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Relatório de estágio em Educação Infantil - Rotina

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CAMPUS DO SERTÃO 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
ANA PAULA DOS SANTOS 
ANA PAULA SANDES ARAÚJO 
CARMELITA MARIA GOMES 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELMIRO GOUVEIA - AL 
 JUNHO DE 2018 
 
 
ANA PAULA DOS SANTOS 
ANA PAULA SANDES ARAÚJO 
CARMELITA MARIA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Relatório de Estágio Supervisionado II: Educação Infantil, 
entregue como requisito obrigatório para obtenção de nota 
parcial da referente disciplina. 
Orientadora: Ms. Laíse Soares Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELMIRO GOUVEIA - AL 
JUNHO DE 2018 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. APRESENTAÇÃO..............................................................................................................03 
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO NÍVEL DE ENSINO........................................................06 
3. DESCRIÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO.......................................................................08 
3.1 Caracterização da Instituição...............................................................................................08 
3.2 Observação da sala de regência ...........................................................................................09 
3.3 Observação da prática da professora regente .......................................................................10 
3.4 Aula observada (24/04/2018) ..............................................................................................11 
4. PROJETO DE ESTÁGIO (ELABORAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO) 
...................................................................................................................................................14 
4.1 Justificativa do projeto........................................................................................................14 
4.2 Objetivos.............................................................................................................................15 
4.3 Fundamentação teórica.......................................................................................................16 
4.4 Bloco temático/conteúdos explorados................................................................................19 
4.5 Aspectos metodológicos.....................................................................................................19 
4.6 Recursos utilizados..............................................................................................................20 
4.7 Planos de aula ......................................................................................................................20 
4.8 Avaliação.............................................................................................................................36 
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................37 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................39 
FOTOGRAFIAS.....................................................................................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
O estágio supervisionado constitui-se um campo científico, de capacitação, pesquisa, 
desenvolvimento indenitário e profissional. A lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que 
dispõe sobre o estágio supervisionado, define no seu Art. 1, parágrafo 2º, que “O estágio visa 
ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização 
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho”. 
(BRASIL, 2008). O que a lei nos apresenta é a veracidade do estágio para a formação de uma 
identidade e competências específicas para o posicionamento e treinamento profissional. Como 
atividade teórico-prática, o estágio vem compor as exigências curriculares e estabelecer uma 
conexão entre cientificidade e cidadania, exigindo um posicionamento crítico, humanístico e 
profissional. 
 A Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96) no seu inciso II, parágrafo único do capítulo 
61, também discorre sobre o estágio supervisionado, o definindo como pressuposto necessário 
à formação dos profissionais da educação, atribuindo um caráter formador, capacitador. É 
através dessa experiência que os futuros docentes passam a ter um maior contato com o campo 
de atuação, aproximando-se dos métodos, dos planos, das relações e controvérsias que se dão 
nesse espaço. 
De acordo com Silva (2009) o estágio é item oferecido pela instituição educativa como 
ato investigativo. O que expande a concepção de que o estágio não é a parte prática da formação, 
mas um misto entre teoria e prática, um espaço de investigação, pois exige um processo de 
reflexão sobre as práticas atuais, uma reformulação e posicionamento crítico entre elas, sempre 
prezando o desenvolvimento e qualidade da educação infantil. 
Podemos ampliar essa concepção observando as ideias de Pimenta e Lima (2012) 
quando defendem o estágio como “[...] uma atitude investigativa, que envolve a reflexão e a 
intervenção na vida da escola, dos professores, dos alunos e da sociedade”. Então, não apenas 
como campo de aprendizado, mas de produção e mudanças, o estágio causa efeito na prática 
dos professores supervisores que devem ensinar e aprender com a experiência; interfere também 
nas crianças e até na sociedade, quando visa, ao final do seu período, uma intervenção de 
carácter social, que das crianças, possa refletir na comunidade. Pimenta e Lima (2012) 
mencionam essa ideia voltando-se a práxis, o movimento contundente que envolve 
reflexividade, criticidade e renovação de métodos e posicionamentos. 
De acordo com Drumond (2015) o estágio na educação infantil mostra: 
 
 
 
[...]a importância da construção de uma pedagogia centrada na criança, o que 
nos instiga à busca por uma educação das crianças pequenas na ― forma-
educação infantil‖ (Freitas, 2007); e nos convida a uma revisão da formação 
de professores(as) de crianças de 0 a 6 anos (DRUMOND, 2015, p 2). 
 
Sendo assim, o estágio em educação infantil tem uma singularidade e especificidade 
ainda maior, uma vez que o cuidar também está imbuído, um olhar único e específico para a 
educação infantil, para as crianças pequenas, exigindo do futuro profissional um trato 
diferenciado para os materiais, brincadeiras e registros, possibilitando as primeiras experiências 
as crianças que estão em processo de reconhecimento e descoberta de si e do outro. Assim, 
como nos apontou Drumond (2015), o estágio constitui-se em uma possibilidade de revisar, 
fortalecer a formação docente dando maior visibilidade a criança, as suas especificidades e 
singularidades, assim como, capacita o olhar, escuta, e ações do professor. 
É dentro dessa perspectiva que esse relatório, fruto da disciplina estágio supervisionado 
II (em educação infantil), foi desenvolvido como documento de registros e resultados, definido 
como pressuposto necessário para o cumprimento da disciplina. Para vivenciar todas as 
experiências e colher os resultados apresentados, contamos com o apoio e acolhimento da 
Escola Municipal de Educação Básica Sabino Romariz, localizada no Povoado Campinhos, 
município de Pariconha-AL, que nos recebeu como estagiárias abrindo algumas de suas 
políticas e nos dando espaço dentro da instituição. Contamos também com a participação da 
professora supervisora, que nos permitiu observar e atuar comoprofissionais em sua sala; das 
crianças, que nos conduziram com as suas particularidades e especificidades; da diretora, que 
autorizou nossa entrada na instituição de ensino, assim como, a professora Mestra Laíse Soares 
Lima, que nos orientou e supervisionou durante todo o processo. 
Essa experiência de estágio se deu em cinco etapas, sendo elas: Observação, coleta de 
dados, planejamento, operacionalização e culminância do estágio. Na primeira destas, 
buscamos observar como se constituía o ambiente da sala de aula, desde os aspectos físicos e 
estruturais a movimentação de alunos e profissionais, como se dava o início da aula, a rotina da 
turma e a relação aluno/professor. Foi por meio dessas observações que colhemos os dados 
necessários e definimos com base no que foi visualizado, que a rotina seria o nosso objeto de 
trabalho durante o período de regência. 
No que diz respeito aos planejamentos, contemplaram em um primeiro momento 
atividades que conduzissem a renovação e implementação da rotina anterior, seguindo, logo 
após temáticas como corpo humano, higienização e alimentação saudável, já incluídas na nova 
rotina. Durante a operacionalização, desenvolvimento da nossa prática, tentamos fortalecer a 
 
 
perspectiva então planejada, contemplando os desejos das crianças, seus anseios e espírito de 
curiosidade, implantando as mais diversificadas atividades com o intuito de desenvolver suas 
múltiplas linguagens. Na culminância, dirigimos atividades e momentos de socialização onde 
documentamos, por meio de desenhos feitos pelas crianças, tudo que foi significativo, 
compreendendo os avanços e conhecimentos adquiridos por estas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO NÍVEL DE ENSINO 
 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, constitui elemento fundamental 
para o desenvolvimento das crianças de 4 a 5 anos de idade. A LDB (9394 de 1996), no seu art 
29, discorre sobre essa modalidade de ensino, destacando que a sua finalidade é proporcionar 
“o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” 
(BRASIL, 1996). A educação infantil é então o momento em que a criança, saindo do seu 
convívio familiar, passa a conhecer de uma forma mais ampla o meio social, os valores e 
descobertas que ali perpassam, mas em caráter complementar, de uma ação que já deve ser 
iniciada pela família e pela sociedade, os principais responsáveis pelo desenvolvimento infantil 
e pela seguridade e espaço que essa infância deve ter na atualidade. 
A criança, ser social e de direitos (BRASIL, 1998) possui cultura própria e atua na 
sociedade de forma autônoma, produzindo relações com adultos e principalmente entre seus 
pares, desenvolvendo-se, criando, imaginando, brincando e idealizando o mundo com as 
próprias mãos. O RCNEI ao distinguir o significado de educação, entretudo, a infantil, discorre 
da seguinte forma: 
 
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e 
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o 
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e 
estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, 
e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social 
e cultural (BRASIL, 1998, p 23). 
 
