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INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ESTÉTICA E COSMÉTICA ORGANIZADORES LUANA RENYELLE DE OLIVEIRA MENEZES E FRANCISCA KELCIA DE SOUSA LIMA INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ESTÉTICA E COSMÉTICA (Estética e Cosméticos: Profissão e Carreira) ORGANIZADORES LUANA RENYELLE DE OLIVEIRA MENEZES E FRANCISCA KELCIA DE SOUSA LIMA Introdução e fundam entos da estética e cosm ética GRUPO SER EDUCACIONAL O livro Introdução e fundamentos da estética e cosmética é direcionado para estudantes de cursos de estética e de cosmética. Além de abordar assuntos gerais e preliminares, o livro traz os principais tópicos sobre os conceitos e ética pro�ssional na área de estética, concei- tos e aplicações na área da cosmetologia, recursos cosmetológicos aplica- dos a estética facial e corporal. Após a leitura da obra, o leitor vai entender a evolução dos cuidados com o corpo desde a antiguidade até os dias atuais; estudar sobre os diferentes conceitos de estética e cosmética; compreender os fundamentos legais que norteiam a pro�ssão do esteticista; aprender sobre as normas de bios- segurança e ergonomia a serem observadas no atendimento ao cliente; conhecer as noções e conceitos da cosmetologia moderna e as visões que norteiam o mercado da beleza; identi�car os fundamentos legais que regem a fabricação, o estudo e a distribuição dos cosméticos no Brasil; saber as diversas alterações que podem ser tratadas tanto nos protocolos corporais quanto nos faciais; dominar o conceito de associações cosméti- cas e sua aplicação com os demais recursos estéticos, e muito mais. Aproveite a leitura do livro. Bons estudos! gente criando futuro I SBN 9786555581041 9 786555 581041 > C M Y CM MY CY CMY K INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ESTÉTICA E COSMÉTICA Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi Menezes, Luana Renyelle de Oliveira. Introdução e fundamentos da estética e cosmética / Luana Renyelle de Oliveira Menezes; e Francisca Kelcia de Sousa Lima: Cengage – 2020. Bibliografia. ISBN 9786555581041 1. Cosmética 2. Estética Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Luana Renyelle de Oliveira Menezes Graduada no curso tecnólogo em Estética e Cosmética pela Universidade Tiradentes (UNIT-SE), Mestre em Saúde e Ambiente pela Universidade Tiradentes (UNIT-SE), Pós graduanda em Terapias Alternativas e Homeopatia Clássica e Saúde Estética pela FACUMINAS, Professora do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do Centro Universitário Estácio de Sergipe, Professora do Instituto Especializado em Saúde (IES), ministra cursos livres na área de Estética e Cosmética. Francisca Kelcia de Sousa Lima Bacharel em estética e cosmetologia, formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós graduanda em docência de ensino superior e tutoria de E.A.D, atua na área da estética há quase 10 anos em vários seguimentos, como clínicas de estética e cirurgia plástica e Spas renomados de Sp. Produz, desenvolve e implementa projetos relacionados a estética em clínicas atuando como consultora. Docente de diversos cursos na área da estética, já ministrou aulas em instituições de renome como Cruz Vermelha, Senac, Universidade Braz cubas como tutora do curso de estética E.A.D, além de produzir conteúdos relacionados a área da beleza e bem estar para cursos de estética. SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - Introdução à estética e cosmética ..............................................................................9 Introdução.............................................................................................................................................10 1 Introdução e história da beleza .......................................................................................................... 11 2 Introdução à Estética e Cosmética ..................................................................................................... 14 3 História, correntes e teorias da Estética............................................................................................. 16 4 Padrões de beleza ............................................................................................................................. 19 5 Perfil profissional do esteticista ........................................................................................................ 25 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28 UNIDADE 2 - Estética: conceitos e ética profissional .......................................................................31 Introdução.............................................................................................................................................32 1 Introdução à estética ......................................................................................................................... 33 2 Princípios éticos, preparação e posicionamento para o tratamento .................................................34 3 Aspectos da relação terapeuta-paciente ........................................................................................... 41 4 Profissão do Esteticista - Atividades profissionais .............................................................................. 44 5 Procedimentos estéticos faciais e corporais ...................................................................................... 46 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................52 UNIDADE 3 - Cosmetologia: conceitos e aplicações ........................................................................53 Introdução.............................................................................................................................................541 Noções preliminares .......................................................................................................................... 55 2 História e introdução à cosmética ...................................................................................................... 55 3 Tipos de pele ...................................................................................................................................... 57 4 Estrutura dos cosméticos ................................................................................................................... 61 5 Tipos de cosméticos ........................................................................................................................... 66 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................71 UNIDADE 4 - Recursos cosmetológicos aplicados à estética facial e corporal ..................................73 Introdução.............................................................................................................................................74 1 Noções preliminares ......................................................................................................................... 75 2 Tratamentos cosméticos faciais ......................................................................................................... 78 3. Tratamentos cosméticos corporais ................................................................................................... 88 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................94 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................95 O livro Introdução e fundamentos da estética e cosmética traz ao leitor, além de informações básicas da área, o conteúdo descrito a seguir em suas quatro unidades. Entre os assuntos, a primeira unidade, Introdução à estética e cosmética, dá ao leitor um panorama dos conceitos de belo, beleza, estética e cosméticos ao longo do tempo. O texto explica, ainda, os deveres, as obrigações e as funções do esteticista nos cuidados com o corpo e a beleza do paciente. A segunda unidade, Estética: conceitos e ética profissional, explica o conceito de ética profissional e o papel do profissional no contexto social ao qual ingressará. O leitor saberá as diretrizes que regem a profissão, como se dá o relacionamento entre profissional e cliente, e os procedimentos de base para os atendimentos estéticos. A terceira unidade, Cosmetologia: conceitos e aplicações, aborda o conceito cosmetologia enquanto estudo de formulações cosmetológicas e as suas aplicações. Trata da estrutura dos cosméticos, suas formulações e apresentações para uso, além dos tipos de cosméticos disponíveis no mercado, as associações possíveis entre eles e sua interação com a pele. A quarta e última unidade, Recursos cosmetológicos aplicados à estética facial e corporal, fornece noções da cosmetologia associada a tratamentos para que a utilização das formulações cosméticas potencialize o resultado do tratamento. Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. A ele, sorte em seus estudos! PREFÁCIO UNIDADE 1 Introdução à estética e cosmética Olá, Você está na unidade Introdução à Estética e Cosmética. Conheça aqui os conceitos de belo, beleza, estética e cosméticos ao longo do tempo, você vai conhecer também o que os povos usavam para seus rituais de beleza desde os primórdios da humanidade, até os dias atuais. Além disso, irá conhecer os principais nomes e destaques da estética. Entenda também quais são as funções do esteticista nos cuidados com o corpo e a beleza do paciente. Aprenda as diversas áreas de atuação do esteticista, bem como seus deveres e obrigações nos diversos locais que abrangem os serviços estéticos. Bons estudos! Introdução 11 1 INTRODUÇÃO E HISTÓRIA DA BELEZA A busca pelo belo, a busca pelo corpo perfeito, o culto pela beleza que dita modas e tendências e caminha sempre em busca da perfeição, seja facial, corporal ou capilar, são desejos que advêm de muito tempo atrás. Esta busca nos faz retornar ao período da pré-história e relembrarmos o período dos homens das cavernas, quando eles dominaram as pinturas, no Paleolítico, que surge a técnica das mãos pintadas em negativo (arte parietal), onde se mistura o pó colorido, que advém das rochas trituradas, misturado com gordura animal como fixador, que é soprado por um canudo sobre a mão pousada na parede da caverna. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Antiguidade No período da pedra lascada, surgem também as esculturas femininas como a Vênus de Willendorf, que foi encontrada na região de Willendorf, na Áustria, possuindo 11,1 cm, é esculpida em calcário oolítico (que não existe na região onde foi encontrada), e colorida com ocre vermelho, tendo sido esculpida há 22.000 ou 24.000 mil anos. Pouco se sabe sobre a origem, e representa uma mulher com barriga, vulva e seios robustos, com características de obesidade, e acredita-se que ela demonstra a fertilidade do período, a Vênus faz parte da coleção do Museu de História Natural de Viena (ANTL-WEISER, 2008). Egito Os egípcios eram cultuadores da beleza e da estética corporal, dedicavam bastante tempo à higiene corporal, tinham o culto ao corpo como primórdio da atração sexual. Suas salas de banho, perfumes, óleos aromáticos, pigmentos para maquiar os olhos, unguentos: tudo isso 12 indicava que, para os egípcios, cuidar da beleza do corpo era um reflexo da alma. É no Egito que supostamente surgiram os rituais de beleza e estes cuidados se estendiam desde o faraó até os seus súditos (HRNCIROVÁ, 2015). Figura 1 - Vênus de Willendorf – estatueta pré-histórica representando a fertilidade da mulher daquela época Fonte: shutterstock.com #PraCegoVer: imagem de escultura pequena, feita em barro, antiga, com seios, vulva e barriga grande, cabeça coberta com um tipo de penteado da época em que foi esculpida, não possui boca nem olhos, e possui fundo branco. Os lábios e o rosto eram corados com pigmentos, sendo o de maior destaque o ocre vermelho, que era composto de óxido de ferro hidratado, retirado do solo, era separado da areia e seco ao sol e quando queimado obtinha-se o realce da coloração. A maquiagem dos olhos foi o ponto primordial do autocuidado no Egito, para isto utilizavam o khol, constituído de galena (minério primário do chumbo) e misturado a óleos para ser aplicado nos olhos. Os egípcios, tanto homens, quanto mulheres, aplicavam a mistura ao redor dos olhos, faziam um contorno grosso que, além de embelezar, ajudava a diminuir o ofuscamento pela luz do sol (OLIVEIRA et al., 2018). Vários rituais de beleza são encontrados em papiros e, segundo Souza (2004, p.57), as argilas eram utilizadas como máscaras e banhos esfoliantes, os óleos eram utilizados para massagem, todos os elementos utilizados para cuidados com o corpo e maquiagem eram recursos utilizados por faraós, sacerdotisas, rainhas e escravas em seus rituais de embelezamento. Grécia A exaltação da beleza e dos cuidados com o corpo chega até a Grécia e a valorização do belo destaca-se na figura masculina, onde as formas do corpo se davam a partir da prática de esportes na adolescência. Neste momento da história, a mulher dá espaço ao homem nos destaques ao cuidado 13 com o corpo. Culto aos deuses na tentativa de aproximar-se destes, guerras, batalhas e a prática da agricultura em terrenos acidentados também contribuíam para a força, rapidez e o culto ao corpo dos gregos, percebe-se neste momento da história a valorização do belo (FILHO, 2010). É na Grécia que a busca pelobelo, aquele que difere do feio, traz a estética como disciplina da filosofia que estuda as formas de manifestação da beleza natural ou artística (RUSENHAK, 2020). A beleza passa quase que despercebida por bastante tempo durante a Idade Média, por muito tempo as questões científicas, políticas e religiosas tomaram espaço e o culto ao corpo e a estética ficou de lado. Filho (2018) relembra que, neste tempo, Shakespeare retratava a mulher robusta em seus escritos, já que a mulher magra retratava a maldade, a astúcia e até mesmo a traição e a gordura era sinônimo de saúde e fartura. Figura 2 - Escultura do deus grego Zeus, personificação da beleza e símbolo do culto ao corpo masculino Fonte: shutterstock.com #PraCegoVer: imagem com fundo preto mostra a estátua de Zeus, um deus grego que possui barba grande, está sentado em posição de divã, está sem roupa e seus músculos estão visíveis e perna cruzada. Os Romanos Popularizaram os banhos públicos, cuidavam do corpo nas famosas casas de banho, que eram construções públicas que atendiam tanto homens quanto mulheres, após os banhos aplicavam óleos e fragrâncias na pele para mantê-la saudável e atraente, possuíam rituais de banho e usavam em suas fragrâncias flores, açafrão e amêndoas. Vale destacar a sensualidade desse povo, que era algo bastante próximo da cultura grega (VILAR, 2014). Ao longo dos séculos, os padrões de beleza mudam, por vezes exigem menos adereços, outras vezes a extravagância, que também é acentuada no cuidado com o corpo, a exemplo dos egípcios e gregos. Muitas mudanças e adaptações ocorreram ao longo dos tempos em relação ao belo e aos padrões de beleza e consequentemente à estética. 14 Dias atuais Atualmente a busca pela beleza não limita-se mais ao externo, com o advento de tecnologias utilizadas pelo mundo da estética, da beleza e consequentemente dos cosméticos, hoje pode-se dizer que a tecnologia está ao alcance de várias camadas da sociedade, transcrita em cosméticos, itens de beleza de uma forma geral, quando são aplicadas à nanotecnologia, uma influência tecnológica que busca tratar o externo a partir do interno, o alto poder de penetração dos cosméticos só evoluem e seus efeitos são mais rápidos, mais eficazes e é neste sentido que o aluno, futuro tecnólogo em estética e cosmética, assume a responsabilidade de mostrar ao seu cliente/ paciente novos horizontes para quem busca um novo corpo, uma nova beleza e vários conceitos. 2 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E COSMÉTICA Sabe-se que desde a antiguidade o culto à beleza e o uso de itens com finalidades de embelezar e perfumar eram bastante utilizados. Com a evolução da humanidade, em alguns momentos da história, os cuidados com o corpo ficaram esquecidos e em outros momentos, foram destaques na sociedade. A palavra cosmético tem origens variadas, no grego kosmétikos e do latim cosmetorium, significa “relativo ao adorno”, sendo a raiz da palavra “kosmos = ordem”. Também tem origem em Cosmus, perfumista romano famoso no século I, que fabricava o cosmianum, um unguento antirrugas muito utilizado na época, além de ter desenvolvido diversos outros preparados voltados para o tratamento da pele (PICOLOSCHUTZ et al., 2020). Durante o Império Romano, um médico grego chamado Galeno de Pérgamo (129 a 199 d.C.) desenvolveu um precursor dos modernos cremes para a pele a partir da mistura de cera de abelha, óleo de oliva e água de rosas, era o primeiro creme facial, feito com cera de abelha e óleo de oliva que posteriormente foi substituído pelo óleo de amêndoas, misturado ao bórax, que amenizou o tempo de ação do produto, este ainda é utilizado atualmente nas emulsões de água em óleo. Os hábitos de higiene foram abandonados porque o cristianismo ensinava que os males do corpo só poderiam ser curados com a intervenção divina, era o conhecido tempo das trevas. Acreditava-se que a água deixaria a pele suscetível a doenças, já que abriria os poros, permitindo a entrada de doenças. A higiene pessoal resumia-se a lavar as mãos e o rosto antes das refeições e limpar os dentes com um pano (TREVISAN, 2011) No século XVII, o arsênico passou a ser empregado como pó facial em substituição ao chumbo. A Itália e a França despontam como grandes centros produtores de cosméticos, e em toda a Europa apenas a aristocracia utilizava os cosméticos por conta do alto preço. Com o avanço dos produtos para embelezamento, pintar os lábios tornou-se moda. Nesse mesmo período, com o abandono da higiene pessoal, usar perfumes e maquiagem virou uma febre (TREVISAN, 2011). 