TCC RENATO 20180617a

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA
RENATO RIBEIRO DE OLIVEIRA
FUTEBOL COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
FORTALEZA
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA
RENATO RIBEIRO DE OLIVEIRA
FUTEBOL COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado como parte das exigências para Graduação no Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Estácio do Ceará.
 Orientador: Prof. Me. Davi Sousa Rocha
FORTALEZA
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA
TERMO DE APROVAÇÃO
FUTEBOL COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL.
RENATO RIBEIRO DE OLIVEIRA
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física, tendo sido aprovado pela banca Examinadora composta pelos professores:
25 / 06 / 2018
___________________________________________________________________
Prof. Me. Davi Sousa Rocha
Orientador – Centro Universitário Estácio do Ceará
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Prof. Ma. Maria Tatiana de Lima Rocha Félix
Examinadora – Centro Universitário Estácio do Ceará
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Prof. Esp. David da Ponte Cunha
Examinador – Centro Universitário Estácio do Ceará
FUTEBOL COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL.
FOOTBALL AS A TOOL FOR SOCIAL DEVELOPMENT.
Renato Ribeiro de Oliveira 1, Maria Tatiana de Lima Rocha Félix², David da Ponte Cunha³, Davi Sousa Rocha 4
1 Graduando em Educação Física do Centro Universitário Estácio do Ceará
2 Mestra. Professor do Curso de Educação Física do Centro Universitário Estácio do Ceará.
3Especialista. Professor do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Ceará
4Mestre. Professor do Curso de Educação Física do Centro Universitário Estácio do Ceará.
RENATO RIBEIRO DE OLIVEIRA
Endereço: Rua Divina, 136 – Siqueira – Fortaleza, Ce
Telefone: (85) 98568-4538
renatoribeiro_oliveira@hotmail.com
SUMÁRIO
RESUMO	05
ABSTRACT	06
1 INTRODUÇÃO	07
2 METODOLOGIA	13
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO	15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	23
REFERÊNCIAS	24
RESUMO
A infância é entendida como um momento de grande importância para o desenvolvimento social da criança. Uma das estratégias aplicadas para melhor desenvolver essa etapa é através dos esportes, pois enquanto atividade física organizada é importante tanto para o desenvolvimento físico, motor, social como psicológico das crianças. O presente estudo teve como objetivo analisar a importância do Futebol no processo de desenvolvimento social das crianças participantes de 3 (três) escolas particulares de futebol, buscou ainda verificar a inserção do Futebol no cotidiano das crianças e suas influências para a convivência e a relação em sociedade. Para isso, utilizou-se uma metodologia qualitativa na qual a coleta de dados foi feita com a aplicação de um questionário semiestruturado. Esta pesquisa foi realizada com 15 participantes no total, sendo 15 pais/responsáveis de crianças praticantes da modalidade. Baseados nos dados coletados pode-se concluir que a prática do Futebol tem muita importância no processo de desenvolvimento social das crianças, pois as respostas evidenciaram a importante contribuição que a prática teve nas relações com os demais e com os próprios pais e treinadores, onde se tornaram mais sociáveis, passaram a respeitar melhor as regras, a terem mais disciplina, além de passarem a ter mais companheirismo com os demais, aprender a administrar as vitórias e as derrotas e a se comportarem melhor.
Palavras-chave: Futebol; Escolas de Futebol; Inclusão Social; Desenvolvimento Social.
ABSTRACT
Childhood is understood as a moment of great importance for the child's social development. One of the strategies applied to better develop this stage is through sports, because while organized physical activity is important both for the physical, motor, social and psychological development of children. The purpose of this study was to analyze the importance of soccer in the social development process of children participating in 3 (three) private soccer schools. It also sought to verify the insertion of soccer in children 's daily life and their influence on coexistence and the society. For this, a qualitative methodology was used in which the data collection was done with the application of a semi-structured questionnaire. This research was carried out with 15 participants in total, being 15 parents / guardians of children practicing the sport. Based on the data collected, it can be concluded that the practice of soccer plays a significant role in the social development process of children, since the answers showed the important contribution that the practice had in the relations with the others and with the parents and coaches themselves. they became more sociable, became more respectful of rules, more disciplined, more commensurate with others, learn to manage victories and defeats, and behave better.
