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4ª AULA - LETRA DE CÂMBIO Professora: Luciana Castro EVOLUÇÃO HISTÓRICA: DIVERGÊNCIA DE MOEDAS CIDADES ITALIANAS IDADE MÉDIA PERIGO DE TRANSPORTE PERIODO ITALIANO: Letra de Câmbio como instrumento de contrato de câmbio: CAUSAL EVOLUÇÃO PERIODO FRANCÊS: O documento passa a ser usado com base em outras modalidades de negócios jurídicos. Ex: compra e venda. Abstração da Letra de câmbio PERIODO ALEMÃO: Ganha os demais requisitos atuais: autonomia – independência – literalidade... Convenção de Genebra Objetivo de uniformizar a legislação dos diversos países em matéria Letra de câmbio evitar conflitos entre normas Nota promissória que comprometiam a Cheque circulação do crédito 1ª) Convenção para adoção de uma lei uniforme sobre letra de câmbio e nota promissória Convenções aprovadas em 1.930 2ª) Convenção para regular conflitos e leis sobre a matéria 3ª) Direito do selo Legislação aplicada Decreto 57.663/661 Lei Uniforme de Genebra Ditadura • LUG: Anexo I – Contém as normas gerais sobre letra de câmbio e nota promissória Anexo II Reservas declaração unilateral feita por um Estado ao assinar um tratado Excluir efeitos jurídicos de certas Objetivo modificar disposições do tratado � O Brasil ao assinar/ratificar a LUG fez várias reservas a artigos constantes do Anexo II que, portanto, não tem aplicação no país. � A disposição da LUG à qual o Brasil tenha feito reserva não se considera incorporada. (Flexibiliza algumas partes) � Aplica-se a matéria atingida pela reserva o que dispõe a Lei 2.044/1908, que disciplinava os institutos da Letra de Câmbio e da Nota Promissória no Brasil antes da entrada em vigor da LUG. 1 O Brasil, embora SIGNATÁRIO DA CONVENÇÃO DE GENEBRA, apenas em 1942 aderiu a ela – A Convenção de Genebra foi INCORPORADA no ordenamento jurídico em 1966 através do DECRETO Nº 57.663/66. (sobre letra de câmbio e nota promissória) A LUG foi incorporada com 13 das 23 reservas permitidas – incialmente houve dúvida sobre sua validade no Brasil – STF decidiu que sim e que a Lei tinha eficácia imediata (formalidades de aprovação estavam corretas) Surge a necessidade dos comerciantes realizarem contrato de câmbio – troca de moeda de diferentes espécies. DIREITO BRASILEIRO: •CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 •LEI 2.044/1908 •LUG LETRA DE CÂMBIO Título de crédito FORMAL, AUTÔNOMO, ABSTRATO E COMPLETO, que contém a obrigação de fazer pagar determinada soma de dinheiro, no tempo e no lugar designados, por meio da ORDEM DE PAGAMENTO (PROMESSA DE ATO DE TERCEIRO). Ordem de pagamento2 alguém mandando outrem pagar uma quantia à terceiro à vista (não promessa) à prazo POSIÇÕES 1 – Sacador: dá a ordem de pagamento FUNDAMENTAIS 2 – Sacado: recebe a ordem de pagamento 3 – Beneficiário ou tomador: a favor de quem a ordem é dada = credor � Na letra de câmbio podemos ter uma mesma pessoa ocupando lugares distintos simultaneamente, ou seja, podemos ter uma pessoa sacando uma letra de câmbio contra ela mesma. Art. 3º, LUG � A letra de câmbio é um título à ordem, que se origina de um saque e é emitido em favor de determinada pessoa, sendo transferível por endosso e que se completa pelo aceite e pelo aval, ainda sujeito a protesto para comprovação da falta de pagamento. De modo que, são institutos típicos do direito cambial, o saque, o aceite, o endosso, o aval e o protesto. SAQUE Ato de criação da letra de câmbio (também chamado de assinatura ou emissão) EFEITO Vincular o sacador ao pagamento da letra de câmbio (codevedor do título) – art. 9º, LUG DUAS Anterior, face ou anverso face da letra a qual é dada a ordem de pagamento FACES Posterior ou verso Cada declaração cambial tem sua face adequada de lançamento. Portando, a declaração somente terá validade se estiver na face correta. � Após o saque o tomador estará autorizado a procurar o sacado para poder receber dele a quantia referida no título. 