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estudoaguassubterraneasana22 08 02

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Prévia do material em texto

Águas 
Subterrâneas
						Fonte: Diversas
Elaborado e Editado por:
Célio Augusto Pedrosa e Francisco A. Caetano
Brasília, Agosto/2002
	
Superintendência de Informações Hidrológicas – SIH
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ÍNDICE
Apresentação	..........................................................................................................	05
Introdução	..........................................................................................................	07
Aspectos Legais e Institucionais	.................................................................	10
Aspectos Técnicos	...............................................................................................	14
Ciclo Hidrológico	.........................................................................................	14
Distribuição da Água na Terra		.......................................................	15
Distribuição da Água no Subsolo	........................................................	16
Zona de Aeração	............................................................................	17
Zona de Saturação	..................................................................	18
Aqüíferos	...........................................................................................................	19
Classificação dos Aqüíferos Segundo a Pressão da Água	................	20
Aqüíferos Livres ou Freáticos	..............................................	20
Aqüíferos Artesianos	..................................................................	20
 Classificação Segundo a Geologia do Material Saturado	...............	21
Aqüíferos Porosos	..................................................................	21
Aqüíferos Fraturados ou Fissurados	....................................	21
Aqüíferos Cársticos	..................................................................	22
Funções dos Aqüíferos	............................................................................	22
Captação da Água Subterrânea	..................................................................	25
Poços Rasos	................................................................................................	25
Poço Escavado	............................................................................	25
Ponteiras Cravadas	..................................................................	26
Poço a Trado	............................................................................	26
Poço Radial		............................................................................	27
Galerias	......................................................................................	27
Poços Profundos	......................................................................................	28
Métodos de Perfuraçâo Mais Usados	........................................................	28
Percussão	......................................................................................	28
Rotativa	.....................................................................................	28
Química das Águas Subterrâneas	.................................................................	29
Introdução	...............................................................................................	29
Água e Saúde	...............................................................................................	29
Propriedades Físicas	...........................................................................	31
Temperatura	...........................................................................	31
Cor	...............................................................................................	31
Odor e sabor	............................................................................	31
Turbidez	......................................................................................	32
Sólidos em Suspensão	..................................................................	32
Condutividade Elétrica 	........................................................	32
Dureza	......................................................................................	32 
Dureza Temporária ou de Carbonatos	...................................	33
Dureza permanente	..................................................................	33
Dureza Total	............................................................................	33
Alcalinidade	............................................................................	33
pH	................................................................................................	34
Sólidos Totais Dissolvidos (STD)	.............................................	34
Principais Constituintes Iônicos	........................................................	34
Cálcio (Ca+)	......................................................................................	34
Cloretos (Cl-)	............................................................................	35
Ferro (Fe-)	......................................................................................	35
Magnésio (Mg²+)	............................................................................	35
Manganês (Mn+)	............................................................................	36
Nitrato (NO3- )	............................................................................	36
Potássio (K+)	............................................................................	36
Sódio (Na+)	......................................................................................	36
Águas Minerais e Potáveis de Mesa	..................................................................	39
Classificação das Águas Minerais Naturais	....................................	40
Características Permanentes	..............................................	40
Características das Fontes:	........................................................	42
Efeitos Terapêuticos das Águas Minerais	..............................................	43
A Água Certa	............................................................................	43
Como Escolher sua Água	........................................................	45
As Águas Minerais e Seus Efeitos Terapêuticos	................	45
Panorama Econômico Das Águas Minerais no Brasil	..........................	46
Províncias Hidrogeológicas do Brasil	........................................................	48
8.1. Província Escudo Setentrional..................................................................	48
8.2. Província Amazonas	............................................................................	48
8.3. Província Escudo Central	..................................................................	49
8.4 Província Parnaíba 	......................................................................................	49
8.5. Província São Francisco	............................................................................	50
8.6. Província Escudo Oriental	..................................................................	51
8.7. Província Paraná	......................................................................................	52
8.8. Província Escudo Meridional	..................................................................	53
8.9. Província Centro-Oeste	............................................................................	53
8.10. Província Costeira	......................................................................................	53
9. As Águas Subterrâneas no Brasil	..................................................................	58
Ocorrências	................................................................................................	58
Reservas e Condições de Utilização das Águas Subterrâneas ............	60
As Águas Subterrâneasnas Grandes Regiões	....................................	62
Região Sul 	......................................................................................	62
Região Sudeste	............................................................................	66
Região Nordeste	............................................................................	72
Região Centro-Oeste	..................................................................	79
Região Norte	............................................................................	82
Apresentação
A possibilidade concreta da escassez de água doce começa a tornar-se, cada vez mais, a grande ameaça ao desenvolvimento econômico e à estabilidade política do mundo nas próximas décadas. As disputas pelo uso da água poderão, inclusive, desencadear conflitos e guerras em escala imprevisível.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já alertou: em 2025, cerca de 2,7 bilhões de pessoas, em todo o mundo, enfrentarão a falta d’água se as populações continuarem a tratá-la como um bem inesgotável.Os paises que detêm grandes reservas naturais de água doce - como o Brasil - são acompanhados de perto como potenciais fornecedores.
Como a demanda por água potável cresce em todo mundo, este é um mercado de dimensões ainda incalculáveis. Para a solução desse problema, o passo inicial é o completo conhecimento do ciclo hidrológico, que vai possibilitar correta avaliação da disponibilidade dos recursos hídricos de uma determinada região. Uma das partes mais importante desse estudo é entender o que acontece com as águas subterrâneas, sem dúvida a menos conhecida do referido ciclo.
Devido às características ambientais de interconexão dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos, para que seja possível promover a gestão integrada destes recursos é necessário que se tenha conhecimento da ocorrência e do potencial hídrico dos aqüíferos do país. Mais ainda, é necessário fomentar o desenvolvimento do conhecimento das inter-relações entre os sistemas atmosférico, subterrâneo e superficial (ciclo hidrológico). 
Nesse contexto as informações disponíveis sobre as águas subterrâneas são ainda insuficientes e muito dispersas. As pesquisas existentes são poucas, descontinuadas e inconsistentes. Os dados que são gerados diariamente, por ocasião da execução de qualquer obra, com finalidade de pesquisar ou captar água subterrânea, e que poderiam conter informações técnicas preciosas e reais, tanto sobre os aspectos geológicos das camadas de rochas existentes, como das características físico-químicas das águas, estão pulverizados e de certa forma indisponibilizados nas diversas empresas privadas e órgãos de governo. Isto porque, dentre os vários fatores que contribuem para a desorganização e ineficácia no gerenciamento e controle nas ações das obras hídricas subterrâneas, mencionamos a ausência de profissional capacitado para o estudo e execução da obra, pouca e quase sempre ineficiente fiscalização, ingerência política em algumas etapas de caráter estritamente técnico e, sobretudo falta de interação e integração entre os diversos órgãos responsáveis pelo cadastramento e acompanhamento das empresas, obras e serviços.
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Como uma tentativa de se padronizar e centralizar as informações provenientes dos estudos, prospecções, ações e obras hídricas subterrâneas, criou-se uma área específica para águas subterrâneas dentro do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos. Muitos trabalhos de análises técnicas e de consistência deverão ainda ser empreendidos, de forma a torná-los cada vez mais úteis à sociedade.Os dados obtidos serão disponibilizados pelos órgãos gestores estaduais de recursos hídricos, participantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Além disso, uma vez padronizados e consistidos, as informações poderão ser acessadas pela Internet, no site da ANA - Agência Nacional de Águas, do Ministério do Meio Ambiente.
Introdução
Cerca de 97% da água doce disponível para uso da humanidade encontra-se no subsolo, na forma de água subterrânea. No entanto, pelo fato de ser um recurso invisível, a grande maioria das pessoas, incluindo governantes e políticos, nunca a levam em consideração quando falam em água. Tanto assim que na literatura sobre meio ambiente utilizada no ensino brasileiro, verificamos que a água subterrânea ocupa um espaço muito pequeno, ficando a ênfase sempre com as águas superficiais.
O Brasil, apesar de possuir grande disponibilidade de água doce em estado líquido (cerca de 12% das reservas mundiais), deve, através de uma real e eficaz política de gestão dos seus recursos hídricos e ambientais, educar e conscientizar a sua população sobre a importância de proteger e preservar o meio ambiente natural, utilizando-se para tanto, de instrumentos gerenciais e de ações que permitam manter os padrões de qualidade adequados às necessidades de suas gerações futuras.
