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Apostila Direitos Humanos 3

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Direitos humanos: Uma declaração universal
Modulo 3- Os direitos políticos e a declaração universal de direitos humanos.
1. A segunda geração de direitos humanos: os direitos políticos
No módulo 1, falamos sobre o contexto de surgimento de direitos civis, ou direitos de primeira geração, como fruto da Revolução Americana de 1776 e da Revolução Francesa de 1789 – acontecimentos históricos apontados como responsáveis pela elaboração das respectivas Declaração de Independência dos Estados Unidos da América e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esses direitos previam um espaço no interior do qual o poder do Estado, até então representado pela Monarquia, não podia entrar, ou seja, uma esfera de proteção do indivíduo contra o Estado.
Mas o poder arbitrário da monarquia não estava totalmente controlado apenas com a existência de direitos civis. Afinal, esses direitos estavam assegurados em documentos legais, mas, se era a própria monarquia que elaborava as leis, a existência dos direitos civis não estaria assegurada se a monarquia pudesse alterá-las a qualquer momento ou criar outros documentos que se opusessem a eles.
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Como consequência, era necessário então que as pessoas, já protegidas pelos direitos civis, pudessem participar do processo de criação das leis, diretamente ou escolhendo seus representantes. Surgia então outro conjunto de direitos, que asseguravam agora não mais uma esfera de proteção contra o Estado, mas a possibilidade de participação dentro do Estado, na elaboração das leis. São os direitos políticos, considerados os direitos humanos de segunda geração.
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2. Os direitos políticos e a declaração universal de direitos humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos traz em seus artigos um conjunto de direitos que podemos classificar como direitos políticos, ou os Direitos Humanos de segunda geração. Nessa seção, estudaremos esses direitos:
Direito à nacionalidade e direito ao asilo; 
Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
Direito à liberdade de expressão e opinião;
Direito à liberdade de reunião e associação; 
Direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal. 
É importante ressaltar que os direitos políticos se relacionam diretamente com o exercício da vida política e cidadania porque a pessoa que detém a nacionalidade de determinado país tem o direito também participar da formação da vontade da maioria, ao escolher seus representantes para o governo ou Poder Legislativo ou ainda candidatar-se para ser representante da maioria.  
2.1. O direito à nacionalidade e direito ao asilo
O direito à nacionalidade, à livre circulação e residência nos países e o direito ao asilo estão previstos nos artigos 13 a 15 da Declaração Universal:
Artigo 13
Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 
Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.
Artigo 14
Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 
Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade
A nacionalidade é o vínculo que liga uma pessoa a um determinado país, que passa a ser integrada ao povo, adquirindo direito e obrigações. Podemos obter a nacionalidade, em geral, de duas formas:
Pelo nascimento, e por isso independentemente da nossa vontade. É a chamada nacionalidade primária ou originária. Pela nacionalidade primária, podemos nos tornar nacionais de um país quando há o vínculo sanguíneo, decorrente de filiação, não importando qual o local onde o indivíduo nasceu. 
Também pela nacionalidade primária, podemos ser nacionais de determinado país pelo vínculo de territorialidade, ou seja, por ter nascido no solo daquele país, independente do vínculo sanguíneo. 
Por nossa própria vontade, posteriormente ao nosso nascimento. É a chamada nacionalidade secundária ou adquirida. Têm direito a essa nacionalidade aquelas pessoas que nascem em determinado país, mas são filhos de pais com outra nacionalidade. Daí, podem optar a ter as suas nacionalidades. Ou ainda, os estrangeiros que residem há muitos anos em outro país e podem optar por ter nova nacionalidade.
Importante...
A Constituição Federal de 1988 prevê a regra de nacionalidade em seu artigo 12. 
São brasileiros natos: 
os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros. É o caso da nacionalidade pelo vínculo com o território;  
 os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do governo Brasil (os diplomatas, por exemplo; 
os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e escolham, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Essas duas situações representam a nacionalidade pelo vínculo sanguíneo. 
Os brasileiros naturalizados são: 
os que adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
A Declaração Universal elenca o direito à nacionalidade como um Direito Humano porque a ausência de nacionalidade representa uma condição degradante e enfraquecedora que influencia quase todos os aspectos da vida de uma pessoa. Aqueles que não são reconhecidos como cidadãos de um país não podem, com frequência, matricular-se na escola, trabalhar legalmente, possuir imóveis, casar-se ou viajar. Podem ter dificuldade em receber tratamento de saúde e não conseguir abrir uma conta bancária ou receber uma pensão. Se são vítimas de roubo ou de estupro, podem se ver impossibilitados de apresentar queixa, porque, para a lei, não existem. Muitas vezes, não têm sequer um nome reconhecido oficialmente. 
Apátridas são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente (secessão de Estados) e conflitos de leis entre países.
Segundo o órgão das Nações Unidas que atua pelos direitos dos refugiados (ACNUR), em relatório de 2017, mais de 75% das populações conhecidas de apátridas pertencem a grupos minoritários. O relatório mostra que, para muitos grupos minoritários, a causa da apatridia é o que os diferencia: suas histórias, aparências, línguas, sua fé. A discriminação afeta negativamente as minorias apátridas e intensifica a necessidade de proteção e segurança e contribui para a pobreza e dificulta o acesso à documentação, educação e serviços de saúde.
2.2. O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião
A Declaração Universal protege o direito à liberdade de religião, pensamento e consciência e, ainda, a liberdade de manifestação da religião pelo ensino, pela prática e pelo culto em público ou em âmbito privado:
“Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular”.
Vivemos numa época de grande intolerância religiosa. Segundo relator especial da ONU para a Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed, “no mundo todo,há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao exercício do direito à liberdade de religião ou crença. Há duas tendências ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião e a sua securitização, observando que os crimes de ódio antimuçulmanos, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo e outras formas de intolerância estão em ascensão.
A xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode estar fundamentado em fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.
