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passatempos ganhe prémios com as suas fotografias A revista *n º1 projetos ideias para o seu novo trabalho CoMo FUNCIoNA processamento na câmara ANálIses fujifilm x-e3 • canon m100 • planos adobe cc 2018 • 8 câmaras para iniciantes edItAr: 4 guias passo-a-passo 12 projetos fantásticos para fazer em sua casa projetos criativos novo talento fnac fotografia 2018 saiba tudo (pág.7) CONHEÇA AS CAMPANHAS FUJIFILM QUE TEMOS PARA SÍ! Permitindo a gravação de vídeo na mais elevada qualidade 4K sem re- corte, e equipada com um sensor MOS de 10,2 megapixéis de alta sensi- bilidade, esta câmara produz filmes simples- mente fantásticos sempre que a inspiração surgir. Panasonic Lumix DC-GH5S Corpo 2489€ Preço (IVA incl.): DJI Mavic Air Onyx Black desde 849€ Um poderoso drone com design dobrável. Possui tempo de vôo de até 21 minutos e velocidade máxima de até 68km/h. 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Envie-nos as suas sugestões e fotos para mundo.fotografia@goody.pt. Para todos Com uma linguagem simples e acessível, dirigimo-nos a todos os amantes da fotografia que procuram soluções práticas e claras, ideias e inspiração. Com muita paixão! indePendente Somos cem por cento independentes. Os fabricantes dos produtos e serviços, bem como os anunciantes, não determinam a nossa linha editorial ou as nossas opiniões. Com rigor Esta publicação é criada por profissionais com provas dadas nas áreas do jornalismo e da fotografia. As opiniões expressas nos testes a equipamentos são baseadas em análises rigorosas e objetivas, sempre tendo como base experiências no terreno. quem está a começar a descobrir o universo da fotografia pode por vezes sentir alguma dificuldade em perceber a que género de fotografia se deve dedicar. E mesmo para quem já fotografa há algum tempo, as dúvidas sobre se terá optado pelo tipo de fotografia acertado podem voltar a emergir. Este mês as atenções de capa vão para 12 projetos criativos, com abordagens muito variadas, mas que, na sua essência, poderão ser o que lhe faltava para se descobrir ou redescobrir. E não, não o vamos desafiar a escolher um ou dois dos projetos criativos que lhe apresentamos. Vamos ousar desafiá-lo a fazer os 12. E porquê fazer um projeto que, sabe à partida, não vai de encontro aos seus gostos? Bem, na verdade, por duas razões essenciais: primeiro, é bom sairmos da nossa zona de conforto e aprender coisas novas; segundo, mesmo que a probabilidade seja baixa, é possível que redescubra uma nova veia artística – algo que já aconteceu até como fotógrafos credenciados. Por isso, sem tentar, nunca saberá. Rogério Jardim rogerio.jardim@goody.pt entre eM contacto connosco! Use e abuse do nosso e-mail: mundo.fotografia@goody.pt. Faça-nos chegar as suas opiniões e sugestões, coloque-nos as suas questões e envie-nos as suas melhores fotografias para os passatempos Olhares e Missão... A sua revista de eleição está bem representada na maior das redes sociais, em www.facebook.com/ omundodafotografia. Faça “Gosto” já hoje! Se prefere a via tradicional, pode continuar a comunicar connosco enviando a sua correspondência pelo correio para: Goody SA – O Mundo da Fotografia, Ptc. Bernardino Machado, Nº 11A, Lumiar, 1450-421 Lisboa. @ por via digitalfacebook por correio* desafio do mês quantas vezes desejou ter acesso a um estúdio para elevar a sua qualidade fotográfica? Neste projeto o objetivo é conseguir replicar em casa a qualidade proporcionada pela fotografia de estúdio. Descubra como consegui-lo na página 45. fotografar um produto brilhante todos os meses lançamos um novo desafio aos nossos leitores. Esteja atento à temática e à data limite de envio de imagens para este passatempo. Participe já e ganhe prémios. Consulte as regras de participação no nosso Facebook. missão olhares esta é mais uma das secções mensais em que pode participar e ganhar prémios com as suas fotografias. O tema é livre, por isso, dê asas à sua criatividade e surpreenda-nos! As regras de participação estão no nosso Facebook. Bem-vindo à edição de março “É bom sairmos da nossa zona de conforto e aprender coisas novas” edição digitalA revista OMF está disponível em formato digital para o seu tablet ou smartphone. Descarregue a aplicação gratuita e tenha a sua revista preferida na ponta dos dedos, sempre! 