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Notas de Aula Inferencia Estatistica JCFogo

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Introdução à Inferência Estatística
1. Conceitos básicos em inferência
1.1. População: conjunto de indiv€duos, ou itens, com pelo menos uma 
característica em comum.
 Tambm ser‚ denotada por população objetivo, que  sobre a qual 
desejamos obter informações e/ou fazer inferências. 
 Pode, ainda, ser chamada de Universo.
Ser‚ denotada por:  Nu,,u,u,uU 321
iu unidades elementares, i = 1, 2, . . . , N.
N = no de elementos, ou tamanho, da populaƒ„o.
Exemplos:
a) Residentes da cidade de S„o Carlos;
b) Lote de peƒas produzido numa linha de produƒ„o de uma ind…stria;
c) Eleitores do munic€pio de S„o Paulo, aptos a votar na eleiƒ„o;
d) Indiv€duos do sexo masculino que sofrem de diabetes;
etc, etc, etc ...
1.2. Amostra: subconjunto, necessariamente finito, de uma 
populaƒ„o.
  selecionada de forma que todos os elementos da populaƒ„o tenham 
a mesma chance de serem escolhidos.
1.2.1. Planejamentos amostrais: s„o esquemas para coletas de dados 
numa pesquisa amostral.
 Existem v‚rios tipos de planejamentos dos quais destacaremos:
 Amostra Aleat†ria Simples – AAS
 Amostra Aleat†ria Estratificada – AAE
 Amostra Aleat†ria por Conglomerados – AAC
1.3. Estudo experimental
Experimento no qual um tratamento é deliberadamente aplicado 
aos indivíduos (ou itens) a fim de observar a sua resposta.
Exemplos:
a) ensaios para se verificar a dureza de materiais;
b) estudos caso-controle em epidemiologia;
c) pesos de cobaias submetidas à diferentes dietas;
“Requer um planejamento experimental.”
 No estudo experimental é muito importante determinar o número de 
elementos necessários, ou seja, o tamanho da amostra;
 É importante, também, planejar adequadamente a amostra de maneira a 
não interferir nos resultados.
1.4. Levantamentos de dados
A seguir, serão apresentadas algumas situações envolvendo 
levantamentos de dados.
1.4.1. Uma amostra: sortear ao acaso n elementos de uma população 
para participar da amostra.
Exemplos:
a) dentre os eleitores de um município, sortear uma amostra para 
participar de uma pesquisa de intenção de votos;
b) produzir uma amostra de peças de espuma, segundo uma específica 
formulação, para serem colocadas num teste de resistência à tração.
 Normalmente compara-se a amostra com um padrão já conhecido;
 Espera-se que a população seja homogênea (pouca variabilidade).
1
2 1
3 2

 n
N
População Amostra
1.4.2. Duas amostras: amostras são retiradas de uma ou duas 
populações.
 quando dispomos de duas amostras, geralmente queremos realizar 
uma comparação entre as mesmas.
i) Amostras independentes: nenhum elemento da primeira amostra
interfere nos da segunda.
a) Dois tratamentos: tomar n elementos de uma única população e dividí-
los em dois grupos, de preferência de mesmo tamanho.
(ou sortear, independentemente, duas amostras de uma mesma
população)
1
1 2
2 
3 n1
 n1 + n2 = n
 1
2
N 
n2
População Amostras
b) Duas populações: sortear n1 elementos da primeira população e n2 da 
segunda e aplicar o mesmo tratamento em ambas.
1 1
2 2
3 
 n1
N1  n1 + n2 = n
1 1
2 2
3 
 n2
N2
Populações Amostras
ii) Amostras pareadas ou emparelhadas (dependentes): uma amostra 
observada em dois instantes diferentes: (antes/depois), (tempo 1, 
tempo 2).
1 1 Fazer as diferenças:
2 t 2
  di = yi2 – yi1
n n
t1 t2
Amostras
1.4.3. k amostras: quando se tem k ≥ 3 amostras para comparar.
a) k grupos independentes: classificar, ao acaso, n elementos em k
grupos tal que n = n1 + n2 + . . . + nk.
 O ideal é que todos os grupos sejam de mesmo tamanho:
n1 = n2 = . . . = nk
A1 : 1, 2, . . . , n1
 k gruposindependentes
A2 : 1, 2, . . . , n2

Ak : 1, 2, . . . , nk
 A variável A é chamada de fator e os grupos A1, A2, . . . , Ak são os
tratamentos ou níveis do fator A.
b) Medidas repetidas: o mesmo grupo, de tamanho n, é observado em k
instantes diferentes.
1 1 1 1
2 2 2 . . . 2
   
n n n n
t1 t2 t3 tk
c) k grupos independentes com duas classificações: classificação 
de vários grupos quando se tem dois critérios (ou fatores) para a 
divisão dos mesmos.
 Considere, por exemplo, um fator com três níveis (A1, A2, A3) e um 
segundo fator com dois níveis (B1, B2), terem-se k = 23 = 6 
grupos para serem comparados.
A1
B1 A1 B1
B2 A1 B2
A2
B1 A2 B1
 6 grupos
B2 A2 B2
A3
B1 A3 B1
B2 A3 B2
RESUMO
1 amostra  1 população
2 amostras
Independentes 2 tratamentos (1 pop)1 tratamento (2 pop)
Dependentes dados pareados
k amostras
( k ≥ 3 )
Independentes 1 fator2 fatores
Dependentes medidas repetidas
2. Estimação
2.1. Parâmetro populacional
Geralmente denotado por , é uma característica populacional
de interesse que pode ser expressa através de uma quantidade numérica.
É desconhecido e fixo.
Exemplos:
 no de desempregados,
 salário médio de uma categoria ou população,
 opinião a respeito de uma dada atitude,
 casos de dengue,
 tempo gasto com filhotes,
 tamanho da população
 tempo de vida
 no de votos para um determinado candidato,
 produção agrícola, etc...
2.2. Espaço paramétrico
Denotado por , é o conjunto dos possíveis valores de . 
Exemplos:
  = {  | –∞ <  < ∞ };
  = {  | 0 <  < ∞ };
  = {  | 0 ≤  ≤ 1 };
  = { (1, 2 ) | –∞ < 1 < ∞ e 0 < 2 < ∞ }.
2.3. Amostra aleatória: representada pelas iniciais aa, é formada pela 
observação de n variáveis aleatórias X1, X2, . . . , Xn, independentes 
e identicamente distribuídas, iid.
nXXX ,,, 21   )(xF
2.4. Variável aleatória: uma variável aleatória ou va, é uma característica 
desconhecida, que pode variar de um indivíduo para outro da 
população e que, ao ser observada ou mensurada, deve gerar uma 
única resposta.
Tipos de variáveis:
a) Variáveis qualitativas: variáveis cujos possíveis resultados são 
atributos ou qualidades. São NÃO NUMÉRICAS.
Podem ser classificadas em:
 ORDINAIS, quando obedecem a uma ordem natural ou
 NOMINAIS, quando não seguem nenhuma ordem.
b) Variáveis quantitativas: variáveis cujos possíveis resultados são 
valores NUMÉRICOS, resultantes de mensuração ou contagem.
Podem ser classificadas em:
DISCRETAS, quando assumem valores num espaço finito ou infinito 
enumerável ou
 CONTÍNUAS, quando assumem valores num conjunto não 
enuméral (conjunto dos números reais).
iid
2.5. Estatística:  uma medida numrica, S(X), que descreve uma 
caracter€stica da amostra e que n„o depende de parˆmetros 
desconhecidos.
A estat€stica  uma funƒ„o da amostra: S(X) = f (X1, X2, . . . , Xn)
 toda estat€stica S(X)  uma va
Exemplos:

n
X
X
n
i
i
 1 – mdia amostral,

 
1
1
2
2





n
XX
s
n
i
i
– variˆncia amostral,
 X(1) = mínimo  1‰ estatística de ordem,
 X(n) = máximo  n-ésima estatística de ordem.
PARÂMETROS E ESTATÍSTICAS
Nome ESTATÍSTICAAmostra
PARÂMETRO
População
Média X 
Variância s2 2
Correlação rX,Y X,Y
Proporção pˆ p
  
2.6. Estimador:  uma quantidade, obtida a partir de uma amostra, que 
“estima” o valor de um parˆmetro populacional.
Ser‚ denotado por T(X).
{ T(X) }  { S(X) }, ou seja, todo estimador  uma funƒ„o da 
amostra e, portanto, é uma estatística, porm, nem toda estatística é um 
estimador.
 todo estimador T(X) é uma va
Notação: Como T(X) estima o parˆmetro , uma notaƒ„o simplificada 
para o estimador  dada por:  ˆ)(XT
2.6.1. Estimativa: estimativa  o valor de T(X) obtido de uma aa.
2.7. A inferência estatística:
“A Inferência Estatística busca obter informações de 
parâmetros populacionais por intermédio das características 
de uma amostra e de suas distribuições de probabilidade”.
Amostra aleatória
 = parˆmetro ˆ = estimador
Inferência:
Intervalos de Confiança
Testes de Hipótese
ESQUEMATICAMENTE
2.7.1. Questões que surgem:
 Quantos estimadores existem para um parâmetro populacional?
 Quais as qualidades que se deseja de um estimador?
 Como escolher o melhor estimador?
Resposta: Teoria da Otimalidade.
2.8. Estimador ótimo
A teoria da Otimalidade estuda as propriedades dos estimadores e 
define critérios para a escolha do estimador ótimo.
Segundo essa teoria um estimador  †timo basicamente se for:
não viesado e de mínima variância.
2.8.1. Estimador não viesado (não viciado): o viés, do inglŒs bias,  
definido pela diferenƒa entre o valor esperado do estimador e 
o parâmetro o qual este est‚ estimando.
Seja ˆ , estimador de , ent„o o vis de ˆ  definido por:
B( ˆ) = E( ˆ) – 
em que   o espaço paramétrico.
Se E( ˆ) = , ˆ  dito não viesado (ou não viciado) e
B(ˆ) = 0
2.8.2. Precisão: uma propriedade importante para um estimador  que 
seja preciso, em outras palavras, que tenha baixa variabilidade
 ˆ deve ser escolhido tal que sua variância seja a menor 
possível
 )ˆ(|ˆ  Var seja mínima 
2.8.3. Consistência: alm de ser n„o viesado e de variˆncia m€nima 
deseja-se que o estimador ˆ seja consistente.
Um estimador ˆ  dito ser consistente para  se