Keywords: Football; Football Schools; Social inclusion; Social development.
1 INTRODUÇÃO 
O Brasil, em especial nas últimas décadas, notar-se um crescimento significativo das iniciativas voltadas ao esporte educacional, principalmente no contexto dos projetos esportivos de inclusão social e desevolvimento social. Sabemos que o esporte tem o poder de unir pessoas principalmente no que diz respeito às modalidades coletivas, pois requer de seus praticantes um trabalho em equipe, espírito de solidariedade, ação conjunta e respeito. 
Assim, o esporte além de melhorar a saúde e diminuir o estresse, é considerado como manifestação cultural e elemento disciplinador, colaborando para o aprendizado para conviverem em sociedade, aceitar os desiguais, perder e ganhar, reconhecer o melhor e o pior, o forte e o fraco.
A sociedade é composta por pessoas e segmentos específicos as quais participam e têm voz ativa. Aquelas que não estão dentro desse contexto são consideradas excluídas, geralmente por algum motivo aparente. Assim, entra em cena a discriminação, seja por raça, condição econômica, por ser homossexual, por ser de baixa estatura ou alto demais, por ser magro ou muito gordo (ROCHA, 2004).
O termo inclusão social é bastante discutido no meio literário e vários autores a defendem como sendo um meio para a diminuição das desigualdades sociais. Mafra (2007) escreveu em seu artigo que Inclusão (compreender, abranger) social (sociedade ou relativo a ela).
Uma sociedade inclusiva vai bem além de garantir apenas espaços adequados para todos. Ela fortalece as atitudes de aceitação das diferenças individuais e de valorização da diversidade humana e enfatiza a importância do pertencer, da convivência, da cooperação e da contribuição que todas as pessoas podem dar para construírem vidas comunitárias mais justas, mais saudáveis e mais satisfatórias (SASSAKI, 2010, p. 172).
	A inclusão educativa reduziria as discriminações e preconceitos relacionados às diferenças sociais de gênero, étnicas, culturais, dos incapacitados, diferenças que podem se converter em causas da exclusão. Ainda, a escola deve proporcionar a “...aquisição de um conjunto de competências básicas por parte de todos os escolares, que contribua para aumentar o capital social ou cultural dos indivíduos e do conjunto da população” (XIII CONFERÊNCIA..., 2003, p.6).
Mantoan (2003) acredita que recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não é a exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de educação segregada.
Aprender a pensar criticamente remete à necessidade de se atribuir significado à informação através da análise,da síntese, da extrapolação dos dados obtidos, da capacidade de desenvolver critérios de avaliação. Enfim, da elaboração de uma visão globalizada da realidade relacionada à aprendizagem (DARIDO, 2004).
Na medida em que a criança vai se desenvolvendo ela acaba se vendo cada vez mais inserida em meio à sociedade, o que aumenta a importância das relações sociais que ela estabelece com os demais, ficando evidente na análise de Altino José Martins Filho e Lourival José Martins Filho a seguir:
As crianças não vivem em um vazio social e não estão em um mundo à parte dos adultos. Desta forma, as fragilidades, as turbulências, a falta de valores humanos, o esvaziamento do conhecimento e do ato de criação cultural do mundo contemporâneo, também são vividos pelas crianças. Assim, ao defendermos que as instituições de educação infantil são espaços para relações sociais entre as crianças, não podemos cair em uma “fetichização da infância, o que nos levaria a total rendição à individualidade alienada desde a mais tenra idade” (...) Isso quer dizer que o “desenvolvimento social da criança, mais do que inserção dela na sociedade, é inserção do social nela, para torná-la um ser na própria sociedade”. (MARTINS FILHO, MARTINS FILHO, 2008, p. 181)
Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas gerais da sociedade, de tal modo, que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e as mantinham afastadas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas independentemente de suas diferenças individuais e de suas origens na diversidade humana. Para que haja a inclusão, a sociedade, deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é e precisa ser, capaz de atender às necessidades de seus membros (DELLANI, MORAES, 2012).