45 4 o m u n d o d a f o t o g r a f i a março 2018 m a r ç o 155 nesta ed ição to d o o i n C r Í V e L “ u n i V e r s o ” da f oto g r a f i a n u m a Ú n i Ca r e V i sta . . . Mais que 12 boas ideias, ensinamos-lhe como as pode executar e alcançar bons resultados! desCarregue os ConteÚdos em o melhor da edição de imagem Vol.ii - parte 7 1. Recriar o visual de uma longa-exposição 2. Edição não destrutiva 30minutos de VÍdeos www.goody.pt/cdomf155 código de acesso: CDOMf155 conteudos digitais projetos CriatiVos17 Clique aqui para descarregar os conteúdos do CD 06 ObservatórioAs novidades mais relevantes do mês para quem gosta de fotografia. 08 HotshotsContemple algumas das melhores imagens que recebemos este mês e desafie-se também a enviar as suas. 18 Projetos criativos Damos-lhe boas ideias e explicamos como as transformar em boas fotos. 28 OlharesAs melhores fotografias enviadas pelos nossos leitores. 38 Projetos fotográficosInspire-se num dos nossos projetos desafio para criar o seu próprio projeto de fotografia. 52 Técnicas BásicasExplicamos o funcionamento do processamento de imagens na câmara. Perceba as vantagens e como proceder. 56 Imagens ao pormenorA análise mais atenta de uma imagem pode ser o que lhe falta para evoluir ainda mais na sua fotografia. 62 EditarLições e conhecimento fundamentais para dominar a edição. 74 Missão de março: Apanhados em fragrante ASSINE JÁ A OMF AVANCE ATÉ À PÁG. 60! Por favor recicle esta revista quando terminar de a utilizar O MUNDO DA FOTOGRAFIA Nº 155 n Março 2018 n Mensal n €4,99 (Cont.) EDITOR GOODY, S.A. Sede Social, Edição, Redação e Publicidade: Pct. Bernardino Machado, n.º 11A, Lumiar – 1750-421 Lisboa Tel.: 218 621 530 – Fax: 218 621 540 N.º Contribuinte: 505000555 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO António Nunes (Presidente), Alexandre Nunes, Fernando Vasconcelos, Nuno Catarino, Violante Assude ACCIONISTAS António Nunes (20%), Alexandre Nunes (20%), Fernando Vasconcelos (20%), Nuno Catarino (20%), Violante Assude (20%) DIRETOR GERAL António Nunes MARKETING E DISTRIBUIÇÃO Fernando Vasconcelos LICENSING Nuno Catarino DIRETOR FINANCEIRO Alexandre Nunes CONTABILIDADE Cláudia Pereira APOIO ADMINISTRATIVO Tânia Rodrigues, Catarina Martins DIRETOR Rogério Jardim (rogerio.jardim@goody.pt) ESTATUTO EDITORIAL Leia na íntegra em www.goody.pt/pt/estatutos/omf FOTOGRAFIA DE CAPA Getty Images/RooM RF PUBLICIDADE Carla Pinheiro carla.pinheiro@goody.pt Tel.: 218 621 546 | 939 103 233 Fátima Eiras fatima.eiras@goody.pt Tel.: 218 621 491 | 937 908 007 DIRETOR DE PRODUÇÃO Paulo Oliveira COORDENADOR PRODUÇÃO EXTERNA António Galveia DIRETORA DE ARTE Sofia Marques ARTE DE CAPA Vanda Martins, Rui Nave (imagem) PAGINAÇÃO Vanda Martins CONTEÚDOS DIGITAIS EDIÇÃO Rogério Jardim PRODUÇÃO/EDIÇÃO DE VÍDEOS Paulo Santos COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Carlos Nunes SERVIÇO DE ASSINANTES E LEITORES Gonçalo Galveia – Tel.: 21 862 15 43 E-mail: assinaturas@goody.pt Site: www.assineagora.pt PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Gráfica Monterreina Madrid - Espanha DISTRIBUIÇÃO VASP – Distribuidora de publicações, SA DISTRIBUIÇÃO DE ASSINATURAS J. M. Toscano, LDA Tel.: 214142909 Site: www.jmtoscano.com TIRAGEM 9.000 ex. DEPÓSITO LEGAL N.º 226092/05 REGISTO NA E.R.C. N.