)ˆ(lim E
n
e
0)ˆ(lim 

Var
n
Conforme aumenta o tamanho da amostra, mais ˆ se aproxima de .
2.8.4. Erro quadrático médio (EQM): o erro quadrático médio de 
um estimador ˆ  definido por
EQM( ˆ)= E[(ˆ– )2 ]
Prova-se facilmente que
EQM(ˆ) = Var(ˆ) + [B()]2
Logo, se o estimador ˆ  n„o viesado, ent„o, seu EQM  m€nimo e
EQM( ˆ) = Var( ˆ)
Assim, a teoria da otimalidade procura, dentre os estimadores 
não viesados, aquele de menor variância. 
Exemplo: estimadores para a média populacional - .
1) Estimar a média das alturas dos alunos da turma B de Estatística 2.
Quais os estimadores possíveis?
Vamos propor 4 estimadores:
a) a média amostral: 
n
XX iA
ˆ
b) o ponto médio entre os valores máximo e o mínimo da amostra:
2
ˆ )1()(
XX n
B


c) a mediana da amostra: XC
~ˆ 
d) a 5ª observação: 5ˆ XD 
3. Estimadores para a média 
A maioria das aplicações em estatística envolvem a estimação da 
média populacional .
Quais os possíveis estimadores e qual deles é o melhor
(estimador ótimo).
 Média aritmética ou média amostral ( X );
 Média geométrica;
 Média harmônica;
 Média aparada;
 Média ponderada;
 Mediana amostral ( X~ );
 Extimadores do tipo Bˆ e Dˆ (ver exemplo).
Qual desses estimadores é o melhor para estimar ?
1º - escolher os não viesados;
2º - dentre os não viesados, encontrar o de menor variância.
A teoria estatística (otimalidade) resolve esse problema e mostra 
qual o estimador ótimo para .
Segundo essa teoria, o estimador ótimo para  é a média amostral 
(aritmética) X .
Estudo das propriedades dos estimadores: média amostral, média 
harmônica, média geométrica e média ponderada
( X1/3 + 2X2/3 ) para amostras de tamanho n = 2, com reposição.
População 2 3 5 6 8
Parâmetros
Populacionais
Média
 = 4.8
Variância 
2 = 4.56
Tamanho 
N = 5  n
2
= 2.28
Amostras Estimadores
X1 X2 X M. Harm. M. Geom. M. Pond.
2 2 2 2.000 2.000 2.000
2 3 2.5 2.400 2.449 2.667
2 5 3.5 2.857 3.162 4.000
2 6 4 3.000 3.464 4.667
2 8 5 3.200 4.000 6.000
3 2 2.5 2.400 2.449 2.333
3 3 3 3.000 3.000 3.000
3 5 4 3.750 3.873 4.333
3 6 4.5 4.000 4.243 5.000
3 8 5.5 4.364 4.899 6.333
5 2 3.5 2.857 3.162 3.000
5 3 4 3.750 3.873 3.667
5 5 5 5.000 5.000 5.000
5 6 5.5 5.455 5.477 5.667
5 8 6.5 6.154 6.325 7.000
6 2 4 3.000 3.464 3.333
6 3 4.5 4.000 4.243 4.000
6 5 5.5 5.455 5.477 5.333
6 6 6 6.000 6.000 6.000
6 8 7 6.857 6.928 7.333
8 2 5 3.200 4.000 4.000
8 3 5.5 4.364 4.899 4.667
8 5 6.5 6.154 6.325 6.000
8 6 7 6.857 6.928 6.667
8 8 8 8.000 8.000 8.000
Médias 4.8 4.323 4.546 4.80
Variâncias 2.28 2.5852 2.3772 2.5333
Tabela resumo dos estimadores para a Média Populacional.
Estimadores
X M. Harm. M. Geom. M. Pond.
Média do Estimador 4.8 4.3229 4.5456 4.8
Vício 0 -0.4771 -0.2544 0
Vício ao quadrado 0 0.2277 0.0647 0
Variância do Estimador 2.28 2.5852 2.3772 2.5333
EQM 2.28 2.8129 2.4419 2.5333
Relação da variância de X com as demais 1 1.1339 1.0426 1.1111
Figura 1: Gráfico de pontos da média amostral X .
3.1. Métodos de estimação:
A teoria estatística define diversos métodos de estimação, dentre os 
quais destacamos:
3.2. Método da máxima verossimilhança: o estimador de máxima 
verossimilhança (emv) é dado pelo valor que maximiza a distribuição 
conjunta da amostra, também chamada de função de verossimilhança.



n
i
ixfdadosL
1
)()|(  )]([maxˆ 

LMV
3.3. Métodos dos momentos: o estimador é obtido igualando os 
momentos amostrais com os momentos populacionais.
 Depende da distribuição de probabilidade da população
 O momento de ordem k de uma va é definido como
)( kk XE , k ≥ 1. Se k = 1  )(1 XE
 O momento amostral de ordem k de uma va é definido como
n
Xm
k
i
k
 . Se k = 1  Xm 1
 Para estimar a média populacional , faz-se:
11ˆˆ m
ou seja, Xˆ
Para um parâmetro  qualquer, se
)()(  fXE kk  )ˆ(ˆ
1
kMM f 
 .
Se k = 1, 1)( f e o estimador dos momentos para  é
)(ˆ 1 XfMM

3.4. Método mínimos quadrados: o estimador é aquele que minimiza 
uma soma de quadrados de erros entre os valores da amostra e uma 
função do parâmetro )(g .
 Se queremos estimar a média , então )()( XEg  .
Nesse caso, o erro e para cada observação é calculado por 
)]([  iii gxe , i = 1, 2, . . . n, e



n
i
ii gxSQE
1
2)]([)( .
O estimador de mínimos quadrados é dado pelo valor de 
que minimiza SQE():
)]([minˆ 

SQEMQ
 O estimador de mínimos quadrados é mais utilizado no ajuste de 
modelos de regressão linear.
3.5. Estimador Bayesiano: o estimador Bayesiano é obtido a partir 
da ponderação da função de verossimilhança por uma 
distribuição de probabilidade para .
 Seja uma distribuição de probabilidade (), denominada de 
distribuição a priori de , então
(|dados)  ()L(|dados),
(|dados) é a distribuição a posteriori de , dada a amostra.
 Um estimador Bayesiano muito utilizado é dado pelo valor que 
maximiza a posteriori, ou seja, pela moda de (|dados):
)]|([maxˆ dadosBay 

4. Propriedades do estimador para a média .
4.1. Mostrar que a média amostral X atende às propriedades de 
estimador ótimo para .
4.2. A distribuição da média amostral X .
4.2.1. O Teorema do Limite Central (TLC).
4.3. O estimador para a proporção p.
4.3.1. A distribuição da proporção amostral pˆ .
4.3.2. O Estimador conservador para a proporção amostral pˆ .
4.4. Determinação do tamanho da amostra na estimação da média
Exemplos:
1) Um elevador de capacidade 500kg serve um edifício. Se a distribuição 
do peso dos usuários for N(70, 100), determine:
a) A probabilidade de que 7 passageiros ultrapassem esse limite.
b) E 6 passageiros?
2) Um produto da marca XIS é comercializado em pacotes de 1kg, sendo 
que a distribuição do peso dos pacotes, em gramas, é N(1000, 51.2). 
A fiscalização inspeciona o produto por amostras de 5 pacotes e aplica 
uma multa se a média for menor do que 4g a menos do peso 
especificado.
a) Qual a probabilidade de que o produto XIS seja multado?
Os produtores de XIS pretendem diminuir essa probabilidade. Para 
isso o Estatístico da empresa deu duas sugestões: deslocar a média, 
aumentando o peso dos pacotes ou aplicar ações visando reduzir a 
variabilidade do processo de empacotamento.
b) Para quanto deve ser regulada a nova média de tal forma que a 
probabilidade em (a) seja de no máximo 0.03?
c)
Caso se escolha a segunda opção, de quanto deve ser a nova 
variância para se obter o mesmo resultado?
Considere, agora, que a produtora tenha um custo adicional de 25 
centavos por cada pacote com peso acima de 1008g. Qual a alteração 
no custo em cada um dos casos para um produção de 5 toneladas?
3) Para estimar o nível de dureza de peças de espuma injetada com boa 
precisão o técnico responsável decide selecionar uma amostra da 
produção para medição. Como os ensaios de medição são destrutivos, 
o número de peças para análise deve ser bem determinado para evitar 
gastos desnecessários. (dados históricos registram a variância do 
processo de produção como 2 = 2.96).
Inicialmente fixou-se como precisão  = 0.5ud.
a) Determinar o número de peças tal que a probabilidade de que a 
precisão seja alcançada seja de 0.99.
b) A gerência achou esse número muito elevado e decidiu reduzir a 
precisão para 0.75ud. Que o número de peças deve ser 
inspecionado com esse novo valor?
4) Numa pesquisa eleitoral foi realizada uma pré-amostra de tamanho 40 
obtendo-se 24.0ˆ p de eleitores que votam no candidato do partido 
PX.
a) Qual deve ser o tamanho da amostra para que, com probabilidade 
0.95, a estimativa pˆ não se distancie de p mais do que 0.02?
b) Refazer o cálculo do tamanho da amostra pelo método conservativo.
5) Seja uma população com 20 e 567.22  .
a) Numa amostra de tamanho n = 9, qual a probabilidade de que a 
variância amostral seja superior a 4.3?
b) Determine um limite inferior k para o qual a probabilidade de que 2s
ser menor do que k seja de 0.025.
Exercícios de revisão
6) Um produto pesa em mdia 10g com desvio-padr„o de 3g. Este  
embalado em caixas de 150 unidades. A caixa vazia pesa, em mdia, 
200g com desvio-padr„o de 9g. Admitindo que as vari‚veis em quest„o 
tenham distribuiƒes normais e que as 150 unidades que s„o colocadas 
em uma caixa s„o tomadas ao acaso, determine a probabilidade de 
uma caixa cheia pesar mais de 1610g.
Resoluƒ„o: Sejam as va’s
XP : peso do produto N( 10 ; 9 )
XC : peso da caixa N( 200 ; 81 )
XT : peso total da caixa cheia  ?
Resultados:
i) Se X1 N( 1 ; 12 ) e X2 N( 2 ; 22 ), independentes, então
 X1 ± X2  N(1 ± 2 ; 12 + 22 )
ii) Se X1, X2, . . . , Xn  N(  ; 2 ), iid
 X1 + X2 + . . . + Xn  N(n ; n2 )
De (i) e (ii), temos que XT = XP1 + XP2 + . . . + XP150 + XC e,
XT N( T ; 2T ), em que:
T = 15010 + 200 = 1700g
2
T = 1509 + 81 = 1431g
2
ou seja, XT N( 1700 ; 1431 ).
9913.0)38.2()1610(  ZPXP T .
7) Uma m‚quina autom‚tica enche latas, baseada no peso bruto das 
mesmas. O peso bruto tem distribuiƒ„o normal com mdia 1.000g e 
desvio padr„o 20g. As latas tŒm pesos distribu€dos normalmente com 
mdia 90g e desvio padr„o 10g. Qual a probabilidade de que uma lata 
escolhida ao acaso tenha de peso l€quido:
a) menor do que 830g? 
b) maior do que 870 g?
c) entre 860 e 930g?
Resoluƒ„o: Sejam as va’s
XB : peso do produto N( 1000 ; 400 )
XL : peso da caixa N( 90 ; 100 )
XQ : peso total da caixa cheia  N( Q ; 2Q ),
De (i) temos que XQ = XB – XL e,
Q = 1000 – 90 = 910g
2
Q = 400 + 100 = 500g
2
ou seja, XQ N( 910 ; 500 ).
a) 0.0001718)58.3()830(  ZPXP Q
b) 0.96330367.01)79.1()870(  ZPXP Q
c) 0.01250.8133)89.024.2()930860(  ZPXP Q
0.80)930860(  QXP
8) Seja X uma única observação de uma va com distribuição Bernoulli(). 
Sejam 1ˆ = X e 2ˆ = 1/2, dois estimadores para :
a) verifique se os estimadores são não viesados para ;
b) compare os EQM´s construa um gráfico como função de .
X  Bernoulli(  ), 0 ≤  ≤ 1, tal que
)(XE e )1()( XVar
a)  )()ˆ( 1 XEE  1ˆ não é viesado para 
2
1)2/1()ˆ( 2  EE  2ˆ é viesado para , sendo
2
2 ]2/1[)ˆ( B
b) 22111 )]ˆ([)ˆ()ˆ(  BVarEQM
22
22 25.0)]ˆ([)2/1()ˆ(  BVarEQM
Os EQM’s podem ser comparados obtendo-se os valores de  tal 
que )ˆ()ˆ( 21  EQMEQM , ou seja,: 22 25.0 
Desta forma, se :