15 Segundo Trevisan (2011), a Rainha Elizabeth I usava tinta branca com chumbo no rosto, ela popularizou o estilo chamado Máscara da Juventude. Mas o puritanismo liderado por Oliver Cromwell (1599-1658) provocou um período de obscurantismo, durante o qual o uso de cosméticos e perfumes foi banido. qualquer mulher que... se imponha, seduza e atraia ao matrimônio qualquer um dos súditos de Sua Majestade por utilizar pinturas, perfumes, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria e o casamento será considerado nulo e sem validade Esse era o castigo para mulheres que se perfumassem e se embelezassem. Tal fato ocorreu na Inglaterra, por volta de 1770, século XVI (TREVISAN, 2011). Somente no século XX, com os avanços da indústria química, é que os cosméticos passaram a ser produtos de uso geral. Em 1921, em Paris, pela primeira vez, o batom é embalado em um tubo, vendido em cartucho. Esse produto tornou-se um sucesso, dominando rapidamente o mercado americano. Cada vez que um grande estilista lançava uma coleção, surgia uma nova cor de boca (TREVISAN, 2011). No fim do século XX, novas fórmulas, baseadas em tecnologia de ponta, como proteção solar, umectação e produtos anti-idade, dominam o mercado mundial. Nos anos 90, a era do benefício visível ganha grande importância. Atualmente, temos produtos que colorem e tratam a pele, bem como limpam e perfumam os cabelos, como nunca na história. O século XXI é marcado pela nanotecnologia, que pode ser entendida como a tecnologia aplicada à manipulação da matéria através de uma escala atômica ou molecular. O que há de mais atual no mundo da tecnologia voltada para a permeação de ativos. A produção mundial de nanocosméticos abrange a indústria de cosméticos convencionais, constituindo, de maneira geral, uma linha de produtos diferenciados. Os nanocosméticos entram já como um setor específico da indústria química juntamente com os produtos de higiene pessoal e perfumaria (CAVALCANTI, 2014). No Brasil, os produtos de limpeza foram inseridos com a chegada da família real no início do século XXI. O alto custo dos sabões importados levou à instalação de fábricas de velas e sabões no país, sendo a primeira a de Guilherme Müller, instalada em 1821. A famosa perfumaria Desmarais, que vendia essências, sabonetes, escovas, esponjas, adornos de toucador, vidrinhos de cheiro, espelhos, perucas, tinturas e cosméticos, como pó de arroz. A Casa de Banhos Pharoux e a Casa Granado foram instaladas no Rio de Janeiro até o final do século XIX (TREVISAN, 2011). Desde então, o setor de cosméticos não para de crescer e hoje movimenta o mercado nacional com produtos que abrangem todas as idades, todas as classes sociais, todas as culturas, e os cosméticos passaram a ser itens obrigatórios para mulheres, homens, adolescentes e até mesmo crianças, vão desde sabonete, xampu, condicionador, até produtos de embelezamento 16 como maquiagem e protetor solar. O que tem de mais novo e em ascensão no mercado mundial, segundo a ABIHPEC (2018), são os prebióticos e probióticos e o ácido hialurônico, esses farão parte dos avanços da tecnologia cosmética nos próximos anos. Os prebióticos e probióticos estarão em ascensão nos tratamentos faciais com variados tamanhos moleculares, facilitando o seu aproveitamentoem vários níveis da epiderme, e envolto em lipossomas, facilitando a penetração. Propõem equilibrar a microflora da pele, incrementando sua resistência contra agentes agressores, atuam na melhora da hidratação e diminuindo irritações, dentre outros benefícios. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3 HISTÓRIA, CORRENTES E TEORIAS DA ESTÉTICA A arte, a beleza, o belo e a estética estão intimamente ligados, e ao longo dos séculos assumem destaque nos desejos das sociedades. Pode-se considerar o conceito de beleza um ato cultural que muda de acordo com as transformações ocorridas no decorrer das épocas. Na Grécia Antiga, foram encontrados pelo menos três principais conceitos que refletiam o belo e o relacionava com: o mundo, o humano, e os padrões sociais como cultura e justiça, harmonia, respeito e cidadania (ULLMANN, 2007). 3.1 Filosofia, arte e o belo Para Platão, a reflexão estética está em pleno debate com a ética, política e educação e diz que a beleza é o equilíbrio, já a feiura é o desequilíbrio. Já Sócrates achava que se deveria pensar e discutir sobre o belo e não sobre o feio (BARROS et al., 2020). Durante a Idade Média, o sagrado e o profano foram representados pela mulher, e o belo e a beleza feminina eram vistos como algo pecaminoso que conduzia ao erro, a mulher era impura 17 e produtora do mal e representante do pecado original, pois despertava a culpa e o desejo nos homens. A beleza e os cuidados com o corpo ficam de lado por séculos e a virgem Maria era a única mulher bela e inocente (BARROS et al., 2020). Para Kant, a reflexão estética é uma consequência do seu projeto crítico, percebe que a estética (arte) compreende um gênero de conhecimento autônomo, afirma que o belo é algo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente (CAUQUELIN, 2005, 71 f.). Nietzsche introduz na estética dois princípios em relação ao belo e associa a dois deuses gregos: Apolo e Dioniso. O primeiro contempla a razão e o segundo associa a reconciliação do homem com a natureza. Já Theodor Adorno fez uma das mais importantes análises do fenômeno estético na primeira metade do século XX, a estética não é mero campo de reflexão, mas parte intrínseca de um projeto de superação e ruptura da reificação, diz que a essência da arte não é mais independente da história, ela perde seu universalismo e afrouxa as certezas sobre sua natureza (CAMARGO, 2009). A estética e a arte bifurcam-se e a estética agora sai das artes, dos quadros, dos textos literários e passa a ditar a beleza, as tendências com as mulheres reais, no cinema e nas ruas, posteriormente nas passarelas, associando a estética ao estilismo. 3.2 O surgimento dos grandes nomes da estética A partir do século XXI, as receitas passam a ser feitas para atender a população, as receitas caseiras dão espaço para a produção em larga escala. E a lanolina purificada e a vaselina são os primeiros ingredientes a serem purificados e usados nessa produção em escala. Atualmente a lanolina ainda é bastante utilizada e é indicada principalmente para lactantes para estimular o processo de cicatrização e o alívio da dor, por seu alto poder de hidratação e regeneração tecidual (COCA, ABRÃO, 2007). David McConnell foi um dos pioneiros em perfumaria. Abriu a California Perfume Company, em Nova York, em 1886 e posteriormente fundou a Avon Products. Atualmente a Avon vem trabalhando fortemente a diversidade em suas campanhas e lançamentos de linhas, sobretudo nas redes sociais (ABIHPEC, 2018). “A mulher que inventou a beleza”, foi assim que ficou conhecida a polonesa Helena Rubinstein, quando se mudou para Melbourne, em 1902, levava em sua bagagem potes de creme de fabricação familiar para auxiliar nos cuidados com sua pele que era castigada pelo clima quente e seco da Austrália. Foi nessa cidade que fundou sua primeira loja na rua Collins, em Melbourne, e mais tarde mudou-se para os Estados Unidos, aumentando sua difusão e contribuição para a indústria cosmética (TREVISAN, 2011). 