Essa afirmativa define a proposição de que essa modalidade de ensino deve 
proporcionar a interação e desenvolvimento social, político, cultural e pessoal das crianças, 
apresentando-as o mundo e a sua diversidade, dando-as oportunidades para explorar, cantar, 
brincar, imaginar, experimentar, formular hipóteses e buscar respostas para suas indagações. A 
educação infantil é o campo onde o cuidar e o educar andam juntos, na busca da emancipação 
e autonomia de cada criança. 
O papel do professor, nessa modalidade de ensino é possibilitar esse desenvolvimento 
integral da criança, por meio da exploração das suas múltiplas linguagens. Isso talvez se 
constitua um dos maiores desafios para o trabalho docente, como bem aponta Brasil (1998) 
“Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo 
é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais”, uma vez que cada criança tem 
 
 
seus desejos e necessidades interiores, exigindo do profissional um posicionamento múltiplo e 
diferenciado para cada uma delas. 
Pensando no cenário atual, de descaso em todos os níveis da educação, falta de 
investimentos, materiais, estrutura e recursos próprios para a educação infantil, o professor 
dessa modalidade de ensino deve ter a sensibilidade e a criatividade para inovar, renovar e 
adaptar os materiais existentes ao espaço e condições ofertadas, buscando, mesmo em meio ao 
descaso, atender as necessidades dos seus educandos e contemplar a perspectiva da educação 
infantil, que é desenvolver a criança integralmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. DESCRIÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO 
 
3.1 Caracterização da Instituição 
 
 Este estágio foi realizado na sala do pré I da Escola Municipal de Educação Básica 
Sabino Romariz, que está localizada no centro do Povoado Campinhos, na cidade de Pariconha 
- Alagoas (Zona Rural). A escolha do nome se deu em homenagem ao poeta alagoano Sabino 
Romariz, e foi atribuído pela família Torres, que por volta de 1967 (ano de fundação da escola) 
estava a frente da administração política da cidade de Água Branca, antigo município do 
povoado, que hoje pertence a Pariconha-AL. 
A escola é um núcleo da cidade e atende a quatro povoados (Sítio Corredores, Sítio 
Luciano, Tanque e Capim), acolhendo alunos em sua maioria de classe média baixa com 
influências culturais indígenas. A escola oferta dois níveis de ensino, sendo eles: educação 
infantil (no horário matutino) e ensino fundamental, do primeiro ao nono ano (no horário 
vespertino e noturno). O total de alunos matriculados é 389, divididos da seguinte forma: 119 
no turno matutino, 138 no vespertino e 132 no noturno - que se distribuem em cinco salas de 
aula. No que diz respeito a estrutura da instituição, podemos descrevê-la em 14 espaços, sendo 
eles: a sala da diretoria, cozinha, sala de recursos, sala dos professores, sala de coordenação, 
sala para materiais escolares, depósito para merenda, 2 banheiros, 5 salas de aula e pátio; 
espaços conservados e organizados - apenas com alguns problemas em detalhes estruturais. 
Todas as salas de aula são limpas, com teto forrado e bem ventiladas. Na sala em que 
desenvolvemos a observação, continha 3 ventiladores e um ar condicionado. 
 O Projeto Político Pedagógico da escola é elaborado por toda a comunidade escolar, 
mas encontra-se desatualizado, fora do contexto atual da realidade de ensino, observamos isso 
através de uma entrevista com a diretora (D1), que ao dispor sobre o PPP da instituição, afirma: 
“precisa de uma revisão. Ele hoje não corresponde à realidade da Sabino Romariz, tem coisas 
que precisam ser retiradas e outras acrescentadas”. É mencionando essa necessidade de 
revisar e atualizar esse documento, que a diretora demonstra considerar o PPP um produto vivo, 
restaurável, em constante processo de renovação. Justificando a desatualização do projeto 
político pedagógico dessa instituição de ensino, a mesma reconhece que é pequena a 
“quantidade de gestores para tudo, não há como dar conta”, considerando que a instituiçãoé 
núcleo e atende mais 4 unidades escolares. Quanto ao objetivo do PPP da escola, afirma: “é 
voltado para atender as necessidades da comunidade e feito com base na LDB e PCN’s”. Além 
do PPP, a escola tem ainda como documento norteador o Regimento Interno. 
 
 
Na estrutura de profissionais, a escola dispõe de: Diretor, 3 coordenadores – Educação 
Infantil, Fundamental I e Fundamental II, 3 vigilantes, 6 merendeiras, 1 secretário, 2 auxiliares 
e 19 professores, incluindo o professor do AEE. A escola tem um quadro de 19 professores, 
sendo apenas um deles contratado, os demais todos concursados. Quanto à formação, apenas 
um dos profissionais não possui licenciatura completa. E no que diz respeito aos planejamentos 
coletivos, estes são realizados nas reuniões de HTPC, que acontece uma vez por mês como 
momento de decisões sobre os mais diversos assuntos e espaço onde os professores “colocam 
suas problemáticas dentro da sala e compartilham de forma que todos busquem ajudar a 
desenvolver uma situação de resolução” (Diretora, 2018). 
A principal dificuldade enfrentada pela escola está relacionada à infraestrutura, 
principalmente na parte elétrica, que se encontra com muitos defeitos apresentando riscos para 
as crianças. Porém, há também os conflitos pedagógicos, como as “crianças que precisam ser 
assistidas por programas sociais” (Diretora, 2018) aquelas que apresentam conflitos externos 
causados muitas vezes pelo âmbito familiar. Se tratando das questões econômicas, podemos 
destacar que os recursos da escola vêm do PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola, tendo 
também o Escola Sustentável e PDE – Um programa para acelerar o rendimento do aluno, 
comprando materiais para reforçar e auxiliar as práticas. Quanto aos serviços ou atividades 
complementares que são oferecidas pela escola, a diretora justifica: “Por enquanto não temos 
espaço para essas modalidades”. 
 De acordo com a diretora, a escolha da gestão se dá por meios democráticos, através dos 
votos de toda a comunidade, já a coordenação é escolhida por meio de acordos e decisões da 
secretaria de Educação. 
 
3.2 Observação da sala de regência 
 
 A turma onde desenvolvemos a experiência do estágio recebe crianças do pré I, 
acolhendo 20 crianças com 4 e 5 anos de idade. Nosso primeiro contato com a turma se deu por 
meio das observações em sala, que ocorreram às terças-feiras no horário matutino, das 7:40 às 
12:00, durante quatro semanas consecutivas. 
Percebemos por meio dessas observações, que nas turmas de educação infantil o horário 
de aula tem uma tolerância maior, iniciando às 8:00 h da manhã. Na chegada das crianças, a 
presença dos pais, familiares e crianças com mais idade (primos, irmãos, vizinhos), torna-se 
constante. Geralmente acompanham a criança até a sala, acomodando-as em suas carteiras. Para 
aquelas que moram em povoados vizinhos, a presença de familiares é bem limitada, uma vez 
 
 
que chegam à escola de carro, sendo conduzidas muitas vezes pelos irmãos e primos que 
estudam na mesma instituição. A mesma coisa acontece na saída, alguns pais vão buscar os 
filhos, outras vão acompanhadas por crianças de mais idade, as de povoados vizinhos esperam 
o transporte chegar e aquelas que moram próximo a escola se dirigem para as suas casas 
sozinhas. 
 No que diz respeito às instalações da sala, podemos constatar que é bem iluminada, 
contendo 6 janelas e lâmpadas suficientes. Como apenas as janelas não asseguram a ventilação 
da sala, por ser muito abafada, foram instalados 3 ventiladores e um ar condicionado, 
climatizando e deixando o espaço mais confortável (menos abafado). A sala tem um tamanho 
bom, mas ainda é insuficiente para suprir as especificidades contempladas pela educação 
infantil, principalmente quando o espaço é dividido em horários inversos, com crianças e jovens 
do ensino fundamental, que não deixa intacto nenhum tipo de material. Isso faz da sala um 
espaço não adaptado para a educação infantil, sem materiais, brinquedos ou cantinhos, tendo 
apenas as mesas e carteiras apropriadas para o seu uso. Se tratando da limpeza, podemos 
observar que existe um cuidado e atenção, a sala é limpa antes e após o momento da aula, como 
também, ao término de atividades específicas (como o recorte). 
 Há um banheiro para utilização masculina e outro feminina, há também o sanitário 
adequado ao tamanho das crianças, porém, não há água em nenhum dos dois sanitários ou para 
a higienização das mãos, assim como não há lixeiras, deixando o ambiente sujo e com mau 
cheiro no decorrer do dia. As crianças, e demais educandos da instituição, não usam uniformes, 
indo com roupas de toda espécie, desde as curtas às mais compostas. 
O momento do intervalo é único para as cinco turmas, complicando a relação entre as 
crianças, já que o espaço é pequeno e não conta com nenhum brinquedo ou objeto de que 
possibilite outras brincadeiras, a não ser a de correr. Os docentes nesse horário vão para a sala 
dos professores e o vigia passa a observar as crianças, limitando as atitudes grotescas que 
ocorrem no momento do intervalo. Algumas mães também se fazem presente nesse horário, 
acompanhando e dando lanche aos filhos, muitas vezes, limitando os seus movimentos e 
privando (pela tutela excessiva) a criança de brincar, interagir. 
 
3.3 Observação da prática da professora regente 
 
 Flora inicia a aula pontualmente às 8:00h. Das 7:40h até o horário de início, as crianças 
vão interagindo e esperando os demais colegas chegarem. Dando o horário, a professora inicia 
a aula com a oração do Pai Nosso e do Santo Anjo, seguindo, logo após, com músicas infantis 
 
 
escolhidas pelas crianças e pela professora. As crianças são bem assíduas a aula, durante o 
tempo observado, o número máximo de falta por dia é dois, e quando ocorrido, é por forças 
maiores, como doença ou falta de transporte, sendo sempre avisado por parentes e familiares. 
As aulas não se baseiam em uma rotina definida, todas as atividades e momentos estão 
voltados a brincadeiras e atividades que não exigiam um nível maior de concentração. Não 
existia uma prática de fazer a chamada das crianças, nem momento de roda de conversa ou 
diálogo acerca de um assunto que viesse a se desenrolar na atividade seguinte, nem mesmo, um 
roteiro específico dessas atividades. Algumas delas pareciam planejadas e outras transmitiam a 
impressão que haviam sido criadas naquele momento (ressaltando que os momentos de 
brincadeiras livres denotavam uma maior parte do tempo). Todos os momentos iam 
acontecendo simultaneamente, sem uma noção fixa do que viria antes ou depois. Esses 
momentos não aconteciam igualmente todos os dias, deixando subtendido a organização exata 
dessa rotina. 
 
