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Lei de Execução Penal

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CARREIRA JURÍDICA 
Execução Penal – Aula 01 
Marcelo Uzeda 
1 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
PARTE 2 
 
LEI Nº 7210/1984 
 
PROGRESSÃO DE REGIME 
 
. A pena privativa de liberdade será executada em Art. 112 com a transferência para regime forma progressiva 
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regi-
 e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas me anterior
as normas que vedam a progressão. 
§ 1
o
 A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. 
§ 2
o
 Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, 
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. 
 
REQUISITO OBJETIVO 
A LEP exige o lapso temporal de do cumprimento da pena no regime anterior para que o condena-1/6 (um sexto) 
do possa progredir de regime. 
Para uma nova progressão, o período deve ser calculado sobre o remanescente da pena, pois pena cumprida é 
pena extinta. 
 
 ► SÚMULA 715 DO STF
A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código 
Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime 
mais favorável de execução. 
 
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS 
 
A gravidade do crime e a extensão da pena não é óbice para a progressão de regime. 
Nos termos do artigo 2º, §2º, da lei 8072/90, o lapso para a progressão de regime em crimes dessa natureza é de 
, não se exigindo reincidên-2/5 (dois quintos) para o condenado primário e de 3/5 (três quintos) para o reincidente
cia específica. 
 
Informativo nº 0563 do STJ - Sexta Turma 
A progressão de regime para os condenados por crime hediondo dar-se-á, se o sentenciado for reincidente, após 
o cumprimento de 3/5 da pena, ainda que a reincidência NÃO SEJA ESPECÍFICA em crime hediondo ou equipa-
. rado
 
Isso porque, conforme o entendimento adotado pelo STJ, a Lei dos Crimes Hediondos não faz distinção entre a 
Desse modo, havendo reincidência, ao condenado deverá ser aplicada a fra-reincidência comum e a específica. 
ção de 3/5 da pena cumprida para fins de progressão do regime. HC 301.481-SP, Rel. Min. Ericson Maranho (De-
sembargador convocado do TJ-SP), julgado em 2/6/2015, DJe 11/6/2015. 
 
 PROGRESSÃO DE REGIME NO “TRÁFICO PRIVILEGIADO”. 
De acordo com o STF ( ) HC 118533, Tribunal Pleno
1. O tráfico de entorpecentes privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.313/2006) não se harmoniza com a hediondez
do tráfico de entorpecentes definido no caput e § 1º do art. 33 da Lei de Tóxicos. 
 
2. O tratamento penal dirigido ao delito cometido sob o manto do privilégio apresenta contornos mais benignos, 
menos gravosos, notadamente porque são relevados o envolvimento ocasional do agente com o delito, a não 
reincidência, a ausência de maus antecedentes e a inexistência de vínculo com organização criminosa. 
 
3. Há evidente constrangimento ilegal ao se estipular ao tráfico de entorpecentes privilegiado os rigores da Lei n. 
8.072/90. 
 
4. Ordem concedida. 
 
(HC 118533, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2016, PROCESSO ELETRÔNI-
CO DJe-199 DIVULG 16-09-2016 PUBLIC 19-09-2016) 
 
 
 
 
 
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CANCELAMENTO DA SÚMULA 512/STJ 
 
1. O Supremo Tribunal Federal, no recente julgamento do HC 118.533/MS, firmou entendimento de que apenas as 
modalidades de tráfico ilícito de drogas definidas no art. 33, caput e § 1°, da Lei nº 11.343/2006 seriam equipara-
das aos crimes hediondos, enquanto referido delito na modalidade privilegiada apresentaria "contornos mais be-
nignos, menos gravosos, notadamente porque são relevados o envolvimento ocasional do agente com o delito, a 
não reincidência, a ausência de maus antecedentes e a inexistência de vínculo com organização criminosa." (Rel. 
Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2016). 
 
2. É sabido que os julgamentos proferidos pelo Excelso Pretório em Habeas Corpus, ainda que por seu Órgão 
Pleno, não têm efeito vinculante nem eficácia erga omnes. No entanto, a fim de observar os princípios da segu-
rança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia, bem como de evitar a prolação de decisões contraditórias 
nas instâncias ordinárias e também no âmbito deste Tribunal Superior de Justiça, é necessária a revisão do tema 
analisado por este Sodalício sob o rito dos recursos repetitivos (Recurso Especial Representativo da Controvérsia 
nº 1.329.088/RS). 
 
3. (art. 33, § 4º, da Lei n. Acolhimento da tese segundo a qual o tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada 
11.343/2006) , com o consequente não é crime equiparado a hediondo cancelamento do enunciado 512 da Súmu-
 deste Superior Tribunal de Justiça. la
(Pet 11.796/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/11/2016, 
DJe ) 29/11/2016
 
CÁLCULO DIFERENCIADO NO CONCURSO ENTRE CRIMES HEDIONDOS E COMUNS 
De acordo com o entendimento da doutrina, no caso de concurso entre delitos hediondos e comuns, o cálculo do 
requisito temporal para a concessão dos benefícios da execução penal deve ser diferenciado, pois em relação aos 
primeiros, exigem-se frações superiores de pena, se comparado aos crimes não hediondos. 
 
Fazendo-se o , seriam exigidos, respectivamente, os lapsos de 2/5 ou 3/5 e 1/6, sobre cada cálculo diferenciado
pena de per si. 
Assim, o tempo de permanência em regime de cumprimento de pena mais rigoroso seria menor. 
A mesma recomendação se aplica aos casos de concurso formal e crime continuado. 
 
 - na execução simultânea de condenação por delito comum e outro hediondo, ainda que reconhecido o con-STJ
curso material, formal ou mesmo a continuidade delitiva, é legítima a pretensão de elaboração de cálculo diferen-
para fins de verificação dos benefícios penais, não devendo ser aplicada qualquer outra interpretação que ciado 
possa ser desfavorável ao paciente. (HC 134868/RJ, 5ª T, DJe 04/05/2012). 
 
