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SO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 1.0 INTRODUÇÃO Corrosão dos metais é o fenômeno de deterioração e perda de material devido a modificações químicas e eletrônicas que ocorrem por reações com o meio ambiente. A corrosão, além de provocar a falha direta dos metais quando em serviço, torna-os suscetíveis de romper por algum outro mecanismo (CHIAVERINI, 1986). Desde o começo da utilização dos metais, vem se buscando diversas formas de evitar ou ao menos amenizar a corrosão dos mesmos. Há o conhecimento de diversas formas de dar uma vida útil mais longa aos mentais, como tintas, vernizes, passivação, entre outras. No presente trabalho será mostrado como ocorre à corrosão em tanques de combustíveis subterrâneos e qual é o método utilizado para a proteção dos tanques. A corrosão nesse local é muito perigosa, pois se houver vazamento de qualquer tipo de combustível pode gerar uma poluição do subsolo muito grande, podendo chegar até o lençol freático. 2.0 DESENVOLVIMENTO Corrosão A corrosão é definida como sendo a tendência do metal produzido e posteriormente conformado de voltar ao seu estado original, com uma baixa energia livre (Pannoni, 2018), Gentil (1996), diz que é a deterioração de um material, normalmente metálico, e que ocorre através da ação química ou eletroquímica no meio ambiente, podendo ou não ser com esforços mecânicos. Esse processo em muitos casos representa alterações indesejáveis e prejudiciais ocorridas nos materiais, como um desgaste, variação química ou a modificação estrutural, perda de massa o que em alguns casos se torna inadequado para o uso, e sendo necessário realizar a troca, o que ocasiona gastos (Gentil, 1996). Segundo Gentil (1996) a corrosão em geral é um processo espontâneo, que faz com que tenha constantemente a transformação de materiais metálicos para que se tornem satisfatórios o seu desempenho e durabilidade, sendo de suma importância na vida moderna os metais e suas ligas. As ligas estão presentes nos seus diversos ramos sendo eles em: Estruturas metálicas enterradas e submersas, como os minerodutos, oleodutos, gasodutos, adutoras, tanque de armazenamento de combustível como gasolina, álcool e óleo diesel. Meios de transporte como navios, aviões, automóveis Em estruturas metálicas, Equipamentos eletrônicos, torres de transmissão de estação de rádio, e de TV. Na indústria como reatores, trocadores de calor e caldeiras. Observando os itens acima, o processo de corrosão está em diversos locais e segundo a Revista Fator Brasil (2016) no ano de 2015 custos de R$236 bilhões para o Brasil, isto para o Produto Interno Bruto – PIB custou 4%, sendo valores altos para o país. O processo de corrosão ocorre principalmente em áreas litorâneas que pode ser de até 150 vezes maior do que o comparado em zonas rurais. A corrosão pode ocorrer de três formas distintas sendo entre elas a eletroquímica, química e eletrolítica sendo elas descritas a seguir: Corrosão Eletroquímica Segundo Montillo (2018) a corrosão eletroquímica ocorre no meio ambiente, em ambiente úmido sendo necessária a presença de água e é uma reação espontânea. Devido à necessidade de um eletrólito conter água na forma líquida, a corrosão também é denominada em meio aquoso, neste caso a água funciona como um eletrólito, que fornecerá os íons envolvidos na corrosão. Neste tipo de corrosão os metais reagem com elementos que não são metálicos, presente no meio O2, S, H2S, CO2 entre outros elementos, que produzem compostos semelhantes aos encontrados na natureza, na forma que é extraído, sendo um processo inverso do processo metalúrgico. Corrosão Química Este tipo de corrosão ocorre no meio ambiente, em locais secos e ocorre de forma espontânea, esse processo também pode ser conhecido como corrosão ou oxidação a altas temperaturas, sendo mais difícil de ocorrer na natureza, devido as suas temperaturas