melhor1b
†ˆou
a0
1


 
melhor
†ˆba 2








fazb
tantoou
a
9) Sejam X1, X2, . . . , Xn uma aa de tamanho n da distribuição uniforme no 
intervalo (0, ).
Considere os estimadores Xc11ˆ  e 




 
2
ˆ 122 n
XXc .
a) Ache c1 e c2 tais que 1ˆ e 2ˆ sejam não viesados para ;
b) encontre os EQM´s dos dois estimadores
X U( 0,  ),  
2
)(XE e 2
2
12
)( XVar
a)
2
)()ˆ( 111
 cXcEE
 para 21 c , 1ˆ não é viesado para 
22
)()(
2
)ˆ( 2212122














  cXEXEcXXcEE n
 para 22 c , 2ˆ não é viesado para 
Logo, X2ˆ1  e 




 
2
2ˆ 212
XX não são viesados para .
b) 2)]ˆ([)ˆ()ˆ(  BVarEQM
12
)/(4)2()ˆ()ˆ(
2
11
nXVarVarEQM 
n
EQM
3
)ˆ(
2
1

12
2)()(
2
4)ˆ(
2
21
1
2






  XVarXVarXXVarEQM n
6
)ˆ(
2
2
EQM
5. O estimador da variância populacional 2. 
 
5.1. A distribuição da variância amostral s2. 
 
Resultados: 
 
1) Função gama: ( ) ∫ 
 
 
 
 ( ) ( ) ( ) 
 se a é inteiro, ( ) ( ) 
 ( ) √ 
 
2) Se ( ), então, tem distribuição quiquadrado 
com 1 grau de liberdade, ou seja 
 
 
 
3) Se são iid ( ), então: 
( 
 
 
 ) 
 
 
Prova do item (2): 
Sejam ( ) e , então: 
 ( ) ( ) ( 
 ) 
 ( ) (| | √ ) 
 ( ) ( √ √ ) 
 ( ) (√ ) ( √ ) 
 
 
Derivando ambos os lados da expressão (regra da cadeia): 
 ( ) (√ ) (
 
 √ 
) ( √ ) (
 
 √ 
) 
 ( ) (
 
 √ 
) (√ ) 
 ( ) 
 
√ 
 (√ ) 
 
Mas ( ) é a fdp normal padronizada, logo 
 ( ) 
 
√ 
 
 
√ 
 (√ )
 
 ( ) 
 
√ 
 
 
√ 
 
 ( ) 
( ) 
 ( )
 , , 
 
que é a função densidade quiquadrado com 1 grau de liberdade. 
 
 
5.1.1. Encontrando a distribuição associada a s2 
 
 Sejam X1, X2, . . . , Xn va’s normalmente distribuídas com média  e 
variância 2, então 
 
 

 ( ) 
 
 Do resultado (2), temos que 
 
( )
 
 
 
 
 
 Ainda, a variância amostral é dada por 
 
 ∑
( ̅)
 
 
 
 
 
de onde se obtém 
 
 ( ) ∑ ( ̅)
 
 
 
Desenvolvendo a soma de quadrados ∑ ( ̅)
 
 , 
 
 ∑ ( ̅)
 ∑ ( ̅)
 
 
 ∑ [( ) ( ̅ )]
 
 
 ∑ ( )
 ( ̅ )∑ ( ) 
 
 ∑ ( ̅ )
 
 
 ∑ ( )
 ( ̅ ) ( ̅ ) ( ̅ )
 
 
 ∑ ( )
 ( ̅ )
 
 
Ou seja: ( ) ∑ ( )
 ( ̅ )
 , 
 
Dividindo a soma de quadrados ∑ ( ̅)
 
 por 
2 temos 
 
 
( ) 
 
 ∑
( )
 
 
 
 ( ̅ ) 
 
 
 
 ∑ (
 

)
 
 (
 ̅ 
 √ 
)
 
 
 
 
 
 Reescrevendo a expressão temos que 
 
 ∑ (
 

)
 
 
( ) 
 
 (
 ̅ 
 √ 
)
 
 
 
 
 
 
 
 
 Do resultado (3), temos que o lado esquerdo da igualdade tem 
distribuição 
 e (
 ̅ 
 √ 
)
 
 
 , portanto 
 
( ) 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
1) Seja uma população normal com média e variância  
 . 
a) Numa amostra de tamanho dessa população, qual a 
probabilidade de que seja maior ou iguial a 4.3? 
b) Determine um limite k para o qual, a probabilidade de que seja 
inferior a k seja de 0.025. 
 
 
a) [ ]
[ 
( ) 
 
 
 ( )
 
 ] 
 
 [ 
 ] 
 
 
 
b) [ ] 
 
 [ 
 
 
 
] 
 
 
 
 
  
 
  [ ] 
 
 
Distribuição 2 para diversos valores de graus de liberdade 
 
 
 
 
 Distribuição 2
1
 Distribuição 2
2
 (exponencial) 
 
 
 
 
 Distribuição 2
5
 Distribuição 2
10
 
 
 
 
 Distribuição 2
30
 Distribuição 2
50
 
 
6. Intervalos de Confiança 
 
 
6.1. A estimação por intervalo 
 
Normalmente, no processo de investigação de um parâmetro , 
necessitamos ir além da sua estimativa pontual ˆ . O fato de não se 
conhecer o valor de  pode causar uma “insegurança” e levar a um 
questionamento: 
 Quão próximo estamos do valor real de  quando obtemos sua 
estimativa? 
 A resposta depende da precisão (ou variância) do estimador e, 
também, do valor real do parâmetro. 
 Uma maneira de contornar esse problema consiste em se encontrar 
um intervalo em torno de ˆ que tenha alta probabilidade de englobar . 
 
 
P( do intervalo 
],[ ba
 englobar  ) =  
 
 O intervalo 
],[ ba
, na prática, será construído com a amostra, ou seja, 
a partir dos dados e da distribuição amostral associada a ˆ . 
 Logo, os valores a e b serão aleatórios, variando de uma amostra 
para outra. 
 
 
6.2. Intervalo de Confiança para a média 
 
6.2.1. Intervalo de confiança para a média com variância conhecida 
 
 Seja uma aa X1, X2, . . . , Xn, com média  e variância 2 
conhecida. Para construir um intervalo de confiança para a média deve-se 
considerar a distribuição da média amostral X , 
 
X  







 

n
N
2
,  
n
X
/
  
)1,0(N
 
 
 
 Intervalo de confiança (1 – )100% para  
 
 Para construir um I.C. para a  temos que obter constantes a e b tal 
que 
  )1(  baP
. 
 A probabilidade (1 – ) é chamada de nível de confiança do 
intervalo e  de nível de significância. 
 Então, da distribuição de 
n
X
/
 , temos: 
 
)1(
/
2/12/ 








  z
n
X
zP 
 
 )1(2/12/ 




 


 
n
zX
n
zP 
 
 )1(2/2/1 




 


 
n
zX
n
zXP 
 
 Como 
2/2/1   zz
, teremos: 
 
 )1(2/2/1 




 


 
n
zX
n
zXP 
 
 
 a b 
 
 
 
n
zXa

  2/
 e 
n
zXb

  2/
. 
 
Nota: observe que, nessa notação, 
02/ z
. 
 
 Portanto, um intervalo de confiança (1 – )100% para , 
com 2 conhecido, é dado por: 
 


 
 
n
zX 2/
 ; 



 
n
zX 2/
. 
 
 Se  = 0.05, 
025.02/  e 96.1025.0 z , logo, um I.C. 95% 
para , com 2 conhecido, é dado por: 
 


 

n
X 96.1 ; 



n
X 96.1 . 
Exemplo 1: Testes de compressão foram aplicados na marca A de 
cimento para avaliar sua resistência em concretos. Foram produzidos 13 
corpos de prova e os testes foram aplicados no Laboratório de testes do 
Departamento de Engenharia Civil da UFSCar. 
(O corpo de prova padrão brasileiro, normatizado pela ABNT, é o cilíndrico, 
com 15 cm de diâmetro, 30 cm de altura e a idade de referência é 28 dias) 
 
 Foi registrada a resistência à compressão simples (fc), para cada 
corpo de prova com o intuito de calcular a resistência característica do 
concreto à compressão (fck). 
 Um concreto concreto classe C30, por exemplo, corresponde a um 
concreto com fck = 30 Mpa (Mpa = 106Pa). 
 
 Pascal (unidade) 
 O Pascal (símbolo: Pa) é a unidade padrão de pressão e tensão no 
SI. Equivale a força de 1N aplicada uniformemente sobre uma superfície 
de 1m2 (fonte: Wikipédia). 
 
 Dados (MPa): 
31.04 31.11 39.56 24.83 36.97 34.86 29.44 
Ax
 = 33.76 
39.15 27.82 34.96 35.19 39.68 34.27 sA = 4.665 
 
 A empresa afirma que o processo tem variabilidade de 2 = 25MPa2, 
construir um intervalo de confiança 95% (nível de significância  = 0.05) 
para a resistência à compressão média. 
 