 ► SÚMULA DO STJ
Súmula nº 471 - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão 
de regime prisional. 
 
CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Nos crimes contra a administração pública em que decorra prejuízo ou enriquecimento ilícito, impõe-se como con-
dição para a progressão de regime a reparação integral do dano causado ou à devolução do produto do ilícito 
praticado, com os acréscimos legais, nos termos do . artigo 33, §4º, do Código Penal
 
. Artigo 33, §4º, do Código Penal
O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena con-
dicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos 
legais. 
 
. Plenário. Progressão de regime e reparação do dano em crime contra a administração Informativo nº 772/STF
pública. , que condiciona a progressão de regime de cumprimento da pena É constitucional o § 4º do art. 33 do CP
de condenado por crime contra a administração pública à reparação do dano que causou, ou à devolução do pro-
duto do ilícito praticado, facultado o parcelamento da dívida . . EP 22/DF, 17.12.14
 
REQUISITO SUBJETIVO. 
O é comprovado por atestado, emitido pelo diretor do estabelecimento penal. bom comportamento carcerário 
 
 
 
 
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Não obstante a revogação da obrigatoriedade do exame criminológico, a jurisprudência dos Tribunais Superiores 
é firme no sentido da possibilidade de sua realização a critériodo juízo da execução. 
 
 ► SÚMULA DO STJ
Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em . decisão motivada
 
► : Súmula Vinculante 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da exe-
cução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar 
se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal 
 fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
 
CONDENADO ESTRANGEIRO 
 
 - Não constitui óbice à progressão de regime de cumprimento da pena o fato de o apenado ser estrangeiro, STF
estar preso, não ter domicílio no país e ser objeto de processo de expulsão. 
(v. HC 97.147, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, 2ª Turma, DJE de 12-2-10). 
 
 Informativo 838/STF, 2ª Turma
O cumprimento de pena em penitenciária federal de segurança máxima por motivo de segurança pública não é 
de regime prisional. compatível com a progressão 
 
A Turma afirmou que a transferência do apenado para o sistema federal geralmente teria como fundamento ra-
zões que atestassem que, naquele momento, o condenado não teria mérito para progredir de regime. Observou 
que a transferência seria cabível no interesse da segurança pública ou do próprio preso (Lei 11.671/2008, art. 3º). 
Frisou que o paciente seria líder de organização criminosa. 
Ademais, mesmo que não cometesse infrações disciplinares, o preso que pertencesse à associação criminosa 
não satisfaria aos requisitos subjetivos para a progressão de regime. A pertinência à sociedade criminosa seria 
crime e também circunstância reveladora da falta de condições de progredir a regime prisional mais brando. Re-
gistrou que a manutenção do condenado em regime fechado, com base na falta de mérito do apenado, não seria 
incompatível com a jurisprudência do STF. 
HC 131649/RJ, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/o acórdão Min. Dias Toffoli, 6.9.2016. 
 
PROGRESSÃO PER SALTUM. É vedada a chamada progressão por salto, em que o apenado que cumpre pena 
em regime fechado progride diretamente para o regime aberto. Obrigatoriamente, deve-se passar pelo regime 
intermediário (semiaberto) para alcançar-se o regime mais brando (aberto). 
É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional. ► SÚMULA 491 do STJ: 
 
FALTA GRAVE 
 
 ► Súmula 534 do STJ:
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o 
qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
 
 INADIMPLEMENTO DE PENA DE MULTA E PROGRESSÃO
O Plenário do STF decidiu que o cumulativamente aplicada ao sen-inadimplemento deliberado da pena de multa
tenciado no regime prisional. EP 12/DF, 8.4.2015. impede a progressão 
Tal regra somente seria excepcionada pela comprovação da absoluta impossibilidade econômica do apenado em 
pagar a multa. 
 
 REGIME ABERTO
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impos-
tas pelo Juiz. 
 
O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, fora da casa 
de albergado e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo 
recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
 
 
 
 
 
 
 
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 FALTA DE VAGA NO ESTABELECIMENTO 
O condenado não pode cumprir pena em regime mais gravoso do que aquele determinado pela sentença penal 
condenatória, mesmo que provisoriamente. 
Não havendo local adequado para cumprir pena em regime semiaberto, o condenado deve aguardar em regime 
mais benéfico até a abertura de vaga. 
 
 Súmula Vinculante 56
A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais 
gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
 RE 641.320/RS 
2. Cumprimento de pena em regime fechado, na hipótese de inexistir vaga em estabelecimento adequado a seu 
regime. Violação aos princípios da individualização da pena (art. 5º, XLVI) e da legalidade (art. 5º, XXXIX). A falta 
 de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. 
 
3. Os juízes da execução penal poderão , avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto
para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como 
“colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime 
aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”). 
 
No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do 
regime fechado. 4. (i) a saída antecipada de sentenciado no Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: 
regime com falta de vagas; 
(ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domici-
liar por falta de vagas; 
(iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até 
que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a ao sentenciado. prisão domiciliar 
(RE 641320, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2016, ACÓRDÃO ELETRÔ-
NICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016) 
 
“É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que, na falta de vagas em estabelecimento compatível STJ 
ao regime fixado, configura constrangimento ilegal a submissão do apenado ao cumprimento de pena em regime 
mais gravoso, devendo o mesmo cumprir a reprimenda em regime aberto, ou em prisão domiciliar, na hipótese de 
inexistência de estabelecimento adequado”. (HC 198.994/RS). 
 
Art. 114. Somente poderá ingressar no o condenado que: regime aberto
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; 
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de 
que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime. 
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. 
 
