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O Mundo da Fotografia (Marсo 2018)

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passatempos ganhe prémios com as suas fotografias A revista 
*n º1
projetos ideias para o seu novo trabalho CoMo FUNCIoNA processamento na câmara 
ANálIses fujifilm x-e3 • canon m100 • planos adobe cc 2018 • 8 câmaras para iniciantes 
edItAr: 4 guias 
passo-a-passo
12 projetos fantásticos 
para fazer em sua casa
projetos 
criativos
novo 
talento 
fnac
fotografia 2018
saiba tudo (pág.7)
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bilidade, esta câmara 
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sensor de imagem full-frame 
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f1.7 / 28mm f2.8
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Boa construçãoBoa construção
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e d i t o r i a l
março 2018 o M u n d o d a f o t o g r a f i a 3
o que 
prometemos?
participe 
nos passatempos
Para os leitores Queremos 
estreitar a relação com o leitor, apelando 
à sua participação em várias secções 
da revista. Envie-nos as suas sugestões 
e fotos para mundo.fotografia@goody.pt. 
Para todos Com uma linguagem 
simples e acessível, dirigimo-nos 
a todos os amantes da fotografia 
que procuram soluções práticas e claras, 
ideias e inspiração. Com muita paixão! 
indePendente Somos cem 
por cento independentes. Os fabricantes 
dos produtos e serviços, bem como 
os anunciantes, não determinam a nossa 
linha editorial ou as nossas opiniões.
Com rigor Esta publicação é criada 
por profissionais com provas dadas 
nas áreas do jornalismo e da fotografia. 
As opiniões expressas nos testes 
a equipamentos são baseadas em 
análises rigorosas e objetivas, sempre 
tendo como base experiências no terreno.
quem está a começar a descobrir 
o universo da fotografia pode por 
vezes sentir alguma dificuldade 
em perceber a que género de 
fotografia se deve dedicar. 
E mesmo para quem já fotografa há 
algum tempo, as dúvidas sobre se terá optado pelo 
tipo de fotografia acertado podem voltar a emergir. 
Este mês as atenções de capa vão para 12 
projetos criativos, com abordagens muito variadas, 
mas que, na sua essência, poderão ser o que lhe 
faltava para se descobrir ou redescobrir. E não, não 
o vamos desafiar a escolher um ou dois dos projetos 
criativos que lhe apresentamos. Vamos ousar 
desafiá-lo a fazer os 12. E porquê fazer um projeto 
que, sabe à partida, não vai de encontro aos seus 
gostos? Bem, na verdade, por duas razões 
essenciais: primeiro, é bom sairmos da nossa zona 
de conforto e aprender coisas novas; segundo, 
mesmo que a probabilidade seja baixa, é possível 
que redescubra uma nova veia artística – algo que 
já aconteceu até como fotógrafos credenciados. 
Por isso, sem tentar, nunca saberá.
 
Rogério Jardim
rogerio.jardim@goody.pt
entre eM contacto connosco!
Use e abuse do nosso e-mail: 
mundo.fotografia@goody.pt. 
Faça-nos chegar as suas opiniões 
e sugestões, coloque-nos as suas 
questões e envie-nos as suas 
melhores fotografias para os 
passatempos Olhares e Missão...
A sua revista de eleição está 
bem representada na maior 
das redes sociais, em 
www.facebook.com/
omundodafotografia. 
Faça “Gosto” já hoje!
Se prefere a via tradicional, pode 
continuar a comunicar connosco 
enviando a sua correspondência 
pelo correio para: Goody SA 
– O Mundo da Fotografia, Ptc. 
Bernardino Machado, Nº 11A, 
Lumiar, 1450-421 Lisboa.
@ por via digitalfacebook por correio*
desafio
do mês
quantas vezes desejou ter acesso a 
um estúdio para elevar a sua 
qualidade fotográfica? Neste projeto 
o objetivo é conseguir replicar em casa 
a qualidade proporcionada pela 
fotografia de estúdio. Descubra como 
consegui-lo na página 45.
fotografar um 
produto brilhante
todos os meses lançamos um novo 
desafio aos nossos leitores. Esteja atento 
à temática e à data limite de envio de 
imagens para este passatempo. Participe 
já e ganhe prémios. Consulte as regras de 
participação no nosso Facebook.
missão
olhares
esta é mais uma das secções mensais 
em que pode participar e ganhar prémios 
com as suas fotografias. O tema é livre, 
por isso, dê asas à sua criatividade e 
surpreenda-nos! As regras de participação 
estão no nosso Facebook.
Bem-vindo à 
edição de março
“É bom sairmos 
da nossa zona 
de conforto 
e aprender 
coisas novas” 
edição digitalA revista OMF está disponível em formato digital para o seu tablet ou smartphone. Descarregue a aplicação gratuita e tenha a sua revista preferida na ponta dos dedos, 
sempre!
45
4 o m u n d o d a f o t o g r a f i a março 2018
m a r ç o
155
nesta ed ição
to d o o i n C r Í V e L “ u n i V e r s o ” da f oto g r a f i a n u m a Ú n i Ca r e V i sta . . .
Mais que 12 boas ideias, ensinamos-lhe como as pode executar e alcançar bons resultados!
desCarregue os ConteÚdos em 
o melhor da edição de imagem 
Vol.ii - parte 7
1. Recriar o visual de uma longa-exposição
2. Edição não destrutiva 
30minutos 
de VÍdeos
www.goody.pt/cdomf155 
 código de acesso: CDOMf155
conteudos digitais
projetos CriatiVos17
Clique aqui 
para descarregar 
os conteúdos 
do CD
06 ObservatórioAs novidades mais relevantes 
do mês para quem gosta de fotografia.
08 HotshotsContemple algumas das melhores 
imagens que recebemos 
este mês e desafie-se também 
a enviar as suas.
18 Projetos criativos Damos-lhe boas ideias e explicamos 
como as transformar em boas fotos.
28 OlharesAs melhores fotografias 
enviadas pelos nossos leitores.
38 Projetos fotográficosInspire-se num dos nossos 
projetos desafio para criar o seu 
próprio projeto de fotografia. 
52 Técnicas BásicasExplicamos o funcionamento do 
processamento de imagens na câmara. 
Perceba as vantagens e como proceder.
56 Imagens ao pormenorA análise mais atenta de uma 
imagem pode ser o que lhe falta para evoluir 
ainda mais na sua fotografia.
62 EditarLições e conhecimento 
fundamentais para dominar a edição. 
74 Missão de março: Apanhados em fragrante 
ASSINE JÁ A OMF 
AVANCE ATÉ À PÁG. 60!
Por favor recicle esta revista 
quando terminar de a utilizar
O MUNDO DA FOTOGRAFIA
Nº 155 n Março 2018 n Mensal n €4,99 (Cont.)
EDITOR
GOODY, S.A. 
Sede Social, Edição, Redação e Publicidade: 
Pct. Bernardino Machado, n.º 11A,
Lumiar – 1750-421 Lisboa
Tel.: 218 621 530 – Fax: 218 621 540
N.º Contribuinte: 505000555
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
António Nunes (Presidente), Alexandre Nunes, 
Fernando Vasconcelos, Nuno Catarino, Violante Assude
 
ACCIONISTAS
António Nunes (20%), Alexandre Nunes (20%), 
Fernando Vasconcelos (20%), Nuno Catarino (20%), 
Violante Assude (20%) 
DIRETOR GERAL
António Nunes
MARKETING E DISTRIBUIÇÃO 
Fernando Vasconcelos
LICENSING
Nuno Catarino
DIRETOR FINANCEIRO 
Alexandre Nunes
CONTABILIDADE
Cláudia Pereira
APOIO ADMINISTRATIVO 
Tânia Rodrigues, Catarina Martins
 
DIRETOR 
Rogério Jardim
(rogerio.jardim@goody.pt)
ESTATUTO EDITORIAL 
Leia na íntegra em 
www.goody.pt/pt/estatutos/omf 
 
FOTOGRAFIA DE CAPA 
Getty Images/RooM RF 
PUBLICIDADE 
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carla.pinheiro@goody.pt
Tel.: 218 621 546 | 939 103 233
Fátima Eiras
fatima.eiras@goody.pt
Tel.: 218 621 491 | 937 908 007
DIRETOR DE PRODUÇÃO 
Paulo Oliveira
COORDENADOR PRODUÇÃO EXTERNA 
António Galveia
DIRETORA DE ARTE 
Sofia Marques 
ARTE DE CAPA 
Vanda Martins, Rui Nave (imagem)
PAGINAÇÃO
Vanda Martins
CONTEÚDOS DIGITAIS 
EDIÇÃO 
Rogério Jardim
PRODUÇÃO/EDIÇÃO DE VÍDEOS
Paulo Santos
COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO
Carlos Nunes
SERVIÇO DE ASSINANTES E LEITORES
Gonçalo Galveia – Tel.: 21 862 15 43
E-mail: assinaturas@goody.pt
Site: www.assineagora.pt
PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO 
Gráfica Monterreina
Madrid - Espanha
DISTRIBUIÇÃO 
VASP – Distribuidora de publicações, SA
DISTRIBUIÇÃO DE ASSINATURAS
J. M. Toscano, LDA
Tel.: 214142909
Site: www.jmtoscano.com 
TIRAGEM 
9.000 ex.
DEPÓSITO LEGAL 
N.º 226092/05
REGISTO NA E.R.C.
N.º 124710
A Future plc é detentora do título Digital Camera. 
Todos os artigos traduzidos e/ou adaptados são 
propriedade da mesma, estando a Goody, S.A. 
autorizada a reproduzi-los em Portugal.
Equipamento fotográfico em teste
84 Fujifilm X-E3 A Fujifilm 
comprime o seu último 
sensor na sua mais 
pequena câmara X.
88 Canon EOS M100
Há o simples e o simplismo. 
Terá a Canon levado esta 
jovem câmara sem espelho 
longe demais? 
90 Adobe 2018As novidades 
da Adobe para 2018. 
92 Confronto: Câmaras 
para iniciantes
Será uma reflex a melhor 
opção para quem está a 
começar?
Outros temas em destaque 
na sua nova OMF
A Fujifilm escolheu Portugal para mostrar ao mundo a chegada 
da nova X-H1 e dar provas de que vai apostar forte no vídeo
FOI NO no Palácio da Cruz 
Vermelha, em Lisboa, que 
a Fujifilm levou a cabo a 
apresentação 
internacional da sua nova câmara 
da linha X, a X-H1. O sensor é um 
APS-C de 24MP, o mesmo da X-T2, o 
X-Trans III, enquanto o corpo parece 
herdar algumas características da 
médio-formato GFX 50S, onde sobressai 
uma pega consideravelmente 
pronunciada, que é também um dos 
primeiros sinais de que a Fujifilm está a 
apontar para os videógrafos.
