante a criação física, isto é, a saída 
consiste de bens que diferem fisicamente em forma, conteúdo etc. daqueles materiais que 
entram no sistema. Assim, a manufatura requer alguma transformação física ou uma 
mudança na forma da utilidade dos recursos. 
A categoria de Transporte existe com o propósito de mover alguma coisa ou 
alguém de um lugar para outro, isto é, a localização de alguém ou alguma coisa é mudada. 
O sistema utiliza seus recursos primordialmente para estes fins, e tais recursos, 
normalmente, não sofrerão mudanças físicas. O sistema provê recursos para uma mudança 
no local da utilidade. 
Suprimento é a categoria em que a principal característica é a mudança de 
propriedade ou posse de bens. Diferentemente da manufatura do bem, as saídas do sistema 
são fisicamente iguais às entradas. Não há transformação física e a função do sistema é 
primordialmente a mudança na posse da utilidade de um recurso. 
O sistema de Serviço tem como característica principal o tratamento ou a 
acomodação de alguma coisa ou de alguém. Há uma mudança primordial no estado da 
utilidade de um recurso. Diferentemente dos sistemas de suprimento, o estado ou condição 
das saídas físicas irá diferir das entradas, em virtude de terem sido, de alguma forma, 
tratadas. 
As categorias, definidas acima, estão resumidas no quadro 2.2, na página seguinte. 
 
 33 
Quadro 2.2 
Funções dos sistemas de produção 
 
Função Principal Principais Características Exemplos 
Manufatura  Criação física 
 Mudança na forma 
Alfaiataria 
Construtora 
Transporte  Deslocamento de 
pessoas ou objetos. 
 Mudança de lugar 
Transportadora 
Remoção de lixo 
Serviço de táxi 
Suprimento  Transferência 
 Mudança de posse de 
bens 
Farmácia 
Supermercado 
Posto de combustíveis 
Corretora 
Serviço  Tratamento dealguma coisa ou de 
alguém 
Dentista 
Lavandaria 
Restaurante 
Pronto socorro 
FONTE: Adaptado de WILD (1981). 
 
Definido o sistema de produção por função, pode-se dizer que a gestão das 
operações é a gestão do projeto, planejamento, operações e controle dos sistemas de 
manufatura, transporte, suprimento ou serviço. 
A definição de gestão das operações sinaliza que seus objetivos são tanto produzir 
um serviço satisfatório ao consumidor quanto elevar a produtividade dos recursos 
envolvidos na produção. O item 2.6 deste capítulo dedica-se a explicitar os objetivos da 
gestão das operações. 
 
2.4 OS SUBSISTEMAS DENTRO DA CATEGORIZAÇÃO 
FUNCIONAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
 
A tipologia apresentada nos tópicos iniciais deste capítulo – manufatura, transporte, 
suprimento e serviço - facilita enormemente a compreensão a respeito do funcionamento 
dos sistemas de produção. Pode-se pensar nestes sistemas como um conjunto de elementos 
 34 
interdependentes e interagentes, no qual os resultados, ou saídas, são maiores se 
comparados aos resultados e rendimentos individuais de cada elemento constituinte, 
agindo por si próprio. 
Contudo, convém destacar que os sistemas de produção são concebidos, no tocante 
ao aspecto funcional, não apenas através de uma perspectiva externa, mas também se 
observando seu âmbito interno e estrutural. A análise dos aspectos internos dos sistemas 
de produção leva à concepção da existência de sistemas interiores a outros sistemas, ou 
seja, subsistemas de sistemas maiores, como mostrado na figura 2.1 logo abaixo. Dessa 
maneira, torna-se impossível a compreensão da integração dos elementos e partes destes 
sistemas apenas pela simples investigação de partes isoladas dos mesmos. A organização, 
enquanto sistema, está continuamente submetida a constantes mudanças requerendo 
balanço e equilíbrio, por parte de suas estruturas constituintes. 
 
Figura 2.1 
Esquema representativo de um sistema de produção e seus respectivos subsistemas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Araújo, 2002. 
 