Art. 115. O Juiz para a concessão de regime aberto, poderá estabelecer CONDIÇÕES ESPECIAIS sem prejuízo 
das seguintes : CONDIÇÕES GERAIS E OBRIGATÓRIAS
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; 
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
IV – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado. 
 
 Súmula 493/STJ: 
É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto. 
 
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da 
autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem. 
 
PRISÃO DOMICILIAR 
 
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de em residência particular quando se regime aberto 
tratar de: 
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; 
II - condenado acometido de doença grave; 
 
 
 
 
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III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
IV - condenada gestante. 
 
 Informativo 756. Prisão domiciliar e doença grave (EP 23 AgR/DF, 27.8.2014).
O Plenário, por maioria, negou provimento a agravo regimental, interposto de decisão proferida em sede de exe-
cução penal, que indeferirapedido de conversão de regime em prisão domiciliar humanitária. SEMIABERTO
 
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA. 
Nos termos do artigo 146-B, da LEP (inserido pela lei 12258/2010), o juiz poderá definir a fiscalização por meio da 
 quando determinar a monitoração eletrônica prisão domiciliar. 
 
REGRESSÃO 
 
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para 
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o 
regime (artigo 111). 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frus-
trar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. 
 
PRÁTICA DE CRIME DOLOSO 
 
 Súmula nº 526/STJ
 O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento 
da pena de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apu-prescinde do trânsito em julgado
ração do fato. 
 
 PRÁTICA DE FALTA GRAVE. 
A prática de falta grave (art. 50 e 52, LEP) também gera regressão de regime. 
A data-base para a contagem de período aquisitivo de novos benefícios é a do cometimento da falta grave e, em 
caso de fuga, da recaptura. 
 
 STJ
“O cometimento de falta grave pelo condenado acarreta a regressão de regime e, consequentemente, o reinício 
da contagem do prazo para obter o benefício da progressão, sem que se vislumbre ofensa ao direito adquirido ou 
à coisa julgada.” 
(HC 218.029/MS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe01/12/2011). 
 
 Súmula 533/STJ
Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração 
pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o , a ser de procedimento administrativo direito de defesa
realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. 
 
 SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO POR CRIME ANTERIOR. 
A teor do disposto no art. 118 e inciso II, c.c. o art. 111, parágrafo único, haverá a transferência do reeducando 
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando sofrer condenação por crime anterior, se a quantidade de pena 
a continuidade do cumprimento no regime atual. decorrente da unificação tornar incompatível 
 
O Superior Tribunal de Justiça entende que o para a contagem dos benefícios da execução, em caso marco inicial 
de pelo cometimento de novo delito, corresponde à unificação das penas data do trânsito em julgado da última 
. Descabe a unificação de penas antes do trânsito em julgado da nova condenação, não sendo apli-condenação
cáveis marcos temporais anteriores. 
(HC 338.390/MG, DJe 25/11/2015). 
 
 FRUSTRAR OS FINS DA EXECUÇÃO
Nessa hipótese legal, ampliou-se o rol de situações que autorizam a regressão daquele que se encontra EM RE-
, uma vez que qualquer ato atentatório aos fins da execução poderia ser invocado. GIME ABERTO
 
 
 
 
 
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. FALTA DE PAGAMENTO DE MULTA
Segundo parte da doutrina, essa última hipótese não encontraria mais aplicação a partir do advento da lei 
9268/1996, que passou a tratar a multa com natureza de dívida de valor, vedando-se a sua conversão em prisão 
( ). ART. 51, CP
Se é vedada a conversão da multa em prisão, não se pode impor a regressão por falta de pagamento. 
 
Transitada em julgado a sentença condenatória, deve-se cobrar o débito através da execução fiscal. 
Em sentido contrário, sustenta-se que o não pagamento da multa ensejaria a regressão, pois o regime aberto 
baseia-se na responsabilidade e na autodisciplina. 
O inadimplemento injustificado implicaria frustrar os objetivos do regime. 
 
 INADIMPLEMENTO DE PENA DE MULTA E PROGRESSÃO 
O Plenário do STF decidiu que o cumulativamente aplicada ao sen-inadimplemento deliberado da pena de multa
tenciado no regime prisional. EP 12/DF, 8.4.2015. impede a progressão 
Tal regra somente seria excepcionada pela comprovação da absoluta impossibilidade econômica do apenado em 
pagar a multa. 
 
 REGRESSÃO CAUTELAR
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de ser cabível a do regi-regressão cautelar 
me prisional promovida pelo Juízo das Execuções, , que somente é exigida na sem a oitiva prévia do apenado
regressão definitiva ao regime mais severo (HC 159.435/SP, HC 141.702/RJ) 
 
 AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA 
Trata-se de benefícios que mitigam os rigores da execução contínua da pena privativa de liberdade, sendo gênero
que comporta duas espécies: a permissão de saída, de cunho humanitário (art. 120 e 121, LEP) e a saída tempo-
rária (art. 122 a 125, LEP). 
 
 
 
 Da Permissão de Saída
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime e os presos poderão fechado ou semiaberto provisórios
obter permissão para sair do estabelecimento, , quando ocorrer um dos seguintes fatos: mediante escolta
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; 
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). 
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo onde se encontra o preso. diretor do estabelecimento 
 
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a da saída. duração necessária à finalidade
 
 Da Saída Temporária
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime poderão obter autorização para saída tempo-semiaberto
rária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: 
I - visita à família; 
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do 
Juízo da Execução; 
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. 
Parágrafo único. 
 
 
 
 
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A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condena-
do, quando assim determinar o juiz da execução. 
 
Art. 123. A autorização será concedida por , ouvidos o Ministério Pú-ATO MOTIVADO DO JUIZ DA EXECUÇÃO
blico e a administração penitenciária (...) 
O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é insuscetível de Súmula 520/STJ - ato jurisdicional 
delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional. 
 
