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Apostila Casos e Cartas revisada

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Casos
, cart
as 
e cam
inhos
Reflex
ões e 
propo
stas p
ara 
crianç
as de
 1 a 2
 anos
.
Prefeito Municipal de São José dos Campos
Carlinhos Almeida
Secretário Municipal de Educação
Luiz Carlos de Lima
Secretária Adjunta de Educação
Márcia Helena Guimarães Vanzella
Diretora do Departamento de Educação Básica
Vera Lúcia Gualtieri Machado
Chefe da Divisão de Educação Infantil
Márcia Valéria Santos Martins Toledo
Revisão 
Coordenadoria Pedagógica de Educação Infantil
Diagramação
Daniel Cruz
Coordenadoria de Publicações Técnicas
Impressão 
Gráfica SME
2016
Casos, cartas e 
caminhos
Reflexões e propostas para crianças de 1 a 2 anos.
3
Sumário
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------
Caso 1 – Cantos e Diversificado -----------------------------------------------------------------
Caso 2 – Momento da Saída ----------------------------------------------------------------------
Caso 3 – Organizando a rotina: gestão do tempo -------------------------------------------
Caso 4 – Momento da Roda -----------------------------------------------------------------------
Caso 5 – Âmbitos de Experiência ----------------------------------------------------------------
Caso 6 – O uso da TV/DVD ------------------------------------------------------------------------
Caso 7 – Atividades na Área Externa -----------------------------------------------------------
Caso 8 – Momentos da Rotina --------------------------------------------------------------------
Caso 9 – A Sala de Leitura para Bebês --------------------------------------------------------
Elaboração ---------------------------------------------------------------------------------------------
7
9
18
26
33
41
50
59
69
79
82
5
Introdução
O trabalho com crianças de 1 a 2 anos é novo nas unidades escolares em período parcial e, por essa razão, envolve 
múltiplos saberes para a compreensão integral da criança desta faixa etária. Sendo assim, esse trabalho deve contemplar as 
principais questões com as quais se deparam os profissionais capacitados para o atendimento a essas crianças.
Surgem, nesse contexto, as primeiras indagações: Quem é a criança com a qual iremos trabalhar? Quais são as 
características comuns dessa faixa etária? O que mais atrai a atenção dessas crianças? Quais os conhecimentos adquiridos 
que os adultos deverão dispor para a mediação do desenvolvimento dessas crianças? Quais as ações que deverão 
mobilizar a atuação desses profissionais para o atendimento a esta faixa etária?
Além de fascinante, o trabalho com esta faixa etária abre caminhos para o conhecimento do novo, traz inúmeras 
descobertas e possibilidades de aprendizado. Sendo recente nas escolas em período parcial, o trabalho com estas crianças 
deve ser bem planejado, avaliado e reestruturado a fim de atender satisfatoriamente às suas reais necessidades.
Motivados pelo desejo de atender melhor a clientela de 1 e 2 anos, sentimos a necessidade de repensar estratégias 
para um estudo dinâmico voltado a esse grupo específico de crianças. Num primeiro momento, surgiu a ideia da 
elaboração de cartas escritas pelo grupo de orientadores de escola, endereçadas aos profissionais que atendem a esta faixa 
etária, como forma de auxiliá-los em sua prática diária. Optou-se, então, pelo estudo de casos, com a proposta de 
identificar os questionamentos e as incertezas deste trabalho, promover a reflexão da realidade, desenvolver argumentos e 
possíveis encaminhamentos para a resolução de cada caso.
Dessa forma, a escrita de cartas pedagógicas pelos orientadores e pedagogas - Rede Direta e Conveniada - teve o 
propósito de reunir todo o conhecimento adquirido ao longo dos encontros de formação, no ano de 2014, bem como 
socializar as experiências do cotidiano dos Institutos Materno Infantis (IMIs), Centros de Desenvolvimento Infantil 
(CEDINs) e Centros Comunitários de Convivência Infantil (CECOIs), com atendimento a esta faixa etária em período 
integral. Ao todo, foram oito encontros de interação entre as equipes de orientadores de escola e orientadores de ensino 
da Divisão de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, possibilitando a troca de ideias, a discussão e a 
reflexão de práticas desenvolvidas.
O presente documento trata-se de um projeto de construção coletiva, cuja dinâmica dos encontros de formação 
7
com os orientadores de escola realizado pela Coordenadoria da Educação Infantil possibilitou, inicialmente, a escrita de 
cartas em pequenos grupos. Na sequência, foram realizados os ajustes durante o processo de elaboração das cartas. Em 
razão disso, “Casos, Cartas e Caminhos” é uma produção coletiva que vai assinada em nome dos orientadores de 
escola. É, também, subsídio e referência, uma vez que os diferentes casos estudados se transformam em temas para as 
cartas pedagógicas que são caminhos para a melhoria do trabalho.
Espera-se que a leitura reflexiva do conjunto dessas cartas produza interlocuções que movam cada vez mais à 
busca por novos saberes e ao desejo de aperfeiçoamento profissional.
Casos, Cartas e Caminhos representa o esforço de muitos em prol de um objetivo comum. A oportunidade do 
trabalho compartilhado evidencia o quanto podemos aprender uns com os outros e, nesse sentido, o quanto podemos 
contribuir efetivamente para a prática do professor em seu ambiente de trabalho junto as crianças.
 Divisão de Educação Infantil
8
Caso 1 – Cantos e Diversificado
Você chegou a uma nova Unidade Escolar e se 
deparou com a seguinte situação que vem ocorrendo nas 
salas dos berçários II e infantis I: os professores 
entendem o trabalho com os cantos da mesma forma 
como ocorre no diversificado nas salas dos infantis II, pré 
I e pré II.
Escreva uma carta em forma de contribuição 
pedagógica que os oriente sobre esse momento.
9
Carta 1 
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Caras professoras do Berçário II e Infantil I,
Depois de conhecer a unidade escolar, a rotina e vocês, nos sentimos à vontade como parceiras para a troca de 
experiências com o grupo.
Gostaríamos de agradecer pela maravilhosa acolhida, pois ao chegarmos nessa nova unidade fomos muito bem 
recebidas. Neste pouco tempo em que estivemos juntas, percebemos quanto este grupo é envolvido e comprometido 
com o trabalho desenvolvido junto aos bebês, pois trabalhar com os pequenos requer muita vontade, disposição, alegria, 
entusiasmo e dedicação.
Analisando atentamente a rotina da sala de aula, especificamente os cantos, observamos algumas questões que 
devem ser revistas para que não se faça do Berçário II e Infantil I salas do Infantil II, Pré I e Pré II. Por isso, apresentamos 
algumas orientações pontuais quanto ao trabalho com Cantos nestas salas.
Diferentemente do momento do diversificado, que acontece no Infantil II, Pré I e Pré II, com duração de 30 a 40 
minutos, no Berçário II e Infantil I a proposta deve ser em Cantos, durante toda a permanência da criança na escola. 
De acordo com a Proposta Curricular para Berçários, Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos 
(SME/DEI),
A organização dos espaços da sala de aula em cantos é importante, porque afeta tudo o que a criança faz, interfere na 
percepção que ela tem da realidade, modifica a maneira como utiliza os materiais, influencia sua capacidade de escolha e 
transforma as interações com as outras crianças, com os adultos que estão com elas na creche ou na escola e com os seus próprios 
pais. (SME/DEI, 2009, p.77)
Sendo assim, os Cantos devem estar organizados considerando o caráter lúdico e valorizando mais a qualidade da 
interação do que a quantidade das propostas, tendo em vista as características da faixa etária. 
As propostas devem ter intencionalidade educativa, norteada por um ambiente de interação e exploração entre 
alunos, educadores, objetos e materiais utilizados, podendo ser individual ou conduzida peloeducador e demais adultos, 
10
acontecendo, por exemplo, situações de contação de histórias, atividades de pintura, de construção, de exploração, de 
música ou movimento simultaneamente. 
É importante que ao planejar esses Cantos vocês, professores, tenham em mente que:
Ÿ São apresentados na acolhida e ficarão à disposição das crianças, durante todo o período em que elas 
permanecerem na escola, compondo o trabalho efetivo da sala (da diversidade, da exploração).
Ÿ Devem ser planejados de forma que favoreçam experiências e facilitem a aprendizagem das crianças de acordo 
com a observação atenta das preferências das mesmas, considerando novos desafios e respeitando a liberdade 
de escolha.
Ÿ São delimitados pela organização do espaço físico, mas flexível pelas propostas, sendo planejados em qualquer 
espaço existente para que haja aprendizagem.
Ÿ Todos os adultos presentes na sala devem estabelecer, através do planejamento, a interação com um grupo ou 
uma criança, de forma a interagir com as crianças e com as propostas, seja brincar junto na cozinha, na pista de 
corrida, na pintura, etc.
Ÿ Os Cantos devem ser organizados e reorganizados considerando os interesses e necessidades das crianças. 
Esperamos que essas orientações possam ajudá-las a refletirem sobre a prática nos Berçário II e Infantil I. 
Colocamo-nos a disposição para trocarmos experiências nessa caminhada enquanto educadoras. 
Um grande abraço,
Orientadores de Escola
Carta 2
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Queridos professores,
Foi com imenso prazer que acompanhamos e participamos do momento da acolhida envolvendo os Cantos. 
Durante o período em que estivemos juntos, constatamos o quanto o trabalho de vocês foi aprimorado, como: a 
organização dos Cantos que contemplam as faixas etárias, a acolhida e o respeito com as crianças e o empenho em buscar 
sempre propostas interessantes que contemplem a aprendizagem dos nossos pequenos. 