Também a pensar no vídeo, mas não só, está 
um dos grandes destaques da X-H1, 
estabilização de imagem embutida de cinco 
eixos. Isto vai permitir ter sempre 
estabilização de imagem, mesmo que esteja a 
usar uma objetiva sem esta característica – e 
a Fujifilm é conhecida por ter muitas assim, 
por preferir concentrar-se em aberturas 
rápidas e em conseguir bom desempenho 
com pouca luz. Portanto, e na prática, a X-H1 
permitirá juntar o melhor de dos mundos.
Ainda sobre o vídeo, a X-H1 suporta DCI 
4K (4.096 x 2.160) e câmara lenta 1080p, a 
120fps, e conta com entrada para microfone. 
Gostamos também de ver a chegada de um 
modo de simulação de vídeo, chamado 
Eterna, que cria um visual mais 
cinematográfico, e que dá maior 
flexibilização na pós-produção. A Fujifilm 
anunciou duas objetivas centradas no vídeo, 
a Fujimon MKX 18-55mm f/2.9 (€3.999) e 
MKX 50-135mm f/2.9 (€ 4.299), que na 
prática são versões de objetivas que a 
fabricante já tinha lançado para câmaras 
Sony E, criadas exclusivamente a pensar em 
vídeo, o mesmo que dizer que inclui anéis de 
zoom extremamente suaves e a capacidade 
de fazer zoom sem perder o foco.
 
OBSERVATÓRIO
As mais recentes novidades fotográficas!
6 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
F
1
ECRÃ
Este LCD tem 3”, é tátil e tem 1,04 
milhões de pontos. É também 
articulado na vertical e na horizontal, 
mas aqui apenas para a direita.
A PENSAR NO VÍDEO
N O VA F U J I F I L M
2
DISPLAY OLED 
Mostra as configurações da câmara, 
mesmo quando está desligada.
3
ESTABILIZAÇÃO
Um dos maiores destaques 
da X-H1 vai para a inclusão 
no corpo da câmara 
Outras características em destaque incluem 
um display monocromático, e personalizável, 
no topo direito da câmara, com informações 
sobre as configurações da câmara. Já no painel 
traseiro da X-H1 vemos botões maiores que na 
X-T2, por exemplo, e a inclusão de um 
generoso ecrã tátil e articulado.
A Fujifilm X-H1 tem lançamento 
previsto para o início de março, pelo que 
é provável que já a encontre à venda em 
algumas lojas da especialidade por alturas 
em que estiver a ler esta edição.
www.fujifilm.eu/pt 
€ 1.899
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 7
O B S E R VAT Ó R I O
PANASONIC 
LUMIX GX9
Mais um piscar de olhos ao vídeo
L A N Ç A M E N T O L U M I X
AMTÉM a pensar no 
vídeo, a Panasonic 
anuncia a Lumix GX9, 
que deve chegar 
ainda em março, a um preço 
próximo dos mil euros. Esta 
evolução da GX8 faz-ne notar de 
várias formas, que vão desde o seu 
sensor de 20MP, a captação de vídeo 
em 4K, ecrã tátil de 3” e ocular 
eletrónica com 2,7 milhões de 
pontos e capacidade de disparar 
fotos até 9fps. Mais o maior 
destaque até tem ido para uma 
novidade chamada L Monocrhome 
D. Este modo aplica ruído às 
imagens, com o propósito de similar 
o visual de filme, que nos tem 
impressionado por ser capaz de 
apresentar pretos realmente 
profundos.
www.panasonic.pt
T
NOVO TALENTO
FNAC 
FOTOGRAGIA 
2018
Edição deste ano terá 
direito a uma gala
C O N C U R S O D E F O T O G R A F I A
ECORRE até 9 de abril 
as inscrições para o 
programa Novos 
Talentos FNAC. 
Fotografia, Música, Escrita e 
Cinema são as quatro categorias em 
que a FNAC pretende descobrir e 
promover novos talentos nacionais. 
Já na sua 15ª edição, a vertente de 
fotografia tem ganho cada vez maior 
destaque, sendo que este ano a 
O Mundo 
da Fotografia 
também se associa a esta 
iniciativa. Os distinguidos pelo júri 
presidido por Mário Cruz 
(fotojornalista da Lusa, que venceu 
o World Press Photo 2016, na 
categoria Assuntos 
Contemporâneos), terão destaque 
de honra, na gala de premiação.
www.fnac.pt/novostalentos.pt 
D
Não foi difícl congelar momentos com movimento.
Em condições de 
pouca luz a X-H1 
esteve em bom plano.
AS NOSSAS IMAGENS FAVOR ITAS, OR IUNDAS DOS QUATRO CANTOS DO MUNDO
H OT S H OT S
Sobre a RPS International Photography Exhibition
Na sua 160ª edição, a RPS International Photography Exhibition é a exposição do género mais antiga do mundo. 
Passa por festivais de fotografia e variadíssimas galerias, chegando a uma audiência muito vasta.
www.rps.org/ipe160
SARA CUCÈ REINO UNIDO 
“A série This Body is No One’s Home explora o sentido da não pertença. É o resultado dos reflexos do desaparecimento de um ser 
pessoal, influenciado pelo conceito oriental sobre a perceção do corpo humano como um lar e um templo. As imagens são duplas 
exposições feitas em câmara, com uma Cosina CT1-A e filme Kodak Tri-x, reveladas e impressas em câmara escura.”
8 O M U N D O D A F O T O G R A F I A FEVEREIRO 2018
MARGARET MITCHELL REINO UNIDO OURO 
“In This Place é uma série em construção que envolve os filhos e netos da minha irmã. Quando os fotografei pela primeira vez, em 1994, 
combinamos que atualizaríamos as imagens em 2016, recuando um pouco nas suas histórias de vida até à sua terra
natal, na Escócia. A 
minha irmã faleceu em 2008, e foi um perda que afetou muito a família, com repercussões a vários níveis. Cada imagem tem a sua própria 
história e, como série, abraça aspetos como família, perda, amor e sobrevivência, numa realidade socioeconómica bem mais ampla. Este 
trabalho levanta questões sobre escolhas – fazemos mesmo as nossas próprias escolhas, ou estão pré-definidas e já tomadas?”
Leah, 2016.
Liam, 2017.
Steven, 2017.
Kyla, 2017.
H O T S H O T SH O T S H O T S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 9
H O T S H O T SH O T S H O T S
OWEN HARVEY REINO UNIDO OURO, SUB 30 
“No final dos anos 1940 emergiu na América uma nova subcultura, que cresceu muito durante o pós-guerra, nos anos 1950. Os jovens latinos 
colocavam sacos de areia nos carros, para que ficassem mais baixos, respeitando o mote ‘Slow and Low’. Os carros eram decorados com 
mensagens políticas e imagens alusivas à cultura latina. À medida que os anos passavam, esta cultura popularizou-se, com os carros a 
serem equipados com suspensões hidráulicas, criadas para lhes dar capacidades especiais, como conduzir em três rodas, ou fazer saltar as 
rodas da frente até um metro de altura. Esta imagem, muito vista em telediscos, foi abraçada por culturas espalhadas pelo mundo inteiro. 
Para a série Ground Clearance, viajei para a América em 2016-2017 para poder documentar esta cultura.”
Sanchez, membro da Lunatics Lowrider Crew.
Lunatic Lowriders. Um Cadillac com suspensão hidráulica.
Sosa, membro da Lunatics Lowrider Crew.
Chevy Impala, Lunatic Lowriders.
10 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
H O T S H O T S
WES BELL CANADÁ BRONZE 
“Há quatro anos, depois de me despedir da minha mãe, partia para o aeroporto. Ela estava a morrer de cancro. Naquela longa 
viagem pela rua, distraí-me com alguns sacos de plástico, levados pelo vento e apanhados pelas redes que limitavam algumas 
terras. Estavam ali, a desafazerem-se pelo vento e pelo tempo, presos às redes fronteiriças das terras de ninguém. Enquanto 
refletia sobre a mortalidade e dor, contextualizada pelo estado terminal da minha mãe, estes restos plásticos esquecidos 
despertaram-me um significado bem mais profundo.”
Snag. 23rd Street NW, Medicine Hat, AB, Canadá, 2015
H O T S H O T S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 11
12 D I G I TA L C A M E R A SPRING 2016 www.digitalcameraworld.com
H O T S H O T S
KATINKA HERBERT REINO UNIDO Yoasán Guillén, Cubrano, Jogador de Basebol, Havana, Cuba 2017 
“Yoasán Guillén é jogador do Industriales, uma das duas equipas de basebol de Havana, em Cuba. 
Historicamente, o Industriales é a equipa de mais bem-sucedida da Série Nacional de Basebol.”
(AO LADO) RJ KERN EUA Anna e Helen, Blue Earth County Fair, Minnesota, 2016 
“The Unchosen é uma série de mais de 60 retratos captados em feiras com concursos de animais, no Minnesota, que depois 
me conduziu à Minnesota State Fair, uma das maiores e mais visitadas exposições do mundo. As fotografias mostram o assunto, 
de frente para a câmara, o que permite ao espetador decidir o que melhor distingue estes assuntos. Não nascemos vencedores, 
ou perdedores, mas sim dotados da capacidade de escolher. Foi este o tema que explorei neste projeto.”
MATTHEW HAMON EUA Jessica, da série Water’s Edge 
H O T S H O T SH O T S H O T S
12 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
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ANDREA ZVADOVA ESLOVÁQUIA Pigmento
“A beleza não tem limites definidos, não tem uma receita. Hoje começamos a sentir mudanças na forma como a beleza é 
percecionada e a quebrar estereótipos. O albinismo é belo e único, mas incompreendido. No entanto, para muitas pessoas com esta 
condição, a sua singularidade pode conduzir ao separatismo e ao isolamento. Ao partilhar experiências e ao melhorar o 
conhecimento podemos continuar a quebrar estas barreiras que são prejudiciais.”