º 124710 A Future plc é detentora do título Digital Camera. Todos os artigos traduzidos e/ou adaptados são propriedade da mesma, estando a Goody, S.A. autorizada a reproduzi-los em Portugal. Equipamento fotográfico em teste 84 Fujifilm X-E3 A Fujifilm comprime o seu último sensor na sua mais pequena câmara X. 88 Canon EOS M100 Há o simples e o simplismo. Terá a Canon levado esta jovem câmara sem espelho longe demais? 90 Adobe 2018As novidades da Adobe para 2018. 92 Confronto: Câmaras para iniciantes Será uma reflex a melhor opção para quem está a começar? Outros temas em destaque na sua nova OMF A Fujifilm escolheu Portugal para mostrar ao mundo a chegada da nova X-H1 e dar provas de que vai apostar forte no vídeo FOI NO no Palácio da Cruz Vermelha, em Lisboa, que a Fujifilm levou a cabo a apresentação internacional da sua nova câmara da linha X, a X-H1. O sensor é um APS-C de 24MP, o mesmo da X-T2, o X-Trans III, enquanto o corpo parece herdar algumas características da médio-formato GFX 50S, onde sobressai uma pega consideravelmente pronunciada, que é também um dos primeiros sinais de que a Fujifilm está a apontar para os videógrafos. Também a pensar no vídeo, mas não só, está um dos grandes destaques da X-H1, estabilização de imagem embutida de cinco eixos. Isto vai permitir ter sempre estabilização de imagem, mesmo que esteja a usar uma objetiva sem esta característica – e a Fujifilm é conhecida por ter muitas assim, por preferir concentrar-se em aberturas rápidas e em conseguir bom desempenho com pouca luz. Portanto, e na prática, a X-H1 permitirá juntar o melhor de dos mundos. Ainda sobre o vídeo, a X-H1 suporta DCI 4K (4.096 x 2.160) e câmara lenta 1080p, a 120fps, e conta com entrada para microfone. Gostamos também de ver a chegada de um modo de simulação de vídeo, chamado Eterna, que cria um visual mais cinematográfico, e que dá maior flexibilização na pós-produção. A Fujifilm anunciou duas objetivas centradas no vídeo, a Fujimon MKX 18-55mm f/2.9 (€3.999) e MKX 50-135mm f/2.9 (€ 4.299), que na prática são versões de objetivas que a fabricante já tinha lançado para câmaras Sony E, criadas exclusivamente a pensar em vídeo, o mesmo que dizer que inclui anéis de zoom extremamente suaves e a capacidade de fazer zoom sem perder o foco. OBSERVATÓRIO As mais recentes novidades fotográficas! 6 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 F 1 ECRÃ Este LCD tem 3”, é tátil e tem 1,04 milhões de pontos. É também articulado na vertical e na horizontal, mas aqui apenas para a direita. A PENSAR NO VÍDEO N O VA F U J I F I L M 2 DISPLAY OLED Mostra as configurações da câmara, mesmo quando está desligada. 3 ESTABILIZAÇÃO Um dos maiores destaques da X-H1 vai para a inclusão no corpo da câmara Outras características em destaque incluem um display monocromático, e personalizável, no topo direito da câmara, com informações sobre as configurações da câmara. Já no painel traseiro da X-H1 vemos botões maiores que na X-T2, por exemplo, e a inclusão de um generoso ecrã tátil e articulado. A Fujifilm X-H1 tem lançamento previsto para o início de março, pelo que é provável que já a encontre à venda em algumas lojas da especialidade por alturas em que estiver a ler esta edição. www.fujifilm.eu/pt € 1.899 MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 7 O B S E R VAT Ó R I O PANASONIC LUMIX GX9 Mais um piscar de olhos ao vídeo L A N Ç A M E N T O L U M I X AMTÉM a pensar no vídeo, a Panasonic anuncia a Lumix GX9, que deve chegar ainda em março, a um preço próximo dos mil euros. Esta evolução da GX8 faz-ne notar de várias formas, que vão desde o seu sensor de 20MP, a captação de vídeo em 4K, ecrã tátil de 3” e ocular eletrónica com 2,7 milhões de pontos e capacidade de disparar fotos até 9fps. Mais o maior destaque até tem ido para uma novidade chamada L Monocrhome D. Este modo aplica ruído às imagens, com o propósito de similar o visual de filme, que nos tem impressionado por ser capaz de apresentar