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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1 2. MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA .............................................................................. 3 2.1 Motores Síncronos ......................................................................................................................... 3 2.2 Motores Assíncronos ...................................................................................................................... 4 2.2.1 Motores monofásicos ......................................................................................................... 5 2.2.2 Motores de indução trifásicos ............................................................................................ 6 3. ACIONAMENTO E CONTROLE DE MOTORES TRIFÁSICOS ............................................... 9 3.1 Dispositivos de partida ................................................................................................................... 9 3.1.1 Funções de partidas-motores ............................................................................................. 9 3.2 Função de Proteção ...................................................................................................................... 10 3.2.1 Seccionamento .................................................................................................................. 10 3.2.2 Proteção de curto-circuito ................................................................................................ 11 3.2.3 Proteção de sobrecarga .................................................................................................... 11 3.2.4 Comutação ......................................................................................................................... 12 3.2.5 Proteção adicional específica ........................................................................................... 12 3.3 Aparelhos de funções múltiplas ................................................................................................... 12 3.4 Normas aplicáveis ......................................................................................................................... 13 4. TIPOS DE PARTIDA DE MOTORES ASSÍNCRONOS........................................................... 13 4.1 Partida direta .................................................................................................................................. 14 4.2 Partida estrela-trângulo................................................................................................................. 15 4.3 Partida por autotransformador ou compensadora ..................................................................... 17 4.4 Soft-Start ........................................................................................................................................ 19 4.4.1 Soft-Start e conversores estáticos eletrônicos ............................................................... 21 4.4.2 Principais funções dos soft-start e dos conversores estáticos eletrônicos ................ 21 5. DIAGRAMA DE FORÇA E COMANDO PARTIDA DIRETA ................................................... 23 6. DIAGRAMA DE FORÇA E COMANDO PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO ......................... 24 7. DIAGRAMA DE FORÇA E COMANDO PARTIDA POR AUTOTRANSFORMADOR ........... 25 8. SIMBOLOGIA GRÁFICA ......................................................................................................... 26 9. SIMBOLOGIA LITERAL .......................................................................................................... 29 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 2 MOTORES ELÉTRICOS 1 INTRODUÇÃO Na natureza a energia se encontra distribuída sob diversas formas, tanto energia mecânica, térmica, luminosa e outras formas; no entanto a energia mecânica é a mais conhecida forma de energia e na qual o homem tem mais domínio. A energia mecânica, tal como ela está disponível na natureza é de difícil utilização prática, além de ser uma energia variável no tempo. Então, converte-se a energia mecânica em Energia Elétrica através das Máquinas Elétricas conhecidas como geradores. A energia elétrica possui as vantagens de ser uma energia limpa, de fácil transporte e de fácil manuseio, podendo ser reconvertida em energia térmica, luminosa, eletromagnética, e também em energia mecânica. Quem efetua esta última transformação são as Máquinas Elétricas conhecidas como motores. Então, o motor é um elemento de trabalho que converte energia elétrica em energia mecânica de rotação. Já o gerador é uma máquina que converte energia mecânica de