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Universidade Federal Rural do Semi-Árido Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais Disciplina: Química Geral I Profa: Paula Valença QUÍMICA GERAL (60 horas) Ementa: Estrutura atômica e classificação periódica dos elementos; Ligação química; Funções Inorgânicas; Reações químicas e cálculo estequiométrico; Soluções; Gases, Termoquímica; Cinética Química; Equilíbrio Químico. BIBLIOGRAFIA BROWN, LeMay e Bursten. Química: Ciência Central. 9a ed. São Paulo: Pearson, 2007. ATKINS e JONES. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3a. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. RUSSEL, J.B. Química Geral. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1995. Vol. I e II. MAHAN, Bruce M. e MYERS, Rollie J. Química: um curso universitário. 4a. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. 582 p. KOTZ, J.C.; TREICHEL, P.M.; WEAVER, G.C. Química Geral e Reações Químicas. Vol. 1. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA AVALIAÇÕES • 1ª Avaliação: 29/06/18 • 2ª Avaliação: 03/08/18 • 3ª Avaliação:05/09/18 • Reposição:12/09/18 • 4ª Avaliação: 14/09/18 Pro f ª : Pau la Kathe r ine L . S . Va lença paula@ufe rsa .edu.br O ÁTOMO Universidade Federal Rural do Semi-Árido Departamento de Engenharia e Tecnologia Disciplina: Química Geral I ATOMISMO FILOSÓFICO CULTURA GREGA • Leucipo de Mileto (450 a.C.) Afirmava que deveria existir uma partícula fundamental tão pequena que não poderia ser dividida. • Demócrito de Abdera (470-390 a.C) • Batizou a partícula fundamental de Leucipo de átomo; • Tentou explicar inclusive funções orgânicas básicas, como o ato de pensar sendo um movimento dos átomos; • Foi largamente combatido. ATOMISMO FILOSÓFICO CULTURA GREGA • Aristóteles (384 a 322 a.C) • Defendia a continuidade da matéria; • Para ele, a matéria pode ser dividida infinitamente, sendo sempre possível fazer uma nova divisão. • Suas idéias prevaleceram até o século XVI. ATOMISMO FILOSÓFICO CULTURA GREGA MODELOS ATÔMICOS Dalton (1803) – Modelo da bola de bilhar • Lei das Proporc ̧o ̃es Múltiplas • Quando dois elementos distintos formam 2 ou mais substâncias compostas, se a massa de um deles permanecer fixa, a do outro irá variar numa relação de números inteiros e pequenos • Exemplo: Nitrogênio e Oxigênio se combinam para formar: N2O, N2O2, N2O3,,etc. • Thomson (1897) – Modelo do “pudim de passas” • A ̀ medida que os cientistas começaram a desenvolver métodos para uma investigaça ̃o mais detalhada da natureza da mate ́ria, o a ́tomo, que se supunha INDIVISÍVEL, começou a mostrar sinais de ser uma estrutura mais complexa. • A ́tomos sa ̃o compostos por parti ́culas sub- ato ̂micas: parti ́culas (+) e (-); • Raios cato ́dicos: • Raios catódicos (Surgiu no cátodo) • Desviados por campos elétricos -> carga elétrica. • Seriam radiações ou partículas? MODELOS ATÔMICOS Thomsom (1897) – Tubos de raios catódicos • e e m, carga e massa do elétron; • k e k’, constantes definidas pelas características do aparelho; • x e y são os desvios do feixe de elétron, sobre a ação de cada campo aplicado. MODELOS ATÔMICOS Thomsom (1897) – Proporção carga-massa do elétron MODELOS ATÔMICOS Millikan (1909) – Experimento da gota de óleo MASSA E CARGA DO ELÉTRON • q, r, u’ e d, respectivamente, carga, raio, velocidade e densidade das gotículas de óleo; • h, viscosidade do ar; • g, aceleração da gravidade; • E, intensidade do campo aplicado. Carga com múltiplos de -1,60 x 10-19 C me = 9,1 x 10 -31 Kg MODELOS ATÔMICOS- THOMSON Como o átomo no estado normal é neutro, deveria haver uma quantidade igual de elétrons (carga negativa) e de carga positiva. A carga positiva se encontrava diluída e seria a maior parte do átomo e responsável por toda a sua massa praticamente PUDIM DE PASSAS RADIOATIVIDADE - RUTHERFORD Experimentos de Rutherford revelaram 3 tipos de radiações: β, γ e a; • β são elétrons em alta velocidade e podem ser