 
 Estatística:  1;0~
/
N
n
X
A
AA

 
 
 Encontrar a e b tais que: 
  95.0 baP A
 
 
 95.096.1
/
96.1 












A
AA
n
X
P 
 
 95.096.196.1 







 



A
AA
A n
X
n
P 
 
 95.096.196.1 







 



A
AA
A
A
n
X
n
XP 
 
 Substituindo os valores da média amostral e tamanho da amostra 
 
 95.0
13
5
96.176.33
13
5
96.176.33 





 AP
 
 
 
  95.048.3604.31  AP
 
 
 
 Ou seja: 
 
04.31
13
5
96.176.33 a
MPa 
 
 
48.36
13
5
96.176.33 b
MPa 
 
 Logo, ( 31.04, 36.48 ) é um I.C. 95% para A. 
 
Interpretação: o intervalo (31.04 ; 36.48) tem probabilidade 0.95 
(95%) de englobar o real valor da média A. 
6.2.2. Intervalo de confiança para a média com variância 
desconhecida 
 
 Seja uma aa X1, X2, . . . , Xn, com média  e variância 2 
desconhecida. No caso da variância ser desconhecida devemos utilizar sua 
estimativa dada pela variância amostral s2, porém, nesse caso a 
distribuição associada à média amostral X não será mais a normal. 
 
Resultado: a estatística 
ns
X
/
 tem distribuição t – Student com 
)1( n
 graus de liberdade, ou seja 
 
1~
/


nt
ns
X 
Notas: 
 
1) A razão 
ns
X
/
 pode ser escrita como: 
 
 
sn
X
ns
X 





//
 
 
 
1
)1,0(
1
/)1(
/
2
1
22









n
N
n
sn
n
X
n
 
 
 Ou seja, a distribuição t-Student é dada pela razão de uma 
)1,0(N
 
por 2 uma dividida pelos seus graus de liberdade. 
 
2) Assim com a normal padronizada a distribuição t – Student tem 
formato de sino, ou seja, é simétrica em torno do zero, porém, para graus 
de liberdade pequenos a moderados suas caudas são mais “pesadas”. 
 
3) Se uma va T tem distribuição t – Student com k graus de liberdade, 
então: 
 
0)( TE
 e 
2
)(


k
k
TVar
 
 
4) Quando os graus de liberdade crescem, a distribuição t – Student 
se aproxima da 
)1,0(N
. 
 
5) A distribuição t – Student com 1 grau de liberdade é conhecida 
como distribuição de Cauchy. 
 
 
 
 
 Para construir um I.C. para a  quando  é desconhecida, devemos 
proceder como nos casos anteriores, porém substituindo a distribuição 
normal padrão pela t-Student, ou seja: 
 
 )1(
/
2/1);1(2/);1( 







  nn t
ns
X
tP 
 
 )1(2/1);1(2/);1( 





 
n
s
tX
n
s
tP nn
 
 
 )1(2/);1(2/1);1( 





 
n
s
tX
n
s
tXP nn
 
 
 Como 
2/);1(2/1);1(   nn tt
, temos: 
 
 )1(2/);1(2/);1( 





 
n
s
tX
n
s
tXP nn
 
 
 Logo, um intervalo de confiança (1 – )100% para , com 
2 desconhecido, é dado por 






 
n
s
tX
n
s
tX nn 2/);1(2/);1( ;
 
 
Exemplo 2: No caso dos testes de compressão em amostras de concreto, 
o gerente da companhia, desconfiando de que a informação a respeito da 
variância não seja verdadeira, refez os cálculos estimando a variância do 
processo
por s2. 
Como o procedimento de cálculo é o mesmo, basta substituir o valor do 
quantil da normal (Z0.025 = 1.96) pelo quantil das distribuição t – Student 
com (n – 1) = 12 graus de liberdade. 
 Como 
13An
, então 
1788.2025.0;122/);1(  tt n
 
 
Com 
Ax
 = 33.76 e sA = 4.665 refazendo os cálculos temos que 
 
 
94.30
13
665.4
1788.276.33025.0);1(  
A
A
AA n
s
tx n
MPa 
 
 
58.36
13
665.4
1788.276.33025.0);1(  
A
A
AA n
s
tx n
MPa 
 
 Portanto, ( 30.94 , 36.58 ) é um IC 95% para A para o caso em 
que a variância é desconhecida 
 
Interpretação: é mesma do caso anterior, porém, agora a variância é 
desconhecida. 
 
 
6.2.3. Intervalo de confiança (1 – )100% para a proporção 
 
 Como a proporção p é de fato a média amostral de uma aa cuja va 
tem distribuição de Bernoulli(p), para se construir intervalos de confiança 
para p devemos seguir os mesmos procedimentos anteriores. 
 Considerando que o estimador da proporção 
pˆ
 tem valor esperado 
p e variância 
n
pp )1(  , dada a distribuição 
n
pp
pp
)1(
ˆ


  
)1;0(N
, 
 
um I.C. (1 – )100% para a proporção é dado por: 
 


 
 
n
pp
zp
)1(
ˆ 2/
 ; 



 
n
pp
zp
)1(
ˆ 2/
. 
 
 Exemplo 3: Nos testes de compressão em amostras de concreto, se 
a empresa afirma que 90% da produção atende ao valor do fck = 30Mpa, 
construir um I.C. de 95% ( = 0.05) para a proporção de corpos de provas 
com fc abaixo de fck. 
 
 Dos 13 corpos de prova os valores 24.83, 29.44 e 27.82 são 
menores do que o fck de 30Mpa. Então, 231.0
13
3
ˆ p
 
 
Considerando que p = 0.10: 
 
 
0679.0
13
90.010.0
96.1231.0
)1(
ˆ 2/ 



 
n
pp
zp
 
 
 
3941.0
13
90.010.0
96.1231.0
)1(
ˆ 2/ 



 
n
pp
zp
 
 
 
 Ou seja: 
  95.03941.00679.0  pP
 
 
 Portanto, ( 0.0679 ; 0.3941 ) é um I.C. 95% para p. 
 
Interpretação: o intervalo (0.0679 ; 0.3941) tem probabilidade 0.95 
(95%) de englobar o real valor do parâmetro p. 
 
 
Nota: Como normalmente não conhecemos p, podemos construir 
intervalos de confiança para a proporção substituindo p e (1 – p) por 
pˆ
 e 
)ˆ1( p
, respectivamente. Neste caso o intervalo fica: 
 


 
 
n
pp
zp
)ˆ1(ˆ
ˆ 2/
 ; 



 
n
pp
zp
)ˆ1(ˆ
ˆ 2/
. 
 
Outra possibilidade seria considerar o fato de 
4/1)1(  pp
 e 
construir um intervalo conservador para p assumindo p = ½. 
Neste caso: 
nn
pp
4
1)1(

 
 
 Logo, o intervalo de confiança conservador para p será 
 




 
n
z
p
4
ˆ 2/ ; 




 
n
z
p
4
ˆ 2/ . 
 
 Considerando  = 0.05, então, I.C.’s 95% para p, nos casos acima 
serão dados por: 
 
i) utilizando 
pˆ
: 


 

n
pp
p
)ˆ1(ˆ
96.1ˆ ; 



n
pp
p
)ˆ1(ˆ
96.1ˆ 
 
ii) conservador 
p
 ½: 





n
p
4
96.1
ˆ ; 





n
p
4
96.1
ˆ 
 
 O procedimento em (ii) fornece intervalos de confiança 
excessivamente grandes quando p se distancia de ½ (
0p
 ou 
1p
) 
(Bussab & Moretin, 2002). Para a utilização do intervalo conservador, 
portanto, devemos ter algum conhecimento do valor p, garantindo que seu 
valor esteja próximo de ½. 
 
 
 Exemplo: No exemplo do teste de compressão em concretos temos 
231.0
13
3
ˆ p
, logo 
 
i) utilizando 
pˆ
: 
 
 
0019.0
13
769.0231.0
96.1231.0
)ˆ1(ˆ
ˆ 2/ 



 
n
pp
zp
 
 
 
4601.0
13
769.0231.0
96.1231.0
)ˆ1(ˆ
ˆ 2/ 



 
n
pp
zp
 
 
 Portanto, ( 0.0019 ; 0.4601 ) é um I.C. 95% para p. 
 
 
 
ii) conservador 
p
 ½: 
 
 
0408.0
52
96.1
231.0
4
ˆ 2/  
n
z
p
 (< 0 !!) 
 
 
5028.0
52
96.1
231.0
4
ˆ 2/  
n
z
p
 
 
 Portanto, ( – 0.0408 ; 0.5028 ) é um I.C. 95% conservador para p. 
 
 Note que no intervalo acima o limite inferior é negativo, 
consequência da utilização da máxima variância de p e do fato de que a 
proporção a ser estimada está longe do valor ½. 
 
Nota: usualmente, nestes casos, arredondamos o limite inferior para 0 
(zero), porém, o mais indicado é a utilização da estimativa 
pˆ
. 
 
 
 
 Forma simplificada de representação: 
 
i) Média com variância conhecida: 
n
zX

  2/
 
 
ii) Média com variância desconhecida: 
n
s
tX n 2/);1( 
 
 
iii) Proporção: 
n
pp
zp
)ˆ1(ˆ
ˆ 2/

 
 
 
 
Exemplos: 
1) Um provedor de acesso à internet deseja implantar um plano sem limite 
de horas. Para isso, verificou numa amostra de n = 25 usuários os tempos 
de utilização mensal, obtendo: média amostral 
826.x 
 horas. Sabendo 
que 
2
 = 6.25 horas
2
: 
a) Encontre um intervalo de confiança 90% para a média. 
b) De quanto deve ser aumentado o tamanho da amostra para que, mantidas 
as demais medidas, o comprimento do intervalo caia pela metade? 
 
2) Observou-se a estatura de 20 recém-nascidos num hospital conforme 
dados abaixo. Pesquisas anteriores indicam que a estatura média das 
crianças nascidas neste hospital é de µ = 51 cm. 
 Dados: x = 987 e x
2
 = 48845.25 
a) Qual a probabilidade de que a estatura média da amostra não ultrapasse 
50.20 cm? 
b) Construa um I.C. 99% para a média. 
 
3) 10 corpos de provas foram submetidos a um teste de corrosão onde foram 
submersos em água salgada durante 60 segundos/dia. A corrosão foi 
medida pela perda de peso em miligramas/decímetro quadrado/dia 
(MDD). Os dados obtidos foram: 
 130.1 124.2 122.0 110.8 113.1 103.9 101.5 92.3 91.4 83.7 
a) Encontre estimativas para a média e variância para a perda de peso em 
MDD. 
b) Construa um intervalo de 95% de confiança para a média. 
c) Supondo que a verdadeira média seja  = 110, calcule a probabilidade de 
que X seja superior ao máximo valor da amostra considerando: 
 i) desvio padrão conhecido  = 16; ii) desvio padrão desconhecido. 
 