H O T S H O T SH O T S H O T SH O T S H O T S
14 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Candidaturas até
9 de Abril
info — fnac.pt/novostalentos
#chegaondequiseres
Fotografia
NOVOS
TALENTOS
FNAC
2018
horácio graça portugal, grupo facebook: cantinho da fotografia 
“O sol, persistente e confiante, conseguia finalmente vencer as nevoas que teimosamente o queriam relegar para 
um lugar que não o seu.Tranquilo, sereno, o barqueiro deslizava agora sob os primeiros raios de luz. Tudo era 
calmo, lento e silencioso... como ‘coisa’ que não existe!”
Equipamento: Sony Alpha 550 a 200mm Exposição: 1/250 seg. a f/5, ISO 200
Paulo SoliPa portugal, grupo facebook: cantinho da fotografia
“Neste dia levantei-me para fazer o nascer do sol no Padrão dos Descobrimentos. Quando cheguei deparei-me com 
um nevoeiro cerrado, onde mal se via o monumento. Com o nevoeiro que estava pensei que a ponte podia dar uma 
boa foto de certeza. Quando lá cheguei esperei que o dia aclarasse e fiz o enquadramento. Como não havia ninguém 
no local use-me como modelo para dar noção de escala e equilibrar a foto.” 
Equipamento: Sony Alpha 7 a 16mm Mark II Exposição: 1 seg. a f/5.6, ISO 100
h o T S h o T S
16 o m u n d o d a f o T o g r a f i a março 2018
P R O J E T O S 
C R I AT I V O S
12
Use água, fogo e luz para levar 
a sua fotografia por novas 
e audazes direções
ÁGUA • ÁG
U
A
 • Á
G
U
A
 • ÁGUA • ÁGUA • ÁGUA
 • Á
GU
A
 •
 Á
G
U
A
 •
 Á
G
U
A 
• Á
GU
A • Á
GUA • • GELO
 • G
E
LO
 • G
E
LO
 • GELO • GELO • GE
LO
 • 
G
EL
O
 •
 G
E
LO
 •
 G
EL
O 
• G
ELO
 • GELO LUZ • LU
Z • LU
Z
 • LU
Z
 • LUZ • LUZ • LUZ • L
UZ
 • 
LU
Z
 •
 L
U
Z
 •
 L
U
Z
 •
 L
UZ
 • L
UZ • LUZ •FOGO • FO
G
O
 • F O
G
O
 • FO
GO • FOGO • FOG
O •
 FO
G
O
 •
 F
O
G
O
 •
 F
O
G
O
 • 
FO
GO
 • FOGO •
MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 17
A RAZÃO por que 
conhecemos o 
comportamento das 
gotas de água deve-se à 
fotografia de alta 
velocidade. Felizmente, 
não vamos precisar de equipamento de 
topo para executar este projeto, apenas ter 
uma focagem precisa e bom timing.
Encha um tabuleiro com água e pouse-o 
num sítio fixo. Coloque uma cadeira por 
cima, de forma a ter onde prender um 
saco com água. Faça um buraco no canto 
do saco com um alfinete, para conseguir 
uma queda de gotas intercalada e constate.
Monte a câmara num tripé e preencha a 
cena com a água no tabuleiro e as gotas. Ajuda 
ter uma objetiva macro, mas não é essencial. 
O que colocar por trás do tabuleiro será 
refletido pela água, pelo que deve experimentar 
usar várias folhas de papel coloridas e 
texturadas. Montado o cenário, coloque o flash 
numa lateral, apontado para o fundo.
A precisão na focagem é vital, por isso mude 
para o modo de foco manual e coloque a ponta 
de um lápis no ponto da queda da gota. 
Foque-a, depois mude para focagem manual. 
Agora só tem de se preocupar com o timing.
PA S S O 1
Preparar a câmara e flash 
Use o modo Prioridade à Abertura com uma abertura de f/18, 
para ter mais profundidade. Se puder, use um disparador por 
cabo, porque facilita a ação, e faça algumas fotos de teste para 
assegurar que o flash dispara na altura certa.
PA S S O 2
Congelar as gotas 
Com tudo preparado, só tem de se preocupar com o timing. 
Perceba o ritmo das gotas e assim que conseguir um bom 
slpash, reveja a imagem no ecrã para perceber se está focada. 
Caso não esteja, ajuste a focagem e volte a tentar. 
ÁGUA • Á
G
U
A
 • Á
G
U
A
• ÁGUA • ÁGUA • ÁGU
A •
 Á
GU
A
 •
 Á
G
U
A
 •
 Á
G
U
A 
• Á
GU
A • ÁGUA •
Projeto 1
Esculturas de 
fração de 
segundo
Transforme uma gota de 
água numa forma sólida 
congelando o seu movimento
18 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Z O O M I N
F18
nos retratos, a 
regra de ouro é 
focar nos olhos. 
Mas a regras 
existem para serem 
quebradas, pelo 
que podemos criar bons retratos 
sem qualquer parte da face focada.
Escolha uma janela, num dia 
chuvoso, cheia de gotas. Com o seu 
assunto colocado no outro lado da 
janela, use as gotas como ponto 
focal, para conseguir captar um 
retrato sombrio e profundo, que será 
tão interessante como qualquer 
retrato mais convencional.
Fotografar de dentro para fora 
passará a ideia de que o assunto 
está lá fora, já o contráiro, mostra 
alguém à espera de uma trégua no 
temporal. Para que a foto funcione 
muito bem, convém ter pouca 
profundidade de campo, para que 
apenas as gotas estejam focadas. 
Para isso, use uma objetiva com 
abertura máxima rápida, como uma 
fixa de 50mm f/1.8. No modo 
Prioridade à Abertura, use o número 
f/ mais baixo e enquadre o assunto. 
Foque nas gotas, e dispare.
Em cima 
Dê emoção à 
modelo ao 
fotografá-la 
através de uma 
janela salpicada 
com água da 
chuva.
março— 2018 O M u n d O d a f O t O g r a f i a 19
 • ÁGUA • Á
G
U
A
 • Á
G
U
A
 • ÁGUA • ÁGUA • ÁG
UA
 • Á
G
U
A
 •
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U
A
 •
 Á
G
UA
 • Á
GU
A • ÁGUA 
Projeto 2 
um retrato chuvoso 
Use a profundidade de campo para captar pessoas pensativas
F1.8
PA S S O 1
Encher o copo
Pouse o copo sobre papéis coloridos. Com a câmara num tripé, 
enquadre a imagem e faça um foco manual com a objetiva macro. 
Use o Live View e zoom no ecrã para ter mais precisão na 
focagem. Ilumine o copo lateralmente com uma lanterna. 
COM uma objetiva macro 
e alguns objetos é 
possível conseguir fotos 
fantásticas de gotas 
de óleo sobre a água. 
Na maioria das fotografias 
macro o setup é essencial, sendo que 
temos de nos concentrar no detalhes. 
A disciplina exigida por estre projeto vai 
estender-se a outros estilos de fotografia, 
pelo que fotografar abstratos delicados 
terá muitos benefícios. 
Encha um recipiente com água e adicione 
uma gota de sabão líquido. Depois de mexer 
um pouco, deixe repousar 5-10 minutos, e 
adicione gotas de óleo culinário.
PA S S O 2
Beber todo o detalhe
Use o modo Prioridade à abertura, e insira uma abertura de f/11. 
Ajuste a posição da lanterna para mudar contraste e intensidade 
das cores; para recompor, mova papel e copo ao mesmo tempo 
– bem mais simples que mover a própria câmara.
Objetivas macro como a Nikon 
60mm f/2.8 são um bom exemplo 
do que é possível fazer.
 • ÁGUA • Á
G
U
A
 • Á
G
U
A
 • ÁGUA • ÁGUA • ÁG
UA
 • Á
G
U
A
 •
 Á
G
U
A
 •
 Á
G
UA
 • Á
GU
A • ÁGUA
Projeto 3 Abstratos líquidos
Crie imagens coloridas e impactantes, imersas em detalhe
20 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
O FLASH do seu telemóvel é perfeito para criar rastos de luz. Com um pouco de 
treino, poderá desenhar qualquer forma no ar e captá-la com uma longa exposição. 
Para não ser apanhado na fotro vista roupa escura e mantenha-se em movimento.
Em termos de configurações, use o modo Manual e foque manualmente a área 
onde fará a pintura. Um bom ponto de partida passa por usar ISO 100, f/16 e 
uma velocidade de 30 segundos.
Projeto 5 
Swing de luz
Capte bonitos padrões 
de lanternas dançantes
É FÁCIL criar uma imagem 
fascinante que capte as 
leis da física! Numa sala 
escura, amarre uma lanterna 
a um metro de corda, e 
coloque a câmara por baixo, 
montada num tripé. Foque a lanterna 
manualmente e use o modo Manual (M) da 
câmara com um ISO de 100, abertura de f/11 
e uma velocidade de obturação de 30 
segundos. Desligue as luzes da sala, e 
balance a lanterna em movimentos 
circulares, para que desenhe uma elipse 
decrescente. Dispare o obturador 
e espere até que feche.
Para ter várias elipses numa imagem, use o 
Bulb e cubra a objetiva com um cartão preto 
enquanto troca de lanternas. Use os plásticos 
de reboçados para mudar a cor da lanterna. 
Projeto 4 
Graffiti com smartphone
Use o seu telemóvel para pintar esculturas de luz
LUZ • LU
Z • LU
Z
 • LU
Z
 • LUZ • LUZ • LUZ • L
UZ
 • 
LU
Z 
• 
LU
Z
 •
 L
U
Z
 •
 L
UZ
 • L
UZ • LUZ •
LUZ • LU
Z • LU
Z
 • LU
Z
 • LUZ • LUZ • LUZ • L
UZ
 • 
LU
Z 
• 
LU
Z
 •
 L
U
Z
 •
 L
UZ
 • L
UZ • LUZ •
MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 21
CUBRA o fundo de 
uma embalagem 
de gelados com 
cerca de 2cm de 
água e leve ao 
congelador. Uma 
ver sólido, coloque uma flor colorida 
sobre o gelo e adicione água até ficar 
coberta. Volte a congelar e voilá, aqui 
está o seu bloco de gelo floral. 
Retire o bloco de gelo da 
embalagem, pouse-o num local onde 
possa descongelar, e monte a câmara 
num tripé. Use uma lanterna para 
iluminar o gelo de vários ângulos. 
Rapidamente terá composições 
texturadas e coloridas para captar. 
DURANTE a noite 
as temperaturas 
baixam bastante, 
sendo que é comum 
chegarmos ao carro 
e vermos o para- 
-brisas com uma fina camada de 
gelo. Uma objetiva de kit serve para 
este projeto, mas para ter mais 
contraste, experimente alturas e 
ângulos diferentes. Fotografe em 
Raw e use o modo Prioridade à 
Abertura, com um f/11. 
