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Material de Int. à Macro 2014

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Tânia Petersen Corrêa		2014
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
1) COMÉRCIO EXTERNO 
Encontram-se, listadas a seguir, diversas informações sobre assuntos ligados ao comércio externo.
- DÍVIDA EXTERNA 
	Em fevereiro de 2008 o Banco Central anunciou que o Brasil passou de devedor a credor externo, isto é: os créditos em moeda estrangeira do governo e das empresas brasileiras [reservas internacionais (US$188 bilhões), depósitos bancários no exterior e empréstimos concedidos lá fora (US$14 bilhões)] superam a dívida externa de US$198 bilhões.
	ANO
	DÍVIDA TOTAL
	DÍVIDA PÚBLICA
	DÍVIDA PRIVADA
	2004
	US$ 172 bilhões
	US$ 113 bi 
	US$ 59 bi
	03/2006
	US$193bilhões
	US$ 89 bi
	US$ 104 bi
	02/2008
	US$198 bilhões
	US$ 84 bi
	US$ 114 bi
	01/2010
	US$200,9 bilhões
	US$ 104 bi
	US$ 97
	12/2010
	US$256,8 bilhões
	US$ 104 bi
	US$ 152,8
	09/2012
	US$ 301,2 bilhões
	US$ 131,1 bi
	US$ 170,1
	12/2013
	US$ 287 bilhões
	US$ 116 bi
	US$ 171 bi
	07/2014
	US$ 330 bilhões
	US$ 70 bi
	US$ 260 bi
A primeira renegociação da dívida externa ocorreu em 1829. Ao longo do tempo o Brasil deixou de honrar seus compromissos externos, outras seis vezes, sendo a última em 1987 (Sarney).
O que se andou publicando na mídia de que a dívida externa do Brasil havia acabado, é relativo à informação de que a dívida do país, é agora, muito próxima do valor das reservas internacionais, guardadas no banco central. Temos em março de 2011, reservas no valor de US$ 317 bilhões, enquanto a dívida é de US$ 256,8 bilhões. A dívida existe, mas as reservas disponíveis são maiores que a dívida.
O “serviço da dívida” (amortizações + juros) foi, em 2010, o valor de US$ 46,34 bilhões, sendo de US$ 13,476 o valor dos juros pagos. 
	Com a valorização do Real e a taxa de juros interna muito alta (o FED divulgou que deixará a taxa de juros dos EUA entre 0% e 0,25% a.a. em 2011, as empresas brasileiras (Petrobrás, Eletrobrás, Telemar, ..) aumentam o seu endividamento. Deviam US$ 51,8 bilhões em 2008 e, já devem US$ 90,2 bilhões em 2011. O risco do endividamento está nos movimentos do câmbio, que podem elevar, em Reais, a dívida, podendo esta se tornar impagável.
	Em 2012, de fevereiro a maio o Real se desvalorizou de R$ 1,6/US$1 para R$2,0/US$1. Só a Petrobrás tem dívida de US$ 55,73 bilhões, segundo o jornal O GLOBO de 18/05/2012, em Reais essa dívida saltou de R$ 89,17 bilhões para R$ 111,46. Não terá que ser paga agora, pois é de longo prazo, mas terá que ser paga com a taxa de câmbio vigente na data do pagamento.
- BRASIL GANHA GRAU DE INVESTIMENTO (INVESTMENT GRADE)
	O risco país mede a probabilidade média de calote das empresas e governo de uma nação. Existem agências tradicionais de risco como: Moody´s, Fitch e Standard & Poor´s, e existem as particulares como a Coface, que é uma seguradora de créditos comerciais, e só classifica riscos de crédito que ela mesma aceita correr. Classificação: A1, A2, A3 e A4, B, C e D. O Brasil, em 2008, está no A4. A Coface autoriza e incentiva investimentos em todos os níveis de A.
	O grau de investimento é a nota dada por agencias de classificação de risco a países nos quais o investimento é considerado seguro. O rating é a nota que as agências atribuem a um emissor (país ou empresa) de acordo com sua capacidade de pagar dívidas. Serve para que os investidores tenham noção dos riscos que estão correndo. (são três níveis: grau de investimento, grau especulativo e calote)
	As agências levam em conta indicadores como: gastos e dívida interna do governo, dívida externa e política monetária.
	O Brasil foi o último dos BRICS a receber a nota. A decisão afasta a sombra da moratória de 1987, um dos itens apontados como impedimento para a melhora da nota.
	A crise na Grécia, com suas dificuldades para honrar seus compromissos, está ampliando os problemas que já eram enfrentados por Portugal e Espanha.
	A agência Moody´s rebaixou Portugal de “Baa1” para “Ba2” – grau especulativo em 6 de julho de 2011, e colocou o país em perspectiva negativa, isto é, sujeito a outro rebaixamento, devido ao risco de Portugal precisar de mais ajuda financeira.
	No dia 05 de agosto a agência Standard&Poor´s reduziu o rating dos EUA de “AAA” (risco zero) para “AA+”. Os EUA estavam no nível máximo desde 1941. As outras duas agências ainda continuam com a posição máxima para os EUA, porém com perspectiva negativa. Os títulos do Tesouro americano agora têm rating abaixo dos títulos de: Reino Unido, Alemanha, Canadá e França.
	Muitos fundos de investimento venderão títulos americanos. O maior detentor dos títulos americanos é a China, com US$1,15 trilhões. Depois vêm Japão, Reino Unido e Brasil, com US$ 214 bilhões.
	A dívida interna americana deve alcançar 100% do PIB em 2012, perfil que não condiz com “AAA”. Uma das agências, a S&P, em 2011, rebaixou a nota dos EUA para AA+. É a primeira vez que o país que “tinha” risco zero, passa a ter algum risco.
- RESERVAS INTERNACIONAIS
Reservas Brutas: soma de todas as reservas internacionais do país, incluindo os empréstimos do FMI, do BIRD e do BID.
Reservas Líquidas: excluem os recursos do FMI (que só podem ser usados, em último caso, para pagamento de financiamentos e importações), e os títulos da dívida externa brasileira, recomprados pelo BC, além de outros recursos com depósitos dos bancos domiciliados no exterior, mas com sede no país. (piso = US$5 bilhões)
	DATA
	RESERVAS BRUTAS – US$ BI
	2006
	85,800
	Maio/2007
	120,000
	Fev/2008
	188,000
	Abril/2009
	203,255
	Jan/2010
	240,8
	Jan/2011
	288,5
	Maio/2012
	365
	Set/2012
	376,5
	Dez/2013
	375,79
	Jul/2014
	380
		Reservas elevadas são um seguro contra a recessão, pois diminuem o risco incentivando a entrada de capital externo. 
 DADOS COMPARATIVOS ENTRE RESERVAS E DÍVIDA EXTERNA – 2010
	