6.3. Intervalo de Confiança para a diferença entre as médias de duas 
populações independentes com variâncias desconhecidas 
 
Sejam duas populações A e B cujas médias são 
A
 e 
B
 e 
variâncias 2
A
 e 2
B
, respectivamente. 
Um estimador não viciado para 
)( BA 
 é dado pela estatística 
 BA XX 
 e sua distribuição amostral é obtida conforme três diferentes 
situações: 
i) Populações independentes com variâncias conhecidas; 
ii) Populações independentes com variâncias desconhecidas, porém, 
iguais; 
iii) Populações independentes com variâncias diferentes e desconhecidas. 
 
Figura: Populações normais. 
 
6.3.1. Intervalo de confiança para a diferença entre as médias de duas 
populações independentes com variâncias iguais e conhecidas 
 
Seja uma aa de tamanho 
An
, retirada da população A e uma aa de 
tamanho 
Bn
 retirada da população B, independentes. Considerando que 
as variâncias 2
A
 e 2
B
 sejam ambas conhecidas, temos que: 
 
AA
AA
n
X
/
 e 
BB
BB
n
X
/
 são 
)1,0(N
 
 
 
Da teoria da probabilidade temos que 
 
  BABA  XXE
 e  
B
B
A
A
BA
nn
XXVar
22 


 
 
 
Logo, para o caso em que as variâncias 2
A
 e 2
B
 são conhecidas, a 
distribuição amostral associada à estatística 
 BA XX 
 é dada por: 
    
B
B
A
A
BABA
nn
XX
22 



  
)1,0(N
 
 
 Observe que a variável padronizada tem expressão similar aos 
casos anteriores, ou seja, a diferença entre a va e sua média, 
dividida pelo seu desvio padrão. 
 
 
 Podemos, assim, construir um I.C. para 
 
BA

 a partir de 
    
)1(2/1222/




















  z
nn
XX
zP
B
B
A
A
BABA
. 
 
 
 Ou seja, um I.C. (1 – )100% para 
 
BA

 considerando 
amostras independentes e variâncias conhecidas é dado por: 
 
 



 


 
B
B
A
A
BA
nn
zXX
22
2/
 ;  






 
B
B
A
A
BA
nn
zXX
22
2/
. 
 
 
Nota: para simplificar a notação pode-se escrever: 
 
 
BAd

: diferença entre as médias das populações A e B; 
 
 
BAd XXX 
: diferença entre as médias amostrais de A e B; 
 
 
B
B
A
A
d
nn
22
2 

 : variância da diferença entre AX e BX . 
 
 
 Desta forma: 
d
dd

X  
)1,0(N
. 
 
 E o I.C. fica: 
dd   2/zX
. 
 
Exemplo 4: Considere que no exemplo com os testes de compressão em 
amostras de concretos, além da A uma segunda marca B tenha sido 
avaliada com o intuito de que fossem comparadas. 
 
 Dados (MPa): 
A 
31.04 31.11 39.56 24.83 36.97 34.86 29.44 39.15 
Ax
 = 33.76 
27.82 34.96 35.19 39.68 34.27 
As
= 4.665 
B 
27.91 40.94 39.25 37.42 32.16 34.29 38.69 21.21 
Bx
 = 33.08 
29.30 29.21 33.76 32.71 31.91 34.10 33.34 
Bs
 = 5.017 
 
a) Sabendo que as empresas afirmam que ambos os processos têm 
variabilidade 2 = 25MPa2, construir um I.C. para a diferença entre as 
médias das duas marcas. 
 
Solução: 
a) Como 222  BA então: 
 
       
BA
BABA
BA
BABA
nn
XX
nn
XX
11







 
 
 Logo, um I.C. 95% para 
 
BA

 é dado por: 
 
 




 
BA
BA
nn
zXX
11
2/
 ;  




 
BA
BA
nn
zXX
11
2/
. 
 
Ou seja: 
 
BA
BA
nn
zXX
11
2/  
 
 
 
15
1
13
1
596.108.3376.33  
 
 Portanto ( –3.034 , 4.394 ) é um I.C. 95% para 
 
BA

. 
 
 
6.4. Intervalo de Confiança para a diferença entre as médias 
de duas populações independentes com variâncias iguais 
e desconhecidas 
 
Sejam duas populações A e B cujas médias são 
A
 e 
B
 e 
variâncias desconhecidas, porém iguais, ou seja, 222  BA 
Nesse caso, contudo, tanto 2
As
 como 2
Bs
 estimam 2 , logo, 
podemos utilizar as informações de ambas as amostras para 
estimar a variância populacional. 
O que se faz, na prática, é combinar as somas de quadrados das 
duas variâncias amostrais e dividir pelos graus de liberdade total, ou seja 
 
22
1
)1()( AAAA
A
snxx
n
i
i 

  
)1( An
 = g.l. de 2
As
 
 
22
1
)1()( BBBB
B
snxx
n
i
i 

  
)1( Bn
 = g.l. de 2
Bs
 
 
 que combinadas, resultam em 
 
 
2
)1()1(
)1()1(
)()( 22
2
1
2
12








BA
BBAA
BA
BBAA
BA
nn
snsn
nn
xxxx
s
n
i
i
n
i
i
p 
 
 
 A variância combinada 2
ps
 (ou pooled), nada mais é do que 
uma variância ponderada pelos graus de liberdade das duas amostras: 
 
2
)1()1( 222



BA
BBAA
nn
snsn
sp
. 
 
 Assim como 2
As
 e 2
Bs
, 2
ps
 é um estimador não viesado para 2 . 
 
 Prova: 
      
2
)1()1( 222



BA
BBAA
nn
sEnsEn
sE p
 
 
 
2
)1()1( 22



BA
BA
nn
nn 
 
 2
2
)11(




BA
BA
nn
nn 
 
 2 
 
 
 Pelo fato de 2 ser desconhecida, temos que 
 
  
AA
AA
ns
X
/
  
1An
t
 e  
BB
BB
ns
X
/
  
1Bn
t
. 
 
 
Como temos um estimador comum para a variância populacional, 
podemos derivar uma distribuição de probabilidade para 
 BA XX 
. 
 
 Padronizando a diferença entre as médias amostrais teremos: 
 
 
       
BA
BABA
BA
BABA
nn
s
XX
n
s
n
s
XX
p
pp
1122





 
 
 
 Resultado: 
   
BA
BABA
nn
s
XX
p
11


  
2 BA nn
t
 
 
 
 Um I.C. (1 – )100% para 
 
BA

, quando as variâncias 
são iguais e desconhecidas, é dado por: 
 
 
BA
BA BA nn
stXX pnn
11
2/);2(  
 
 
Exemplo 5: Construir um I.C. 95% para a diferença entre as resistências 
médias à compressão em concretos feitos com cimentos das marcas A e 
B, considerando variâncias iguais e desconhecidas. 
(você acha válida a suposição de variâncias iguais?) 
 
Ax
 = 33.76 
Bx
 = 33.08 
As
= 4.665 
Bs
 = 5.017 
An
= 13 
Bn
 = 15 
 
  597.26
26
5307.613
21513
)017.5(14)665.4(12 222 


ps
 
 
 
8577.4ps
 
 
  
2.0555 025.0;262/);2(  tt nn BA
 
 
 Logo, um I.C. 95% para 
 
BA

 é dado por: 
 
  
BA
BA
nn
stXX p
11
025.0;26 
 
 
  
15
1
13
1
8577.40555.208.3376.33  
 
 Portanto ( –3.105 , 4.465 ) é um I.C. 95% para 
 
BA

 
considerando variâncias iguais e desconhecidas. 
 
 
6.5. Intervalo de Confiança para a diferença entre as médias de 
duas populações independentes com variâncias diferentes 
e desconhecidas 
 
Sejam duas populações A e B cujas médias são 
A
 e 
B
 e 
variâncias diferentes e desconhecidas, 2
A
 e 2
B
 . 
Com 2
A
 e 2
B
 diferentes e desconhecidas, devemos utilizar suas 
estimativas 2
As
 e 2
Bs
 individualmente e, nesse caso, a distribuição da 
estatística utilizada, apesar de continuar sendo a t-Student, não tem mais 
os graus de liberdade obtidos diretamente, como nos casos anteriores, isto 
é 
 
   



t
n
s
n
s
XX
~
22
B
B
A
A
BABA
 , 
 
em que os graus de liberdade são dados por: 
 
 
 
 
 1
/
1
/
2222
2
22













B
BB
A
AA
B
B
A
A
n
ns
n
ns
n
s
n
s
 
 
 Logo, um I.C. (1 – )100% para 
 
BA

, quando as 
variâncias são diferentes e desconhecidas, é dado por: 
 
 
B
B
A
A
BA
n
s
n
s
tXX
22
2/;  
. 
 
 
Exemplo 6: Com os dados de resistências à compressão em concretos 
com cimentos das marcas A e B, considerando variâncias iguais e 
desconhecidas. 
 
Ax
 = 33.76 
Bx
 = 33.08 
As
= 4.665 
2
As
= 21.759 
Bs
 = 5.017 
2
Bs
= 25.174 
An
= 13 
Bn
 = 15 
 
  
 
 
 
43464.0
23614.11
115
15/174.25
113
13/759.21
15
174.25
13
759.21
22
2












 
 
 
2686.25 
 
 
 
Nota: Os graus de liberdade não precisam ser valores inteiros. De fato, 
2.056071 025.0;86.25 t
 (pelo R). 
 
 Enfim, um I.C. 95% para 
 
BA

 é dado por: 
 
  
B
B
A
A
BA
n
s
n
s
tXX
22
025.0;26 
 
 
  
15
174.25
13
759.21
0555.208.3376.33  
 
 Portanto ( –3.084 , 4.444 ) é um I.C. 95% para 
 
BA

 
considerando variâncias diferentes e desconhecidas. 
 
 
 
Resumindo: 
 
Variâncias Estatística 
I.C. 95% p/ 
 
BA

 
 
Variâncias 
conhecidas 
   
B
B
A
A
BABA
nn
XX
22 



  
)1,0(N
 (–3.034 , 4.394) 
 
 
 
Variâncias 
desconhecidas 
e iguais 
   
BA
ABA B
nn
s
XX
p
11


  
2 BA nn
t
 (–3.105 , 4.465) 
 
 
 
Variâncias 
desconhecidas 
e diferentes 
   



t
n
s
n
s
XX
~
22
B
B
A
A
BABA
 (–3.084 , 4.444) 
 
 
 
 
 
6.6. Intervalo de Confiança para a diferença entre duas proporções 
em populações independentes 
 
Considere que se queira estimar a diferença entre duas proporções 
1p
 e 
2p
, associadas a duas populações independentes. Então, um 
estimador não viesado para a diferença 
)( 21 pp 
 é dado por 
)ˆˆ( 21 pp 
. 
Sabendo que 
 
 
1pˆ
  





 
1
11
1
)1(
,
n
pp
pN e 2pˆ  




 
2
22
2
)1(
,
n
pp
pN 
 
 Então: 
 
)ˆˆ( 21 pp 
  





 



2
22
1
11
21
)1()1(
,)(
n
pp
n
pp
ppN 
 
 
 Desta forma, um I.C. (1 – )100% para 
)( 21 pp 
 é dado por 
 
2
22
1
11
2/21
)ˆ1(ˆ)ˆ1(ˆ
)ˆˆ(
n
pp
n
pp
zpp



 
 
 
 
Exemplo 7: Um grupo de biólogos interessados em estudar populações de 
animais em regiões isoladas por longas distâncias estão avaliando o 
desenvolvimento de peixes de uma determinada espécie em duas lagoas 
separadas por uma grande distância geográfica. Numa amostra de 116 
peixes da primeira lagoa, 84 são da espécie em questão, enquanto que, de 
uma amostra de 80 peixes da outra lagoa, 45 são da espécie estudada. 
Estimar a diferença entre as proporções de peixes das duas lagoas e 
construir um I.C. 90% para a diferença. 
 