Mais da metade da água de abastecimento público no Brasil provém das reservas subterrâneas. A crescente preferência pelo uso desses recursos hídricos, nos mais diversos tipos de usos, se deve ao fato de que, em geral, eles apresentam excelente qualidade e menor custo. Entretanto, também aqui, cuidados devem ser tomados com eventuais possibilidades de contaminação, tais como: devastação de cobertura vegetal, uso inadequado e desordenado do solo, utilização excessiva de agrotóxicos, entre outras.
Ainda importantes são os cuidados que se devem ter com as obras de captação que, quando construídas sem o devido acompanhamento de profissional capacitado, e fora dos padrões das normas técnicas, se constituem em fontes de possível contaminação natural, ou induzida, dos aqüíferos.
Grandes cidades brasileiras já são abastecidas, total ou parcialmente, por águas subterrâneas. No Estado de São Paulo estima-se que 75% das cidades são abastecidas por poços. Ribeirão Preto é um bom exemplo de uma grande cidade onde a água subterrânea tem sido bem gerenciada, garantindo o abastecimento de toda a população com uma água de ótima qualidade. Nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, 90% das cidades são abastecidas por águas subterrâneas.
Entre as vantagens do uso das águas subterrâneas, em relação às águas superficiais, podemos apontar as seguintes: 	
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São mais protegidas da poluição;
O custo de sua captação e distribuição é muito mais barato. A captação pode ser próxima da área consumidora, o que torna mais barato o processo de distribuição;
Em geral não precisam de nenhum tratamento, o que, além de ser uma grande vantagem econômica, é melhor para a saúde humana;
Permitem um planejamento modular na oferta de água à população, isto é, mais poços podem ser perfurados à medida que aumente a necessidade, dispensando grandes investimentos de uma única vez. 
Obviamente que a água subterrânea, apesar de muito importante, nem sempre é suficiente para abastecer grandes centros populacionais. Por isso, deve ser encarada sempre como um complemento importante à utilização da água superficial. Poucos sabem, mas na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, há muitas indústrias que se abastecem unicamente por água subterrânea.
Nas duas últimas décadas houve um grande crescimento do uso deste recurso no Brasil, mas estamos longe dos níveis de uso e gerenciamento alcançados pelos países da Europa e os Estados Unidos.
O fato de a água subterrânea ser um recurso que não pode ser visto, implica quase sempre que ela seja ignorada.Só o seu conhecimento científico pode nos capacitar a formar uma imagem de sua existência real e de suas características físicas e químicas.
A primeira grande dificuldade com que nos deparamos é com o falso conceito de que as rochas, por serem sólidas, não conseguem armazenar tanta água. É difícil, numprimeiro momento, acostumar-se à idéia de que estamos sobre uma grande esponja rochosa cheia de água. Por isto é muito comum ouvirmos falar em "rios subterrâneos". Nos livros didáticos, a água subterrânea é quase sempre apresentada como uma massa em fluxo contínuo como se fosse um rio. Esse erro decorre da dificuldade de imaginar o fluxo subterrâneo como sendo em meio poroso ou fraturado.
Para entender a água subterrânea, o primeiro passo é compreender que as rochas, apesar de sólidas, são mais ou menos porosas ou fraturadas e é aí que ela se acumula. Imagine um balde cheio de areia seca. Se colocarmos água ela vai sumir? Não, vai se acumular nos espaços vazios existentes entre os grãos. O mesmo acontece com as rochas. A água que se infiltra vai se acumular nos espaços abertos encontrados nas rochas ou nos solos. Apesar das rochas não serem tão porosas quanto a areia solta , grandes volumes de rochas podem armazenar grandes volumes de água. A quantidade de água capaz de ser armazenada pelas rochas e pelos materiais não consolidados em geral (solos e sedimentos) vai depender da porosidade, da comunicação destes poros entre si, ou da quantidade, interseções e tamanho das aberturas das fraturas existentes. As rochas e os materiais não consolidados, dependendo de sua origem e características intrínsecas, podem apresentar porosidade bem distintas, indo do impermeável até 30%, ou mais, em alguns casos.
 * Este item foi baseado no texto de “AGUA SUBTERRÂNEA” www.meioambiente.pro.br , de Eurico Zimbres – UERJ/2000
ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS
A água subterrânea, no que diz respeito aos seus aspectos legais e jurídicos, destaca-se pelo seu marco histórico e institucional vigente e a experiência de alguns estados que já instituíram, regulamentaram e executam as ações instrumentalizadas conforme as necessidades de gestão, uso ou proteção dos recursos hídricos no âmbito regional. Todos são unânimes pela existência de uma ação de disciplinamento e proteção do recurso água subterrânea, através de uma legislação eficiente que demonstre uma efetiva e real responsabilidade por parte do poder público. 
Código de Águas - Decreto Nº 24643, 10 de Julho de 1934
As águas subterrâneas eram consideradas bens imóveis, associados à propriedade da terra. Incorporava normas reguladoras que preservavam direitos adquiridos, inibiam a monopolização da exploração e a poluição das águas subterrâneas, reconhecia o fato da sua estreita relação com as águas superficiais e limitava o direito e exploração das águas subterrâneas, sempre que o empreendimento interferisse na ocorrência das águas superficiais de domínio público.
Código de Águas Minerais - Decreto-Lei N° 7.841, 08 de Agosto de 1945
Estabeleceu normas para o aproveitamento das águas minerais. Seu conteúdo era confuso em relação à abrangência do conceito de águas minerais, ao distinguir águas minerais das demais águas, relevando no seu aspecto uma "ação medicamentosa" decorrente de características físicas ou químicas distintas das águas comuns. Criou então a Comissão de Crenologia (estudo das águas minerais, para fins terapêuticos) no âmbito do DNPM para verificação destas propriedades. São incluídas as Águas Minerais, Termais, Gasosas, Potáveis de Mesa e as destinadas para fins de Balneários, estabelecendo a todas, as normas reguladoras que preservem sua qualidade, salubridade pública, os direitos de propriedade dos empreendedores, e informem ao poder público as características da exploração para fiscalização e monitoramento.
Código de Mineração - Decreto-Lei N° 227, de 28 de Fevereiro de 1967
Estabeleceu a competência da União na administração dos recursos minerais e a sistemática do regime de aproveitamento dos mesmos e reconheceu as águas subterrâneas como substância mineral dotada de valor econômico e formadora de jazida. Entretanto, persistia a idéia de regulamentar, em separado, a exploração das águas minerais das águas subterrâneas, exigindo Plano de Aproveitamento Econômico para jazidas de águas minerais, onde se estabelece plano para conservação e proteção das suas fontes.
Regulamento do Código de Mineração - 1968
Apenas ratifica a inclusão de todas as águas subterrâneas, nos casos contemplados pelo Código de Águas Minerais, sob o conceito de Jazidas Minerais.
Portaria Nº 117, de 17 de Julho de 1972 - Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM)
Disciplina as normas para realização dos estudos in loco e análises bacteriológicas de que trata o Código de Águas Minerais.
Criação da S.E.M.A. (Secretaria Especial do Meio Ambiente) - 1973.
Com competência para estabelecer normas e padrões relativos à qualidade dos recursos hídricos, foi responsável pela inclusão de novas normas reguladoras e restritivas quanto ao uso e ocupação do solo em locais onde ocorrem fontes de surgência natural (olhos-d’água).
Portaria Nº 1.628, de 04 de Dezembro de 1984 - Ministério das Minas e Energia.
Institui as características básicas dos rótulos nas embalagens de Águas Minerais e Potáveis de Mesa.
Resolução Nº 20, de 18 de Junho de 1986 - Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Estabelece a classificação das águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional; com base em parâmetros e indicadores específicos para melhor distribuir seus usos, especificando os níveis de qualidade requeridos, de modo a assegurar seus usos preponderantes.
Constituição Federal - 1988
Muda o status das águas subterrâneas, estabelecendo um novo regime para as mesmas, conferindo-lhes caráter de bem público de propriedade dos Estados e Distrito Federal e distingue claramente águas subterrâneas de recursos minerais do subsolo, sendo, portanto as águas minerais de competência da União.
Portaria Nº 159, de 1º de Abril de 1996 - Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM)
Estabelece os critérios para a importação e comercialização, no mercado brasileiro, de águas minerais.
Lei Federal N° 9.433 - 8 de Janeiro de 1997
Incorpora a mudança na dominialidade das águas subterrâneas, estabelecida pela Constituição de 1988, e mantém tratamento diferenciado para águas ditas "minerais". Quanto à gestão das águas subterrâneas, recomenda a utilização dos mecanismos de outorga das concessões de exploração como principais instrumentos de gestão. Quanto às normas reguladoras apresenta significativa contribuição relativa aos aspectos da poluição e superexplotação de aqüíferos, proibindo a poluição das águas subterrâneas, monitoramento de aterros sanitários e estudos de vulnerabilidade de aqüíferos. No campo da Normatização, toda e qualquer obra de captação de água subterrânea é considerada uma obra de Engenharia para a qual exige-se habilitação legal nas diferentes etapas da pesquisa, projeto e exploração.