Muitos esportes proporcionam a inclusão e a facilidade de sua prática sem muitos investimentos, mas nenhum supera o futebol. É ao redor dos campos de futebol que se formam as pequenas comunidades. Ele atrai os olhares, aumenta a paixão e mais ainda, faz brotar sonhos de uma carreira rica e famosa. De forma simples com que é jogado e por não exigir de seus praticantes nenhum material sofisticado, somente a bola, os jogadores, as traves e um espaço que independe do solo e das dimensões, o futebol atrai desde crianças até idosos e sua prática tem início cada vez mais cedo. Tendo essa simplicidade para praticar, podemos dizer que o esporte proporciona a possibilidade de reunir pessoas independentes da classe social, religião, cor, por ser magro ou gordo, ou seja, as pessoas tornam-se iguais pelo simples prazer de jogar (BRITO, 2012).
As diferenças sociais são diminuídas à medida que acontecem partidas de futebol em qualquer local em que exista um espaço em que traves podem ser colocadas mesmo que no improviso. Cruz (2003 p. 39) relata que: 
O povo que organiza sozinho, sua própria forma de lazer, entretenimento, vem acumulando uma vivência ao longo do último século cuja atividade esportiva, é apenas uma alternância que lhe sobrou no sentido de abrandar a amargura de sua vida de marginalizado social. Entre outras raras alternâncias, o brasileiro humilde prende use a essa atividade e agarrado a ela, resistiu bravamente ocupando as áreas que sobram, ali organizando as atividades de lazer de ócio e sobrevivência. Organizando ainda sua vida, sua moradia, sua religião, sua sociedade.
Podemos compreender que por meio da diminuição dos de lazer e o aumento da insegurança, ocorreu um grande problema nos mais diversos segmentos da sociedade. Ficou praticamente extintas as áreas de lazer tais como esquinas, ruas, praças, campos, dentre outros espaços que eram verdadeiros celeiros de craques da bola. Em cada espaço mencionado existia uma equipe de futebol, onde principalmente crianças e adolescentes, mesmo jogando e se divertindo com bolas ou algo semelhante, desenvolviam as suas próprias habilidades, suas técnicas, suas capacidades física, mental e social (ASSIS et al., 2013).
Devido a diminuição cada vez mais desses campos, surge um novo segmento para a ocupação do espaço. Surgem as Escolas de Futebol, espaços destinados a crianças, adolescentes e jovens, no intuito de preencher, de maneira educativa e recreativa, o vazio que ficou no processo educacional. Elas surgem em praças, clubes, condomínios e campos. Diante dessa situação de diminuição e ao mesmo tempo de construção de espaço percebe-se que há um processo de aprendizagem envolvendo uma relação entre sujeito e objeto com uma visão de desafio para a transformação da realidade.
Pais com diferentes intenções procuram escolas de esportes que satisfaçam o gosto de seus filhos. Alguns estão preocupados apenas em ocupar o tempo livre dos filhos, enquanto outros querem que aprendam algum esporte, e alguns até com a esperança de que se tornem jogadores profissionais. 
E mesmo que um dia não cheguem a ser profissionais do futebol, conhecerão o seu papel na sociedade: de pessoas responsáveis, que saberão cumprir as suas obrigações, daí a grande relevância de uma Escola de Futebol na vida e na formação cidadã daqueles que a praticam. Independente dos fins dessas escolinhas, o que importa é que nossas crianças terão a oportunidade de se socializarem através do esporte, descobrindo-se através do corpo em movimento, do prazer do jogo e das brincadeiras. Conhecerão direitos e deveres, estarão saindo das ruas e sendo educadas através do esporte (ASSIS et al., 2013).