Deixamos nossa contribuição em relação ao momento dos Cantos. Observamos que, em dado momento, vocês 
11
encerraram a atividade e em seguida determinaram que todas as crianças sentassem para a próxima proposta, assim como 
ocorre no Infantil II, Pré I e Pré II na hora da roda de conversa, da música, da história e, que também se uma delas se 
dispersasse ou quisesse voltar a manusear os materiais dos Cantos, a mesma era solicitada constantemente para que 
participasse como os demais colegas.
É importante saber que, para o Infantil II, Pré I e Pré II o diversificado possui um tempo determinado, cerca de 45 
minutos, e nos Berçário II e Infantil I, os Cantos devem estar disponíveis durante todo o período. No diversificado, as 
crianças trabalham com atividades já conhecidas por elas, aprimorando procedimentos adquiridos, não necessitando da 
intervenção direta do professor. Já no Berçário II e Infantil I, o trabalho com Cantos é fundamental e requer a presença e a 
interação do professor e do educador constantemente, conversando, brincando, estimulando, estreitando laços de 
afetividade com as crianças.
Sabemos que quanto menor a faixa etária, mais a criança precisa de uma atenção individualizada em seus interesses 
e necessidades. 
Ressaltamos a importância da exploração contínua dos Cantos, ou seja, esses espaços precisam estar “abertos” e 
“prontos” ao longo do período, onde as crianças tenham a liberdade de interagir com os materiais, desenvolvam a 
autonomia, a capacidade de iniciativa e estabeleçam relações sociais, objetivos primordiais nessa faixa etária. 
Portanto, no trabalho, não devemos esperar que todas as crianças participem ao mesmo tempo das mesmas 
propostas, contando com estratégias de trabalho em pequenos grupos e dividindo tarefas com o educador. 
Colocamo-nos à disposição para qualquer dúvida e esclarecimento.
Com apreço,
Orientadores de Escola 
Carta 3
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Professora,
Foi muito bom passarmos a manhã junto a você e seus alunos. Pudemos observar as crianças e as diferentes 
estratégias que utilizou em sua rotina. Notamos que, nos Cantos, as crianças brincavam livremente, escolhiam as 
atividades e as brincadeiras que queriam participar e os educadores atuavam como observadores, pouco interagiam com 
as crianças e só mediavam os conflitos. Ao final dos quarenta minutos, todo o material foi recolhido e algumas crianças 
sentaram na roda, outras não, houve aquela que queria ficar no cantinho do quarto do bebê e foi trazida pela mãozinha, até 
que todas, sem exceção, estivessem na roda, como ocorre no momento do Diversificado, na rotina do Infantil II, Pré I e 
12
Pré II.
Nesta ocasião, as crianças ficaram agitadas, algumas choraram, outras entraram em conflito com seus colegas, 
uma ou outra ficou emburrada e mal participou da roda, enfim, houve muita agitação neste momento. Para o 
Berçário II e Infantil I, a estratégia mais adequada, é a de propor os Cantos durante toda a rotina de trabalho, 
minimizando a agitação e o estresse das crianças, uma vez que elas podem atuar nas áreas de seu interesse, interagindo 
entre si, com os adultos e com os objetos. É fundamental, que você, professora, faça um planejamento para esses 
Cantos com propostas interessantes, desafiadoras e lúdicas. O ambiente físico afeta tudo que a criança faz, interfere 
na percepção que ela tem da realidade, modifica a maneira como utiliza os materiais, influencia sua capacidade de 
escolha, favorece as interações com as outras crianças e com os adultos que estão com ela. Portanto, os Cantos devem 
ser organizados de modo a ficarem abertos e ao mesmo tempo delimitados com móveis baixos, tapetes, etc., 
propiciando que o adulto acompanhe a participação das crianças e para que elas possam visualizá-lo, mesmo estando 
longe, oferecendo também proteção e privacidade. No Berçário II e Infantil I, o trabalho é mais individualizado e em 
pequenos grupos, e a organização dos Cantos contemplam a característica e necessidade das crianças. 
Os Cantos funcionam simultaneamente e, em diferentes momentos você interage com as crianças em algum 
deles. Aqueles que desejarem podem estar ali com você e nada impede de convidar os demais, mas não obrigá-los. Por 
exemplo, na hora da história, as crianças que desejarem ficam com você no espaço do cantinho da leitura, muitas 
vezes, elas podem se levantar e caminhar para outro canto da sala. Não se incomode com isso, o professor deve ter a 
sensibilidade de compreender suas características, acolher sua individualidade e necessidades. É natural as crianças, 
dessa faixa etária, agirem dessa forma, mas em muitos casos, elas podem ouvir a história no espaço em que estão e 
podem até mesmo retornar ao cantinho. 
O desenvolvimento da identidade e autonomia, nessa faixa etária, é o objetivo central para o trabalho do 
professor. Devemos entender que a criança possui uma história de vida particular, que habita um lugar e se relaciona 
com objetos específicos. Nesse ponto, a presença de materiais que sejam próximos a sua realidade oferece maior 
personalização dos espaços e dos materiais. É importante que você coloque em sua sala brinquedos como: um 
telefone de verdade, mamadeiras, pratos, bonecas, carrinhos, ferro de passar, escova de cabelo, entre uma série de 
outros utensílios que fazem parte de seu repertório de vida.
Para qualificar ainda mais o espaço da sala de aula, sugerimos a leitura do Quadro de Referência para o 
Berçário, que consta na Proposta Curricular para Berçários, SME/DEI, 2009, p. 82.
A qualidade e organização dos Cantos são decorrentes da intencionalidade educativa. Sendo assim, deixamos 
13
algumas dicas para esse trabalho: 
Ÿ Estruturar e organizar continuamente a sala favorecendo o envolvimento das crianças nas brincadeiras, suas 
escolhas e a interação com os adultos.
Ÿ Reorganizar os espaços de tempos em tempos ou mudar a estruturação da sala para motivar ainda mais as 
crianças a interagirem no espaço com os objetos e comseus companheiros.
Ÿ Providenciar a higienização constante dos materiais usados pelas crianças. 
Ÿ Retirar o brinquedo que oferecer algum risco à criança por estar quebrado, com pontas, descolado, com peças 
pequenas que possam ser engolidas ou colocadas em orifícios.
Ÿ Utilizar materiais recicláveis para a construção de tapetes, brinquedos, móbiles e outros materiais para o 
manuseio e exploração das crianças. 
A participação dos educadores e professores no processo de interação nos Cantos é primordial para que ocorra de 
fato a socialização e a aprendizagem. A ação do adulto estimula e amplia o repertório da criança, mostra que é possível 
brincar de diferentes maneiras, possibilita que ela reconheça as possibilidades e reproduza do jeito dela e com as variações 
do seu gosto, repetindo o que mais gosta. A observação permite a aproximação e a compreensão das necessidades e 
desejos dos pequenos e, a partir dela, a intervenção e o planejamento das ações com mais segurança. É importante manter 
“certa” regularidade nas atividades com os pequenos, para que se apropriem do que estão aprendendo, e, à medida que 
aprendem podem querer repetir várias vezes.
Portanto, é fundamental criar contextos de exploração e de interação aos quais as crianças, como participantes 
ativas, tenham oportunidades de aprimorar seus comportamentos comunicativos e construir competências de natureza 
motora, afetiva e cognitiva. A atividade deve ter sentido, caráter de exploração, prazer e aprendizado, possibilitando a 
descoberta e o conhecimento. A criança pode se envolver em ações conjuntas que estimulem a comunicação e a 
construção de novos significados individuais e coletivos, na companhia de um adulto, atento e envolvido. 
Você professora, é a autora responsável em organizar o espaço e tornar o ambiente acolhedor e convidativo, tendo 
estratégias para transformar a atividade numa atmosfera de surpresa e descobertas. Fique à vontade para levantar dúvidas 
para juntas buscarmos mais conhecimentos sobre a importância e a função das propostas, onde iremos observar a ação da 
criança e possibilitar maior envolvimento delas nas atividades e, consequentemente, avanços na aprendizagem.
Orientadores de Escola
14
Carta 4
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Queridas professoras,
Como é bom ver o quanto vocês se dedicam e procuram fazer o melhor com a turminha que atuam. Sabemos que 
as crianças do Berçário II e Infantil I têm especificidades que devem ser contempladas no planejamento das propostas, 
visando o desenvolvimento coletivo e individual delas. 
Durante nossa visita, constatamos boas práticas nas salas de aula. Vimos o acolhimento aos pequenos, o respeito 
ao ouvi-los e a preparação do ambiente para acolhe-los com atividades e materiais de acordo com a proposta pedagógica 
da Rede Municipal de São José dos Campos. Contudo, observamos que o trabalho com os Cantos é distribuído e 
organizado da mesma forma que nas salas do Infantil II, Pré I e Pré II, isto é, no primeiro momento da aula as crianças 
podem explorá-los e, mm seguida, são oferecidas outras propostas relacionadas aos “eixos”, momentos esses, em que as 
crianças não podem mais interagir nos Cantos.
Os pequenos precisam de vários Cantos de vivência, mas, há que se considerar as características da faixa etária 
com a qual vocês trabalham.
Os objetivos dos Cantos no Berçário II e Infantil I e no Infantil II, Pré I e Pré II são muito diferentes, por isso o 
nosso olhar também deve ser diferenciado. Sendo assim, as crianças não devem ter um tempo determinado para 
participarem dos Cantos, e sim explorá-los o tempo todo, ao contrário do Diversificado, que tem tempo de duração 
determinado.
O trabalho com os Cantos no Berçário II e Infantil I tem como princípios a interação, os materiais, o tempo e o 
espaço. Partindo dessa concepção, acreditamos que a criança constrói o seu conhecimento através da exploração do 
espaço, dos materiais e com a interação que tem com as crianças e com os adultos. Contudo, o tempo de cada criança, não 
deve ser o tempo do professor. A organização das propostas devem fazer parte da rotina, mas cada criança terá o seu 
tempo e interesse em realizá-la. Para isso, os âmbitos de experiências estão inseridos nas propostas organizadas em cada 
Canto da sala, não devendo ser trabalhados com as crianças de maneira fragmentada, seguindo a hora relógio do 
professor.