Alguns Estados como São Paulo, Pernambuco e Ceará têm se destacado com suas propostas de Lei sobre conservação e proteção das águas subterrâneas, como também pela implantação do sistema de Outorga de usos dos recursos hídricos como um todo, todavia, ainda é escassa a atenção dada aos recursos hídricos subterrâneos, sendo priorizado em seus sistemas de gestão dos recursos hídricos, as águas superficiais.
Portaria Nº 231, de 31 DE JULHO de 1998 - Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM).
Regulamenta as ações e procedimentos necessários à definição de áreas de proteção das fontes, balneários e estâncias de águas minerais e potáveis de mesa em todo o território nacional, objetivando sua preservação, conservação e racionalização de uso.
Resolução No 05, De 10 de Abril de 2000 - Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)
Estabelece diretrizes para a formação e funcionamento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, de forma a implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, conforme estabelecido pela Lei 9433.
�
Lei Federal 9.984, 17 de Julho de 2000 - Criação da A.N.A
Esta Lei instituia A.N.A. – Agência Nacional de Águas, atribuindo à mesma, a finalidade de implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, em articulação com os órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; dando competência ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei 9.433, para promover a articulação dos planejamentos, nos diversos níveis, dos setores usuários de água.
A ANA é responsável pela implementação e execução da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH, ficando a SRH/MMA com a deliberação e formulação da PNRH.
Resolução No 012, de 19 de julho 2000 - Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
Estabelece procedimentos para o enquadramento de corpos de água em classes segundo os usos preponderantes, de forma a subsidiar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituído pela Lei no 9.433.
ASPECTOS TÉCNICOS
Ciclo Hidrológico
Devido às diferentes e particulares condições climáticas, em nosso planeta a água pode ser encontrada, em seus vários estados: sólido, líquido e gasoso.
Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante mudança de estado da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol. A permanente mudança de estado físico da água, isto é, o ciclo hidrológico, é a base da existência da erosão da superfície terrestre. Não fossem as forças tectônicas, que agem no sentido de criar montanhas, hoje a Terra seria um planeta uniformemente recoberto por uma camada de 3 km de água salgada.
Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos caminhos.
Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos espaços vazios que encontra no solo e nas rochas. Pela ação da força da gravidade esta água vai se infiltrando até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentar horizontalmente em direção às áreas de baixa pressão.A única força que se opõe a este movimento é a força de adesão das moléculas de água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra.
A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, rios, mares, oceanos e lagos.
Em regiões suficientemente frias, como nas grandes altitudes e baixas latitudes (calotas polares), esta água pode se acumular na forma de gelo, onde poderá ficar imobilizada por milhões de anos.
O caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. A água de uma chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos quilômetros. Já a água subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros. Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo se somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente. 
A vegetação tem um papel importante neste ciclo, pois uma parte da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba voltando à atmosfera pela transpiração ou pela simples e direta evaporação (evapotranspiração).
Distribuição da Água na Terra
A distribuição da água na Terra está distribuída conforme o Quadro 3.2.1 abaixo:
	PRIVATE�Tipo
	Ocorrência
	Volumes (km3)
	Água doce superficial 
	Rios
Lagos 
	 1.250
 125.000 
	Água doce subterrânea 
	Umidade do solo
Até 800 metros
Abaixo de 800 metros 
	 67.000
 4.164.000
 4.164.000 
	Água doce sólida (gelo) 
	Geleiras e Glaciais 
	 29.200.000 
	Água salgada 
	Oceanos
Lagos e mares salinos 
	 1.320.000.000
 105.000 
	Vapor de água 
	Atmosfera 
	 12.900
	Total 
	
	 1.360.000.000 
Quadro 3.2.1 – Distribuição da Água na Terra
Observa-se que, de toda a água existente no planeta Terra, somente 2,7% é água doce. Pode-se também verificar que de toda a água doce disponível para uso da humanidade, cerca de 97% está na forma de água subterrânea.
Da água que se precipita sobre as áreas continentais, calcula-se que a maior parte (60 a 70%) se infiltra. Vê-se, portanto, que a parcela que escoa diretamente para os riachos e rios é pequena (30 a 40%). É esta água que se infiltra e que mantém os rios fluindo o ano todo, mesmo quando fica muito tempo sem chover. Quando diminui a infiltração, necessariamente aumenta o escoamento superficial das águas das chuvas.
A infiltração é importante, portanto, para regularizar a vazão dos rios, distribuindo-a ao longo de todo o ano, evitando, assim, os fluxos repentinos, que provocam inundações.
Não adianta culpar a natureza. Esta relação entre a quantidade de água que se precipita na forma de chuva, a quantidade que se infiltra, a que tem escoamento superficial imediato, e a que volta para a atmosfera, na forma de vapor, constitui uma verdade da qual não podemos escapar. As cidades são aglomerados, onde grande parte do solo é impermeabilizado, e a conseqüência lógica disto é o aumento de água que escoa, provocando inundações das áreas baixas. Se estiverem correta as previsões de que está havendo um aquecimento global, e de que este levará ao aumento das chuvas, é de se esperar um agravamento do problema de inundações nos países tropicais.
Distribuição da Água no Subsolo
A distribuição vertical da água após a sua infiltração no subsolo se verifica conforme abaixo:
 
 Zonas de ocorrência da água no solo de um aqüífero freático
Zona de Aeração
É a parte do solo que está parcialmente preenchida por água. Nesta zona a água ocorre na forma de películas aderidas aos grãos do solo. Solos muito finos tendem a ter mais umidade do que os mais grosseiros, pois há mais superfícies de grãos onde a água pode ficar retida por adesão.
Na zona de aeração podemos distinguir três regiões:
Zona de Umidade do Solo
É a parte mais superficial, onde a perda de água de adesão para a atmosfera é intensa. Em alguns casos é muito grande a quantidade de sais que se precipitam na superfície do solo após a evaporação desta água, dando origem a solos salinizados ou a crostas ferruginosas (lateríticas).
Zona Intermediária
Região compreendida entre a zona de umidade do solo e a franja capilar, com umidade menor do que na franja capilar e maior do que na zona superficial do solo.
Como já foi dito, a capilaridade é maior em terrenos cuja granulometria é muito fina.
Em áreas onde o nível freático está próximo da superfície, a zona intermediária pode não existir, pois a franja capilar atinge a superfície do solo. São brejos e alagadiços, onde há uma intensa evaporação da água subterrânea. 
Franja de Capilaridade
É a região mais próxima ao nível d’água do lençol freático, onde a umidade é maior devido à presença da zona saturada logo abaixo. A água existente nesta zona é denominada água capilar, originada do contato com a água do nível freático e que ascende devido a forças capilares.
Zona de Saturação
É a região abaixo do lençol freático (nível freático) onde os poros ou fraturas da rocha estão totalmente preenchidos por água. Observe-se que em um poço escavado num aqüífero deste tipo a água o estará preenchendo até o nível freático.
Em aqüíferos freáticos o nível da água varia segundo a quantidade de chuva. Em épocas com mais chuva o nível freático sobe e em épocas em que chove pouco o nível freático desce. Um poço perfurado no verão poderá ficar seco caso sua penetração na zona saturada for menor do que esta variação do nível d’água.
Aqüíferos
Aqüíferos são corpos rochosos com propriedades de armazenar e transmitir as águas subterrâneas.
Os Aqüíferos são caracterizados por parâmetros dimensionaiscomo extensão, espessura e geometria os quais são condicionados pela Geologia Estrutural, Estratigrafia e Parâmetros Hidrodinâmicos (transmissividade, armazenamento ou porosidade efetiva), que dependem dos padrões faciológicos, condições de recarga e descarga além de variáveis de estado que descrevem a situação do reservatório subterrâneo em cada instante (superfície piezométrica, qualidade, condições de exploração etc). 
As águas subterrâneas são realimentadas pelas infiltrações de águas de origem meteóricas. Essas águas fluem lentamente (mm/dia, cm/dia ou m/dia) pelos poros e ou fissuras/fraturas intercomunicantes das rochas, armazenando-se em reservatórios subterrâneos ou alimentando os rios (efluência), lagos e nascentes durante os períodos sem chuvas, ou ainda, vão desaguar diretamente nos oceanos e mares, de onde evaporam e sobem à atmosfera para dar origem a novas chuvas, representando parcela significativa do ciclo hidrológico.
A taxa de infiltração de água no solo depende de muitos fatores, entre os quais:
Sua porosidade: A presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração.
Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado.
Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração.
Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem.
A água que se infiltra está submetida a duas forças fundamentais: a gravidade e a força de adesão de suas moléculas às superfícies das partículas do solo (força de capilaridade). Pequenas quantidades de água no solo tendem a se distribuir uniformemente pela superfície das partículas. A força de adesão é mais forte do que a força da gravidade que age sobre esta água. Como conseqüência ela ficará retida, quase imóvel, não atingindo zonas mais profundas. Chuvas finas e passageiras fornecem somente água suficiente para repor esta umidade do solo. Para que haja infiltração até a zona saturada é necessário primeiro satisfazer esta necessidade da força capilar.
Classificação dos Aqüíferos Segundo a Pressão da Água
Aqüíferos Livres ou Freáticos
A pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. A figura esquematiza um aqüífero deste tipo. São os aqüíferos mais comuns e mais explorados pela população. São também os que apresentam maiores problemas de contaminação. 
Aqüíferos Artesianos
Nestes aqüíferos a camada saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis, de forma que a pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água suba no poço para além da zona aqüífera. Se a pressão for suficientemente forte a água poderá jorrar espontaneamente pela boca do poço. Neste caso diz-se que temos um poço jorrante.
Há muitas possibilidades geológicas em que a situação de confinamento pode ocorrer. A figura abaixo mostra o modelo mais clássico, mais comum e mais importante.
Classificação dos Aqüíferos Segundo a Geologia do Material Saturado
Aqüíferos Porosos
Ocorrem em rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos arenosos decompostos in situ. Constituem os mais importantes aqüíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Estes aqüíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. Uma particularidade deste tipo de aqüífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direção, em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existentes. Esta propriedade é conhecida como isotropia. 
Poços perfurados nestes aqüíferos podem fornecer até 500 metros cúbicos por hora de água de boa qualidade.
Aqüíferos Fraturados ou Fissurados
Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. A capacidade destas rochas em acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação. No Brasil a importância destes aqüíferos está muito mais em sua localização geográfica, do que na quantidade de água que armazenam. Poços perfurados nestas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora. A possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, de o mesmo interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Há caso em que, de dois poços situados a pouca distância um do outro, somente um venha a fornecer água, sendo o outro seco. Para minimizar o fracasso da perfuração nestes terrenos, faz-se necessário que a locação do poço seja bem estudada por profissional competente. Nestes aqüíferos a água só pode fluir onde houver fraturas*, que, quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais, e por isto dizemos que são meios aqüíferos anisotrópicos, ou que possuem anisotropia.
Um caso particular de aqüífero fraturado é representado pelos derrames de rochas ígneas vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimentares brasileiras. Estas rochas, apesar de ígneas, são capazes de fornecer volumes de água até dez vezes maiores do que a maioria das rochas ígneas e metamórficas.
Aqüíferos Cársticos
São os aqüíferos formados em rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de aqüífero fraturado, onde as fraturas, devidas à dissolução do carbonato pela água, podem produzir aberturas muito grandes, criando, neste caso, verdadeiros rios subterrâneos. É comum em regiões com grutas calcárias, ocorrendo em várias partes do Brasil.
Proporcionalmente à sua extensão territorial, o Brasil não é muito rico em águas subterrâneas. Essa situação decorre do fato de que, sobre cerca de 60% do nosso território (4.600.000 Km2), ocorrerem rochas cristalinas, relativamente pouco porosas e permeáveis. Em complementação, as rochas essencialmente aqüíferas acham-se localizadas nos depósitos sedimentares que cobrem cerca de 37% (3.166.000 Km2). 
Funções dos Aqüíferos
A função mais tradicional e ainda de maior alcance de um aqüífero é como fornecedor de água naturalmente potável. Os processos de filtração e as reações bio-geoquímicas que ocorrem no subsolo fazem com que as águas subterrâneas apresentem, geralmente, boa potabilidade e são mais bem protegidas dos agentes de poluição.
As águas subterrâneas, quando apresentam teores de STD (Sólidos Totais Dissolvidos) superiores a 1g/l, ou possuem uma concentração especialmente elevada de um íon particular, são classificadas como águas minerais.
Quando apresentam temperaturas superiores a 40°C constituem fonte alternativa de energia, podendo ser utilizadas para aquecimento de casas, fins fisioterápicos, produção agrícola em estufa etc.
Quando o teor de sais contidos é elevado podem constituir importantes fontes de componentes minerais como Iodo, Bromo, Boro e Cloreto de Sódio.
Ainda, os aqüíferos desempenham o papel de estocagem ao receberem água por recarga artificial durante os períodos de enchentes dos rios. Têm função de filtro natural ao proporcionar a filtragem física da água de superfície mediante técnicas de captação induzida reduzindo custos de tratamentos convencionais.
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Assim, a explotação da água subterrânea apresenta inúmeras vantagens em comparação com as águas superficiais:
Dispensa tratamento químico que onera bastante as águas superficiais em dispendiosas ETAs (Estações de Tratamento de Águas).
Não acarreta inundações de áreas potencialmente aproveitáveis na superfície, as quais contêm muitas vezes excelentes solos agricultáveis, pois a área de captação e proteção é extremamente reduzida. 
A rede de adução até o reservatório ou caixa d’água usualmente é de pequena extensão, ao contrário das barragens, que requerem redes adutoras comumente de vários quilômetros de extensão.
Nãoexige desapropriação de grandes áreas como as barragens, que demandam vultosos investimentos.
Independe de períodos de estiagens prolongadas para recarga anual e dos efeitos contínuos do processo de evaporação.
O prazo de execução de um poço tubular é de dias, em contraposição a meses e até anos no caso do barramento de um rio.
A implantação do sistema de captação e armazenamento pode ser efetuada de modo gradativo, na medida que aumente a demanda, evitando períodos de sobra logo após a construção da barragem. A flexibilidade evita a aplicação de grandes investimentos iniciais concentrados em curto espaço de tempo.
O sistema como um todo é muito melhor protegido de eventuais poluições e contaminações químicas, e até mesmo de atos de vandalismo. 
Mesmo com todas as vantagens citadas, a exploração da água subterrânea deve ser feita sempre de uma maneira integrada com a gestão da água superficial (de forma que a recíproca também é fundamental) e necessita, sobretudo ser controlada por técnicos especializados, pois existem peculiaridades que precisam ser monitoradas, como por exemplo:
A distribuição espacial das bacias hidrogeológicas com potencial de volume explorável faz-se de maneira muito heterogênea. No Brasil, sobretudo na região Nordeste, 55% da sua geomorfologia são representados por rochas cristalinas onde as águas potencialmente exploráveis são pouco representativas, já que esse tipo de aqüífero não favorece o acúmulo de água.
A renovação e recarga das águas retiradas dos aqüíferos não se fazem na mesma velocidade da extração, podendo causar a explotação de parte ou de toda a Reserva Permanente, com risco da exaustão do aqüífero, caso a explotação não seja devidamente controlada.
A superexplotação de aqüíferos que, dependendo da formação geológica e da pressão hidrostática de equilíbrio exercida pela água, poderá acarretar subsidência na porção mais superficial, causando fendas nas rochas com aparecimento de possíveis sumidouros em correntes de águas superficiais, rachaduras em barragens, podendo causar rompimento das mesmas, rachaduras e desabamentos de casas ou edifícios, diminuição ou ausência total da umidade mínima dos horizontes de solos responsáveis pela sobrevivência de vegetais e microorganismos da superfície que ajudam na preservação da biota, além de que em aqüíferos costeiros poderá causar a salinização da água.
Mesmo sendo menos vulneráveis aos agentes poluidores e às contaminações, a detecção de um processo contaminante num aqüífero, em geral não é imediata, podendo muitas vezes acarretar ações muito onerosas ou até mesmo situações irrecuperáveis no médio prazo. 
Bibliografia
Geologia do Brasil – Vol. Único / DNPM - 1984
Principais Depósitos Minerais do Brasil - Vol. 4 B / DNPM - 1998
Plano Nacional de Recursos Hídricos - Vol. XI, Estudos Especiais "Água Subterrânea no Brasil". 
Estado das Águas no Brasil - ANEEL / MMA / SRH / MME - 1999 
Água Subterrânea – Eurico Zimbres/UERJ - www.meioambiente.pro.br – 2000
Captação DAS Águas Subterrâneas
Qualquer perfuração através da qual obtemos água de um aqüífero é, genericamente, chamada de poço. Há muitas formas de classificá-los. Usaremos aqui uma classificação baseada em sua profundidade, pois a mesma determina, de uma forma geral, o método construtivo, além de ser um fator importante nas considerações sobre poluição da água subterrânea.