Em uma aula de futebol, além de treinar, pode ser aprendido o respeito aos colegas e aos adversários, assim como solucionar problemas através do diálogo, e não da violência como muitas vezes é observado futebol profissional. Desenvolver o aspecto crítico também é possível, uma vez que se trata de um esporte com regras e com uma grande variação de atitudes possíveis de serem tomadas por cada um durante o jogo. As regras podem ser discutidas em grupo e modificadas, assim como as atitudes podem ser analisadas e debatidas. 
O surgimento das escolas de futebol provocou uma enorme demanda profissional que veio ser prioritariamente preenchida pelos professores de Educação Física. Com o crescimento desordenado das grandes cidades, ocorreu um grande problema na vida social brasileira. As áreas de lazer como as praças, bosques, jardins, e, nesse embalo, os campos de várzeas diminuem drasticamente.
Sem dúvida a Escola de futebol tem como possibilita o desenvolvimento do espírito de equipe e da integração, valores que são ministrados de maneira prazerosa tendo como proposta maior criar condições e oportunidades para que crianças e adolescentes possam desenvolver globalmente seu potencial, transformando-os em competências que lhes proporcionem uma vida mais plena como pessoas, cidadãos e também como futuros profissionais para aqueles que almejam ser (ASSIS et al., 2013).
No ensinamento do futebol tem-se a necessidade de definir quais as valências necessárias para sua prática, que são: coordenação motora global, equilíbrio, noção espaço-temporal, noção espacial, ritmo, coordenação motora.
A metodologia de maneira adequada faz com que as crianças assimilem as novas habilidades motoras aprendidas aumentando e melhorando a capacidades motoras, podendo utilizar o conhecimento motor adquirido em outras práticas esportivas, com isso são capazes de adquirir novas experiências em outros grupos compartilhando suas experiências e ideias, melhorando o seu desenvolvimento moral e social.
O jogo favorece o desenvolvimento social das crianças, as quais, através das regras e do trabalho em equipe superam as adversidades buscando assim uma melhora pessoal e cabe ao treinador tornar a competição algo sadio. Outro aspecto interessante que se pode ser identificado dentro da pedagogia do Futebol é o aprender a ganhar e a perder, onde as crianças através da prática incorporam essa realidade a qual deveram saber lidar com a derrota, tentando tirar delas um ponto positivo e a ter a compreensão quehaverá aquele que irá vencer e aquele que irá perder. 
O conceito de desenvolvimento social diz respeito tanto ao capital humano como ao capital social de uma sociedade. Ele consiste em um estágio de evolução ou mudança positiva nas relações entre os indivíduos, entre os grupos e as instituições que compõem uma sociedade, sendo o bem-estar social seu projeto futuro. Ele é entendido como um processo de melhoria da qualidade de vida de uma sociedade. 
Considera-se que uma sociedade adquiriu uma alta qualidade de vida quando seus habitantes convivem dentro de um cenário de paz, de liberdade, de justiça, de democracia, de tolerância, de equidade, de igualdade e solidariedade, têm muitas possibilidades de satisfação de suas necessidades e também de poder empregar suas potencialidades e saberes com vistas a conseguir uma melhoria futura em suas vidas, em termos de realização pessoal e da sociedade em seu conjunto.
O papel do professor é de grande importância no sentido de preparar a criança para a competição saudável na qual causa o respeito e a consideração pelo adversário. O espírito de competição deve ter como predominante o desejo do jogador de superar a si próprio, empenhando-se para aperfeiçoar cada vez mais as habilidades e destrezas. A situação de jogo deve-se construir um estímulo desencadeador do esforço pessoal tendo em vista o auto aperfeiçoamento. Jogo supõe relação social, supõe, interação. Por isso, a participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediências às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal.
	Diante disso, e sabendo o quanto o futebol pode contribuir para que as crianças e jovens tenham mudanças não só no aspecto da saúde como também no sentido da autoestima, desenvolvimento motor e trabalho coletivo. Será que as escolias de futebol podem realmente servir como veículo para o desenvolvimento social?
Assim o objetivo do nosso trabalho é analisar se as Escolas de Futebol podem realmente servir como veículo para o desenvolimento social.