consideradas o análogo radioativo dos raios catódicos (carga: – 1); • As partículas α têm cargas positivas e são atraídas pela placa negativa (carga: +2); • γ não consiste de partículas e não possui carga. EXPERIMENTO DE RUTHERFORD ÁTOMO DE RUTHERFORD (1911) Núcleo de carga positiva (constituído por prótons e nêutrons assim por ele denominadas) que continha praticamente toda a massa do átomo.Elétrons com cargas negativas girando ao redor do núcleo em trajetórias circulares. Conhecido como modelo “Planetário” Explicava o resultado do experimento das partículas α INCONSISTÊNCIAS DO MODELO DE RUTHERFORD NATUREZA ONDULATÓRIA DA LUZ • Após o se ́culo XIX, o desenvolvimento do modelo atômico passou a se fundamentar mais em estudos sobre a luz emitida ou absorvida pelos materiais. • • A luz visi ́vel (a olho nu) e ́ um tipo de radiaça ̃o eletromagne ́tica. • Portanto, transporta energia pelo espaço, sendo conhecida como energia radiante. • Existem outros tipos de radiaça ̃o eletroma ́gnética. (Ex.: infravermelho, raios X etc.) • Todos os tipos de radiaça ̃o eletromagne ́tica movem-se no va ́cuo a uma velocidade (c) de 3,00 x 108 m/s. NATUREZA ONDULATÓRIA DA LUZ c=λ x ν Velocidade da luz Comprimento de onda frequência NATUREZA ONDULATÓRIA DA LUZ • A radiação eletromagnética se movimenta através do vácuo com uma velocidade de 3,00 x 108 m/s. ESPECTRO ELETROMEGNÉTICO A radiação visível tem comprimentos de onda entre 400 nm (violeta) e 750 nm (vermelho). ESPECTRO ELETROMEGNÉTICO Todo composto químico, quando levado à chama emite luz com cor característica. Por exemplo, na figura abaixo podem ser vistas as cores para diversos compostos metálicos quando levados à chama. ESPECTRO DE LINHAS A radiação que varre uma matriz completa de diferentes comprimentos de onda é chamada de contínua. A luz branca pode ser separada em um espectro contínuo de cores. O espectro descontinuo de cada elemento serve para identificá-lo e cada uma das linhas ou raias é caracterizado por um λ (comprimento de onda. Comprimento de onda (nm) 400 500 600 Espectro de linhas • Bohr observou o espectro de linhas de determinados elementos e admitiu que a luz emitida por substâncias químicas quando levadas à chama ou sob efeito de um campo elétrico, ocorre porque os elétrons absorvem energia (térmica ou elétrica) e depois emitem a energia recebida na forma de luz. O modelo de Bohr • As cores de gases excitados surgem devido ao movimento dos elétrons entre os estados de energia no átomo. O modelo de Bohr O modelo de Bohr De acordo com o modelo de Bohr, o elétron no átomo de hidrogênio percorre uma órbita circular de raio r, concêntrica em relação ao núcleo. Ele admitiu ainda, que o núcleo consiste de um único próton, cuja massa era muito superior à do elétron. Neste caso, pode-se considerar que o centro de massa do átomo esteja em cima do núcleo, isto é, toda a massa do átomo está centrada no núcleo. O modelo de Bohr • Após muita matemática, Bohr mostrou que a energia de cada orbita é dada por: onde n é o número quântico principal (por exemplo, n = 1, 2, 3, … e nada mais). ( ) −= − 2 18 1 J 1018.2 n E O modelo de Bohr O novo modelo de Bohr pode ser resumido nos seguintes postulados: 1. Um elétron descreve órbitas circulares ao redor do núcleo; 2. As orbitas diferem entre si pelo raio e pela quantidade de energia; 3. Um elétron pode encontrar-se em uma série limitada de orbitais; 4. A passagem de um elétron de uma orbita para outra envolve absorção ou emissão de energia, conformeo elétrons se mova para a órbita mais externa ou mais interna, respectivamente; 5. Enquanto permanecer em uma orbita, o elétrons é dito estacionário e não emite energia; 6. Cada órbita é caracterizada por um número quântico(n), que pode assumir valores inteiros(1,2,3,....). O modelo de Bohr O modelo de Bohr COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Louis De Broglie (1924) • Ele propôs que a matéria em movimento apresentava comportamento