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Maquiavel e as Teorias Contratualistas - Comunicação e Política

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MAQUIAVEL E AS TEORIAS CONTRATUALISTAS 
Idade Moderna – O período de transição entre a Idade Média e Moderna é de confusão, insegurança 
e conflito entre os senhores feudais, a Igreja e a burguesia em ascensão. O sentimento de identidade 
nacional era inexistente, uma vez que não existiam países como os conhecemos hoje. 
Nesse período, começam as delimitações territoriais junto a criação das línguas, literatura e símbolos 
nacionais, assim como a necessidade da formação da Nação-Estado. Até, então, a língua oficial era o 
latim, todas as outras eram chamadas de línguas vernáculas. 
Nesse contexto, é criada a imprensa. As primeiras gazetas funcionavam como agentes de construção 
da identidade nacional, já que faziam a partilha da língua e dos assuntos de interesse da sociedade. 
Os jornais eram produzidos pelos burgueses para os burgueses, dentro do que se conceitua como 
esfera pública burguesa. 
Os burgueses levavam suas gazetas para os pubs, salões, círculos literários, cafés e e lá discutiam seus 
interesses políticos e econômicos. 
A fonte, dessas discussões, era a gazeta que incluía em sua pauta apenas os assuntos de interesse da 
burguesia. 
Renascimento – Culturalmente, o Renascimento Científico surge como o discurso ideológico da 
burguesia em ascensão. O Renascimento trazia o homem para o centro do universo. Florença se tornou 
o berço do Renascimento. 
Surgiram os Mecenas, financiadores da arte e da ciência. 
Família Médici – A família Médici financiou Boticelli, Michelangelo, Donatello, entre outros. Além de 
financiar as artes, os Médici atuaram na área financeira e política. Alguns dos nomes que evidenciaram 
seu poder político foram: Lourenço de Médici, diplomata e político. Catarina de Médici, Rainha da 
França e Papa Pio X, o papa da Reforma Protestante. 
Família Borgia – Nesse mesmo período, uma outra família importante da Itália eram os Borgia. O 
Cardeal Rodrigo Borgia se tornou o Papa Alexandre VI. Cesar , Lucrécia e Giovanni Borgia eram filhos 
do Papa Alexandre VI. 
NICOLAU MAQUIAVEL – É, nesse cenário, que são desenvolvidas as ideias de Nicolau Maquiavel, 
nascido em Florença, na Itália. Maquiavel entrou para a política aos 29 anos de idade, trabalhando para 
a República de Florença como Segundo Secretário da Chancelaria. 
Foi acusado de conspiração contra os Médici, sendo preso e torturado. 
Recebeu anistia política e passou a viver em exílio numa propriedade de sua família. 
Vivia como um homem comum, mas seu interesse pela política continuou vivo, fazendo-o escrever O 
Príncipe, em 1513. 
Foi o primeiro pensador político da era cristã, que analisou as condições necessárias para o poder e a 
sobrevivência. 
O Príncipe é um livro sobre o poder. O poder político em um momento em que os principados são 
governados por homens chamados príncipes. 
O Príncipe – O livro contém 26 capítulos curtos de análises e opiniões. 
Algumas dessas opiniões destacam que: O Príncipe, antes de mais nada, deve saber lutar. Precisa 
aprender a ser impiedoso e cruel para mentir, quebrar sua palavra e estar pronto para violar tanto a 
moral quanto os princípios religiosos quando for necessário. 
Diz ainda que deve parecer ser compassivo, defensor da moral e devoto. 
Maquiavel inventou a política como a conhecemos hoje. 
O Príncipe é um espelho do próprio tempo de Maquiavel. 
Maquiavel via com apreensão a situação política da Itália, dividida em condados e principados, tendo 
à frente as milícias chamadas de condottieri. 
Para ele, o Estado possuí duas bases que são fundamentais: as Leis e as Armas. 
Sonhando com uma Itália unificada, sem o risco de invasões estrangeiras, esboçou na figura do Príncipe 
o ideal de governante capaz de unificar politicamente o país. 
Rejeitou a política normativa dos gregos que ao pensar como os homens devem agir, deixam de lado 
a análise de como os homens agem de fato, criando, com isso, sistemas utópicos. 
“O homem que ignora o que é feito realmente e se orienta pelo que deve ser feito, está a caminho da 
autodestruição”. 
O método de observação da história e das relações sociais usado por Maquiavel está em sintonia com 
a sua época. 
Copérnico estava estudando o céu e Leonardo Da Vinci estava dissecando cadáveres. Tratava-se do 
conhecimento pela observação direta. 
Assim como Da Vinci estava interessado em dissecar a natureza, Maquiavel estava interessado em 
dissecar o mundo da política e da história. 
Uma das ideias atribuídas a Maquiavel é a de que os fins justificam os meios. 
Maquiavel fez a secularização da política que consistiu na separação entre a política e a religião. 
A ideia é a de que: o príncipe bom não é necessariamente o homem bom. O que importa é a aparência 
mais do que a realidade. Diz ainda que é melhor ser temido do que amado. 
Para ele, o Príncipe deve possuir duas qualidades fundamentais: a virtude e a fortuna. 
A virtude é a virilidade, a força. A fortuna é a oportunidade, a sorte. O Príncipe deve saber reconhecê-
la, mas, jamais forçar sua existência, pois, se assim o fizer, transforma-se em oportunista. 
 