	RESERVAS US$ BILHÕES
	DÍVIDA EXTERNA BRUTA
	CHINA
	2.866
	548
	ÍNDIA
	275
	295
	RÚSSIA
	443
	489
	BRASIL
	287
	352
	ÁFRICA DO SUL
	38
	104
Obs: FONTE Banco Central do Brasil
- CÂMBIO
Um dos temas mais controversos na definição da política econômica dos países é a escolha da política cambial, ou seja, os critérios para a fixação do valor da moeda local, relativamente às demais. Particularmente em relação aos países em desenvolvimento, essa é uma tarefa dificultada pelo fato de não serem possuidores de moedas transacionáveis internacionalmente.
Houve vários períodos, até a década de 70 e na década de 90 em que, equivocadamente, recomendou-se a esses países, tanto os acadêmicos quanto os órgãos multilaterais, a adoção de taxas de câmbio fixas, atreladas direta ou indiretamente ao dólar.
Esta definição mostrou-se radical no caso argentino que manteve o regime de conversibilidade durante mais de dez anos, com graves conseqüências para a atividade econômica, emprego, balanço de pagamentos e estabilidade macroeconômica. O controle inflacionário foi conseguido com um custo social e econômico muito alto, desproporcional.
O Brasil manteve sua taxa valorizada de 1994 a janeiro de 1999, embora sem adotar o regime de conversibilidade. Posteriormente ambos os países adotaram o regime de câmbio flutuante (Brasil em 1999 e Argentina em 2001), mais adequado às suas realidades.
No entanto, um regime de câmbio flutuante PURO ou totalmente flexível, é inadequado para países em desenvolvimento. Aliás, nenhum país, mesmo desenvolvido, adota a prática de câmbio flutuante puro. Em geral prevalece um regime de câmbio flutuante SUJO, sistema no qual o Banco Central observa o comportamento do mercado, decidindo o momento de intervir, para evitar excessivas valorizações ou desvalorizações.
Ocorre que a globalização financeira aumentou a liquidez dos mercados, ampliando o volume de investimentos e financiamentos entre os países, mas também implicou no aumento da volatilidade dos mercados, provocando instabilidade.
Todos os dias cerca de US$ 2 trilhões mudam de mãos nosmercados internacionais, afetando o comportamento das taxas de câmbio e de juros no mundo, que passam a ter determinação mais exógena. O gráfico do desenvolvimento da taxa de câmbio brasileira nos últimos anos ilustra a volatilidade experimentada.
	PLANO
	DATA
	TIPO DE TAXA CAMBIAL
	CRUZADO I (Sarney)
	Março 1986
	Congelada (fixa)
	CRUZADO II
	Nov. 1986
	Desvalorização diária
	BRESSER
	Junho 1987
	Desvalorização diária
	MAÍLSON
	Jan. 1988
	Desvalorização diária
	VERÃO
	Jan. 1989
	Congelada (fixa)
	VERÃO
	Maio 1989
	Desvalorização até 6 vezes por mês
	VERÃO
	Julho 1989
	Desvalorização diária
	COLLOR I
	 16 de março 1990
	Flutuação livre controlada pelo BC
	COLLOR II
	01 de fev. 1991
	Congela preços e câmbio
	ITAMAR
	Jan. 1993
	Controla o câmbio mantendo o Real valorizado
	REAL
	Julho 1994
	Flutuação livre controlada pelo BC
28/02/86 Cr$ 1.000,00 = Cz$ 1,00 (cruzeiro – cruzado)
16/01/89		 Cz$ 1.000,00 = NCz$ 1,00 (cruzado – cruzado novo)
16/03/90		 NCz$ 1.000,00 = Cr$ 1,00 (cruzado novo – cruzeiro)
01/08/93		 Cr$ 1.000,00 = CR$ 1,00 (cruzeiro – cruzeiro real)
01/07/94	 CR$ 2.750,00 = 1 UFIR 1 UFIR = R$ 1, 00 ( UFIR – Real)
- INTERVENÇÃO DO BC NO MERCADO DE CÂMBIO
Venda/compra de dólares à vista (das reservas)
Leilão de linha externa (espécie de aluguel de dólares ao mercado)
Venda de títulos cambiais
Leilão para oferecer linhas de crédito à exportação (das reservas), com prazo de 5 dias úteis para que os bancos repassem o dinheiro aos exportadores.
Em 2006 a valorização do Real fez com que o governo entrasse no mercado comprando dólares. O BC está aproveitando a baixa cotação do Real para comprar dólares e pagar dívida externa pública, além de aumentar o volume das reservas do Brasil. 
Em 2006 o fluxo cambial do país (saldo entre entradas e saídas de moedas estrangeiras) estava positivo em US$ 13,09 bilhões até março. Quanto maior a entrada de dólares no Brasil, maior a oferta de dólares no mercado cambial, o que valoriza o Real. Em fevereiro de 2007 o BC comprou US$1 bilhão para conter a queda do dólar.
	Em 2009 a valorização do Real volta a preocupar. Há grande entrada de dólares no país por causa da animação dos investidores externos com o Brasil, que foi pouco atingido pela crise mundial e que “paga” juros altos. No exterior os países desenvolvidos praticamente zeraram os juros e aqui os juros reais são de 5,8% (Selic de 10,25% e inflação de 4,2% a.a). Isto faz com que a procura por Reais aumente muito, valorizando-o. Em maio a cotação chegou a R$ 2,00 por US$ 1.
	O governo já está comprando mais dólares no mercado à vista e recompondo reservas, intervindo no mercado, para segurar a queda do valor do dólar.
	Em 2010 o problema continua o mesmo. O Brasil tornou-se muito atrativo ao capital externo. Em março de 2011 a cotação chega a R$ 1,6 por US$ 1, pela grande entrada de recursos financeiros.
	Enquanto não houver a recuperação das economias avançadas, o Brasil continuará sendo interessante e o capital estrangeiro continuará vindo para cá.
	Em março de 2012 a cotação cai abaixo de R$ 1,70, outra vez pela grande entrada de capitais estrangeiros em busca de ganhos maiores. Estando o Brasil em uma posição de menor risco e oferecendo mais oportunidades de ganhos aos capitais estrangeiros. Ocorre que essa enxurrada de capitais estrangeiros derruba a taxa de câmbio, valorizando muito nossa moeda.
	Em 2012 a taxa de câmbio tem-se mantido entre R$/US$ 1,9 e R$/US$ 2, mas chegou a R$/US$ 2,13 em novembro de 2012.
	Em 2013 o Real se desvalorizou bastante ficando em torno de R$ 2,30. Como esse valor tem alto impacto na inflação, o BC fez desde agosto um programa apelidado de “ração diária”, atuando no mercado futuro de segunda a quinta-feira com US$ 500 milhões por dia, e de leilões no mercado à vista com compromisso de recompra no valor de US$ 1 bilhão, às sextas-feiras. 
- DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL
A desvalorização da moeda frente ao dólar torna mais caro o pagamento da Dívida Externa (as firmas têm que ter mais reais, para obter os dólares, para poder pagar juros e amortizações). Porém a desvalorização aumenta a remuneração dos exportadores e torna nosso produto mais barato no exterior. O aumento da entrada de dólares, via aumento do valor das exportações, redobra a confiança do mercado na capacidade do país de pagar suas dívidas, mesmo pressionadas pelo câmbio.
Os países Asiáticos adotam como política econômica permanente ter uma moeda mais fraca. Aumentando sua competitividade nos mercados mundiais.
Desde 2002, como vemos, a nossa moeda vem se valorizando, isto é, o valor da taxa de câmbio R$/US$ vem caindo. Em 2008, início da crise na Europa/EUA, a taxa de câmbio aumentou um pouco e passou a cair mais moderadamente, até fevereiro de 2012, quando alcançou o valor de R$ 1,60/US$ 1. As turbulências na Europa com a possível saída da Grécia da Zona do Euro, fizeram o valor do dólar ser cotado a mais do que R$ 2,00 em maio de 2012, e em 2013, nossa moeda está se desvalorizando.
25/10/2014 = R$ 2,44 por US$
	PRESSÃO PARA A ALTA DO DÓLAR 	(até 2002)	
	
11/10/2002 – US$ 1,00 = R$ 3,99 MOTIVOS: eleição, escassez e especulação, incerteza.
A incerteza quanto ao resultado das eleições. Prato cheio para quem tem interesse na alta do dólar. Os que têm papéis do governo, que vencem em 17/10, no valor de US$3 bilhões, que o governo já avisou que não vai rolar. Como o pagamento dos papéis é baseado na taxa média diária da cotação do dólar, calculada pelo BC (Ptax) interessa a estes investidores que o dólar esteja alto. O BC está no córner: se vender moeda para segurar a cotação, compromete o total das reservas, se renovar a dívida estará se sujeitando a pagar um cupom cambial (juros que se somam à valorização do dólar nesses papéis) que já chegou a 50% ao ano. 
Até janeiro de 2003 são US$ 22 bilhões vencendo em títulos. 
Em 17/10/2002 o BC resgatou US$1,857 bilhões em títulos corrigidos pela cotação média do dólar (Ptax). O BC tentou renovar parte dos papéis, mas o mercado pediu juros muito altos.
Em época de incerteza, todos querem dólares. Não há vendedores (escassez).
Também contribuem para as incertezas a possibilidade de guerra EUA/Iraque, o enfraquecimento da economia americana e a alta do preço do petróleo.
Com a alta do dólar só a balança comercial melhora. A economia fica emperrada, adiam-se investimentos, compras e vendas. Cai o nível de atividade econômica e os preços sobem pressionados pelo dólar nos custos das empresas.
Na tentativa de conter o câmbio o BC tomou as seguintes medidas: (2002)
reduziu os limites das aplicações em ouro, dólar e outras moedas, dos bancos. Antes as Instituições podiam destinar até 60% de seu Patrimônio líquido a aplicações em dólar, agora o limite é 30%.
só podem usar agora, recursos próprios. Antes podiam ser 50% de terceiros.
subiu o depósito compulsório das Instituições.
- de 48% para 53% nas contas correntes
			- de 18% para 23% nos depósitos à prazo (CDBs)
			- de 25% para 30% na poupança
Com a elevação do compulsório o BC retirou R$14,2 bilhões de circulação, reduzindo os recursos disponíveis para a compra de dólares.
PRESSÃO PARA A QUEDA DO DÓLAR : valorização do Real (2004 a 2012)
- a estabilidade política e econômica, trouxe a queda do risco.
- a incerteza no resto do mundo e a piora da performance da economia dos EUA fazem com que exista mais capital à procura de oportunidades, dirigindo-se em parte para o Brasil. Essa enxurrada de capital de curto prazo aumenta a oferta de dólares, valorizando o Real.
- usar a valorização cambial no auxílio à contenção da inflação, não dá certo no longo prazo.
Em novembro de 2004 o valor do dólar voltou a ser o que era em junho de 2002. Esta valorização se dá pela grande entrada de dólares por: exportações, entrada de investimentos e empréstimos. Com a estabilidade econômica e a queda do risco país, a entrada de dólares aumentou.
A valorizaçãodo Real trouxe as reclamações dos exportadores brasileiros. Dizem que o dólar abaixo de R$3,00 torna os produtos brasileiros menos competitivos lá fora. 
Ocorre que as exportações continuam a crescer. A previsão de superávit comercial para 2008 é de apenas US$ 28 bilhões, enquanto em 2007 foi de US$ 40 bilhões. Os motivos para a manutenção do crescimento das exportações são: 
- O Euro e outras moedas de países importadores do Brasil, não se enfraqueceram frente ao Real. 
O preço dos principais produtos exportados pelo Brasil, vem subindo desde 2004. Apenas alguns setores foram prejudicados. 
A queda do dólar em relação às outras moedas é um fenômeno mundial.
No Brasil, o câmbio é flutuante e oscila de acordo com o fluxo de recursos que entra e sai. Enquanto houver maior entrada de recursos do resto do mundo para cá, do que saída de recursos do Brasil para o exterior, o Real continuará valorizado.
2009
Fatores que contribuem para a queda do dólar (alta do real):
	- aumento dos preços das commodities (matérias primas comercializadas internacionalmente) que correspondem a 1/3 da nossa pauta de exportações. Entram dólares.
	- o medo de que o Real se valorize mais ainda faz com que exportadores antecipem a entrada de dólares.
	- a taxa real de juros praticada no Brasil, muito alta, atrai investidores estrangeiros.
 Fatores que contribuem para a alta do dólar (queda do real):
	- queda da taxa real de juros ( não ficamos mais tão atrativos)
	- o BC faz compras de dólares, aumentando as reservas.
	- com a valorização do Real, as importações aumentam, aumentando a demanda por dólares.
Efeitos colaterais: 
- a grande entrada de recursos nas bolsas de valores pode causar uma valorização excessiva das ações das firmas brasileiras. 
- com importações mais baratas, a compra de insumos e bens de capital ficam mais baratos, reduzindo pressões inflacionárias. 
- a concorrência enfrentada pela indústria nacional com os produtos importados é maior, reduzindo o mercado para as nossas indústrias, complicando a situação da crise e aumentando o desemprego.
- LINHAS DE CRÉDITO PARA A EXPORTAÇÃO
Servem para financiar as empresas que exportam. Assim os exportadores conseguem, por exemplo, oferecer parcelamento aos importadores que estão comprando, ou obter empréstimos para produzir o que lhes foi encomendado.
A escassez de linhas de crédito prejudica as exportações e causa pressões no mercado de câmbio, pois os exportadores têm que comprar dólares para se financiar.
- EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
Desde 1999, com a desvalorização do Real, pelo menos o setor exportador voltou a ser melhor remunerado. Com a alta da moeda as exportações voltaram a crescer apesar de: 
- falta de financiamento
 - retração da demanda externa (EUA, Europa, Ásia e Argentina)
Soluções: Persistência e diversificação de mercados, o que custa dinheiro aos exportadores já onerados por uma carga tributária desigual.
Uma companhia exportadora americana ou européia de tamanho médio e bom nome, consegue empréstimos a juros anuais de 3% a 4% ao ano, no Brasil paga-se 20% nas linhas de crédito especiais do governo.
Negociar melhores acordos comerciais combatendo o protecionismo dos mercados mundiais.
Baratear o processo de embarque e de frete de mercadorias.
Incentivar as exportações de manufaturados com maior valor agregado.
O Brasil tem driblado a queda da demanda global(EUA e Argentina), exportando para mercados novos como China, Chile, Leste Europeu, Ásia, Oriente Médio, Rússia, Coréia do Sul, África do Sul, Arábia Saudita e México, entre outros.
A China e os EUA se alternam na posição de maior comprador do Brasil, desde março de 2009.
Empresas como GM, Volks, Perdigão, Klabin, .... têm aumentado suas exportações para esses novos mercados. Estamos expandindo mercados e produtos.
Principais produtos exportados pelo Brasil: soja, material de transporte, metalúrgicos, petróleo e derivados, químicos, equipamentos mecânicos, minérios, papel e celulose, carnes, calçados, madeiras, automóveis, aviões, açúcar, carne.... No início dos anos 1900 a exportação de café correspondia a 70% das exportações brasileiras. Em 2007 exportamos maior quantidade de café, mas essa quantidade representa apenas 2% da pauta de exportações.
O crescimento da economia mundial, o aumento dos preços das commodities e a mudança da postura na política externa, fizeram com que houvesse aumento das nossas exportações em 2004. Em 2005 e 2006 as exportações continuaram a crescer, mas as importações estão crescendo mais que as exportações. O Real valorizado é um incentivo aos importadores. Em 2007 as importações cresceram 37%, impulsionadas pelo aumento do consumo interno e pelo dólar barato, enquanto as exportações cresceram 12% e em 2008 cresceram apenas 2,5%, de US$ 193 bilhões para US$ 198 bilhões, por causa da crise internacional.
Em 2013 as commodities já são 65 % da nossa pauta de exportações. Commodities são mercadorias que têm o preço formado no mercado mundial. Durante os anos de 2008/2009/2010 e 2011 os preços desses produtos, como: minério de ferro, café, combustíveis, celulose, carne de frango, algodão,..., subiram muito, elevando o valor das nossas exportações. Atualmente os preços das commodities, na sua maioria, estão caindo, reduzindo o valor das nossas exportações.
 Participação dos produtos na pauta de exportações
	
