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DI resolucao de conflitos

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RESOLUÇÃO DE CONFLITOS INTERNACIONAIS (DIP) 
“O Estado, da mesma forma que o homem, estão sujeitos a paixões, a choques de interesses, a divergências mais ou menos sérias. Entre uns, como entre outros, os conflitos são inevitáveis. Diferentemente, porém, do que sucede na sociedade civil, onde acima dos particulares existe uma autoridade superior, que mantém a ordem pública, e onde se exerce a jurisdição dos tribunais, que garantem direitos e aplicam sanções ou reparam ofensas, a sociedade internacional ainda não se acha juridicamente organizada de maneira análoga” (Accioly) 
Deve-se perceber, entretanto, que o conflito ou litígio internacional não é necessariamente explosivo. Consiste apenas em divergência relativa a aspectos jurídicos ou factuais que coloca em terrenos opostos dois ou mais Estados.
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Meios diplomáticos
Quanto aos meios diplomáticos de resolução de conflitos internacionais, eles podem ser identificados como: 1- negociações diretas; 2- congressos e conferências; 3- bons ofícios; 4- mediação; e 5- sistema consultivo.
1- Negociações diretas: é geralmente o meio que produz os melhores resultados. Os agentes diplomáticos dos Estados envolvidos buscam superar as divergências recíprocas através de conversas e concessões. Objetiva-se alcançar um consenso que seja mutuamente satisfatório.
Segundo Rezek (2000, p. 331), “o desacordo, neste caso, resolve-se mediante negociação entre os contendores, sem que terceiros intervenham a qualquer título. O entendimento direto faz-se em caráter avulso ou no quadro da comunicação diplomática existente entre os dois Estados, e tanto pode desenvolver-se oralmente quanto – o que é mais comum – por meio de troca de notas entre chancelaria e embaixada. Ter-se-á chegado a bom termo quando as partes mutuamente transijam em suas pretensões, ou quando uma delas acabe por reconhecer a validade das razões da outra”.
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2- Congressos e conferências: quando a matéria interessa a diversos Estados simultaneamente, pode-se convocar uma conferência internacional com o objetivo de se trabalhar as divergências. Atualmente, essas conferências têm sido substituídas pelas decisões das Assembléias Gerais de organizações internacionais multilaterais, como é o caso da ONU e da OEA.
3- Bons ofícios: bons ofícios, como meio pacífico de solução de controvérsias, consiste na tentativa amistosa de uma terceira potência, ou de vários países, no sentido de levar os Estados litigantes a entrarem em acordo. Eles podem ser oferecidos pelo Estado ou Estados que procuram harmonizar os litigantes, ou podem ser solicitados a qualquer um deles. Os Estados que oferecem bons ofícios ou aceitam o pedido de os exercer não tomam parte direta nas negociações, nem no acordo a que os litigantes possam chegar. Sua intervenção visa apenas colocar os litigantes em contato. De fato, os bons ofícios representam tentativa de entendimento direto entre os contendores, facilitado, entretanto, pela ação amistosa de um terceiro. 
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4- Sistema consultivo: a consulta como método de solução pacífica de controvérsias pode ser definida como uma troca de opiniões, entre dois ou mais governos interessados direta ou indiretamente num litígio internacional, no intuito de alcançarem uma solução conciliatória. A diferença entre o sistema consultivo e as negociações diretas é que no primeiro caso as partes consultam-se sobre seus desacordos de forma combinada e não de improviso. Desta forma, no sistema consultivo há a previsão – normalmente traduzido em um tratado internacional – de encontros periódicos onde os Estados trarão suas reclamações e buscarão solucionar, de forma direta e programada, suas divergências. 
5- Mediação: tal como acontece no caso dos bons ofícios, na mediação existe o envolvimento de um terceiro no conflito. Aqui, entretanto, o terceiro não atua simplesmente aproximando as partes como nos bons ofícios. Ele toma conhecimento do desacordo e das razões de cada um dos contendores para finalmente propor-lhes uma solução. A diferença entre a mediação e a arbitragem é que a sentença arbitral possui força vinculante e deve ser necessariamente cumprida pelas partes. . 
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Meios políticos
Tanto a Assembléia Geral das Nações Unidas, quanto o Conselho de Segurança podem ser utilizados como instâncias políticas de solução de conflitos internacionais. Essa via se distingue das demais por ser utilizada em conflitos de maior gravidade, quando a divergência entre os estados ameacem a paz. A Carta da ONU contempla, portanto, o acesso, tanto dos litigantes, quanto de terceiros, a qualquer de seus dois órgãos políticos na tentativa de dar solução a conflitos internacionais graves.