Sabemos que, algumas de vocês, acreditam que, muitas vezes, os Cantos ficam cansativos, por serem os mesmos 
durante um semestre. Para isso, se faz extremamente necessário substituir alguns objetos e brinquedos, incrementar, ou 
até trocá-los com mais frequência, podendo ser com a colega da outra sala, pois esta organização é fundamental para o 
15
desenvolvimento das crianças. Não se esqueçam que, o que nos garante saber o que propor e quais materiais 
disponibilizar nos Cantos está intimamente ligado às observações das necessidades de cada criança.
 A ação do professor com as crianças pequenas se dá desde o planejamento até a organização dos materiais que 
serão disponibilizados à eles e, não necessariamente numa ação pontual o tempo todo. Quando uma criança está 
começando a andar, e o educador com um olhar atento lhe oferece brinquedos ou objetos que lhe garantam apoio para a 
marcha, isto já é uma intervenção.
Sabendo disso, que tal olhar para sua rotina tendo como foco a criança e suas individualidades?
Para saber mais, sugerimos que consulte a Proposta Curricular para Berçários, p. 57–73.
Em caso de dúvidas, estaremos à disposição.
Grande abraço, conte conosco.
Orientadores de Escola 
IMI “Marilda Ferreira Brito Barros Pereira” IMI “Marilda Ferreira Brito Barros Pereira”
IMI “Marilda Ferreira Brito Barros Pereira” CEDIN “Amália Bondesan dos Santos”
16
CECOI “Célio Lemos”
CECOI “Célio Lemos”
CEDIN “Amália Bondesan dos Santos” EMEI “Profª Maria Alice Pasquarelli”
17
Caso 2 – Momento da Saída
Você chegou a uma nova Unidade Escolar e se deparou com 
a seguinte situação que vem ocorrendo nas salas do Berçário II e 
Infantil I: os professores ao final do período “fecham” os cantos 
para iniciar a preparação da saída: oferecem uma caixa com alguns 
poucos brinquedos, sentam as crianças numa roda para cantar 
músicas e entregam blusas, agendas, mochilas.
Escreva uma carta em forma de contribuição pedagógica 
que os oriente sobre esse momento. 
IMI “Marilda Ferreira Brito Barros Pereira”
18
Carta 1
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Queridas professoras,
Sentimo-nos muito acolhidos pelo grupo escola. Na expectativa em poder contribuir na ação pedagógica da 
Unidade Escolar, pontuamos algumas considerações sobre a rotina, a partir da observação e acompanhamento da prática. 
Sabendo que o período da saída demanda atenção e cuidado com os diferentes fazeres é fundamental o 
planejamento antecipado deste momento para que tudo ocorra de maneira tranquila, a fim de evitar “tempo de espera” 
que seja ocioso para as crianças.
 A criança de Berçário II e Infantil I tem, por característica, um dinamismo contínuo na participação e interesse nas 
atividades em curtos períodos de tempo e, por esta razão, a organização das salas em Cantos e a seleção de materiais 
auxiliam e favorecem a manipulação, a exploração e a interação da criança com outras crianças e da criança com os adultos.
Ressaltamos que os Cantos, “abertos” durante todo o dia, configuram a livre participação das crianças aliados a 
outras atividades que também podem ser oferecidas como músicas, caixa de brinquedos, sucatas, entre outros, uma vez 
que são alternativas eficazes para interação na hora da saída.
A organização de materiais como blusas, agendas, mochilas e o atendimento aos pais devem ser feitos 
simultaneamente sem prejuízos à criança, sendo combinado previamente entre os adultos o papel de cada um para este 
momento.
Segundo, Hohmann e Weikart (1997, apud Proposta Curricular para Berçários, 2009,p.76), “definir áreas de 
interesse é uma maneira concreta de aumentar as capacidades de iniciativas, autonomia e estabelecimento de relações 
sociais das crianças”.
Professora, sabemos do seu empenho em buscar qualidade para o seu trabalho e que ajustes são necessários.
Colocamo-nos à disposição para ajudá-la na reestruturação deste momento da sua rotina.
Atenciosamente,
Orientadores de Escola
19
Carta 2
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Querido educador,
Fomos muito bem recebidos pelo grupo e gostaríamos de contribuir com o seu desenvolvimento profissional.
Foi muito bom acompanharmos o encerramento do período de aula em sua turma essa semana.
Achamos muito interessante a roda de música, porém as crianças seguravam suas mochilas e agendas, o que 
limitou seus movimentos. Sugerimos que esses objetos sejam entregues aos pais para que as crianças possam dançar além 
de cantar, tendo em vista que o repertório é empolgante. 
Observamos também que os cantos estavam fechados e haviam poucos brinquedos disponíveis. Importante que 
você, além de manter os Cantos abertos, proporcione mais opções que complementem os Cantos, garantindo às crianças 
a oportunidade de brincar antes de irem embora, de acordo com os seus interesses. 
A diversidade de opções e quantidade de objetos favorecem a tranquilidade e minimizam as situações de conflitos 
entre as crianças no tempo de espera da saída.
Sugerimos que combine com sua equipe a prévia organização dos materiais, roupas e agendas, para que no 
momento de entrega das crianças possa estar disponível um adulto interagindo com as crianças nos Cantos e outro 
recepcionando os responsáveis e orientando, caso haja alguma ocorrência.
Orientamos a leitura da Proposta Curricular para Berçários, (SME/DEI, 2009) p.53, para qualificar, ainda mais, o 
seu planejamento. 
Colocamo-nos à disposição para planejarmos esse momento em nossas próximas formações.
Com carinho,
Orientadores de Escola
20
Carta 3
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Querida professora Alessandra, 
Observando a sua sala de aula, vimos que o ambiente está muito bem organizado, com os Cantos adequados à 
faixa etária, as propostas atrativas favorecendo a interação do grupo com os objetos e com os demais colegas. As crianças 
já se adaptaram ao espaço fazendo suas escolhas e desenvolvendo as propostas com tranquilidade.
Em relação ao horário de saída, notamos que fecha os Cantos e concentra os alunos na roda. Esta proposta 
coletiva é mais adequada para crianças maiores, pois com os pequenos gera certa inquietação entre as crianças, que já 
estão ansiosas para a chegada de seus pais e não conseguem ficar sentadas em roda. Devemos assim, evitar o tempo de 
espera ocioso que não atende às necessidades de nossos bebês. 
Todos os momentos da rotina devem ser garantidos com propostas planejadas, inclusive o da saída. Por isso, é 
importante que você mantenha os Cantos da sala à disposição das crianças na rotina como um todo, assim contribuirá 
para que não fiquem tão agitadas podendo fazer suas escolhas e, que o momento da saída seja mais tranquilo. Você poderá 
propor uma roda de música ou uma brincadeira, mas concomitante ao funcionamento dos Cantos. 
Outra dica é, aproximando-se o horário da saída, um adulto organiza as blusas, as agendas e as mochilas, enquanto 
o outro interage com as crianças. Essa movimentação já indica um MARCO para os pequenos que é o momento da saída. 
A saída também é um momento de comunicação e criação de vínculo com a família. Despedir-se de modo 
afetuoso, informar as ocorrências do dia são ações necessárias. Consulte outras considerações importantes na p. 53, da 
Proposta Curricular para Berçário, (SME/DEI, 2009).
Esperamos ter contribuído no desafio de trabalhar com essa faixa etária, tão nova para todos nós aqui na EMEI. É 
na discussão, tentando, errando e acertando, retomando e compartilhando desafios que conseguiremos melhorar nossa 
prática e atender, da melhor forma, as nossas crianças!
Qualquer dúvida, voltamos a conversar, ok!
Um abraço,
Orientadores de Escola
Para saber mais, consulte:
- CARVALHO, Ana Carolina et al Para planejar bem o brincar Revista Avisa lá, São Paulo, Ano VIII, nº 34, abril de 2008.
- PROCOPIO, Kathy Rodge O brincar na escola Revista Avisa lá, São Paulo, Ano X, nº 43, p. 9 a 15, agosto de 2010.
21
Carta 4
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Olá professora Gabriela,
Durante o período em que estivemos observando sua sala, percebemos o quanto você respeita e cuida das 
crianças. Ficamos felizes ao ver tanto carinho com os pequenos e tanta alegria espalhada pelo ar nesta sala de Berçário II e 
Infantil I. Que bom trabalhar com pessoas que amam o que fazem. Parabéns! No entanto, a partir de nossas observações 
temos algumas orientações pedagógicas que poderão favorecer, ainda mais, seu trabalho diário com as crianças e sua 
interação. Nessa faixa etária é muito importante que as crianças possam brincar juntas, interagindo o tempo todo; elas 
gostam de escolher o que fazer e usam isso a favor da aprendizagem, por isso, organizamos os espaços em Cantos. 
Esta organização é importante, pois afeta tudo o que a criança faz, interfere na concepção da realidade, modifica a 
maneira como utiliza os materiais, influencia sua capacidade de escolha e transforma as interações com as outras crianças 
e com os adultos que estão com ela na escola. (SME/DEI, Proposta Curricular para Berçários, 2009, p. 77) As crianças 
pequenas estão começando a conhecer o mundo e a estabelecer as primeiras aproximações com ele. Por isso, você pode 
usar a roda com propostas interessantes, como contar histórias com diferentes recursos, cantar, dançar, ouvir músicas, 
brincar com fantoches e dedoches, utilizar a “caixa surpresa”, enfim, explorar possibilidades nas quais as crianças possam 
se expressar e interagir. Pedir que todas as crianças permaneçam sentadas em roda, na mesma atividade e com a mesma 
postura física, contraria o princípio de respeitar as características da faixa etária e de favorecer as escolhas individuais que 
ajudam na construção de sua autonomia. Por isso, no momento em que você propõe atividades em roda, é preciso manter 
outros Cantos à disposição daqueles que não quiserem participar. Nesse caso, outro adulto deverá permanecer nos 
Cantos acompanhando aqueles que escolheram não participar da roda. Para os pequenos, é importante que as atividades 
coletivas sejam introduzidas aos poucos.