 
 
 
 
TEORIAS CONTRATUALISTAS 
Características: Estado de Natureza e Contrato Social. 
As teorias contratualistas foram desenvolvidas por três filósofos: 
 Thomas Hobbes – século XVII 
 John Locke – século XVII 
 Jean Jacques Rousseau – século XVIII 
Thomas Hobbes – Defensor da Monarquia Absolutista, Hobbes desenvolveu suas ideias a partir da 
concepção de estado de natureza e contrato social. 
Para ele, o homem primitivo, que vivia em estado de natureza, era o selvagem. Era motivado apenas 
pela satisfação de suas paixões e instintos. Suas ações eram, na verdade, uma resposta ao instinto. A 
liberdade, nesse contexto, era inexistente, uma vez que o homem encontrava-se prisioneiro de suas 
próprias paixões. 
Sendo assim, o homem torna-se o lobo do homem. 
O estado de natureza era marcado pela insegurança e pelo medo. Dessa insegurança permanente 
surge o desejo pela paz, que representa segurança e proteção. Em função disso, estabelece com o 
Soberano um pacto, chamado de contrato social. 
O Soberano vai oferecer segurança e proteção, possibilitando a passagem do estado de natureza para 
o estado civil. Em troca entregará ao Soberano sua liberdade. O governante passa a ter todos os 
poderes, só não pode atentar contra a vida. 
Suas ideias estão no livro Leviatã. 
Hobbes defendia o absolutismo e legitimava o poder ilimitado do poder. Suas ideias foram 
desenvolvidas no período de disputa pelo poder entre a burguesia e o rei. 
John Locke – Considerado o fundador do empirismo, valorizava a experiência como fonte do 
conhecimento. 
Sua teoria da tabula rasa era a de que todos nós nascemos sem saber nada e de que todo 
conhecimento é adquirido pela experiência. 
Estado de Natureza: A natureza humana é pacífica e generosa, sendo propícia à vida comunitária. Esse 
estado é pré-social e pré-político no qual a liberdade era exercida dentro de um estado pacífico. 
Para manter a paz, o homem não deveria abusar de sua liberdade para prejudicar os outros. 
No estado de natureza o homem é seu próprio senhor, não é subordinado a ninguém. Porém, está 
sujeito a constantes ameaças e incertezas perante os demais, uma vez que é próprio do homem agir 
em causa própria. Os homens não são imparciais. Faz-se necessária a Lei. 
O pacto social é feito, portanto, para proteger os direitos naturais já existentes no estado de natureza: 
vida, liberdade, propriedade. 
Nesse contexto, a única função do governo é a conservação da propriedade sem poder violá-la. 
 
O exercício do poder além do direito configura a tirania. Quando o governante interfere na 
propriedade ou condiciona à escravidão impõe oestado de guerra e configura a dissolução do estado 
civil. 
O povo adquire o direito à insurreição. 
Jean Jacques Rousseau – Para Jean Jacques Rousseau, o estado de natureza era pacífico, o bom 
selvagem vivia isolado e se agrupava apenas com a finalidade de procriar. 
Não havia motivos para competir, uma vez que vivia isolado e tinha o necessário para sua existência. 
No entanto, cataclismos geológicos reuniram os homens para a idade do ouro, para a vida em 
comunidade. Iniciou-se, portanto, um novo estágio na evolução humana e surgiu a necessidade da 
propriedade privada. Com isso a rivalidade entre os homens começou. 
Assim como Locke defendia a soberania do povo, o direito à insurreição e limitava o poder do 
soberano.

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