Quando converter o ficheiro Raw, 
reduza Shadows e Black para ter mais 
contraste, e recue Temperature para 
um visual mais frio e azulado.
Projeto 6 
Congele 
uma flor
Congele uma flor e crie 
um excelente assunto 
para criar fotografias 
fantásticas!
Projeto 7 
Texturas 
geladas
Quando tiver o 
para-brisas gelado, 
não o limpe, agarre 
antes na câmara 
GELO • G
E
LO
 • G
E
LO
 • G
ELO • GELO • GELO
 • G
EL
O
 •
 G
E
L
O
 •
 G
E
LO
 • 
GE
LO 
• GELO •
GELO • G
E
LO
 • G
E
LO
 • G
ELO • GELO • GELO
 • G
EL
O
 •
 G
E
L
O
 •
 G
E
LO
 • 
GE
LO 
• GELO •
22 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
GELO • G
E
LO
 • G
E
LO
 • G
ELO • GELO • GELO
 • G
EL
O
 •
 G
E
L
O
 •
 G
E
LO
 • 
GE
LO 
• GELO •
Projeto 8 
Faça splash
Fotos com qualidade de 
estúdio a baixo custo
para ter qualidade de 
estúdio, sem estúdio, cole um 
lado de uma fronha branca 
numa parede, e o outro no 
balcão. Com a câmara num 
tripé, enquadre um copo de 
água, com uma rodela de limão. Deixe algum 
espaço por cima do copo para o splash. 
Posicione o flash numa lateral, mas apontado 
para o fundo, e não para o copo em si. 
março— 2018 O M u n d O d a F O t O g r a F i a 23
z O O M i n
Pa s s O 1
Configurações da câmara
Configure o flash para disparar remotamente, no modo TTL. 
Com o modo Prioridade à Abertura na câmara (A ou AV), use 
uma abertura de f/11. Na compensação da exposição adicione 
+1.0 stop de, e faça uma foto de teste para ver se o fundo está 
branco. Ajuste a exposição até ficar totalmente branco.
Pa s s O 2
acertar no timing
A partir de fora da composição, deixe cair alguns cubos de gelo 
no copo. Dispare o obturador assim que atingirem a superfície, 
de forma a captar alguns splashes fantásticos. É mais fácil usar 
um disparador remoto, mas não é obrigatório. Tente diferentes 
alturas até conseguir o resultado que pretende.
F11
+1.0
PODE ser fraca como fonte de luz, mas 
uma vela cria uma luminosidade cheia de 
profundidade e ambiente.
Para captar um 
retrato à luz da vela, use o modo Manual 
(M) e formato Raw. Inclua a vela no retrato, 
porque a sua luz é tão quente que deve ser 
revelada de forma a que o espetador perceba a imagem. 
Use um ISO de 1.600 e uma objetiva rápida, como uma 
50mm f/1.8, numa abertura de f/2. Use uma velocidade 
1/100 e foque o olho mais próximo da objetiva.
Projeto 10 
À luz da vela
Crie melhor ambiente nos seus 
retratos com a ajuda de uma vela 
Projeto 9 
Captar a 
chama intensa
Capte uma foto artística de um 
momento invisível ao olhos
QUANDO acendemos 
um fósforo, acende tão 
depressa que nem 
conseguimos ver o que 
acontece no preciso 
momento da ignição. 
Mas ao disparar uma série de imagens a 
grande velocidade podemos captar este 
momento fantástico e conseguir uma 
foto entre a arte e a ciência. Para isso 
vamos precisar de uma objetiva macro e 
ter de deixar muito espaço em torno do 
fósforo na composição, isto porque a 
ignição será bem maior do que pensa!
PASSO 1
 
Suporte um fósforo num bocado de 
plasticina, sobre um fundo preto. 
Use focagem manual e Live VIew e 
foque a cabeça do fósforo. 
PASSO 2
 
Mude para Manual (M), com ISO 
200. Use uma abertura de f/5.6, 
velocidade de 1/100 seg. e a mais 
rápida taxa de disparo que puder.
PASSO 3
 
Acenda novo fósforo e comece a 
disparar enquanto o usa para 
acender o outro fósforo. Retire-o de 
cena assim que se der a ignição.
PASSO 4
 
Reveja as imagens no ecrã: em 
sequência, terá captado o momento 
da ignição e um raio de fogo a 
emanar da cabeça do fósforo!
FOGO • FO
G
O
 • F O
G
O
 • FO
GO • FOGO • FOG
O •
 FO
G
O
 •
 F
O
G
O
 •
 F
O
G
O
 • 
FO
GO
 • FOGO •
 FOGO • FO
G
O
 • FO
G
O
 • FOGO • FOGO • FOG
O •
 FO
G
O
 •
 F
O
G
O
 •
 F
O
G
O 
• F
OG
O • FOGO •
24 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Z O O M I N
Projeto 11 
Esculpir com fumo 
Congele o movimento suave do fumo
E Q U I P A M E N T O D E T O P O
Flash externo
Usar acessórios como um flash externo abre 
uma série de oportunidades de iluminação criativa. 
é fácil de fazer e algumas câmaras têm modos que 
permitem disparar estes flashes remotamente. 
Se não for o caso da sua, tudo o que precisa 
é de comprar um disparador sem-fios.
Monte o transmissor na sapata da câmara, 
e o flash na unidade recetora. Está pronto 
para começar. Pode usar qualquer 
fabricante ou modelo de flash no seu 
modo Manual, pelo que não está 
limitado a uma dada marca.
FOTOGRAFAR mechas de fumo é fácil, 
isto se conseguirmos ter a luz certa. 
Para esta foto, acenda um pau de 
incenso e coloque-o sobre um fundo 
escuro. Use um flash externo e o modo 
Manual da câmara para o iluminar 
lateralmente, de forma a que não atinja, nem o fundo, nem 
a objetiva. Foque a ponta do pau de incenso, depois mude 
para foco manual, para bloquear a distância focal.
No modo Manual, defina uma abertura de f/8 e uma 
velocidade de 1/200 seg. Faça algumas fotos teste e 
ajuste a potência do flash para tornar o fumo mais claro 
ou escuro, até conseguir a exposição certa.
FOGO • FO
G
O
 • F O
G
O
 • FO
GO • FOGO • FOG
O •
 FO
G
O
 •
 F
O
G
O
 •
 F
O
G
O
 • 
FO
GO
 • FOGO •
5SEC
F8
8000
4000
2000
1000 500 250 125 60
30
15
8
4
2
1S
EC
2S
EC
5SEC
1/200
PARA fotografar raios de luz, 
simplesmente mova uma pequena fonte de 
luz durante uma longa-exposição. Pode 
fazê-lo em torno de um assunto, para o 
contornar e iluminar de diferentes ângulos 
com a luz da lanterna, ou até mesmo usar 
luzes de natal para criar um efeito mais impressionante.
Para pinturas mais elaboradas, com várias fontes de luz, 
poderá conjugar várias imagens no Photoshop. Algo que devemos 
ensiná-lo a fazer numa próxima edição. Mas, primeiro, vamos ver 
como pode criar a suas próprias pinturas de luz. 
PA S S O 1
Preparar a câmara
Coloque a câmara num tripé, depois enquadre e foque o seu 
assunto. Mude para focagem manual para bloquear a distância 
focal e ative o modo Manual (M). Use um ISO de 200, velocidade 
de 8 segundo, e uma abertura de f/16. Defina o Self Timer para 
5 segundos. Já pode desligar as luzes.
PA S S O 2
Pintar com luz
Dispare a câmara, ponha-se em posição e, assim que o 
obturador se abrir, tem o tempo da exposição para criar a sua 
pintura de luz. Se for preciso pode usar uma exposição mais 
longa – mas mantenha sempre a lanterna em movimento para 
evitar clarões. Pode pintar um assunto inteiro numa só imagem, 
ou fazer várias imagens e depois juntá-las na edição.
Projeto 12 
Pintar com luz
Contorne um assunto com rastos de 
luz para criar uma imagem atraente
 LUZ • LU
Z
 • LU
Z
 • LU
Z • LUZ • LUZ • LUZ • 
LU
Z 
• L
U
Z
 •
 L
U
Z
 •
 L
U
Z 
• 
LU
Z •
 LU
Z • LUZ •
26 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Z O O M I N
F16
80
00
40
00
2 0
00
10
00
500
2501256030
15
8
4
2
1SEC
2 SEC 5 SEC
8 seg.
128006400
3200
1600
8
0
400 200 10
0
50
0
ISO
200
SÓNIA ALMEIDA 
CLAUSURA 
Equipamento Canon 600D a 20mm 
Abertura f/13 
Exposição 0,5 seg. 
Sensibilidade ISO 100
1
Envie as suas fotos para ‘mundo.fotografia@goody.pt’. Regras de 
participação no FB e conteúdos digitais, que encontra na página 4.
Prolonge o olhar nos melhores registos fotográficos enviados pelos leitores 
da OMF e encontre inspiração para dar asas à sua veia mais criativa.
OLHARES MARÇO
MENSALMENTE os leitores da revista 
O Mundo da Fotografia são contemplados com apelativos 
prémios em resposta aos desafios que lançamos em cada 
edição. No passatempo Olhares deste mês, 
a leitora Sónia Almeida foi eleita 1ª classificada e receberá 
uma assinatura de um ano da revista O Mundo da Fotografia 
(€ 59,88). Já o leitor Carlos Silva, 2ª classificado, será 
premiado com uma assinatura semestral da OMF (€ 29,94).
E GANHE 
PRÉMIOS! 
PARTICIPE TAMBÉM 
OLHARESL E I T O R E S
1º A S S I N AT U R A 
1 A N O O M F
2º A S S I N AT U R A 
S E M E S T R A L
 PRÉMIOS
28 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
1
OLHARES L E I T O R E S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 29
30 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
OLHARESL E I T O R E S
2
3
4
2
CARLOS SILVA 
SEM TÍTULO 
Equipamento Nikon D5000 a 45mm 
Abertura f/5.6 
Exposição 1/125 seg. 
Sensibilidade ISO 200
3
JOÃO AMARO 
CORRENDO SOBRE GRANITO 
Equipamento Nikon D800 a 24mm 
Abertura f/9 Exposição 1,6 seg. 
Sensibilidade ISO 200
4
RAUL BRANCO 
DOURO 
Equipamento Sony A77 a 150mm 
Abertura f/9 Exposição 1/500 seg. 