rotação em energia elétrica. Num motor elétrico, distinguem-se essencialmente duas peças: o estator, conjunto de elementos fixados à carcaça da máquina, e o rotor, conjunto de elementos fixados em torno do eixo, internamente ao estator. O rotor é composto de: a) Eixo da Armadura: responsável pela transmissão de energia mecânica para fora do motor, pelo suporte dos elementos internos do rotor e pela fixação ao estator, por meio de rolamentos e mancais. b) Núcleo da Armadura: composta de lâminas de Fe-Si, isoladas umas das outras, com ranhuras axiais na sua periferia para a colocação dos enrolamentos da armadura. c) Enrolamento da Armadura: São bobinas isoladas entre si e eletricamente ligadas ao comutador. d) Comutador, consiste de um anel com segmentos de cobre isolados entre si, e eletricamente conectados às bobinas do enrolamento da armadura. O estator é composto de: a) Carcaça: serve de suporte ao rotor, aos pólos e de fechamento de caminho magnético. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 3 b) Enrolamento de campo: são bobinas que geram um campo magnético intenso nos pólos. c) Pó/os ou sapatas polares: distribui o fluxo magnético produzido pela bobinas de campo. d) Escovas: são barras de carvão e grafite que estão em contato permanente com o comutador. As máquinas elétricas possuem praticamente os mesmos elementos principais, porém com diferenças importantes entre eles. Às vezes a bobina de armadura está no estator e não no rotor, o mesmo acontecendo com a bobina de campo. Outras não possuem escovas, outros ainda não possuem bobina de armadura, e assim por diante. Porém, os nomes dados aos componentes da máquina são gerais e valem para a maioria das máquinas elétricas. Figura 1- Partes de um motor de CA De forma geral os motores elétricos são classificados em: Motores de Corrente Contínua Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 4 Motor Série Motor Paralelo Motor Composto ou Misto . Motores de Corrente Alternada Motores Síncronos Motores Assíncronos Motores Especiais Servomotores Motores de Passo Universais Todo o motor apresenta suas principais caraterísticas elétricas escrita sobre o mesmo ou em uma placa de identificação. Os principais dados elétricos são: tipo de motor, tensão nominal, corrente nominal, frequência, potência mecânica, velocidade nominal, esquema de ligação, grau de proteção, temperatura máxima de funcionamento,fator de serviço, etc.. 2 MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA Neste tipo de motor, o fluxo magnético do estator é gerado nas bobinas de campo pela corrente alternada da fonte de alimentação monofásica ou trifásica, portanto trata-se de um campo magnético cuja a intensidade varia continuamente e cuja polaridade é invertida periodicamente. Quanto ao rotor, há dois casos a considerar: 2.1 Motores Síncronos No motor síncrono, o rotor é constituído por um imã permanente ou bobinas alimentadas em corrente contínua mediante anéis coletores. Neste caso, o rotor gira com uma velocidade diretamente proporcional a frequência da corrente no estator e inversamente proporcional ao número de pólos magnéticos do motor. São motores de velocidade constante e constitui-se a sua principal aplicação. São utilizados somente para grandes potências devido ao seu alto custo de fabricação. A seguinte equação define a velocidade síncrona ns deste tipo de motor: Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 5 ns= 120 f / p Onde: ns: velocidade síncrono (rpm ) f: frequência da corrente do rotor ( Hz) p: número de pólos magnéticos do motor 2.2 Motores Assíncronos No motor assíncrono ou de indução, o rotor possui vários condutores conectados em curto-circuito no formato de uma "gaiola de esquilo", conforme mostra a figura 2. Figura 2- Rotor Gaiola de Esquilo O campo magnético variável no estator, induz correntes senoidais nos condutores da gaiola do rotor, figura 2. Estas correntes induzidas, por sua vez, criam um campo magnético no rotor que se opõe ao campo indutor do estator ( Lei de Lenz ). Como os pólos se mesmo nome se repelem, então há uma força no sentido de giro no rotor. O rotor gira com uma velocidade n um pouco inferior àvelocidade síncrona, isto é, a velocidade da corrente do campo. Como é um pouco inferior, diz que este motor é assíncrono, isto é, sem sincronia. Observe que este motor não consegue partir, isto é, acelerar desde a velocidade zero até a nominal. As forças que atuam nas barras curto-circuitas se opõem uma à outra, impedindo o giro. Então, na partida, utiliza-se uma bobina de campo auxiliar, defasada de 90 graus das bobinas de campo principais, que cria um campo magnético auxiliar na partida. Assim, o fluxo resultante inicial está defasado em relação ao eixo das abcissas, e produz um torque de giro ( par binário). Após a partida, não há mais a necessidade do enrolamento auxiliar, pois a própria inércia do rotor compõem forças tais que mantém o giro. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 6 Figura 3- Motor de Indução Monofásico de Dois Pólos A diferença em valores percentuais entre a velocidade síncrona e a velocidade do motor de indução, chamamos de escorregamento, simbolizada pela letra S. O escorregamento dos motores de indução é variável em função da carga a ser acionada pelo motor, ou seja, é mínimo a vazio ( sem carga ) e máximo com a carga nominal. O escorregamento S dos motores de indução é expresso através da seguinte equação: S= 100x ( ns – n) / ns Onde: n: velocidade do eixo do motor (rpm ) Nota-se através das duas últimas equações que a velocidade dos motores síncronos e assíncronos pode ser controlada através do ajuste do valor da frequência da corrente nas bobinas do estator. Este tipo de acionamento é realizado através de um conversor estático de frequência. Ao contrário dos motores síncronos e de corrente contínua; o motor assíncrono ou de indução é largamente utilizado nas indústrias pela sua simplicidade construtiva, pouca manutenção e baixo custo. Os motores de indução podem ser monofásicos ou trifásicos: 2.2.1 Motores de Indução Monofásicos É um motor elétrico de pequena ou média potência, geralmente menores que 5 CV. Para a produção do conjugado de partida o motor de indução monofásico necessita de Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 7 um segundo enrolamento de partida auxiliar ( Ea ) defasado de 90° construtivamente do enrolamento de trabalho ( Et), conforme mostra a figura 4. chave Centrífuga Figura 4 - Motor de Indução Monofásico O resultado da ação das correntes nos enrolamentos de trabalho e auxiliar é um campo magnético girante no estator, que faz o motor partir. Após a partida enrolamento auxiliar é desligado através de uma chave centrífuga que opera a cerca de 75% da velocidade síncrona. O conjugado de partida, neste caso, é moderado. Para aumentar o conjugado de partida é usado um capacitor ligado em série com o enrolamento auxiliar e a chave centrífuga. Esta técnica é utilizada para cargas de partida difícil, tais como: compressores, bombas, equipamentos de refrigeração, etc. O motor de indução monofásico comumente usados no Brasil apresenta seis terminais acessíveis, sendo quatro para os dois enrolamentos de trabalho Et (1,2,3 e 4), bobinas projetadas para tensão de 127 V, e dois para o circuito auxiliar de partida ( 5 e 6 ), também projetado para a tensão de 127 V. A figura 5 mostra o esquema de ligação do motor de indução monofásico para as tensões de alimentação de 127 e 220 V fase-neutro. a ) Ligação em Série para 220 V b) Ligação em Paralelo para 127 V Figura 5 - Esquemas de Ligação do Motor de Indução Monofásico Em alguns motores de baixa potência, o circuito auxiliar de partida é substituído por espiras curto-circuitadas, chamadas de bobinas de arraste. Neste caso, a máquina apresenta Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 8 dois ou quatro terminais para as bobinas de trabalho. Para a inversão do sentido de rotação no motor de indução monofásico basta inverter as conexões do circuito auxiliar, ou seja, trocar o terminal 5 pelo 6. No motor com bobina de arraste não é possível inverter o sentido de rotação. 2.2.2 Motores de Indução Trifásicos É um motor elétrico de pequena, média ou grande potência que não necessita de circuito auxiliar de partida, ou seja, é mais simples, menor, e mais leve que o motor de indução monofásico de mesma potência, por isso apresenta um custo menor. A figura abaixo mostra o princípio de funcionamento do campo girante. Figura 6 - Princípio de funcionamento do motor trifásico Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 9 O motor de indução trifásico comumente usado no Brasil apresenta seis terminais acessíveis, dois para cada enrolamento de trabalho Et e, a tensão de alimentação destas bobinas é projetada para 220V. Para o sistema de alimentação 220/127V-60Hz este motor deve ser ligado em delta e para o sistema 380/220V/60Hz o motor deve ser ligado em estrela conforme mostra a figura 7. Ligação em Delta A - 220 V Ligação em Estrela Y - 380 V Figura 7 - Esquemas de Ligação do Motor de Indução Trifásico Para a inversão no sentido de rotação nos motores de indução trifásicos basta inverter duas das conexões do motor com as fontes de alimentação. A potência elétrica Pe absorvida da rede para o funcionamento do motor é maior que a potência mecânica Pm fornecida no eixoespecificado pelo fabricante, pois existe um determinado rendimento η do motor a ser considerado, isto é: A potência mecânica no eixo Pu do motor ( em W ) está relacionada com o momento de torção M ou conjugado ( em