Outro aspecto relevante observar são as propostas para esses momentos, pois a chamada, a contagem dos 
presentes e o uso do calendário não são atividades adequadas para crianças tão pequenas. A chamada não é relevante, pois 
neste momento o foco é na identidade e não na leitura e escrita do nome. Não há necessidade de a criança identificar 
cartões com fotos e nomes. Quanto ao uso do calendário e a contagem das crianças, é importante saber que situações 
cotidianas já oferecem oportunidades privilegiadas para se familiarizarem com ideias matemáticas como as histórias, os 
22
jogos e as brincadeiras. 
Observamos também que, no final do período, você “fecha” os Cantos para preparação da saída, oferecendo às 
crianças caixas com alguns brinquedos, sentando-as numa roda para cantar músicas e entregando suas blusas, agendas e 
mochilas. Elas ficam com um tempo de espera desnecessário, ansiosas pela chegada dos pais e isso favorece situações de: 
mordidas, arranhões, choros e empurrões. A continuidade do trabalho nos Cantos com atividades e brincadeiras 
interessantes, favorece a permanência de um ambiente tranquilo e seguro até que todos os pais cheguem. O horário da 
saída deve ser bem planejado com intervenção e acompanhamento de outro adulto, mantendo os Cantos “abertos”, 
evitando tempo de espera ocioso, enquanto você organiza os materiais das crianças e atende aos pais. Temos certeza que, 
seguindo essas orientações, você utilizará ainda melhor as estratégiasdisponíveis para o trabalho com os pequenos, sendo 
os Cantos uma das mais eficientes.
Se houver dúvidas, estamos à disposição para lhe ajudar a qualquer momento. Vamos trabalhar unidas, pois juntas 
somos melhores! 
Com carinho,
Orientadores de Escola
Carta 5
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Olá, Maria,
Esperamos que esteja tudo bem com você! Como gostamos de ver o seu envolvimento com as crianças e, o seu 
carinho e dedicação ao realizar as atividades. Ontem, observamos o horário de saída de sua turma e alguns pontos nos 
chamaram atenção. Gostaríamos de deixar algumas sugestões que podem ajudar na sua prática, para que esse momento 
transcorra de forma mais tranquila e harmoniosa.
As crianças, nesta fase, estão em constante movimento, querem explorar o ambiente e interagir com o outro e, isso 
também deve ser proporcionado no momento da saída. Quando as crianças estão envolvidas em uma proposta o tempo 
23
1 BARBOSA, Maria Carmen & HORN, Maria da Graça Souza Projetos Pedagógicos na Educação Infantil Ed. Artmed, Porto Alegre:2008
de espera se torna menos cansativo e mais prazeroso para elas.
A organização dos espaços da sala de aula em Cantos é importante porque interfere em tudo o que a criança faz, 
influencia na sua capacidade de escolha e transforma as interações com outras crianças. “...O espaço bem planejado 
1funciona como um educador auxiliar.” (Barbosa, 2008)
Considerando as características da faixa etária, pensamos em algumas estratégias que podem te ajudar a qualificar 
esse momento. É importante propor atividades que as crianças possam realizar com autonomia. Um espaço bem 
montado possibilita às crianças independência com relação aos adultos e a interação com o outro. Para os pequenos o 
espaço é tudo. Nele está contido um dos princípios que regem uma boa rotina “... a diversificação dos espaços permite à 
criança experimentar o mundo de diversas perspectivas fazendo dessas vivências uma aprendizagem ativa”. 
(FORMOSINHO,1997 apud SME/DEI, 2009, p. 76).
Sendo assim, é fundamental que você mantenha os Cantos abertos, pois as crianças gostam muito de explorar os 
materiais e descobrir coisas sobre eles e sobre si mesmas. O manuseio dos materiais disponíveis nos Cantos é, por si só, 
atrativo para criança.
Outra possibilidade é disponibilizar alguns materiais, como animais, bonecas e bonecos, carrinhos, jogos de 
construção, ferramentas, materiais não estruturados (sucatas), jogos de encaixe, brinquedos sonoros, etc., para serem 
utilizados neste momento. Para que haja um efeito surpresa, despertando assim o interesse das crianças, é preciso garantir 
regularmente a substituição dos mesmos.
Deve-se atentar para garantir que a quantidade de brinquedos e materiais disponíveis seja suficiente para atender a 
todas as crianças presentes no dia. Isso não quer dizer que todas estarão utilizando os brinquedos dispostos ao mesmo 
tempo, muito pelo contrário, é mais uma opção paralela aos Cantos. Deve-se também ter o entendimento de que o fato da 
criança não estar realizando a atividade proposta pelo professor, não quer dizer que não esteja atenta ao que está 
acontecendo ao seu redor. Ela precisa, a todo momento, ter possibilidade de escolhas devido às características de sua faixa 
etária. A reorganização do espaço, ao final do período, não pode desconsiderar as necessidades das crianças.
É importante também que os pertences como mochilas, agendas e blusas das crianças estejam previamente 
organizados e dispostos, de modo que, o responsável possa retirá-los de maneira autônoma e organizada. Por exemplo, 
definir e identificar previamente o local onde ficam as mochilas e comunicar aos pais, por meio da agenda, mural de avisos 
24
da sala, fotos ou nas reuniões de pais. Dessa forma, você estará mais disponível para dar atenção à criança no momento da 
saída, acolher bem aos pais, certificar-se dos responsáveis pela retirada do menor e despedir-se de maneira afetuosa.
Acreditamos que com essas sugestões você terá disponibilidade para realizar um momento de saída mais tranquilo 
e seguro. Na Proposta Curricular para Berçários, você poderá encontrar mais sugestões na p. 53.
Esperamos ter contribuído, significativamente, para melhorar ainda mais esse momento em sua rotina. Caso sinta 
necessidade, ou tenha alguma dúvida, estamos à disposição.
Um abraço,
Orientadores de Escola
“Mesmo sendo o segundo ano do Vinícius na escola, o momento de buscá-lo ainda é de grande 
expectativa para mim. É sempre um momento muito gostoso, pois vamos nos rever depois de um 
longo dia longe um do outro. 
Desde a entrada na escola, onde os guardas nos recepcionam, até a porta da sala dele, sempre 
são impressões muito agradáveis que tenho! Ele nunca está no portão da sala esperando a nossa 
chegada. Ele sempre está em atividade ainda, mesmo que seja 16h45, e muitas vezes quer que eu 
entre na sala para ver com o que ele estava brincando, ou quer que eu sente na roda para terminar 
de ouvir as histórias da Professora Joelma. Em seguida, ele ajuda a Dalva ou a Lourdes a buscar 
sua bolsa no banheiro, a chupeta, a garrafinha de água e, por último, a agenda. 
Nas últimas semanas tem sido mais legal ainda, pois ele me conta como foi o seu dia, se ele 
brincou, se chorou, o que ele comeu. Vale destacar que ele está sempre com as roupas limpas e a 
fralda trocada no momento da saída.
Obrigada.”
Ellen Mayra F. F. A. G. Santos
Mãe do Vinícius Frank dos Santos – BII
IMI Marilda Ferreira de Brito Barros Pereira
Depoimento da mãe
IMI “Marilda Ferreira Brito Barros Pereira”
25
Caso 3 – Organizando a rotina: gestão 
do tempo
Você chegou numa nova Unidade Escolar e se deparou com 
a seguinte situação que vem ocorrendo nas salas do Berçário II e 
Infantil I: os professores organizam a sua rotina cronometrando 
cada momento: 10 minutos para a história, 10 minutos para a roda 
de conversa, 20 minutos para o eixo, 20 minutos para a troca e 
banheiro, dois horários de 30 minutos de parque, entre outros...
Escreva uma carta em forma de contribuição pedagógica 
que os oriente sobre esta organização.
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Carta 1
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Professores do Berçário II e Infantil I,
Gostaríamos de ressaltar o quanto o trabalho que desenvolvem com as crianças do Berçário II e Infantil I é 
significativo para o desenvolvimento de todas e de cada uma delas, que trazem consigo, além das características da faixa 
etária, suas histórias, experiências e grande potencial para se desenvolverem.
Considerando os aspectos tempo, espaço, materiais e interação, o planejamento para os berçários deve atender as 
especificidades e necessidades da criança. 
Uma questão muito relevante é a distribuição do tempo didático e das propostas, sendo que há situações que 
dizem respeito ao andamento da rotina da escola, como alimentação e parque que têm o horário estipulado e para as 
demais propostas não há hora relógio. 
O planejamento do professor deve compor suas ações e não o horário, o trabalho com cantos se torna 
fundamental nesse processo, pois este acontecerá durante todo o período em que as crianças estiverem em sala, 
possibilitando que as mesmas tenham interação com os materiais, colegas, professor e educador de acordo com seus 
interesses e o professor vai desenvolvendo suas propostas como, contando a história planejada com alguma criança 
enquanto outras estão nos cantos, em outro momento conta a história para outra criança e também pode contar outra 
história solicitada por alguém, interfere no canto da construção e no simbólico propondo novos desafios e oferecendo 
diversidade de propostas. Também pode prolongar os cantos para o solário, com propostas em ambos os ambientes. Os 
educadores que fazem parte da equipe são parceiros e devem conhecer as propostas do professor e como auxilia-lo.
Nessa dinâmica respeita-se a individualidade de cada criança, de acordo com suas necessidades inclusive o uso 
do banheiro.