 Informativo nº 793/STF. 2ª Turma. Execução da Pena Saída temporária e decisão judicial. 
 (HC 128763/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 4.8.2015).
É legítima a decisão judicial que estabelece calendário anual de saídas temporárias para visita à família do preso. 
 
 Informativo n. 0590/STJ
 Período: 16 de setembro a 3 de outubro de 2016.
É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial motivada. 
Entretanto, se a apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no 
direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, a 
possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único, observadas as hipóteses 
de revogação automática do art. 125 da LEP. 
REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em 14/9/2016, DJe 19/9/2016. 
 
O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser fixado, obrigatoriamente, pelo Juízo das execuções, não 
se lhe permitindo delegar à autoridade prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir 
os benefícios. Inteligência da Súmula n. 520 do STJ. Não há obstáculos relevantesque impeçam o juiz de indicar 
as datas das saídas temporárias, de sorte que não se justifica e não se mostra legítima a pretensão de transferir 
ao diretor do presídio tal competência (opção que, afastada da lei, traria também o acúmulo de atribuições no 
âmbito administrativo, com inexorável incremento da demora na análise de pedidos particulares de reclusos). Por 
tais motivos, deve permanecer incólume o entendimento consagrado na Súmula n. 520 do STJ. REsp 1.544.036-
RJ, 3ª Seção, DJe 19/9/2016. 
(...) e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: 
I - comportamento adequado; 
II - cumprimento da pena, se o condenado for , e mínimo de 1/6 (um sexto) primário 1/4 (um quarto), se reinciden-
 te;
 
Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de Súmula 40/STJ: 
cumprimento da pena no regime fechado. 
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
 
EQUIPAMENTO DE MONITORAÇÃO ELETRÔNICA 
 
A lei 12258/2010 agregou à execução a possibilidade de vigilância indireta mediante a utilização de equipamento 
de monitoração eletrônica que permite a localização do preso, com indicação de horário e distância. 
(artigo 146-B, II, da LEP). 
 
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a , podendo ser renovada 7 (sete) dias por mais 4 
durante o ano. (quatro) vezes 
 Informativo n. 0590/STJ
 
Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, é cabível a concessão de maior número 
 de autorizações de curta duração. 
 
(...) porquanto o fracionamento do benefício é coerente com o processo reeducativo e com a reinserção gradativa 
do apenado ao convívio social. 
REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em 14/9/2016, DJe 19/9/2016. 
§ 1
o
 Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes entre outras que en-condições,
tender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: 
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo 
do benefício; 
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; 
 
 
 
 
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III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. 
§ 2
o
 Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo 
de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
§ 3
o
 Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 
(quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. 
 
INFORMATIVO 590/STJ 
 
As autorizações de saída temporária para visita à família e para participação em atividades que concorram para o 
retorno ao convívio social, se limitadas a cinco vezes durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias 
de intervalo entre uma e outra. Na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta duração, já interca-
ladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 
 3°, da LEP. 
(...) para demonstrar, de forma coerente, o alcance da norma legal, a disposição do § 3° deve ser interpretada não 
de forma restritiva e isolada, mas em conjunto com o comando do art. 124 da LEP e com a diretriz máxima do art. 
1º do mesmo diploma legal, para concretizar o objetivo da saída temporária. 
 
O intervalo não pode, entretanto, ser estendido, de maneira literal, aos casos de benefícios de curta duração, na 
medida em que impediria a renovação das autorizações por mais de 5 períodos - providência já admitida pelo STJ 
- e criaria verdadeira dificuldade à fruição dos 35 dias de saídas temporárias anuais, além de ir de encontro ao 
objetivo de solidificação dos laços familiares, essencial para a recuperação do reeducando, razão pela qual a in-
terpretação do § 3° deve ser compatibilizada com a cabeça do art. 124 e com o art. 1º, ambos da LEP. 
Portanto, na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta duração, já intercaladas durante os 12 
meses do ano e muitas vezes sem pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 3°, da LEP. 
REsp 1.544.036-RJ, 3ª Seção, DJe 19/9/2016. 
 
REVOGAÇÃO 
 
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime dolo-
so, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aprovei-
tamento do curso. 
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do 
cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado. 
 
DA REMIÇÃO 
 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime poderá remir, por trabalho ou por fechado ou semiaberto 
estudo, parte do tempo de execução da pena. 
 § 1
o
 A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: 
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, 
inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) 
dias; 
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. 
 
A Lei 12433/2011 acrescentou ao artigo 126 da LEP a possibilidade de , consagrando REMIÇÃO PELO ESTUDO
o entendimento já consolidado da doutrina e da jurisprudência dos Tribunais Superiores. 
 
► : A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de exe-SÚMULA 341 DO STJ
cução de pena sob regime fechado ou semiaberto. 
 
 REMIÇÃO
Trata-se de benefício concedido, , ao preso submetido a , que pode reduzir em regra regime fechado ou semiaberto
o tempo de duração da pena privativa de liberdade através do trabalho ou do estudo. 
 
Todavia, com a edição da Lei 12433/2011, a LEP passou a admitir que o condenado que cumpre pena em regime 
e o que usufrui liberdade condicional possa remir, pela ABERTO ou semiaberto frequência a curso de ensino re-
, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova (gular ou de educação profissional artigo 126, §6º, 
), na razão de um dia de pena a cada doze horas de atividade escolar. LEP
 
 
 
 
 
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Art. 126, § 6
o
 
O condenado que cumpre pena e o que usufrui liberdade condicional poderão em regime aberto ou semiaberto
remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da 
pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1
o
 deste artigo. 
 