	1970
	1980
	1990
	2000
	Básicos
	75%
	42%
	28%
	23%
	Semi manufaturados
	9%
	12%
	16%
	15%
	Manufaturados
	15%
	45%
	54%
	59%
	Quanto às importações brasileiras menos de 20% correspondem a bens de consumo, entre os quais automóveis. Os demais 80% se referem a máquinas, equipamentos, matérias primas, insumos e bens intermediários, importados pela própria indústria. Em 2013 a Balança Comercial ainda permaneceu positiva, mas com saldo muito pequeno, de US$ 2,6 bilhões, enquanto o saldo de Serviços (US$ 48 bilhões negativos) e Rendas (US$ 35,7 bilhões negativos), fazem com que o nosso Saldo em Conta Corrente seja de US$ 81 bilhões negativos.
	A economia brasileira está pouco competitiva e as exportações estão concentradas em um número pequeno de produtos, em comparação com outras economias (65% das exportações são commodities).
- RENDAS
	O item “RENDAS” da Balança de Serviços do Balanço de Pagamentos do Brasil é sempre negativo, pois remetemos mais do que recebemos, rendas. Este item leva em consideração as remessas de lucros e dividendos que as empresas estrangeiras que fizeram investimentos aqui, anteriormente, enviam de volta para o país de origem.	Os brasileiros que trabalham fora, enviam salários e ordenados para o Brasil em maior valor do que os estrangeiros que aqui estão remetem esses valores, mas este é o único item positivo. Os demais como: renda de investimento direto, renda de investimento em carteira, lucros e dividendos, juros de empréstimos e juros de títulos de dívida, são todos negativos. Remetemos mais do que recebemos.
				ROYALTIES
	Os royalties, que são definidos como uma porcentagem sobre a venda de um produto, marca, patente, processo de produção ou uma obra original pelos direitos de sua exploração comercial, são incluídos juntamente com o pagamento e recebimento de juros e remessas e recebimentos de lucros, na Renda Líquida Externa que corresponde ao item RENDAS do Balanço de Transações Correntes, do Balanço de Pagamentos.
- INVESTIMENTOS DIRETOS
As incertezas e aumento do risco geraram escassez de recursos externos com retração dos investimentos. Isso não é só para o Brasil.
	 Em 2003 tivemos pouca entrada de investimentos de janeiro(US$905 milhões) até junho(US$186 milhões), só havendo recuperação em julho com US$1,247 bilhões dos quais US$850 milhões para a indústria que ficou na frente dos serviços.(US$4,75 bi até Jul/2003). O total de investimentos diretos em 2003 foi de US$10,14 bilhões.
	O Brasil recebeu US$236 bilhões em investimentos desde 1980 até 2002. No mesmo período a China recebeu US$ 448 bilhõese os EUA, US$ 1.351 bilhões, mais de 1/5 do total mundial de US$ 7,1 trilhões.
Para um país com baixa poupança interna (14% do PIB), enquanto na Coréia do Sul tem 35% do PIB em poupança interna, o investimento externo é vital.
Em 2010 os investimentos externos para o Brasil foram de US$ 78 bilhões, enquanto os investimentos do Brasil para o resto do mundo foram de US$ 30 bilhões. 
Os Investimentos Externos Diretos (IED), investimentos produtivos, que eram de US$ 48,5 bilhões em 2008, foram para US$ 65,3 bilhões em 2012. A entrada desses investimentos está deixando o Brasil numa posição confortável, pois eles conseguem cobrir o déficit em Conta Corrente, que foi de US$ 54,3 bilhões em 2012. Caso não houvessem entrado esses investimentos, estaríamos com sérios problemas para fechar nossas contas externas. (o investimento externo compensa o déficit).
- CENÁRIO EXTERNO
- março de 2005: o déficit comercial americano e o preço do petróleo pioram o cenário externo.
	Aumentam os juros dos títulos americanos: T-Note de 10 anos já pagava 5,25% a.a. em 2006. 
	As famílias norte americanas já comprometiam 132% da renda, isto é, a dívida das famílias subiu para 132% da Renda (PIB de US$11,3 trilhões). Estavam gastando mais do que ganhavam. Estavam se endividando mais ainda. O índice de poupança pessoal do país caiu abaixo de zero. Isso não ocorria desde a grande depressão, em 1930. 
	Em 2008 a crise iniciada nos Estados Unidos veio pelo grande número de empréstimos e financiamentos concedidos a quem não tinha como pagar pelo crédito obtido. A crise acabou se alastrando pelos mercados que tinham grande interface com a economia americana. Os juros no mercado norte americano caíram para 0,25% a.a. na tentativa de aquecer a economia. E reduzir o desemprego.
	No Brasil não houve grande “marola”, porque pelos nossos problemas anteriores, como inflação alta durante décadas, o crédito era muito menor. Em 2005, a relação crédito/PIB era de apenas 28%. Em dezembro de 2010, com a melhora da distribuição de renda e a estabilidade da moeda, o crédito, no Brasil, já alcança 46,5% do valor do PIB, o que começa a preocupar o Banco Central para o controle do aumento da demanda agregada e a conseqüente pressão inflacionária. 
					EUA
	O FED baixou os juros para 2,25% a.a. em março de 2008. Injetou US$ 200 bilhões para socorrer os bancos e US$ 200 bilhões para socorrer grandes firmas de investimentos. Tudo isso como “empréstimo” para contornar a crise dos sub-prime (títulos). Os imóveis caíram de preço 10%.
	Ocorre que em 2007 a inflação nos EUA já era de 4,1% a.a. Muito alta para os parâmetros norte americanos. 
As dívidas totais dos consumidores americanos, excluindo as hipotecas, somam U$2,5 trilhões, em 2008. Deste total, cerca de US$ 1 trilhão, estão relacionados a dívidas roladas todos os meses, sobre tudo cartões de crédito. 
	Nos anos 60 as famílias poupavam de 7 a 10% do salário, hoje (2008) só poupam 0,4%, mas a voracidade do consumo continua alta. As importações norte americanas suplantam as exportações em cerca de US$ 650 bilhões por ano, levando a uma balança comercial muito negativa e alta, que tem que ser financiada com a entrada de capitais da Alemanha, Japão, China, ..., levando a economia americana a uma dependência indesejada.
	Com a crise que se instalou em 2008/2009 o FED baixou os juros para um patamar próximo a zero, na tentativa de facilitar o crédito e incentivar o consumo e as vendas. Elevou os gastos públicos, tendo queda das receitas e aumentando enormemente o déficit público. Socorreu muitas empresas, emitindo bilhões de dólares. Isto está fazendo com que a moeda americana perca valor frente às demais. O governo se endividou muito, culminando na crise de 2011, quando o Presidente Obama teve que negociar, no Congresso, a elevação do teto da dívida para US$ 14,3 trilhões. Quase 100% do PIB americano. O FED manterá a taxa de juros nos EUA, próxima de zero, nos próximos dois anos, isto é, até 2013.
Em dezembro de 2012, o Fed já comprava US$ 45 bilhões ao mês em títulos de longo prazo pela Operação Twist. A diferença é que ele vendia esse mesmo montante em títulos de curto prazo. A partir daí o Fed, aparentemente, vai atuar apenas na compra. Para nós no Brasil, isso deve trazer um pouco mais de dólares, de liquidez, nesse fim de ano de 2012. Mas nada de muito diferente.
Ao encerrar seu segundo dia de reunião, em dezembro de 2012, o Fed decidiu ainda manter a taxa de juros americana entre zero e 0,25% ao ano, o que era amplamente esperado por economistas. E atrelou a manutenção da taxa a metas: permanecerá nesses níveis enquanto a taxa de desemprego estiver acima de 6,5% e inflação abaixo de 2,5%.
 CHINA
	Na China o valor dos juros para empréstimos subiu para 6,39% a.a. em março de 2007, enquanto os juros para aplicações são de 2,79% a.a. A inflação em março de 2008 está crescente, cerca de 7 % a.m, o que dá uma inflação de 125% a.a.O governo já prepara um pacote anti-inflação. A alta dos preços é concentrada em alimentos. O governo vai usar subsídios e desovar estoques.
	Com um superávit comercial muito grande, há uma enxurrada de dólares chegando à China, o que deixa a economia chinesa com liquidez excessiva (dólares convertidos em Yuan), gerando fundos para empréstimos até para pagadores duvidosos.
	O Banco Central chinês aumenta o depósito compulsório dos bancos, na tentativa de conter a liquidez excessiva, mas a solução passa pela valorização da moeda chinesa, coisa que os chineses relutam em fazer. Lá o câmbio não é flutuante. A taxa de câmbio é determinada pelo governo chinês, e o Iuane (Yuan) é muito desvalorizado. A taxa de câmbio Yuan/dólar mexeu-se pouco nos últimos anos, apesar da grande entrada de dólares no país e do enorme saldo comercial.
	O superávit comercial chinês é o maior do mundo e a China já é o nosso principal parceiro comercial, desbancando os EUA.
	Os chineses são 1/5 da população mundial, consomem metade do cimento, 1/3 do aço e ¼ do alumínio do mundo, mas tem 56% da população no campo com renda baixíssima e muito analfabetismo. Camponeses têm renda de US$ 50,00 por mês.
	Nas últimas três décadas a China cresceu 11% a.a. em média. Este crescimento está se reduzindo para 9% em 2008 e, possivelmente, 6,1% em 2009. Isso é muito mais do que os demais países crescerão, mas para os chineses, crescer menos do que 8% a.a. quer dizer, não dar emprego para os milhares de chineses que chegam ao mercado de trabalho.
	