O tempo,além do espaço, é um dos componentes do ambiente educacional. O que fazer e como fazer em cada momento, como 
distribuir a organização das atividades durante o dia também são determinantes no modo como o bebê se desenvolve e 
2aprende… (ORTIZ e CARVALHO, 2012, p. 79) 
2ORTIZ, Gisele e CARVALHO, Maria Teresa Venceslau de Interações: ser professor de bebês – cuidar, educar e brincar, uma única ação, Ed. 
Edgard Blucher, São Paulo:2012, p.79
27
Convidamos vocês a uma reflexão sobre esses aspectos. Contem conosco nessa jornada! 
Abraços,
Orientadores de Escola
Carta 2
São José dos Campos, 24 setembro de 2014.
Querido professor,
Como é bom estar em uma unidade escolar, com profissionais que atuam com comprometimento e acolhendo as 
crianças em todos os momentos que permeiam a rotina. Sabendo da importância do trabalho em parceria e da abertura ao 
crescimento, aprenderemos juntos, aprimorando cada vez mais a organização da rotina do Berçário II e Infantil I.
Por meio da observação da sala de aula, da leitura do semanário e do registro reflexivo sobre a organização do 
tempo, constatamos que a rotina contempla momentos significativos, de suma importância, no trabalho com Berçário II e 
Infantil I, como os momentos da história, os Cantos, os âmbitos de experiências, entre outros. Porém, fragmentadas em 
horários determinados.
Para garantir, ainda mais, o trabalho de qualidade com as crianças pequenas refletiremos sobre esta organização, 
pensando nas necessidades da faixa etária que atendemos. De acordo com a Proposta Curricular para Berçários, nas p. 40 e 
41, a rotina não deve ser fragmentada numa série de atividades divididas em tempos de duração, destinando um tempo 
predeterminado para atividades coletivas, como acontece com as crianças maiores. Considerando que com os menores o 
trabalho deve ser mais individualizado e acontecer em pequenos grupos, a rotina deve ser assinalada por marcos.
Portanto, a rotina é permeada por marcos, que são sinais que indicam a mudança de proposta, ou seja, quando as 
crianças estão nos Cantos, o professor indica esses sinais ao pegar um fantoche, um adereço ou cantar uma música para o 
momento da história convidando-as. Algumas se aproximarão dele, porém outras continuarão envolvidas nos Cantos de 
atividades. A ação descrita em relação ao momento da história é um marco utilizado que indica à criança a ideia do que será 
28
proposto naquele momento. Os marcos são organizados pelo professor e asseguram a regularidade da rotina.
Acreditamos que a ação-reflexão-ação, favorece ainda mais o nosso trabalho junto às crianças. Parabéns pelo 
planejamento semanal e por acreditar na organização do tempo e do espaço.
Orientadores de Escola
Carta 3
São José dos Campos, 27 setembro de 2014.
Querida professora,
Como foi bom passarmos a manhã junto a você e suas crianças. Ficamos surpresos ao ver os pequenos tão 
concentrados se deliciando ao pintarem o sulfitão com as tintas de trigo. Como se divertiram descobrindo as marcas que 
deixavam no papel, as marcas da mão, do dedinho na folha e até nos amigos! Como estavam felizes e quantas descobertas 
aconteceram nessa ocasião. Mas, vinte minutos não foram suficientes para as crianças, não é mesmo? Pois, logo a seguir, já 
era o momento da troca e do banheiro, uma pena! As crianças desejavam continuar ali, por mais um pouquinho de tempo, 
afinal estava muito divertido e construtivo para elas.
Uma estratégia para que não fique refém da hora relógio, é flexibilizar os horários da rotina. Na verdade, a rotina 
não necessita seguir a hora relógio. Ela é importante para que o professor se organize, planeje e antecipe ações; para a 
criança também é fundamental pois, permite a ela criar segurança quanto ao tempo e ao espaço antecipando o que vai 
acontecer e diminuir sua agitação ao lidar com o desconhecido.
 A rotina das crianças pequenas deve ser norteada por um rico ambiente interacional. Não deve ser fragmentada 
numa série de atividades coletivas que ocorrem sequencialmente, com duração em torno de 10 a 30 minutos, como 
acontece com as crianças maiores.
Para atender a instituição, alguns horários são fixos, como os das refeições e uso dos espaços coletivos, as demais 
propostas devem permear esses horários, considerando as especificidades de cada criança.
29
Propomos que elabore uma nova rotina em que ocorra uma mudança gradativa, para que não desestruture, ainda 
mais, a sua sala e através da observação, avaliação e ajustes chegar numa ideal. Atente para os princípios que regem uma 
boa rotina, conforme já discutimos e levantamos em HTC, tais como:
· Utilizar os Cantos concomitantes às demais atividades;
· Respeitar o tempo da criança (cuidado com a duração e frequência);
· Respeitar a especificidade de cada criança, considerando a característica da faixa etária;
· Oferecer materiais e elaborar propostas que atendam às necessidades reais;
· Proporcionar a interação com o objeto, com o adulto e entre as crianças;
· Observar, acompanhar e avaliar visando as reestruturações necessárias.
Em sua sala, visualizamos o planejamento nos Cantos e nas propostas oferecidas ao longo do dia com marcos, 
utilizando diversos recursos como: no momento da história o chapéu, o fantoche e a caixa; na música o violão, o 
chocalho e o rádio; no movimento o bambolê e a bola. Ressaltamos a importância de respeitar que as crianças possam 
estar envolvidas em outras atividades simultaneamente. 
Para ampliar o olhar sobre a perspectiva da criança, a forma como ela aprende, busque mais informações sobre as 
características da faixa etária e planeje situações pensando na regularidade das propostas, para que a criança tenha acesso 
ao objeto que ela está explorando e possa descobrir as suas várias possibilidades, de acordo com sua curiosidade, pois, não 
é o professor que determina isso.
Após a elaboração do planejamento da rotina, faremos uma reunião com a equipe da sala para alinharmos o 
trabalho, definindo as funções e o revezamento entre vocês. Abordaremos também, na formação, alguns momentos para 
estudo e troca de experiências entre professores.
Segue também, o material já elaborado pelo grupo escola de nossa Unidade Escolar: Marcas, Vídeo Institucional 
com alguns momentos da rotina e o Quadro de Referência dos Espaços.
Fique à vontade para levantar dúvidas e juntos buscarmos mais conhecimentos sobre uma boa rotina que 
possibilite maior envolvimento das crianças nas atividades e, consequentemente, avanços na aprendizagem.
Orientadores de Escola
30
Carta 4
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Olá professores!
Foi prazeroso visitar as salas de aula. Percebemos que vocês se preocupam em organizar tudo para que as crianças 
tenham propostas de qualidade. Isto, fica claro no planejamento semanal onde propõem atividades condizentes com a 
faixa etária que atendem, principalmente no que diz respeito aos materiais que são elaborados com cuidado para chamar a 
atenção dos alunos, manter uma boa estética, promover a segurança e a durabilidade dos elementos. Vimos que as 
crianças participam com entusiasmo das atividades propostas e em alguns momentos querem até permanecer na 
atividade, o que fica inviável devido à quebra de tempo estabelecido na rotina.
Não seria interessante flexibilizarem, ainda mais, a rotina respeitando a necessidade que suas crianças têm para 
determinadas atividades?
Como sabemos, as crianças dos Berçário II e Infantil I têm necessidades específicas, muitas destas diferenciadas 
do Infantil II, Pré I e Pré II, para isso precisamos atentar para o foco no trabalho de exploração, de movimento, da 
ludicidade e do desenvolvimento da oralidade, lembrando que são crianças pequenas, sendo que muitas delas têm menos 
de dois anos de experiência de vida. Portanto, tudo é novidade. A construção do conhecimento é um processo constante, 
sendo assim, as áreas de conhecimento não acontecem em momentos específicos, mas a todo instante, por issoo trabalho 
não é realizado como no Infantil II, Pré I e Pré II, mas sim nos âmbitos de experiência: formação pessoal e social que 
favorecem a construção da identidade e autonomia das crianças e conhecimento de mundo – a linguagem oral e o 
movimento, os outros eixos (música, artes, natureza, sociedade, matemática...) são eixos inseridos no contexto dos 
espaços da sala de aula, Cantos, ou em propostas planejadas pelo professor, sempre considerando a faixa etária. Às vezes, 
numa proposta de Arte ou de Movimento, na qual as crianças estão participando com entusiasmo e param porque está na 
hora da história ou outra atividade planejada para aquele momento, causa uma ruptura neste instante. Esta parada é 
necessária? Considera a necessidade dos pequenos? Se eles estão envolvidos a aprendizagem já está sendo assegurada.
Os Cantos são um trabalho constante, não dá para ter todas as crianças em uma mesma atividade o tempo todo. A 
criança precisa estar livre para explorar os espaços e os materiais oferecidos. O tempo é de cada uma e trocará de proposta 
quando sentir necessidade, portanto. a liberdade dada pelo professor e suas intervenções devem ser priorizadas. O 
31
professor pode contar uma história ao mesmo tempo em que as crianças estão explorando outros espaços, o que não quer 
dizer que eles não estejam participando da roda de histórias.
Ter um planejamento é muito bom, mas sua flexibilização garante, ainda mais, o olhar para as particularidades de 
sua sala. Nos Berçário II e Infantil I os marcos são um guia para as crianças, mas, não funcionam como uma ruptura na 
rotina. Quando a professora coloca uma música, a criança já sabe que é hora de dançar e de cantar se ela quiser.
Estamos retomando esses aspectos, pois ao analisarmos o planejamento de vocês constatamos que a rotina está 
embasada em hora relógio: momentos específicos para os eixos, a hora da história, das trocas, o que contradiz os 
princípios e a concepção da rotina nos Berçário II e Infantil I, em nossa Rede de Ensino. 