2 METODOLOGIA
O tipo de estudo realizado será sendo de pesquisa exploratória, numa abordagem qualitativa e quantitativa, o qual procura-se analisar temas em seu cenário natural buscando interpretá-los em termos de significado e importância. Nesta pesquisa optou-se pela utilização de um questionário do tipo aberto, com 10 questões.
	Tendo como base esse entendimento a pesquisa tem como objetivo de verificação através das respostas obtidas pelos pais/responsáveis se a prática do Futebol nas Escolinhas tem contribuição para o desenvolvimento social, para isso se utiliza do questionário que é uma das formas sugeridas por Antônio José Manzato e que se pode verificar no trecho a seguir: 
Em síntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. Para viabilizar essa importante operação da coleta de dado, são utilizados, como principais instrumentos, a observação, a entrevista, o questionário e o formulário (Técnica de coleta de dados). (MANZATO, 2002, p. 4).
Local da pesquisa será desenvolvida em 3 (três) Escolas de Futebol da cidade de Fortaleza (Ce), Escola de Futebol do Flamengo - Rua Vicente de Castro Filho, 1750 - Luciano Cavalcante, Fortaleza - CE, R9 Academy, Rua Alberto Feitosa Lima, 328 - Guararapes, Fortaleza - CE, Escola de futebol do Grêmio, R. Prof. Jacinto Botelho, 701 - Fortaleza - CE no período de outubro de 2017 a abril de 2018.
 	A população deste estudo compreende 15 (Quinze) pais/responsáveis de crianças de 3 a 10 anos, participantes das Escolas de Futebol na cidade de Fortaleza (CE). Este projeto foi idealizado para avaliar as escolas de futebol como ferramenta de desenvolvimento social.
Devem ser pais/responsáveis de crianças com até 10 anos de idade e que frequentem as escolas particulares de Futebol da cidade de Fortaleza (CE), os pais/responsáveis dos alunos que assinarem o TCLE, as crianças devem ser praticantes e estar na escola de futebol a pelo menos 3 (três) meses e devem esta matriculadas em escola de futebol. 
Serão excluídos da pesquisa os pais/responsáveis dos alunos que não assinarem o TCLE, os que não entregarem o TCLE, os que não comparecerem no dia determinado, alunos que não estão matriculados e os que venham a desistir no meio da aplicação.
	Foi marcada uma visita às escolinhas para apresentar a proposta de pesquisa e ser solicitada a permissão para realizar a atividade no local. Realizada essa etapa, foi agendado um dia para poder estar realizando uma reunião com os treinadores e com os pais para poder apresentar a proposta do projeto e entregar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE para que seja analisado e assinado para poder assim iniciar a pesquisa.
	Com a reunião efetivada e os Termos assinados foram entregues os questionários semiestruturados para que os pais/responsáveis levem para a casa e para que possam ser analisados para responder. Depois disso foi marcado um dia para estar se reunindo e receber os Questionários Semiestruturados respondidos. 
	Tendo realizadas estas etapas, com as autorizações e com os Questionários em mãos foram iniciadas as análises dos dados para verificar se realmente as escolas de futebol contribui no desenvolvimento social das crianças.
	O presente projeto respeitou os preceitos de ética instituídos pela resolução de nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. As informações aqui captadas não foram usadas para outros fins que não os estabelecidos nos objetivos desse estudo. Com o intuito de legitimar a pesquisa dentro dos princípios éticos e científicos necessários, será respeitado o bem-estar físico, social e psicológico dos avaliados, sendo importante ressaltar que todos receberam informações acerca das intervenções realizadas pelo pesquisador, principalmente como se deu coleta de dados, garantindo que os riscos na participação da mesma foram minimizados ao máximo.
	Para o início do estudo cada avaliado teve que assinar um Termo de Consentimento Livre Esclarecido que serviu para enfatizar os objetivos da pesquisa e sobre a garantia do respeito aos direitos dos participantes, inclusive o de desistir do estudo em qualquer fase.