	
	EUA
	JAPÃO
	CHINA
	BRASIL
	POPULAÇÃO
	307 milhões
	127 milhões
	1,3 bilhão
	189,6 milhões
	PIB (em US$)
	13,8 trilhões
	4,4 trilhões
	3,7 trilhões
	1,65 trilhões
	EXPORTAÇÕES
	1,3 trilhão
	777 bilhões
	1,4 trilhão
	198 bilhões
	RENDA PER CAPTA (em dólares/ano)
	46.000
	38.000
	2.300
	8.705
Obs: PIB 2008 em Reais = R$ 3,03 trilhões ou US$ 1,65 trilhões.
- RISCO CAMBIAL NAS TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS A PRAZO
GANHOS OU PERDAS ENVOLVEM JUROS INTERNOS, EXTERNOS E DESVALORIZAÇÕES CAMBIAIS.
EXEMPLO: suponha que tenhamos: e0 = 2,8 ; e1 = 3,14 ; iBR = 16,5% ; iEUA = 1% .
Um estrangeiro que tenha K = US$ 100 que valem R$ 280,00 no (tempo zero), e aplica esse valor, aqui, com iBR = 16,5%, terá no (tempo um) : 
K.e0 = 100 . 2,8 = 280 280 . (1+ iBR) = 280 . 1, 165 = 326,2 (no tempo um) 
Para resgatar o dinheiro e recambiá-lo ao exterior : 326,2 3,14 = 103,885 (US$103,8)
				K . e0 . (1 + iBR) 
				 e1
Se o valor K houvesse sido aplicado lá fora o investidor teria: 100 . 1,01 = 101 (US$ 101)
				K . (1 + iEUA) 
Se US$103,8 > US$101 quer dizer que vale mais aplicar aqui do que lá fora.
K . e0 . (1 + iBR) > K . (1 + iEUA) 
 e1
								K . e0 / e1 . (1 + iBR) 
Chamemos de V à divisão dos dois termos acima: V = 
								K . (1 + iEUA) 
 
	e0 . (1 + iBR) Caso V seja maior que 1, vale a pena aplicar o dinheiro no
V =Brasil
	e1 . (1 + iEUA) Caso V seja menor que 1, não vale a pena aplicar o dinheiro 
			 							 no Brasil
 
	No exemplo anterior se o valor de e1 fosse maior: e1 = 3,4 , teríamos que quando fosse transformado em dólares para ser remetido ao exterior, 326,2 / 3,4 = 95,9 < 101. Não valeria a pena aplicar aqui. V = 0,95 < 1.
Caso haja aumento de iEUA também há diminuição do valor de V, por isso é tão preocupante a expectativa de aumento da taxa de juros americana. Menos capitais se dirigiriam para o Brasil.
O saldo de Transações Correntes (Balança Comercial + Balança de serviços e rendas + Transferências Unilaterais) do Brasil é, em geral, negativo. Temos que pagar a mais do que recebemos pelo nosso comércio de bens e serviços.
Entre 2004 e 2008, este saldo ficou positivo. O preço das commodities (nossas exportações) cresceu muito e como o Brasil estava com crescimento baixo, nossas importações estavam comprimidas, formando um grande saldo na Balança Comercial. Este saldo ficou grande o suficiente para ultrapassar o saldo negativo da Balança de Serviços. 
Como já tínhamos conseguido a estabilidade, os investimentos continuaram a aumentar, dirigindo-se para o Brasil, e nós conseguimos até, juntar “reservas internacionais”. Acontece que desde 2008, nosso saldo em transações correntes voltou ao seu “normal”: negativo, mas os investimentos estrangeiros continuam vindo para cá, o que nos permite “fechar” o Balanço de Pagamentos sem problemas. 
Em 2010 o saldo em Transações Correntes foi de – US$ 47,5 bilhões, mas a entrada líquida de Investimentos foi de + US$ 48,46 bilhões. Assim sendo a nossa necessidade de financiamento externo é próxima de ZERO. No entanto, se os investimentos estrangeiros tomarem outra direção, no mundo, teremos sérios problemas para “fechar” nosso Balanço de Pagamentos.
Possivelmente haverá continuidade de liquidez para os países emergentes, uma vez que as taxas de juros mundiais estão muito baixas, próximas de zero, enquanto a Selic, no Brasil está aumentando em 2011. Por outro lado o fluxo de capitais para os países emergentes é muito mais volátil. Em 2006, do total de ingressos de capitais no Brasil, 37% era de capitais financeiros, em setembro de 2010, 69% dos capitais que entram são financeiros. Este é um fluxo propenso a mudar de direção, muito rapidamente.
				VULNERABILIDADE
Mudanças de percepção e expectativas podem fazer com que o país ganhe ou perca grandes volumes de recursos externos.
Antes de 1982 era possível trabalhar com reservas cambiais baixas, pois havia facilidade na rolagem dos empréstimos de curto prazo que podiam ser automaticamente renovados. Com a globalização e a melhoria na qualidade e velocidade da transmissão das informações, as movimentações de capitais podem ser feitas quase que instantaneamente de um país para outro, no mercado internacional de capitais, causando instabilidade quando há notícias envolvendo a piora da situação de risco deste ou daquele país.
	Um dos índices de vulnerabilidade das diferentes economias do mundo envolve três indicadores: Dívida, conta corrente e relação poupança/PIB.
	Em 2007, o Brasil aparecia como 11º país mais vulnerável. Em 2011 passou para 8º lugar.
	Neste ranking os países do leste europeu são os mais vulneráveis. Com a crise deflagrada na Grécia, o rebaixamento de Portugal no ranking das agências que publicam o “grau de investimento” e a situação difícil da Espanha, os países do oeste europeu também caíram, isto é, estão mais vulneráveis.
	Segundo o economista Paulo Nogueira Batista, na página 7 do jornal “o Globo” de 9 de julho de 2011: “ pode-se falar na maldição da abundância de capitais externos”. Uma das piores coisas que podem acontecer a um país é cair nas boas graças do sistema financeiro internacional. A turma da bufunfa livre, leve e solta, é capaz de arruinar qualquer economia. Com a entrada de capitais a moeda nacional fica forte e a economia do país fica fraca. A valorização da moeda acaba com o equilíbrio das contas externas, e deixa o parque industrial fraco, assim como diversos setores da economia que perdem a capacidade de exportar e de concorrer com as empresas externas. Poucos setores da economia prosperam.
	Quais as soluções? – subsídios e incentivos à exportação e restrições às importações, e adotar medidas mais severas e amplas para barrar a entrada de capitais.
	Em 2012, os países da Europa, EUA e Japão estão tentando estimular suas economias, injetando trilhões de Euros, dólares e Yenes nas economias. Esse excesso de “dinheiro” não fica apenas dentro das suas fronteiras, também sai desses países e vão pelo mundo tentando ganhar mais dinheiro. Boa parte desses recursos se dirige aos países emergentes, aumentando o ciclo acima comentado.
	Em 2013 o Brasil registrou uma saída líquida de dólares de US$ 12,7 bilhões. Isso não acontecia desde 2002 (eleição do Lula). Os investidores internacionais tiraram US$ 23 bilhões do mercado financeiro. Isso fará com que o Real se desvalorize ainda mais. Com saldo em conta corrente muito negativo, as reservas internacionais serão atingidas, passando a ter quedas.
2) O SETOR PÚBLICO
 O CRESCIMENTO DAS DESPESAS GOVERNAMENTAIS
	DESPESAS DO GOVERNO :
DESPESAS OPERACIONAIS
DESPESAS DE TRANSFERÊNCIAS E SUBSÍDIOS
INVESTIMENTOS ( despesas não correntes )
RECEITAS DO GOVERNO :
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA EMPRESARIAL
RECEITA TRIBUTÁRIA
ORÇAMENTO DO GOVERNO: 
 POUPANÇA FISCAL = RECEITAS CORRENTES – DESPESAS CORRENTES
Quando a Poupança Fiscal for negativa ou positiva porém insuficiente para cobrir os investimentos (despesas não correntes), lança-se mão das RECEITAS NÃO-CORRENTES
	RECEITAS NÃO-CORRENTES : O Financiamento do Déficit Público
							EXTERNO
CRÉDITO PÚBLICO 
INTERNO
- EMISSÃO DE PAPEL-MOEDA
CONTAS PÚBLICAS
	SALDO NOMINAL (superávit/déficit) = Receitas Totais – Despesas Totais
SALDO PRIMÁRIO (superávit/déficit) = Receitas – Despesas (exceto gastos com juros) 
									 