Poços Rasos:
São poços que apresentam, geralmente, profundidades até 30,00 metros e onde são utilizados métodos simples de construções.
Poço Escavado
É a mais antiga forma de exploração da água subterrânea, estando presente desde civilizações muito antigas. São poços cilíndricos, abertos manualmente, com o uso de picareta e pá. Às vezes são usados fogachos (pólvora) para romper blocos de rocha mais resistentes. Entretanto, este expediente é desaconselhável em virtude do perigo que acarreta, sendo proibido por lei a pessoas não autorizadas a lidar com explosivos. Poço escavado é o tipo mais utilizado pela população rural brasileira e, recebe nomes distintos, dependendo da região: cisterna, cacimba, cacimbão, poço amazonas, poço caipira, ou simplesmente poço. Só podem ser escavados em material não muito resistentes, geralmente solo e depósitos sedimentares pouco consolidados. Certos arenitos friáveis podem ser escavados até manualmente.
Para que o operário possa trabalhar no fundo do poço, seu diâmetro deve ser grande, indo de 1 a 2 metros, em média 1,50 metros. Após atingir o nível d'água, a escavação continua, até que não se consiga mais esvaziar a água que está afluindo ao poço.
Após a construção o poço deve ser bem fechado, erguendo-se uma proteção de tijolo acima do nível do terreno, e cimentando o solo ao redor. Isso evita a entrada de água contaminada da superfície e a queda de objetos e animais em geral.
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Ponteiras Cravadas
Ponteira é uma haste perfurada, revestida por tela, com terminação cônica e que é cravada no terreno, através da qual pode-se retirar água com bomba de sucção. Muito popular *,só funciona em aqüíferos muito rasos. Muito usada em obras de engenharia civil para o rebaixamento do lençol freático.
É necessário que os segmentos de tubos que foram conectados na ponteira, sejam bem vedados para não entrar ar, o que impediria a água de subir. Em geral estes poços possuem de 4 a 5 cm de diâmetro.
Essas ponteiras são muito versáteis, e uma boa opção para um poço de baixo custo. Caso a necessidade de água aumente, pode-se cravar mais ponteiras.(, mantendo uma distância segura para evitar as interferências dos cones de depressão.)
Poço a Trado
Trado é uma ferramenta composta de uma caçamba cilíndrica, com aberturas laterais cortantes, rosqueada à uma haste de ferro terminada em T e que penetra no solo através de movimentos giratórios, realizados por um operário (trado manual) ou por um motor (trado mecânico). Há no mercado trados com diâmetro variando de 5 a 24 centímetros.Quanto maior for o diâmetro do trado, mais pesado ficará o serviço.
O poço é perfurado lentamente, pois após algumas voltas o operador tem que levantar a ferramenta para retirar o solo preso na caçamba. À medida que a profundidade aumenta são acrescentados novos segmentos de cano galvanizado na haste, que se tornará, portanto mais pesada. Ao atingir o nível freático é necessário descer um ou mais tubos que protejam a parede do poço, evitando seu desmoronamento. Para continuar a perfuração na zona saturada é necessário diminuir o diâmetro da caçamba para poder perfurar por dentro do tubo de revestimento. Quando o poço começa a produzir muita água, o avanço se torna muito difícil, pois há a formação de lama no fundo, tornando-se quase impossível a retirada do material. Após ter atingido a máxima profundidade possível da zona saturada, coloca-se um tubo de fundo cego e furos na lateral, que servirá como filtro e elemento de contenção das paredes da escavação.
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Poço Radial
São poços escavados, de diâmetro maior do que o normal (3 a 4 metros) nos quais foram cravados ponteiras ou aberto drenos horizontais em sua parte inferior, num arranjo radial. Isto permite aumentar grandemente a área de captação de água, elevando a produtividade do poço bem mais do que se fosse meramente escavado. Uma das vantagens deste método é que permite que se faça o desenvolvimento do poço, isto é, usar processos que aumentam a permeabilidade do aqüífero ao redor das ponteiras ou drenos.
Galerias
As galerias são túneis cavados horizontalmente nas encostas até se encontrar o substrato rochoso, por onde, circula a água de infiltração. Uma vez encontrada uma região onde esteja havendo suficiente infiltração, cava-se uma pequena bacia de captação a partir da qual a água é levada para fora, através de tubos e por gravidade. Como a saída de água passa a ser constante, é necessária a construção de reservatório para armazená-la.
Uma das grandes vantagens destasgalerias é que fornecem água por gravidade, o que implica numa grande economia de energia. Na verdade são verdadeiras nascentes artificiais. 
Nas cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro são muito utilizadas. Em Petrópolis existem galerias com cerca de 40 metros de comprimento, sem nenhum revestimento, e que fornece até 200 litros de boa água por hora, durante o período de estiagem. 
A largura e altura destas galerias são o suficiente para que um homem possa ali se movimentar carregando um carrinho de mão, com o qual é retirado o solo escavado. Seu teto é abobadado. Após a construção e colocação de um tubo resistente como dreno, qualquer desmoronamento do teto não prejudicará a continuidade da saída da água.
É um serviço extremamente perigoso e só deve ser feito por pessoas muito treinadas e conhecedoras da técnica. 
Poços Profundos 
São poços perfurados com máquinas, com profundidades até 1000 metros. Em alguns casos profundidades maiores são atingidas quando se procura a produção de água aquecida pelo geotermalismo. A perfuração de um poço demanda conhecimento técnico especializado. Na verdade, deve ser considerada como uma obra de engenharia.
Métodos de Perfuração Mais Usados
Percussão
A rocha é perfurada através da batida constante de uma ferramenta chamada trépano (broca), presa a um cabo de aço, que é movimentado para cima e para baixo, através de um balancim acionado por motor. As pancadas do trépano esmigalham a rocha e os fragmentos resultantes, misturados com água do próprio poço ou colocada se este ainda estiver seco, dá origem a uma lama. Estes são retirados do poço através de uma ferramenta chamada caçamba. Esta lama que se forma além de facilitar a retirada do material triturado, serve como meio de refrigeração do trépano. A perfuração por percussão é indicada para formações bem consolidadas ou rochas duras, e profundidades não superiores a 250 metros. 
Rotativa
A perfuração se dá através do movimento rotatório de uma broca, ao mesmo tempo em que se faz circular lama no poço. Esta lama além de servir para trazer o material triturado para cima serve para refrigerar a ferramenta de corte e para manter uma pressão contínua dentro do poço, de forma a conter suas paredes, evitando assim seu colapso. A lama poderá ser injetada pelo furo central da haste de perfuração, subindo pelo espaço anelar, ou vice versa. Este método é indicado para formações moles e grandes profundidades. O revestimento do poço é feito no final, antes de se bombear toda a lama.
Baseado no texto de “Água Subterrânea” - www.meioambiente.pro.br - de Eurico Zimbres - UERJ/2000.
Química das Águas Subterrâneas
Introdução
As características químicas das águas subterrâneas refletem os meios por onde percolam, guardando uma estreita relação com os tipos de rochas drenados e com os produtos das atividades humanas adquiridos ao longo de seu trajeto. Em áreas industrializadas, encontra-se uma forte marca das atividades humanas na qualidade química das águas. Esta relação é, em particular, marcante onde predominam os aqüíferos do tipo fissural, passíveis de serem facilmente influenciados pelas atividades humanas. 
Água e Saúde
Existem padrões muito bem conhecidos de relacionamento entre a incidência de moléstias no homem e nos animais, com a abundância ou deficiência de elementos maiores, menores e traços no meio ambiente, particularmente nas águas. Exemplos são: a relação entre o bócio (hipertrofia da tireóide) e a deficiência em iodo; anemias severas, nanismo e hiperpigmentação da pele e a deficiência em zinco; fluorose esqueletal e dentária e excesso de flúor; maior incidência de cáries dentárias e deficiência em flúor; anencefalia e mercúrio; inapetência e selênio. Outras correlações com aceitação controversa ocorrem, como, por exemplo, entre a dureza da água e algumas moléstias cardiovasculares; entre o chumbo e a esclerose múltipla, entre o cádmio e a hipertensão e arteriosclerose; entre uma gama ampla de elementos e diversos tipos de câncer. Contudo estes relacionamentos são possíveis quando as manifestações clínicas são evidentes por estarmos diante de exposições anormais a produtos resultantes de atividades humanas. Muitas vezes o desequilíbrio em elementos traços se manifesta em debilitações subclínicas, sendo de difícil diagnose.