3.4 Aula observada (24/04/2018) 
 
 A professora Flora esperou até as 8:00h para que iniciasse a aula, enquanto isso, as 
demais crianças que já haviam chegado ficaram conversando e esperando em suas carteiras, 
que estavam organizadas ao redor da sala. Às 8:00h Flora pediu que as crianças ficassem em 
roda no meio da sala e iniciou com a oração do Pai nosso e a do santo anjo, depois, as próprias 
crianças escolheram as músicas que cantariam, entre elas estavam: “olha que mistério curioso, 
a formiguinha ensinando o preguiçoso”; “Havia uma barata na careca do vovô” e “Bato a 
mão, bato o pé, para entrar na casa do Zé”. Quando as crianças sentaram, Flora reclamou por 
ter esquecido seu alfabeto móvel em casa, pois, segundo ela, precisaria dele para a atividade, o 
que nos fez refletir se realmente havia planejado a aula. A atividade foi voltada para a pintura 
de um desenho impresso e Flora disponibilizou lápis de cor para as crianças. 
Quando haviam terminado a atividade,Flora recolheu todos os cadernos para fazer uma 
pequena tarefa para eles, tarefa esta, que não foi respondida por todos naquele momento. Sendo 
um pouco antes do intervalo, as crianças são levadas ao pátio e lá brincam com bambolês e 
cordas, sem nenhuma orientação. Antes do sinal tocar, a professora recolheu todos os materiais 
utilizados e levou as crianças para a sala, para que esperassem o momento do intervalo, sem 
antes, realizar qualquer tipo de higienização(a escola não oferece boas estruturas para a 
realização de tal momento). 
 
 
Após o momento do intervalo, todas as crianças voltam e ficam bem dispersas em suas 
carteiras, enquanto Flora escrevia em todos os cadernos a primeira letra do nome deles. A última 
atividade do dia foi a brincadeira de montar. Flora espalhou as peças em montes pela sala, e as 
crianças se dividiram em grupos, duplas e algumas preferiram brincar individualmente. Logo 
após pergunta às crianças o que haviam montado, e os resultados (citados pelas crianças) foram 
sendo escritos no quadro branco. 
No horário de saída, as próprias crianças, juntamente com a professora, organizaram e 
guardaram as peças na caixa, depois pegaram seus materiais e sentaram no chão, esperando os 
responsáveis vim buscá-los. 
Vale ressaltar, que no momento do intervalo não existiu possibilidades de a professora 
trabalhar com as crianças, uma vez que a mistura de idades e séries tumultuam o espaço do 
pátio em um mesmo horário, fazendo uma grande movimentação. Isso incomoda não somente 
os professores, com também os pais. A exemplo de um dia de aula onde pudemos no horário 
do intervalo ouvir algumas mães conversando à respeito disso, da insegurança que têm em soltar 
seus filhos para brincar por medo de se machucar, devido a bagunça causada pela mistura entre 
educação infantil e ensino fundamental. Nisso, uma delas reclamou “É só aqui, em mais lugar 
nenhum você vê isso”. 
Foi perceptível durantes as observações que as crianças são bem ativas, estão o tempo 
todo em movimento, correndo, conversando, brincando e mexendo nos colegas. Isso às vezes 
extrapola e leva a um clima de bagunça e descontrole para a sala de aula. A professora, perante 
tudo isso, tem uma postura mais passiva, busca controlar toda a situação de uma forma calma, 
as vezes pressionando as crianças: “vai brincar quem tiver sentado”, e outras, tentando abrir 
um diálogo, como percebemos com a criança c14, que estava insistindo em andar na sala 
durante o momento da atividade. Flora, pede para a garota sentar, mas ela não vai. Flora 
inicialmente parece desistir, e momentos depois, pega a menina segurando pelo braço e coloca 
do outro lado da sala. Com o intuito de resistir, a menina levanta e vai pintar no chão, e Flora 
diz: “ei, falei com você. Não pode teimar na escola não...bora c14”, e mais uma vez senta a 
menina na carteira, que desobedeceu logo em seguida. 
Os métodos da professora parecem em alguns momentos não contemplar a euforia das 
crianças, e não reflete muito esses momentos de indisciplina. Mas observamos, entre tudo, que 
a perspectiva da educação infantil é respeitada quando o ensino não está voltado ao interesse 
de alfabetizar e é dado a essas crianças um amplo espaço para as brincadeiras. Essa perspectiva, 
só se reduz na medida em que as brincadeiras são em sua maioria livres e em muitos momentos 
sem uma orientação pedagógica. Percebemos também, que o ensino dos números de 1 a 10 
 
 
foram contemplados, assim como, a apresentação das letras iniciais dos nomes das crianças, 
cores, desenho e atividades envolvendo motricidade e equilíbrio, como lançar objetos e corrida. 
Atividades essas realizadas em alguns momentos individual e em outros coletivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. PROJETO DE ESTÁGIO 
 
4.1 Justificativa do projeto 
 
Pensar rotina, de maneira geral e a partir de um senso comum, pode levar à ideia de 
ações cansativas e repetitivas sem nenhuma perspectiva nova, atividades monótonas e muitas 
vezes pouco prazerosas. Porém, a rotina é muito importante para possibilitar o desenvolvimento 
do indivíduo e fazer com que este se situe tanto temporalmente quanto no espaço no qual está 
inserido, assim como também tem por objetivo organizar o cotidiano das instituições e as 
práticas desenvolvidas diariamente na escola, e a partir desta, dentro da sala de aula, atribuir 
uma sequência lógica ao trabalho do professor. 
Em se tratando de rotina na Educação Infantil, Bilória e Metzner vão dizer que mesmo 
que o adulto considere a rotina como algo monótono e consequentemente desagradável, “(...) 
para a criança, é fundamental que exista uma rotina para que ela se sinta segura, possa 
desenvolver a sua autonomia, bem como, ter o controle das atividades que irão acontecer. 
(BILORIA E METZNER, 2013 p.2)”, sendo assim, a criança pode imaginar qual a ordem de 
cada atividade e pensar sobre o momento certo para cada uma delas, não excluindo o fato de 
que ela vá trazer também as suas ideias e preferências, visto que é um ser social e em processo 
de desenvolvimento também de sua imaginação e criatividade. 
O período de observação do estágio possibilita conhecer a realidade do cotidiano na sala 
de aula escolhida para o desenvolvimento e realização do trabalho, pois é necessário que haja 
uma coleta de informações para se pensar no planejamento das práticas pedagógicas e do 
projeto de intervenção a ser elaborado. Durante as observações realizadas na sala de Pré I da 
Escola Sabino Romariz foi perceptível que não existe uma rotina na sala de aula, as atividades 
não são definidas e acabam sendo atrapalhadas pelo tempo. 
Como a rotina pode auxiliar em sala de aula para que as crianças possam se desenvolver 
nos diversos aspectos referentes à sua aprendizagem e também como sujeito social pertencente 
a um determinado meio, é crucial no desenvolvimento do trabalho pedagógico que seja 
trabalhada. Foi alarmante a ausência de organização das atividades e o determinado tempo de 
cada uma, como se não houvesse um planejamento por trás, acarretando, assim, na dispersão 
das crianças durante as mesmas. 
Além disso, as crianças passavam bastante tempo sentadas sobre suas cadeiras olhando 
e conversando umas com as outras, à espera da próxima atividade. Com a elaboração de uma 
rotina não será determinado apenas o tempo para cada atividade organizada dentro do 
 
 
planejamento, já que trabalhar com rotina é pensar no desenvolvimento do trabalho pedagógico, 
mas também pensar a criança e suas particularidades, por isso construir a rotina juntamente com 
as crianças é importante, assim como também se dará uma abertura para se trabalhar os aspectos 
ligados à Educação Infantil dentro da rotina. 
As práticas pedagógicas realizadas nas instituições de Educação Infantil, tem como base 
alguns eixos e princípios de desenvolvimento e aprendizagem, dentre os quais o cuidar e o 
educar estão presentes de maneira indissociável (BRASIL, 2009). Considerando essa 
afirmativa, e compreendendo a importância pedagógica da rotina para a fixação de tais 
elementos, nos propomos a questionar: como desenvolver uma rotina pedagógica com as 
crianças da Educação Infantil, contemplando suas especificidades, interesses e necessidades de 
maneira a organizar e sistematizar práticas pedagógicas que visem o seu desenvolvimento de 
maneira integral? 
 A partir desse questionamento nos propomos a contribuir com a organização de uma 
rotina na sala onde aconteceram as observações, buscando considerar em sua organização as 
falas, os interesses e as individualidades das crianças quefazem parte deste cotidiano. Pensando 
em uma sistematização das práticas de maneira coletiva, não somente para as crianças, mas, 
com as crianças. Visto que, acreditamos que elas podem contribuir de maneira significativa 
com as abordagens feitas em sala. É então a partir de suas sugestões que buscaremos 
desenvolver um trabalho com elas, buscando considerá-las em todo o processo. 
 