A fim de se conseguir distinguir os subsistemas dentro de um sistema de produção, 
faz-se necessário um estudo do mesmo baseado nos principais aspectos que caracterizam 
um sistema de operações; entre eles convém fazer menção a um em especial: a 
equifinalidade. Segundo Katz & Kahn (1978), esta é a característica que assegura aos 
sistemas abertos a possibilidade de partir de condições iniciais diferentes, seguir caminhos 
diversos e atingir os mesmos resultados, o mesmo estado final. À proporção que estes 
sistemas desenvolvem mecanismos reguladores para suas operações, a quantidade de 
equifinalidade pode ser reduzida; contudo esta permanece, uma vez que existe mais de um 
método para a consecução de um objetivo. 
Input(s) 
C 
A 
Ouput(s) 
D 
B 
 35 
A característica da equifinalidade auxilia na identificação dos subsistemas de 
sistemas de produção, uma vez que permite a análise e a comparação entre os objetivos do 
sistema como um todo e do possível subsistema. Caso ambos existam para o mesmo fim, 
isto é, quando o subsistema trabalha e contribui para que o sistema atinja a sua finalidade, 
ele será considerado, verdadeiramente, um subsistema do todo. Se o sistema funcionar 
perfeitamente sem a presença do mesmo, ele não será considerado um subsistema e sim um 
sistema agregado ao sistema maior e com uma finalidade não convergente à finalidade do 
sistema de produção estudado na ocasião. A fim de ilustrar esta última condição, tome-se 
como exemplo um posto de combustíveis, no qual existe uma loja de conveniências que 
atende não apenas diversos clientes como também os próprios funcionários do 
estabelecimento. Esta loja não é concebida como um subsistema do sistema representado 
pelo posto de combustível, pois este último cumpre perfeitamente a função de sistema de 
suprimento na ausência da loja de conveniências. Em outras palavras as metas da referida 
loja e do posto de combustíveis não se encontram direcionadas para o alcance dos mesmos 
fins. As figuras 2.2 a 2.5, em seguida, apresentam fotografias que ilustram o exemplo 
comentado em termos de um sistema de produção, seu respectivo subsistema e um sistema 
agregado à estrutura geral do mesmo. 
 
 Figura 2.2 Figura 2.3 
 Posto de Combustíveis Posto e Loja de Conveniências 
 (ao fundo) 
 
 
 
 
 
 36 
 Figura 2.4 Figura 2.5 
 Loja de Conveniências Setor de Manutenção Mecânica 
 Sistema de Suprimento Agregado Subsistema de Serviço 
 
 
 