No Brasil, a intolerância religiosa tem crescido, em especial sobre as crenças de matriz africana. O Disque 100, principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para registro de denúncias, contabilizou em 2015, o total de 556 denúncias de intolerância religiosa. Em 2010, quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, foram contabilizados apenas 15 casos, razão pela qual se percebe um significativo aumento de denúncias.
A Intolerância religiosa pode ser feita por material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de ideias ou teorias que promovam e/ou incitem o ódio, a discriminação ou violência contra qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos, com base na raça, cor, religião, descendência ou origem étnica ou nacional. Para mais informações, acesse: http://www.disque100.gov.br/
 2.3. O direito à liberdade de expressão e opinião
Entre os direitos políticos previstos pela Declaração Universal, a liberdade de expressão e opinião está prevista em seu artigo 19:
“Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”
Mas existe uma clara diferença entre exercitar a liberdade de expressão e opinião e manifestar discurso de ódio:
O discurso de ódio promove a incitação à discriminação, hostilidade e violência contra uma pessoa ou grupo em virtude de raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, gênero, condição física ou outra característica. É usado para insultar, perseguir e justificar a restrição de direitos e para dar razão a homicídios outras formas de violência física e psicológica.
Racismo, machismo e homofobia podem ser expressados na forma de discursos de ódio: manifestações negativas contra negros, mulheres e gays, por exemplo, não representam opiniões e não podem ser protegidas pelo direito à liberdade de expressão.  As redes sociais são um território aparentemente livre para a expressão de opiniões diversas, inclusive para a propagação de discurso de ódio. Mas iniciativas importantes têm sido criadas para monitorar as redes e reprimir pessoas que propaguem manifestações que promovam hostilidade e violência.
2.4. O direito à liberdade de reunião e associação
O direito à liberdade de associação é o direito de participar de um grupo formal ou informal para realizar uma ação coletiva. Este direito inclui o direito de formar e/ou participar de um grupo. Por outro lado, inclui também o direito de não ser obrigado a fazer parte de uma associação. Está previsto no artigo 20 da Declaração Universal: 
“Artigo 20
Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2.Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.”
Associações podem incluir organizações da sociedade civil, clubes, cooperativas, organizações da sociedade civil, associações religiosas, partidos políticos, sindicatos, fundações ou mesmo associações on-line. Não há nenhuma exigência de que a associação seja registrada para que liberdade de associação possa ser exercida. 
Toda pessoa tem direito à liberdade de associação. Os Estados não podem limitar esse direito para certos grupos com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. Os Estados são obrigados a adotar medidas positivas para estabelecer e manter um ambiente propício para as associações e devem se abster de obstruir o exercício do direito à liberdade de associação e respeitar a privacidade das associações. 
A ONU, por meio do Conselho de Direitos Humanos (resolução n. 15/21, de 2010), reconhece a importância dos direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação para o pleno gozo dos direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e culturais; que os direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação são componentes essenciais da democracia, propiciando, a indivíduos, oportunidades valiosas para expressar suas opiniões políticas, se envolver em atividades literárias e artísticas. Reconheceu ainda que o exercício dos direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação livre de restrições é indispensável para o pleno gozo dos Direitos Humanos, especialmente no caso de pessoas que possam defender minorias, dissidentes religiosos ou políticos.
2.5. O direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal.
A democracia é um dos valores e princípios essenciais, universais e indivisíveis, que se assenta na vontade livremente expressa dos povos e está estreitamente ligada ao exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. A Declaração Universal enuncia direitos essenciais para que haja uma verdadeira participação política, expressamente em seu artigo 21:
“Artigo 21
Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto”.
O sufrágio universal garante o direito de votar e ser votado em cargos eletivos. No Brasil, a ampliação do direito de voto a um número maior de brasileiros aconteceu ao longo do século vinte. O voto feminino, por exemplo, foi assegurado em 1932 pelo Código Eleitoral, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres ao voto. Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, foi ainda aprovado parcialmente por permitir somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana, antes do Código Eleitoral de 1932. Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade. Junto com outras seguidoras, Celina votou nas eleições de 5 de abril de 1928. A iniciativa da professora Celina marcou a inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica, escritora e pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935. A médica, formada pela Universidade de São Paulo em 1926, com a tese ‘Estudos sobre o Câncer’ e em 1950, fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas.
No entanto, de acordo com a ONU, o Brasil ocupa a 32ª posição em um ranking de 33 países latino-americanos e caribenhos sobre participação das mulheres nos parlamentos nacionais. Com 9,9% de parlamentares eleitas, o país só fica à frente de Belize, cujo índice é de 3,1%. O primeiro colocado é a Bolívia, com 53,1% de participação de mulheres no parlamento. Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, “é urgente reconhecer que as mulheressão fundamentais para a democracia e que elas estão cada vez mais distantes de fazer parte do grupo decisório sobre a política nacional, das possibilidades de exercer a cidadania e da igualdade de maneira plena e concreta.”
3. Os direitos políticos da declaração universal e a constituição federal de 1988
Os direitos políticos da Declaração Universal também estão garantidos na Constituição Federal de 1988. Já no artigo 1º da Constituição, está previsto que a República Federativa do Brasil é uma democracia e tem como fundamentos, dentro outros, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
“art. 1° A república Federativa do Brasil formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do distrito federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I- A soberania;
II- A cidadania.
III- A dignidade da pessoa humana;
IV- Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V- O pluralismo politico.
(...)
O artigo 5º da Constituição, que prevê os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos, tem conteúdo muito semelhante aos direitos à nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade de reunião e associação e o direito à participação política. Vejamos:
	Declaração Universal dos Direitos Humanos
	 Constituição Federal de 1988
	 