18 Quando Coco Chanel conseguiu a libertação das mulheres dos espartilhos no início do século XX, as mulheres passaram a lutar pelo direito de usar batom vermelho, Helena Rubinstein (1870-1965) chega então aos EUA e diz que “Proibir as mulheres de usar maquiagem é acabar com uma parte da liberdade”, uma vez que a maquiagem e o batom vermelho estavam ligados aos cabarés daquela época. Helena foi uma grande empresária, possuía uma rede de salões de beleza, pois o sucesso dos seus cremes foi tão intenso que ela se mudou para Londres e abriu um salão de beleza em Mayfair - Margot Asquith, nos EUA, e criou o “dia da beleza” em sua rede de salões para divulgar os seus lançamentos. Em 1976, a Helena Rubinstein Inc. foi vendida para o grupo Colgate-Pamolive, e é atualmente controlada pelo grupo L’Oréal (CAVENDISH, 2015). A maior rival de Rubinstein era Estée Lauder (1908–2004), que dava a oportunidade das mulheres se sentirem belas. Estée fundou uma companhia fabricante de produtos de beleza e cosméticos com seu nome, sua marca era sinônimo de qualidade, feminilidade e satisfação. Seu negócio foi próspero, incluindo linhas de produtos como Estée Lauder, MAC Cosmetics e Clinique, continua a ditar tendências e a prosperar até hoje. Nadine Georgine Payot (1887- 1966), mais conhecida como Drª Payot, era médica e, ao analisar uma dançarina, percebeu a beleza do seu corpo escultural, porém sua face e seu pescoço eram flácidos, foi então que se dedicou a desenvolver técnicas de massagem utilizando as pontas dos dedos associadas a cremes nutritivos, um revolucionário tratamento cosmético, e trabalhando em salões de beleza nos Estados Unidos difundiu a técnica, tornando-se muito conhecida. Retornou para a França onde fundou um laboratório no qual químicos especializados formulavam produtos cosméticos (SEBRAE, 2020). Anna Pegova (1896-1991) foi uma cosmetóloga e empresária russo-francesa. Amiga de Helena Rubinstein e Edith Piaf, que foi uma cliente assídua dos seus serviços. Ficou conhecida por criar o peeling vegetal, que formulou depois de muitas adaptações. Anna Pegova visitou o Brasil e ficou fascinada com o país, decidindo instalar-se nele para desenvolver tratamentos de skincare ao lado de renomados cirurgiões plásticos. Após sua morte, seu filho tomou a frente do instituto e desenvolveu a marca no Brasil (SEBRAE, 2020). Max Factor, maquiador de origem polonesa, começou sua carreira maquiando os integrantes do Royal Ballet na Rússia. Em 1909, inaugurou uma pequena loja no centro teatral da cidade de Los Angeles. No ano de 1914, criou a primeira maquiagem especificamente para personagens de filmes, era um creme com 12 tipos de graduações de cores. Começou com maquiagem para teatro, mas logo percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo (SEBRAE, 2020). 19 3.3 No Brasil Anne Marie Klotz. Fundou no Rio de Janeiro a primeira escola de estética, “Ecole Francis Bel”, tendo formado várias personalidades do mundo da estética brasileira. Fundadora da FEBECO (Federação Brasileira de Estética e Cosmetologia), com o maior objetivo de que o esteticista brasileiro pudesse conseguir garantias para o desenvolvimento profissional e educacional da sua categoria (SEBRAE, 2020). Luiz Fernando Lomba e Marcos Lomba. Esteticista Luiz Fernando Lomba, na década de 1983, foi editor da Revista Les Nouvelles Esthétiques, sua carreira inicia-se na estética com uma força em prol de trazer para o Brasil conhecimentos de altíssimo nível internacional. Separaram-se do Les Nouvelles Esthétiques e fundou a revista Vida Estética, que conta com congressos científicos por todo o país, Marcos Lomba transfere a direção para seu filho Rodrigo Lomba (SEBRAE, 2020). 4 PADRÕES DE BELEZA Desde a Primeira Revolução Industrial o mercado dita regras de consumo, em todas as áreas. Na estética não é diferente, uma vez que as modas e tendências de belezasão determinadas a partir do interesse econômico. O estilo que sai das passarelas e atinge todas as camadas sociais, as tendências de maquiagem, de corte e cor de cabelo, de formato de sobrancelhas e principalmente de corpo, fazem parte das exigências do mercado, da mídia, da indústria, que sempre ditaram um padrão de beleza que, vez ou outra, entra em declínio, dando espaço a novas exigências sociais (ECO, 2004). 4.1 Sociedade e padrão de beleza A sociedade vive em busca da manutenção da beleza, desde a antiguidade bem como na atualidade, não mede esforços para tal. Segundo Dutra et al. (2015), as mulheres representam a camada da sociedade mais vulnerável aos padrões de beleza veiculados através das mídias, para tanto se submetem a diversos sacrifícios como: dietas rigorosas, extensos programas de exercícios e a prática da automedicação, tudo isso para atingir um padrão de beleza física que é veiculado pela mídia como sendo requisito fundamental para que o indivíduo seja aceito socialmente. Para Braga (2018), durante muito tempo a mulher foi cultuada, alcançando em algumas sociedades o patamar de deusa, em outros tempos foi considerada uma ameaça, e com isso teve o seu papel social diminuído. Desde a infância, os padrões de beleza são impostos e muitas vezes exigidos pela sociedade. A partir do momento que a criança/adolescente começa a construir sua identidade, ela é obrigada a representar a feminilidade. É importante entender que a imagem do corpo exprime sua 20 relação com o emocional e que os conflitos se acentuam com as mudanças do corpo durante a adolescência, muitas vezes impregnada de desejos, que na maioria das vezes são reprimidos. Os conflitos infantis adentram a adolescência e muitas vezes a vida adulta. A pintura e o autorretrato há tempos foram símbolos de personificação da imagem, atualmente os espelhos são refletores e convergem a autoimagem que, por muitas vezes, não são aceitas. Silva et al. (2020) dizem que as fotos (selfies) e as redes sociais são nossos novos espelhos que refletem uma verdade repleta de utopias da perfeição, com fotos manipuladas que moldam e transformam a nossa própria imagem. Sempre ouvimos que os olhos eram vistos como a janela da alma, já Rosa (1962, 77 f.) diz que os olhos são a porta do engano. Durante a adolescência e vida adulta, a beleza se transforma em um dever cultural para a mulher, ser magra, ter pele, depilação, unhas e cabelo em dia e impecáveis, em que ser bela, parecer jovem e magra é tido como uma valorização social. Em contra partida, a obesidade, a depressão, a baixa autoestima, a ansiedade e os transtornos alimentares e psicológicos são realidade para aquelas que não se encaixam nesses padrões de beleza estipulados pela sociedade (SUENAGA et al., 2012). Há pouco tempo, o corpo malhado e musculoso, bem como o consumo de bens para manter este corpo esculpido e os músculos torneados, foi destaque na sociedade e nas mídias, resultando em alto investimento e altas frustrações. Cada corpo, biotipo e cada organismo são únicos. As comparações não devem existir, pois cada ser humano é único e a autoaceitação é o fator primordial para o bem-estar (SUENAGA et al., 2012). No mercado da beleza atual, dietas personalizadas e adaptadas para cada indivíduo, produtos cosméticos específicos para cada tipo de cabelo, de cor e tonalidade das madeixas e de curvatura tomaram conta das prateleiras de supermercados, de farmácias e lojas específicas de cosméticos. A valorização das suas raízes, de cada cultura, de cada cabelo, de cada corpo e biotipo estão em ascensão. A personalização e a humanização de cada atendimento deve ser levada em FIQUE DE OLHO Quando Silva et al. (2020) analisam a relação da mulher X espelho, nos faz repensar quesitos da nossa vida. Você já parou para pensar e analisar qual a sua relação com o espelho? Isso mesmo, aquele que você tem no quarto, no banheiro. Você gosta da imagem que você reflete? O profissional da estética deve fazer com que seu paciente não se compare com personagens das redes sociais, principalmente no quesito corpo. 21 consideração, uma vez que é de fundamental importância entender o que cada cliente/paciente deseja tratar e mudar em si e para este paciente deve ser traçado um perfil e o tratamento deve acontecer de forma individualizada, personalizada e avaliada ao longo do tratamento para se definir a continuidade ou não. A partir do anos 2000, o modelo do belo bem como suas exigências trouxeram para o mercado da estética e da beleza a presença masculina. Para Filho (2010), o homem metrossexual tomou seu espaço no mundo da beleza e esta preocupação trouxe um novo nicho para este mundo, atualmente encontramos salões especializados em beleza masculina que oferecem serviços de corte de cabelo, barba e sobrancelhas, depilação e limpeza de pele específicos para homens. Este padrão de beleza teve início com o jogador inglês, David Beckham, e os atores Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, com a busca pelas formas corporais perfeitas que se dão com a malhação e dieta rigorosas, além do uso de cosméticos específicos para barba e cabelo masculino. O mercado identificou um novo público extremamente consumidor que, segundo a ABIHPEC (2018), está em ascensão no mercado mundial. 