Segundo entendimento pacífico dos Tribunais Superiores, não se admite a remição pelo TRABALHO no regime 
. aberto
A racionalidade disso estaria no art. 36, § 1º, do CP, que considera o trabalho pressuposto da nova condição de 
cumprimento de pena. 
(HC 98261/RS, rel. Min. Cezar Peluso, 2.3.2010 - Informativo nº 577/STF). 
 
. Terceira Seção. Recursos Repetitivos (REsp 1.381.315-RJ, DJe 19/5/2015). Informativo nº 0562/STJ
É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o condenado, em regime FECHADO OU 
SEMIABERTO, desempenha atividade laborativa extramuros. 
 
§ 2
o
 As atividades de estudo a que se refere o § 1
o
 deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial 
ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes 
dos cursos frequentados. 
 
Informativo nº 0556/STJ. Sexta Turma. DIREITO PENAL. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO EM DIAS NÃO 
 ÚTEIS. 
A remição da pena pelo estudo deve ocorrer independentemente de a atividade estudantil ser desenvolvida em 
dia não útil.O art. 126 da Lei 7.210/1984 dispõe que a contagem de tempo para remição da pena pelo estudo 
deve ocorrer à razão de 1 dia de pena para cada 12 horas de frequência escolar, não havendo qualquer ressalva 
sobre a consideração apenas dos dias úteis para realização da referida contagem, sendo, inclusive, expressamen-
te mencionada a possibilidade de ensino a distância. 
AgRg no REsp 1.487.218-DF, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 
5/2/2015, DJe 24/2/2015. 
 
 Informativo nº 0564. Sexta Turma DIREITO PENAL. REMIÇÃO DA PENA PELA LEITURA.
 A atividade de leitura pode ser considerada para fins de remição de parte do tempo de execução da pena. 
HC 312.486-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 9/6/2015, Dje 22/6/2015. 
 
 Informativo n. 0587
O fato de o estabelecimento penal assegurar acesso a atividades laborais e a educação formal a re-não impede 
mição por leitura e resenha de livros. (...) Assim, as horas dedicadas à leitura e resenha de livros, como forma da 
remição pelo estudo, são perfeitamente compatíveis com a participação em atividades laborativas fornecidas pelo 
estabelecimento penal, nos termos do art. 126, § 3º, da LEP, uma vez que a leitura pode ser feita a qualquer mo-
mento do dia e em qualquer local, diferentemente da maior parte das ofertas de trabalho e estudo formal. Prece-
dente citado: HC 317.679-SP, Sexta Turma, DJe 2/2/2016. 
HC 353.689-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/6/2016, DJe 1/8/2016. 
 
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO 
 
Antes da Lei 12433/2011, o STJ não admitia reconhecer duas vezes a remição da pena em decorrência de traba-
lho e estudo realizados no mesmo período, porque a remição deveria guardar correspondência com a jornada de 
trabalho prevista no art. 33, da Lei de Execuções Penais. 
Agora é possível a cumulação. 
§ 3
o
 Para fins de , as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de cumulação dos casos de remição
forma a se compatibilizarem. 
§ 4
o
 O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se 
com a remição. 
§ 5
o
 O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do 
 durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão compe-ensino fundamental, médio ou superior
tente do sistema de educação. 
 
 
 
 
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§ 7
o
 O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. 
§ 8
o
 A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. 
 
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto 
no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 
2011) 
 
Antes da lei 12433/2011: 
: ► Súmula vinculante nº 9
O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional 
vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58. 
 
PERDA DOS DIAS REMIDOS 
 
Antes da edição da lei 12433/2011, segundo entendimento pacífico dos Tribunais Superiores, os dias de trabalho 
ou estudo criariam , não havendo que se falar em direito adquirido ou coisa mera expectativa de direito à remição
julgada 
(STF, HC 85552/SP, rel. Min. Carlos Britto, 28.6.2005). 
 
Considerava-se o benefício sujeito a condição resolutiva, ligado ao comportamento carcerário do condenado. 
A lei 12433/2011 alterou substancialmente a questão da perda dos dias remidos, limitando-a a um teto máximo, 
sem atingir a sua integralidade. 
 
Assim, levando-se em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a 
pessoa do faltoso e seu tempo de prisão, o juiz poderá decretar a perda de até 1/3 dos dias remidos. 
Por se tratar de , deve a nova regra incidir , em obediência ao art. 5.º, norma penal mais benéfica retroativamente
inciso XL, da Constituição Federal. 
 
Tal redução se dará por forma , pois observado o disposto Na visão do STJ: proporcional à gravidade da falta
no art. 57 da Lei de Execução Penal, cabendo ao Juízo da Vara de Execuções Penais examinar a aplicação retro-
do art. 127 da Lei de Execução Penal ativa 
(HC 215.439/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, DJe 28/09/2011; HC 174.617/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO 
REIS JÚNIOR, DJe 07/12/2011). 
 
De acordo com o STF: 
“da leitura do dispositivo legal se infere que o legislador pretendeu limitar somente a revogação dos dias remidos 
ao patamar de 1/3, razão pela qual não merece acolhida a pretensão de se estender o referido limite aos demais 
benefícios da execução”. 
(HC 110851, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 16-12-2011). 
 Informativo nº 0559. Quinta Turma 
 DIREITO PENAL. PERDA DOS DIAS REMIDOS EM RAZÃO DE COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. 
A prática de falta grave impõe a decretação da perda de até 1/3 dos dias remidos, devendo a expressão “poderá” 
contida no art. 127 da Lei 7.210/1984, com a redação que lhe foi conferida pela Lei 12.433/2011, ser interpretada 
como verdadeiro poder-dever do magistrado, ficando no juízo de discricionariedade do julgador apenas a fração 
da perda, que terá como limite máximo 1/3 dos dias remidos. 
Precedentes citados: AgRg no REsp 1.424.583-PR, Sexta Turma, DJe 18/6/2014; e REsp 1.417.326-RS, Sexta 
Turma, DJe 14/3/2014. 
AgRg no REsp 1.430.097-PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 19/3/2015, DJe 6/4/2015 
 
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela Lei nº 
12.433, de 2011) 
: o STJ entendia que a pena remida deveria ser considerada como pena cum-Polêmica antes da Lei 12433/2011
prida, somando-se ao tempo de pena já cumprido (mais benéfica ao condenado). 
Em sentido contrário, sustentava-se que o tempo remido deveria ser abatido do total da pena aplicada. 
 