Contudo, os relacionamentos entre o teor dos elementos e substâncias químicas, e a saúde do homem e dos animais podem ser dificultados por questões relativas à mobilidade e à dispersão destes elementos e substâncias, governadas pelos princípios da geoquímica e da dinâmica das águas superficiais e subterrâneas. Fatores como o pH, tipo e abundância de argilo-minerais, teor de matéria orgânica, hidróxidos de ferro, manganês e alumínio, reatividade química, gradientes hidráulicos, porosidade e permeabilidade necessitam ser considerados nestes tipos de estudo. Muitas vezes os efeitos tóxicos de uma substância se manifestam distante de sua introdução no meio ambiente, podendo se dar em áreas pontuais ou ao longo de estruturas geológicas lineares, como falhas. Em alguns casos, o produto da degradação de uma substância é mais tóxico e mais persistentes no solo do que a substância original.
Na medida em que hoje se tem como ideal a ser atingido o uso auto sustentado do meio ambiente, torna-se extremamente importante que um grande número de perguntas tenham respostas satisfatórias, o que só se conseguirá com investimentos em pesquisas técnicas e científicas.
É de se salientar que, neste particular, muito do conhecimento desenvolvido em países ricos não se aplica diretamente ao nosso caso, em virtude de diversas diferenças de climas, solos e coberturas vegetais.
Devido à sua estrutura molecular dipolar a água é um forte solvente (solvente universal). Nas águas naturais, este poder de dissolução é muito aumentado pela presença de ácido carbônico, formado pelo gás carbônico dissolvido, e ácidos orgânicos, principalmente húmicos, produzidos pela atividade dos seres vivos ao nível do solo. Num país tropical, como o Brasil, a abundância de água (umidade) e seu conteúdo em ácidos se colocam como o principal responsável pelo intemperismo das rochas, dando origem a mantos de decomposição (regolito) com espessura de dezenas de metros. Todas as águas naturais possuem, em graus distintos, um conjunto de sais em solução, sendo que as águas subterrâneas possuem, em geral, teores mais elevados dos que as águas superficiais, por estarem intimamente expostas aos materiais solúveis presentes no solo e nas rochas. A quantidade e tipo de sais presentes na água subterrânea dependerão do meio percolado, do tipo e velocidade do fluxo subterrâneo, da fonte de recarga do aqüífero e do clima da região. Em áreas com alto índice pluviométrico a recarga constante dos aqüíferos permite uma maior renovação das águas subterrâneas, com a conseqüente diluição dos sais em solução. Diferentemente, em climas áridos a pequena precipitação leva a uma salinização na superfície do solo através da evaporação da água que sobe por capilaridade. Por ocasião das chuvas mais intensas os sais mais solúveis são carreados para as partes mais profundas do aqüífero aumentando sua salinidade. Isto é o que acontece no Nordeste Brasileiro, onde, em muitas áreas, o problema consiste muito mais na salinização excessiva da água do que na inexistência da mesma.
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Propriedades Físicas
Temperatura
As águas subterrâneas têm uma amplitude térmica pequena, isto é, sua temperatura não é influenciada pelas mudanças da temperatura atmosférica. Exceções são os aqüíferos freáticos pouco profundos. Em profundidades maiores a temperatura da água é influenciada pelo grau geotérmico local (em média 1ºC a cada 30 m). No aqüífero Botucatu (Guarani) são comuns temperaturas de 40 a 50ºC em suas partes mais profundas. Em regiões vulcânicas, ou de falhamentos profundos, águas aquecidas podem aflorar na superfície dando origem às fontes termais.Cor
A cor de uma água é conseqüência de substâncias dissolvidas. Quando pura, e em grandes volumes, a água é azulada. Quando rica em ferro, é arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando rica em ácidos húmicos é amarelada. A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Uma unidade de cor corresponde àquela produzida por 1 mg/L de platina, na forma de íon cloroplatinado. 
Para ser potável uma água não deve apresentar nenhuma cor de considerável intensidade. Segundo a OMS o índice máximo permitido deve ser 20 mg Pt/L.
Odor e Sabor
Odor e sabor são duas sensações que se manifestam conjuntamente, o que torna difícil sua separação. O odor e o sabor de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos. Em geral as águas subterrâneas são desprovidas de odor. Algumas fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de H2S (gás sulfídrico). Da mesma maneira águas que percolam matérias orgânicas em decomposição (turfa, por exemplo) podem apresentar H2S.
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Turbidez
É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água. A turbidez é causada por matérias sólidas em suspensão (silte, argila, colóides, matéria orgânica, etc.). Os valores são expressos em Unidade Nefelométrica de Turbidez (UNT). Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o limite máximo de turbidez em água potável deve ser 5 UNT. As águas subterrâneas normalmente não apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. Em alguns casos, águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua turbidez quando entram em contato com o oxigênio do ar.
Sólidos em Suspensão
Corresponde à carga sólida em suspensão e que pode ser separada por simples filtração ou mesmo decantação. As águas subterrâneas em geral não possuem sólidos em suspensão e quando um poço está produzindo água com significativo teor de sólidos em suspensão é geralmente como conseqüência de mau dimensionamento do filtro e/ou do pré-filtro. Em aqüíferos cársticos e fissurais as aberturas das fendas podem permitir a passagem das partículas mais finas (argila, silte) aumentando assim o conteúdo em sólidos em suspensão.
Condutividade Elétrica
Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade elétrica, podemos estimar o teor de sais pela medida de condutividade de uma água, ou seja, quando a condutividade é conhecida o seu teor salino é de aproximadamente dois terços desse valor. As unidades usadas nas medidas de condutividade são o microMHO por centímetro (MMHO/cm) e (MS/cm) micro siemens por centímetro, este último do Sistema Internacional de Unidades.
Dureza
A dureza é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer espuma) sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como Fe, Mn, Cu, Ba etc. Águas duras são inconvenientes porque o sabão não limpa eficientemente, aumentando seu consumo, e deixando uma película insolúvel sobre a pele, pias, banheiras e azulejos do banheiro. A dureza pode ser expressa como dureza temporária, permanente e total.
Dureza Temporária ou de Carbonatos
É devida à combinação dos íons de cálcio e de magnésio com íons bicarbonato e carbonatos na presença de aquecimento; os compostos formados podem ser eliminados através de fervura.
Dureza Permanente
É devida à combinação dos íons de cálcio e magnésio com íons de sulfato, cloreto, nitratos e outros, dando origem a compostos solúveis que não podem ser retirados pelo aquecimento.
Dureza Total
É a soma da dureza temporária com a permanente. A dureza é expressa em miligrama por litro (mg/L) ou miliequivalente por litro (meq/L) de CaCO3 (carbonato de cálcio) independentemente dos íons que a estejam causando.
Alcalinidade
É a medida total das substâncias presentes numa água, capazes de neutralizarem ácidos. Em outras palavras, é a quantidade de substâncias presentes numa água e que atuam como tampão. Se numa água quimicamente neutra (pH=7) for adicionada pequena quantidade de um ácido fraco seu pH mudará instantaneamente. Numa água com certa alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido fraco não provocará a elevação de seu pH, porque os íons presentes irão neutralizar o ácido. Em águas subterrâneas a alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonatos e, secundariamente, aos íons hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia.
Alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos estes íons presentes numa água. Águas que percolam rochas calcárias (calcita = CaCO3) geralmente possuem alcalinidade elevada. Granitos e gnaisses, rochas comuns em muitos estados brasileiros, possuem poucos minerais que contribuem para a alcalinidade das águas subterrâneas. A alcalinidade total de uma água é expressa em mg/L de CaCO3.
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pH
É a medida da concentração de íons H+ na água. O balanço dos íons hidrogênio e hidróxido (OH-) determina quão ácida ou básica ela é. Na água quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu pH é neutro, ou seja, igual a 7. Os principais fatores que determinam o pH da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5.
Sólidos Totais Dissolvidos (STD)
É a soma dos teores de todos os constituintes minerais presentes na água. Como dito anteriormente, a medida de Condutividade elétrica, multiplicada por um fator que varia entre 0,55 e 0,75, fornece uma boa estimativa do STD de uma água subterrânea. Segundo o padrão de potabilidade da OMS, o limite máximo permissível de STD na água é de 1000 mg/L.
Principais Constituintes Iônicos
Como já foi dito, as águas subterrâneas tendem a ser mais ricas em sais dissolvidos do que as águas superficiais. As quantidades presentes refletem não somente os substratos rochosos percolados, mas variam também em função do comportamento geoquímico dos compostos químicos envolvidos. Como há sensíveis variações nas composições químicas das rochas, é de se esperar uma certa relação entre a composição da água e das rochas preponderantes na área. É necessário, contudo, frisar que o comportamento geoquímico dos compostos e elementos é o fator preponderante na sua distribuição nas águas. 