4.2 Objetivos 
 
Geral: 
 
• Possibilitar com as crianças a construção de uma rotina pedagógica de modo a favorecer 
o seu desenvolvimento integral. 
 
Específicos: 
 
● Valorizar a rotina como necessária para trabalhar os múltiplos aspectos da educação 
infantil. 
● Contribuir para a organização da prática pedagógica; 
● Planejar atividades, hábitos e brincadeiras que auxiliem no desenvolvimento e 
descobertas infantis; 
 
 
4.3 Fundamentação teórica 
 
A Educação Infantil é hoje a completude de uma luta histórica por direitos sociais e 
educacionais para as crianças, especialmente, as pequenas. Tendo em vista as concepções de 
infância e criança existentes antes do século XX, nas quais as crianças eram consideradas 
enquanto um adulto em miniatura (ÀRIES, 2006), e considerando as mudanças ocorridas no 
cenário social, político e cultural, por meio de processos históricos, tendo como uma das 
principais características a industrialização e a mão de obra feminina, pode-se reconhecer as 
lutas sociais impulsionadas pelas mulheres, que resultou no surgimento de creches e pré-
escolas, na qual, mesmo em primeira instância, criadas com o caráter assistencialista, foi um 
traço importante para o avanço e inserção das crianças em espaços educacionais. 
É então, a partir da Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
e a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB) que se torna garantido às crianças 
o direito ao atendimento em instituições de Educação Infantil: 
 
[...] a Constituinte de 1998, a primeira que reconhece a Educação infantil 
como direito da criança de 0 á 6 anos de idade, dever de estado e opção de 
família; o estatuto da criança e do adolescente (Lei no 8.069 de 1990), que 
afirma os direitos da criança e as protege; e Lei de Diretrizes Bases da 
educação nacional, de 1996, reconhece a educação infantil como a primeira 
etapa básica (KRAMER, 2006, p. 20, apud, SILVESTRE, 2010, p. 18). 
 
Levando em consideração a importância dessas leis para a constituição e seguridade dos 
direitos infantis, pensando especificamente na LDB de 1996, podemos observar o art. 29 desta 
mesma lei, que ao discorrer sobre a Educação Infantil, afirma: 
 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos 
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e 
da comunidade (BRASIL, 1996). 
 
Nisso, reside de fato o principal objetivo da Educação Infantil: a busca do 
desenvolvimento integral das crianças. E, portanto, exige das instituições infantis a elaboração 
de práticas que contemplem essas crianças, suas singularidades, interesses, contextos e 
aprendizagens. Sendo a instituição de Educação Infantil promotora desse processo a partir de 
práticas planejadas, tendo como principal foco o desenvolvimento e aprendizagem dessas 
crianças. 
 
 
Como uma instituição que recebe as crianças que acabam de sair de um convívio apenas 
familiar, as escolas de educação infantil devem ser espaços de acolhimento, aconchego, 
descoberta de si e do outro, experimentações, construção inicial de visão de mundo. Sendo 
assim, a rotina constitui ponto fundamental para tais apontamentos, uma vez que está atrelada 
ao trabalho pedagógico do professor, contribuindo (quando realizada conjuntamente e 
obedecendo às necessidades das crianças) para a qualidade da educação e possibilitando o 
desenvolvimento infantil. Isso por considerar os aspectos mais gerais do ambiente educacional, 
que vai desde o espaço da sala de aula, aos espaços externos, às atividades, tempo e materiais. 
Barbosa (2006) ao definir a rotina como parte integrante da cotidianidade, define a 
rotina “como um dos elementos integrantes das práticas pedagógicas e didáticas que são 
previamente pensadas, planejadas e reguladas, com o objetivo de ordenar e operacionalizar o 
cotidiano da instituição e constituir a subjetividade de seus integrantes” (BARBOSA, 2006, p 
39). Assim, nessa perspectiva, a rotina se constitui enquanto atividades realizadas 
cotidianamente com as crianças nas instituições de Educação Infantil, servindo de organização 
das práticas pedagógicas, estabelecendo uma seguridade de atividades, procedimentos e 
experiências que contemplam as subjetividades e particularidades infantis, proporcionando 
segurança entre o desenvolvimento de uma atividade e outra. 
Dessa forma, a rotina nos remete a momentos que devem se repetir cotidianamente, 
dando a criança a segurança do que está por vir, a certeza da ocupação, do movimento, do 
descobrir o que fazer. Portanto, precisa ser pensada e planejada não como tarefa desgastante, 
na lógica da mesmice, mas, como possibilidade de desenvolver os enfoques existentes na 
Educação Infantil, como afirma Barbosa: 
 
[...] as pedagogias da educação infantil são múltiplas, e múltiplos também são 
os enfoques de rotina proposto. Cada campo do conhecimento apresenta um 
diferente enfoque de rotina proposta. Cada campo do conhecimento apresenta 
um diferente enfoque e recomenda um tipo de atitude frente a organização 
diária das crianças nas creches e nas pré-escolas, sugerindo, assim, rotinas 
diferenciadas (BARBOSA,2006, p 115). 
 
Com base nessa afirmativa, podemos compreender que não existem rotinas unificadas, 
muito pelo contrário, as atividades cotidianas devem ser moldadas para atender as diferentes 
necessidades educacionais das crianças, respeitando os eixos, os princípios e os apontamentos 
apresentados pelos documentos e leis que regem a educação infantil. O desenvolvimento dessas 
rotinas está ligada a quatro elementos fundamentais: ambiente, tempo, atividade e materiais. 
 
 
No que diz respeito ao ambiente, Barbosa (2006, p 120) afirma que: “O espaço físico é 
o lugar do desenvolvimento de múltiplas habilidades e sensações e, a partir da sua riqueza e 
diversidade, ele desafia permanentemente aqueles que o ocupam”. O que faz do ambiente um 
dos pontos fundamentais nas escolhas das atividades, dos materiais a serem utilizados, onde 
estarão posicionados ou não, como tal espaço será utilizado e o que podemos explorar, 
desenvolver com as crianças nos ambientes externos e internos da instituição. O tempo adentra 
nesse discurso não apenas como um medidor, mas sim, como um objeto que pode ser usado 
pedagogicamente para o controle, organização da prática docente e construção de noção 
temporal pelas crianças. Barbosa complementa essa discussão, quando diz: 
 
[...]por um lado, a concepção de que é na infância que as crianças constroem 
as noções temporais e, portanto, faz-se necessário criar circunstâncias ou 
situações em que elas possam estruturar tal noção, e, por outro, a necessidade 
de organizar o trabalho com as crianças de modo a harmonizar objetivos, 
situações, suas características, etc (BARBOSA, 2006, p 143). 
 
Barbosa (2006), destaca não apenas a construção de noção temporal, mas aponta a 
necessidade de um trabalho harmônico, circunstancial, onde sejam dados encaminhamentos/ 
meios para que isso seja desenvolvido. Se observarmos a importância do tempo, estabelecida 
pela autora, podemos perceber que não está distante do espaço, das atividades e dos materiais. 
Se o tempo ajuda o professorna organização do seu trabalho, o momento que as crianças passam 
em um determinado local, os materiais que poderão ou terão acesso nesses espaços e as 
atividades estabelecidas pela disponibilidade desses últimos componentes estão dentro de um 
tempo, que pode ser maior ou menor, que pode variar de acordo com a importância e precisão 
do que está sendo desenvolvido pelo professor. 
Os materiais, a quantidades, exposição, disponibilidade e usos destes, unidos ao espaço 
da instituição, indicarão os rumos das atividades propostas, que planejada em um determinado 
período de tempo deve suprir as necessidades educacionais das crianças, estabelecer 
possibilidades de descoberta, curiosidade, reconhecimento do espaço escolar, de si e do outro. 
Na educação infantil a rotina é parte constituinte do cotidiano escolar, acolhe as crianças que 
estão adentrando no ambiente educacional, auxiliam os professores na sua prática pedagógica 
e norteiam por meio dos seus elementos (espaço, tempo, atividade e materiais) o 
desenvolvimento das crianças na educação infantil, tornando-se, assim, indispensável para a 
qualidade do processo educacional nessas instituições. 
 
 
 
 
4.4 Bloco temático/conteúdos explorados 
 
• Rotina; 
• Elementos da rotina; 
• Corpo humano; 
• Esqueleto humano; 
• Os cinco sentidos; 
• Brincadeiras; 
• Saúde; 
• Higiene pessoal; 
• Alimentação; 
• Movimento; 
• Disciplina; 
• Linguagens. 
 