Com a nova redação do artigo 128 da LEP, devem computar-se os dias remidos como pena efetivamente cum-
 prida para todos os efeitos.
 
 
 
 
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O STJ já tinha firmado o entendimento segundo o qual o tempo remido deve ser considerado como pena efetiva-
mente cumprida para fins de obtenção dos benefícios da execução e não simplesmente como tempo a ser 
descontado do total da pena. (HC 205.895/SP, Sexta Turma, DJe 08/09/2011). 
 
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos 
os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de 
frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 1
o
 O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio 
de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei nº 
12.433, de 2011) 
§ 2
o
 Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 
, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário. 83
 
Configura benefício de política criminal voltado a permitir a redução do tempo de encarceramento, com a conces-
são antecipada e provisória da liberdade do apenado. 
É a última etapa do sistema progressivo, devendo o liberado cumprir o restante da pena em liberdade, submeten-
do-se a determinadas condições. 
 
- O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a penaprivativa de liberdade Art. 83, CP igual ou 
, desde que: superior a 2 (dois) anos
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antece-
dentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe 
foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 
V - cumpridos da pena, nos casos de condenação por crime , prática de mais de dois terços hediondo tortura, tráfi-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e , se o apenado não for reincidente co TRÁFICO DE PESSOAS terrorismo
específico em crimes dessa natureza. 
 (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
 
Parágrafo único 
Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livra-
mento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinquir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ► SÚMULA DO STF
: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Súmula 715
Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o LIVRAMENTO CONDICI-
ONAL ou regime mais favorável de execução. 
 
 ► SÚMULA DO STJ
Súmula 441: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. 
 
 Informativo nº 0568/STJ. Quinta Turma
O condenado por associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/2006), caso não seja reincidente específico, 
deve cumprir 2/3 da pena para fazer jus ao livramento condicional. . 
Isso porque a própria , prevê requisito objetivo específico para a Lei 11.343/2006, no parágrafo único do art. 44
concessão do livramento condicional ao delito de associação para o tráfico: “Os crimes previstos nos arts. 33, 
caput e § 1º, e desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia. 34 a 37 
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimen-
 to de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico”. 
 
Ressalte-se que o lapso temporal de cumprimento de pena para obtenção do livramento condicional quanto ao 
delito do art. 35 da Lei 11.343/2006 . Precedentes citados: independe da análise do caráter hediondo do crime
AgRg no REsp 1.484.138-MS, Sexta Turma, DJe de 15/6/2015; e HC 292.882-RJ, Sexta Turma, DJe de 
18/8/2014. HC 311.656-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 25/8/2015, DJe 2/9/2015. 
 
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS 
a) comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena; 
b) bom desempenho do trabalho que lhe foi atribuído; 
c) aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto. 
 
CONDIÇÕES 
 
 Obrigatórias: 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. 
 
 Facultativas: 
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de 
proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não frequentar determinados lugares. 
 
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA 
 
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: 
 II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
 IV - determinar a prisão domiciliar; 
Incisos I, III e V e Parágrafo único. (VETADOS). 
 
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e 
dos seguintes : deveres
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir 
suas orientações; 
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração ele-
trônica ou de permitir que outrem o faça; 
III - (VETADO); 
Parágrafo único. neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da A violação comprovada dos deveres previstos
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: 
 
I - a regressão do regime; 
II - a revogação da autorização de saída temporária; 
III - (VETADO); IV - (VETADO); V - (VETADO); 
 
 
 
 
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VI - a revogação da prisão domiciliar; 
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das me-
didas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. 
 
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: 
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; 
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta 
grave. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL – SURSIS 
 
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. 
, cuja finalidade é evitar o aprisionamento dos condenados a penas privativas de liberda-Medida descarcerizadora
de de curta duração. 
 
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no arti-
go anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a dene-
gue. 
Não se trata de incidente da execução, mas de efetiva forma de cumprimento de pena. 
 
 REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS (art. 77, CP)
1) : condenação à pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos em que não seja indicada ou Objetivos
cabível a substituição por pena restritiva de direitos; 
2) : o apenado não seja reincidente em crime doloso, ressalvada a condenação anterior a pena de mul- Subjetivos
ta; 
3) : a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do Circunstâncias Judiciais favoráveis
agente, os motivos e as circunstâncias do crime. 
 
 
 
SURSIS E CRIMES HEDIONDOS
A lei de crimes hediondos não impede a concessão de sursis. 
Segundo a orientação dos Tribunais Superiores é perfeitamente compatível a concessão de suspensão condicio-
nal da pena, nos termos do art. 77 do Código Penal, aos condenados por crimes dessa natureza. 
 