No ano de 2008 o superávit primário foi de 4% do PIB e o déficit nominal de 1,53%.(o Tesouro tem superávit, mas o INSS e o BC têm déficit), logo a conta de juros foi de 5,6 % do PIB.
Receitas do Tesouro: Cofins, IRPJ(pessoas jurídicas) e CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
	GOVERNO CENTRAL: Governo Federal, INSS e Banco Central.
Na Suécia a carga tributária é de 52%, mas o povo Sueco tem o retorno de tudo do Estado. Direito até a acompanhante para os mais velhos, se preciso.
	Suponha que em determinado ano as Receitas e as Despesas Totais do Governo sejam respectivamente 40 e 42,3. Assim o déficit nominal seria de 2,3.
	Se os gastos com juros (encargos da dívida) forem de 6,3, o superávit primário será de: 40 – [ 42,3 – 6,3] = 40 – 36 = + 4
 					 Outubro 2013: déf. nominal = 3,12% do PIB
 receitas despesas juros 		 juros nominais = 4,94% do PIB
 SUPERÁVIT PRIMÁRIO
	ANO
	VALOR
	2005
	 (3,9% PIB)
	2006
	 (3,2% PIB)
	2007
	 (3,4% PIB)
	2008
	 (3,5% PIB)
	2009 
	(2,1% PIB)
	2010
	(2,5% PIB)
	2012
	(2,38% PIB)
	2013
	(1,9% PIB)
	2014
	(1,36% PIB)
 		A meta para o superávit primário em 2013 era de 3,1% do PIB, e a de 2014 de 1,9%.
	Em 2013 as Receitas do Governo corresponderam a 35,7% do PIB, enquanto as despesas foram de 39% do PIB. Déficit Nominal.
 DÉFICIT NOMINAL DO SETOR PÚBLICO
	O patamar de 3% do PIB é uma espécie de número emblemático por ser o teto imposto aos países membros da União Européia. É considerado um parâmetro internacional de políticas fiscais responsáveis. 
	Em 2009 o FMI afirma que os níveis de endividamento e déficits públicos são recordes, especialmente para os países desenvolvidos. O desafio dos governos é saber como reduzir estímulos, bem como fazer isso de forma ordenada, para não criar uma nova crise. Ainda segundo o FMI, o déficit fiscal das principais economias desenvolvidas, em relação ao PIBpassará de 4,6% a.a. (2008) para 9% em 2009, enquanto de 1993 a 2002, essa relação foi de 2,7% a.a.
	Nos EUA o endividamento representará 100% do PIB em 2012 (era de 35,3% em 1980) e na Europa, 80% do PIB, enquanto no Japão, será de 218% do PIB.	
Em 2008 nosso déficit nominal ficou em 1,53% do PIB. Em 2005 chegou a 3,5% do PIB. O aumento do déficit nominal é conseqüência direta dos juros mais altos praticados pelo Banco Central. De 2005 até 2007, a taxa Selic caiu fazendo com que o déficit nominal caísse até próximo de 2%. Com a queda da taxa Selic para 9,25% em junho de 2009, o déficit nominal continua caindo. A projeção de déficit nominal para 2011 é de 2% do PIB. Nos EUA o déficit nominal é de 14% do PIB em 2011.
A crise que se alastrou pelo mundo em 2009 fez com que os governos, na tentativa de contorná-la, aumentassem muito seus gastos, elevando o déficit fiscal. Em 2009 o resultado deste déficit, em percentagem do PIB é:
	PAÍS
	Déficit/PIB
	INGLATERRA
	14%
	GRÉCIA
	13%
	ESPANHA
	12%
	IRLANDA
	12%
	FRANÇA
	8%
	PORTUGAL
	8%
	JAPÃO
	7%
	ALEMANHA
	3%
	BRASIL
	3%
FONTE: The Economist
A Grécia não é o único país que precisa apertar o cinto. Os “Pigs”(Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha – economias da zona do Euro que estão em situação preocupante). A Inglaterra e a Suécia são países que não adotam o Euro e que têm liberdade monetária, assim como Japão e Brasil.
A situação dos EUA também é muito preocupante. Até 2001 havia superávit fiscal, isto é, o governo gastava menos do que arrecadava. Porém com as guerras (Afeganistão e Iraque) e com a redução dos impostos (governo George Bush), a situação fiscal piorou. Em 2008 (crise) a arrecadação tributária reduziu-se muito e ao mesmo tempo, para contornar as conseqüências da crise, houve aumento dos gastos públicos. Dessa forma o déficit público é de cerca de US$ 1 trilhão, desde 2009 (cerca de 8% do PIB). Ao emitir mais e mais títulos públicos a dívida subiu de 61% do PIB (2006) para 100% do PIB, em 2011. (US$ 14,3 trilhões)
	 CARGA TRIBUTÁRIA – BRASIL.
			% do PIB
		 37,5							
		 29,64
		 13,8
				 1947 1998 2013
		obs: IR pessoas físicas e jurídicas, IPI, ICMS, ganhos com a renda de imóveis.
	Do aumento das receitas de 1995 para cá (7,9% do PIB), 67% destinaram-se principalmente para o pagamento de juros da dívida pública. Apenas 33% é que se destinaram a cobrir despesas com saúde, educação, pagamento de benefícios, ...
	Em 2006, de janeiro a julho, as despesas subiram 9,2% e as receitas líquidas (menos as transferências para estados e municípios) só 6,2%, acima da inflação.
Os governos têm grande dificuldade para cortar despesas.
	Se as despesas disparam, a solução é aumentar os impostos. Nossa carga tributária é muito elevada, se confrontada com os serviços prestados pelo governo. Na China a carga tributária é de 18% do PIB, fazendo a empresa brasileira perder competitividade.
	De janeiro a abril de 2013, o superávit primário foi de R$ 41,1 bilhões(2,7% do PIB do período), muito menor que o resultado do mesmo período de 2012. Como os juros da dívida pública somaram R$ 80,3 bilhões, de janeiro a abril, o déficit nominal do setor público foi de R$ 39,2 bilhões(2,58% do PIB).
(Déficit nominal) Receitas – Despesas = - 39,2; Juros = 80,3; Superávit primário = 41,1
	A meta de superávit primário para 2013 é de R$ 155,9 bilhões(3,1% do PIB). O governo já informou que a meta não será cumprida. Temos uma deterioração da política fiscal. Se metas são colocadas para não serem cumpridas, para que esses parâmetros?
- DÍVIDA PÚBLICA
dívida pública em títulos(mobiliária) = R$ 1,99 trilhões em março de 2014. 
Em 2013, parcela da dívida corrigida pelo dólar é de 1%, outros 23,2% são corrigidos pela SELIC (pós-fixado e de curto prazo), 39,4% são pré-fixados e 36,1% são corrigidos por índices de preços. Em 2014 teremos o vencimento de 25% da dívida.
	DATA
	Valor da dívida em Títulos
	Abr 2004
	R$734 bilhões
	Fev 2007
	R$ 1,133 trilhão
	Dez 2007
	R$ 1,224 trilhão
	Dez 2008
	R$ 1,264 trilhão
	Dez 2009
	R$ 1,398 trilhão
	Dez 2010
	R$ 1,690 trilhão
	AGO 2013
	R$ 1,896 trilhão
A dívida líquida do setor público é o débito total menos o que o governo tem a receber. 
	DATA
	DÍVIDA LÍQUIDA
	MAIO/2002
	R$708,45 (55,7% do PIB)
	SET/2002
	R$830,00 (62,0% do PIB)
	MAR/2003
	R$880,14 (55,1% do PIB)
	NOV/2003
	R$905,00(57,2% do PIB)
	OUT/2005
	R$911.202,00(51% do PIB)
	DATA
	DÍVIDA LÍQUIDA
	DEZ/2006
	R$1.067.363,00(45% do PIB)
	OUT/2007
	R$1.393.026,00(51,9% do PIB)
	DEZ/2008
	R$1.488.794,00(51,5% do PIB)
	AGO/2009
	R$1.289.000,00(44% do PIB)
	JAN/2010
	R$1.500.000,00
	Fev 2014
	R$ 1.613.000,00
	Obs; em dez/2013 a dívida líquida estava em 35% do PIB.
A dívida bruta (sem descontar os créditos do governo) já ultrapassou R$ 1 trilhão. 
Era de R$ 1,678 trilhões em outubro de 2007, correspondendo a 64,7% do PIB. Em 2013 é de 60,4% do PIB. Em 2014 a dívida pública federal é de R$ 2,08 trilhões. Em julho de 2014 a dívida interna do setor público é de R$ 2,895 trilhões.
Prazo médio para pagamento dos títulos é de 48 meses.
	JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA, PAGOS DESDE O INÍCIO DO PLANO REAL	 (incluindo União,estados, municípios e estatais)
	ANO
	VALOR EM R$ BILHÕES
	1996
	44,22
	1997
	43,31
	1998
	68,33
	1999
	87,37
	2000
	77,96
	2001
	86,44
	2002
	114,04
	2003
	145,21
	2004
	128,25
	2005
	129,96 
	2006
	130,00
	2008
	162,34
	2009
	108,31
	2010
	180
	2011
	240 
	2012
	214
	2013
	256 (5,3% do PIB)
	O endividamento sobe devido aos juros que corrigem o estoque da dívida.
- JUROS
Conseguimos desatrelar o Real do câmbio, isto é, o Real se desvaloriza sem uma taxa de inflação enorme atrelada, mas os juros estão sugando o sangue do setor produtivo.
Agora vamos ter que tocar na “vaca sagrada”: a despesa governamental em todas as esferas. Quanto maior a necessidade do governo de tomar emprestado, interna e externamente, maiores as taxas de juros.
Para reduzir juros : privatizações criteriosas incentivadas, arrocho na previdência, revisão nas transferências a Estados e Municípios, revisão dos privilégios no Legislativo e Judiciário e por último, plano de securitização da dívida global, para começar a fazer uma renegociação do principal.
O COPOM (Comitê de Política Monetária) foi criado em junho de 1996 para estabelecer a taxa básica de juros da economia e dar a diretriz da política monetária do país, se reúne periodicamente. 
Todas as reuniões extraordinárias foram ligadas às crises internacionais, que resultam na redução brusca do volume de dólares que entra no país.
A primeira foi em 30/10/97 – crise da Ásia. Os juros de 20,7% para 43,4%.
A segunda em 10/09/1998 – crise da Rússia. Os juros de 29,75% para 49,75%.
Em janeiro de 1999 o Governo desvalorizou o Real e a taxa SELIC outra vez ultrapassou os 40% ao ano, caindo para 21% em junho de 1999.
Voltamos em outubro de 2002 ao mesmo patamar de junho de 1999.
Em abril de 2003 a SELIC estava em 26,5% e em abril de 2005 em 19,5% e em setembro de 2006 em 14,25%. Em dezembro de 2008 era de 13,75 %, e continua caindo.
Em março de 2010 o COPOM manteve a Selic em 8,75% a.a. Esta taxa Selic nos coloca com “juros reais” de cerca de 4% a.a, muito alta em comparação com outros países. A taxa real média dos países emergentes é de 1,7%.
	A média geral dos juros reais de 40 países pesquisados por um levantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, era de 1,5% reais ao ano, em 2006.
	Em 2009 as taxas de juros nominais nos EUA eram de 5,25% e na zona do Euro, 3,5%, enquanto no Japão, que por anos teve juros zero, eram de 0,5%.
11
AGO
201
4
	A taxa de juros real da Rússia é de 3,4% em 03/2012, ficando a Rússia em segundo lugar, no mundo, quanto à altura dos juros reais. O Brasilé o primeiro lugar.
	