2 A exemplo do cheque, a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, não uma promessa de pagamento, como a nota promissória. ESTRUTURA TRIANGULAR 1 $ 3 2 O sacado não está obrigado a acatar a ordem de pagamento ACEITE art. 21 a 29 Pode fazê-lo lançando na letra uma declaração LUG Sacado aceitante Declaração cambial Sacado se compromete pagar o valor expresso no título ato de concordância com a ordem pagamento dada no vencimento *ato privativo do sacado – só o sacado pode dar o aceite Facultativo o leva da condição de não obrigado a condição de obrigado principal3 Se dada pelo sacado pode ser demandado pelo sacador do título (se portador) – art. 28, LUG Vista ato de apresentar o título ao sacado para colher o aceite recusa do aceite gera vencimento antecipado4 remédio: “cláusula não aceitável” impede a apresentação do título Lugar e prazo (art. 21, LUG) – domicílio do sacado (Art. 22, LUG) só poderá apresenta-lo na data do vencimento5 até o vencimento do título ato imotivado após o vencimento não cabe aceite pagamento informal recusa Local anverso do título simples assinatura do sacado – art. 25, LUG qualquer local do título acompanhado de cláusula expressa. Ex: “aceito”ou “por aceite”. em separado não tem validade cambial vale apenas como confissão de dívida em relação a aquela pessoa a qual é dirigido o documento com aceite Aceite limitativo quantia menor que a referida na letra – art. 111, parágrafo único, Dec. 2.044/1908 (o aceitante se obriga até o limite que aceitou e o (art. 26, LUG) sacador fica como obrigado principal pela diferença) deve ser expressa no título modificativo pode mudar data e local do pagamento Cancelamento do aceite (art. 29, LUG) sacado riscar a assinatura admitido até a devolução da letra ao apresentante 3 O aceitante é o devedor principal da letra de câmbio, de modo que, no vencimento, o credor do título deverá procurar, inicialmente, o aceitante para cobrar o seu pagamento. Somente na hipótese de recusa do pagamento pelo devedor principal, é que o credor poderá cobrar o título, em determinadas condições, dos coobrigados. 4 Como o sacado não está obrigado a aceitar a letra de câmbio, a recusa do aceite é comportamento lícito. Neste caso vai ocorrer o vencimento antecipado da letra de câmbio (LUG, art. 43) e o tomador (credor) poderá cobrar o título de imediato do sacador, posto que o vencimento originariamente fixado para a cambial é antecipado com a recusa do aceite. 5 Consequência da não apresentação na data fixada : última alínea do art. 25 c/c art. 53 (perda do direito de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante) Como provar que houve recusa do aceite? PROTESTO POR FALTA DE ACEITE 5ª AULA - REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO Professora: Luciana Castro Todo e qualquer título de crédito tem que obedecer a requisitos. Os títulos de crédito, especialmente pela cartularidade e literalidade, são marcados por extremo rigor formal.Requisitos extrínsecos6 refere-se ao documento – arts. 1º e 2º, LUG são indicados pela letra cambiária são oponíveis por qualquer devedor contra qualquer credor decorrem do princípio da literalidade CLASSIFICAÇÃO refere-se à validade da obrigação contida na letra7 agente capaz Requisitos intrínsecos8 são definidos pela legislação civil – art. 104, CC validade do negócio jurídico objeto lícito ex: cheque emitido por criança ou interditado forma prescrita ou não art. 7º, LUG – o vício não invalida as demais obrigações (princípio da autonomia) defesa em lei REQUISITOS EXTRÍNSECOS DA LETRA DE CÂMBIO (ESSENCIAL) – ART. 1º, LUG A PROTEÇÃO ESPECIAL DADA PELA LEI (aos títulos de crédito) depende da presença dos REQUISITOS ESSENCIAIS – AUSÊNCIA DESCARACTERIZA O DOCUMENTO COMO TÍTULO. 1. DENOMINAÇÃO “Letra de câmbio” inserida no texto do título – cláusula cambial (diante da variedade de títulos de crédito) Traz implícita a chamada “cláusula à ordem” = endosso Redigida no idioma em que é dada a ordem de pagamento 2. QUANTIA A PAGAR determinada pagar determinado valor certo em dinheiro Juros: art. 5º, LUG apenas nas letras com data de pagamento indeterminada a cláusula de juros é admitida somente pode ser lançada pelo sacador à vista (remuneratórios) deve ser expressa no título à certo termo de vista � Divergência de quantias art. 6º, LUG 6 Externo, que está fora, chamado por alguns doutrinadores de essenciais. Abordamos os extrínsecos, pois o intrínseco é próprio de um negócio jurídico, e não é próprio de uma letra de câmbio. 