 Direitos à nacionalidade
	Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
	 Art. 12. São brasileiros:
 I - natos:
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;  
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
	Liberdade de pensamento e religião
	Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
	Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
	Liberdade de opinião
	Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
	Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
Art. 5º
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
	
Liberdade de reunião e associação
	Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
	
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
	Direito à participação política
	Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
	Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Em resumo, os direitos políticos firmados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 também serviram de fundamento para as garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição Federal do Brasil, cerca de quarenta anos depois, em 1988. Os conteúdos principais do respeito nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade de reunião e associação e o direito à participação política se repetem porque protegem todos os indivíduos contra arbitrariedades do Estado e sobretudo porque permitem a participação na vida política do país. Por isso, quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando de Direitos Fundamentais e vice-versa.
exercício
1- Relacione os direitos previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos com as situações que descrevem violações de seu conteúdo:
	Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública e adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis são algumas das metas globais do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Igualdade de Gênero.
	Resposta 1
	Quando Madagascar ganhou a independência da França em 1960, a maioria dos karana não recebeu cidadania. Até recentemente, a lei de nacionalidade de Madagascar só a concedeu a crianças nascidas de pelo menos um dos países com nacionalidade malgaxe, o que significa que a apatridia passou de uma geração para outra. O relato é da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
	Resposta 2
	
Na ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse todos têm um papel a cumprir e uma responsabilidade coletiva no combate à intolerância e à disseminação do ódio.
	Resposta 3
	A capacidade das pessoas de exercer seus direitos de reunião e associação no local de trabalho está se deteriorando drasticamente no mundo todo, levando a uma piora das condições de emprego, enfraquecimentodas proteções sociais e aumento da desigualdade, afirmou o relator das Nações Unidas Maina Kiai à Assembleia Geral. 
	Resposta 4
	Em comemoração à Década Internacional de Afrodescendentes, documentário produzido pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio) aborda as causas da intolerância religiosa e a riqueza da cultura afrodescendente no país. As religiões de matrizes africanas são parte da diversidade religiosa do Brasil. Entre algumas dessas manifestações, que têm como referência a cultura trazida pelos africanos durante mais de 300 anos de escravidão, estão catimbó, cabula e principalmente umbanda e candomblé, que se propagaram com mais intensidade pelo Brasil.

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