SURSIS E TRÁFICO DE DROGAS
A lei de drogas veda expressamente a concessão de sursis em relação ao crime de tráfico de entorpecentes (art. 
44, da Lei 11.343/2006). 
STF - “O óbice, previsto no artigo 44 da Lei nº 11.343/06, à suspensão condicional da pena imposta ante tráfico 
de drogas mostra-se afinado com a Lei nº 8.072/90 e com o disposto no inciso XLIII do artigo 5º da Constituição 
Federal”. (HC 101919, Primeira Turma, DJe 25-10-2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com o STJ: 
A vedação expressa da concessão de sursis aos condenados pelo crime de tráfico ilícito de entorpecentes, disci-
plinada no art. 44 da Lei n.º 11.343/06 é, por si só, motivo suficiente para impedir a concessão da referida benes-
se. 
(AgRg no REsp 1185785/MG, QUINTA TURMA, DJe 18/02/2013) 
 
em sede de É desproporcional e carece de razoabilidade a negativa de concessão de sursis tráfico privile-
se já resta superada a própria vedação legal à conversão da pena, mormente após o julgado do Pretório giado 
Excelso que decidiu não se harmonizar a norma do parágrafo 4º com a hediondez do delitodefinido no caput 
e parágrafo 1º do artigo 33 da Lei de Tóxicos. ( REsp 1626436/MG, SEXTA TURMA, DJe 22/11/2016)
 
SURSIS INEFICAZ OU SEM EFEITO ou CASSAÇÃO DO SURSIS 
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustifica-
damente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. 
 
Não é caso de revogação do , visto que o período de prova sequer começou. sursis
Logo, o prazo prescricional é contado a partir do trânsito em julgado da sentença para a acusação (art. 112, I, 1ª 
parte, CP). 
 
REVOGAÇÃO DO SURSIS
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma 
do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. 
A decisão que concede o sursis não faz coisa julgada. 
 
se o beneficiário é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; não efetua, a) Revogação obrigatória: 
sem motivo justificado, a reparação do dano; ou descumpre no primeiro anos do período de prova as condições 
de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana. 
se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente b) Revogação facultativa: 
condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
Se for condenado exclusivamente à pena de multa, não há que se falar em revogação facultativa do sursis. 
 
 PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA 
Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da 
suspensão até o julgamento definitivo. 
Nas hipóteses de revogação facultativa, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o 
máximo, se este não foi o fixado. 
 
 PENA DE MULTA
Com o advento da lei nº 9268/96, a multa passou a ser considerada dívida de valor, não podendo ser convertida 
em privação da liberdade no caso de inadimplemento (art. 51, CP). 
Todavia, a referida lei não mudou a natureza jurídica da multa aplicada ao condenado, mantendo-se seu caráter 
de sanção penal. 
 
ANTES do trânsito em julgado da sentença condenatória a multa tem caráter penal, ou seja, é espécie de sanção 
penal. 
É nesse sentido que o Superior Tribunal de Justiça já afirmou que a referida lei, ao converter a pena de multa em 
dívida de valor, não lhe retirou o caráter penal, atribuído pela própria Constituição Federal (art. 5º, XLVI, “c”, CF). 
(REsp 1111584/RJ, SEXTA TURMA, DJe 08/09/2009) 
 
APÓS o trânsito em julgado, para efeito de execução, a pena de multa passa a ser considerada dívida de valor, 
adquirindo natureza extrapenal. É nesse sentido que a Terceira Seção do STJ pacificou a orientação de que o 
reconhecimento da pena de multa como dívida de valor atribui à sanção pecuniária caráter extrapenal 
(REsp 1.519.777-SP, Terceira Seção, julgado em 26/8/2015, DJe 10/9/2015). 
 
STF (...) não há falar em competência do Juízo da Execução Penal para decidir a respeito da pena de multa con-
vertida em dívida de valor. Destarte, independentemente da origem penal da sanção, a multa restou convolada em 
obrigação de natureza fiscal e, por essa razão, a competência para passou a ser da autoridade fiscal, por força da 
Lei n. 9.268/96, que deu nova redação ao art. 51 do Código Penal. (HC 115405 AgR, 1ª T, 17-12-2012) 
 
 
 
 
 
 
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 Súmula 521/STJ
 A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é 
exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
 
A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento de que é possível a extinção da execu-
penal quando, fica , uma vez que esta deverá ser ção cumprida a pena privativa de liberdade, pendente a multa
cobrada pela Fazenda Pública no Juízo competente. 
(AgRg no REsp 1448339/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, DJe 05/06/2014). 
 
REsp 1.519.777-SP, DJe 10/9/2015) Informativo nº 568/STJ. Terceira Seção. Recursos Repetitivos (
Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa, cumprida a primeira (ou a restritiva de 
direitos que eventualmente a tenha substituído), o inadimplemento da sanção pecuniária não obsta o reconheci-
mento da extinção da punibilidade. 
 
Extinta a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos) pelo seu cumprimento, o inadimplemento da pena 
de multa não obsta a extinção da punibilidade do apenado, porquanto, após a nova redação do art. 51 do CP, 
dada pela Lei 9.268/1996, a pena pecuniária é considerada dívida de valor e possui caráter extrapenal, de forma 
que sua execução é de competência exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. 
 
► SÚMULA Nº 693 DO STF : Não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo 
a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
 
 
 
 
- Na fixação da medida de segurança, por não se vincular à gravidade do delito perpetrado, mas à STJ 
periculosidade do agente, é cabível ao magistrado a opção por tratamento mais apropriado ao inimputável, 
independentemente de o fato ser punível com reclusão ou detenção, em homenagem aos princípios da adequa-
ção, da razoabilidade e da proporcionalidade. Precedentes. 
 
3. Ante a ausência de fundamentos para a fixação do regime de internação e tendo o laudo pericial reco-
mendado o tratamento ambulatorial, evidente o constrangimento ilegal. 
(HC 230.842/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 
27/06/2016) 
 
DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA. O prazo mínimo é de 1 (um) ano a 3 (três) anos para a realização do 
exame de verificação da cessação da periculosidade. 
O prazo máximo é indeterminado, mantendo-se enquanto persistir a periculosidade. 
O STF entende que o prazo máximo é de 30 anos, tendo em vista vedação das penas de caráter perpétuo. 
 