pretos realmente profundos. www.panasonic.pt T NOVO TALENTO FNAC FOTOGRAGIA 2018 Edição deste ano terá direito a uma gala C O N C U R S O D E F O T O G R A F I A ECORRE até 9 de abril as inscrições para o programa Novos Talentos FNAC. Fotografia, Música, Escrita e Cinema são as quatro categorias em que a FNAC pretende descobrir e promover novos talentos nacionais. Já na sua 15ª edição, a vertente de fotografia tem ganho cada vez maior destaque, sendo que este ano a O Mundo da Fotografia também se associa a esta iniciativa. Os distinguidos pelo júri presidido por Mário Cruz (fotojornalista da Lusa, que venceu o World Press Photo 2016, na categoria Assuntos Contemporâneos), terão destaque de honra, na gala de premiação. www.fnac.pt/novostalentos.pt D Não foi difícl congelar momentos com movimento. Em condições de pouca luz a X-H1 esteve em bom plano. AS NOSSAS IMAGENS FAVOR ITAS, OR IUNDAS DOS QUATRO CANTOS DO MUNDO H OT S H OT S Sobre a RPS International Photography Exhibition Na sua 160ª edição, a RPS International Photography Exhibition é a exposição do género mais antiga do mundo. Passa por festivais de fotografia e variadíssimas galerias, chegando a uma audiência muito vasta. www.rps.org/ipe160 SARA CUCÈ REINO UNIDO “A série This Body is No One’s Home explora o sentido da não pertença. É o resultado dos reflexos do desaparecimento de um ser pessoal, influenciado pelo conceito oriental sobre a perceção do corpo humano como um lar e um templo. As imagens são duplas exposições feitas em câmara, com uma Cosina CT1-A e filme Kodak Tri-x, reveladas e impressas em câmara escura.” 8 O M U N D O D A F O T O G R A F I A FEVEREIRO 2018 MARGARET MITCHELL REINO UNIDO OURO “In This Place é uma série em construção que envolve os filhos e netos da minha irmã. Quando os fotografei pela primeira vez, em 1994, combinamos que atualizaríamos as imagens em 2016, recuando um pouco nas suas histórias de vida até à sua terra natal, na Escócia. A minha irmã faleceu em 2008, e foi um perda que afetou muito a família, com repercussões a vários níveis. Cada imagem tem a sua própria história e, como série, abraça aspetos como família, perda, amor e sobrevivência, numa realidade socioeconómica bem mais ampla. Este trabalho levanta questões sobre escolhas – fazemos mesmo as nossas próprias escolhas, ou estão pré-definidas e já tomadas?” Leah, 2016. Liam, 2017. Steven, 2017. Kyla, 2017. H O T S H O T SH O T S H O T S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 9 H O T S H O T SH O T S H O T S OWEN HARVEY REINO UNIDO OURO, SUB 30 “No final dos anos 1940 emergiu na América uma nova subcultura, que cresceu muito durante o pós-guerra, nos anos 1950. Os jovens latinos colocavam sacos de areia nos carros, para que ficassem mais baixos, respeitando o mote ‘Slow and Low’. Os carros eram decorados com mensagens políticas e imagens alusivas à cultura latina. À medida que os anos passavam, esta cultura popularizou-se, com os carros a serem equipados com suspensões hidráulicas, criadas para lhes dar capacidades especiais, como conduzir em três rodas, ou fazer saltar as rodas da frente até um metro de altura. Esta imagem, muito vista em telediscos, foi abraçada por culturas espalhadas pelo mundo inteiro. Para a série Ground Clearance, viajei para a América em 2016-2017 para poder documentar esta cultura.” Sanchez, membro da Lunatics Lowrider Crew. Lunatic Lowriders. Um Cadillac com suspensão hidráulica. Sosa, membro da Lunatics Lowrider Crew. Chevy Impala, Lunatic Lowriders. 