4.5 Aspectos metodológicos 
 
Considerando a rotina como parte estruturante das práticas pedagógicas em sala e 
reconhecendo sua importância para a oferta de um ensino de qualidade voltado para as crianças 
e seu desenvolvimento e diante da realidade a qual conhecemos em campo de estágio, esse 
trabalho será desenvolvido de maneira a proporcionar a organização de uma rotina pedagógica 
em uma turma de Pré I, na Escola Municipal de Educação Básica Sabino Romariz, localizada 
em Povoado Campinhos, município de Pariconha - Alagoas. 
 Compreendendo o período de observação realizado em sala no mês de abril, observou-
se a ausência de rotina, assim como, de hábitos de higiene e disciplina. Por esse motivo 
escolhemos trabalhar a rotina como um caminho para organizar as práticas pedagógicas a serem 
desenvolvidas em sala, entretanto, atrelado a isso, pretendemos trabalhar conteúdos 
relacionados a hábitos de higiene, visto que, como foi salientado acima, estavam ausentes 
dentro das práticas observadas. 
 Considerando que o trabalho é desenvolvido pensando nas crianças, suas necessidades 
e desejos, e considerando suas falas na organização das práticas pedagógicas voltadas para elas, 
não pretendemos impor uma rotina, mas, criar uma rotina com elas, buscando contribuir para a 
construção de um ambiente agradável e seguro. Através de tempos, espaços, atividades e 
 
 
materiais que possibilitem não somente uma melhor organização e sistematização de práticas, 
mas, contribuam para a construção com elas de experiências significativas de aprendizagens. 
 Em contrapartida, trabalharemos à luz da temática sobre as partes do corpo e seus 
movimentos, hábitos higiênicos e alimentação saudável, considerando que é de fundamental 
importância, à medida que proporciona às crianças o conhecimento sobre si mesmas, o cuidado 
com o corpo e a descoberta de suas capacidades e limites, fazendo com que se conheçam e haja 
o desenvolvimento de sua autonomia. Levando em conta que é preciso que as crianças tenham 
o conhecimento sobre si mesmas e sobre seu corpo, na primeira semana abordaremos tal 
temática como uma forma de facilitar o trabalho com os hábitos higiênicos e alimentação 
saudável na segunda e terceira semana. 
A metodologia idealizada propõe o desenvolvimento integral das crianças, para isso, 
contaremos com os espaços internos e externos da instituição, visando aproveitar tais espaços 
para contemplar o espírito de curiosidade, e diversificar as experiências vivenciadas pelas 
crianças. Vale ressaltar, que os usos desses ambientes estarão ligados a disponibilidades da 
instituição, não interferindo na sua rotina diária. Reconhecendo o déficit das escolas públicas 
brasileiras, a possível falta de recursos e materiais, estamos cientes de que podemos custear e 
nos responsabilizar pelos materiais não ofertados pela escola. 
 
4.6 Recursos utilizados 
 
• Folha A4; Lápis de cor; caixa de som; ficha com os nomes e números; jogo da 
amarelinha; giz; livros de histórias; espelho; tinta guache; pincéis; data show; caixas; 
materiais sonoros; frutas; tesoura; cola; corda; tnt; EVA; bambolês; cordas. 
 
4.7 Planos de aula 
 
 Organização da sala: 
 
 Durante as observações percebemos que o posicionamento das mesas e carteiras não 
favoreciam uma melhor utilização e exploração do espaço disponível, limitando a 
movimentação das crianças, as brincadeiras e desenvolvimento de atividades específicas. 
Quando não estavam enfileiradas, estavam posicionadas de forma circular, todas juntas e 
próximas a parede, levando as crianças a sentirem dificuldades de sentar e sair da sua carteira, 
impulsionando-as a passarem por baixo das mesas, uma vez que todas estavam ligadas. 
 
 
 Optamos então por organizar as carteiras em quatro unidades, proporcionando uma 
interação entre as crianças, uma maior flexibilidade e possibilidade de movimentação, assim 
como, um melhor aproveitamento do espaço, como mostra a foto 1. 
 Por questões éticas e visando preservar a identidade e ações das crianças, todas serão 
representadas pela letra C (criança) e o número que representa o seu nome na lista organizada 
por ordem alfabética. 
 
14 de Maio 
OBJETIVO 
 
• Perceber quais as atividades que são inseridas na rotina diária. 
 
ACOLHIDA: Apresentação das estagiárias e músicas 
RODA DE CONVERSA: Quais as atividades realizadas em sala? 
ATIVIDADE: representando as atividades rotineiras. 
 
Diário de campo (14/05/2018) 
 
 Como os dois primeiros dias foram contemplados para definir uma rotina com as 
crianças, estimulamos a dizerem (com base na rotina anterior) que momento era aquele, hora 
de desenvolver qual atividade. Porém, devido o desinteresse e brincadeiras que iniciavam 
durante o momento da conversa, foi necessário que nós mesmas conduzíssemos o momento, 
atribuindo alguma atividade, não de forma impositiva, sempre dialógica, sugerindo, norteando. 
 O primeiro momento da aula foi destinado a nossa apresentação enquanto estagiárias. 
Essa apresentação não rendeu nenhuma atitude inesperada ou surpresa por parte das crianças, 
elas que já estavam se habituando com a nossa presença devido o período de observação. Em 
seguida, abrimos espaço para as crianças se expressarem, estimulando-as a cantarem as músicas 
por elas conhecidas e já trabalhadas em sala, com o intuito de compreender o que as crianças 
estavam habituadas a fazer. Dentre as músicas escolhidas, cantaram: meu pintinho amarelinho 
e a dona aranha. 
 Na roda de conversa questionamos e instigamos as crianças a exporem quais atividades 
elas costumavam fazer na escola, quais achavam mais significante e gostavam de fazer. Para 
auxiliá-las a compreender a então proposta, visando um maior processo de interação, 
apresentamos por meio de slides, fotos com atividades desenvolvidas no cotidiano escolar, 
 
 
entendendo o que poderia ou não ser visibilizado com mais ou menos intensidade na nova rotina 
que estaríamos a estabelecer. O objetivo foi ouvi-las e possibilitar um diálogo das crianças entre 
si, pois cabe ao professor proporcionar esses momentos que “garantam a troca entre as crianças, 
de forma que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus modos de agir,de pensar 
e sentir(...)” (BRASIL,1998 p. 31) e a princípio, interagiram bem, e mencionaram em grande 
percentual às “brincadeiras” como atividade favorita. 
 Seguindo essa mesma perspectiva de garantia à criança de sua livre expressão e 
interpretação do mundo, recomendamos que em ½ da folha A4 (sem pauta) representassem 
através do desenho a(s) atividade que mais gostavam de fazer na escola. Levaram alguns 
minutos para realizar e pintar a atividade e depois foram incentivadas a apresentar suas criações. 
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil também nos orienta que é importante 
organizar “situações para que as crianças compartilhem seus percursos individuais na 
elaboração dos diferentes trabalhos realizados” (BRASIL,1998, p. 31). Foi com esse intuito, 
valorizando a participação não apenas coletiva, mas individual das crianças, que propomos essa 
atividade, e diferentemente do que foi pedido, todas as crianças expressaram suas próprias 
vontades e desejos, desenhando objetos variados, mas nenhum contemplando atividades 
realizadas em sala. Por meio dessa proposta percebemos que o desenho tem papel significante 
para as crianças, expressando de fato os seus desejos imediatos. 
 Como não existia hábitos rotineiros de higienização, abrimos uma conversa ressaltando 
a importância de lavar as mãos antes das refeições e a colaboração que esse pequeno gesto traz 
para nossa saúde. Realizamos com elas a higienização das mãos, comunicando-as que isso faria 
parte da nossa rotina diária a partir daquele dia. 
 
15 de Maio 
 
OBJETIVO 
 
• Identificar as atividades que mais gostavam na escola e o conhecimento sobre os dias 
da semana. 
 
ACOLHIDA: Músicas à escolha deles. 
RODA DE CONVERSA: Dias da semana 
ATIVIDADE: O trem da semana. 
HIGIENIZAÇÃO/LANCHE 
 
 
LEITURA: O que não cabe no meu mundo - teimosia. 
 
Diário de campo (15/05/2018) 
 
 Durante o momento da música de acolhida c6 chorou e c17 não quis participar do 
momento pois estava um pouco doente, mas todas as outras crianças participaram e cantaram 
músicas que elas mesmas escolheram (Bom dia coleguinha, como vai?; Meu pintinho 
amarelinho; O sapo não lava o pé). Sentados no chão, iniciamos em roda de conversa um 
diálogo acerca dos dias da semana, mas como eles estavam muito agitados foi preciso que 
sentassem em suas carteiras para que fosse possível darmos continuidade, e então, começamos 
a questioná-los sobre os dias da semana, quais desses dias estamos na escola e quais deles 
estamos em casa, assim como, o que costumamos fazer em cada um desses espaços. 
 Percebemos que as crianças têm uma dificuldade de se concentrar, em ouvir, ficam 
dispersas com muita facilidade e acabam por vez não mostrando os conhecimentos já 
adquiridos. Em meio a explicação demonstram conhecer o nome de alguns dias da semana, mas 
não fazem uma sequência lógica de qual dia vem antes ou depois, assim como, a quantidade e 
quais dias passam em casa e na escola. 
 Na atividade impressa havia o desenho do trem com vagões e em cada vagão os dias da 
semana, a função das crianças era pintar apenas os vagões que continham os dias em que vinham 
para a escola, tendo logo a baixo um espaço para que desenhassem a(s) atividades que mais 
gostavam de fazer quando no espaço educacional. Apenas c14 obedeceu ao que foi proposto 
pela atividade, pintando os vagões de segunda à sexta - foto 2. As demais crianças pintaram 
todos os vagões e muitas não quiseram desenhar. Mesmo acompanhando e explicando muitas 
vezes como deveria ser feito, a euforia de pintar era maior, e pintavam todos os vagões. 
 A leitura da história “Teimosia” (Da coleção O que não cabe no meu mundo - de Fábio 
Gonçalves Ferreira), foi realizada com intuito de oportunizar a conversa sobre a obediência e a 
teimosia, uma vez que as crianças têm uma grande dificuldade de escutar, de obedecer, de ouvir 
o colega. Mesmo envolvendo essa problemática poucas crianças se envolveram na leitura, e 
apesar de ser um momento ilustrativo, interativo, diferenciando, a distração e conversas entre 
as crianças interferiram em toda a dinâmica, agitando ainda mais uns aos outros. 
 No momento da brincadeira, um dos mais esperados pelas crianças, optamos por deixá-
los livres. Distribuímos peças de encaixe em quatro montes espalhados na sala para uma melhor 
distribuição das crianças. A brincadeira é a forma da qual a criança se sente mais motivada a 
aprender e se desenvolver, segundo Leandro (et al 2012), e já fazia parte dos momentos 
 
 
proporcionados pela “rotina” anterior das crianças, o que justifica bem elas cobrarem tanto de 
nós a questão do brincar. Todos se dividiram (em grupos, duplas e individualmente) sem 
nenhuma dificuldade (Foto 7). 
 