4.2 Indústria da beleza e sociedade do consumo No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é quem regulamenta a fabricação e distribuição de produtos cosméticos. O mercado da beleza está intimamente ligado ao mercado dos cosméticos. Várias pesquisas e inovações tecnológicas são aplicadas aos produtos de beleza, buscando atender as exigências dos clientes. Estes produtos trazem autoestima e melhoram a qualidade de vida dos seus usuários, sendo uma forma de entrar no padrão da sociedade em que se convive (SANFELICE, TRUITI, 2010). Moraes et al. (2008) destacam o crescimento de produtos voltados para cuidados faciais como os antirrugas (nas versões creme, sérum) e produtos para tratamento capilar, que atendem aos diversos públicos, sejam lisos, caracolados ou crespos em diferentes curvaturas, e principalmente antiquedas. Um ponto estratégico para o aumento de grandes empresas do ramo de cosmético tem sido a competitividade e a diversificação dos produtos de beleza, sendo este o segmento mais bem-sucedido do mercado. Com o uso das tecnologias e inovações, os produtos cosméticos passaram por uma grande transformação ao longo dos séculos, a descoberta e inclusão de novos ativos e novas matérias- primas nos cosméticos estimula e impulsiona a cadeia produtiva. Surgem também novos designs, tornando as embalagens mais arrojadas, funcionais e práticas (FRITZ E SOUZA, 2006). Segundo Reckziegel e Zamberlan (2017), o Brasil era o terceiro país no ranking mundial na produção cosmética, sendo o xampu e o condicionador os mais produzidos. Tal destaque vem desde a década de 70, em que Avon e Barro Minas, destaques no mercado, existindo certa de 1600 empresas no ramo da cosmetologia no Brasil, indicam que há uma competição nacional entre as mesmas. 22 Atualmente são lançados diariamente no mercado produtos de embelezamento, principalmente para as cacheadas, que têm sido destaque, após a ditadura dos fios lisos, os cachos voltam a ter espaço nos centros de beleza e os produtos disponíveis no mercado prometem cachos definidos, enfatizando a valorização da cultura afrodescendente e a autoaceitação (ABIHPEC, 2014). O último boletim da ABIHPEC (2018) demonstrou que os cosméticos para o público masculino têm apresentado um grande avanço e estarão sempre em ascensão. Outro mercado em evidência é o de produtos biodegradáveis, sempre buscando inovar na qualidade e no desenvolvimento sustentável, reduzindo os impactos ambientais que os produtos podem causar no meio ambiente. O mercado de cosméticos tem diversificado sua tecnologia, existe o nicho de produtos altamente tecnológicos e o de consumo de produtos naturais e veganos que vem ganhando destaqueno mercado mundial. Os produtos mais tecnológicos são aqueles baseados em nanotecnologia, direcionados a camadas específicas da pele, maximizando os resultados, possuem liberação progressiva e resultados rápidos. Os ativos mais usados para este tipo de tecnologia são as vitaminas A (renovador tecidual), C (antioxidante), E (combate radicais livres) e o ácido salicílico (peeling), e os sistemas de entrega, os lipossomas e os peptídeos botânicos (DAUDT et al., 2020). No Brasil, segundo a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, divide-se o mercado de cosméticos em três tipologias de produtos: cosméticos, produtos de higiene e perfumes (BRASIL, 1976). Dados da ABIHPEC (2018) mostram que o mercado de estética e cosméticos deve crescer 14% em 2020 e apontam crescimento do setor pelo 5º ano consecutivo. Também indicam que a partir da regulamentação da profissão de Esteticista e Cosmetóloga, em 2018 (Lei 13.643, 3 de abril de 2018), a procura por profissionalização cresceu na mesma proporção que o mercado em 2018, o setor movimentou cerca de R$ 47,5 bilhões e a perspectiva é que aumente a cada ano. O caderno de tendências 2019-2020 (ABIHPEC, 2018) mostra que até 2020 o mercado passará por atualizações, principalmente para os produtos de pele “home care” e de cabelo “haircare”, são aqueles produtos que dão continuidade aos tratamentos em casa, os produtos possuem ativos iguais ou semelhantes aos usados nas clínicas, só que em menor quantidade, dando eficácia e eficiência aos tratamentos. Para o uso de produtos de pele tanto nas clínicas quanto em casa, cabe citar a identificação dos tipos de pele para assim poder traçar o perfil dos produtos específicos a serem utilizados. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2017), existem quatro tipos de pele: normal, oleosa, seca, mista. Normal Geralmente, a pele normal apresenta poros pequenos e pouco visíveis. 23 Possui textura saudável e aveludada, produz sebo (gordura) em quantidade adequada, sem excesso de brilho ou ressecamento. Oleosa Influenciada pela herança genética, que contribui para a oleosidade da pele os fatores hormonais, o excesso de sol, o estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de gordura. Apresenta poros dilatados e maior tendência à formação de acne, cravos e espinhas. Seca Normalmente tem poros poucos visíveis, pouca luminosidade e é mais propensa à descamação e vermelhidão. Pode apresentar maior tendência ao aparecimento de pequenas linhas e fissuras. pele seca pode ser causada por fatores genéticos ou hormonais, como menopausa e problemas na tireoide, e por condições ambientais, como o tempo frio e seco, o vento e a radiação ultravioleta. Banhos demorados e com água quente podem provocar ou contribuir para o ressecamento da pele. Mista Apresenta aspecto oleoso e poros dilatados na “zona T” (testa, nariz e queixo), podendo apresentar acne nesta região, e aspecto seco nas bochechas e extremidades. É o tipo de pele mais frequente. A partir destas classificações de cor e tipo de pele existem cosméticos e ativos específicos, bem como maquiagens e artigos para correção de imperfeições da pele, levando em consideração o tom de pele, uma vez que algumas possuem fundo de cor mais amarelada e outras mais rosada, isso facilita, por exemplo, a escolha de bases usadas nas maquiagens. Não diferente para os cosméticos e tratamentos corporais, avaliar a pele é de fundamental importância não só para tratamentos faciais como corporais. Para isto, utiliza-se a ficha de anamnese, onde nela você irá descrever todas as observações obtidas do paciente e poderá traçar o melhor tratamento para ele, levando em consideração a queixa principal (por que ele procurou os seus tratamentos estéticos), a predisposição genética (casos ocorridos na família), uso de medicamento contínuo (anticoncepcional, por exemplo), dentre outras informações. Para tratamentos corporais, deve ser levado em consideração o biotipo de cada indivíduo, sem comparações, principalmente o famoso antes e depois, muito conhecido nas redes sociais, onde mostra a possível evolução dos tratamentos, o que deve ser levado em consideração é a individualidade de cada paciente, sem comparações, pois pode influenciar em desordens 24 emocionais e psicológicas quando o paciente não consegue um resultado igual ao da foto que estava nas redes sociais. Os biotipos corporais apresentam características específicas, segundo Dalbosco (2015), existem três biotipos: Mesomorfo Possui corpo musculoso com formas angulosas. O peito é proporcionalmente mais largo que o abdome. Os membros são musculosos e fortes. Endomorfo Possui formas arredondadas e acúmulo de gorduras, o abdome é proporcionalmente maior que o tórax e os braços e as pernas são curtos e flácidos. Ectomorfo Possui corpo e membros longilíneos, com os ombros largos e caídos. O tórax e o abdome são estreitos e finos. Existem outras nomenclaturas que associam as formas femininas com formas geométricas e formatos de frutas: ampulheta, oval (pode ser chamado de maçã), triângulo invertido, triângulo (chamado de pera) e retangular, ou seja, não é justo comparar um corpo com formato ectomorfo, com um corpo endomorfo, os resultados dificilmente irão corroborar (MENEGUCCI et al., 2017). 