corpuscular e ondulatório, ou seja, tinha comportamento dualístico, onda-partícula. COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Ele estabeleceu que toda partícula tem um comprimento de onda associado que estariam relacionados pela equação: m é a massa da partícula; v é a velocidade da partícula; p é o momento da partícula. O PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG • Quando se descreve a trajetória de uma partícula móvel, deve- se determinar a sua posição e velocidade. Para partículas macroscópicas, como uma bola ou um carro, facilmente encontram-se instrumentos de medida que podem determinar essas grandezas com excelentes aproximações. • No entanto, tratando-se de partículas subatômicas, esta determinação torna-se extremamente complicada. • Com essa dedução, Heisenberg, em 1925, postulou que é impossível determinar simultaneamente a posição e a velocidade do elétron. Em outras palavras, pode-se dizer que não é possível descrever a trajetória dos elétrons. COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Essa relação ficou conhecida como princípio da incerteza de Heisenberg, e é expressa pela equação: COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Essa relação ficou conhecida como princípio da incerteza de Heisenberg, e é expressa pela equação: A EQUAÇÃO DE SCHRODINGER E O CONCEITO DE ORBITAIS • Para explicar o caráter ondulatório do elétron proposto por De Broglie e o princípio da incerteza de Heisenberg em 1926, Erwin Schrödinger sugeriu uma nova mecânica quântica. • A mecânica quântica estabelece que só é possível estudar o comportamento de sistemas microscópicos em termos de“probabilidades”. Assim, a região de maior probabilidade de se encontrar um elétron, é o orbital atômico, passando esses sistemas a serem descritos por uma função de onda, representada pela letra grega Ψ (Psi). COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Em 1926, Erwin Schrödinger formulou uma equação de onda para descrever o comportamento de sistemas microscópicos, em que considerava o comportamento dualístico de uma partícula se movimentando em três dimensões. A equação proposta é : COMPORTAMENTO ONDULATÓRIO DA MATÉRIA • Calculando as soluções possíveis para essa equação e plotando em um gráfico, serão obtidas as posições com probabilidade de conter o elétron. Essa região é então chamada de orbital. Orbital é então definido como a região geométrica em que existe uma grande probabilidade de se encontrar um elétron. Conceito atômico atual Conceito atômico atual ✓Pode-se imaginar um átomo como uma partícula com duas regiões diferentes: o núcleo, no qual encontramos prótons e neutros, e a eletrosfera, na qual estão os elétrons conforme figura a seguir. Em azul claro está representada a eletrosfera, na ficam os elétrons (círculos azuis). Os prótons (círculos vermelhos) e os nêutrons (círculos pretos) encontram-se no núcleo. Conceito atômico atual Costuma-se representar um elemento químico (X) em termos de duas grandezas: o número atômico (Z) e a massa atômica (A), juntamente com o símbolo do elemento, conforme esquema a seguir. XAZ ✓O número atômico representa o número de prótons que o átomo possui; ✓A massa atômica representa a massa total do átomo, ou seja, basicamente a soma do número de prótons e de nêutrons, expressa em u.m.a.. ✓A diferença entre a massa atômica e o número atômico é igual ao número de nêutrons no núcleo. Conceito atômico atual Por convenção, a massa atômica aparece sempre escrito como índice superior no lado esquerdo do símbolo atômico e o número atômico como sub índice também no lado esquerdo. Como por exemplo: O significa que o átomo de carbono tem numero atômico a 6 (6 prótons) e massa atômica igual a 12 (6 prótons + 6 nêutrons). CeHeLi 126 4 2 7 3 , C126 Conceito atômico atual Isótopos Todos os isótopos de um átomo têm em comum o número atômico (Z) e consequentemente o mesmo número de elétrons, produzindo assim uma carga total nula. Eles