16 / Maio 
OBJETIVO 
 
● Possibilitar às crianças o conhecimento e identificação de diferentes partes do seu corpo, 
características e funções. 
 
ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Roda de conversa: sobre as partes do corpo e Música “Desengonçada” 
CHAMADA: Jogo da Amarelinha 
QUANTO SOMOS: Círculos 
LEITURA: Eu sou isso? (Viviane de Assis) 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO: Música (lavar as mãos) 
ATIVIDADE: Representação do corpo através do desenho com a ajuda do espelho. 
 
Diário de campo (16/05/2018) 
 
 Com todos reunidos iniciamos a aula com as músicas já conhecidas e exploradas pelas 
crianças, apresentando em seguida a música “Desengonçada”, alegando que todos nós iríamos 
despertar o nosso corpo. A maior parte das crianças dançaram seguindo a coreografia, 
algumas ficaram atentas, observando os movimentos realizados e movendo as partes do corpo 
pedidos pela música. 
 Nesse dia iniciamos a escolha por meio de sorteio, dos ajudantes do dia, onde uma 
menina e um menino tinham a função de nos auxiliar em algumas atividades( isso foi proposto 
com o intuito de romper a indisciplina e a falta de atenção da maior parte das crianças pelo que 
era desenvolvido em sala).Sua ajuda começa a ser dada no momento da chamada, onde foi 
montada uma amarelinha composta por peças de encaixe contendo as letras do alfabeto. Durante 
a montagem, as letras são apresentadas e citadas por algumas crianças, que demonstram nesse 
momento algum conhecimento acerca do alfabeto e das letras que o compõe. 
 
 
 Na hora da leitura, que se tratava do corpo humano, buscamos construir a noção de 
totalidade nas crianças, levando-as a compreender as partes do seu corpo, e que a união dessas 
partes forma o corpo humano(totalidade). No decorrer da leitura, as crianças foram levadas a 
observar o seu próprio corpo, algumas levantaram os braços, as pernas, mostrando que 
reconhecia aquilo em si. 
 Visando a necessidade de multiplicar as experiências das crianças e o seu 
autoconhecimento, optamos em realizar uma atividade com a ajuda de um espelho. De acordo 
com (BRASIL, 1998.apud. ZAMBELLE, METZNER, 2018, p. 232) o espelho possibilita a 
crianças, em fase de descoberta e emancipação, “familiarizar-se com a imagem do próprio 
corpo, conhecendo progressivamente seus limites, sua unidade e as sensações que ele produz”. 
Visando essa descoberta, a observação das partes que compõem uma unidade, levamos as 
crianças a viverem essa experiência. Algumas tinham um receio inicial de se ver (que foi 
resolvido rapidamente), outras queriam um tempo ainda maior. Estimulamos as crianças a 
observarem os membros por nós citados, o número desses membros no seu corpo, o tamanho 
deles e o como se posicionavam. 
 
 
17 / Maio 
OBJETIVO 
 
• Identificar as diferentes partes do corpo e explorá-las por meio da motricidade. 
 
ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Música (Batalha do movimento) 
CHAMADA: Jogo das cadeiras 
QUANTOSOMOS: O outro lado da linha 
LEITURA: Ida e volta (Juarez Machado) 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO: música (lava a mão) 
ATIVIDADE: Recorte das partes do corpo e colagem. 
 
 
 
 
 
 
Diário de campo (17/05/2018) 
 
 A acolhida foi realizada com músicas em roda, trabalhando as partes do corpo humano, 
assim como, os movimentos das crianças que é de suma importância serem trabalhados na 
Educação Infantil, pois “o corpo tem papel fundamental na infância por ser uma das linguagens 
de expressão e vinculação da criança com o mundo” (SANTOS e MORENO, 2015 p.77). Esses 
momentos de acolhida são gratificantes para a maior parte das crianças, que se soltam na dança, 
cantando, interagindo e opinando. Mesmo assim muitas intervenções são feitas para romper a 
dispersão (como conversas), e brincadeiras agressivas que se desenvolvem nesse momento. 
 A chamada foi realizada em forma da brincadeira “dança das cadeiras”, com o auxílio 
de uma música. O momento foi divertido, as crianças estavam sorridentes, algumas ficaram 
chateadas no momento em que saíram da brincadeira e outras faziam questão de voltar, mesmo 
já tendo saído, levando-nos a conversar brevemente com elas. Ao saírem da brincadeira iam em 
busca do reconhecimento do nome, que estava no chão, mas poucas crianças reconheceram seus 
nomes e outras apenas a primeira letra, havia também as que nem a primeira letra conseguiam 
reconhecer. 
 A brincadeira no pátio, momento de recreação, foi realizada com bambolês, cordas, 
peças coloridas e dominós em desenho, em uma mistura de brincadeira com movimento livre, 
não deixando de ser observada e orientada, um momento de interação entre elas e de trabalho 
psicomotor. 
 
18 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
● Explorar os movimentos do corpo e sua importância. 
 
ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Música e movimento 
CHAMADA: Caixa de pandora 
QUANTO SOMOS: Meninos contam meninas e vice versa. 
LEITURA: O que não cabe no meu mundo - preguiça ( Exposição do esqueleto) 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO: música (Meu lanchinho) 
 
 
ATIVIDADE: Montando esqueleto (Exposição de escultura). 
 
Diário de campo (18/05/2018) 
 
 O momento da história possibilitou trabalhar o tema da preguiça e contextualizar sobre 
a participação nas atividades, a ida à escola, os movimentos do corpo e aproveitamos para fazer 
a exposição da escultura do esqueleto humano (Foto 4). Todas as crianças ficaram atentas, 
observaram a explicação, questionaram, compararam os ossos do esqueleto com os seus 
próprios ossos, tentando-os sentir. No fim da aula c18 comentou “nós somos um esqueleto” 
com muita convicção, demonstrando ter compreendido. Na atividade eles utilizaram fósforos 
para montar seus próprios esqueletos, de forma que apenas as duas partes do crânio e do quadril 
foram coladas na folha e eles completaram as outras partes da estrutura com os palitos (Foto 5) 
e (Foto 6). 
 No momento recreativo com peças de montar várias representações foram realizadas: 
c5 montou um carrinho, c10 uma cama, c7 e c13 casa, c15 uma escada, c12 um celular e c17 
carne. 
 
21 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
● Proporcionar a identificação e diferenciação de cada sentido aprendendo como cada um 
funciona e sua utilidade no corpo. 
 
ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Música “Cabeça, ombro, joelho e pé” 
CHAMADA: Chamada gesticulada 
QUANTO SOMOS: O lado da fita 
LEITURA: João e os 5 sentidos (Maria Jesus Souza) 
 Animação: Gugudada - as partes do corpo 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO: música (Lavar as mãos) 
ATIVIDADE: Coisas que a gente sente: Sensações; 
 Relacionando os sentidos. 
 
 
Diário de campo (21/05/2018) 
 
 A chamada foi gesticulada, através dos movimentos da boca das professoras elas 
deveriam descobrir de quem era o nome. Algumas crianças prestaram atenção e sentiram-se 
envolvidas, descobrindo com facilidade, e outras estavam totalmente dispersas e 
desinteressadas. 
 Foram levados objetos como pedras, milho, arroz, algodão, bombril, limão, sal, açúcar, 
esponja de dois lados, cremes, perfume…, que contribuíram para a exploração dos sentidos das 
crianças. Com os olhos vendados, eram levadas a descobrirem os gostos, cheiros e sensações 
dos objetos, compreendendo quais dos sentidos estavam a utilizar (Foto 8). Trabalhamos 
também a visão com um livro vazado, que foi apresentado em sala escura, com a ajuda de uma 
lanterna, que refletindo sobre as imagens, expunham no teto diferentes desenhos, grandes e 
pequenos, onde as crianças tinham a função de identificá-los. A audição foi trabalhada através 
de sons de diferentes animais, que reproduzidos, deveriam ser descobertos pelas crianças. 
 
22 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
● Dar continuidade ao trabalho com os sentidos. 
 
ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Eu vou andar de trem. 
CHAMADA: “Se eu fosse um peixinho…” em roda. 
QUANTO SOMOS: Meninos contam meninas e meninas contam meninos. 
LEITURA: Chapeuzinho vermelho - historia completa em Português 
(Vídeo dramatizado) 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO: música (meu lanchinho) 
ATIVIDADE: Atividade de recorte e colagem com os sentidos. 
 