Internamente a um sistema de produção é possível a existência de subsistemas 
pertencentes a funções diferentes daquela particular ao sistema como um todo. A partir 
deste ponto, visando a clarificar este contexto, convém apresentar esta apreciação com base 
nos seguintes exemplos. 
Considere-se, inicialmente, um sistema manufatureiro, como, por exemplo, uma 
fábrica de um gênero industrial qualquer, isto é, químico, mecânico, elétrico, enfim. Este 
sistema possui internamente subsistemas de transporte, serviço e suprimento. A existência 
de uma oficina de manutenção do maquinário utilizado nas linhas de produção, pode ser 
considerado um subsistema de serviço, já que contribui para manter o correto desempenho 
do maquinário, que é fundamental no desempenho do processo produtivo. Os estoques, 
sejam eles de matérias-primas ou de produtos acabados, são considerados subsistemas de 
suprimento, pois dão suporte ao início do processo produtivo (estoque de matérias-primas) 
ou armazenam adequadamente o resultado da produção até ser realizada a sua distribuição 
para o mercado consumidor. Um dos muitos subsistemas de transporte a ser destacado em 
uma unidade industrial (sistema de manufatura) é a esteira mecânica rolante. Claro está que 
a sua função diz respeito ao transporte de produtos ou materiais de um ponto do processo 
produtivo a outro qualquer. Em uma empresa metalúrgica, por exemplo, as mesmas podem 
ser utilizadas para o transporte de materiais pesados. Já em uma empresa química do ramo 
de cosméticos, esta esteira pode ser usada para transportar embalagens visando o 
 37 
envasamento dos produtos finais (cremes, xampus, sabonetes líquidos etc), auxiliando, 
conseqüentemente, na dinâmica do fluxo de produção. 
Continuando, considere-se uma empresa transportadora de cargas como um sistema 
de transporte, já que seu objetivo principal é o transporte das propriedades de um usuário 
de um determinado local para outro. A oficina de manutenção que funciona na sede da 
empresa caracteriza um subsistema de serviço. A mesma atua estrategicamente no sentido 
de garantir a segurança dos funcionários que realizam as viagens e também dos próprios 
clientes, por meio da manutenção do funcionamento dos caminhões; contribuindo, assim, 
para transportes mais seguros e ágeis. Aliado a esta oficina mecânica, quase sempre existe 
um almoxarifado que armazena peças e ferramentas; sendo, por isso, considerado um 
subsistema de suprimento. Deste subsistema provém o suporte necessário à atuação da 
oficina, e em conjunto com ela, o mesmo contribui para o desempenho total do sistema em 
questão. 
Exemplos clássicos de sistemas de suprimento são as redes de supermercados. Na 
atualidade, é bastante comum em diversos supermercados a venda, nos setores 
alimentícios, de produtos relacionados à panificação, doces e salgados. Boa parte 
destes produtos é fabricada pela própria panificadora do estabelecimento, a qual, 
nestes termos, vem se apresentar como um subsistema de manufatura; produztais 
artigos alargando o leque de produtos à disposição dos clientes que vão passar a 
possuí-los, contribuindo, claramente, para o cumprimento da finalidade do sistema 
de suprimento, isto é, reunir e colocar à disposição do cliente uma série de bens, 
que serão adquiridos por estes últimos, caracterizando a mudança na posse da 
utilidade dos produtos. 
Um subsistema de transporte que merece destaque no contexto dos supermercados, 
enquanto sistemas de suprimento, é o conjunto das máquinas empilhadeiras que 
transportam os mais variados produtos para outros locais dentro do estoque, 
organizando-os segundo o determinado pela logística de distribuição interna, e 
ajudando no descarregamento da mercadoria enviada pelos fornecedores. Por sua 
vez, o estacionamento juntamente com os funcionários que nele trabalham se 
apresenta como um subsistema de serviço; prestando o serviço de alojar o veículo 
do cliente ou comprador e garantir a segurança do mesmo enquanto o proprietário 
realiza suas compras. Este último subsistema contribui para o desempenho do 
 38 
sistema em atingir sua finalidade à proporção que cuida da segurança dos veículos 
e, assim, gera nos clientes confiança e credibilidade na organização. 
Finalizando, tome-se, como exemplo de sistema de serviço, um restaurante que faz 
entregas em domicílio. A cozinha deste restaurante é tida como um subsistema de 
manufatura, pois converte os alimentos em pratos que são solicitados pelos clientes. Os 
estoques, mais uma vez, são considerados subsistemas de suprimento dentro deste sistema 
de serviço; ajudando a armazenar toda a matéria-prima necessária para a confecção e 
elaboração dos pratos pedidos. Por último, tem-se como subsistema de transporte o próprio 
serviço de entrega em domicílio, no qual o pedido é deslocado do local de fabricação até a 
residência do cliente. Percebe-se, novamente, que todos estes subsistemas citados existem 
para fazer o sistema de serviço cumprir a finalidade a que se destina, isto é, o atendimento 
dos pedidos em domicílio. 
 
2.5 A SUBDIVISÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO BASEADA NOS 
FATORES ESTOQUE E CLIENTE 
 
Conforme Wild (1981), os termos adotados na identificação dos sistemas de 
produção enquanto função, ou seja, manufatura, transporte, suprimento e serviço; embora 
valiosos para objetivos descritivos sobre a função dos sistemas de operações, não possuem 
significância para um estudo a respeito da natureza dos mesmos. Para examinar e 
compreender a natureza, juntamente com as similaridades dos problemas enfrentados pela 
gestão de operações, se faz necessário entender a estrutura e características dos sistemas, 
bem como seus pontos em comum. Para tal fim, necessita-se de uma apreciação que tenha 
como escopo a subdivisão dessas estruturas com base em dois importantes fatores, 
presentes no contexto de todo e qualquer sistema de produção: a existência e localização 
de estoques e a influência dos clientes. 
Sucintamente, pode-se afirmar que a função de um sistema de produção é a 
satisfação das necessidades dos seus clientes através da produção de saídas úteis, isto é, 
bens ou serviços. Ao assim afirmar, toma-se consciência da imensa influência dos clientes 
à medida que agem na propulsão do funcionamento dos sistemas de produção. Trata-se de 
um fator de extrema relevância, uma vez que está diretamente relacionado à sobrevivência 
do sistema, a partir da concretização de seus objetivos fundamentais. 
 39 
No que tange ao fator estoque, Slack (1996) o define como a acumulação de 
recursos materiais em um sistema de transformação. Por vezes, o termo estoque é usado 
para descrever qualquer recurso que esteja armazenado. A existência do estoque é atribuída 
a uma contínua diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. A presença de 
estoques influencia bastante a organização interna e a dinâmica de funcionamento de um 
sistema de produção. 
Tomando por base os dois fatores apresentados, as subdivisões em estruturas, 
conforme Wild (1981), para os sistemas de manufatura são: 
 