10 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 H O T S H O T S WES BELL CANADÁ BRONZE “Há quatro anos, depois de me despedir da minha mãe, partia para o aeroporto. Ela estava a morrer de cancro. Naquela longa viagem pela rua, distraí-me com alguns sacos de plástico, levados pelo vento e apanhados pelas redes que limitavam algumas terras. Estavam ali, a desafazerem-se pelo vento e pelo tempo, presos às redes fronteiriças das terras de ninguém. Enquanto refletia sobre a mortalidade e dor, contextualizada pelo estado terminal da minha mãe, estes restos plásticos esquecidos despertaram-me um significado bem mais profundo.” Snag. 23rd Street NW, Medicine Hat, AB, Canadá, 2015 H O T S H O T S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 11 12 D I G I TA L C A M E R A SPRING 2016 www.digitalcameraworld.com H O T S H O T S KATINKA HERBERT REINO UNIDO Yoasán Guillén, Cubrano, Jogador de Basebol, Havana, Cuba 2017 “Yoasán Guillén é jogador do Industriales, uma das duas equipas de basebol de Havana, em Cuba. Historicamente, o Industriales é a equipa de mais bem-sucedida da Série Nacional de Basebol.” (AO LADO) RJ KERN EUA Anna e Helen, Blue Earth County Fair, Minnesota, 2016 “The Unchosen é uma série de mais de 60 retratos captados em feiras com concursos de animais, no Minnesota, que depois me conduziu à Minnesota State Fair, uma das maiores e mais visitadas exposições do mundo. As fotografias mostram o assunto, de frente para a câmara, o que permite ao espetador decidir o que melhor distingue estes assuntos. Não nascemos vencedores, ou perdedores, mas sim dotados da capacidade de escolher. Foi este o tema que explorei neste projeto.” MATTHEW HAMON EUA Jessica, da série Water’s Edge H O T S H O T SH O T S H O T S 12 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 m o rg an tr im b le .c o m ANDREA ZVADOVA ESLOVÁQUIA Pigmento “A beleza não tem limites definidos, não tem uma receita. Hoje começamos a sentir mudanças na forma como a beleza é percecionada e a quebrar estereótipos. O albinismo é belo e único, mas incompreendido. No entanto, para muitas pessoas com esta condição, a sua singularidade pode conduzir ao separatismo e ao isolamento. Ao partilhar experiências e ao melhorar o conhecimento podemos continuar a quebrar estas barreiras que são prejudiciais.” H O T S H O T SH O T S H O T SH O T S H O T S 14 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Candidaturas até 9 de Abril info — fnac.pt/novostalentos #chegaondequiseres Fotografia NOVOS TALENTOS FNAC 2018 horácio graça portugal, grupo facebook: cantinho da fotografia “O sol, persistente e confiante, conseguia finalmente vencer as nevoas que teimosamente o queriam relegar para um lugar que não o seu.Tranquilo, sereno, o barqueiro deslizava agora sob os primeiros raios de luz. Tudo era calmo, lento e silencioso... como ‘coisa’ que não existe!” Equipamento: Sony Alpha 550 a 200mm Exposição: 1/250 seg. a f/5, ISO 200 Paulo SoliPa portugal, grupo facebook: cantinho da fotografia “Neste dia levantei-me para fazer o nascer do sol no Padrão dos Descobrimentos. Quando cheguei deparei-me com um nevoeiro cerrado, onde mal se via o monumento. Com o nevoeiro que estava pensei que a ponte podia dar uma boa foto de certeza. Quando lá cheguei esperei que o dia aclarasse e fiz o enquadramento. Como não havia ninguém no local use-me como modelo para dar noção de escala e equilibrar a foto.” Equipamento: Sony Alpha 7 a 16mm Mark II Exposição: 1 seg. a f/5.6, ISO 100 h o T S h o T S 16 o m u n d o d a f o T o g r a f i a março 2018 P R O J E T O S C R I AT I V O S 12 Use água, fogo e luz para levar a sua fotografia por novas e audazes direções ÁGUA • ÁG U A • Á G U A • ÁGUA • ÁGUA • ÁGUA • Á GU A • Á G U A • Á G U A • Á GU A • Á GUA • • GELO • G E LO • G E LO • GELO • GELO • GE LO • G EL O • G E LO • G EL O • G ELO • GELO LUZ • LU Z • LU Z • LU Z • LUZ • LUZ • LUZ • L UZ • LU Z • L U Z • L U Z • L UZ • L UZ • LUZ •FOGO • FO G O • F O G O • FO GO • FOGO • FOG O • FO G O • F O G O • F O G O • FO GO • FOGO • MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 17 A RAZÃO por que conhecemos o comportamento das gotas de água deve-se à fotografia de alta velocidade. Felizmente, não vamos precisar de equipamento