 As estimativas individuais para 
1p
 e 
2p
 são: 
 
724.0
116
84
ˆ1 p
 
575.0
80
46
ˆ2 p
 
 
 
 Então, uma estimativa para a diferença entre 
1p
 e 
2p
 é dada por 
 
 
149.0575.0724.0ˆˆ 21  pp
 
 
 
 e, a estimativa do desvio padrão da diferença 
 
 04777.0
80
425.0575.0
116
276.0724.0



 . 
 
 
 
Logo, um I.C. 90% para a diferença entre as proporções é dado por 
04777.0645.1149.0  , 
 
 
 
 ou seja, ( 0.0353 , 0.2627 ) é o I.C. 90% para 
)( 21 pp 
. 
 
 
 O que se pode concluir? 
 
6.7. Intervalo de Confiança para a variância 2 de uma população 
normal 
 
 Considere uma população normal com média  e variância 2 , 
ambas desconhecidas. Em muitas aplicações práticas temos o interesse 
em avaliar a variabilidade dos fenômenos em estudo. Nessa situação, 
devemos estimar e, também, construir intervalos de confiança para a 
variância populacional. 
 Considerando que a população seja normal, temos que 
 
2
2)1(

 sn  2
1n
 
 
 Desta forma, a partir da distribuição 2
1n
 podemos construir I.C.’s 
para 2 a partir de seus quantis: 
 
 
)1(
)1( 2
2/1);1(2
2
2
2/);1( 










  nn
sn
P 
 
 
 
 )1(
)1(
1
)1( 2
2
2/1);1(
22
2
2/);1(















 
snsn
P
nn 
 
 
 )1(
)1()1(
2
2/);1(
2
2
2
2/1);1(
2














 nn
snsn
P 
 
 
 a b 
 
 
 
 
2
2/1);1(
2)1(



n
sn
a e 
2
2/);1(
2)1(



n
sn
b . 
 
 
 Desta forma, um I.C. (1 – )100% para 2 é dado por: 
 







2
2/1);1(
2)1(
n
sn ; 







2
2/);1(
2)1(
n
sn . 
 
 
 
Exemplo 8: O peso de um componente mecânico é uma va com 
distribuição normal com média  e variância 2 , desconhecidos. Pretende-
se estudar a variabilidade do processo de produção e, para isso, uma 
amostra com n = 11 componentes foi avaliada. Os pesos (g) são dados 
 
98 97 102 100 98 101 102 105 95 102 100 
 
 
1100 x
 e 
1100802  x
. 
 Portanto: 
100
11
1100
x
g 
 
 8
10
)100(11110080 22 

s g
2. 
 
 
 Construir um I.C. 95% para a variância populacional ( = 0.05). 
 
 
25.32 025.0;10 
 e 
48.202 975.0;10 
 
 
 
 
 906.3
48.20
810)1(
2
2/1);1(
2






n
sn
a 
 
 
 615.24
25.3
810)1(
2
2/);1(
2






n
sn
b 
 
 
 Um I.C. 95% para 2 é dado por ( 3.906 , 24.615 ). 
6.8. Intervalo de Confiança para razão entre duas vriâncias de 
populações normais 
 
 É muito comum, em aplicações estatísticas, precisarmos comparar 
as variâncias de duas populações, como, por exemplo, quando 
comparamos a média dessas populações. 
 A comparação de duas variâncias não é feita pela diferença entre 
elas, mas sim pela razão das mesmas. 
 
 Resultado: 
 Seja 
1W
  2
1k

 e 
2W
  2
2k

, prova-se facilmente que a razão 
 
2
2
1
1
k
W
k
W
F   
21;kk
F
 
 
 A razão de duas va independentes, com distribuição quiquadrado, 
divididas pelos seus respectivos graus de liberdade (k1 e k2), tem 
distribuição F de Snedecor, em que k1 são os graus de liberdade do 
numerados e k2 os graus de liberdade do denominador. 
 
 Notas: 
i) Se X  
kt
, então 2X  
kF ,1
. 
 Prova: Sai direto do resultado (1) da distribuição t-Student. 
 
ii) Existe uma relação entre os quantis das distribuições F, de forma 
que 
 

 
1;;
;;
12
21
1
kk
kk
F
F 
 
 Sejam duas populações normais com variâncias 2
1
 e 2
2
 e sejam 2
1s
 
e 2
2s
 seus estimadores a partir de amostras de tamanho 
1n
 e 
2n
, então 
 
)1(
/)1(
)1(
/)1(
2
2
2
2
22
1
2
1
2
11





n
sn
n
sn
F
  
1;1 21  nn
F
 
 
 
 
 Mas a razão F acima pode ser simplificada por: 
 
2
2
2
1
2
1
2
2
2
2
2
2
2
1
2
1
s
s
s
s
F






  
1;1 21  nn
F
 
 
 
 Logo, um I.C. para razão entre duas variâncias é construído a partir 
de: 
 
)1(22
2
2
1
2
1
2
2
1 










 f
s
s
fP 
 
 
em que: 
2/);1();1(1 21 
 nnFf
 e 
2/1);1();1(2 21 
 nnFf
. 
 
)1(
2
1
2
2
22
1
2
2
2
1
2
2
1 











s
s
f
s
s
fP 
 
 
 Portanto, escrevendo o resultado para 
2
2
2
1

 , um I.C. (1 – )100% 
para a razão de variâncias é dado por: 
 
)1(
2
21
2
1
2
2
2
1
2
22
2
1 











sf
s
sf
s
P 
 
 
 Ou seja, o intervalo para a razão entre duas variâncias de 
populações normais é definido por: 
 




 2/1);1();1(
2
2
2
1
21 nn
Fs
s ; 




 2/);1();1(
2
2
2
1
21 nn
Fs
s . 
 
 Nota: O intervalo é construído de forma que 
2
2
2
1
s
s seja maior do que 1. 
 
Exemplo 9: Construir um I.C. 95% para a razão entre as variâncias da 
resistência à compressão em concretos dos
cimentos das marcas A e B. 
 
2
As
= 21.759 2
Bs
= 25.174 
An
= 13 
Bn
 = 15 
 
 Com 1
2
2

A
B
s
s ,  
3279.0025.0;12;14 F
 e 
2062.3975.0;12;14 F
. 
 
 
 3608.0
2062.3759.21
174.25
975.0;12;14
2
2



Fs
s
A
B 
 
 
 5284.3
3279.0759.21
174.25
025.0;12;14
2
2



Fs
s
A
B 
 
 
 Assim, um I.C. 95% para 
2
2
A
B

 é dado por ( 0.3608 , 3.5284 ). 
 
Estatística 2 
Exercícios – Intervalos de Confiança 
 
1. Deseja-se comparar a qualidade de um produto produzido por duas 
indústrias. Essa qualidade será definida pela uniformidade com que o 
produto é produzido. Tomaram-se duas amostras, uma de cada indústria, 
medindo-se o tamanho dos produtos (cm). 
a) A qualidade das duas fábricas é a mesma? Caso a sua resposta seja 
negativa, dê um intervalo de confiança para indicar a intensidade dessa 
desigualdade. 
b) Construir um I.C. 99% para a diferença entre as médias, (
BA 
) 
Estatísticas Indústria A Indústria B 
Tamanho da Amostra 21 17 
Médias 21.15 21.12 
Variâncias 0.0412 0.1734 
 
2. Num estudo comparativo do tempo médio de adaptação dos empregados 
de um grande complexo bancário, uma amostra aleatória, de 50 homens e 
50 mulheres, produziu os seguintes resultados: 
Estatísticas Homens Mulheres 
Tamanho da Amostra 50 50 
Médias 3.2 anos 3.7 anos 
Desvios-padrões 0.8 anos 0.9 anos 
 
 Que conclusões você pode tirar para a população de homens e mulheres 
desse banco? (Indique quais as suposições feitas) 
 
3. Suponha que uma associação de defesa de consumidores deseja estimar o 
consumo médio um novo modelo de automóvel que será lançado no 
mercado. Para fazer esta verificação, a associação observa uma amostra de 
10 veículos, conduzidos por motoristas treinados, num percurso de 100 
milhas. O consumo, em galões, foi registrado com os seguintes resultados: 
 
28.43 x
 e 
4886.1882  x
 
 
 Assumindo que estes valores representam uma amostra aleatória de uma 
variável normalmente distribuída com média  e variância 2 . 
 
a) Calcule estimativas pontuais para  e 2 . 
b) Calcule um intervalo de 75 % de confiança para 2 . 
 
4. Os dados abaixo são uma amostra aleatória para estimar a proporção 
estudantes de uma universidade que possuem automóvel. 
Foi construído o intervalo conservador de 90% de confiança para 
p
: 
( 0.5555 ; 0.8845 ) 
Um segundo intervalo foi construído considerando a normalidade de 
pˆ
: 
( 0.4887 ; 0.9513 ) 
a) Qual é a estimativa pontual para 
pˆ
? 
b) Qual é o tamanho da amostra? 
c) Qual o nível de confiança do segundo intervalo 
 
5. Da população X  Normal(50; 100) retirou-se uma aa de n = 10 
elementos e da população Y  Normal(60; 100) retirou-se uma aa de m = 6 
elementos, independente da primeira, obtendo-se as variâncias amostrais 2
1s
e 
2
2s
, respectivamente. 
 
a) Encontre o valor de a, tal que   95.02221  assP 
 
b) Encontre o valor de b, tal que   95.02221  bssP 
 
6. Uma das maneiras de medir o grau de satisfação dos empregados de uma 
mesma categoria quanto à política salarial é por meio do desvio padrão de 
seus salários. A Fábrica A diz ser mais coerente na política salarial do que a 
Fábrica B. Para verificar essa afirmação, sorteou-se uma amostra de 10 
funcionários não especializados de A, e 15 de B, obtendo-se os desvios 
padrões 
1000As
 reais e 
1600Bs
 reais. Qual seria a sua conclusão? 
Resolução: 
1. Deseja-se comparar a qualidade de um produto produzido por duas 
indústrias. Essa qualidade será definida pela uniformidade com que o 
produto é produzido. Tomaram-se duas amostras, uma de cada indústria, 
medindo-se o tamanho dos produtos (cm). 
a) A qualidade das duas fábricas é a mesma? Caso a sua resposta seja 
negativa, dê um intervalo de confiança para indicar a intensidade dessa 
desigualdade. 
 