N.m ) e com a velocidade do rotor n ( em rpm ) através da seguinte operação. A figura 8 nos mostra as curvas do torque do motor, torque da carga e da corrente Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 10 absorvida pelo mesmo em função da velocidade do rotor. Figura 8- Torque e Corrente de um Motor de Indução Trifásico Sem acionar nenhuma carga no eixo, a vazio, o motor fornece uma pequena potência mecânica somente para vencer o atrito por ventilação e nos mancais. O torque do motor neste caso é próximo de zero, a corrente Io também é mínima e a velocidade do rotor é máxima no, mas inferior a velocidade síncrona ns. O motor ao acionar uma carga nominal em seu eixo a corrente aumenta para o valor nominal In e a velocidade diminui até o valor nominal nN onde temos a igualdade de torque, isto é, torque do motor é igual ao torque de carga. Podemos aumentar a carga no eixo do motor (torque de carga ) além da carga nominal, procedimento que compromete a vida útil da máquina, até o ponto onde o torque do motor é máximo MM e, a velocidade do motor irá diminuir para nk e a corrente irá aumentar para Ik. Observe que na partida, velocidade igual a zero, o motor de indução absorve uma corrente muito elevada, Ip, da ordem de até oito vezes a corrente In e seu torque de partida é baixo Mp dificultando com isso o acionamento de cargas que necessitam de um alto torque para partirem, como por exemplo: esteiras transportadoras carregadas. 3 ACIONAMENTO E CONTROLE DE MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS Em caso de curto-circuito, algum dano nem risco de soldagem não é aceito sobre a Torque da carga Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 11 aparelhagem constituindo a partida, esta que permite reiniciar o serviço a partida que diz respeito após eliminação do curto-circuito. A continuidade do fornecimento de energia em uma instalação elétrica pode ser mais (ou menos) assegurada por um arranjo razoavelmente sofisticado dos circuitos e pelo emprego de dispositivos de proteçâo contra curtos-circuitos mais (ou menos) rápidos, seguros e religáveis rapidamente. 3.1 Dispositivos de partida de motores elétricos 3.1.1 Funções de partidas- motores Um circuito que alimenta um motor pode incluir um, dois, três ou quatro elementos de chaveamento ou controle, preenchendo uma ou mais funções. Quando vários elementos forem utilizados, eles devem ser coordenados para garantir uma operação otimizada do motor. A proteçâo de um motor envolve alguns parâmetros que dependem: • da aplicação (tipo de máquina acionada, segurança de operação, frequência de partidas, etc.); • do nível de continuidade de serviço imposto pela carga ou pela aplicação; • dos padrões aplicáveis para assegurar a proteçâo de vida e património. As funções elétricas necessárias são de natureza muito diferentes: • proteçâo (destinada a sobrecargas de motores); • controle (geralmente com elevados níveis de durabilidade); • isolaçâo. 3.2 Funções de proteção Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 12 3.2.1 Seccionamento Toda intervenção sobre um equipamento elétrico deve se fazer fora de tensão. O seccionamento consiste em assegurar a colocação fora de tensão de toda ou parte de uma instalação ou uma parte de toda fonte de energia elétrica, por razões de segurança. É obrigatório na origem de toda instalação e de todo circuito. O dispositivo que assegura esta função deve permitir: • a separação dos circuitos de fontes de energia, • uma interrupção homopolar, • tanto que possível uma condenação na posição "aberto", • uma interrupção plenamente aparente visível, ou uma indicação "aberto" se todos os contatos estão efetivamente abertos e separados pela distância assegurando a realização dielétrica prescrita. Esta função de seccionamento pode ser realizada por meio de: • seccionadores, • interruptores-seccionadores, • disjuntores e contatores-disjuntores, são conhecidos de maneira a ser aptos ao seccionamento. Isolar o circuito do motor antes de operações de manutenção. 3.2.2 Proteção de curto-circuito Um curto-circuito é uma relação direta de dois pontos em potenciais diferentes. É um incidente que necessita detectar o mais repidamente possível afim de barrar sua propagação, o risco mais grave é o incêndio. Os dispositivos de proteção devem detectar o curto-circuito e interromper o circuito muito rapidamente, se possível antes que a corrente não atinja seu valor máximo. Estes dispositivos podem ser; • fusíveis, • disjuntores, • aparelhos assegurando igualmente outras funções como os disjuntores-motores e os coníatores-disjuntores. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 13 Proteger o dispositivo de partida e os cabos contra sobrecorrentes elevadas (> 10 In). Este tipo de proteção é fornecido por um disjuntor. Curto-circuito com Impedância (10 < l < 50 In) Deterioração da isolaçâo do enrolamento do motor é a causa principal. Curto-circuito (l > 50 In) Este tipo de falta é relativamente raro. Pode ocorrer por um erro de conexão durante a manutenção. 3.2.3 Proteção de sobrecarga A sobrecarga é o defeito mais frequente das máquinas. Ele se manifesta por um aumento da corrente absorvida pelo motor e por efeitos térmicos. Uma ultrapassagem da temperatura limite de funcionamento de um motor, reduz sua duração de vida e pode o destruir. É importante rever rapidamente as condições de funcionamento normais para: • otimizar a duração de vida dos motores proibindo seu funcionamento nas condições anormais de aquecimento, • poder partir novamente assim que possível após um.disparo e nas melhores condições de segurança para as pessoas e os equipamentos. Segundo o nível de proteção desejada, é realizada por: • relês térmicos em bilâmina, • relês de máxima corrente, • relês eletrônicos com proteções complementares opcionais ou integradas, • aparelhos assegurando igualmente outras funções como os disjuntores-motores e os contatores-disjuntores. Protege o dispositivo de partida e os cabos contra sobrecorrentes menores (< 10 In). 3.2.4 Comutação A lista de comutação é estabelecer e interromper a alimentação dos receptores. Esta função, geralmente realizada por meio de contatores eletromagnéticos, pode Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 14 também ser por contatores estáticos ou por aparelhos assegurando igualmente outras funções como os disjuntores-motores e os contatores-disjuntores. Na maioria dos casos, para facilitar a exploração e o trabalho do operador que se encontra afastado dos órgãos de potência, é necessário recorrer ao comando à distância. Este implica um relatório da ação empenhada seja por aparelhos luminosos, seja por utilização de um segundo aparelho. Estes circuitos elétricos complementares funcionam com ajuda de contatos auxiliares incorporados aos contatores,aos relês de automatismo ou contidos em blocos aditivos que se montam sobre contatores e os contatores auxiliares. 3.2.5 Proteção adicional específica • Proteção de falta limitante (durante o funcionamento do motor), • Proteção de falta preventiva (monitoraçâo da isolaçâo do motor, com o motor desligado). 3.3 Aparelhos de funções múltiplas Os aparelhos de funções múltiplas reúnem num mesmo produto a totalidade ou uma parte das quatro funções básicas de um dispositivo de partida de motor. Este arranjo apresenta inúmeras vantagens: • simplificação ou mesmo eliminação dos problemas de coordenação, • redução de volume dos equipamentos, • simplificação da fiação, • facilidade de reparo e de manutenção, • redução do estoque de peças de reserva. 3.4 Normas aplicáveis Um circuito que alimenta um motor deve estar conforme as regras gerais estabelecidas no padrão IEC 947-4-1, e em particular com aquelas relativas a contatores, acionamentos de motores e suas proteções, como estipulado na IEC 947-4-1, destacando-se: • coordenação dos componentes do circuito do motor, • classes de desligamento para relês térmicos, • categorias de utilização de contatores, • coordenação da isolaçâo. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 15 4. TIPOS DE PARTIDA DE MOTORES ASSÍNCRONOS Quando um motor é colocado em funcionamento, a corrente exigida (da rede) é aumentada e pode, sobretudo se a seção do condutor de alimentação for insuficiente, provocar uma queda de tensão susceptível de afetar o funcionamento das cargas. Por vezes, esta queda de tensão é tal, que é perceptível nos aparelhos de iluminação. Para evitar estes inconvenientes, os regulamentos de instalações de algumas concessionárias proíbem, acima de uma determinada potência, a utilização de motores com partida direta. Outros limitam-se a impor, em função da potência dos motores, a relação entre a corrente de partida e a corrente nominal. O motor de rotor em curto-circuito é o único que pode ser ligado diretamente à rede, por intermédio de aparelhos simples. Apenas as extremidades dos enrolamentos do estator estão disponíveis na placa de terminais. Uma vez que as características do rotor são determinadas. Uma vez que as características do rotor são determinadas pelo fabricante, os diversos processos de partida consistem essencialmente em fazer variar a tensão nos terminais do estator. Neste tipo de motor, com frequência constante, a redução do pico de corrente é acompanhada automaticamente de uma forteredução do conjugado. 