Sabemos que o planejamento é flexível e as propostas devem estar voltadas a ludicidade, a oralidade, a exploração 
dos Cantos e dos materiais. É importante ressaltar que a atenção dada as crianças também se difere, pois umas precisam 
mais e outras menos, tendo em vista que cada criança é única. O olhar atento do professor é fundamental, e as 
intervenções devem acontecer para todas.
Para saber mais, sugerimos que consultem no documento Proposta Curricular para Berçários, o caderno Rotina 
nas salas de Berçários (SME/DEI, 2009. p. 39-58).
 Estamos à disposição.
Grande beijo!
Orientadores de Escola
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Caso 4 – Momento da Roda
Você chegou numa nova Unidade Escolar e se deparou com 
a seguinte situação que vem ocorrendo nas salas do Berçário II e 
Infantil I: no momento de roda todas as crianças precisam estar 
sentadas no tapete ou na linha e a professora faz a chamada (com 
os cartões com nome, foto, adesivos), contagem dos alunos, 
calendário e apresenta a agenda do dia.
Escreva uma carta em forma de contribuição pedagógica 
que os oriente sobre este momento.
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Carta 1
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Queridas professoras,
Nos sentimos muito acolhidos pelo grupo nesta escola e também na expectativa em podermos contribuir na ação 
pedagógica da nossa Unidade Escolar, portanto pontuamos algumas considerações acerca da rotina que se faz necessário, 
a partir da observação do acompanhamento da prática.
 Uma ação que precisa ser repensada, por se tratar de um trabalho com crianças de Berçário II e Infantil I, é o fato 
de se colocar todas as crianças sentadas em roda para realizar a chamada, contagem de alunos, calendário e agenda do dia.
 Reportando à característica da faixa etária, a criança de Berçário II e Infantil I tem interesses variados em 
momentos e espaços que não são determinados em tempo ou linhas (tapetes) e devem ser respeitados conforme a rotina 
do dia. Também, não cabe as crianças desta idade o reconhecimento do próprio nome e/ou do outro, pois a necessidade 
dela é o desenvolvimento da sua linguagem e de sua identidade dissociada do outro, o que a atividade com cartões de 
chamada como a escrita do nome não atende o objetivo do nível.
O momento da roda possibilita a construção de repertório comum, identidade do grupo e desenvolvimento da 
oralidade, não há obrigatoriedade no agrupamento, uma vez que os Cantos estão abertos e a criança pode transitar 
conforme seu interesse.
 Conforme a Proposta Curricular para Berçários,2009, p.52, “As atividades coletivas devem ser introduzidas 
gradativamente, pois nesta faixa etária é preciso respeitar ainda mais os interesses individuais das crianças. Para as crianças 
pequenas, na rotina da creche, a roda é um destes momentos”. As atividades em roda ampliam a possibilidade do grupo, 
propiciando também o desenvolvimento da oralidade.
Alguns cuidados devem ser tomados para realização desta proposta, como:
· Planejar atividades: Convidar as crianças a participarem da roda com atividades planejadas como: contar 
histórias, cantar ou ouvir música, saco surpresa, álbum de gravuras, objetos e outros. 
· Manter os cantos: Nesse momento, mantê-los a disposição das crianças, e um adulto deve interagir com 
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aqueles que não quiserem participar da proposta na roda.
· Planejar espaços e materiais: O espaço é organizado em função do planejamento do professor e definido a 
partir dos materiais disponíveis. 
Professora, sabemos que há muitos desafios no atendimento desta faixa etária, a construção do conhecimento, 
por nós educadores, se dá junto. Saiba que pode contar com nosso apoio para as reflexões, o planejamento das ações e 
demais necessidades que possam surgir.
Abraços,
Orientadores de Escola
Carta 2
São José dos Campos, 02 de Setembro de 2014.
Querida Professora,
Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecê-la por sua disponibilidade, carinho e atenção com que recebe suas 
crianças e pais diariamente. Constatamos que, no momento da roda, sua preocupação foi garantir que todas as crianças 
estivessem sentadas no tapete, centradas na mesma atividade de realizar a chamada, de fazer a contagem das crianças, do 
uso do calendário e da apresentação da agenda do dia... É notória sua preocupação em organizar a rotina, porém 
propomos algumas sugestões que podem contribuir para melhorar sua atuação com os pequenos. 
Primeiramente, é importante considerar e compreender as características da faixa etária com a qual você trabalha, 
crianças de 2 a 3 anos.
 Sabendo que a Oralidade, se constitui no âmbito de experiência que abrange as ações em todo o trabalho 
desenvolvido no Berçário II e Infantil I, é preciso refletir sobre a atividade da chamada, por exemplo, pensando nas 
seguintes questões: 
 “Qual o objetivo desta atividade para as crianças do Berçário II e Infantil I?” 
 “O que é importante para esta idade?” 
35
Para responder a essas questões, leia na Proposta Curricular para Berçários, 2009, p. 52 e 53, sobre os momentos 
de roda que também trazem algumas sugestões. 
As atividades coletivas, como a “Roda de Conversa”, devem ser introduzidas gradativamente no Berçário II e 
Infantil I, pois essas atividades como a roda, por exemplo, ampliam a possibilidade da construção do repertório comum e 
da identidade do grupo, proporcionado assim, o desenvolvimento da oralidade.
Portanto, para que a atividade de roda de conversa aconteça de maneira bem sucedida, é preciso:
Ÿ Definir um espaço onde possa ocorrer de maneira confortável e que marque o momento: uso de tapetes, 
tatames ou outros;
Ÿ Manter todos os Cantos à disposição das crianças simultâneo a roda de conversa, e manter sempre um adulto 
para interagir com aquelas que não quiserem participar da atividade proposta.
Ÿ Permitir que as crianças interajam com os objetos e recursos utilizados, durante a atividade. 
As atividades do Calendário e Contagem das crianças não devem acontecer no BerçárioII e Infantil I, como 
ocorrem com as crianças maiores. A Matemática é contemplada nas diversas situações do cotidiano, oferecendo 
oportunidades privilegiadas para as especificidades das ideias matemáticas. Propomos a leitura da Proposta Curricular 
para Berçário, 2009, p. 62-64.
Portanto, querida professora, esses são alguns dos caminhos que você pode percorrer para alcançar seus objetivos 
e dar continuidade ao trabalho que você realiza tão bem. 
Conte sempre conosco! Colocamo-nos à disposição para auxilia-la no que for preciso. 
Grande abraço,
Orientadores de Escola
36
Carta 3
Querida Professora Ana Maria,
Considerando sua experiência aqui em nossa escola com o Infantil II, Pré I e Pré II, sabemos que para você o 
trabalho com o Berçário II e Infantil I será de grande desafio e de aprendizagem e, estamos aqui para auxiliá-la no que for 
preciso.
Observando em sua sala o momento de roda, gostaríamos de sugerir algumas propostas para enriquecer a 
atividade, atendendo as necessidades das características desta faixa etária. 
Primeiramente, não se preocupe em fazer uma roda com todas as crianças, pois nesta faixa etária a contenção é da 
criança, ou seja, ela pode ou não permanecer sentada e atenta ao que está sendo dito. Por isso, os demais Cantos precisam 
ficar “abertos” para atender as necessidades daqueles que estão em movimento, indo e vindo ao mesmo tempo em que 
outras propostas acontecem junto ao professor. A oralidade permeia todo o momento da rotina.
A Formação Pessoal e Social é o âmbito de experiência norteador do trabalho no Berçário II e Infantil I, 
proporcionando a criança a construção da sua identidade e autonomia. Desse modo, as propostas desenvolvidas tem 
como foco conhecer a si mesma, conhecer o outro e a interação.
No âmbito do Conhecimento de Mundo, as propostas oferecidas pelo professor proporcionam aproximar as 
crianças das áreas de conhecimento, sendo assim, o cartão de nome não contempla o trabalho com esta faixa etária como a 
oralidade, pois a mesma permeia toda a rotina. A chamada com o cartão com o nome tem foco na escrita e este não é o 
objetivo para os pequenos. Do mesmo modo, não há necessidade da contagem das crianças. As próprias brincadeiras e as 
situações do dia a dia as aproximam dos conceitos matemáticos, de forma lúdica e significativa. O trabalho com o 
calendário, assim como apresentar a rotina do dia, também não condizem com as propostas para os bebês, pois ainda não 
possuem a noção de tempo.
A agenda é para a organização do trabalho do professor. A rotina para a criança não pode ser fragmentada em 
tempos, gradativamente os marcos ajudam a criança perceber a regularidade da rotina, sem que a mesma precise ser 
escrita na lousa.
Acreditamos que conhecendo melhor as características da faixa etária, você se sentirá mais segura e o trabalho 
com os pequenos ficará mais significativo. Sugerimos que assista ao vídeo “Cuidar, Educar e Brincar” no qual a pedagoga 
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Carta 4
São José dos Campos, 27 de agosto de 2014.
Olá Maria,
Esperamos que esteja tudo bem com você! Como gostamos de ver o seu envolvimento com as crianças, o carinho 
e a dedicação que demonstra ao realizar suas atividades. Ontem, ao chegarmos à escola observamos o momento da roda e, 
alguns pontos nos chamaram atenção. Gostaríamos de deixar algumas sugestões que podem ajudar na sua prática, para 
que esse momento transcorra de forma mais tranquila e harmoniosa.
Observamos sua dificuldade ao tentar colocar as crianças sentadas, na roda e no tapete, para uma atividade com a 
chamada, a contagem das crianças, o calendário e a agenda do dia. Ufa! Mas que sufoco, é difícil mesmo, porém temos 
algumas dicas que podem lhe ajudar.
Primeiro, é muito difícil para as crianças desta faixa etária permanecerem sentadas em roda num tapete ou na linha. 
A linha foi utilizada por Montessori com crianças maiores, por isso não faz parte das características desta faixa etária 
ficarem paradas ouvindo a professora. O movimento é uma das formas que a criança pequena utiliza para se comunicar e 
se expressar, não sendo a linha a melhor estratégia para este momento. Sugerimos momentos de maior interação entre 
você e as crianças.