O tratamento estatístico obedeceu às normas clássicas do percentil, média e desvio padrão, com utilização do programa Excel 2016 (Windows). Os resultados foram agrupados em tabelas, quadros ou gráficos do tipo barra ou pizza ou linha.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o estudo, foram avaliados 15 pais e/ou responsáveis de crianças matriculadas em escola de futebol, cada questionário foi analisado individualmente e depois as questões com respostas semelhantes, que tinham envolvimento com o tema proposto, foram agrupadas e categorizadas, pois Thomas e Nelson (2007, p. 303) afirmam que pesquisadores qualitativos devem classificar os dados para analisar o conteúdo.
Para evidenciar o que foi proposto e melhor analisar, os dados obtidos através dos questionários foram analisados, através de análise qualitativa, os dados fornecidos geraram respostas e com base nelas verificou se respondiam ao tema proposto, podendo assim constatar se o Futebol contribui ou não para o desenvolvimento social.
Tendo sido realizada a aplicação dos questionários se pode notar como a prática do Futebol contribui, de acordo com os pais e/ou responsáveis, para o desenvolvimento social das crianças.
Com objetivo de identificar se os pais e/ou responsáveis tiveram experiências como atleta da modalidade, 5 (cinco) disseram que SIM, equivalente à 33,33% e 10 disseram que NÃO, equivalente à 66,67%.
Gráfico 1. Experiência como atleta da modalidade
Fonte: Próprio autor 
Foi possível observa-se que a maioria dos pais e/ou responsáveis não passaram por uma escola de iniciação, de acordo com as resposta, cerca e 14 (quatorze) não passaram por uma escola de iniciação e apenas 1 (6,67%) passou por uma escola de iniciação.
Tendo como base as respostas dadas pelos pais/ou responsáveis, sobreos benefícios e contribuições o futebol trousse para sua vida. Eles responderam de forma descritiva, interação social (5 vezes), disciplina (3 vezes), saber ganhar e perder (1 vez), saúde (1 vez) e persistência (1vez).
Gráfico 2. Benefícios e contribuições na vida dos pais e/ou responsáveis.
Fonte: Próprio autor
Podemos observar, com relação as respostas dos pais e/ou responsáveis a respeito da questão que relaciona as suas experiências esportivas na sua infância e adolescência ao esporte, o futebol foi o mais praticado com 39% das respostas, 3 (três) citaram o karatê e natação, 2 (dois) citaram o basquete, 1 (um) citaram ballet, vôlei e tênis. 
Gráfico 3. Experiências esportivas mais significativas.
Fonte: Próprio autor
Para entender o que motivou os pais/responsáveis a fazerem a matricula de seus filhos(a) na escola de futebol, baseado nas respostas, pode-se observar, que 7 (sete) tem gosto pelo futebol, 4 (quatro) querem que seu filho(a) aprenda futebol e tenham mais interação social, 3 (três) se preocupam com a saúde, e 1 (um) aprimore o desenvolvimento motor.
Gráfico 4. Motivo de matricular a criança na escola de futebol.
 
Fonte: Próprio autor
De acordo com as respostas, onde se foi perguntado aos pais e/ou responsáveis sobre o comportamento do seu filho(a) na sua presença durante o treino na escola de futebol, 6 (seis) pais e/ou responsáveis responderam que a criança se sentia tranquila, 3 (três) responderam que seu filho se sentia dedicado, 3 (três) responderam que se sentia motivado e 3 (três) responderam que a criança ficava tímida. O que dá importância no que (MACHADO, 2008) cita em sua pesquisa, o esporte na infância deve educar e, sobretudo, ser prazeroso, já que é a satisfação na prática que manterá a criança no ambiente do esporte 
Gráfico 5. Comportamento da criança na presença dos pais e/ou responsáveis durante o treino.
Fonte: Próprio autor
Com o intuito de analisar o relacionamento da criança com os outros alunos quando iniciou as atividades nas escola de futebol e assim se pode observar que a maioria dos pais e/ou responsáveis 10 (dez) relataram que o relacionamento do seu filho(a) com as outras crianças eram bom, onde, de 15 entrevistados 5 relataram que os filhos tinham certa timidez quando iniciou a prática do futebol.