4.1 Partida direta É o modo de partida mais simples, com o estator ligado diretamente à rede. O motor parte com as suas características naturais. No momento da colocação em funcionamento, o motor comporta-se como um transformador em que o secundário, constituído pela gaiola do rotor, muito pouco resistiva, está em curto-circuito. A corrente induzida no rotor é elevada. Sendo as correntes primária e secundária sensivelmente proporcionais, o pico de corrente resultante é elevado; l partida = 0,5 a 1,5 I nominal. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 16 O conjugado de partida é, em média; C partida = 0,5 a 1,5 C nominal. Apesar das suas vantagens (aparelhagem simples, conjugado de partida elevado, partida rápida, preço baixo), a partida direta só é interessante nos casos em que: • a potência do motor é baixa, relativamente à potência disponível na rede, de modo a limitar as perturbações originadas pelo pico de corrente, • a máquina movimentada não necessita de uma aceleração progressiva e está equipada com um dispositivo mecânico (redutor, por exemplo) que evita uma partida muito rápida, • o conjugado de partida tem que ser elevado, Em contrapartida, sempre que: • a corrente exigida possa perturbar o bom funcionamento de outros aparelhos ligados ao mesmo circuito, provocado pela queda de tensão que ela causa, • a máquina não aguente golpes mecânicos, • o conforto ou a segurança dos usuários sejam considerados (caso das escadas rolantes, por exemplo), torna-se necessário utilizar um artificio para diminuir a corrente exigida ou o conjugado de partida. O processo mais usado consiste em partir o motor sob tensão reduzida. De fato, uma variação da tensão de alimentação tem as seguintes consequências: • a corrente de partida varia proporcionalmente à tensão de alimentação, • o conjugado de partida vaira proporcionalmente ao quadrado da tensão de alimentação. Exemplo: se a tensão for dividida por 3, a corrente é sensivelmente dividida por 3, e o conjugado é dividido por 3. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 17 Figura 9 - Partida direta 4.2 Partida estrela-triângulo Este processo de partida só pode ser utilizado num motor em que as duas extremidades de cada um dos três enrolamentos estatóricos estejam ligadas à placa de terminais. Por outro lado, o enrolamento deve ser feito de tal modo que a ligação triângulo corresponda à tensão da rede; por exemplo, para uma rede trifásica de 380 V, é necessário um motor bobinado em 380 V triângulo e 660 V estrela. O principio consiste em partir o motor ligando os enrolamentos em estrela à tensão da rede, o que é o mesmo que dividir a tensão nominal do motor em estrela por 3 (no exemplo dado acima, tenão da rede 380 V = 660 V/3). O pico de corrente de partida é dividida por 3: la= 1,5 a 2,6 In Efetivamente, um motor 380 V/ 660 V ligado em estrela à tensão nominal de 660 V absorve uma corrente 3 vezes menor do que em ligação triângulo a 380 V. Sendo a ligação estrela feita a 380 V, a corrente é novamente dividida por 3, logo, no total, por 3. Uma vez que o conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, ele próprio também é dividido por 3: Ca = 0,2 a 0,5 Cn A velocidade do motor estabiliza quando os conjugados motor e resistente se equilibram, geralmente entre 75 e 85% da velocidade nominal. Os enrolamentos são então ligados em triângulo e o motor recupera as suas características nominais. A passagem da ligação estrela à ligação triângulo é controlada por um temporizador. O fechamento do contator triângulo se dá com um atraso de 30 a 50 milisegundos, após a abertura do contator estrela, o que evita um curto-circuito entre fases, uma vez que os dois contatores não podem ficar fechados simultaneamente. A corrente que atravessa os enrolamentos é interrompida pela abertura do contator estrela. Volta a estabelecer-se quando o contator triângulo fecha. Esta passagem para triângulo fecha. Esta passagem para triângulo é acompanhada de um pico de corrente transitória muito Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 18 curto, mas muito elevado, devida à força contra-eletromotriz do motor. A partida estrela-triângulo é indicada para as máquinas que tem baixo conjugado resistente, ou que partem em vazio. Em virtude do regime transitório no momento da ligação triângulo, pode ser necessário, acima de uma determinada potência, utilizar uma variante para limitar estes fenómenos transitórios: • temporização de 1 a 2 segundos na passagem estrela-triângulo. Esta temporização permite uma diminuição da força contra-eletromotriz, logodo pico de corrente transitória. Esta variante só pode ser utilizada se a máquina tem inércia suficiente para evitar uma desaceleração excessiva durantea temporização. • partida em 3 tempos: estrela-triângulo+resistêncla-triângulo. O desligamento subexiste, mas a resistência, ligada em série durante cerca de três segundos com os enrolamentos ligados em triângulo, reduz o pico de corrente transitória. • partida estrela-triângulo+resistência-triângulo sem desligamento. A resistência é ligada emsérie com os enrolamentos, imediatamente antes da abertura do contator estrela. Evita-se assim a interrupção da corrente e portanto o aparecimento de fenómenos transitórios, A utilização destas variantes exige a aplicação de componentes suplementares, o que pode ter como consequência um aumento considerável do custo de instalação. A utilização de um dispositivo estático do tipo Altistart pode ser, em muitos casos, uma boa solução. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 19 Figura 9 - Curvas em partida estrela-triângulo 4.3 Partida por autotransformador ou compensadora O motor é alimentado a tensão reduzida através de um autotransformador, que é desligado do circuito no final da partida. A partida é feita em três tempos: • no primeiro tempo, o autotranformador é ligado primeiro em estrela e em seguida o motor é ligado à rede, por intermédio de uma parte dos enrolamentos do autotransformador. A partida é feita com uma tensão reduzida, que é função da relação de transformação. O autotransformador está geralmente equipado com derivações, que permitem escolher a relação de transformação e, portanto, o valor da tensão reduzida mais apropriado. • antes de passar à ligação a tensão plena, a ligação em estrela é aberta. A fração do enrolamento ligada à rede constitui então uma indutância ligada em série como o motor. Esta operação é realizada quando se atinge a velocidade de equilíbrio, no final do primeiro tempo. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 20 • a ligação à plena tensão é feita após o segundo tempo, que geralmente é muito curto (uma fração de segundo). As indutâncias ligadas em série com o motor são curto-circuitadas e em seguida o autotransformador é desligado do circuito. A corrente e o conjugado de partida variam nas mesmas proporções. Dividem-se por (U rede / U reduzida)2. Obtêm-se os seguintes valores; la= 1,7 a 4 In Ca = 0,5 a 0,85 Cn A partida é feita sem interrupção da corrente no motor. Assim, evitam-se os fenómenos transitórios resultantes da interrupção. Podem, no entanto, produzir-se fenómenos transitórios da mesma natureza no momento da ligação à tensão plena, se não forem tomadas certas precauções. De fato, o valor da indutância ligada em série com o motor após a abertura da ligação estrela é elevado, relativamente ao do motor. Dai resulta uma queda de tensão elevada, que provoca um pico de corrente transitória no momento da ligação a plena tensão. Para evitar este incoveniente, no circuito magnético do autotransformador existe um entreferro, cuja presença dá lugar a uma diminuição do valor da indutância. Este valor é calculado de tal modo que, no momento da abertura da ligação estrela, no segundo tempo, não há variação de tensão nos terminais do motor. A presença do entreferro tem como consequência um aumento da corrente magnetizante do autotranformador, que aumenta a corrente exigida na rede durante o primeiro tempo de arranque. Este modo de partida é geralmente utilizado para motores com potência superior a 10 kW. Implica, no entanto, no emprego de equipamentos relativamente caros, devido ao preço elevado do autotranformador. Corrente de partida Conjugado partida Figura 11 - Curva em partida por autotransformador Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 21 Figura 12 - Parida por autotransformador 4.4 Soft-Start (partida progressiva) A alimentação do motor, quando é colocado em funcionamento, é feita por aumento progressivo da tensão, o que permite uma partida sem golpes e reduz o pico de corrente. Este resultado obtém-se por intermédio de um conversor com tiristores, montados 2 a 2 em cada fase da rede. A subida progressiva da tensão de saída pode ser controlada pela rampa de aceleração ou dependente do valor da corrente de limitação, ou ligada a estes dois parâmetros. Um conversor estático do tipo Altistart é um regulador com 6 tiristores, que é utilizado para partida e parada progressivas de motores trifásicos de rotor em curto-circuito. Assegura: • o controle das características de funcionamento, principalmente durante os períodos de partida e parada, • a proteção térmica do motor e do controlador, • a proteção mecânica da máquina movimentada, por supressão dos golpes e redução da corrente de partida. Permite partir todos os motores assíncronos. Pode ser curto-circuitado no final da partida Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 22 por um contator, mantendo o controle do cricuito de comando. Além do controle da partida, permite ainda: • va desaceleração progressiva, • a parada com frenagem. Figura13 - ATS46 Figura 14 - Curva conjugado/velocidade em partida sort-start Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 23 Figura15 - Curva corrente/velocidade