Sensibilidade ISO 200
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 31
OLHARES L E I T O R E S
32 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
OLHARESL E I T O R E S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 33
OLHARES L E I T O R E S
5
JOSÉ PATRICIO 
ESTRADA BRANCA 
Equipamento Canon EOS 70D a 26mm 
Abertura f/8 Exposição 1/50 seg. 
Sensibilidade ISO 100
OLHARESL E I T O R E S
34 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
7
6
OLHARES L E I T O R E S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 35
6
MANUEL ADREGA 
DESABROCHAR DA NATUREZA
Equipamento Canon EOS 80D a 250mm 
Abertura f/9 Exposição 1/30 seg. 
Sensibilidade ISO 100
7
FRANCISCO COSTA 
BRANCHES 
Equipamento Nikon D7200 a 16mm 
Abertura f/8
Exposição HDR 3 fotos 
Sensibilidade ISO 100
8
ORLANDO BERNARDO 
CORRENTE 
Equipamento Nikon D7000 a 50mm 
Abertura f/8 Exposição 1/125 seg. 
Sensibilidade ISO 200
8
9
ALFREDO LEMOS 
DENTE DE LEÃO 
Equipamento Canon EOS 7D a 60mm 
Abertura f/8 
Exposição 1/6 seg. 
Sensibilidade ISO 100
10
TERESE MORGADO 
OLHAR BRILHANTE 
Equipamento Nikon D90 a 21mm 
Abertura f/5 
Exposição 1/320 seg. 
Sensibilidade ISO 100
PARTICIPE, ENVIE-NOS 
AS SUAS FOTOGRAFIAS!
Participe já no passatempo Olhares da próxima edição da revista 
OMF! Utilize o e-mail ‘mundo.fotografia@goody.pt’ e siga as 
regras de participação que encontra nos conteúdos digitais da 
revista (pág. 4). Habilite-se a ganhar uma assinatura anual 
(€ 59,88) ou semestral (€ 29,94) da O Mundo da Fotografia. 
Serão premiados o 1º e 2º classificados deste passatempo.
 
PRÉMIOS
1º A S S I N AT U R A 
1 A N O O M F
2º A S S I N AT U R A 
S E M E S T R A L
OLHARESL E I T O R E S
36 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
9
10
Março 2018 O M u n d O d a f O t O g r a f i a 37
diCaS E truQuES EfiCaZES E tÉCniCaS PrÁtiCaS, CriatiVaS E PrOfiSSiOnaiS. EStÁ PrEParadO? 
38 5652
projetos fotográficos
desafios a pensar em si
Escolha um dos nossos desafios e 
coloque-o em prática e, quem sabe, 
poderá descobrir a inspiração que lhe 
fatava para o seu novo projeto.
imagens ao pormenor
técnicas práticas
Analisámos imagens muito diferentes, 
mas que de igual forma nos fazem 
compreender como podemos tirar partido 
de cenas banais ou mais elaboradas. 
técnicas básicas
saiba tudo sobre...
Processamento na câmara. Explicamos 
o funcionamento do processamento de 
imagens na sua câmara. Percebas as 
vantagens e como proceder,
fOtOgrafar
f O t O g r a fa r
P R O J E T O S 
F O T O G R Á F I C O S
Ideias que, quem sabe, 
podem resultar no seu 
próximo projeto...
38 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Dicas para fotografar 
com mau tempo
1 Não se assuste com o mau tempo! Mesmo que esteja a chover, haverá 
muitas e boas oportunidade para fotografar. 
2 A maioria das câmaras são à prova de salpicos, todavia, se a chuva for intensa 
proteja a sua câmara da natureza.
3 Leve muitos panos para limpar a objetiva, uma vez que é essencial 
mantê-la sempre livre de salpicos.
4 Use um para-sol para ajudar a proteger a superfície da objetiva 
das gostas de água e tente evitar 
fotografar contra a chuva.
5 Se não estiver muito vento (improvável), ajuda ter guarda-chuva.
©
 B
en
 B
ra
in
Vistas minimalistas 
Aprenda a gostar da chuva
Fomos até às montanhas galesas à procura de paisagens 
selvagens e minimalistas, sem medo da água
EDUZIR uma 
paisagem às suas 
formas mais básicas 
pode ser uma boa maneira de 
revigorar a sua fotografia. 
Aplicar minimalismo visual ajuda a 
aprender a olhar para a luz e 
cenas de novas perspetivas.
Existem momentos em que a 
meteorologia pode ajudar a atingir 
algo especial, mesmo que à 
primeira vista não nos seja óbvio. 
Nesta imagem, captada em 
Snowdonia, o tempo mais adverso 
era mau o suficiente para justificar 
uma retirada para o calor do hotel. 
No entanto, estas condições 
mais exigentes representaram 
também uma oportunidade 
muitas vezes ignorada.
Ao filtrarmos os detalhes mais 
descritivos da superfície e ao 
focar-nos apenas na forma e tons 
criados pela invasão nebulosa, 
conseguimos captar uma cena 
cheia de paz e simbolismo.
R
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 39
 P R O J E T O 1
40 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Desafio pro 
Comida em ação 
Emma Boyns é uma fotógrafa de 
comida premiada, que fala sobre as 
suas fotografias de restaurante
 P R O J E T O 2 INTO muita energia 
quando estou num 
restaurante, seja na sala 
ou na cozinha, durante a hora do 
serviço. E sinto que isso é 
importante porque as fotos de 
comida costumam falhar em 
conseguir transmitir a atmosfera de 
uma cozinha. Nas horas de pico, há 
várias pessoas a cozinhar, empratar 
e a andar de um lado para o outro, 
num género de dança 
desorganizada, mas fluída. Adoro 
mostrar a comida e o processo 
de criar um prato, enquanto 
comunico este caos.
A forma mais simples de o fazer 
é ter arrastamento nas fotos. Para 
isso, coloque a câmara num tripé, 
ou noutra superfície, e foque uma 
cena que vá ter elementos estáticos 
e em movimento. Poe exemplo, 
numa foto de um chefe a dar os 
retoques finais no empratamento, o 
prato estará estático, mas as mãos 
do chefe movimentam-se a 
espalhar sal pela comida ou 
algumas gotas de azeite.
Para conseguir este efeito no 
sítio certo, use uma velocidade de 
obturação lenta. Abaixo de 1/30 vai 
criar arrastamento nos elementos 
em movimento – se necessário 
reduzindo ISO e/ou a abertura 
para compensar.
Na prática, fotografar em 
restaurantes pode ser mais desafiante 
que noutros ambientes; sendo que 
usar tripé num cenário destes pode 
ser uma tábua de salvação para quem 
fotografa, mas um obstáculo para 
quem trabalha na cozinha. Para evitar 
complicações, uso outras superfícies 
para pousar a câmara, ou me apoiar, 
como mesas ou armários.
Tento sempre que o staff me 
alerte quando estou a atrapalhar, e 
nunca me aproximo sem avisar, para 
evitar acidentes. Alguns chefes que 
fotografei julgavam que queria 
apenas fotografar comida e até 
pediam desculpas quando apareciam 
nas fotos, pelo que é bom explicar 
que captar parte de toda a ação e 
interação com os ingredientes e 
pratos pode ajudar a levar uma 
imagem a um nível superior. 
Antes de fotografar num 
restaurante, ou noutro espaço, 
gosto de fazer uma lista das fotos 
ou cenas que pretendo captar. 
É importante saber de antemão o 
que queremos, para depois não 
ficarmos com aquela sensação de 
“quem me dera ter conseguido 
apanhar aquilo!”
P R O J E T O S
F O T O G R Á F I C O S
S
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 41
Projetos rápidos 
Espaço negativo 
Abrace o espaço vazio nas suas 
composições com a ajuda destas ideias
Coloque os assuntos num canto
O espaço negativo é tudo o que não tenha detalhe ou esteja desfocado, enquanto o 
espaço positivo diz respeito a uma área de interesse – um assunto ou um detalhe 
evidente. Ao darmos maior enfase ao espaço negativo numa imagem podemos criar uma 
composição diferente e nova, como conseguimos com este farol. Experimente colocar o 
seu assunto nos vários cantos do seu enquadramento. Terá resultados diferentes, 
dependendo da forma como muda o ângulo da câmara, ou do sítio que escolhe para a 
pousar. Uma grande-angular pode revelar-se muito útil neste tipo de fotografia.
Desfocar para destacar
 
Além do posicionamento do assunto, pode criar espaço 
negativo com a profundidade de campo, ao desfocar áreas 
da imagem. Uma abertura de f/2.8, por exemplo., ajuda 
nesse objetivo, mas tente também aproximar-se de 
superfícies para dar destaque ao que estiver desfocado. 
Fazer recuar a câmara para incluir mais espaço nesta praia 
e mar enaltece o sentido de isolamento e cria uma imagem 
mais sombria e até com maior significado do que se 
optássemos por preencher a imagem com farol.
Enquadre a cena
Um conselho clássico é criar um enquadramento dentro do 
enquadramento, através de objetos, de forma a circundarem 
o assunto como aqui. Aqui, os pilares desfocados passam a 
fazer parte do espaço negativo, enquadrando o cão.
Qualquer assunto – um edifício, uma pessoa, uma flor 
– pode funcionar como espaço negativo, sendo que o tripé 
ajudará na composição. Para conseguir este espaço 
negativo, porque não rever algumas fotos antigas e
experimentar alguns recortes diferentes?
Ja
m
es
 P
at
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so
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 P R O J E T O 3
Projeto criativo 
Fotografar 
fluorescência 
ultravioleta 
Fotógrafo de história natural, vida 
selvagem e ciência, Adrian Davies, 
mostra como tornar visível o invisível
FLUORESCÊNCIA 
ultravioleta (UV) é a 
luz que se torna visível 
num dado objeto quando este é 
iluminado (o termo técnico é 
“excitado”) por UV numa sala 
escura. Pense nas luzes UV 
usadas em discotecas ou 
diversões com fantasmas que 
fazem com que a roupa branca 
brilhe no escuro.
Existem muitos assuntos que 
brilham no escuro, incluindo 
alguns minerais (que podem ser 
identificados pelas cores que 
produzem); marcas em notas, 
passaportes e cartas de 
condução; algumas plantas 
(incluindo a quinina na água 
tónica; fruta e algumas madeiras); 
vários ovos de aves; alguns 
animais, como os escorpiões; e 
vários cosméticos, como 
maquilhagens. Passear à noite 
pelo jardim, ou pela sua casa de 
banho, com uma luz UV pode ser 
muito revelador. Esta técnica é 
também usada por cientistas 
forenses e restauradores de arte.