	 07/
2007
	03/
2009
	08/
2009
	03/
2010
	09/
2010
	03/
2011
	04/
2011
	03/
2012
	09/
2012
	 10/ 
2013
	 01/ 
2014
	08/
2014
	
	SELIC
	11,5
	11,25
	8,75
	8,75
	10,75
	11,75
	12
	9,75
	7,25
	10
	10,5
	11
	
	J. real
	7,5
	5,4
	4,4
	4
	5,4
	5,9
	6,2
	4,2
	1,6
	3,8
	4,25
	4,22
	
obs: (1+i) = (1+π) . (1 + e) 	
	i = taxa de juros nominal			(1,105) = (1,059).(1,0425)
	π= taxa de inflação				em janeiro de 2014
 e = taxa real de juros	(tanto a Selic quanto o IPCA são médias dos últimos 12 meses)
Ranking dos juros reais em janeiro de 2014: 	
1º lugar: Brasil com 4,25%.
2º lugar: Argentina com 3,7%
3º lugar: China com 3,41%. (fonte: Jornal O Globo de 16/01/2014, página 15)
4º lugar: Índia com 1,65%
Na Índia os juros reais eram negativos em 2012. Com uma inflação de 16 % e a taxa básica de juros em 3,2 %. Hoje já são positivos.
(1+i) = (1+π) . (1 + e) (1 + 0,032) = (1 + 0,16) . (1 – 0,11) 
Em 2013 com a Selic subindo para 10%, temos juros reais de 3,8%, e voltamos a ter os juros reais mais altos do mundo.
	Se conseguíssemos, no Brasil, o déficit nominal igual a zero, poderíamos ter a redução da Selic, além de maior formação de poupança interna dirigida aos investimentos do setor privado, elevando as possibilidades de crescimento da economia.
	DÍVIDA TOTAL DOS PAÍSES (INTERNA E EXTERNA) - 2011
	PAÍS
	Valor em US$ 
	% do PIB
	Estados Unidos
	15 trilhões
	99%
	França
	2,5 trilhões
	87%
	Itália
	2,7 trilhões
	120%
	Japão
	14 trilhões
	229%
	Alemanha
	3 trilhões
	80%
	Reino Unido
	2 trilhões
	83%
Fonte: FMI
Para contornar a crise mundial de 2008, todos os países tiveram grande elevação de suas dívidas.
	O Brasil mantém a política de superávits primários desde 1999, mas o governo tem aumentado os gastos como proporção do PIB, todos os anos, e isso é insustentável.
	A queda da dívida líquida é enfatizada, mas o aumento da dívida bruta não é divulgado. 
	Na Dívida Líquida, o governo desconta ativos, como as reservas cambiais, porém a Dívida Bruta é usada internacionalmente. Em 2012, esta vai subir 3% e fechar em 57% do PIB. Isso é muito para um país que não está em crise.
	Com a queda dos juros (Selic) o governo está gastando menos com a rolagem da dívida. Era para a dívida bruta estar diminuindo e não aumentando. Era para estarmos tendo diminuição do Déficit Nominal, e não aumento.
	Além de tudo o governo se comporta com se tivesse descoberto o ovo de Colombo: - lança títulos no mercado e transfere o dinheiro para BNDES, Caixa e BB. Estes pagarão isso ao governo com juros muito baixos e no prazo que quizerem. Se pagarem. Há gasto público, aí, embutido, mas não há o registro como despesa em lugar nenhum. O impacto fiscal fica escondido, mas a dívida pública, que será paga por todos nós aumenta. Nós pagaremos! – Não existe almoço grátis!
3) OFERTA DE MOEDA
	EVOLUÇÃO: O pioneiro pensador de política monetária foi David Hume, no século XVIII. Pode ser considerado o pai da teoria quantitativa da moeda, que relaciona a quantidade de moeda ao nível de preços. 
 
M . V = P . Q Posteriormente, Alfred Marshall e Irving Fisher concluíram que a estabilidade monetária era essencial para preservar os juros baixos e assim evitar recessões. É a pedra angular dos bancos centrais. Por fim, Knut Wicksell chegou ao conceito de taxa de juros natural: é aquela que mantém sob equilíbrio a poupança e o consumo.
	Se a taxa de juros está muito baixa, a demanda aquece e os preços sobem. Se está muito alta, freia a economia, reduzindo consumo e investimento.
	Aos poucos ficou clara a idéia de que é necessário manter estável o nível de preços.
	Os bancos centrais, inicialmente tinham o objetivo de prover a liquidez do sistema, depois encamparam a função de centralizadores das reservas e, por fim, de executores da política monetária.
	Consenso: a moeda deve ser fiduciária, sob a administração de um banco central autônomo, cuja atuação deve enfatizar a estabilidade de preços.
DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
	O Brasil tem a maior alíquota de recolhimento compulsório sobre depósitos à vista. Enquanto a maioria dos países tem taxa abaixo de 10%, de 2003 até 2009, o Brasil aparecia no topo da lista com uma alíquota exorbitante de 53% sobre o volume depositado nos bancos. Desse total, 45% ficam no Banco Central, sem rentabilidade, e 8% são remunerados pela Selic.
	Em 2009, com a crise nos EUA e Europa, os bancos pequenos, no Brasil, ficaram em situação difícil, com dificuldade de captar dinheiro no exterior. Por isso o BC mexeu nas regras do compulsório, na intensão de colocar mais dinheiro na economia.
	A alíquota passou a ser de 42% dos depósitos à vista, com desconto de R$ 44 bilhões, isto é, os bancos só depositam o que ultrapassa os R$ 44 bilhões. Este valor equivale em 2010 a 20% dos depósitos compulsórios.
	O depósito compulsório diminui a oferta de crédito no mercado e encarece os empréstimos aos consumidores, pois retira dinheiro de circulação e os bancos passam a ter menos dinheiro para emprestar.
	O depósito compulsório é o instrumento que permite ao BC aumentar ou diminuir a liquidez do sistema. Em momentos de turbulência, quando o dinheiro some da economia, o BC reduz o compulsório, injetando mais dinheiro. Em 2009 houve um afrouxamento das regras do compulsório, por causa da crise.
			 Depósitos em C/C Aplicações em CDB Dep. em Poupança
	Como era
	53%
	17,5%
	30%
	Como fica agora
	42%
	23%
	30%
	Na China, em 2010, a alíquota do compulsório aumentou para 18% dos depósitos. Mesmo com a redução do compulsório no Brasil, ele continua alto.
	PAÍS
	Relação crédito/PIB
	Alíquota de compulsório
	Chile
	60%
	9%
	Zona do Euro
	105%
	2%
	EUA
	80%
	0 a 10%
	Brasil
	40%
	42%
	O compulsório alto abafa o efeito da redução da Selic.
	Em 2003, a taxa de compulsório era de 45%, mas como é um instrumento de política monetária, periodicamente, de acordo com a necessidade de alteração do estoque de moeda ou de seu fluxo, as autoridades monetárias podem modificar suas alíquotas e/ou os períodos de cálculo de recolhimento.
	A exigibilidade compulsória sobre os recursos à vista deve ser cumprida exclusivamente em espécie, sem remuneração.
	As instituições financeiras são divididas em dois segmentos denominados “grupo A” e “grupo B”, sendo que os períodos de cálculo e de movimentação dos grupos têm defasagem de uma semana.
	Esse mecanismo diminui a oferta de crédito no mercado e encarece os empréstimos aos consumidores, pois retira dinheiro de circulação e os bancos passam a ter menos dinheiro para emprestar.
	No final de julho de 2014 o governo anunciou medidas para aumentar o crédito disponível na economia. A principal delas é a mudança nas regras dos depósitos compulsórios. Dos 20% de todos os depósitos a prazo que as instituições precisam recolher ao BC, metade ficará sem remuneração, a fim de estimular os bancos a direcionarem esses recursos para os empréstimos e financiamentos e para a compra de carteira de crédito de instituições menores. Hoje esses recursos recolhidos ao BC são corrigidos pela Selic. Medidas contrárias: manter a Selic alta (11%) encarece os empréstimos e financiamentos. Baixar o compulsório, fazendo com que os bancos tenham mais dinheiro para emprestar, só vai aumentar o lucro dos bancos.
O Brasil ainda continua a ter compulsório elevado quando comparado a outros países. O BC entende que isso é importante para a estabilidade financeira. Quando a crise de 2008 estourou, mexer no compulsório foi o instrumento encontrado para ajudar o país a passar pelas turbulências.
		BC decreta a liquidação do Banco Cruzeiro do Sul (setembro 2012)
Rombo total do banco pode chegar a R$ 2,2 bilhões. (Negociações para a venda do banco fracassam). No início de julho o BC fez a intervenção no Banco Cruzeiro do Sul e em setembro de 2012, fez a liquidação extrajudicial.O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garantirá contas, poupanças, CDB, letras de crédito imobiliário, letras hipotecárias, e câmbio, at´R$ 70.000,00. O risco, para o sistema financeiro é desprezível pois o banco representa apenas 0,25% do sistema nacional.
PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DA MOEDA ESCRITURAL
Caso o governo emita R$ 1.000.000.000,00 (hum bilhão de reais) para pagar às empreiteiras que estão fazendo as obras do PAC e esse dinheiro vá parar na rede bancária, vamos seguir o que acontece:
		 Depósito compulsório
RESERVAS Depósito voluntário supor que este montante seja de 40% dos
		 Encaixe técnico						 depósitos
 Banco A
R: 400 milhões D1: 1.000 milhões
E1: 600 milhões
							 Banco B
 R: 240 milhões D2: 600 milhões
 E2: 360 milhões
	 Banco C
 
