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seminario em educação ciclo 2

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SEMINÁRIO EM EDUCAÇÃO 
 
Descrição da Atividade 
Com base nas leituras propostas, elabore o seguinte quadro-síntese, apresentando as 
principais características da trajetória histórica da escolarização no Brasil (nos séculos 
20 e 21) e as relações entre os movimentos sociais no país e a escolarização: 
 
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA ESCOLARIZAÇÃO NO BRASIL 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Estado Novo 1930 – 
1945 
Os principais acontecimentos no campo educacional ou com 
repercussão no setor educacional foram: 
- Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. 
- Reforma do Ensino Secundário e do Ensino Superior (1931) 
- Manifesto dos Pioneiros pela Educação Nova (1932). 
 - Constituição Federal de 1934. 
- Projetos de reforma educacional oriundos da sociedade civil. 
- O ensino secundário correspondia ao que hoje se denomina 
ensino de 2º grau ou ensino médio. À época, tinha a finalidade 
de preparar para o ingresso no curso superior. 
- A importância do ensino-técnico profissionalizante, em 
acordo com a preocupação governamental de desenvolvimento 
da industrialização do país. 
- O ensino secundário, destacamos a função: proporcionar uma 
sólida cultura geral, voltada para o patrimônio; 
- Criação do Senai em 1942, e do Senac em 1946, ambos 
submetidos ao Ministério do Trabalho; 
Segunda república 
1945 – 1964 
- Educação de direitos de todos (conforme manifesto de 1932 
dos Pioneiros da Educação Nova); 
- Obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário; 
- Gratuidade do ensino oficial a todos o nível primário e, aos 
níveis seguintes, para tantos quantos comprovassem falta ou 
insuficiência de meios; 
- Estabelecer como regra o ensino ministrado pelos poderes 
públicos, mas livre à iniciativa privada; 
 
- Em 1948, uma comissão para iniciar a elaboração da Lei de 
Diretrizes e Bases (LDBEN) foi instituída na Câmara Federal, 
sob Presidência de Lourenço Filho; 
- Campanha de educação para adultos; 
- Inauguração do Centro Popular de Educação; 
Início da didática no método psicogenético de Piaget; 
Campanha de alfabetização pelo método Paulo Freire; 
Criação do Conselho Federal de Educação. 
Regime militar 1964 
– 1985 
No período de 1964 a 1985 três grandes marcos para a 
educação: A Constituição 
De 1967 e a Lei 5.549 \1968– reforma do nível superior e 
a 5.692 \1971– primeiro e segundo grau. 
As leis foram pouco criticadas de acordo com o controle 
de regime militar que ainda cercava o período. 
Redemocratização 
1985 – aos dias atuais 
É criado um projeto de lei para a nova versão da LDB (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação), que foi aprovada em 1996 e 
está em vigor até os dias atuais. Além disso, este período foi 
marcado por muitos projetos na área da educação. 
Um destes projetos que foram realizados foi o Exame 
Nacional de Cursos, o "Provão", no qual os alunos integrantes 
das universidades de todo o país têm que realizar uma prova 
no início e no final do curso para estarem aptos a receberem 
seus diplomas. Esta prova, na qual os alunos podem 
simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem 
responder a nenhuma questão, é levada em consideração como 
um critério de avaliação das instituições. Além do mais, entre 
outras questões, o exame não diferencia as regiões do país. 
Até os dias atuais muitas alterações têm sido feitas no 
planejamento e gestão educacional, mas a educação continua – 
em sua essência - a ter as mesmas características impostas em 
todos os países do mundo, que consiste em manter o "status 
quo" para aqueles que frequentam os bancos escolares, e em 
oferecer conhecimentos básicos que possam ser aproveitados 
 
pelos estudantes em suas vidas práticas. 
Apesar de todo o processo evolutivo e reformas feitas, a 
educação brasileira não evoluiu muito sob o aspecto da 
qualidade no ensino. As avaliações, de todos os níveis, tem o 
foco na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros 
critérios que podem ser usados para isso. 
OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL E A ESCOLARIZAÇÃO 
O período da Ditadura Militar no Brasil provocou um tempo propício para a 
efervescência dos movimentos sociais uma vez que, dentro das Universidades, as 
inserções e consolidação dos cursos de Ciências Sociais com a reforma pedagógica dos 
cursos propiciaram um pensamento mais crítico frente à interpretação de nossa 
realidade. Os estudantes, com um entendimento da situação junto a indignação dos 
demais indivíduos que não aceitavam esse modelo de governo ditatorial, formaram uma 
massa de combate organizada. Sobre o papel dos movimentos sociais neste contexto, 
Gohn (2011, p. 23) pondera o quanto é inegável “que os movimentos sociais dos anos 
1970/1980, no Brasil, contribuíram decisivamente, via demandas e pressões 
organizadas, para a conquista de vários direitos sociais, que foram inscritos em leis na 
nova Constituição Federal de 1988”. O movimento de oposição e contestação ao regime 
militar tinha um propósito claro: defesa dos valores do Estado democrático e crítica a 
toda forma de autoritarismo estatal. 
 A resposta do governo militar foi sempre dura no sentido de reprimir tais 
manifestações, com violência, tortura, e alcançou seu auge com o famoso AI-5 (Ato 
Institucional número 5), que vigorou de 1968 a 1979. 
 Nesse período, cada movimento social foi forjando sua identidade, suas formas 
de atuação, pautas de reivindicações, valores, seus discursos que o caracterizavam e o 
diferenciavam de outros. "Foram grupos que construíram uma nova forma de fazer 
política e politizaram novos temas ainda não discutidos e pensados como constituintes 
do campo político. Nesse processo ampliam o sentido de política e o espaço de se fazer 
política" (EVANGELISTA, 2004, p. 35). Nesse período a sociedade civil organizada, 
por meio dos movimentos sociais e populares, irá buscar espaço para influenciar nas 
decisões políticas e na construção da Constituinte de 1988. É uma participação efetiva 
de cidadãos e cidadãs, na busca por direitos e por políticas que os afetam diretamente. E 
foi a própria Constituição Federal de 1988 que "[...] abriu espaço, por meio de 
 