Este tipo de fotografia é agora 
mais acessível que no passado, 
graças à ser hoje em dia mais fácil, 
e barato aceder a luzes UV. Esta 
técnica vai provocar resultados 
muitas vezes inesperados.
Existem vários modelos de 
luzes UV à venda, mas para 
fotografar não precisa de nada 
muito poderoso. Um modelo que 
recomendamos é a Convoy S2+ 
365nm Nichia UV Waterproof LED 
Flashlight, que pode comprar 
online por pouco mais de € 20. 
Tente comprar uma que emita UV 
com um comprimento de onda de 
cerca de 365 nanometros. 
Para fotografar fluorescência 
UV vai precisar de uma sala 
escura, para que a única luz 
iluminar o assunto seja a da 
lanterna UV. Virtualmente poderá 
usar qualquer câmara e qualquer 
objetiva, desde que consigam 
fazer longas-exposições. Para 
assuntos mais pequenos convém 
ter uma objetiva capaz de fazer 
macros, assim como um tripé e 
um disparador remoto. 
Vire a página para ver um 
guia passo-a-passo
A
42 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
 P R O J E T O 4
P R O J E T O S
F O T O G R Á F I C O S
Segurança 
acima de tudo!
 
Os raios UV do sol causam 
queimaduras na pele, e a 
exposição prolongada a UV 
pode também queimar ou 
criar mesmo cancro da pele 
– por isso, tenha cuidado a 
usar lanternas UV mais 
potentes. Nunca aponte 
uma destas lanternas para 
os olhos de ninguém. Se 
estiver a fotografar dentes 
ou uma pintura facial 
fluorescente, peça ao 
modelo que feche os olhos. 
Se vai fazer muitos 
trabalhos com UV, convém 
comprar um par de óculos 
para o proteger dos raios 
UV. (Como foram criados 
para absorver os raios de luz 
UV causados pelos reflexos 
na neve, os óculos de ski 
podem ser uma opção.) 
Tenha também 
cuidado a trabalhar na 
sala escura. Usamos um 
lanterna de cabeça para 
ter as mãos livres para 
manusear a câmara e 
assuntos sem termos de 
nos mover no escuro.
Biografia 
Adrian Davies
Adrian Davies é um fotógrafo 
freelancer de história natural, vida 
selvagem e ciência. Lecionou 
fotografia por mais de 25 anos e 
escreveu alguns livros sobre vários 
tópicos da fotografia. O seu livro 
mais recente é Digital Ultraviolet 
and Infrared Photography. Além de 
tudo isto dedica ainda algum tempo 
a dar workshops em sobre vários 
aspetos da fotografia. 
www.imagingtheinvisible.com
www.adriandaviesimaging.com
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 43
Passo 2
A luz das lanternas LED nunca é totalmente 
uniforme. Por isso gosto de “pintar” o assunto 
com a luz, movimentando a lanterna 
constantemente durante a exposição, 
assegurando que consigo iluminar todas as 
zonas do assunto. Manter a lanterna a alguma 
distância também ajuda a espalhar melhor a 
luz. Tentei usar uma exposição de 10 a 20 
segundo para ter tempo para pintar todas as 
áreas do assunto. Usei a opção Mirror Up da 
minha reflex, com um disparador remoto. 
Gosto de usar um ISO baixo, normalmente 
200, para manter o ruído o mais baixo 
possível, e uma abertura de f/11. 
Antes e depois
Quando faço este tipo de 
imagens, gosto de 
fotografar uma foto à luz 
natural para poder 
comparar. Uso a mesma 
objetiva e câmara, e dois 
ou três flashes com caixas 
de luz para iluminar o 
assunto. Esta taça de 
madeira, feita de madeira 
de acácia, cria uma 
luz verde fluorescente 
sobre sob a luz UV.
Passo 1
Coloque o assunto sobre um fundo 
preto. Aqui pode ver o assunto para esta 
foto, uma planta carnívora (Nepenthes), 
colocada à luz normal sobre um fundo 
preto. Não use papel preto, porque como 
vai poder perceber, ele próprio brilhará 
sobre a luz UV. Eu costumo usar veludo 
preto, até por ser também um material 
fácil de escurecer no processo de edição 
,no Photoshop. Note que o pó pode 
também brilhar sobre esta luz, pelo que 
espere ter de fazer este tipo de 
retoques, algo fácil de resolver com a 
Spot Healing Brush, do Photoshop.
Passo 3
A melhor forma de definir a exposição é 
fazer alguns testes. Descobri que o modo 
Prioridade à Abertura funciona bem q.b., 
porque, se necessário, podemos 
compensar na exposição na câmara. 
A imagem final deve mostrar uma cor 
fluorescente, com os contornos do 
assunto. Se está a fotografar um assunto 
que pode mexer-se durante a exposição, 
como plantas mais delicadas, terão de as 
ter imóveis durante a exposição. Pode 
mesmo ter de suster a respiração para 
minimizar as correntes de ar na sala.
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(Assunto: 
Projetos)
Antes Depois
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F O T O G R Á F I C O S
ARA fazer uma boa imagem 
de natureza morta há que ter 
uma luz imaculada. Olhe para 
imagens profissionais de produtos, em 
especial os de luz, e verá que houve um 
cuidado extremo para tornar o produto 
brilhante e desejado. E aqui vamos 
abordar o mais problemático produto de 
iluminar – vidro. O vidro representa 
oportunidades de reflexos desejados e 
indesejados, pelo que é vital controlar a luz 
para conseguir uma boa imagem.
Usamos um copo e uma garrafa de 
whiskey para criar a clássica imagem com 
medidas iguais de estilo e intemporalidade. 
Ficará surpreendido por descobrir que é 
fácil fazer uma imagem desta em casa. Não 
precisa de equipamento especial, apenas 
algumas luzes (até podem ser candeeiros 
de secretária) e difusão.
Ter um fundo interessante vai ajudar a 
criar uma imagem de qualidade 
profissional, pelo que fomos cuidadosos 
a escolher um local adequado ao que 
íamos fotografar. Tente fazer o mesmo 
para a sua imagem, independentemente 
do que vai fotografar.
Projeto de flash 
Fotografar um 
produto brilhante 
Está na hora de beber um copo com as 
bases da fotografia de natureza morta
P
Passo 4
Para esta foto, a luz está a 1/4 da sua potência. Usamos uma 
abertura de f/6.3 para que o fundo ficasse desfocado. Passamos 
de uma velocidade de 1/200 segundos (velocidade de 
sincronização do flash) para 1/30 segundos para iluminar o fundo 
exposto à luz da sala, e usamos ISO 100 pare ter pouco ruído.
Passo 2
Colocamos dois flashes em caixas de luz à esquerda da garrada e 
do copo, para ter iluminação lateral. Usamos depois ainda uma 
cortinha do chuveiro para ter maior difusão de luz. As luzes 
cobriram uma área de cerca de um metro, da frente da garrafa 
até ao fundo da cena, de forma a espalhar a luz. 
Passo 3
Para ter luz a refletir na garrafa de uma forma apelativa, dobre 
um cartão dourado ou prateado e recorte-o com a forma da 
garrafa, de modo a que se suporte a sim mesmo na vertical, atrás 
da garrafa. Coloque o cartão no lado oposto da luz a um
ângulo 
de 45 graus, de forma a refletir a luz através do produto.
Passo 1
Crie um bom fundo para as suas fotos. De certo terá locais lá em 
casa bem interessantes que vão servir na perfeição – bem melhor 
que usar fundos feitos de papel. Pense também como pode vestir a 
cena com adereços. Aqui usamos uma ardósia para servir de basse 
par a garrafa de whisky e criar assim alguma textura.
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 45
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FOTOGRAFIA paisagista é claramente um género 
difícil de dominar. Há muitos obstáculos para 
ultrapassar até chegar à foto perfeita: a altura e ângulo 
do sol, a meteorologia e primeiros planos poucos interessantes. 
Todos estes elementos influenciam a imagem final. A última coisa 
que queremos é encontrar o local certo, na altura certo, e chegar 
depois a casa com uma imagem desnivelada, que nos obriga a 
fazer recortes. Há uma forma de manter toda a resolução das 
suas imagens, que é usar um nível montado na sapata do flash.
Com este pequeno acessório, não há desculpas para não 
conseguir sempre imagens perfeitamente niveladas. Como é 
pequeno e leve, podemos deixá-lo na câmara ou, pelo menos, 
tê-lo sempre no saco de equipamento.
São compatíveis com todos os fabricantes e modelos com 
sapata; e funcionam sempre, sem qualquer problema. Quando 
tenta alinhar e nivelar a sua câmara passa a poder ignorar o nível 
eletrónico no ecrã e concentrar-se nos eixos X e Y, perfeitamente 
medidos pelo nível que montou na sapata da câmara. Pelo que se 
quiser mover a câmara no eixo Y, continua a poder ter um indicador 
sobre o nível do eixo X, mantendo sempre o horizonte direito.
Manter o nível 
 Adeus horizontes 
desnivelados 
Use um nível para garantir que a sua 
composição está sempre nivelada
A
Passo 2
Está na hora de usar o 
pequeno nível e alinhar a sua 
foto, para conseguir a vertical 
ou horizontal perfeitos. 
Dispare o obturador e nunca 
mais falhe um horizonte!
Passo 1
Monte a câmara no seu tripé. Encaixe o pequeno nível na sapata 
da sua câmara. Foi criado para nivelar dois eixos, pelo que pode 
ser encaixado de duas formas diferentes.
Nível de dois 
eixos. Horizontal 
& vertical!
46 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
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F O T O G R Á F I C O S
Um roteiro para começar a tirar 
as melhores fotos de sempre!
começar | Viagem | paisagens | criatividade | retratos | projectos
já nas 
bancas
48 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
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F O T O G R Á F I C O S
Dar vida à
Natureza morta
James Paterson cria composições 
iluminadas no Photoshop Elements
N
Passo 2
Da mesma forma, para adicionar elementos, copie e cole-os. 
Adicione uma camada de máscara para os ajustar. Use a Brush, 
com preto, e com uma ponta suave esconda as áreas que 
pretende. Depois, use a cor branca para revelar o que é suposto.