7 Decreto 2.044/1908 dispõe sobre a capacidade referente ao título de crédito:Art. 42. Pode obrigar-se, por letra de câmbio, quem tem a CAPACIDADE CIVIL OU COMERCIAL. 8 Em princípio, os mesmos elementos essenciais do ato jurídico devem estar presentes nela, embora o direito cambiário tenha feito algumas adaptações; por exemplo, no caso de uma letra ser assinada por um incapaz, ela não será considerada nula, pois, a legislação cambiária, levando em consideração os princípios da autonomia das obrigações constantes nos títulos, e da independência das assinaturas, não impõe nulidade à letra de câmbio. não pode pagar com bens DIVERGÊNCIA entre valor por extenso e algarismos, VALERÁ O VALOR POR EXTENSO DOIS VALORES POR EXTENSO OU DOIS VALORES EM ALGARISMOS – prevalece o MENOR 3. NOME DO SACADO completo, por extenso, legível Art. 3º, LUG lei 9.268/75 – art. 3º: devem conter obrigatoriamente nº CI, CPF, título eleitoral ou da carteira profissional do devedor9. nome do sacado fica abaixo do contexto da letra indicação pode ser : CUMULATIVA (José e Maria) ; SUCESSIVA (José e sucessivamente Maria); ALTERNATIVA (José ou Maria) 4. ÉPOCA E LUGAR DO PAGAMENTO � requisitos supríveis – art. 2º, LUG10 inadmitida pela LUG 5. NOME DO BENEFICIÁRIO OU TOMADOR Letra ao portador admitida pelo Dec. 2.044/1.908 e C.Civil – art. 904 a 909 (pessoa a quem ou a ordem de quem será pago o valor expresso no documento) Letra em branco11 preenchido no momento da apresentação para pagamento o título é válido – se dá pela simples tradição o preenchimento pode ser feito pelo próprio credor do título art. 891, CC Exceção: Lei 9.069/95 (Plano real) Súm. 387, STF Limites à circulação de Lei 8.091/90 títulos ao portador em geral Lei 8.088/90 CC – art. 904 a 909 6. DATA E LOCAL DE SAQUE OU EMISSÃO Funções fixa o início do prazo para pagamento do título fixa a data de vencimento do título lugar – não é requisito essencial 7. ASSINATURA DO SACADOR ao assinar dá a ordem e se obriga por sua aceitação e pagamento – art. 9º, LUG REPRESENTAÇÃO – LUG – poderá o REPRESENTANTE ASSINAR – mas deve FICAR CLARO A REPRESENTAÇÃO sob pena de se tornar obrigado pessoalmente – literalidade (proteção da APARÊNCIA DOS TÍTULOS). (ART. 8º DA LUG) PRESENÇA DOS REQUISITOS – necessária para fazer VALER O DIREITO DE CRÉDITO (apresentar para PAGAMENTO) – próprio CREDOR PODE PREENCHER (necessária boa-fé) – PRESUME-SE, porém, que foi REALIZADO NO MOMENTO DA EMISSÃO o preenchimento – preenchimento ABUSIVO (compete ao DEVEDOR – PRESUNÇÃO de BOA-FÉ). 9 LEI Nº 6.268, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1975. Dispõe sobre a averbação do pagamento de títulos protestados, a identificação do devedor em títulos cambiais e duplicatas de fatura e dá outras providências. Art 3º Os títulos cambiais e as duplicatas de fatura conterão, obrigatoriamente, a identificação do devedor pelo número de sua cédula de identidade, de inscrição no cadastro de pessoa física, do título eleitoral ou da carteira profissional. Parágrafo único. Nos instrumentos de protesto, serão descritos os elementos de que trata este artigo. 10 Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado. A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. 11 Completude do título não é necessária para NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO – é possível NASCER TÍTULO EM BRANCO. Declarações cambiárias ou cambiais: DECLARAÇÕES DE VONTADE DENTRO DO TÍTULO – todas NECESSITAM DE ASSINATURA – SAQUE (que é a declaração NECESSÁRIA), ACEITE, ENDOSSO, AVAL (que são declarações EVENTUAIS E SUCESSIVAS – NÃO NECESSÁRIAS).
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