legislação específica, para práticas participativas nas áreas de políticas públicas, em 
particular na saúde, na assistência social, nas políticas urbanas e no meio ambiente” 
(AVRITZER, 2009, p. 29-30), seja através de plebiscitos, referendos e projetos de lei de 
iniciativa popular (art. 14, incisos I, II e III; art. 27, parágrafo 4º; art. 29. Incisos XII e 
XIII), seja através da participação na gestão das políticas de seguridade social (art. 194), 
de assistência social (art. 204) ou dos programas de assistência à saúde da criança e do 
adolescente (art. 227). 
 Os novos movimentos sociais que emergiram durante os anos 90 até os atuais 
são como os de décadas anteriores também frutos de demandas sociais como 
o Movimento de Mulheres (com suas lutas contra uma sociedade patriarcal e o 
autoritarismo do Estado), o Movimento LGBT, o Movimento Negro (ALBERTI; 
PEREIRA, 2006), Movimento Indígena entre outros. 
 Guimarães (2009) identifica pelo menos cinco tradições e movimentos que 
contribuíram com o que ele chama de “ciclo democrático de autoformação do povo 
brasileiro”. São eles: comunitarismo cristão, nacional-desenvolvimentismo, socialismo 
democrático, liberalismo republicano e a cultura popular. Ressalta também a criação 
da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em 1952, liderada por Dom 
Helder Câmara e o desenvolvimento
de uma “ala esquerda do catolicismo brasileiro”. 
“O comunitarismo cristão enraizou-se na vida popular por intermédio de 70 mil CEBs 
[Comunidades Eclesiais de Base] que organizavam cerca de 2 milhões de ativistas 
cristãos, agindo dos anos 1960 até os anos 1990” (GUIMARÃES, 2009, p. 18). Essa 
corrente direcionou suas atividades para os temas da cidadania, fazendo uma opção 
preferencial pelos pobres com base em princípios da moral cristã como a igualdade e a 
solidariedade. 
 Na década de 1990 vale destacar os fóruns de ONGs e movimentos sociais para 
a Eco/92. É também deste período o movimento popular que ficou conhecido como os 
“caras pintadas” em torno do impeachment (1992) do ex-presidente da República: 
Fernando Collor de Melo. 
 No século XXI observamos o surgimento de uma “rede de movimentos sociais”, 
com o objetivo claro de fortalecer o papel da sociedade na esfera pública e defesa 
radical dos valores democráticos, com total autonomia dos movimentos sociais em 
relação ao poder público e de certo modo até mesmo dos Partidos Políticos, o que não 
significa dizer que não seja uma forma organizada de articulação política. 
 
 Os conselhos de políticas públicas tornam-se um amparo para que as classes 
menores sejam ouvidas e possam contribuir na criação de políticas públicas que 
atendam as necessidades destes grupos sociais, logo tendo a atuação desses indivíduos 
pertencentes destes grupos materializando e fortificando a participação social da 
população. 
 Os movimentos sociais têm um importante papel a ser exercido tomando como 
base um novo conceito de planejamento público marcado pela participação popular, que 
como o próprio nome sugere, exige a participação dos movimentos sociais que, bem 
antes do processo de redemocratização e sobretudo por ocasião da Assembleia Nacional 
Constituinte de 1987[3] que promulgou a Constituição Federal de 1988, vem 
desempenhando um papel fundamental para consolidação do nosso Estado Democrático 
de Direito. Além disso, os movimentos sociais ampliam, aprofundam e redefinem 
“a Democracia tradicional do Estado político e a democracia econômica para uma 
democracia civil numa sociedade civil” (FRANK; FUENTES, 1989, p. 20). 
 E para que este papel possa se efetivar, não temos dúvida do quão importante a 
ideia de uma educação dos movimentos populares se torna fundamental e necessária. 
Uma Educação voltada para o exercício da cidadania em seu sentido mais pleno, em que 
os cidadãos efetivamente participam das decisões políticas que os afetam. Uma 
concepção de cidadão enquanto sujeito político que exige “uma revisão profunda na 
relação tradicional entre educação, cidadania e participação política” (ARROYO, 1995, 
p. 74 apud RIBEIRO, 2002, p. 115). 
 Os limites podem ser apontados a partir das possibilidades de participação de 
tais movimentos na conquista de direitos, em razão de vários fatores: seja em função do 
fato de que os movimentos sociais têm um movimento de fluxo e refluxo de suas ações, 
ou seja, ora adquirem força na luta por direitos, ora perdem essa força de lutar contra o 
poder instituído; seja pela pouca participação de atores, salvo em caso de grandes e 
graves conflitos; seja até pela falta de habilidade técnica ou política para garantir a 
efetividade de seus direitos. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/107/3/01d06t05.pdf (consultado: 
20/04/2018) 
 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAANd4AA/educacao (consultado: 20/04/2018) 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103863X1993000100003 
(consultado: 20/04/2018) 
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/breve-historia-dos-movimentos-sociais-
no-brasil/ (consultado: 20/04/2018) 
Gonçalves, Nadia Gaiofatto, Constituição histórica da educação no Brasil [Livro 
eletrônico] – Curitiba: InterSaberes, 2013 (Série Fundamentos da Educação). 2 Mb; 
PDF

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