Esse é um bom momento para cantar falando o nome das crianças presentes permitindo que elas se reconheçam 
na música ou até mesmo aguçar sua curiosidade com um saco surpresa, onde provavelmente todos irão querer se 
Beatriz Ferraz aborda o tema, disponível no site da Revista Nova Escola.
Vale repensar seu planejamento fazendo as adequações necessárias. 
Qualquer dúvida voltamos a conversar, ok!
Qualquer dúvida voltamos a conversar, ok?
Orientadores de Escola
38
aproximar para saber o que tem dentro do saco, mas caso isso não aconteça não se preocupe, fique tranquila, porque 
mesmo de longe as crianças estão observando e aprendendo coisas apresentadas por você.
É de fundamental importância manter os Cantos disponíveis, durante todo o período, tendo sempre um adulto 
para interagir com aqueles que não quiserem participar da atividade proposta. Deve-se ter clareza de que a permanência 
da criança em determinado Canto não quer dizer que não esteja participando das atividades torno, pois sabemos que, 
mesmo estando num Canto a criança poderá ouvir o adulto e seus colegas.
 O uso de móbiles, mural ou tapete com as fotos das crianças possibilita as mesmas reconhecerem-se e 
diferenciarem-se do outro através da construção de sua imagem. À medida que, participam dos Cantos estão em contato 
com a sua imagem e com a imagem dos colegas da sala de maneira lúdica e pelo manuseio dos materiais. Fazer a chamada, 
a contagem das crianças, o calendário e a agenda do dia são atividades adequadas para os maiores, em que o professor tem 
como foco propostas de recitação, do reconhecimento da escrita do nome, do uso social dos portadores numéricos de 
maneira mais significativa. Outro aspecto importante é que não deve associar a imagem ao nome escrito da criança, pois o 
foco do trabalho nesta faixa etária é o desenvolvimento da oralidade e conhecimento de si.
Apresentar a agenda do dia para os pequenos, não é significativo. Nesta faixa etária a agenda do dia é para 
organização didática do professor. Você, professora, tem uma agenda de rotina diária que norteia seu trabalho e oferece 
uma constância nas atividades propostas. A rotina para as crianças não pode ser fragmentada em tempos, vinte minutos 
de histórias, trinta minutos de parque... as crianças se orientam por meio de marcos estabelecidos em uma rotina regular. 
Se, por exemplo, a fruta acontece sempre depois da história, isso é uma ação significativa para a criança permitindo-lhe 
saber o que acontece ao longo do dia. Sendo assim, não é a agenda que está descrita na lousa que garante que ela se 
aproprie da rotina diária. É importante o professor estabelecer marcos para ajudá-las a compreenderem a rotina.
Os momentos de oralidade acontecem ao longo de todo o dia, nos Cantos, no parque, durante a alimentação. 
Essas sugestões podem te ajudar a tornar esse momento mais tranquilo, as crianças ficarão mais envolvidas e seus 
interesses individuais respeitados. Na Proposta Curricular para Berçários, 2009, na p.52, você encontrará sugestões para 
desenvolver o seu trabalho.
Caso sinta necessidade, ou tenha alguma dúvida, estamos à disposição.
Um abraço,
Orientadores de Escola
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CEDIN “Amália Bondesan dos Santos”CEDIN “Santo Antonio de Sant’Anna Galvão”
CEDIN “Jardim Castanheira” CEDIN “Jardim Castanheira”
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Caso 5 – Âmbitos de Experiência
Você chegou numa nova Unidade Escolar e se deparou com 
a seguinte situação que vem ocorrendo nas salas do Berçário II e 
Infantil I: embora os Cantos possibilitem o trabalho com os 
âmbitos de experiência, os professores acreditam que é 
necessário um momento específico para o eixo, onde as crianças 
estejam participando de uma mesma atividade direcionada por ele.
Escreva uma carta em forma de contribuiçãopedagógica 
que os oriente sobre este momento.
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Carta 1
Caros Professores,
Observando suas salas de aula, constatamos o quanto os Cantos estão estruturados com materiais ricos, 
confeccionados a partir das necessidades das crianças. Porém, observamos que vocês têm grande preocupação em 
proporcionar às crianças um momento pontual de aprendizagem nos diferentes eixos, tentando garantir que todas 
realizem, ao mesmo tempo, uma experiência planejada. Gostaríamos de fazer algumas considerações em relação a esta 
proposta.
Segundo, a Proposta Curricular para Berçários, 2009, é fundamental para a formação pessoal e social da criança 
que ela tenha confiança em si própria, que seja aceita, ouvida, cuidada e amada. Pensando nisso, e considerando a faixa 
etária das crianças que estão, incessantemente, explorando, experimentando, conhecendo o mundo e estabelecendo as 
aproximações com o meio é que estruturamos as salas de Berçário II e Infantil I em Cantos de trabalho, sendo que, cada 
Canto está a serviço de um âmbito de experiência. O trabalho no Berçário II e Infantil I se dá por meio de socializações 
que a criança vai estabelecendo à medida que interage com o mundo que a cerca. Priorizamos então, que esse espaço 
possibilite fazer escolhas e assim compartilhar experiências, o que requer do professor atenção às necessidades de cada 
criança de forma individualizada e, gradativamente, amplie as propostas para o coletivo. Nessa visão, o trabalho com os 
eixos se dá, então, nos diversos Cantos organizados à medida que as crianças interagem com os mesmos e fazem suas 
descobertas. 
Não há necessidade de pensar em um tempo fragmentado para trabalhar um eixo específico, em que se tenha que 
parar tudo o que está acontecendo na sala de aula para garantir uma determinada aprendizagem, ou garantir que todas as 
crianças estejam atentas à fala do professor ao mesmo momento, pois a proposta do trabalho deve atender as 
especificidades de cada criança.
É preciso considerar, também, que a permanência das crianças nos Cantos e o prazer da atividade advêm, 
exatamente, da ação exploratória. É necessário que elas brinquem e utilizem os objetos de diferentes formas, porém não 
basta ter um espaço rico em oportunidades lúdicas se não cuidar das interações que se estabelecem nesse contexto. Para 
isso, é extremamente importante assegurar autonomia de escolhas nesse processo, pois propiciar, ao mesmo tempo, uma 
única atividade para todos compromete essa construção. Desse modo, o planejamento deve estar a serviço dos âmbitos 
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Carta 2
Professora,
Como é bom tê-la conosco! Tenha certeza de que seu trabalho tem feito a diferença na vida dos pequenos. É 
notório sua preocupação e seu envolvimento com as crianças e suas famílias. No momento da entrada vemos o quanto as 
crianças “se arremessam” em seu colo, numa acolhida gostosa, no abraço caloroso de todos os dias, se sentindo amadas e 
seguras.
Visitando sua sala de aula, durante o desenvolvimento de sua rotina, observamos sua preocupação que todas as 
crianças estejam juntas numa mesma atividade e gostaríamos de compartilhar algumas considerações sobre o trabalho 
com esta faixa etária.
A Proposta Curricular para Berçários, 2009, p. 40, orienta que a rotina não deve ser fragmentada numa série de 
atividades coletivas, devendo ser ajustada e adequada de acordo com as necessidades das crianças.
Como contribuição para melhoria de sua prática, é imprescindível resgatar o que, de fato, é significativo para suas 
crianças. No Berçário II e Infantil I, a sala deve ser organizada em Cantos, de modo que, garanta a autonomia e a livre 
escolha das crianças, respeitando os interesses da faixa etária e considerando o tempo de concentração delas.
Nesse sentindo, o trabalho coletivo acontece gradativamente e, por isso, o trabalho com Cantos atende as 
individualidades, oferece maiores variedades de materiais e ferramentas, possibilita a liberdade de escolha e maior 
interação com os objetos, educadores e demais crianças favorecendo assim, que a criança se desenvolva através da 
de experiência e o professor tem o papel de estruturar, alimentar e organizar continuamente os espaços, e dessa forma, 
favorecer o envolvimento das crianças nas brincadeiras e, ao mesmo tempo, ficar mais disponível para as observações e 
intervenções nas ações de todas identificando aquelas que necessitam de maior atenção e, manter um contato mais 
individualizado ou em pequenos grupos.
Sugerimos a leitura da Proposta Curricular para Berçários, 2009, desenvolvida pela Rede Municipal de Educação 
de São José dos Campos, e nos colocamos à disposição para discutir mais esse assunto e pensar em sugestões que auxiliem 
em seu trabalho.
Orientadores de Escola
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Carta 3
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Querida Professora.
Foi muito bom participar do momento de rotina em sua sala, constatamos sua preocupação com a organização 
dos Cantos e com o desenvolvimento das crianças.
 Observamos em sua prática que organiza o trabalho com os âmbitos de experiência em dois momentos, sendo 
um dedicado à exploração dos Cantos, nos quais as crianças ficam livres e os adultos observam e fazem intervenções 
quando necessário, e outro dedicado às atividades coletivas pelas quais as crianças se interessavam, mas rapidamente se 
levantavam e buscavam outras atividades, ou seja, buscavam os Cantos. Ocasião em que os adultos tentavam conter as 
crianças demonstrando cuidado e preocupação com seu aprendizado.
Estas observações evidenciam a concepção de que os Cantos são para livre exploração, pois os momentos de 
aprendizagem são garantidos nas propostas de atividades coletivas.
Sendo assim, consideramos importante que reflita sobre as características da faixa etária de suas crianças que 
apresentam um pensamento mais focado em coisas individuais, que precisam tocar, experimentar, explorar, e nesse 
sentido as atividades coletivas oferecem poucas possibilidades de ação do sujeito.
A Proposta Curricular para os Berçários, 2009, p. 40 e 41, ressalta a importância da rotina ser norteada por um 
exploração e da brincadeira.