elevadas (Montillo 2018). Corrosão Eletrolítica A corrosão eletrolítica é um processo onde se tem a presença de uma corrente externa, não sendo espontânea, essa corrente é chama de corrente de fuga ou corrente parasita, ocorre geralmente em tubulações de petróleo, água potável, cabos telefônicos enterrados e tanques de posto de gasolina, ocorrendo pela deficiência do isolamento ou aterramento (Montillo 2018). Morfologia da corrosão Segundo Arruda (2009) o processo de corrosão pode apresentar diversas características físicas e químicas diferentes, podendo ocorrer de diferente formas, conhecido como morfologia da corrosão, este processo de conhecimento é de suma importância no estudo da corrosão, pois ele auxilia no esclarecimento do mecanismo e nas aplicação de medidas adequadas de proteção, as formas que podem ocorrer são: Uniforme; Por placas; Alveolar; Puntiformes ou por pites; Intergranular (ou intercristalina); Intragranular ( ou transgranular ou transcristalina); Filiforme; Por esfoliação; Grafítica; Dezincificação; Empolamento pelo hidrogênio; Em torno do cordão de solda; Corrosão em frestas; Corrosão sob tensão; Corrosão galvânica. Cada um desses processos ocasiona defeitos diferentes nas peças. Corrosão em Postos de Combustível Segundo Oliveira (2002) o processo de corrosão que ocorre em postos de gasolina é mais concentrado nos tanques de armazenamento e nas suas tubulações. O tanque é um reservatório feito de aço carbono e tem a sua capacidade de até 30 mil litros, podendo ter até três compartimentos internos para armazenar três tipos de combustível sendo eles a gasolina, álcool e o diesel, contem também subcompartimento para as variedades como comum, aditivada e premium (BITTENCOURT, 2018). As tubulações dos postos de combustível são canos que fazem a ligação dos tanques até as bombas de combustível, incluindo o recebimento do combustível através dos caminhões-tanque até o processo de abastecimento dos carros, são feitos de materiais flexíveis, resistentes à corrosão e inertes, matérias que não reagem com os combustíveis (BITTENCOURT, 2018). Os problemas gerados com esse processo de corrosão são o possível vazamento e a contaminação das águas subterrâneas, isso pode ocorrer devido que não se pode afirmar à completa estanqueidade dos tanques de armazenamento, e das suas tubulações sabendo que a causa mais comum é a corrosão, que ocorre através de falhas no sistema devido a sobrecargas e defeitos de instalações (Oliveira, 2002). A contaminação das águas subterrâneas e do solo ao entorno da instalação gera grande contaminação devido aos combustíveis terem composto como benzeno, tolueno, etil-benzeno e xilenos que apresenta grande toxidade aos seres humanos (Oliveira, 2002). Segundo Oliveira (2002) a poluição do solo depende muito do tipo e da concentração de contaminantes hidrológicos, hidrogeológicos e geológicos da região. A cidade de União da Vitória, no estado Paraná faz parte do terceiro planalto que segundo Siedliecki e Cava (2008), é caraterizado por rochas basálticas que se mostram igualmente frágeis á passagem de líquidos contaminantes, devido à abundância de fraturas. Figura 1 - Postos de Combustíveis no entorno da Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu - Uniguaçu Fonte: Google Maps Na imagem acima pode se observar a Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu com a flecha na cor preta, e os postos de combustíveis com a indicação de pontos vermelhos, existem 20 postos de combustível em torno da faculdade, existindo uma quantidade significativa de posto de combustível no entorno, sendo necessário um cuidado adequado sobre esse tipo de corrosão. A seguir é apresentado figuras onde se pode verificar de forma mais detalhada o processo de corrosão e como é feito o procedimento em posto de combustível. Figura 2 – Funcionamento de postos de combustível Fonte: Mabore Blog, 2018. Figura 3 – Contaminação em postos