Os principais e mais freqüentes constituintes iônicos contidos nas águas subterrâneas são os seguintes:
	
Cálcio (Ca+)
O teor de cálcio nas águas subterrâneas varia, de uma forma geral, de 10 a 100 mg/L. As principais fontes de cálcio são os plagioclásios cálcicos, calcita, dolomita, apatita, entre outros. O carbonato de cálcio é muito pouco solúvel em água pura. O cálcio ocorre nas águas na forma de bicarbonato e sua solubilidade está em função da quantidade de gás carbônico dissolvido. A quantidade de CO2 dissolvida depende da temperatura e da pressão, que são, portanto, fatores que vão determinar a solubilidade do bicarbonato de cálcio.
Cloretos (Cl-)
O cloro está presente em teores inferiores a 100 mg/L. Forma compostos muito solúveis e tende a se enriquecer, junto com o sódio, a partir das zonas de recarga das águas subterrâneas. Teores anômalos são indicadores de contaminação por água do mar, e por aterros sanitários.
Ferro (Fe-)
É um elemento persistentemente presente em quase todas as águas subterrâneas em teores abaixo de 0,3 mg/L. Suas fontes são minerais escuros (máficos) portadores de Fe: magnetita, biotita, pirita, piroxênios, anfibólios. Em virtude de afinidades geoquímicas quase sempre é acompanhado pelo Manganês. O ferro no estado ferroso (Fe²+) forma compostos solúveis, principalmente hidróxidos. Em ambientes oxidantes o Fe²+ passa a Fe³+ dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se precipita, tingindo fortemente a água.Desta forma, águas com alto conteúdo de Fe, ao saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em contato com o oxigênio do ar ficam amareladas, o que lhes confere uma aparência nada agradável. Apesar do organismo humano necessitar de até 19 mg de ferro por dia, os padrões de potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse os 0,3 mg/L.
Magnésio (Mg²+)
O magnésio é um elemento cujo comportamento geoquímico é muito parecido com o do cálcio e, em linhas gerais, acompanha este elemento. Diferentemente do cálcio, contudo, forma sais mais solúveis. Nas águas subterrâneas ocorre com teores entre 1 e 40 mg/L. O magnésio, depois do cálcio, é o principal responsável pela dureza das águas.
Na água do mar o magnésio ocorre em teores de cerca 1400 mg/L, bem acima do teor de cálcio (cerca de 480 mg/L). Em águas subterrâneas de regiões litorâneas, a relação Mg/Ca é um elemento caracterizador da contaminação por água marinha.
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Manganês (Mn+)
É um elemento que acompanha o ferro em virtude de seu comportamento geoquímico. Ocorre em teores abaixo de 0,2 mg/L, quase sempre como óxido de manganês bivalente, que se oxida em presença do ar, dando origem a precipitados negros.
Nitrato (NO3- )
O nitrogênio perfaz cerca de 80 por cento do ar que respiramos. Como um componente essencial das proteínas ele é encontrado nas células de todos os organismos vivos. Nitrogênio inorgânico pode existir no estado livre como gás, nitrito, nitrato e amônia. Com exceção de algumas ocorrências como sais evaporíticos, o nitrogênio e seus compostos não são encontrados nas rochas da crosta terrestre. O nitrogênio é continuamente reciclado pelas plantas e animais. Nas águas subterrâneas os nitratos ocorrem em teores em geral abaixo de 5 mg/L. Nitritos e amônia são ausentes, pois são rapidamente convertidos a nitrato pelas bactérias. Pequeno teor de nitrito e amônia é sinal de poluição orgânica recente. Segundo o padrão de potabilidade da OMS, uma água não deve ter mais do que 10 mg/L de NO3.
Potássio (K+)
O potássio é um elemento químico abundante na crosta terrestre, mas ocorre em pequena quantidade nas águas subterrâneas, pois é facilmente fixado pelas argilas e intensivamente consumido pelos vegetais. Seus principais minerais fontes são: feldspato potássico, mica moscovita e biotita, pouco resistentes aos intemperismo físico e químico. Nas águas subterrâneas seu teor médio é inferior a 10 mg/L, sendo mais freqüente valores entre 1 e 5 mg/L.
Sódio (Na+)
O sódio é um elemento químico quase sempre presente nas águas subterrâneas. Seus principais minerais fonte (feldspatos plagioclásios) são pouco resistentes aos processos intempéricos, principalmente os químicos. Os sais formados nestes processos são muito solúveis. Nas águas subterrâneas o teor de sódio varia entre 0,1 e 100 mg/L, sendo que há um enriquecimento gradativo deste metal a partir das zonas de recarga. A quantidade de sódio presente na água é um elemento limitante de seu uso na agricultura. Em aqüíferos litorâneos, a presença de sódio na água poderá estar relacionada à intrusão da água do mar. Segundo a OMS, o valor máximo recomendável de sódio na água potável é 200 mg/L
Quando do procedimento de determinação através de diagramas hidroquímicos, geralmente os teores iônicos do sódio e potássio são representados pela sua soma total.
Em relação aos limites internacionais e brasileiros recomenda-se a observância da Tabela de Padrões de Potabilidade apresentada a seguir.
----------------- Tabela De Padrões De Potabilidade --------------------
	
	Normas Internacionais (OMS)
	Normas Brasileiras (ABNT)
	PARÂMETROS:
	Limites
	
	Aceitáveis
	Permissíveis
	Aceitáveis
	Permissíveis
	Físicos:
	Cor:
	5 - 15 unidades
	50 unidades
	5 unidades
	20 unidades
	Turbidez:
	5 unidades
	25 unidades
	1 (uma) unidade
	10 unidades
	Odor:
	Inobjetável
	Ausente
	Ausência de odor objetável número limiar de odor – máximo 3
	Sabor:
	Inobjetável
	Ausente
	Ausência de sabor objetável
	mg/l=miligramas/litro
	Químicos: ▼
	STD 
	500 – 1000mg/l
	1500 mg/l
	1000 mg/l
	1000 mg/l
	Dureza Total (CACO3)
	500mg/l
	500mg/l
	100mg/l
	200mg/l
	Ferro (Fe)
	0,3 mg/l
	1,0 mg/l
	0,3 mg/l
	0,3 mg/l
	Cobre (Cu)
	1,0 mg/l
	1,5 mg/l
	1,0 mg/l
	1,0 mg/l
	Zinco (Zn)
	5,0 mg/l
	15 mg/l
	5,0 mg/l
	15 mg/l
	Cálcio (Ca)
	75 mg/l
	200 mg/l
	Ausente
	Ausente
	Magnésio (Mg)
	50 mg/l
	150 mg/l
	Ausente
	Ausente
	Sulfato (So4)
	400 mg/l
	400 mg/l
	400 mg/l
	400 mg/l
	Cloreto (Cl)
	200 – 250 mg/l
	600 mg/l
	250 mg/l
	250 mg/l
	Arsênico (As)
	0,05 mg/l
	0,05 mg/l
	0,05 mg/l
	0,1 mg/l
	Bário (Ba)
	0,005 mg/l
	0,005 mg/l
	1,0 mg/l
	1,0 mg/l
	Cádmio (Cd)
	0,05 mg/l
	0,05 mg/l
	0,005 mg/l
	0,005 mg/l
	Chumbo (Pb)
	0,1 mg/l
	0,1mg/l
	0,05 mg/l
	0,1 mg/l
	Cianeto (Cn)
	0,05 mg/l
	0,05mg/l
	0,1 mg/l
	0,2 mg/l
	Cromo (Cr6+)
	1,5 mg/l
	1,5mg/l
	0,05 mg/l
	0,05 mg/l
	Fluoreto (F)
	0,001 mg/l
	0,001mg/l
	0,6 – 1,7 mg/l
	1,5 mg/l
	Mercúrio (Hg)
	0,01 mg/l
	0,01mg/l
	0,001 mg/l
	0,001 mg/l
	Prata (Ag)
	Zero
	Zero
	0,05 mg/l
	0,05 mg/l
	Selênio (Se)
	0,01 mg/l
	0,01mg/l
	0,01 mg/l
	0,01 mg/l
	Nitrato (NO3)
	10 mg/l
	10mg/l
	10 mg/l
	45 mg/l
	PH:
	6,5 a 8,5
	Número/100mililitros
	Bacteriológicos: ▼
	Coliformes Totais
	< 2 (nº/100ml)
	< 4 (nº/100ml)
	zero
	zero
	Coliformes Fecais
	zero
	zero
	zero
	zero
Águas Minerais e Potáveis de Mesa
Águas minerais são águas subterrâneas, com especiais características físicas e/ou químicas, naturais, com possibilidades terapêuticas e/ou gosto especial; se a temperatura natural estiver acima da temperatura ambiente, ela é denominada água termo-mineral. Dependendo de qual seja sua composição química, quando os sais minerais dissolvidos excederem ao padrão ideal, elas podem ser indicadas para um determinado uso terapêutico ou, se for o caso, elas poderão ter uma forte contra indicação. Por isto, a importância de se observar com cuidado, e sempre, os rótulos das águas minerais.