 R: 144 milhões D3: 360 milhões
E3: 216 milhões
				 D4: 216 milhões ......................assim por diante
D1: 1.000 milhão				E1: 600 milhões ( 0,6 D1)
				 
D2: 600 milhões				E2: 360 milhões (0,6 D2) ou ( 0,62 D1)
D3: 360 milhões				E3: 216 milhões (0,6 D3) ou ( 0,63 D1) 
D4: 216 milhões				E4: 129,6 milhões .....................................
 n
 ∑ Di = D1 + D2 + D3 + ................ = D1 1 + 0,6 + 0,62 + 0,63 + ........	
n=1		
O que está entre as chaves é o somatório dos n termos de uma P.G. cuja razão é r = 0,6
Sabemos que Sn = a1
			 1 - r	 
No exemplo: Sn = 1	 = 1 = 2,5
			 1- 0,6 0,4
 
 n
 ∑ Di = D1 + D2 + D3 + ........ = D1 . 1 = (1 bilhão vezes 2,5) = R$ 2,5 bilhões	
n=1					 0,4
Resultado: Cada real (R$ 1,00) emitido, que chega aos bancos, é transformado, pelo processo de multiplicação da moeda, em R$ 2,50. Isso acontece porque o mesmo valor de R$ 1,00 passa a pertencer a várias pessoas ao mesmo tempo. 
		Brasileiros carregam R$ 161 bilhões no bolso (reportagem do jornal O GLOBO de 20/05/2012). As notas de Real que circulam pela economia já chegam a 4% do PIB. (Papel Moeda em Poder do Público).
	Hoje as pessoas “ficam” com o dinheiro. Durante o período de inflação alta, as pessoas queriam se livrar do dinheiro e este tinha um giro muito maior, sendo necessários apenas 0,8% do PIB, em 1993, por exemplo.
	O dinheiro é usado em 77% das transações. Os outros “Meios de Pagamento” (ver abaixo) como cartões de débito e crédito, cheques e vale refeição, são usados por 23% das transações.
		AGREGADOS MONETÁRIOS
Papel moeda emitido
 - caixa do Banco Central =
papel moeda em circulação
Papel moeda em circulação
			 - caixa dos Bancos Comerciais = 
						papel moeda em poder do público
									 (PMPP)
(M1) Meios de Pagamento = PMPP + ∑ depósitos à vista nos bancos
(B) Base Monetária = PMPP + reservas bancárias
Qual a relação entre M1 e B ?
M1 = PMPP + depósitos dividindo numerador e denominador
 B PMPP + reservas por depósitos, teremos:
 PMPP + depósitos 
M1 depósitos depósitos C + 1
 = 				 = 			este é o multiplicador
 B PMPP + reservas C + R da Base
 depósitos depósitos
 C			 R
 C + 1
m = 				sendo m > 1 pois R é uma percentagem dos
 C + R					depósitos ( 1 > R > 0)
Os Meios de Pagamentos restritos (M1), considerados os saldos médios diários, alcançaram R$142,5 bilhões em dezembro de 2005. A elevação de 12,1% registrada em 2005 traduziu o crescimento de 11,8% no saldo de papel-moeda em poder do público e de 12,2% nos depósitos à vista. Em decorrência a velocidade renda do M1, definida como a relação entre o PIB e o agregado monetário manteve-se relativamente estável no decorrer do ano, em cerca de 14. 
M1 = papel-moeda em poder do público + depósitos à vista
M2 = M1 + depósitos para investimentos, depósitos de poupança e os títulos emitidos por instituições financeiras.
M3 = M2 + cotas de fundos de renda fixa e títulos públicos federais.
 
	Em 20 de janeiro de 2010 a quantidade de dinheiro em circulação no Brasil era de R$ 115.957.951.924,00, segundo reportagem do jornal O GLOBO. 
	
EXERCÍCIO:
Suponha um país onde as pessoas costumem depositar (em média) à vista, 75% da renda, na rede bancária e manter, em moeda manual, 25%.
Suponha, também, que o total das reservas bancárias gire em torno de 35% dos depósitos. 
Se o governo emitiu dinheiro para pagar as empreiteiras que fizeram obras emergenciais nas estradas, no valor de R$100.000.000,00, pede-se:
- a) qual o aumento no somatório dos depósitos à vista?
- b) qual o valor do multiplicador da Base Monetária?
- c) qual o aumento de M1 gerado por esse acréscimo da Base?
RESPOSTAS:
				25.000.000,00 = ∆ PMPP
a) 100.000.000,00
				75.000.000,00 = d1 (depósito inicial)
 n
 Σ di = d1 . 1 = 75.000.000 . 1	 = 214.285.714,30
i=1 R	 0,35
∆ M1 = ∆ PMPP + ∆ depósitos. 
25.000.000 + 214.285.714,30 = 239.285.714,30
b) PMPP = 25.000.000 = 0,116666666
	 dep 214.285.714,30 
m = 0,116666 + 1 = 1,1166666 = 2,392857143
 0,116666 + 0,35 0,4666666
c) ∆ M1 = m . ∆ B 239.285.714,30 = 2,392857143 . ∆ B
					
Ambos os caminhos levam ao mesmo resultado.
100.000.000,00
	O PAPEL DO BANCO CENTRAL:
	A autonomia operacional dos Bancos Centrais é uma norma no mundo desenvolvido. A idéia é evitar que governantes usem o BC para expandir os gastos do governo.
	Antes, no padrão ouro, a oferta de moeda era em função do estoque do metal. Os governantes não tinham o poder de financiar gastos de forma inflacionária.
	Com o fim do padrão ouro, o Estado assumiu a exclusividade das emissões. Para evitar abusos e inflação, criou-se uma regra: a autonomia operacional do BC, com mandato para a diretoria e proibição de financiar diretamente o Tesouro Nacional.
	Cabe ao BC zelar pela estabilidade da moeda. O BC não pode receber ordens para baixar juros ou gastar reservas internacionais com o objetivo de expandir a economia. A Lei da autonomia obriga o BC a prestar contas ao Congresso, que pode demitir diretores em caso de falta grave.
	Com o objetivo de reduzir ainda mais os riscos no sistema financeiro o BC divulgou medidas mais rígidas para os bancos se enquadrarem no acordo internacional de Basiléia III. (lembrar o caso do Banco Panamericano – Sílvio Santos)
	Em 2011 o índice de Basiléia é de 11% (para cada R$ 100,00 emprestados, os bancos têm que ter R$ 11,00 de capital) e poderá chegar a 13%. As novas regras devem começar a valer em 2012.
	O regime de “metas de inflação” pressupõe a confiança de que o BC, guardião da moeda, perseguirá a meta traçada. É preciso haver a segurança de que o BC tem como objetivo principal, combater a inflação.
	O BC não pode aceitar inflação maior com o objetivo de “ajudar” o crescimento econômico ou melhorar os ventos na economia. 
	Se os agentes econômicos não confiarem na autonomia do BC, para o controle da inflação e o retorno ao centro da meta, começarão a embutir inflação maior nas suas decisões.
CRÉDITO
	No Brasil, o volume de empréstimos chegou a 49,1% do PIB em 2011, devendo chegar a 52% do PIB em 2012. Se levarmos em conta que em 2003 o volume de crédito era de 24%, o volume dobrou em menos de 10 anos.
	Em outros países do mundo, o volume de empréstimos, normalmente está em torno de 80% a 120% do PIB.
	Porque o volume de crédito no Brasil era tão baixo? – Tivemos muitas décadas de inflação muito alta (até 2.700% a.a) o que impede o crescimento do volume de crédito, pois inviabilizao pagamento das dívidas. Os salários não têm a correção suficiente para manter a proporção percentual do pagamento da dívida. Resultado, o volume de crédito é muito baixo.
	Com a estabilidade trazida para a economia brasileira, com inflação menor, o crédito pode crescer. A partir de 2004 o volume de crédito cresceu ano a ano, até 2012.
	Tínhamos, no Brasil, uma enorme demanda, por crédito, reprimida. 
	Antes da década de 90 não havia financiamentos para a compra de carros, eletrodomésticos, .... , com 36 ou 72 prestações. Isso era “impensável”.
	A grande demanda por crédito está explodindo, apesar das altas taxas de juros praticadas no país.
	Em janeiro de 2012, as taxas cobradas, pelos bancos, aos clientes, estavam em torno de 37,1% a.a. Mesmo com a queda da Selic (10,5% a.a. em fevereiro de 2012) os juros praticados no Brasil são inacreditáveis. 
	Os juros altos contribuem para a taxa alta de inadimplência medida pelo BC, que terminou 2011 em 7,3%, tendo começado o ano de 2011 em 5,7%.
	A inadimplência dos consumidores cresceu 21,5% em 2011.
	O comprometimento da renda mensal com dívidas de cartão de crédito, cheque especial e rotativo, chegou a 21,9% em novembro de 2011, segundo dados de reportagem de Gomes/Justus, publicada no jornal “O Globo” de 28/01/2012, na página 29.
	O crédito consignado cresceu em janeiro de 2013, para R$ 11,4 bilhões, dando um salto de 33% sobre o mês de dezembro. Entre os aposentados o “desconto em folha” teve alta de 57%, mesmo sendo esse crédito obtido com taxa de 27,2% a.m.
	Nossos problemas são pequenos se comparados à situação dos países europeus, que sempre dispuseram de crédito farto e barato. 
	Na maioria dos países desenvolvidos há excesso de dívida privada. As economias crescem menos porque as pessoas e empresas estão muito endividadas, e se endividam mais ainda, porque não crescem. Até determinado nível os financiamentos e os empréstimos são essenciais para o crescimento. Acima de determinado nível, tornam-se preocupantes.
	Existem países como Irlanda, Chipre, Holanda, Espanha, Portugal e Bélgica nos quais as dívidas de pessoas e empresas ultrapassam os 200% do PIB.
				MOEDA x CRISE ECONÔMICA
	Ao anunciar que o Japão injetaria US$ 1,4 trilhão na economia para combater a deflação e tirar o país da estagflação, o presidente do BC japonês está seguindo os passos e atitudes tomadas por USA e Europa, que fizeram o mesmo desde a crise de 2008.
	A receita consiste em abrir a torneira e inundar a economia com dinheiro novo. Estimular consumo e investimento e baixar os juros.
	O BC da Europa levou 5 anos para dobrar a base monetária da zona do euro, enquanto o BC japonês promete fazer isso em 2 anos.
	O BC japonês se comprometeu a comprar títulos públicos, que resultarão em uma injeção na economia de cerca de 70 milhões de ienes, isto é, US$ 730 bilhões por ano, até que a meta de inflação em 2% seja cumprida. (são US$ 1,4 trilhão até 2014).
	Com mais ienes em circulação a moeda tende a se desvalorizar, o que melhora as exportações.
	O medo é que a inflação fuja ao controle.
CHINA PRECISA REFORMAR O SISTEMA BANCÁRIO
	O sistema financeiro é o único setor da China que continuou fechado para a iniciativa privada local ou estrangeira, dominado pelos grandes bancos estatais. O Banco Popular da China sempre socorria os bancos estatais.
	No mês de junho de 2013 o BC Chinês encareceu o crédito e reduziu a injeção de recursos para os bancos.
	Falta transparência nas operações bancárias. O crédito do país ultrapassa o volume do PIB (no Brasil corresponde a 50% do PIB). Na última década, na China, existiu crédito fácil e barato para financiar investimentos e consumo. Isso vai mudar.
ALGUMAS CAUSAS DA INFLAÇÃO: (pressões inflacionárias)
Excesso de emissão de moeda
Investimentos públicos improdutivos
Aumento dos impostos
Excesso de crédito
Expectativas 
Aumentos salariais reais
Aumento de gastos do governo
Insuficiência de oferta de produtos básicos
Desvalorização cambial
10-Dívida externa
11-Dívida interna
12-Dependência econômica externa
13-Altas taxas de juros
14-Poder dos monopólios e oligopólios
MALEFÍCIOS DA INFLAÇÃO:
falências
queda de investimento produtivo
manipulação de preços
perda de credibilidade no governo e na moeda
concentração de renda
substituição da moeda fraca
perda da capacidade de previsão e planejamento.
A essas alturas do curso o aluno(a) já deve ser capaz de entender CAUSAS e EFEITOS, como a seguir, por exemplo:
								Isso melhora o saldo 
								 do Balanço de
								 Pagamentos
A desconfiança em	 Isso aumenta a demanda
relação ao cumprimento das	 por US$, fazendo aumentar
metas econômicas aumenta o	 a taxa de câmbio R$/US$
Risco Brasil.
									Existe pressão para 
									o aumento dos preços
									via aumento do preço
									dos importados.
								O aumento da SELIC faz
								aumentar o déficit público
								(aumento do pagamento de
			 Aumenta o valor dos		juros)
			 juros internamente,
 Para tornar o Brasil	 para melhor remunerar
 mais atrativo		 o dinheiro aplicado
			 no Brasil.				O aumento da SELIC
								reduz Consumo e INV.
								comprometendo o
								crescimento.
	BALANÇO DE PAGAMENTOS - BRASIL - US$ milhões
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	2005
	2006
	2007
	2008
	2009
	2010
	BAL.COM.
	44.758
	46.458
	40.032
	24.836
	 25.290
	 20.267
	exportações
	118.309
	137.807
	160.649
	197.942
	 152.995
	 201.915
	importações
	73.551
	91.350
	120.617
	173.107
	 127.705
	 181.649
	BAL. SERV/RENDAS
	-34.115
	-37.143
	-42.510
	-57.252
	 -52.930
	 -70.630
	RENDAS
	-26.182
	-27.489
	-29.291
	-40.562
	 -33.684
	 -39.567
	outros serv.
	-7.933
	-9.654
	-13.219
	-16.690
	 -19.245
	 -31.063
	TR. UNIL.
	3.558
	4.306
	4.029
	4.224
	 3.340
	 2.845
	TR.CORR.
	14.200
	13.621
	1.551
	-28.192
	 -24.302
	 -47.518
	CAPITAIS/FINANC.
	-8.808
	15.982
	89.086
	29.352
	 70.172
	 100.102
	Investimentos
	15.193
	15.458
	27.518
	24.601
	 36.030
	 36.962
	Outros (*)
	-24.001
	869
	61.568
	4.751
	 34.142
	 63.140
	ERROS
	-1.073
	965
	-3.152
	1.809
	 -347
	 -3.484
	SALDO
	4.319
	30.569
	87.484
	2.969
	 46.217
	 49.101
	amortizações
	