diferem uns dos outros apenas pela massa atômica. O O O Conceito atômico atual Isóbaros São átomos com a mesma massa atômica (A), mas com diferentes números de prótons (elementos diferentes). Conceito atômico atual Isótonos São átomos que possuem a mesma diferença entre a massa atômica(A) e o número atômico (Z). Eles possuem, portanto, o mesmo número de nêutrons (n). OS NÚMEROS QUÂNTICOS • Número quântico principal (n): indica o nível de energia do elétron no átomo. Entre os átomos conhecidos em seus estados fundamentais, n varia de 1 a 7. • Ele representa os níveis de energia permitidos para o átomo e determina o tamanho do orbital. Quanto maior o n, maiores serão a energia e o tamanho do orbital. OS NÚMEROS QUÂNTICOS • Número quântico secundário ou azimutal (l): Indica a forma do orbital. Para um dado (n), l pode assumir valores inteiros de 0 até (n-1). • Por exemplo, para n=4, l assume os valores de 0,1,2, e 3. • Esse número quântico corresponde a uma subcamada de energia e aparece designado pelas letras s (l=0), p(l=1), d(l=2), f(l=3), ... • Exemplo: • n= 2 e l=1 • n=4 e l=0 OS NÚMEROS QUÂNTICOS • Número quântico magnético (ml): este número quântico fornece a orientação do orbital no espaço, não influenciado no seu tamanho ou forma. Esse número quântico assume valores de –l ate l, incluindo o zero. Haverá sempre 2l+ 1 valores possíveis para este número quântico. ORBITAIS ATÔMICOS • l = 0 : corresponde ao subnível s, onde existe somente uma orientação (ml = 0), Subnível s: possui forma esférica e portanto apenas uma orientação. ORBITAIS ATÔMICOS • l = 1 : corresponde ao subnível p, onde existem três orientações permitidas, que surgem em decorrência dos três valores de ml (+1, 0, -1). Os três orbitais p são denominados px, py e pz e são orientados de acordo com os três eixos cartesianos (x, y e z). • Todos os orbitais p têm um nó no núcleo. ORBITAIS ATÔMICOS • l = 2 : corresponde ao subnível d onde existem cinco orientações permitidas, ou seja, cinco valores de ml (-2, -1, 0, +1, +2). l = 3 : corresponde ao subnível f onde existem 7 orientações permitidas, ou seja, sete valores de ml (-3,-2, -1, 0, +1, +2,+3). ORBITAIS ATÔMICOS ORBITAIS ATÔMICOS • l = 4 : corresponde ao subnível g onde existem nove orientações permitidas, ou seja, novevalores de ml (-4, -3,-2, -1, 0, +1, +2, +3, +4). ORBITAIS ATÔMICOS • l = 5 : corresponde ao subnível h onde existem onze orientações permitidas, ou seja, onze valores de ml (-5,-4, -3,-2, -1, 0, +1, +2, +3, +4, +5). OS NÚMEROS QUÂNTICOS • O número quântico de spin indica (mS): Indica o movimento de rotação dos elétrons. Os “spins” +1/2 ou – 1/2 representam o sentido de rotação, horário ou anti-horário +1/2 -1/2 Camada eletrônica (n) Subcamadas disponíveis Orbitais disponíveis (2l+1) Número Possível de Elétrons Dentro da Subcamada [2(2l+1)] Número possível de elétrons para a enésima camada (2n2) 1 s 1 2 2 2 s p 1 3 2 6 8 3 s p d 1 3 5 2 6 10 18 4 s p d f 1 3 5 7 2 6 10 14 32 5 s p d f g* 1 3 5 7 9 2 6 10 14 18 50 6 s p d f* g* h* 1 3 5 7 9 11 2 6 10 14 18 22 72 7p6• Para determinar a configuração dos elétrons nos orbitais atômicos, deve- se então distribuí-los nestes orbitais, na ordem em que estão apresentados. Para tal, deve-se seguir as seguintes regras: • Sempre preencher um subnível antes de colocar elétrons no próximo subnível; • Ao ser preenchido um subnível, cada orbital desse subnível recebe inicialmente apenas um elétron, somente depois de o último orbital desse subnível ter recebido seu primeiro elétron começas o preenchimento de cada orbital semi-cheio com o segundo elétron (regra de Hund); • Quando existem dois elétrons em um orbital, deve-se indicar com setas (a primeira apontando para cima e a segunda para baixo) que ambos possuem spin contrários (princípio de exclusão de Pauli). Distribuição eletrônica DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA Z=7 Z=8 Z=10 Z=9
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