Gráfico 6. Relacionamento com as demais crianças quando entrou na escola de futebol.
Fonte: Próprio autor
Foi possível identificar que depois de um determinado tempo uma modificação nas relações sociais das crianças, onde 12 (doze) pais e/ou responsáveis disseram que houve modificação e 3 (três) disseram que não houve modificação. Observar-se que houve uma melhora, onde as crianças que se sentiam inseguras se tornaram mais confiante e passaram a se relacionar melhor com as outras crianças, os que eram sem iniciativas e tímidos passaram a ser menos tímido e a trabalhar em equipe e o que eram indisciplinados passaram a ter mais dedicação e responsabilidades, e outros teve uma melhora no desempenho individual.
Reforçando a importância das relações e interações entre as crianças, (CASTANHEIRA, 2008, p. 97), o ser humano se torna verdadeiramente humano através de suas interações e do envolvimento com outras pessoas.
Gráfico 7. Modificações no comportamento dos alunos.
Fonte: Próprio autor
Foi elaborada uma questão com o intuito de saber como era o rendimento escolar da criança e poder identificar como era o comportamento dele(a) com os professores e outras crianças antes de se matricular na escola de futebol, onde de 15 (quinze) entrevistados 10 (dez) pais e/ou responsáveis responderam que o rendimento era bom, 3 (três) disseram regular e 2 (dois) responderam ótimo, quando foi perguntado sobre o comportamento escolar aos pais e/ou responsáveis das crianças, de 15 (quinze) entrevistados 10 (dez) responderam que o comportamento escolar era bom, 3 (três) responderam regular e 1 (um) responderam tímido e ótimo.
Com o objetivo de identificar se houve modificações no comportamento escolar da criança, 13 (treze) pais e/ou responsáveis responderam que não e 2 (dois) responderam que sim, houve modificação. Quando se foi perguntado se houve melhoria 10 (dez) responderam que não e 5 (cinco) responderam que sim. Ao serem perguntados sobre a relação com os professores com os colegas se houve melhora, 8 (oito) pais e/ou responsáveis responderam que sim, houve melhora, e 7 (sete) responderam que não houve melhora. 
Foi aplicada aos pais e/ou responsáveis uma questão que teve como objetivo analisar se a prática do futebol pode contribuir para o desenvolvimento social de seu filho(a), onde de 15 (quinze) entrevistados todos responderam que SIM, acreditam que o futebol pode ter grande contribuição para o desenvolvimento social de seu filho(a).
Uma última questão aplicada aos pais e/ou responsáveis buscando identificar se as contribuições que o futebol pode trazer e quais valores e ensinamentos ele pode proporcionar, de forma descritiva os pais e/ou responsáveis responderam inúmeras contribuições, seja a socialização, o aprender a trabalhar em equipe, o respeitar as regras, o desempenho individual, a auto confiança, o desenvolvimento interpessoal, além do comprometimento, aprender os valores, sejam sociais, morais e comportamentais e o ganhar e o perder, tanto no esporte como na vida, como espirito de equipe, educação disciplina, dedicação, responsabilidade colaboração, solidariedade e respeito. 
A resposta dos pais e/ou responsáveis, se torna interessante pois, além de abordar o trabalho em equipe ele atenta para uma característica na qual é tratada na pedagogia do esporte por Assunção (2012, p.4), onde se tem a necessidade de ensinar não só a vitória mas também a importância do aprendizado em relação à derrota, ou seja, “aprender a perder”.
Com base nas análises se pode confirmar, que no grupo o qual foi aplicado o questionário, a importância que a prática do Futebol teve no processo de desenvolvimento social das crianças, as quais, de acordo com as respostas dos questionários por parte dos pais e/ou dos responsáveis, evidenciaram a importante contribuição que a prática teve nas relações com os demais e com os próprios pais e/ou dos responsáveis, onde se tornaram mais sociáveis, passaram a respeitar melhor as regras, a se comportarem melhor, a terem mais disciplina, passaram a ter mais companheirismo com os demais e aprenderam a administrar as vitórias e as derrotas.