21An
 
17Bn
 
15.21Ax
 
12.21Bx
 
0412.02 As
 
1734.02 Bs
 
 
I.C. 95% para 
2
2
A
B

 : 
 
 Limite inferior: 
652.1
547.20412.0
1734.0
0412.0
1734.0
975.0;20;16



F
 
 
 
 Como 3731.0
68.2
11
975.0;16;20
025.0;20;16 
F
F 
 
 Limite superior: 280.11
3731.00412.0
1734.0
0412.0
1734.0
025.0;20;16



F
 
 
 O intervalo ( 1.652 ; 11.283 ) é um intervalo de confiança 95% para 
2
2
A
B

 . 
 
 Como o intervalo não engloba o valor 1, então, temos evidências 
suficientes para afirmar que 22
BA 
. 
 Logo, a qualidade das duas indústrias não é a mesma. A indústria A, com 
menor variabilidade, tem melhor qualidade. 
b) I.C. 99% para (
BA 
) considerando variâncias diferentes. 
 
 
 
 
 1
/
1
/
2222
2
22













B
BB
A
AA
B
B
A
A
n
ns
n
ns
n
s
n
s
 
 
    
221.22
16
17/1734.0
20
21/0412.0
17
1734.0
21
0412.0
22
2










 gl 
 
 
 
005.02/ 
  
8188.2005.0;22 t
 
 
 
B
B
A
A
BA
n
s
n
s
txx
22
005.0;22)( 
 
 
 
17
1734.0
21
0412.0
8188.203.0 
 
 
 ( –0.281 ; 0.341 ) é o I.C. 99% para a diferença entre as médias de 
tamanhos dos produtos das indústrias A e B. 
 
 
2. Num estudo comparativo do tempo médio de adaptação dos empregados 
de um grande complexo bancário, uma amostra aleatória, de 50 homens e 
50 mulheres, produziu os seguintes resultados: 
 Que conclusões você pode tirar para a população de homens e mulheres 
desse banco? (Indique quais as suposições feitas) 
 
A qualidade das duas fábricas é a mesma? (comparar as variâncias) 
50Hn
 
50Mn
 
anosxH 2.3
 
anosxM 7.3
 
anossH 8.0
 
anossM 9.0
 
 
I.C. 95% para 
2
2
H
M

 : 
 
 Limite inferior: 
7182.0
7622.164.0
81.0
)8.0(
)9.0(
975.0;49;49
2
2



F
 
 
 
 Limite superior: 
2302.2
5675.064.0
81.0
)8.0(
)9.0(
025.0;49;49
2
2



F
 
 
 O intervalo ( 0.7182 ; 2.2302 ) é um intervalo 95% para 
2
2
H
M

 . 
 
 Como o intervalo engloba o valor 1, então, não temos evidências 
suficientes para afirmar que as variâncias são diferentes. 
 
 I.C. 90% para a diferença entre os tempos médios de adaptação entre 
homens e mulheres, com variâncias iguais. 
 
2
)1()1( 222



HM
HHMM
p
nn
snsn
s
 
 
725.0
98
81.04964.0492 

ps
 
 
05.02/ 
  
6606.105.0;98 t
 
 
 
H
p
M
p
HM
n
s
n
s
txx
22
05.0;98)( 
 
 
 
50
725.0
50
725.0
6606.1)2.37.3( 
 
 
 ( 0.2172 ; 0.7828 ) é o I.C. 90% para a diferença entre os tempos médios 
de adaptação de entre mulheres e homens. 
 
 O intervalo não engloba o zero, portanto, temos evidências suficientes 
para afirmar que os homens têm um tempo de adaptação menor do que as 
mulheres. 
 
Suposições: Normalidade dos tempos de adaptação de homens e mulheres 
 
3. Suponha que uma associação de defesa de consumidores deseja estimar o 
consumo médio um novo modelo de automóvel que será lançado no 
mercado. Para fazer esta verificação, a associação observa uma amostra de 
10 veículos, conduzidos por motoristas treinados, num percurso de 100 
milhas. O consumo, em galões, foi registrado com os seguintes resultados: 
 
28.43 x
 e 
4886.1882  x
 
 
 Assumindo que
estes valores representam uma amostra aleatória de uma 
variável normalmente distribuída com média  e variância 2 . 
 
a) Calcule estimativas pontuais para  e 2 . 
 
 
328.4
10
28.43
ˆ  x
 
 
 
13031.0
9
17276.1
)110(
)328.4(104886.188
ˆ
2
22 


 s
 
 
 
b) Calcule um intervalo de 75% de confiança para 2 . 
)25.0( 
 
 
 
507.4125.0;9 
 e 
926.13875.0;9 
 
 
 Limite inferior: 
0842.0
926.13
17276.1)1(
875.0;9
2


 sn 
 
 Limite superior: 
2602.0
507.4
17276.1)1(
125.0;9
2


 sn 
 
 I.C. 75% para a variância 2 é dado por: ( 0.0842 ; 0.2602 ) 
 
 
4. Os dados abaixo são uma amostra aleatória para estimar a proporção 
estudantes de uma universidade que possuem automóvel. 
 
Intervalo conservador de 90% de confiança para 
p
: ( 0.5555 ; 0.8845 ) 
 
Intervalo considerando a normalidade de 
pˆ
: ( 0.4887 ; 0.9513 ) 
 
a) E pontual para 
pˆ
? (ponto médio dos intervalos) 
 
 
72.0
2
9513.04887.0
2
8845.05555.0
ˆ 



p
 
 
 
b) Qual é o tamanho da amostra? 
 
 Sabe-se que o tamanho do I.C. 90% conservador é dado por: 
 
 
72.05555.0
4
1
05.0 
n
Z
 
 
 
1645.0
4
645.1

n
 
 
 
104 n
  
25n
 
 
 
c) Qual o nível de confiança do segundo intervalo 
 
 
9513.0
25
)ˆ1(ˆ
72.0 2/ 

 
pp
Z
 
 
 
575.2
28.072.0
)72.09513.0(5
2/ 


Z
 
 
O nível de confiança do I.C. é 
99.0)1( 
 ou 99%. 
 
5. Da população X  Normal(50;100) retirou-se uma aa de n = 10 
elementos e da população Y  Normal(60;100) retirou-se uma aa de m = 6 
elementos, independente da primeira, obtendo-se as variâncias amostrais 2
1s
e 
2
2s
, respectivamente. 
 
a) Encontre o valor de a, tal que   95.02221  assP 
 
 Obs: 
10022
2
1 
 
 
 
2
2
2
2
2
1
2
1


s
s
  
1;1  mnF
  
2
2
2
1
s
s  
5;9F
 
 
 
   95.02221  assP  772.495.0;5;9  Fa 
 
 
b) Encontre o valor de b, tal que   95.02221  bssP 
 
 Da relação entre as distribuições F’s 
 
 
2872.0
482.3
11
95.0;9;5
05.0;5;9 
F
F
 
 
 
   95.02221  bssP  2872.005.0;5;9  Fb 
 
6. Uma das maneiras de medir o grau de satisfação dos empregados de uma 
mesma categoria quanto à política salarial é por meio do desvio padrão de 
seus salários. A Fábrica A diz ser mais coerente na política salarial do que a 
Fábrica B. Para verificar essa afirmação, sorteou-se uma amostra de 10 
funcionários não especializados de A, e 15 de B, obtendo-se os desvios 
padrões 
1000As
 reais e 
1600Bs
 reais. Qual seria a sua conclusão? 
 
O grau de satisfação com o salário é o mesmo nas duas fábricas? 
(comparar as variâncias) 
10An
 
15Bn
 
1000As
 
1600Bs
 
62 101As
 62 1056.2 Bs 
 
 
 Construir um I.C. 95% para 
2
2
A
B

 e verificar se engloba o valor 1: 
 
 Limite inferior: 
6740.0
7980.3101
1056.2
6
6
975.0;9;14
2
2




Fs
s
A
B 
 
 
Como 
3116.0
209.3
11
975.0;14;9
025.0;9;14 
F
F
 
 
 Limite superior: 
2157.8
3116.0101
1056.2
6
6
025.0;9;14
2
2




Fs
s
A
B 
 
 
 I.C. 95% para 
2
2
A
B

 : ( 0.6740 ; 8.2157 ) 
 
 O I.C. engloba o valor 1, portanto, não há evidências para sustentar a 
afirmação da Fábrica A. 
 
7. Testes de Hipótese 
 
 Muitas vezes, em problemas práticos, o objetivo principal do 
pesquisador não é a estimação em si, mas sim, fazer afirmações a respeito 
do(s) parâmetro(s). 
 
 
Exemplos: 
 
a) Pesquisadores afirmam que a temperatura média do corpo é 98.6F 
(37C). Uma amostra de n = 106 indivíduos foi escolhida aleatoriamente 
e foram observadas 20.98x F e s = 0.62F. 
Pergunta: A amostra constitui evidência suficiente para rejeitar a crença 
de que  = 98.6F ? 
 
b) Um operador de uma máquina de empacotar cereais, monitora o peso 
das caixas pesando um determinado número de caixas periodicamente. A 
norma diz que a máquina deve continuar operando a menos que a 
amostra indique que a máquina não esteja funcionando normalmente. 
Neste caso, a máquina deve ser desligada e ajustada. A condição 
requerida para a máquina continuar funcionando é que  = 453 g. 
Nota: O operador, neste caso, não está interessado em estimar , mas 
sim determinar se há evidência suficiente na amostra para concluir 
que   453 g. 
 
c) Um grande pomar de maçãs deve ser pulverizado toda primavera contra 
certa doença que ataca as folhas. No ano anterior, o administrador do 
pomar pulverizou todas as árvores com o herbicida padrão utilizado na 
indústria frutífera. O administrador irá utilizar o mesmo herbicida, a menos 
que ele tenha evidência de que a proporção p de árvores infectadas seja 
inferior a 10%. Se ele estiver convencido de que p < 0.10, então irá 
utilizar um herbicida mais barato, mas que é sabido ser menos eficiente. 
Para auxiliar na sua decisão, o administrador selecionou aleatoriamente 
uma amostra de árvores do pomar. Se a amostra trouxer evidência 
suficiente para o administrador de que p < 0.10, então ele irá utilizar o 
herbicida mais barato, caso contrário, se não houver evidência suficiente 
para concluir que p < 0.10, ele utilizará o herbicida padrão. 
Nota: O administrador está basicamente interessado em determinar se a 
proporção de árvores infectadas é menor do que 10% (p < 0.10). 
 
