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O CONTINENTE AMERICANO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Introdução
Nesta aula, vamos analisar a inserção do continente americano no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para isso, discutiremos sobretudo como a região se preparou para o conflito. Os países da América se organizaram e estabeleceram posições diante da guerra firmando alianças e interesses comuns para a região sob a liderança dos Estados Unidos. A participação do continente americano no conflito ocorreu de forma direta, com envio de tropas por alguns países e com a consolidação definitiva dos Estados Unidos como potência regional e mundial.
Introdução
Conforme estudamos em aulas anteriores, desde o início do século XX, o continente americano passou por muitas transformações, incluindo revoluções, participação em conflitos internacionais e advento de governos populistas. Houve ainda o advento de um novo conflito internacional, a Segunda Guerra Mundial. 
Nas palavras de Eric Hobsbawm, esse conflito foi global e praticamente todos os estados independentes do mundo se envolveram, forçadamente ou não, embora a América Latina participasse de forma mais nominal.
Os Estados Unidos e a América Latina antes da Segunda Guerra
Os Estados Unidos adotaram uma postura de distanciamento em relação aos acontecimentos europeus, buscando se aproximar cada vez mais de seus parceiros latino-americanos. Com a ascensão de Franklin Delano Roosevelt à presidência da República em 1933, houve uma reorientação da política estadunidense.
O Big Stick, política estabelecida no final do século XIX, dá lugar à política de boa vizinhança. 
O objetivo era diminuir ainda mais a influência europeia, em especial a alemã e a italiana.
As décadas de 1930 e 1940 marcaram essa política de aproximação dos Estados Unidos com a América Latina por meio de uma forte massificação cultural ― essencial para que os Estados Unidos se afirmassem ―, inserindo, em todos os países da região, sobretudo no Brasil, sua cultura, seus costumes...
Para fortalecer essa política, foi criado um órgão específico pelo governo estadunidense, o OCIAA, sob a direção de Nelson Rockefeller.
OCIAA
O OCIAA permaneceu em atuação durante todo o período da guerra; no Brasil, assim que o conflito se encerrou, o escritório foi fechado.
Segundo Gerson Moura (1985), o OCIAA atuou em segmentos distintos, desde o combate à malária no Nordeste até a vinda de astros de filmes hollywoodianos para férias em nosso país e, consequentemente, para a divulgação de seus trabalhos.
Era uma forma de fortalecer o mercado externo para os Estados Unidos, que buscavam se recuperar dos efeitos da crise de 1929, e expandir a indústria do cinema hollywoodiano.
Os Estados Unidos procuraram afirmar sua soberania
No campo político, os Estados Unidos procuraram afirmar sua soberania sobre a América formando alianças que visavam sobretudo impedir a penetração dos países fascistas e garantir a supremacia dos estadunidenses diante de seus irmãos latinos.
Assim, foram realizadas várias conferências, nas quais se procurava estabelecer qual seria a posição da região em relação aos acontecimentos europeus. Não podemos deixar de destacar que a iniciativa para a realização dessas conferências era sempre dos Estados Unidos.
Veremos a seguir as conferências interamericanas e a entrada do continente americano na Segunda Guerra . 
Conferência de Buenos Aires 
A Conferência de Buenos Aires, realizada em 1936, nessa cidade, tinha a preocupação de assegurar uma defesa continental comum para a região diante de um possível conflito internacional.
Segundo Seintenfuss (1981, p. 281 ): “Nessa oportunidade, adota-se uma recomendação segundo a qual qualquer atentado à soberania de um Estado do continente por um Estado extracontinental é considerado atentado ao conjunto do Novo Mundo.”
Essa preocupação com a segurança continental foi reforçada nas conferências seguintes, que contaram com a participação de todos os países do continente americano.
Conferência de Lima
Em dezembro de 1938, tivemos a VIII Conferência Pan-Americana, conhecida como Conferência de Lima, ocorrida no Peru, e que também contou com a participação de vários países do continente. Vejamos o principal item da agenda dessa conferência.
A implementação da Declaração de Buenos Aires de 1936, que instituía que qualquer ato suscetível de perturbar a paz do hemisfério dizia respeito a todos os Estados e justificava uma consulta. A delegação dos EUA (...) esperava obter aprovação da declaração segundo a qual a tentativa de um Estado não americano de perturbar a paz de uma nação americana dizia respeito a todos e que tomariam iniciativa para uma resistência conjunta (Maccan, 1995 , p. 101-102).
Ainda sobre a conferência, podemos destacar o seguinte:
(...) defesa continental contra as ameaças externas; reunião não protocolar e urgente dos ministros das Relações Exteriores quando uma situação, continental ou extracontinental, o exigir; não reconhecimento das aquisições territoriais realizadas através da coerção ou força; rejeição do conceito de minoria étnica, linguística ou religiosa (Seintenfuss, 1981, p. 235).