Passo 3
Para adicionar um elemento, selecione-o com a Quick Selection e 
pinte sobre o que não quer. Clique em Refine Edge para aumentar 
Smooth e Radius. Copie e cole. Use Ctrl/Cmd+T para mudar o 
tamanho, depois pinte uma camada de máscara para misturar.
Passo 1
Abra as suas fotos no modo Expert e escolha a sua imagem 
principal. Para tapar os elementos que não quer (como as suas 
mãos), use a ferramenta Polygonal Lasso para fazer uma seleção 
de outra imagem. Copie a área e cole-a no sítio certo.
O QUE toca a ferramenta de composição, o 
Photoshop Elements é poderoso e ajuda a criar 
todo o tipo de imagens. Por isso, porque não tirar 
umas fotos e juntá-las para criar um candeeiro robô?
Os objetos eletrónicos são bons assuntos de fotografar: 
as linhas retas e limites vincados significam que são fáceis 
de recortar e combinar. Usamos dois candeeiros 
articulados, tendo segurando o dourado em várias poses 
perto do azul, de forma a simularmos o que seriam os seus 
braços, a segurar a câmara. É uma composição que o 
desafiamos a fazer também…
Passo 4
Para criar sombras clique com o Alt sobre uma área com sombra e 
depois pinte em áreas como onde o braço se junta ao ombro. Assim 
que tiver todos os seus elementos, use a Spot Healing Brush e a 
ferramente Clone (ative Sample All Kayers) para fazer correções.
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 49
 P R O J E T O 7
Desafio pro 
 Brincar com a cor
O condecorado fotógrafo, 
Cig Harvey, explora as 
possibilidades da cor
C
Biografia 
Cig Harvey
Cig começou a trabalhar na 
sala escura aos 13 anos e 
desde então que se dedica à 
fotografia. Cresceu em Devon, 
e mudou-se para EUA para o 
fazer o seu MFA, em 1999. 
Atualmente vive no Maine. As 
suas fotografias e livros têm 
sido expostos por todo o lado, 
incluindo algumas coleções 
fixas em alguns museus. 
OLOUR é uma poderosa 
ferramenta, capaz de 
converter um sentimento 
numa história. Como tal, porque 
não tentar fotos que levem a cor 
ao seu extremo? Enquadrar um 
bloco de cor contra um fundo 
insípido, ou conjugar composições 
com paletes limitadas de cor, 
usando tons de uma cor, pode criar 
um efeito dramático.
Sempre foi obcecado pela cor,” 
Explica o fotógrafo Cig Harvey. 
“Gosto de explorar intensivamente 
uma cor e concentrar-me nos seus 
possíveis efeitos. Cada cor suscita 
repostas emocionais diferentes, 
tanto a um nível primário como ligado 
a memórias. Nestas imagens, 
procuro por um choque visual – um 
elemento surpresa.”
Para criar imagens de uma só cor, 
Cig aconselha: “Comece com um fundo 
grande, de uma cor, e depois procure 
por um assunto com os mesmo tons, e 
comece a fazer camadas.”
Um pouco como na pintura, 
estas fotos de cores intensas 
funcionam melhor quando 
planeadas e propositadas. Este 
processo de ter fundos e assuntos 
com cores semelhantes, mas 
texturas e formas diferentes cria 
interesse para o espetador.
Na imagem acima, por exemplo, 
Cig usou apenas luz natural – aliás, 
como nas outras duas fotos – com a 
textura da cadeira a prolongar a 
textura aveludada do assunto 
principal para a parede, atrás. A 
silhueta da árvore, à direita, cria o seu 
próprio ponto de interesse ao que, de 
outra forma, seria uma composição 
minimalista. Cig usou uma Pentax 
655Z, câmara de médio formato, 
com uma objetiva de 55mm, e f/3.5.
Cada uma das fotos de Cig foram 
feitas com diferentes câmaras, 
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 S
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d
le
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F O T O G R Á F I C O S
objetivas e definições adaptadas a 
cada cena. A imagem em cima, à 
direita, foi captada com uma câmara 
compacta profissional Sony RX1R II, 
equipada com uma objetiva fixa de 
35mm, e abertura de f/11. A terceira 
imagem, à direita, foi feita com uma 
Canon 5D Mark III, com uma objetiva 
de 35mm, e uma profundidade de 
campo de apenas f/1.4.
Os dois livros 
anteriores de 
Cig estiveram 
na lista 
Melhores Livros 
do Ano 2012, da 
PND, e foram 
aclamados pela crítica, na Vogue, 
The Telegraph, Aesthetica, entre 
outros. O seu terceiro livro, You an 
Orchestra You a Bomb. foi lançado 
há pouco tempo. 
www.cigharvey.com 
Em cima, esquerda 
‘Manto Vermelho’ Explora 
as cores ricas do vinho 
com texturas sumptuosas. 
Até as sombras e reflexos 
fazem parte da lógica 
das cores.
Em cima ‘Escuteiro na 
tempestade’ usa o 
contraste do fato vermelho 
contra o fundo branco da 
neve para criar impacto.
Direita ‘Fé no Balão’ 
centra as atenções na 
modelo e na sua ação 
recorrendo a uma 
profundidade de campo 
reduzida.
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M E L H O R E O
S E U C O N H E C I M E N TO T É C N I C O
TÉCNICAS
BÁSICAS
52 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
Á muita coisa a acontecer 
assim que pressionamos 
o botão para fazer disparar 
o obturador. A luz refletida 
pelo assunto é captada pela objetiva 
e enviada para o sensor, onde é gravada 
como um sinal elétrico e depois 
convertida para informação digital 
pelo conversor analógico/digital.
Tipicamente, tudo isto acontece numa 
fração de segundo, mas é apenas o início 
do processo da criação de uma imagem. 
Antes de o ficheiro ser gravado 
provisoriamente no buffer da câmara, e ser 
escrito no cartão de memória, a quantidade 
colossal de informação criada para cada 
imagem captada tem de ser “triturada”. 
O processamento digital feito nesta fase 
inclui ajustes no equilíbrio de brancos, cor 
e contraste, além de correções óticas, 
redução de ruído e melhoria da nitidez. 
Como – ou, melhor, quando – estes ajustes 
são aplicados depende do tipo de ficheiro 
escolhido. No caso de JPEG e TIFF são 
aplicados à imagem, antes de serem 
comprimidos para criar um ficheiro mais 
leve (no caso de um JPEG) e gravados num 
cartão de memória. Se usar ficheiros Raw, 
a informação processada é gravada como 
parte do ficheiro, mas não é aplicada.
Nesta fase, o ficheiro Raw nem é uma 
imagem: é sim um ficheiro de informação 
com o código binário Raw do sensor da 
câmara. Para converter esta informação 
para um formato de imagem visível, como o 
JPEG, a informação Raw tem, primeiro, de 
ser descodificada. Geralmente isto é feito 
com software próprio, num computador, 
H
ESTE MÊS: 
PROCESSAMENTO NA CÂMARA
Que opções temos para ajustar o aspeto das nossas fotos?
Para converter esta 
imagem, a informação Raw 
tem de ser descodificada
1 
MENU DE OPÇÕES
Existem algumas opções 
nos menus das câmaras 
que permitem alterar 
as definições de 
processamento 
das fotografias.
2 
PRÉ-VISUALIZAÇÃO JPEG 
Os efeitos processados serão 
refletidos na imagem de 
pré-visualização ou, em tempo 
real, no Live View.
3 
CONVERSÃO RAW 
Algumas câmaras permitem 
converter para JPG ficheiros 
Raw gravados no cartão.
4 
PARÂMETROS
As opções de 
processamento na câmara 
não são tão extensas como 
em softwares criados 
para o efeito.
1 
Equilíbrio de brancos 
Deixar a definição em automático 
pode criar resultados estranhos 
sob luz artificial ou céu nublado. 
Ao invés, escolha um preset, ou 
insira um valor K para obter 
resultados mais reais ou criativos.
5 
Controlo/estilo de imagem 
A sua câmara deverá ter uma 
série de presets a que pode 
recorrer, incluindo Paisagem (em 
cima), Retrato e Monocromático. 
Estes têm diferentes níveis de 
saturação, tons e nitidez, ainda 
que possam ser alterados.
2 
Otimizador de luz 
A câmara vai puxar pelas sombras 
para revelar mais detalhe, mas isto 
pode resultar em maior ruído 
nestas áreas.
4 
Espaço de cor 
Poderá escolher entre sRGB 
e Adobe RGB. Mantenha-se com 
sRGB caso queira partilhar 
as suas imagens online.
3 
Correção de distorção 
Vale apena ativar isto em modo Live 
View, uma vez que vai permitir ver se 
as áreas junto ao limite da imagem 
serão cortadas com a correção.
AUTOMÁTICO ou MANUAL?
Quando nos devemos preocupar em fazer ajustes?
HÁ muitas situações onde compensa 
arregaçar mangas (ou pelo menos 
tirar as luvas) e mergulhar nos 
menus da câmara para configurar 
as opções de processamento. Deixar 
tudo em automático ou “standard” 
pode funcionar, mas só até certo 
ponto, porque quando as condições 
de luz pioram, ou pretendemos um 
tratamento mais criativo, não há 
substituto à altura de uma 
intervenção manual.
Algumas das opções de fábrica 
poderão ser convincentes. 
Por exemplo, poderá achar que a sua 
câmara tem o que chamam de 
“optimizador de luz”. Olhe para opção 
ALO (Auto Lighting Optimizer) em 
câmaras Canon ou D-Lighting, 
nas Nikon. Os modos são criado 
 para expandir a amplitude dinâmica, 
revelando mais detalhe em áreas 
escuras, sem perder detalhe em 
áreas com mais brilho. Pode achar 
que, por defeito, o efeito é demasiado 
forte, e que deve reduzi-lo ou 
desativá-lo por completo.
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 53
F O T O G R A FA RF O T O G R A FA RPROCESSAMENTO NA CÂMARA
IMAGEM ORIGINAL
54 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
PROCESSAMENTO NA CÂMARAF O T O G R A FA R
1 
Exposição 
Abertura, velocidade e ISO são 
fixos no momento da captação.
2 
Focagem 
Na maioria dos casos, não 
poderemos mudar o ponto de 
foco assim que a foto é feita.
3 
Redução de ruído 
Pode ajustar a intensidade desta 
definição, mas o resultado pode 
não ser óbvio na câmara.
4 
Equilíbrio de brancos 
Apesar de estar bloqueado no 
JPEG, o Photoshop ajuda a fazer 
algumas correções.
5 
Correções de objetiva 
Elimine aberrações e cantos 
escuros. As opções de um software 
são superiores às da câmara. 