de combustível Fonte: Brasil Posto, 2018. Figura 4 – Tanque de Combustível Corroído Fonte: Mineropar, 2018 Medidas protetivas Devido aos problemas de corrosão, atualmentese tem a norma NBR16.161 que define como deve ser construído os tanques de combustíveis subterrâneos. Os tanques jaquetado são feitos de duas paredes, uma do tanque primário (interno) que é feito de chapas de aço carbono que tem como principal função o armazenamento e o tanque secundário (externo), que é conhecido como jaqueta, é feita de resina termofixa reforçada com fibra de vidro ou material que não é metálico, feita para suportar combustíveis automotivos, proteção anticorrosiva do tanque primário e a contenção provisória de vazamento (ABIEPS, 2018). 3.0 CONCLUSÃO No presente trabalho foram apresentados os tipos de processo de corrosão e as suas morfologias, apontado os casos mais aprofundados em postos de combustível. A corrosão que ocorre em postos de combustíveis é de forma eletrolítica, sendo apresentados também os possíveis problemas gerados com essa corrosão, como a contaminação e também a perda de combustíveis. Com esse trabalho podemos ver que é necessário um cuidado considerável em relação a esse tipo de corrosão, devido a fatores financeiros e ambientais, e para diminuir o problema é necessário à colocação de duas camadas uma de aço carbono no tanque primário e no tanque secundário é colocada uma resina termofixa com fibra de vidro ou material não metálico, feita para proteção anticorrosiva. REFERÊNCIAS ABIES. Tanque Subterrâneo Para Combustível. Disponível em: http://abieps.com.br/guiaboaspraticas/tanque-subterraneo-para-combustivel/. Acesso em: 28 abr. 2018 Arruda, Eduardo Amélio De Farias. ESTUDO COMPARATIVO DO PROCESSO CORROSIVO DO AÇO PATINÁVEL E DO AÇO CARBONO COMUM. 2009. 80 p. Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica )- Universidade Federal Do Pará, Belém, 2009. Disponível em: <http://www.lcam.ufpa.br/attachments/article/16/TCC_ EDUARDO_ARRUDA.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018. BITTENCOURT, Bruna. Como funciona um posto de gasolina?. Disponível em: <https://mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/como-funciona-um-posto-de-gasolina/>. Acesso em: 28 abr. 2018 Brasil Postos. Saiba como evitar a Contaminação em Posto Combustível. Disponível em: https://www.brasilpostos.com.br/noticias/meio-ambiente/saiba-como-evitar-a-contaminacao-em-posto-combustivel/. Acesso em: 28 abr. 2018 CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica. 2ª ed. São Paulo, Pearson 1986. Google Maps. Mapas Disponível em: https://www.google.com.br/maps. Acesso em 26 abr. 2018 GENTIL, Vicente. Corrosão. 3ª ed. Rio De Janeiro, ltc 1996. Mabore Blog. Você Sabe Como Funciona Um Posto De Combustível? Disponível em: http://blog.mabore.com.br/voce-sabe-como-funciona-um-posto-de-combustivel/. Acesso em 26 abr. 2018 Mineropar. Postos de Combustíveis. Disponível em: http://www.mineropar.pr.gov.br /modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=112. Acesso em 26 abr. 2018 Montillo 2018 http://montillo.dominiotemporario.com/doc/CORROSAO.pdf OLIVEIRA, Josefá Ribeiro de et al. Controle De Vazamentos Em Postos De Combustíveis Na Regiao Metropolitana De Belém E Seus Aspectos Jurídicos. 2002. Disponível em: <https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/22451/14752 Acesso em: 28 abr. 2018. Pannoni http://professordanielrossi.yolasite.com/resources/Fundamentos_da_corros %C3%A3o.pdf Revista Fator Brasil (2016). Brasil perde 4% do PIB com corrosão, diz estudo. Disponível em: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=334281# Acesso em 26 abr. 2018 SIEDLIECKI, Kátia; CAVA, Luis Tadeu. Contaminação por combustíveis e passivo ambiental comum. 2008. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/arquivos/File/artigos/contaminacaotextoboletim.pdf>Acesso em: 28 abr. 2018
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