Os países do Eixo, ALEMANHA, ITÁLIA E JAPÃO, acompanhavam atentamente os acontecimentos da Conferência de Lima. A imprensa italiana destacava que esse era um sonho do presidente Roosevelt e que não se consolidaria. Já a imprensa alemã definia a conferência como uma manifestação do imperialismo político e econômico dos Estados Unidos.
O documento final dessa conferência, conhecido como Declaração de Lima, estabeleceu como princípios importantes à consagração da não intervenção estrangeira nas questões continentais e, quando houvesse necessidade, a convocação de reuniões extraordinárias por qualquer país signatário da Conferência de Lima.
Iº Reunião Extraordinária de Ministros de Relações Exteriores das Repúblicas Americanas
Após a eclosão da guerra na Europa, os países do continente americano decidiram convocar uma reunião extraordinária, item previsto na Conferência de Lima.
Ocorreu a Iº Reunião Extraordinária de Ministros de Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, em setembro de 1939, que apresentou alguns pontos principais.
Neutralidade do Novo Mundo; Proteção da paz no hemisfério ocidental e Cooperação econômica continental.
Ao final da reunião foram geradas algumas declarações:
Declaração de Neutralidade; Declaração de Solidariedade Continental; Declaração do Panamá- A Declaração do Panamá tornou efetiva a neutralidade e a paz no continente americano e criou uma zona de segurança continental marítima no Atlântico.
Conferência de Havana
Buscando posicionar o continente americano acerca dos acontecimentos internacionais, foi realizada a Conferência de Havana, que objetivava fornecer uma visão comum acerca do contexto internacional e reforçar as decisões adotadas nas conferências e reuniões anteriores.
Conferência do Rio de Janeiro
Em dezembro de 1941, os Estados Unidos tiveram uma frota naval localizada em Pearl Harbor, no Pacífico, atacada pelos japoneses, o que gerou uma imediata declaração de guerra, mergulhando o Novo Mundo em um conflito de proporções internacionais.
Foi então convocada uma nova conferência, reunida na cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942, a Conferência do Rio de Janeiro, que definiu os rumos adotados pela região no conflito.
Foi decidido o seguinte nessa Conferência:
As nações americanas reafirmavam a Resolução XV, aprovada na II Reunião de Havana de 1940, referente à “Assistência Recíproca e Cooperação Definitiva das Nações Americanas”, que estabeleceu o princípio de que todo atentado de um Estado não americano contra a integridade ou inviolabilidade do território, contra a soberania ou independência política de um Estado Americano, será considerado como um ato de agressão contra os Estados que assinam esta Declaração (Seintenfuss, 1981).
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial
O rompimento de relações diplomáticas e comerciais de diversos países do continente americano com os paísesdo Eixo gerou retaliações, com o afundamento de vários navios comerciais que trafegavam no Atlântico, incluindo diversas embarcações brasileiras, tanto comerciais quanto de passageiros, o que levou à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Dezenove embarcações brasileiras foram afundadas por submarinos alemães e italianos.
Participação no conflito
Enquanto Brasil e México(Amado Cervo fala sobre a participação de Brasil e México: As relações dos Estados Unidos com os países latinos dependeram, no contexto da Segunda Guerra, do grau de adesão desses à política de guerra e de envolvimento no conflito. Assim, foram muito densas com o Brasil, desde que Vargas lançou-se francamente à cooperação com os aliados, e com o México, um dos primeiros a declarar guerra ao Eixo, havendo os presidentes Roosevelt e Camacho se encontrado a 20 de abril de 1943 para discutir a cooperação conjunta, a exemplo do que sucedera, com Vargas, do Brasil.) participaram do conflito de forma muito intensa, a Argentina manteve uma posição de neutralidade durante longo período. Em abril de 1943, o Chile rompeu com o Eixo, ao passo que a Argentina manteve a posição anterior. 
De acordo com Amado Luiz Cervo (2001), a mudança de governo ocorrida na Argentina em virtude de um golpe de Estado militar não se refletiu em mudança nas relações com o Eixo e na política de cooperação continental. 
Essa postura de neutralidade deixou o governo dos Estados Unidos bastante insatisfeito com o país.
A participação da América na Segunda Guerra foi forte elemento de integração da região com o restante do mundo e, ao mesmo tempo, posicionou os Estados Unidos como grande potência internacional, pois sua participação na vitória dos Aliados foi de grande importância para consolidar sua posição internacional no contexto contemporâneo.
Internamente, durante a guerra, o governo estadunidense tinha atitudes de cunho racial, como no caso de uma ordem executiva expedida por Roosevelt, em 1942, incumbindo o exército de prender os japoneses que se encontravam na Costa Oeste do país, que permaneceram em campos de prisioneiros no interior durante todo o período do conflito.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, que acabou por contar com a adesão de todos os países da região, até da Argentina, que declarou guerra ao Eixo quase ao final do conflito, toda a América se reorganizou e várias mudanças ocorreram, com uma era de redemocratização que se consolidou e com novas orientações nas políticas econômica e externa do continente americano.

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