4.3 Beleza e mídias sociais A democratização da informação e a evolução dos meios de comunicação auxiliaram consideravelmente a imposição de padrões de beleza e serviram para difundir modelos e padrões sociais, criar costumes e por muitas vezes ditar regras de beleza e de consumo. É sabido que o fascínio pelo belo surge na Grécia e até os dias atuais essa busca convive prontamente com os interesses sociais. As artes, de uma forma geral, influenciam o culto ao belo e a beleza de forma extraordinária, o cinema, o teatro, a música, as novelas, são quem ditam e influenciam o culto à beleza desde os tempos em que os meios de comunicação, informação e entretenimento começaram a evoluir. A internet atualmente é um grande aliado na divulgação da beleza há pouco tempo, as revistas e editoriais foram responsáveis pela divulgação da entrada da mulher na sociedade, que era predominantemente masculina (WOLF, 1992). Quando a mídia propõe um modelo igual de beleza feminina, essa beleza fica pasteurizada, engessada, isso acontece quando os editoriais de revistas, por exemplo, trazem o mesmo padrão 25 de modelo em suas páginas, o mesmo corpo longilíneo, magro, com braços e pernas finos, quadris estreitos, cintura pouco acentuada e seios pequenos, esse padrão imposto torna-se uma imposição ferrenha que pode levar àquelas que não possuem tais características a distúrbios de personalidade, danos à saúde com o desenvolvimento de fobias e doenças (GOETZ et al., 2008). Atualmente, devido à globalização, as imagens são dissipadas pelo mundo tão rapidamente quanto um clique de botão, e na mesma velocidade que as tendências são padronizadas e impostas, principalmente pelas influências midiáticas, há uma difusão e imposição de valores estéticos que é intencional e orientada para obter um efeito nos indivíduos (FLOR, 2009). Segundo Barros et al. (2020), as redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, dentre outros) são responsáveis atualmente por compartilhar conteúdos que não correspondem com a realidade vivida por muitas pessoas, e isto traz o sentimento de não pertencimento, de inadequação em mulheres que se deparam com esses personagens criados pelas redes sociais e não se identificam. Essa não identificação pode causar em alguns casos um desconforto com aquilo que é visto no espelho e a não aceitação do seu próprio eu. Mas qual é o padrão a ser seguido? Quem determina o que é belo ou o que é feio? Muitas vezes não tem como fugir de um padrão de beleza, outras vezes o culto à beleza se transforma num mito. O que deve ser levado em consideração é o sentir-se bem consigo mesmo, o indivíduo deve identificar e entender que é único, deve estar com o corpo e a mente saudável,sem nenhuma cobrança de padrão exigida pelas mídias. Entender que a mídia pode ditar os padrões e entender que ele não precisa se encaixar. Levar em consideração a sua cultura, o seu estilo de vida, e identificar frente ao espelho o que te faz se sentir bem, sem imposições (XAVIER et al., 2018). 5 PERFIL PROFISSIONAL DO ESTETICISTA Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o profissional graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por instituição regular de ensino no Brasil, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2018). No Brasil, o reconhecimento do profissional esteticista tardou. Muitos já trabalhavam com as práticas estéticas há tempos, mas só na década de 50 do século passado foi fundado o primeiro curso de estética no Brasil, por Anne Marie Klotz na “Escola France Bel” (SEBRAE, 2013). E a formação nos cursos de nível superior só surgiu em 2003 através do projeto de Lei nº 959/2003. Neste mesmo ano, foi implantado o primeiro curso de nível superior em cosmetologia e estética. Com a aprovação da Lei nº 13.643 (BRASIL, 2018), foi decretada a regulamentação da profissão que compreende a alteração de perfil do Esteticista e Cosmetólogo e a formalização do diploma. 26 Pode atuar em tratamentos estéticos manuais, manipular cosméticos específicos e aparelhos com certificações pela ANVISA (BRASIL, 2018). Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: FIQUE DE OLHO No mundo da estética, o “home care” é um termo utilizado para vender produtos aos clientes para usarem em casa. São produtos desenvolvidos com maior tecnologia e ingredientes especiais que oferecem benefícios e complementam o tratamento que é feito pelo profissional, seja ele na clínica, no ateliê, no Studio, em cabine, no salão (existem várias denominações para o seu local de trabalho). São exemplos de home care: sabonetes, tônicos, sérum, máscaras, fluidos, xampu, condicionador, todos eles são produtos específicos para o tratamento em andamento, seja no rosto, no corpo ou no cabelo. 27 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • Entender a evolução dos cuidados com o corpo desde a antiguidade até os dias atuais; • Estudar sobre os diferentes conceitos de estética e cosmética; • Conhecer as diferentes correntes e teorias da estética; • Estudar e entender os diferentes padrões de beleza; • Entender o perfil do profissional da estética e cosmética bem como sua atuação no mercado. PARA RESUMIR ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. PANORAMA DO SETOR DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS. 2014. Dispo- nível em: https://docplayer.com.br/7814431-Panorama-do-setor-de-higiene-pessoal-per- fumaria-e-cosmeticos.html . Acesso em: 29 fev. 2020. ABIHPEC. 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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Estética: conceitos e ética profissional Você está na unidade Estética: conceitos e ética profissional. Conheça aqui o conceito de ética profissional relacionado aos atendimentos de estética, bem como o papel do profissional da área dentro do contexto social ao qual ingressará. Aprenda as diretrizes que regem a profissão de acordo com o código de ética do esteticista. Conheça também os conceitos fundamentais do relacionamento entre profissional e cliente, bem como os procedimentos de base para os atendimentos estéticos. Bons estudos! Introdução 33 1 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA Ao falarmos sobre o papel do esteticista e principalmente ao apresentarmos a nova profissão ao ingressante do curso, é natural que façamos uma explanação da história da estética e como, de forma geral, os hábitos estéticos podem ser encontrados em várias civilizações ao longo da história, mesmo antes de qualquer contato entre eles, o que nos leva a concluir que a percepção do belo e os cuidados individuais, de alguma maneira, sempre estarão presentes no cotidiano da humanidade, seja em que contexto a história se apresente, muitas vezes o que muda é a leitura social do belo dentro de determinada sociedade. Porém a intenção da unidade Estética: conceitos e ética profissional é expandir essa discussão sobre o profissional de estética e suas responsabilidades enquanto agente de promoção de saúde e bem-estar. Discutir esse prisma é fundamental para o entendimento da profissão nos dias atuais e a partir daí buscar o saber necessário para descobrir quais os próximos passos dentro do contexto profissional. Portanto a discussão sobre a ética profissional e o papel do esteticista dentro do mercado de trabalho é algo de primeira importância, pois somente entendendo quem fomos e sabendo quem somos poderemos visualizar com clareza quem poderemos ser. Figura 1 - Estudo Fonte: Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem mostra o desenho de uma lupa sobre uma folha de papel, simbolizando a busca constante de estudos. 1.1 Desafios para o profissional da estética Muitos estudantes de estética são profundamente comprometidos com o desempenho de uma técnica profissional e isso é, de fato muito, importante no exercício da profissão, porém, não podemos deixar de desenhar um quadro maior onde o esteticista está inserido em um mercado de trabalho competitivo, que exige expertise na aplicação de técnicas, estudos constantes e atualizações necessárias para se manter a par das tendências mundiais. Porém, ao estudarmos as novas formas de entendimento do trabalho é necessário lançar luz sobre o novo perfil profissional exigido pelo mercado e pela sociedade moderna. 34 Se nos séculos passados o ofício era ensinado de forma familiar e a profissão era tida como uma herança de sobrenome, pois um pai sapateiro, por exemplo, formava uma família de sapateiros e o comércio era realizado de forma menos expandida, com a revolução industrial iniciamos uma mudança de comportamento de mercado, pois agora havia mais demanda, sendo necessário oferecer mais produtos e serviços, o que gerou uma expansão da mão de obra e a necessidade de formação da mesma de forma mais rápida. Atualmente, o mercado exige mais que apenas formação de mão de obra, não basta saber fazer, é necessário fazer melhor e isso se estende não somente ao exercício de uma função metodicamente, mas da expertise de um atendimento diferenciado e um conhecimento a fundo das atribuições enquanto profissional moderno. A estética é uma profissão relativamente recente que busca se encontrar dentro desse cenário de trabalho moderno, portanto, cabe ao futuro esteticista entender que o mercado cresce a cada dia, mas também crescem as exigências para um profissional capacitado, ético e que pense na sua profissão da melhor forma possível. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Neste momento, após essa breve explanação sobre o conteúdo, acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar mais alguns conceitos apresentados. 