 
Definição: 
Um teste de hipótese (ou teste estatístico) é um procedimento 
para se determinar se a evidência que uma amostra fornece é suficiente 
para concluirmos se o parâmetro populacional está num intervalo específico 
(GRAYBILL, IVER & BURDICK, 1998)1 (determinado pelo pesquisador). 
 
 
7.1. Componentes de um Teste de Hipótese. 
 
 
i) Hipótese Nula e Hipótese Alternativa: para conduzir um teste de 
hipótese, vamos considerar duas afirmações a respeito do parâmetro as 
quais chamaremos de hipótese nula e hipótese alternativa. 
 
 A hipótese nula, denotada por H0, é uma afirmação sobre o valor do 
parâmetro (p.ex. a média), e que deve sempre conter a condição de 
igualdade. Por exemplo, em testes de hipótese para a média tem-se: 
 
H0:  = 0 H0:   0 H0:   0 
 
“Testamos a hipótese nula, no sentido em que, supondo-a 
verdadeira, procuramos chegar a uma conclusão que nos leve à 
sua rejeição.” 
 
 
 
1
 GRAYBILL, F.; IVER, H.K. & BURDICK, R.K. - Applied Statistics, a first course in Inference, Prentice Hall, 1998. 
 A hipótese alternativa, denotada por HA (ou H1), é a afirmação que 
deve ser verdadeira se a hipótese nula for falsa. Por exemplo: 
 
HA:   0 HA:  < 0 HA:  > 0 
 
 
 No exemplo da temperatura corporal podemos ter as hipóteses: 
 
Hipótese Nula: 
Hipótese Aternativa: 
H0: 6.98 
HA: 6.98 
 teste unicaudal ou unilateral 
 
 ou 
 
Hipótese Nula: 
Hipótese Aternativa: 
H0: 6.98 
HA: 6.98 
 teste bicaudal ou bilateral 
 
 
 A questão agora consiste em: como definir H0 e HA? 
 
 Para se conduzir um teste de hipótese é importante que as hipóteses 
nula e alternativa sejam escolhidas corretamente. 
 Esta escolha é de responsabilidade do pesquisador. 
 
 Para a correta escolha de H0 e HA, apresentaremos duas situações em 
que testes de hipótese são realizados: 
 
a) Suponha que o pesquisador deseja testar uma situação pré-
estabelecida ou uma afirmação
alheia, então, este 
conhecimento (ou afirmação) deverá ser escolhido como a hipótese 
nula. 
Ex: temperatura corporal, controle do peso de caixas de cereais. 
 
b) Se o pesquisador deseja obter evidência para dar suporte a uma 
argumentação ou para apoiar uma afirmação sua, então, 
essa afirmação deve ser formulada de modo que se torne a hipótese 
alternativa. 
Ex: aplicação do herbicida na plantação de maçãs. 
 
 
 
ii) Erro Tipo I e Erro Tipo II: Ao testarmos uma hipótese chegamos a 
uma decisão (de rejeitar ou não H0) que pode ser correta ou 
incorreta. 
 
Ao concluirmos a favor, ou contra H0, estamos sujeitos a dois tipos de 
erros. 
 
 
Situação real 
H0 é verdadeira H0 é falsa 
Nossa 
Decisão 
Rejeitar H0 
Erro Tipo I 
(Rejeitar H0, quando 
H0 é verdadeira) 
Decisão correta 
Não Rejeitar 
H0 
Decisão correta 
Erro Tipo II 
(Não Rejeitar H0, quando 
H0 é falsa) 
 
Exemplo de erro do tipo I: 
Baseado no resultado Fx 2.98 , rejeitar a hipótese de que a temperatura 
média do corpo humano é  = 98.6F, quando a média é de fato 98.6F. 
 
 
 
iii) Nível de significância do teste: a probabilidade de se rejeitar H0, 
quando H0 é verdadeira, é chamada de nível de significância 
do teste e será denotada por . 
 
   verdadeiraéHHRejeitarPITipoErroP 00 |
 
 
 Nota: A probabilidade do Erro Tipo II será denotada por , isto é 
 
 = 
   falsaéHHrejeitarNãoPIITipoErroP 00 |
 
 
 
 
iv) Estatística Teste: é a estatística amostral, cujo valor baseado nos 
dados será utilizado para a tomada de decisão a respeito da hipótese 
nula. Está associada à distribuição de probabilidade do 
estimador do parâmetro que se deseja testar. 
 
 No teste para uma média utilizam-se as estatísticas Z ou t 
 
 
n
X
Z
/
)(


 , se a variância populacional é conhecida 
 
 
ns
X
t
/
)( 
 , se a variância populacional não é conhecida 
 
 
 
v) Região de Rejeição: ou região crítica, é formada pelo conjunto de 
valores que levam à rejeição de H0. 
É subconjunto do espaço paramétrico . 
 
A região que não leva à rejeição de H0 será chamada de região de 
não rejeição. 
 
 O valor que delimita a região de rejeição e a região de não rejeição será 
chamado de valor crítico. 
 
 
 
Região de rejeição para o teste unicaudal para a média (cauda inferior) 
 
 
 
Região de rejeição para o teste unicaudal para a média (cauda superior) 
 
 
 
Região de rejeição para o teste bicaudal para a média 
 
 
 Nota: O teste de hipótese consiste em encontrar a região de rejeição de 
H0, o que equivale a construir intervalos de confiança. 
 
 Concluindo: 
 
 Um teste estatístico é conduzido para se determinar se a amostra traz 
evidência suficiente para se rejeitar H0 e, assim, concluir que HA é 
verdadeira. Ou seja, o teste estatístico é usado para se concluir a favor de 
HA ao se concluir que H0 pode ser rejeitada. 
 
 Neste sentido, testar uma hipótese pode ser visto como “testar a 
hipótese nula”. 
 
 Nós ilustraremos esse processo com o exemplo a seguir: 
 
Exemplo: Suponha que temos 1000 caixotes idênticos e que cada caixote 
tem 1000 bolas que são indistinguíveis exceto pela cor. O primeiro caixote 
fica numa prateleira e tem 1 bola branca e 999 pretas. Os demais caixotes 
ficam todos no chão e têm, respectivamente, 2 bolas brancas e 998 pretas; 
3 brancas e 997 pretas, até o último que tem 1000 bolas brancas e nenhuma 
preta (ver figura) 
 
 
 Um caixote foi danificado e levado a um inspetor, sendo informado que 
era um caixote que estava no chão. 
 Decidindo investigar, o inspetor irá conduzir um teste estatístico para 
determinar se há evidência suficiente para concluir que a informação é 
verdadeira. 
 
Hipóteses: H0: O caixote danificado veio da prateleira 
 HA: O caixote danificado veio do chão 
 
 A evidência amostral para o teste será dada pela cor de uma 
bola selecionada aleatória do caixote danificado. 
 Há duas possibilidades: a bola selecionada é branca ou a bola 
selecionada é preta 
 
 1ª. Possibilidade: a bola selecionada é branca 
 Se o caixote danificado for da prateleira, a probabilidade da bola ser 
branca é de 1/1000 = 0.001. 
 
 Essa probabilidade é muito pequena, portanto, a bola sendo branca 
indica que é improvável que o caixote danificado seja o da prateleira. 
 No entanto, não seria improvável que a bola branca tenha sido 
selecionada de um dos caixotes do chão. 
 
Logo, tendo sido observada uma bola branca: 
“a evidência da amostra nos leva a rejeitar H0” 
 
 
 2ª. Possibilidade: A bola selecionada é preta: 
 Se o caixote danificado for o da prateleira, a probabilidade da bola 
selecionada ser preta é 0.999. 
 
 Essa probabilidade não é suficientemente pequena a ponto de tornar 
improvável que o caixote seja o da prateleira, não havendo razão para se 
rejeitar H0. 
 No entanto, isso não significa que H0 seja verdadeira, uma vez que é 
também provável que a bola preta tenha vindo de uma das caixas do chão. 
 
 Logo, tendo sido observada uma bola preta: 
 
“não há evidência suficiente na amostra para se rejeitar H0” 
 
 
 Concluindo: 
 
a) Em um teste de Hipótese, se a evidência contida na amostra é 
suficiente para convencer o pesquisador de que a hipótese H0 é falsa, 
então, a hipótese alternativa HA será considerada verdadeira. 
 
 Neste caso, o resultado do teste será “rejeita-se H0”. 
 
 
b) Por outro lado, se a evidência da amostra não é suficiente para 
convencer o pesquisador de que a hipótese H0 é falsa, o resultado do 
teste será “não se rejeita H0”. 
 
 
 
 Importante: A decisão de “não se rejeitar H0” não significa que a 
evidência da amostra seja suficiente para concluirmos que H0 seja 
verdadeira. 
 
 
7.2. Teste de Hipótese para uma média, com 2 conhecido 
 
 
7.2.1. Teste unicaudal na cauda inferior: 
 
 Hipóteses: 





0A
00
μ μ :H
μ μ :H 
 
 
 A região de rejeição para o teste é dada pelo intervalo 
 k;
, 
ou seja, se o valor da média amostral X for inferior a constante k, então 
rejeitamos H0. 
 Por outro lado, se o valor de X for superior a constante k, então não 
rejeitamos H0. 
 
 
 
 
 
 Procedimento para o teste: fixa-se o nível de significância  e 
calcula-se 
 
 
 verdadeiraéHHRejeitarP 00 |
 
 
 
 verdadeiraéHRRXP 0|..
 
 
 
 0|  kXP
 
 
 




















n
k
ZP
n
k
n
X
P 000 
 
 
 A estatística teste será definida por: 
n
X
Z


 0 que, pelo 
T.L.C., tem distribuição Normal com média 0 e variância 1. Desta forma, 
 
aZ
n
k


 0  
n
Zk a

 0
 
 
 Assim sendo, se 





0
0
H Rejeita seNãokX
H seRejeitakX 
 
 
 Uma forma mais apropriada para o teste de hipótese para a 
média consiste em calcular o valor observado da estatística teste, 
denotado por Z0, e compará-lo com o respectivo valor na escala 
padronizada. 
 
n
x
Z
/
)( 0
0


 
 
 
 Desta forma, para o teste unilateral na cauda inferior, compara-se o 
valor observado da estatística teste com o percentil Z da 
distribuição normal padronizada. 
 
 
 Se 







0
0
H Rejeita seNãoZZ
H seRejeitaZZ
0
0 
 
 
 
 
Exemplo 1) Uma empresa imobiliária fez um levantamento do valor de 
mercado de 16 residências do vilarejo Águas Claras com a intenção de 
estabelecer negócios na nova região. Na sua região de origem, os valores 
dos imóveis

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