 
 
 
 
 
Diário de campo (22/05/2018) 
 
 A história da Chapeuzinho vermelho foi contada por meio de encenação. Primeiro 
realizamos a encenação da história (Foto 10) e logo após dividimos as crianças para que 
pudessem recontar a história. O reconto aconteceu duas vezes, com grupos diferentes de 
crianças, que foram escolhidas por meio de sorteio (Foto 11) e (Foto 12). Tudo isso com o 
intuito de aguçar a imaginação e desejo pela leitura, através da interpretação, assim como, e 
principalmente, trabalhar os cinco sentidos, uma vez que a chapeuzinho Vermelho pergunta a 
sua vá sobre os olhos, ouvidos, nariz e boca. 
 Na atividade as crianças tinham a função de recortar os órgãos dos cinco sentidos e colar 
no rosto de um garoto sobre o papel A4. Como sentem muita dificuldade em recortar, a 
atividade foi realizada com a nossa ajuda, que se deu em orientá-los nos movimentos das mãos 
para o recorte, segurando o papel e dizendo onde deveriam ou não recortar, assim como, o local 
onde cada órgão dos sentidos deveriam estar posicionados, levando-os a observarem o seu 
próprio corpo, fazendo uma comparação de onde deveriam posicioná-los(Foto 9). Foi 
perceptível em algumas crianças a dificuldade do recorte com tesoura, ou de posicionar o nariz, 
boca, ouvidos e olhos no local proporcional. 
 
23 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
• Buscar promover a conscientização em relação a importância do cuidado com os 
dentes. 
 
 ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Desengonçada. 
CHAMADA: Fichas espalhadas pela sala. 
QUANTO SOMOS: Círculos 
LEITURA: A bruxinha que voava numa escova de dentes 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO 
ATIVIDADE: Dente saudável / estragado. 
 
 
Diário de campo (23/05/2018) 
 
 A chamada desenvolvida nesse dia despertou curiosidade nas crianças, foi um dos dias 
em que reconheceram com mais facilidade o seu próprio nome, pois já visualizavam 
antecipadamente em que parte da sala ele poderia se encontrar (uma vez que as fichas estavam 
distribuídas a sua altura em três paredes da sala). Os olhares estavam mais atentos, conseguimos 
despertar nesse momento o espírito de descoberta. 
 Durante o momento da história todos ficaram eufóricos, c19 uma das crianças mais 
agitadas, presta atenção no que se passa na história, mas movimenta todas as crianças ao seu 
redor por se exaltar, levantar, falar sobre o que ver, e expressar suas ideias de forma gritante. 
Durante a contação de histórias esse está sendo um dos maiores problemas, a agitação e 
desatenção de muitas crianças. Mas apesar dos contratempos,o resultado foi positivo, muitas 
crianças participaram, observavam as imagens e respondiam os questionamentos feitos durante 
o momento da história. 
 Fazendo uma reflexão acerca da história, e falando sobre a saúde dentária, distribuímos 
entre as crianças imagens de alimentos saudáveis e não saudáveis, para que pintassem e 
colassem sobre dois cartazes na parede. Um deles contendo um dente saudável e outro não 
saudável. As crianças vivenciaram nesse momento uma atividade de colagem (que sempre lhes 
atribuiu entusiasmo) e uma reflexão acerca dos alimentos bons e ruins para a saúde dos seus 
próprios dentes. Algumas colava os alimentos no item certo, e outras sentiram dificuldades em 
estabelecer essa relação entre os alimentos que nos fazem bem ou mal. Ma na medida que as 
dúvidas surgiam íamos solucionando, conversando diretamente com a criança. 
 
24 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
• Dar continuidade ao trabalho de conscientização sobre a importância dos cuidados com 
os dentes. 
 
 ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Mundo Bita - Xic, Xic, Xic (Vídeo - youtube) 
CHAMADA: Corrida dos nomes. 
 
 
QUANTO SOMOS: Em fila 
LEITURA: Mônica - Saúde Bucal. 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO 
ATIVIDADE: Fazer estrutura bucal. 
 
Diário de campo (24/05/2018) 
 
 A chamada do dia foi realizada por meio de uma corrida, onde duas crianças tinham que 
correr, pegar seu nome (que já estava posicionado do outro lado) e voltar. Durante esse 
momento podemos perceber o entusiasmo das crianças e o desenvolvimento de uma criança 
específica, c6, uma menina muito quieta, que se mostra resistente em participar das atividades 
coletivas, ou com esse caráter. C6 participou sem resistir e nem chorar. 
 Na atividade proposta, foi apresentado inicialmente uma estrutura bucal. Mostramos às 
crianças os dentes, como eles são organizados dentro da nossa boca e o que acontece com essa 
estrutura bucal na hora da alimentação. Distribuímos logo após uma estrutura em eva com o 
formato de uma boca, e dentes feitos de papel. Com cola e tesoura todos foram ajudados a 
desenvolver a atividade. Como envolvia recorte e colagem, as crianças sentiram-se muito 
atraídas, ficam surpresas com o resultado do seu trabalho e perceberam em meio aquilo tudo 
que os nossos dentes exercem um papel central, estão dentro da nossa boca com uma função 
específica. A atividade foi finalizada por eles rapidamente, e de forma gratificante, todos 
ficaram encantados com o que tinham produzido. O uso da tesoura para eles ainda parece 
inusitado, essas atividades que proporcionam momentos de recorte está sendo uma experiência 
nova para todas as crianças, que ainda tem dificuldades de pegar na tesoura, de recortar. 
 
28 / Maio 
 
 OBJETIVO 
 
• Buscar promover a conscientização em relação a importância do banho e cuidado com 
o corpo. 
 
 ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Bolhas de Sabão - Galinha Pintadinha. 
 
 
CHAMADA: Chamada colorida 
QUANTO SOMOS: Círculos 
LEITURA: Bibi toma banho - Alejandro Rosas 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO 
ATIVIDADE: A criança com piolho. 
 
Diário de campo (28/05/2018) 
 
 Como ficamos alguns dias sem aula aproveitamos para contar os dias que ficamos sem 
ir à escola e atualizamos o calendário junto com as crianças e c3 foi mostrar o dia no calendário. 
Usamos a música “Desengonçada” de Bia Bedran, para acordar o corpo das crianças, “Bolha 
de sabão” da galinha pintadinha para abrir a aula sobre banho, assim como outras canções 
complementares. 
 Após contar a história de Bibi, uma menina que não gostava de banho, explicamos a 
função e benefício do banho, alertando-os que a falta de higiene ocasiona alguns problemas, 
como os piolhos. Desenvolvendo essa ideia foi realizada uma atividade de pintura, recorte e 
colagem de piolhos (Foto 13), que deveriam ser fixados em um cartaz onde continha o desenho 
de uma menina triste. Explicamos que a expressão de tristeza está sendo ocasionada pela 
quantidade de piolhos que a menina adquiriu por não se higienizar (Foto 14). As crianças 
começaram a fazer uma autorreflexão e se observar: “eu não tenho piolho\ eu mando minha 
mãe olhar”. 
 A atividade recreativa foi realizada de uma forma diferente. Foram distribuídas peças 
coloridas de madeira em formas geométricas, as peças foram distribuídas por conjunto de mesas 
(no caso, quatro). Procurou-se por meio dessa união e divisão de peças, proporcionar a 
interação, desenvolver o espírito de união e coletividade. O RCNEI nos orienta a desenvolver 
esse tipo de experiência, afirmando: “Nas situações de troca, podem desenvolver os 
conhecimentos e recursos de que dispõem, confrontando-os e reformulando-os” (BRASIL, 
1988, p 31). Essa reformulação e confrontamento foi observado de maneira singular. As 
crianças adaptavam-se a situação fazendo juntas um único objeto, ou entravam em confronto, 
sendo necessário a nossa intervenção e divisão das peças, para que todas pudessem participar. 
Perguntando a eles sobre o que haviam produzido, as respostas se distribuíram das mais diversas 
formas. Na medida que falavam, escrevíamos no quadro branco, fazendo uma lista de objetos 
por elas criados, e dentre eles tinham: Casa, casamento, comida, casa de passarinho, mesa, 
baleia, floresta, vela etc. (Foto 15). 
 
 
29 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
• Dar continuidade ao trabalho de conscientização à importância do banho e cuidados 
com o corpo. 
 
 ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: Música Mundo Bita - Bom banho; Ratinho tomando banho - Castelo Rá ti bum 
(Video) 
CHAMADA: Amarelinha móvel 
QUANTO SOMOS: Contagem nas cadeiras pelos ajudantes do dia. 
LEITURA: Rei Bigodeira e sua Banheira 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO 
ATIVIDADE: Roda de conversa, demonstração da higienização corporal e corrida em equipe. 
 