Segundo orientação do STJ, “levando em conta o preceito segundo o qual "não haverá penas de caráter perpétuo" 
(art. 5º, XLII, b, da CF) e os , o tempo de duração da medida de princípios da isonomia e da proporcionalidade
segurança ao delito praticado”. não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada 
(HC 174.342/RS, Sexta Turma, DJe 14/11/2011). 
 
 
 
 
 
 
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 Súmula nº 527/STJ. 
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente comi-
nada ao delito praticado. 
 
 SISTEMA VICARIANTE
Com a reforma de 1984, o Código Penal passou a adotar o Sistema Vicariante (unitário), revogando o Sistema do 
Duplo Binário ou Duplo trilho, em que a medida de segurança era aplicada conjuntamente com a pena fundamen-
tada na periculosidade do agente. 
 
Aplica-se medida de segurança ao inimputável (art. 26, caput, CP). 
Ao semi-imputável aplica-se pena reduzida (art. 26, p. Único, CP) ou medida de segurança substitutiva caso cons-
tatada a necessidade de especial tratamento curativo (art. 98, CP). 
 
 EXAME DE VERIFICAÇÃO DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE 
É realizado obrigatoriamente ao término do prazo mínimo fixado, repetindo-se de ano em ano (art. 175, LEP), ou a 
qualquer tempo, facultativamente, por ordem judicial, mediante requerimento do Ministério Público ou do interes-
sado (ART. 176, LEP). 
 
 DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL
A desinternação (liberação) será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, 
antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade (ART. 97, § 3º, CP). 
 
 
 
CONVERSÃO POSITIVA 
 
Consiste na transformação da pena privativa de liberdadeem restritiva de direitos durante a fase da execução. 
O incidente tem aplicação residual, desde que o condenado a pena privativa de liberdade ostente as condições 
referidas no artigo 180, LEP e não tenha obtido a substituição por pena restritiva de direitos na forma do art. 44, 
CP. 
ex. crime violento. 
 
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direi-
tos, desde que: 
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; 
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; 
III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. 
 
CONVERSÃO NEGATIVA 
 
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 
45 e seus incisos do Código Penal artigo 44, e seus (ATUAIS parágrafos 4
o
 e 5
o
, incluídos pela lei 9714/98). 
 
 
 
 
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No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direi-
tos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
 
CONVERSÃO DA PENA EM MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação 
da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade 
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 
12.313, de 2010). 
 
 Informativo nº 0579/STJ 
 SEXTA TURMA
Durante o cumprimento de pena privativa de liberdade, o fato de ter sido imposta ao réu, em outra ação pe-
nal, medida de segurança referente a fato diverso não impõe a conversão da pena privativa de liberdade que es-
tava sendo executada em medida de segurança. 
 
Inicialmente, convém apontar que o sistema vicariante afastou a imposição cumulativa ou sucessiva de pena 
, uma vez que a aplicação conjunta ofenderia o princípio do ne bis in idem, já que o mes-e medida de segurança
mo indivíduo suportaria duas consequências em razão do mesmo fato. No caso em análise, evidencia-se que 
cada reprimenda imposta corresponde a um fato distinto. 
 
Portanto, não há que se falar em ofensa ao sistema vicariante, porquanto a medida de segurança refere-se a um 
fato específico e a aplicação da pena privativa de liberdade correlaciona-se a outro fato e delito. Decisão monocrá-
tica citada: HC 137.547-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 1°/2/2013. 
HC 275.635-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 8/3/2016, DJe 15/3/2016. 
 
 - Em se tratando de medida de segurança aplicada em substituição à pena corporal, prevista no art. 183 da STJ
Lei de Execução Penal, sua duração está adstrita ao tempo que resta para o cumprimento da pena privativa de 
liberdade estabelecida na sentença condenatória. 
(HC 373.405/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2016, 
DJe 21/10/2016) 
 
EXCESSO OU DESVIO 
 
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na 
. sentença, em normas legais ou regulamentares
 
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução: 
I - o Ministério Público; 
II - o Conselho Penitenciário; 
III - o sentenciado; 
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. 
 
DA ANISTIA E DO INDULTO 
 
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por pro-
posta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. 
Art. 188. O indulto individual (graça) poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério 
Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. 
 
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a 
execução aos termos do decreto, no caso de comutação. 
 
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do 
Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de 
acordo com o disposto no artigo anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 INFORMATIVO 591/STJ – 3ª SEÇÃO
O benefício da comutação de penas previsto no Decreto n. 8.172/2013 deve ser negado quando o apenado tiver 
praticado falta disciplinar de natureza grave nos doze meses anteriores à publicação do Decreto, mesmo que a 
respectiva decisão homologatória tenha sido proferida posteriormente. 
 
A Quinta Turma, interpretando de forma literal o artigo, firmou-se no sentido de que o prazo de 12 (doze) meses 
limita tão somente a expressão "por falta disciplinar grave" e não todo o artigo, uma vez que a homologação não 
fica condicionada ao mencionado tempo. 
 
Em outras palavras, somente a falta grave está condicionada a lapso anterior ao Decreto, mas o processo admi-
nistrativo para apuração e a homologação da falta podem ocorrer após à publicação do Decreto. 
EREsp 1.549.544-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/9/2016, DJe 30/9/2016. 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. 
O único recurso previsto na LEP é o agravo, já que a maioria das decisões em sede de execução terá natureza 
interlocutória. 
Em regra, o recurso não terá efeito suspensivo, salvo na hipótese de desinternação ou liberação de pessoa sujeita 
à medida de segurança. 
 
O rito a ser aplicado é o do recurso em sentido estrito (art. 582 a 592, do Código de Processo Penal), sendo a 
interposição no prazo de 5 dias, conforme entendimento sumulado do STF. 
 
► SÚMULA DO STF 
Súmula nº 700: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.

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