6 
Estilo de imagem 
Mude o estilo de uma imagem 
– mas lembre-se que o efeito 
é “cozinhado” num JPEG.
RAW vs JPEG
JPEG RAW
Imagem final 
no cartão
Imagem final 
no disco rígido
É COMUM dizer que o Raw é o negativo 
digital, por permitir criar vários JPEG 
diferentes sem alterar a imagem 
original. Quando fotografamos em Raw 
existem alguns aspetos da câmara que 
devemos ter em conta, mas em termos 
de processamento da imagem poderá 
manter tudo em automático e deixar 
a edição de pormenor para depois. 
Como já referimos, existem algumas 
razões criativas e técnicas para não 
querer fazer isso.
Conseguir o melhor na câmara vai 
poupar-lhe tempo. Quando abre um 
ficheiro Raw no formato proprietário 
da câmara, como o Digital Photo 
Professional (Canon), ou Capture NX-D 
(Nikon), é inicialmente descodificado 
de acordo com a informação de 
processamento de imagem gravada, 
como parte do ficheiro Raw, para que 
seja mostrada com o equilíbrio de 
brancos, e outras definições, usadas 
na altura da captação.
GB8
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Que definições mais importam no registo de ficheiros Raw?
MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 55
F O T O G R A FA RF O T O G R A FA RPROCESSAMENTO NA CÂMARA
mas algumas câmaras permitem converter 
ficheiros Raw gravados num cartão. 
Na verdade, todas as imagens começam 
como informação Raw mas, no caso 
do JPEG e TIFF, a câmara ajusta 
a imagem automaticamente.
Então, porque nos haveríamos 
de preocupar em regular definições 
de equilíbrio de brancos e nitidez 
na câmara quando o ficheiro Raw 
nos permite fazê-lo em casa?
Bem, para começar vamos querer uma 
pré-visualização mais precisa da imagem. 
A imagem que vemos no ecrã traseiro 
de uma reflex, seja em pré-visualização 
ou no modo Live View, e nas oculares 
eletrónicas em câmaras que as têm é, na 
verdade, uma pré-visualização em JPEG, 
baseada nas definições de processamento 
aplicadas pela câmara.
Acontece o mesmo quando 
fotografamos em Raw, ainda que o ficheiro 
que acaba no cartão de memória também 
tenha toda a informação Raw.
Esta pré-visualização JPEG é uma boa 
ferramenta criativa. Por exemplo, 
podemos perceber como ficaria a imagem 
a preto-e-branco, ainda que grave toda 
a informação de cor no ficheiro Raw, que 
pode depois ser usada para uma melhor 
conversão mono.
Há também considerações técnicas 
a ter: o histograma que vemos no ecrã é 
baseado numa pré-visualização em JPEG, 
que refletirá qualquer alteração que 
façamos no aspeto da imagem ou 
equilíbrio de brancos. Dificilmente 
teremos bons resultados em Raw se 
simplesmente
ignorarmos todos estes 
detalhes do processamento da imagem.
4 
Formato
Os ficheiros são gravados num 
formato Raw proprietário (LFR) 
de 55MB, mas os JPEG têm 
apenas 4MP de resolução.
Porquê fazer alterações 
quando o ficheiro 
permite fazê-lo depois?
 
3 
Mapa de profundidade 
O processador da Illum usa a informação recolhida 
pelo sensor para reconstruir o percurso da luz e 
recriar um mapa de profundidade.
2 
Captação de imagem 
A objetiva equivalente a 35-250mm, f/2.0 
fixo, alimenta um sensor CMOS de 1/1,2” 
que grava 40 “Megarays” de informação.
1 
Lytro Illum 
Esta câmara permite, via 
software próprio, voltar 
a focar imagens.
Levar o 
processamento 
a outro patamar
APESAR dos muitos parâmetros 
existentes poderem ser alterados 
após captação em ficheiro Raw – e 
em alguns casos até mesmo com 
JPEG – definições vitais como a 
abertura, velocidade de obturação 
e ISO, além da distância focal, estão 
circunscritos ao momento em que a 
fotografia é feita. Nos últimos anos, 
as fabricantes têm começado a 
pensar muito sobre isto.
Fundada em 2006, na Califórnia, a 
Lytro lançou a sua primeira câmara 
“light field” em 2012. Este dispositivo 
permitia focagem após captação da 
imagem. Ainda que possa ser 
teoricamente interessante, a 
primeira câmara foi prejudicada pelo 
custo, mau manuseamento e 
imagens de baixa resolução.
A Lytro Illum (direita) chegou em 
2014, e trouxe um zoom maior e ecrã 
articulado, mas o JPEG a 4MP 
continuavam a ser pequeno.
CHEGAR ÀS MASSAS 
A Lytro pode ter sido vista como 
novidade, mas as grandes 
fabricantes também estão a testar 
esta ideia. Como a Canon, em que o 
formato Dual Pixel RAW, 
introduzido com a EOS 5D Mark IV, 
permite que o foco seja muito 
ligeiramente alterado depois de a 
imagem ter sido fotografada.
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56 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
JANELA 
DE AVIÃO
NOME: Sarolta Gyoker
LOCAL: São Diego 
KIT: Sony Alpha 6000 com 
objetiva E PZ 16-50mm 
f/3.5-5.6 OSS
EXPOSIÇÃO: 1/160 seg. a f/13, ISO 100
SITE: facebook.com/sarolta
Editar para enfatizar
Sarolta trabalhou esta imagem no Camera Raw, convertendo-a para 
preto-e-branco. Ao retirar a informação de cor, ao escurecer o preto 
e ao subir o nível de Clarity, a gama tonal ficou substancialmente mais 
reduzida, o que tornou a imagem bem mais gráfica, de forma a retirar 
distrações ao espetador. “Editei a foto para dar ênfase à interação 
abstrata entre os elementos,” refere.
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Composição
Quando encontramos linhas com ângulos 
interessantes numa composição, estas 
podem adicionar movimento e até tensão. 
A partir da janela do avião, Sarolta reparou 
na “intrigante interação entre parte da 
asa, a sua sombra, o homem e o alcatrão”. 
As linhas aqui presentes em torno 
do controlador aéreo canalizam 
a atenção do espetador para ele.
WHY SHOTS WORK
MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 57
Seja gráfico 
A foto de Sarolta da pista do aeroporto é abstrata e irrealista, por 
ser minimalista nas cores, forma e textura. Esta abordagem deixa 
o significado da imagem aberto à interpretação do espetador. 
“Sempre me senti atraída pelo abstrato, e isto pareceu-me demasiado 
delicioso para ser ignorado,” diz. Sem o simbolismo da informação 
de cor, a imagem de Sarolta fica mais aberta à interpretação.
VIEW OF 
RIVER
NOME: Mevludin 
Sejmenovic
LOCAL: Rio Bosnia, 
Sarajevo
KIT: Nikon D610 
com objetiva 
Nikon AF-S 
Zoom-Nikkor 
24-70mm 
f/2.8G ED
EXPOSIÇÃO: 1/30 seg. a 
f/16, ISO 250
SITE: 500px.com/
sejmenovic 
mevludin
Qualidade de pintura
As cores carregadas 
e a composição aberta desta 
imagem remetem para a pintura reminiscente. 
O trabalho impressionista recria a perceção 
geral da cena, que é precisamente o que 
Mevludin pretendia aqui. Como falta um 
ponto focal evidente e detalhe, a imagem 
ganha uma suavidade e qualidade extras, 
suportada pela ênfase nas cores e linhas.
Paisagem serena
Quando se cruzou com 
esta linda imagem quis 
recriar o sentido de 
tranquilidade na sua 
cena. “Havia um quadro 
natural muito 
interessante, com 
floresta em ambos os 
lados, e a montanha por 
cima,” refere. “Posicionei 
o rio ao centro para ter 
uma composição natural 
e calma.” Os ângulos das 
linhas podem influenciar 
brutalmente o ambiente 
da imagem. Aqui, a linha 
subtil do horizonte está 
ao centro, o que 
rapidamente cria 
uma sensação de 
tranquilidade e espaço.
58 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 201858 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018
IMAGENS AO PORMENORF O T O G R A FA R
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Equilíbrio de cores audaz
O outono é conhecido pelos seus tons 
avermelhados, e Mevludin editou esta 
cena no Photoshop para os destacar mais 
ainda. “Intensifiquei particularmente 
o canal de vermelhos (Color Channel Mixer 
R),” afirma. Ao dar também mais brilho 
ao rio, no centro da cena, e ao verde 
das árvores, conseguiu criar 
um percurso natural para seguirmos. 
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seg.
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METEORA COM 
ESTRELAS
NOME: Vadim Sherbakov
LOCAL: Meteora, Grécia
KIT: Canon 6D com objetiva Tokina 
AT-X 11-20mm f/2.8 Pro DX
EXPOSIÇÃO: Composição de várias 
exposições (ver em baixo)
SITE: vadimsherbakov.com
Todos juntos
A imagem de Vadim 
tem uma atmosfera 
mística. Juntou uma 
paisagem expansiva 
com um 
acontecimento criado 
pela natureza, em que 
a estrelas parecem 
“estar de partida” da 
terra. Usar uma 
grande-angular de 15mm permitiu a Vadim captar 
todos estes elementos na mesma imagem.
Uma orientação
A imagem funciona porque apresenta uma 
perspetiva única de um local muito conhecido. 
Aqui, Vadim escolheu fotografar na vertical 
“não só para incluir mais estrelas, mas 
também por existirem menos imagens 
verticais desta área. “Queria incluir algumas 
formações rochosas e a floresta circundante, 
mas dar destaque também ao fantástico 
mosteiro,” diz. O horizonte foi colocado ao 
centro da imagem, tendo optado por colocar 
o mosteiro na linha que separa o centro da 
foto do terço inferior, ao canto inferior direito.
Composição
Como as imagens com rastos estelares 
são compostas por muitas imagens, 
Vadim teve de ter cuidado com as suas 
definições. Usou o Photoshop para juntar 
três exposições para criar o fundo e mais 
de cem para as estrelas. “Durante o 
pôr-do-sol e ‘hora azul’ usei ISO 100, f/8 e 
uma velocidade de 1/50 a 2 segundos. 
Mas para as estrelas, usei ISO 3.200, f/2.8 
e 20 segundos,” explica. A abertura ampla 
e o ISO elevado permitiram-lhe ter mais 
velocidade [20 segundos] e evitar 
o movimento das estrelas.
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