2 PRINCÍPIOS ÉTICOS, PREPARAÇÃO E POSICIONAMENTO PARA O TRATAMENTO As discussões sobre a ética profissional são extensas e sua compreensão é necessária para entender toda a área de atuação do profissional, sua relação com o cliente e mais que isso, entender a ética ajuda a responder questões importantes sobre o exercício profissional. Já que o mercado de trabalho está em constante mudança, surgem questões que necessitam de uma avaliação de acordo com o momento social sempre à luz da ética profissional, como por exemplo 35 quais são as atribuições reais de um profissional da estética e como avaliar os limites de atuação? Essas questões só podem ser respondidas depois da reflexão sobre a ética profissional aplicada à estética e portanto as discussões e os apontamentos devem ser constantes e não condicionados apenas à leitura inerte de normativas. Segundo Chaui (2000), a ética pode ser definida como o estudo dos valores morais da relação entre a vontade e a paixão ou entre a vontade e a razão, trazendo sobre a si a reflexão sobre a liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Em 2013, durante uma entrevista ao apresentador Jô Soares, o filósofo Mario Sérgio Cortella forneceu uma definição semelhante. Quando questionado sobre o que seria ética, prontamente respondeu que ética é o conjunto de valores e princípios que cada indivíduo usa para responder às três questões primordiais da vida: o que eu quero, o que eu devo e o que eu posso, pois nem tudo que quero eu devo, nem tudo que devo eu posso e nem tudo queeu posso eu quero, e quando o indivíduo consegue uma harmonia entre essas questões vitais, ele tem paz com suas escolhas de vida. Nesse ponto existe uma semelhança entre as duas definições apresentadas no texto, pois a resposta a essas perguntas norteiam nossas escolhas com relação a deveres e obrigações, vontades e limites para um convívio adequado. A ética profissional é o conjunto de valores e deveres aplicados ao exercício de determinada profissão, no qual são observados a relação entre profissional e cliente, entre profissionais da mesma classe e entre o profissional e a sociedade com relação ao que se deve ou não fazer, ou seja, deveres e obrigações. Todo ser ético pensa antes de agir e age sabendo que deverá assumir as consequências dos seus atos (CHAUI, 2000). No Brasil, desde 1992, o MEC (Ministério da Educação) determina que a disciplina de ética faça parte da grade curricular de cursos de graduação, estimulando o debate sobre os limites de atuação profissional pertinente a cada área profissional (ARRUDA, RAMOS, 2003, apud OLIVEIRA et al., 2010). Cada profissão tem seu próprio código de ética, porém alguns valores são aplicáveis a todas, como por exemplo estar habilitado para o exercício da profissão de forma a oferecer sempre o melhor serviço, honestidade e responsabilidade no trato ao cliente e aos demais profissionais. O código de ética profissional aponta os deveres, obrigações, responsabilidades, direitos, limites de atuação e relação com o cliente que devem ser observados no exercício da função. O código de ética do profissional da estética aborda temas relacionados aos deveres, obrigações e sanções possíveis pelo não cumprimento das normativas descritas, abordando tanto a relação entre profissionais de classe como também a interação entre profissional e cliente. 36 2.1 Código de ética do profissional da estética Como qualquer outra profissão, a estética possui seu próprio código de ética que tem como objetivo nortear as ações do profissional no exercício de sua função, tanto em relação ao cliente, quanto em relação aos demais profissionais da classe e mesmo com relação ao seu espaço no mercado e na sociedade. O código de ética do profissional de estética está disponível para consulta no site da ASSOCEMSP (Associação dos profissionais de cosmetologia, estética e maquilagem do Estado de São Paulo) e aborda em seis artigos as condutas profissionais, separando-as por temas: • Responsabilidades fundamentais. • Deveres e das proibições. • Proibições aos esteticistas. • Honorários profissionais. • Disposições gerais. A seguir consta o código de ética do profissional da estética na íntegra, extraído do site da ASSOCEMSP (Associação dos profissionais de cosmetologia, estética e maquilagem do Estado de São Paulo): CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ESTETICISTA (TÉCNICOS E TECNÓLOGOS) CAPÍTULO I DO OBJETIVO Art. 1º – Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual devem se conduzir os esteticistas, quando no exercício profissional. CAPÍTULO II DAS RESPONSABILIDADES FUNDAMENTAIS Art. 2º - O esteticista deve prestar assistência, sem restrições de ordem racial, religiosa, política ou social, promovendo procedimentos estéticos específicos que beneficiem a saúde, higiene e beleza do Homem. I – o esteticista presta serviços de estética facial, corporal e capilar, programando e coordenando todas as atividades correlatas; 37 II – o esteticista deve autoavaliar periodicamente sua competência, aceitando e assumindo procedimentos somente quando capaz do desempenho seguro para o cliente; III – ao esteticista cabe a atualização e aperfeiçoamento contínuos de seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, visando o benefício de seus clientes, bem como o progresso de sua profissão; IV – o esteticista - Tecnólogo é responsável por seus auxiliares esteticistas Técnicos, seja sob sua direção, coordenação, supervisão ou orientação. CAPÍTULO III DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES Art. 3º – São deveres do esteticista: I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus pacientes, sem prejuízo da dignidade e independência profissional; II – guardar absoluto respeito pela saúde humana, exercendo a profissão em conformidade com os preceitos éticos deste código e com a legislação vigente; III – organizar seu ambiente de trabalho, tornando-o asséptico, conforme exigido pela Secretaria de Vigilância Sanitária; IV – abster-se de atos que impliquem na mercantilização da Tecnologia Estética e combatê-los quando praticado por outrem; V – fazer prévia anamnese estética do cliente, que se submeter ao seu procedimento; VI – indicar os diversos procedimentos estéticos, de acordo com os tipos e alterações da pele; VII – identificar alterações da pele; VIII - executar todas as técnicas existentes na tecnologia estética, para a recuperação da pele, desde que apropriadas e reconhecidas cientificamente; IX – ter domínio técnico na utilização de equipamentos eletroestéticos aplicados na tecnologia estética; X - ter boa visão, agilidade, coordenação motora, atenção, percepção de detalhes e conjunto, paciência, iniciativa, responsabilidade, assiduidade e hábitos de higiene; XI - cumprir e fazer 38 cumprir os preceitos contidos no Código de Ética dos Esteticistas. Art. 4º – DAS PROIBIÇÕES AOS ESTETICISTAS: I – anunciar cura de enfermidades da pele, sobretudo as incuráveis; II – usar títulos que não possua ou anunciar especialidades para as quais não está habilitado; III – praticar atos de deslealdade com os colegas de profissão; IV – o esteticista cometerá grave infração ético-disciplinar se deixar de atender às solicitações ou intimações para instrução nos processos ético-disciplinares; V – é vedado ao esteticista aceitar emprego deixado por colega de profissão, que tenha sido dispensado injustamente, por motivos vãos, salvo anuência do órgão responsável pelo seu registro; VI – considera-se falta de ética da moral profissional, causar qualquer tipo de constrangimento a outro esteticista, visando, com isso, conseguir para si o seu emprego, cargo ou função; VII – abandonar o procedimento estético, deixando o cliente sem orientação específica, salvo por motivo relevante; VIII – prescrever medicamentos, injetar substâncias ou praticar atos cirúrgicos; IX – publicar trabalhos científicos sem a devida citação da bibliografia utilizada ou mesmo deixar de citar outras publicações, caso o autor julgue necessário, ressalvando-se o caso em que o autor deixar notoriamente claro que tais obras não foram reproduzidas para a elaboração do trabalho. Da mesma forma, não é lícito utilizar, sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa, dados, informações ou opiniões, colhidos em fontes não publicadas ou particulares; X – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe. CAPÍTULO IV DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS Art. 5º - Fundamentos: I – só poderão cobrar honorários, os profissionais legalmente habilitados para o exercício da 39 profissão; II – o esteticista deverá levar em conta as possibilidades financeiras do cliente; III – o esteticista poderá recorrer à via judicial, para receber honorários não pagos pelo cliente; IV – os parâmetros observados para a cobrança de honorários devem ser as condições socioeconômicas da região, a complexidade do procedimento, o material utilizado, o desgaste dos equipamentos eletroestéticos, a escolha de cosméticos importados e a demanda de tempo no procedimento; V - o esteticista deverá respeitar o critério de cobrança de honorários, observando a sugestão da Associação Profissional que estiver afiliado, para a correta cobrança dos mesmos. CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 6º - Generalidades: I – ao infrator deste Código de Ética serão aplicadas as penas disciplinares, estabelecidas pelo regimento interno do ÓrgãoFiscalizador, sendo avaliadas e votadas em Assembleia Geral. 