Segundo a Proposta Curricular para Berçários, 2009, capítulo 6, p. 75-80, é importante manter os Cantos sempre 
atraentes, com materiais interessantes e adequados a faixa etária, de modo a garantir, que o próprio Canto “faça” e “seja” a 
intervenção desse processo. Portanto, eles devem ficar à disposição desde o momento da chegada das crianças e só se 
encerram quando elas vão embora.
Desde já, parabenizamos pelas conquistas que vem alcançando ao longo deste ano e nos colocamos a sua 
disposição.
Com carinho, 
Orientadores de Escola
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ambiente interacional, com marcos que asseguram sua regularidade, visto que o trabalho com as crianças menores é mais 
individualizado e em pequenos grupos.
O trabalho coletivo acontece gradativamente nos Berçário II e Infantil I, por meio de propostas como rodas de 
música, de história, de conversa, porém, lembrando sempre que os bebês não precisam ser obrigados a ficarem sentados 
próximo à professora, pois não é esta ação que garante seu desenvolvimento. Ele pode se levantar e explorar outros 
espaços da sala. É papel do professor convidar os bebês a participarem de momentos coletivos, porém, eles participam até 
o momento que a proposta mantenha-os atentos, aos poucos, as atividades coletivas serão mais valiosas para os bebês.
Dessa forma, é produtivo investir nos Cantos que possibilitam a interação com pequenos grupos de bebês e 
contribuam com seu desenvolvimento. Os Cantos devem proporcionar a experimentação e exploração, mesmo que o 
professor não esteja presente em todos eles. Os adultos precisam interagir com as crianças, brincarem com elas, estimulá-
las a se relacionar com os colegas para que desenvolvam sua identidade coletiva.
A Revista Pátio, abril/junho de 2013, trouxe o artigo “Concepções sobre o brincar dos bebês”, muito interessante 
e pode contribuir parao enriquecimento do trabalho com os Cantos.
Enfim, é por meio de reflexões sobre nossa prática que aprimoramos as propostas pedagógicas com o Berçário II 
e Infantil I, e as leituras sobre o tema tornam nossas reflexões mais consistentes.
Colocamo-nos a disposição para conversamos mais sobre sua prática pedagógica.
Abraços,
Orientadores de Escola
Carta 4
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Cara Professora!
Como é bom ver seu envolvimento e preocupação em garantir a qualidade das experiências vividas pelas crianças e 
os avanços, que são visíveis, em seu desenvolvimento.
 Observando sua turma e o seu trabalho diário, levando em consideração as características da faixa etária com qual 
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trabalha, em que a criança aprende explorando o mundo e das situações de interação que tem com os adultos, com os 
objetos e com outras crianças, e também, que você é a responsável por proporcionar essas experiências a eles, e sua 
preocupação com as atividades coletivas, reforço que, é preciso garantir que estes momentos não sejam o foco do 
trabalho com o grupo. É necessário que você disponibilize para a turma diversos materiais organizados em Cantos, de 
modo que, a distribuição favoreça a exploração, a manipulação e o livre acesso das crianças suprindo suas necessidades e 
interesses.
É muito importante que seu planejamento contemple os diversos momentos em que estará com eles, mesmo em 
pequenos grupos, brincando junto, se tornando modelo, sendo a parceira mais experiente. 
Na verdade, as propostas coletivas não são adequadas ao trabalho com os pequenos. Estão mais ajustadas às 
rotinas do Infantil II, Pré I e Pré II, em que a característica da faixa etária em questão permite tais momentos.
No Berçário II e Infantil I, as propostas planejadas devem acontecer nos Cantos previamente organizados pelo 
professor. Não há obrigatoriedade de todos participarem juntos de todas as propostas e ao mesmo tempo, pois de acordo 
com a Proposta Curricular para Berçários, SME/DEI, 2009, acredita que a criança é um ser ativo e capaz de construir seu 
próprio conhecimento, elas agem no seu desejo inato de explorar. O trabalho coletivo acontecerá gradativamente nos 
Berçários e, de acordo com o desejo de cada um, por isso, os Cantos podem melhor atender as individualidades, devendo 
estar em constante manutenção e planejados conforme as necessidades das crianças a fim de permitir maior possibilidade 
de escolha e interação.
As propostas não devem ser realizadas de forma fragmentada ou na insistência dos momentos coletivos em 
detrimento a um trabalho mais individualizado, e sim em pequenos grupos que devem permear toda a rotina, não há 
necessidade de um momento específico para este fim. 
Sugiro a leitura da Proposta Curricular para Berçários, SME/DEI, 2009, p. 82-87. E, ainda, pesquisa no site da 
revista Nova Escola, onde encontrará uma infinidade de textos e ideias sobre o tema. Assim, investe em sua formação 
pessoal e profissional.
 Sempre que surgir alguma dúvida conte conosco!
Orientadores de Escola
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Carta 5
São José dos Campos, 24 de setembro de 2014.
Professora Alice,
Sabemos que a organização de uma rotina não é tarefa fácil, especialmente se tratando de crianças tão pequenas 
como as do Berçário II e Infantil I. Nesta faixa etária torna-se imprescindível um atendimento mais individualizado, 
considerando as necessidades de cada criança: elas não sentem sono ao mesmo tempo, não precisam ter suas fraldas 
trocadas no mesmo horário, tomar banho juntas, etc. Por isso, torna-se inviável organizar uma rotina em que todos 
tenham que fazer a mesma ação e ao mesmo tempo.
Para possibilitar um trabalho individualizado as atividades precisam ser propostas mais em pequenos grupos do 
que no coletivo, sendo os Cantos uma estratégia eficaz.
O tempo da criança é diferente do tempo do professor. A organização das propostas é parte da rotina. Para isso, 
estão inseridos nas propostas organizadas em cada Canto os âmbitos de experiências, que não devem ser trabalhados de 
maneira fragmentada seguindo a hora relógio do professor, pois cada criança terá o seu tempo e interesse em realizá-las.
Por esse motivo, os planejamentos do Berçário II e Infantil I são elaborados a partir da organização dos Cantos e 
em Atividades Permanentes, de modo que, as propostas ocorram com constância e repetição, elementos essenciais para 
que aqueles que estão conhecendo o mundo se desenvolvam. Lembramos ainda que, tais propostas não devem ter um 
momento específico na rotina, mas sim serem inseridas nos Cantos sem que haja a necessidade de parar um momento 
específico para realizá-las. Assim, a criança se desenvolve por meio da relação que estabelece com os adultos, com outras 
crianças e com os objetos (brinquedos, materiais do meio) sem que o professor se coloque como aquele que direciona as 
atividades, mas sim, quem interage possibilitando novas descobertas.
Invista nos materiais oferecidos nos Cantos e nas interações que ali acontecem!
Conte conosco como seus parceiros!
Orientadores de Escola
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CECOI “Irmã Clara”
CECOI “Irmã Clara”
CEDIN “Jardim Castanheira”
EMEI “Profª Maria Alice Pasquarelli”
CECOI “Nossa Senhora Auxiliadora”
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IMI “Profª Anjela Maria de Souza Alves”
CEDIN “Santo Antonio de Sant’Anna Galvão”
IMI “Profª Helena Ferreira”
IMI “Fernando Tão de Azevedo”
IMI “Fernando Tão de Azevedo”
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Caso 6 – O uso da TV/DVD
Você chegou numa nova Unidade Escolar e se deparou com 
a seguinte situação que vem ocorrendo nas salas do Berçário II e 
Infantil I: o professor se utiliza da TV e do DVD, diariamente, para 
manter as crianças distraídas e calmas em momentos como: as 
trocas, o banho, a limpeza da sala, a preparação da saída, o retorno 
após a merenda, a acolhida, entre outros. 
Escreva uma carta em forma de contribuição pedagógica 
que os oriente sobre as possibilidades de uso da TV e do DVD.
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Carta 1
São José dos Campos 24 de setembro de 2014 
Querida professora, 
Bom dia! Temos observado que nos momentos de troca, banho, limpeza da sala, preparação para a saída, retorno 
após a merenda, acolhida, entre outros, você tem recorrido ao uso da TV e do DVD diariamente.
Neste sentido gostaríamos de orientá-la como planejar e viabilizar esses momentos de maneira mais significativa 
para as crianças.
Com relação à acolhida e saída conforme orientações da Proposta Curricular para Berçários, SME/DEI, 2099, 
p.42 e 44, é preciso manter um adulto, na porta, em contato com os pais, como referência para receber ou entregar as 
crianças e, na sala outro adulto interagindo com as crianças, considerando suas necessidades. Ressaltamos que, os Cantos 
devem permanecer abertos durante todos os momentos da rotina com diferentes encaminhamentos e intervenções. Sua 
equipe de sala é extremamente importante no processo de desenvolvimento das crianças e, é responsável pela 
manutenção, pela organização da sala e por favorecer o envolvimento das crianças nas brincadeiras.
A troca e o banho não devem ter um momento específico na rotina e sim ocorrer ao longo do período, conforme a 
necessidade de cada criança. Ou seja, enquanto um adulto cuida da troca e do banho, outro dá continuidade as atividades 
planejadas, intervindo junto às crianças.
Durante a limpeza da sala, é oportuno que se desenvolva atividades na área externa, considerando o clima, o que 
torna-se um momento privilegiado para trabalhar atividades planejadas para o desenvolvimento de habilidades motoras, 
além da oportunidade de interação entre adultos e crianças de diferentes faixas etárias. Essas propostas devem oferecer 
diferentes desafios e com materiais variados.
Nesses momentos, assim como após as refeições, não há necessidade do uso da TV e do DVD. Tais recursos 
devem ser utilizados como uma ação educativa planejada e intencional que atenda os objetivos de seu planejamento.
É importante considerar a escolha de um repertório que convide a criança a interagir com o som

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