em partida soft-start 4.4.1 Soft-Start e conversores estáticos eletrônicos O comando de motores elétricos por aparelhos tipo "tudo ou nada" é uma solução apropriada para o funcionamento de uma grande variedade de máquinas. Têm, no entanto, algumas limitações que podem torná-los incovenientes para certas aplicações: • elevação de corrente na partida que pode perturbar o funcionamento de outros aparelhos ligados à rede. • golpes mecânicos no momento das partidas e paradas prejudiciais para a máquina, ou para o conforto e segurança dos usuários. • funcionamento a velocidade constante. Os soft-start e conversores estáticos eletrônicos eliminam estes inconvenientes. Destinados ao comando de motores de corrente contínua e corrente alternada, asseguram a aceleração e a desaceleraçâo progressivas e permitem uma adaptação rigorosa da velocidade às condições de operação. Conforme o tipo de motor, os acionamentos utilizados são do tipo conversor de corrente continua, conversor de frequência ou regulador de tensão. 4.4.2 Principais funções dos soft-start e dos conversores estáticos eletrônicos Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 24 Aceleração controlada A aceleração do motor é controlada por meio de uma rampa de aceleração linear ou em S. Esta rampa é geralmente regulável, permitindo variar o tempo de aceleração. Variação de velocidade A velocidade do motor é definida por uma grandeza de entrada (tensão ou corrente) chamada referência. Para um dado valor de referência, esta velocidade pode variar em função das perturbações (variaçõesda tensão de alimentação, da carga, ou da temperatura). A gama de velocidade exprime-se em função da velocidade nominal. Regulação de velocidade Um regulador de velocidade é um variador dependente. Possui um sistema de comando com amplificação de potência e uma realimentação. É chamado de malha fechada. A velocidade do motor é definida por uma referência. O valor da referência é comparado permanentemente com um sinal de retomo, imagem da velocidade do motor. Este sinal é geralmente emitido por um tacogerador ou por um gerador de impulsos montado na extremidade do eixo do motor. Se, devido a uma variação da velocidade, for detectado um desvio, o valor da referência é corrigido automaticamente de forma que a velocidade retorne o seu valor inicial. Graças à regulação, a velocidade é praticamente insensível às perturbações. A precisão de um regulador exprime-se geralmente em % do valor nominal da grandeza a regular Desaceleraçâo controlada Quando se desliga um motor, a sua desaceleração é determinada unicamente pelo conjugado resistente da máquina (desaceleraçâo natural). Os dispositivos de partida e os conversores eletrônicos permitem controlar a desaceleraçâo por meio de uma rampa linear ou em S, geralmente independente da rampa de aceleração. A rampa pode ser regulada de forma a obter um tempo de passagem da velocidade em regime permanente a uma velocidade intermediária ou nula: • inferior ao tempo de desaceleraçâo natural o motor tem de desenvolver um conjugado Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 25 resistente que vem se somar ao conjugado resistente da máquina. • superior ao tempo de desaceleraçâo natural o motor tem de desenvolver um conjugado motor inferior ao Iorque resistente da máquina. Inversão do sentido de rotação Pode ser comandada com o motor parado após desaceleração sem frenagem elétrica, ou com frenagem elétrica para se obter uma desaceleração e uma inversão rápida. Proteções integradas Os conversores modernos asseguram geralmente a proteção térmica dos motores e a sua própria proteção. A partir da medição da corrente, um microprocessador calcula a elevação de temperatura do motor e emite um sinal de alarme ou de desligamento em caso de aquecimento excessivo. Os inversores de frequência estão, na maior parte das vezes, equipados com proteções contra: • curto-circuitos entre fases e entre fase e terra, • sobretensões e quedas de tensão. 5. DIAGRAMA DE FORÇA E DE COMANDO DE UMA PARTIDA DIRETA Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 26 6. DIAGRAMA DE FORÇA E DE COMANDO DE UMA PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO S1 S2 H1 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 27 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 28 7. DIAGRAMA DE FORÇA E DE COMANDO DE UMA PARTIDA COMPENSADORA Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 29 8. SIMBOLOGIA GRÁFICA Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 30 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 31 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 32 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Acionamentos Industriais 33 9. SIMBOLOGIA LITERAL
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