Art. 33 da Carta da ONU:
1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça, à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes, a resolver, por tais meios, suas controvérsias.
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Meios judiciários
Na sociedade internacional descentralizada em que se vive hoje, as cortes permanentes, à exemplo da Corte Internacional de Justiça (CIJ), não têm sobre os Estados soberanos a autoridade que os juízes e tribunais internos exercem sobre pessoas e instituições que se encontram em seu território. A jurisdição nacional impõe-se pela ação cogente do Estado a todas as pessoas físicas e jurídicas. A jurisdição internacional, por outro lado, só se exerce quando estas previamente decidem submeterem-se à autoridade das cortes.
Ao contrário da jurisdição arbitral, a jurisdição judiciária é fenômeno recente na cena internacional. A CIJ é, sem dúvida, o mais importante dos tribunais internacionais em funcionamento e também a mais antiga. Ela foi instalada em Haia, capital da Holanda, em 1920, quando então se chamava Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI). A CPJI era o órgão jurisdicional da LdN e quando esta foi substituída pela ONU, seu nome foi modificado para CIJ. 
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Mediante aplicação do Direito Internacional a Corte exerce sua competência contenciosa julgando litígios entre Estados soberanos. O número de juízes que atuam na CIJ são 15 que, eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança, assumem para um mandato de 09 anos. Antes do término de seu mandato, nenhum juiz pode ser excluído da Corte, salvo por votação unânime de seus pares. O presidente e o vice-presidente são eleitos para um mandato de 3 anos e são reelegíveis. 
Cláusula facultativa de jurisdição obrigatória: esta cláusula agregada ao estatuto da CIJ é de aceitação facultativa. Seus signatários, contudo, se obrigam por antecipação a aceitar a jurisdição da CIJ sempre que demandados por outro Estado também comprometido com a cláusula (é preciso haver reciprocidade). Desta forma, eles se colocam perante a Corte na mesma posição que os indivíduos perante os tribunais do país onde se encontra: não se lhes pergunta se aceitam ou não a jurisdição na qual foi ajuizada contra eles uma demanda. 
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Art. 36.2 Os Estadospartes do presente Estatuto poderão, em qualquer momento, declarar que reconhecem como obrigatória, ipso facto e sem acordo especial, em relação a qualquer outro Estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição da Corte em todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto:
a) a interpretação de um tratado;
b)qualquer ponto de direito internacional;
c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de uma compromisso internacional;
d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional.
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A arbitragem
A arbitragem é uma via jurisdicional, porém, não judiciária de solução pacífica de controvérsias. Às partes incumbe a escolha do árbitro, a descrição da matéria conflituosa e a delimitação do direito aplicável. O foro arbitral não tem permanência. Uma vez proferida a sentença, o tribunal arbitral dissolve-se.
No princípio, a escolha do árbitro recaiu sobre soberanos, sobre chefes de Estados e de governo. Ainda hoje é comum que as partes prefiram por árbitro um estadista. Atualmente, no entanto, destaca-se um outro tipo de arbitragem: aquela feita por árbitros independentes escolhidos dentre os nomes da Corte Permanente de Arbitragem (CPA).
A CPA não é propriamente uma corte, mas apenas uma lista de pessoas capacitadas a atuar como árbitros. Esta lista possui aproximadamente 200 nomes de juristas de elevado prestígio internacional capazes de atuar nos conflitos entre Estados. 
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A arbitragem tem que ter como fundamento um compromisso arbitral. O compromisso arbitral é gênero do qual são espécies o tratado de arbitragem e a cláusula arbitral. É importante que o compromisso arbitral estabeleça sempre: 1- o litígio; 2- as regras de direito aplicáveis; 3- os árbitros ou tribunal arbitral; 4- os prazos e as regras de procedimento; e 5- a declaração de que a sentença arbitral será fielmente cumprida. A diferença entre o tratado de arbitragem e a cláusula arbitral é que esta precede a existência do conflito.
A sentença arbitral é definitiva e irrecorrível. Dela não cabe recurso, uma vez que o árbitro não faz parte da estrutura do Poder Judiciário e, uma vez proferida a sentença, o árbitro se desincumbe do encargos jurisdicional.
Segundo Rezek, “o produto final da arbitragem não é um parecer de aceitação subordinada à benevolência das partes. É uma decisão de índole jurisdicional, rigorosamente obrigatória. Deixar de cumpri-la significa incorrer em ato ilícito, não em mera deselegância ou imprudência”.

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