Durante muito tempo acreditou-se que as águas minerais tinham uma origem diferente da água subterrânea. Sabe-se hoje, contudo, que ambas têm a mesma origem: são águas de superfície que se infiltraram no subsolo. As águas minerais são aquelas que conseguiram atingir profundidades maiores e que, por isto, se enriqueceram em sais, adquirindo novas características físico-químicas, como, por exemplo, pH mais alcalino e temperatura maior.
Para que a água atinja grandes profundidades é necessário que encontre descontinuidades nas rochas, como fraturamentos e falhas geológicas. Sua temperatura será tanto maior quanto maior for a profundidade, devido ao gradiente geotérmico local. Seu conteúdo em sais guarda uma relação direta com o calor, pois a capacidade de dissolver minerais e incorporar solutos aumenta com a temperatura.
Admite-se que uma parte muito pequena das águas minerais seja proveniente de atividades magmáticas na crosta terrestre. Isto ocorre nas áreas com atividade vulcânica atual ou recente.
No Brasil, a maior parte das ocorrências de águas mineralizadas se dá na forma de fontes naturais.
As águas denominadas “potáveis de mesa”, por outro lado, são águas naturais que se caracterizam pela sua baixa concentração de sais minerais na sua composição química sendo, portanto, indicadas plenamente ao consumo, e sem restrições.
Existem ainda as águas denominadas “mineralizadas” que teve, recentemente, sua liberação aprovada pelo Ministério das Minas e Energia. São as águas de qualquer natureza (não necessariamente subterrânea), envasadas industrialmente, que passaram por um processo de purificação e adição de sais minerais podendo, na maioria das vezes, sofrer gaseificaçãoartificial. Esse é um novo mercado que vem atraindo grandes empresas, por causa da economia de escala, já que ela pode ser industrializada diretamente da rede pública de abastecimento. Torna-se necessário muito cuidado com o consumo dessas águas, tendo em vista que elas não sofrem a rigidez das aplicações legais das águas minerais.
Classificação das Águas Minerais Naturais
Segundo o Código de Águas do Brasil (decreto-lei 7.841, de 8/08/45), em seu artigo 1°, águas minerais naturais "são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa".
Neste código as águas minerais naturais são classificadas segundo suas características permanentes e segundo as características inerentes às fontes.
Características Permanentes
Quanto à composição química, as águas minerais naturais são assim classificadas:
Oligominerais: aquelas que contêm diversos tipos de sais, todos em baixa concentração.
Radíferas: quando contêm substâncias radioativas dissolvidas, que lhes atribuam radioatividade permanente.
Alcalina-bicarbonatadas: as que contêm, por litro, uma quantidade de compostos alcalinos equivalentes a, no mínimo, a 0,200 g de bicarbonato de sódio.
Alcalino-terrosas: as que contêm, por litro, uma quantidade de alcalinos terrosos equivalentes a, no mínimo, 0,120 g de carbonato de cálcio, distinguindo-se:
IV.a- Alcalino-terrosas cálcicas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,048 g de cátion Ca, sob a forma de bicarbonato de cálcio.
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IV.b- Alcalino-terrosas magnesianas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,030 g de cátion Mg, sob a forma de bicarbonato de magnésio.
Sulfatadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,100 g do ânion SO4, combinado aos cátions Na, K e Mg.
Sulfurosas: as que contêm, no mínimo, 0,001 g do ânion S.
Nitratadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,100 g de ânion NO3 de origem mineral.
Cloretadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,500 g de NaCl.
Ferruginosas: as que contêm, por litro, no mínimo. 0,005 g de cátion Fe.
Radioativas: as que contêm radônio em dissolução, obedecendo aos seguintes limites:
Xa- Fracamente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão;
Xb- Radioativas: as que apresentam um teor em radônio compreendido entre 10 e 50 unidades Mache por litro, a 20° C e 760 mm de Hg de pressão;
Xc- Fortemente Radioativas: as que possuírem um teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão.
Toriativas: as que possuem, por litro, no mínimo, um teor em torônio em dissolução equivalente, em unidades eletrostáticas, a 2 unidades Mache.
Carbogasosas: as que contêm, por litro, 200 ml de gás carbônico livre dissolvido, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão.
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Características das Fontes:
As fontes de água mineral são classificadas segundo os gases presentes e segundo a temperatura:
Quanto aos Gases:
Fontes Radioativas:
Fracamente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto com um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão;
Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com um teor compreendido entre 10 e 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão;
Fortemente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760 mm de Hg de pressão.
Fontes Toriativas
As que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com um teor em torônio, na fonte, equivalente, em unidades eletrostáticas, a 2 unidades Mache por litro.
Fontes Sulfurosas
As que possuírem, na fonte, desprendimento definido de gás sulfídrico.
Quanto à Temperatura:
Fontes Frias: quando sua temperatura for inferior a 25°C;
Fontes Hipotermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 25 e 33°C;
Fontes Mesotermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 33 e 36°C;
Fontes Hipertermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 36 e 38°C.
Efeitos Terapêuticos das Águas Minerais
O Brasil é um país muito rico nos diversos tipos de águas, tanto minerais, como potáveis de mesa. No entanto, a maior produção e o maior consumo no País são de águas leves e macias, classificadas na fonte como radioativas, fracamente radioativas e hipotermais, assim como as águas classificadas quimicamente como: fluoretadas, carbogasosas, potáveis de mesa e oligominerais, representando 78% da produção nacional. 
Além de saciar a sede e hidratar o corpo, as águas minerais podem oferecer grande contribuição à saúde. Conforme sua composição físico-química, são indicadas tanto para tornar a pele fresca e saudável, quanto para repor energia e combater diversos males, como estresse, alergias e certas doenças crônicas. 
As propriedades terapêuticas das águas minerais são conhecidas desde a antiguidade, quando as fontes termais eram consideradas manifestações sobrenaturais e protegidas por deuses e ninfas. Mas os primeiros estudos científicos sobre a hidroterapia só começaram a ser documentados a partir de 1604, quando Henrique IV promulgou na França a primeira legislação sobre águas minerais. 
A partir de então, até os nossos dias, a cura pelas águas se consolidou em todo o mundo como um dos ramos auxiliares da medicina (e até da veterinária) com a denominação de Crenoterapia – do grego crenos = fonte. 
A Água Certa
Para valer-se dos benefícios terapêuticos das águas minerais é preciso saber, em primeiro lugar, que tipo de água se está tomando. 
Isto porque, por obra e graça da natureza, cada água mineral tem sua exclusiva composição físico-química. Não existe uma água igual a outra porque o conteúdo de sais minerais, processado ao longo de centenas ou milhares de anos, decorre dos diversificados tipos de rochas por onde elas são filtradas. Influenciam também na sua composição a radioatividade e a temperatura de cada fonte. 
Por isso, a ABINAM – Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais recomenda que o consumidor, para escolher a melhor água para sua saúde, atente para o rótulo da embalagem. Nele há uma informação obrigatória: a análise da composição físico-química do produto, em que se destacam os elementos predominantes. Ou seja, ao escolher uma água mineral, você deve saber que elementos químicos são favoráveis (ou mesmo prejudiciais) à sua saúde. Observar esses dados é fundamental para quem deseja associar a hidroterapia ao prazer refrescante das águas minerais. 
Genericamente, toda água mineral pode trazer benefícios à saúde e à beleza. Além de repor energias e favorecer o funcionamento adequado de músculos e nervos, tem efeitos benéficos especialmente para a pele, por hidratar e eliminar as toxinas resultantes da queima das células. Em função disso, há dermatologistas que indicam água mineral também para a higiene do rosto e do corpo, assim como para minimizar os efeitos de manchas e queimaduras provocadas pelo sol. 
As águas alcalinas também são recomendadas para a beleza porque contribuem para a hidratação natural da pele e combatem a seborréia (gordura cutânea), assim como as carbônicas, que ainda têm a propriedade de reduzir o apetite. 
Presente em grande proporção no organismo, a água participa e favorece todas as funções fisiológicas, sendo fundamental, portanto, a permanente hidratação do corpo. Mesmo a queima de gordura é decorrente da ação da água. 
Vale observar que as águas gasosas, ao contrário do que se pensa, não acrescentam

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