2.2 Preparação para atendimento estético Ao analisar minuciosamente o código de estética apresentado anteriormente, fica claro que é necessário um preparo no tocante ao entendimento da técnica a ser aplicada, pois a mesma exige responsabilidade do profissional para aplicação e isso fica explícito ao abordarmos a ética como um todo, portanto o estudo constante e a atualização são partes fundamentais da preparação de um profissional da área. Porém o atendimento em estética exige a observação de outros pontos muito importantes para que a manutenção da segurança e o zelo no cuidar do cliente sejam sempre observados. Um desses fatores a serem observados durante o atendimento é a biossegurança no que diz respeito aos cuidados com a higienização e assepsia do local de trabalho e instrumentos utilizados bem como as medidas tomadas para a preservação contra agentes físicos, químicos e biológicos. Outro ponto a ser observado são os cuidados com o trabalho em si, a relação entre homem e maquinário e a gestão de todos os processos envolvidos na execução da função profissional. A esses cuidados chamamos de ergonomia. Biossegurança: pode ser definida como o conjunto de normas de segurança executadas com a finalidade de evitar, minimizar ou eliminar riscos no exercício de uma função, seja ela 40 de pesquisa, prestação de serviço, produção, desenvolvimento tecnológico ou outra área de atuação. As normas de biossegurança estão relacionadas tanto ao uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) como máscaras, toucas, luvas, jalecos, sapatos fechados, entre outros itens que garantem a proteção do indivíduo, quanto ao uso de EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva) como sinalizações adequadas nos locais ou presença de extintores de incêndio, porém não se restringem a isso, sendo observadas como normas de biossegurança também: A higienização e limpeza do local de trabalho Limpeza, desinfecção ou esterilização dos equipamentos utilizados de acordo com a necessidade de cada item Lavagem correta das mãos Remoção correta das luvas de procedimento após o uso (do punho, evitando tocar a parte externa) Enquanto estiver de luvas, não se deve manusear canetas e outros itens não relacionados ao atendimento Armazenamento correto dos produtos em estoque (data de validade, nome do fabricante e ativos do produto sempre devem estar visíveis e legíveis, além de estarem guardados em locais arejados). Os cuidados de biossegurança são importantes para minimizar, controlar ou eliminar os riscos quanto a agentes: Físicos: exposição do indivíduo a temperaturas insalubres, radiação, objetos cortantes etc. Químicos: exposição do indivíduo a substâncias químicas como ácidos, ou mesmo agentes que possam entrar no organismo via respiração como gases e vapores, causando danos. Biológicos: exposição do indivíduo a agentes danosos como vírus, bactérias e fungos, causando risco de doenças. Todas essas medidas e muitas outras devem compor o manual de boas práticas adotado pelo espaço de beleza ou clínica. O manual de boas práticas é um documento elaborado pela clínica ou espaço de estética, contendo todos os cuidados com a biossegurança e descrevendo seus processos de execução como por exemplo limpeza e esterilização de equipamentos e utensílios, higienização da sala de atendimento e periodicidade para a realização do processo, detalhes do armazenamento de cosméticos e descartáveis etc. O manual de boas práticas deve estar disponível para a consulta sempre que solicitado. 41 Ergonomia: é o estudo, relativamente recente, da interação entre o homem e o ambiente de trabalho em todos os seus aspectos e tem como objetivo entender essa relação de maneira a minimizar lesões e otimizar funções. A ergonomia não somente contempla a forma correta de sentar-se ou a qualidade da cadeira utilizada, como também analisa os métodos aplicados na execução do trabalho para otimização do mesmo, além de estudar medidas para evitar o desgaste físico, psicológico e emocional. Cada dia mais, as empresas percebem a importância de manter o funcionário estimulado e preservar sua integridade física e emocional e adotam medidas de cuidados relacionados à ergonomia e suas divisões: Ergonomia física: acompanha o arranjo físico do profissional no espaço de trabalho e observa a postura, movimentos repetitivos, entre outras interações físicas, portanto as medidas preventivas estão relacionadas à postura, como ajuste de cadeiras e macas, e aos cuidados na execução da função, como a postura ao realizar uma massagem com a finalidade de evitar desgastes físicos. Ergonomia cognitiva: acompanha os processos mentais relacionados à execução da função como memória, controle motor, cognição e muitas empresas já adotam medidas relacionadas à ergonomia cognitiva, como por exemplo área de jogos para funcionários, momentos em que podem descontrair e assim aumentar o rendimento sem prejudicar a saúde emocional. Ergonomia organizacional: analisa os mecanismos do trabalho, ou seja, com os sistemas e a estrutura organizacional de processos de trabalho, como por exemplo a otimização da agenda por meio do estudo de tempo em cabine, ou mesmo uma mudança na forma de atendimento que resulte em ganho de tempo. Todo atendimento estético deve estar envolto nessas observações gerais, focando tanto no preparo do profissional para o atendimento com excelência, que passa pelo conhecimento e prática da função, quanto nos cuidados com a segurança tanto do profissional, quanto do cliente. 3 ASPECTOS DA RELAÇÃO TERAPEUTA-PACIENTE A cada dia buscamos a excelência no atendimento tanto do ponto de vista de resultados FIQUE DE OLHO O termo ergonomia deriva das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (lei natural). O termo ergonomia começou a ganhar contornos de estudo quando em meados dos anos 50 foi fundada, em Oxford, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), e em 1961 ocorreu na Suécia o primeiro congresso da Associação. 42 das técnicas aplicadas, como também da implementação de um atendimento de alto nível, que se entende como um atendimento que supra as necessidades, tanto de resultado, como de percepção humana. Portanto é necessário estar atento ao quesito social necessário para a análise de nossos clientes, e para o entendimento dos possíveis resultados. Para entendermos mais a fundo essa relação, é importante trabalharmos alguns pontos e o primeiro deles é a compreensão de que cada cliente é único e traz consigo um histórico pessoal que precisa ser considerado, pois cada resultado pode ser drasticamente impactado por essas pequenas diferenças de histórico, tanto biológico como social e comportamental. O segundo ponto dessa equação é justamente compreender que o ser humano não é somente biológico e não deve ser interpretado dessa forma, pois os aspectos sociais, comportamentais e emocionais impactam diretamente sobre os resultados dos procedimentos estéticos, e portanto devem nortear nossas escolhas. De forma prática, podemos exemplificar no atendimento de uma cliente que busca o clareamento de uma lesão hipercrómica (mancha). A primeira escolha ao analisarmos somente a queixa (hipercromia) e o recurso estético seria a aplicação de um peeling, porém ao investigarmos seu histórico, descobrimos que ela se expõe ao sol diariamente por causa da profissão e não pode fazer uso de peelings e isso se aplica à análise comportamental de clientes que não farão uso de vários cosméticos e exigem um cosmético multifuncional, ou diversos outros casos onde a análise individual é vital para a escolha do recurso adequado. Para que a troca de informações aconteça de forma natural, é necessário seguir algumas orientações durante o atendimento: Acolha bem: seu ambiente de atendimento deve ser acolhedor e receptivo e a postura profissional deve refletir esse acolhimento. Deixe claro o papel do profissional: apesar do acolhimento ser fundamental, sempre se
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