De acordo com Buriti (2001), ao entender-se o esporte, em qualquer de suas feições, como uma atividade que valoriza socialmente o homem, entende-se que ele proporcionará uma melhoria de a autoimagem e da autoestima; será uma valorização interior do próprio indivíduo, que estará preparado para uma série de confrontos, independentemente dos resultados obtidos, pois ele estará se sentindo bem, dentro de perspectiva que ele mesmo traçou e conquistou. 
Este é mais um ponto para ser destacado, onde, Martins Filho e Martins Filho (2008) propõe que o desenvolvimento social da criança, mais do que inserção dela na sociedade, é a inserção do social nela, para torná-la um ser na própria sociedade e um meio para se conseguir isso é a prática do Futebol.
Neste sentido, Stefans (2002) aponta que valores são convicções básicas de um modo específico de conduta individualmente ou socialmente preferível a um modo oposto.
Tendo como base nas respostas dos questionários pode se observar que a prática do Futebol se torna importante no processo de desenvolvimento social das crianças, pois após 3 meses de treinamento ocorreu de acordo com os pais e/ou responsáveis uma melhora no comportamento e nas relações sociais com as demais crianças do grupo e com as demais pessoas que fazem parte do seu círculo de interação social e também que houve uma melhora e facilidade de se comunicar com pessoas que não conhecia, perdendo assim um pouco a timidez e melhorando o sua relação interpessoal. 
Pois segundo, Rodrigo Vieira Azevedo Souza (2004), o futebolpossui grande capacidade de socialização, por se tratar de um esporte coletivo. É impressionante observar uma criança iniciar a prática de qualquer desporto totalmente inibida, tanto na parte social quanto na parte motora, e, após alguns meses, poder percebê-la totalmente integrada e satisfeita com a atividade.
As análises dos questionários vieram confirmar o que é evidenciado pelos autores em relação à prática do Futebol e o desenvolvimento social, onde relacionam a interação das crianças por meio da prática do Futebol com a sociedade, onde a modalidade como sendo algo que tem que se preocupar com a formação completa do indivíduo, não somente com o desenvolvimento motor e o aprendizado do gesto técnico e sim com o desenvolvimento por um todo, o qual contempla o motor, o afetivo e o cognitivo o que faz a criança se interagir e se relacionar com os demais.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do trabalho, pode-se confirmar que para o grupo ao qual foi aplicado o questionário, ficou evidente a importância que a prática do Futebol no processo de desenvolvimento social das crianças, as quais, na visão dos pais e/ou dos responsáveis, comprovaram a importante contribuição nas relações com os demais e com os próprios pais.
O professor/treinador passa a ter um papel fundamental neste processo, pois passa a ser o mediador e estimulador de todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que permitem o seu crescimento como pessoas e como cidadãos, desempenhando uma influência verdadeiramente construtiva.
Apesar de as análises dos dados terem sido positivas e o resultado esperado ser alcançado, fica a sugestão da utilização de um número maior de participantes para que se tenha maior fidelidade e maior aceitação e se recomenda a realização de novas pesquisas sobre o tema.
REFERÊNCIAS
 
ASSIS, R. T.; Pagani, M. M.; Santos, M. S.; Avila, R. N. P. A escolinha de futebol na iniciação de esportes. Santa Catarina, 2013. Disponível em: <https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_31_1413576500.pdf>.
ASSUNÇÃO, A. Oficinas Pedagógicas: A importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras como recursos na Educação Especial. Natal, set. 2012. Disponível em: http://www.iesprn.com.br/ftpiesp/DisciplinasPROISEP/M%F3dulo%206/OFICINA%20DE%20BRINQ UEDOS/Texto%202.pdf.	Comment by Davi Rocha: É só assunção?
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, Diário Oficial da União, 12 dez. 2012.
BRITO, R. M. O futebol como ferramenta de inclusão social de adolescentes. IV Seminário de Pesquisas e TCC da FUG. Goiás, 2012.
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