	44.082
	37.586
	37.586
	
	33.844
	Dívida Externa
	150.674
	152.266
	198.000
	262.900
	 277.600
	 260.000
	Reservas
	53.799
	85.839
	188.000
	193.783
	 238.500
	288.575 
	(*) INCLUI EMPRÉSTIMOS DE CURTO E LONGO PRAZOS, OUTROS ATIVOS E PASSIVOS,
	EMPRÉSTIMOS DE REGULARIZAÇÃO.
	
	
	
	
	
	ERROS 2008: 
	O SALDO DO BALANÇO DEVERIA SER DE 1.160 ( -28.192+29.352)
	 
	
	
	
	É DE 2.969
	
	 
	 
	 
	 
	 
	ERRO = +1.809
	 
Em 2011 tivemos:
Bal. Comercial: + 29.796
Bal. Serviços/rendas: - 85.225
T. Unil: + 2.816
		 C/C: - 52.612
					 O saldo do balanço deveria ser de + 59.256
Capital e Financeira: + 111.868
Saldo do Balanço: + 58.637 (foi de). 59.256 – 58.637 = 619 é a diferença.
Achamos ( - 619 ) do que esperávamos achar. Este é o valor dos erros e omissões.
O valor das reservas internacionais em dezembro de 2011 era de US$ 352 bilhões.
Enquanto esse déficit em C/C for coberto pela entrada de Investimentos Diretos e as empresas que têm dívidas no exterior continuarem rolando suas dívidas com facilidade, não há problema para “fechar” o Balanço de Pagamentos, mas a saída líquida de dólares (fluxo comercial + fluxo financeiro) está em US$ 12,7 bilhões, o que nó mostra que o resultado da conta Capital/Financeira será menor do que vinha sendo (menor entrada de capitais).
	Em 2013 as contas externas fecham com um rombo de US$ 81,4 bilhões, em conta corrente. A saber:
	V.1 – Balanço de pagamentos
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	US$ milhões
	Discriminação
	2013*
	 
	 
	2014*Ago
	Jan-ago
	Ano
	Ago
	Jan-ago
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 Balança comercial (FOB)
	 1 222 
	- 3 751 
	 2 402 
	 1 167 
	 249 
	 Exportações
	 21 424 
	 156 655 
	 242 034 
	 20 463 
	 154 018 
	 Importações
	 20 202 
	 160 406 
	 239 631 
	 19 297 
	 153 769 
	 Serviços
	- 4 203 
	- 30 126 
	- 47 206 
	- 3 791 
	- 30 926 
	 Rendas
	- 2 737 
	- 25 809 
	- 39 778 
	- 2 950 
	- 25 104 
	 Transferências unilaterais correntes (líquido)
	 241 
	 2 059 
	 3 366 
	 86 
	 963 
	Transações correntes
	- 5 476 
	- 57 627 
	- 81 215 
	- 5 489 
	- 54 818 
	Conta capital e financeira
	 2 364 
	 61 424 
	 74 287 
	 7 409 
	 70 794 
	 Conta capital
	 118 
	 868 
	 1 193 
	 38 
	 391 
	 Conta financeira
	 2 246 
	 60 556 
	 73 094 
	 7 371 
	 70 403 
	 Investimento direto (líquido)
	 2 525 
	 43 747 
	 67 491 
	 5 667 
	 40 658 
	 No exterior
	- 1 249 
	 4 770 
	 3 495 
	- 1 173 
	- 1 344 
	 Participação no capital
	- 761 
	- 11 514 
	- 14 760 
	- 2 071 
	- 17 019 
	 Empréstimos intercompanhias
	- 488 
	 16 284 
	 18 256 
	 898 
	 15 676 
	 No país
	 3 775 
	 38 976 
	 63 996 
	 6 840 
	 42 001 
	 Participação no capital
	 2 734 
	 25 166 
	 41 644 
	 4 533 
	 30 697 
	 Empréstimos intercompanhias
	 1 041 
	 13 810 
	 22 352 
	 2 307 
	 11 305 
	 Investimentos em carteira
	 6 138 
	 22 046 
	 25 689 
	 4 792 
	 29 624 
	 Ativos
	 181 
	- 5 955 
	- 8 975 
	- 558 
	- 2 923 
	 Ações
	- 105 
	- 883 
	- 1 462 
	 29 
	- 360 
	 Títulos de renda fixa
	 286 
	- 5 073 
	- 7 513 
	- 587 
	- 2 562 
	 Passivos
	 5 956 
	 28 002 
	 34 664 
	 5 350 
	 32 547 
	 Ações
	 882 
	 7 429 
	 11 636 
	 1 610 
	 10 643 
	 Títulos de renda fixa
	 5 074 
	 20 573 
	 23 028 
	 3 740 
	 21 904 
	 Derivativos
	 37 
	 136 
	 110 
	 76 
	 166 
	 Ativos
	 42 
	 297 
	 382 
	 533 
	 3 250 
	 Passivos
	- 5 
	- 161 
	- 271 
	- 457 
	- 3 085 
	 Outros investimentos1/
	- 6 454 
	- 5 373 
	- 20 197 
	- 3 163 
	- 44 
	 Ativos
	- 1 825 
	- 15 280 
	- 39 870 
	- 6 159 
	- 26 111 
	 Passivos
	- 4 629 
	 9 906 
	 19 674 
	 2 996 
	 26 067 
	Erros e omissões
	- 98 
	- 261 
	 1 001 
	 521 
	 3 673 
	Variação de reservas ( - = aumento)
	 3 210 
	- 3 537 
	 5 926 
	- 2 441 
	- 19 649 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Memo:
	 
	 
	 
	 
	 
	Resultado global do balanço
	- 3 210 
	 3 537 
	- 5 926 
	 2 441 
	 19 649 
	Transações correntes/PIB (%)
	- 
	- 3,88 
	- 3,62 
	- 
	- 3,66 
	IED/PIB (%) 
	- 
	 2,63 
	 2,85 
	- 
	 2,81 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	1/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, e outros ativos e passivos.
	
	
	
	* Dados preliminares.

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