 “produção para estoque, a partir de estoque”, na qual as entradas são estocadas 
e o cliente é servido de um estoque de bens acabados; 
 “produção para estoque, ordenar para fazer”, isto é, não há estoque de entrada, 
contudo bens são produzidos para estoque; 
 “produção sob encomenda, a partir de estoque”, ou seja, todas as entradas são 
estocadas muito embora os bens só sejam produzidos com recibo de compra do cliente; 
 “produção sob encomenda, ordenar para fazer”, nela inexistem estoques de 
entrada e todos os bens são fabricados apenas com o recibo de compra do cliente. 
 
Com relação à função suprimento, na visão do mesmo autor, as estruturas mais 
comuns são: 
 
 “suprimento para ordem a partir de estoque”, isto é, o cliente recebe os bens 
que requisitou a partir de um estoque de entrada; 
 “suprimento para ordem a partir de ordem”, o cliente recebe os bens que 
requisitou; contudo estes não são provenientes de um estoque de entrada. 
 
Segundo Wild (1981), nos sistemas de transporte e serviço não é possível a 
existência de estruturas que requerem funções antes do recebimento do pedido do 
cliente, uma vez que nestas categorias funcionais nenhum estoque físico de saídas é 
possível. Os sistemas de serviços geram um estoque de saídas visando a satisfação 
de futuras solicitações dos clientes. Uma relevante característica comum nestes 
sistemas é a presença ativa do cliente no processo produtivo. Nestes sistemas o 
serviço se presta no momento do consumo. O cliente é um recurso de entrada para o 
 40 
sistema. Dessa maneira, estas categorias dependem dos clientes não apenas para 
especificar suas saídas, mas também para o suprimento de alguma entrada física 
necessária a uma função. Esta presença marcante do cliente contrasta, em termos de 
aspecto comparativo, com o papel do cliente nos sistemas de manufatura e 
suprimento; nos quais age apenas sobre as saídas e não participa diretamente dos 
processos de produção. É importante acrescentar que, de acordo com as 
considerações apresentadas para os sistemas de transporte e serviços, a gestão de 
operações não detém o controle direto de todos os recursos de entrada, uma vez que 
o cliente controla um canal de entrada. 
Ainda com relação aos sistemas de transportes e serviços, três estruturas são 
requeridas para a representação dos mesmos. A primeira delas é uma situação de estoque e 
de cliente, onde os recursos de entrada são mantidos em estoque e são introduzidos no 
processo apenas a partir da entrada de clientes. Outra estrutura diz respeito à situação de 
função a partir de fonte, com fila de cliente. Nesta, ao contrário da primeira citada, os 
clientes formam filas e os recursos de entrada não são estocados. A última estrutura 
descreve a situação de função a partir de estoque com fila de clientes, ou seja, há estoque 
dos recursos de entrada com a possível existência de filas. Trata-se por filas os estoques 
físicos do canal de entrada dos clientes; elas representam demandas futuras conhecidas, 
vindas dos clientes. 
Focalizando, agora, o estudo da natureza dos sistemas; Wild (1981) apresenta 
exemplos das sete estruturas básicas que guiam esta análise. São elas: 
 
1. SOS – Função de estoque, para estoque, para cliente. 
Esta estrutura pode representar processos de manufatura que lidam tanto com 
produtos padronizados quanto com lotes em massa de produtos cuja demanda está sujeita a 
flutuações, como, por exemplo, a indústria de calçados. Nestas estruturas um estoque de 
produtos de saída é gerado em virtude dos níveis de saída superarem, em certos períodos, 
os níveis da demanda. Atividades do setor de

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