Diário de Campo (29/05/2018) 
 
 No momento da acolhida a turma recebeu uma criança nova, identificada aqui como 
c20. A princípio a chegada da nova criança deixou as demais caladas e atônitas, fato notado 
quando pedimos que elas falassem seus nomes, mas depois as crianças camuflaram a presença 
de c20 como se ela já estivesse na sala há tempos. Cantamos a música de acolhida (Bom dia 
coleguinha como vai…) para que c20 se sentisse bem-vindo. 
 No momento da história as crianças estavam muito agitadas a ponto de impossibilitar a 
leitura completa da mesma, foi preciso interromper a apresentação da história que estava sendo 
interpretada oralmente, mas com a ajuda de imagens projetadas no notebook, como já estava 
quase no momento do intervalo elas foram organizadas para higienizar as mãos e ir lanchar. 
 Na roda de conversa sobre a higienização do corpo foram demonstrados os passos e 
instrumentos utilizados no momento do banho, com a ajuda de uma boneca, as crianças tiraram 
os objetos da caixa de pandora, demonstraram como se utilizava cada objeto (utilizando a 
boneca) e os classificaram como produto utilizado no corpo, nos cabelos ou nos dentes, fixando-
os em sacos transparentes que se encontravam presos ao quadro branco, nomeados pelas 
classificações anteriores (Foto 34). Logo após, dividimos a turma em duas equipes A e B, uma 
 
 
criança de cada equipe deveria correr até a caixa de pandora e tirar objetos que nos auxiliam na 
higienização (os objetos tinham sido utilizados anteriormente na experiência com a boneca), 
tirado o objeto, a criança deveria dizer qual a função dele e em que parte do corpo era usado. 
Respondendo a essa pergunta, um ponto seria dado a equipe, não sabendo responder, a pergunta 
era lançada para a criança que compunha a equipe contrária. Ambas as equipes tiveram o 
mesmo número de acertos, para elas foram dadas um tesouro, cada uma recebeu um saco com 
números iguaisde balas. O RCNEI nos orienta a dar autonomia para as crianças nas 
brincadeiras, deixando que elas imaginem e procurem por meio das suas relações mentais, 
formas próprias de solucionar os problemas (BRASIL, 1988). Pensando nessa perspectiva, 
entregamos o saco referente a cada equipe e deixamos que elas dividissem entre si. Na equipe 
A, c11 se posiciona: “eu divido”, distribui uma bala para cada criança, sobrando metade das 
balas. Sugerimos então, que cada criança pegasse mais uma bala, e assim fizeram. c12 pega 
uma a mais que todas as outras, mas percebendo a falha, pedimos para que passasse para a 
colega que ficou com o número menor, e tudo foi resolvido de forma tranquila e aceitável pelas 
crianças. 
 
30 / Maio 
 
OBJETIVO 
 
• Socializar os conteúdos trabalhados durante a regência de estágio e desenvolver uma 
conscientização sobre alimentação. 
 
 ATIVIDADES 
 
ACOLHIDA: A turma do Seu Lobato - Rock das frutas (Roda de conversa sobre a alimentação 
e a importância das frutas para o estabelecimento de uma alimentação saudável) 
CHAMADA: Dança das cadeiras 
QUANTO SOMOS: Contar fichas 
LEITURA: A menina que não gostava de frutas (Cidália Fernandes) (Encenação com 
fantoches) 
LANCHE/HIGIENIZAÇÃO 
ATIVIDADE: Vídeo sobre hábitos saudáveis / Piquenique de comidas saudáveis / Atividade 
representativa. 
 
 
 
Diário de Campo (30/05/2018) 
 
 Como seria o nosso último dia com eles, buscamos observar mais atentamente o 
desenvolvimento das crianças, o que aprenderam durante esses dias, o que gostaram ou não de 
fazer. Pensando nisso, incentivamos a cantarem as músicas que haviam aprendido conosco, e 
logo começaram a cantar a música do “jacaré”, seguindo espontaneamente toda a coreografia. 
Essa canção era pedida e cantada por eles na maior parte dos dias, foi uma das mais 
significantes, que despertava maior entusiasmo e atenção por parte delas. 
 No momento da história, que fala sobre a importância das frutas, buscamos criar um 
clima diferenciado na sala. Apagamos as luzes, fechamos a porta e todas a janelas, deixando a 
sala escura, para que a história fosse contada sobre a luz de uma lanterna. Na medida que os 
personagens (bonecos de papel) iam aparecendo e conversando com as crianças, elas não 
conseguiam se conter, levantavam, aproximavam-se e gritavam com os personagens. Após uma 
conversa e tentando acalmar as crianças, a história prosseguiu de forma um pouco mais leve. 
Terminando a contação da história, pedimos para que as crianças recontassem, e parte delas 
participaram, cada uma comandando um personagem diferente (Foto 31). 
 Foi perceptível que todos estavam gostando de interagir, C 20 estava quieto, parecia 
encantado com o momento, e as crianças iam desenvolvendo a história, apresentando os 
personagens. E para as crianças ouvintes, a experiência também parecia interessante, C 19 
levantou várias vezes para falar com os personagens da história, questionando-os e fazendo 
provocações. Tudo isso nos fez compreender que para grande parte das crianças aquele 
momento estava munido de significados, de descobertas. 
 Levando em consideração a especificidade desta última aula, colhendo os aprendizados 
e resultados adquiridos durantes os dias de regência, entregamos a cada crianças uma folha de 
papel A4 (sem pauta) pedindo que registrassem qual atividade ou momento que eles mais 
gostaram ou foi significativo durante esses dias de regência. Com base em Lima e Carvalho 
(2008) escolhemos o desenho como método avaliativo por revelar o que as crianças sabem 
sobre o objeto ou assunto explorados nos últimos dias, demonstrando os seus conhecimentos 
por meios ilustrativos, que servirá de relatório, um documento repleto de significados. 
 Para que pudéssemos colher os resultados e compreender tudo o que estava sendo 
desenvolvido pelas crianças, perguntamos a cada uma delas o que haviam produzido e 
obtivemos várias ideias e imaginações, como sol, chuva, rocha, trovão, boneco, peixe, pepa, 
pirulito, filha, zumbi…; ressaltamos aqui a produção de c3 que foram os piolhos (Foto 37), 
 
 
apesar de depois dizer que eram aranhas; a de c12 que foi a representação de sua mão (Foto 
38), retomando as atividades dos sentidos e do corpo humano; e a de c10 das frutas (Foto 36), 
que foram trabalhadas junto da alimentação saudável. Ao perguntar o porquê de desenhar frutas, 
c 10 respondeu: “porque eu gosto”. 
 
4.8 Avaliação 
 
É perceptível, através dos momentos de observação, que as crianças estavam 
acostumadas com um dia de aula em torno de brincadeiras e atividade de pintura, que não eram 
desenvolvidas em uma sequência e horários determinados. Portanto, com o início da regência 
e estabelecimento de uma nova rotina (agora baseada em atividades diversificadas), 
desenvolveu-se na turma um princípio maior de organização, onde as crianças, no decorrer dos 
dias, foram compreendendo que aquela rotina tinha uma função, e que todas as atividades 
realizadas em sala seguiam uma sequência determinada e com horários estabelecidos. Podemos 
constatar essa perspectiva na fala de c14, uma das crianças que em um determinado momento 
de aula questionou “Depois é hora de lavar as mãos né?”, nos fazendo perceber que elas 
estavam a entender essa noção. Além disso, as crianças passaram a ressaltar com menos 
intensidade as brincadeiras, compreendendo que outras atividades, tão significativas quanto o 
brincar estavam fazendo parte da nossa rotina. 
Percebemos também a redução da indisciplina e uma maior compreensão das crianças 
acerca da obediência, da espera, da necessidade de participar e de respeitar. Por meio das 
atividades, principalmente as recorte e colagem, as crianças aumentaram o seu nível de 
concentração, reduzindo o barulho constante e dedicando-se mais intensamente e 
prazerosamente ao novo objeto de conhecimento. Trabalhar de maneira expositiva, utilizando 
objetos e imagens para demonstração ampliou todos esses princípios, e possibilitou às crianças 
uma maior reflexão do momento, levando-as a observarem-se mais, a falar de si mesma, dos 
seus movimentos, do seu corpo e das suas relações. 
Por meio da chamada, e da entrega de fichas com o nome das crianças no momento 
atividade (para que reproduzissem como sabiam) percebemos uma evolução das crianças no 
reconhecimento das letras e do próprio nome. Inicialmente, a maior parte delas não conseguiam 
reconhecer nem mesmo a primeira letra que compunha o seu nome, tendo dificuldades de 
encontrar sua ficha no momento da chamada. Porém, com a fixação desse momento na rotina, 
as crianças passaram a reconhecer o nome com mais precisão, reconhecendo a primeira letra 
que o compõe. 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O estágio é um campo de descobertas, de pesquisa, de ação e reflexão da realidade 
educacional do país, das especificidades das escolas, dos alunos e da gama de profissionais que 
enfrentam todos os dias os desafios que compõem esse âmbito. Durante o período em que 
atuamos, assumindo o papel de educadoras, vários problemas e dificuldades de caráter 
institucional e pessoal surgiram, entre eles, a disparidade de trabalhar em uma turma de 
educação infantil que não tem uma sala única e exclusivamente para essa modalidade de ensino. 
A sala era neutra, sem livros, brinquedos, exposição de atividades realizadas, cantinhos ou 
qualquer outro material que devia fazer parte do cotidiano das turmas de educação infantil. 
Nesse ambiente, a única coisa adequada eram as mesas e carteiras, que tinham um tamanho 
apropriado para as crianças. 
Levar materiais como calendário, quantos somos, chamadinha (foto 27) e (Foto 35) 
varais para expor as atividades realizadas, ou fixar a rotina por meio de imagens,

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