de topo para executar este projeto, apenas ter uma focagem precisa e bom timing. Encha um tabuleiro com água e pouse-o num sítio fixo. Coloque uma cadeira por cima, de forma a ter onde prender um saco com água. Faça um buraco no canto do saco com um alfinete, para conseguir uma queda de gotas intercalada e constate. Monte a câmara num tripé e preencha a cena com a água no tabuleiro e as gotas. Ajuda ter uma objetiva macro, mas não é essencial. O que colocar por trás do tabuleiro será refletido pela água, pelo que deve experimentar usar várias folhas de papel coloridas e texturadas. Montado o cenário, coloque o flash numa lateral, apontado para o fundo. A precisão na focagem é vital, por isso mude para o modo de foco manual e coloque a ponta de um lápis no ponto da queda da gota. Foque-a, depois mude para focagem manual. Agora só tem de se preocupar com o timing. PA S S O 1 Preparar a câmara e flash Use o modo Prioridade à Abertura com uma abertura de f/18, para ter mais profundidade. Se puder, use um disparador por cabo, porque facilita a ação, e faça algumas fotos de teste para assegurar que o flash dispara na altura certa. PA S S O 2 Congelar as gotas Com tudo preparado, só tem de se preocupar com o timing. Perceba o ritmo das gotas e assim que conseguir um bom slpash, reveja a imagem no ecrã para perceber se está focada. Caso não esteja, ajuste a focagem e volte a tentar. ÁGUA • Á G U A • Á G U A • ÁGUA • ÁGUA • ÁGU A • Á GU A • Á G U A • Á G U A • Á GU A • ÁGUA • Projeto 1 Esculturas de fração de segundo Transforme uma gota de água numa forma sólida congelando o seu movimento 18 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Z O O M I N F18 nos retratos, a regra de ouro é focar nos olhos. Mas a regras existem para serem quebradas, pelo que podemos criar bons retratos sem qualquer parte da face focada. Escolha uma janela, num dia chuvoso, cheia de gotas. Com o seu assunto colocado no outro lado da janela, use as gotas como ponto focal, para conseguir captar um retrato sombrio e profundo, que será tão interessante como qualquer retrato mais convencional. Fotografar de dentro para fora passará a ideia de que o assunto está lá fora, já o contráiro, mostra alguém à espera de uma trégua no temporal. Para que a foto funcione muito bem, convém ter pouca profundidade de campo, para que apenas as gotas estejam focadas. Para isso, use uma objetiva com abertura máxima rápida, como uma fixa de 50mm f/1.8. No modo Prioridade à Abertura, use o número f/ mais baixo e enquadre o assunto. Foque nas gotas, e dispare. Em cima Dê emoção à modelo ao fotografá-la através de uma janela salpicada com água da chuva. março— 2018 O M u n d O d a f O t O g r a f i a 19 • ÁGUA • Á G U A • Á G U A • ÁGUA • ÁGUA • ÁG UA • Á G U A • Á G U A • Á G UA • Á GU A • ÁGUA Projeto 2 um retrato chuvoso Use a profundidade de campo para captar pessoas pensativas F1.8 PA S S O 1 Encher o copo Pouse o copo sobre papéis coloridos. Com a câmara num tripé, enquadre a imagem e faça um foco manual com a objetiva macro. Use o Live View e zoom no ecrã para ter mais precisão na focagem. Ilumine o copo lateralmente com uma lanterna. COM uma objetiva macro e alguns objetos é possível conseguir fotos fantásticas de gotas de óleo sobre a água. Na maioria das fotografias macro o setup é essencial, sendo que temos de nos concentrar no detalhes. A disciplina exigida por estre projeto vai estender-se a outros estilos de fotografia, pelo que fotografar abstratos delicados terá muitos benefícios. Encha um recipiente com água e adicione uma gota de sabão líquido. Depois de mexer um pouco, deixe repousar 5-10 minutos, e adicione gotas de óleo culinário. PA S S O 2 Beber todo o detalhe Use o modo Prioridade à abertura, e insira uma abertura de f/11. Ajuste a posição da lanterna para mudar contraste e intensidade das cores; para recompor, mova papel e copo ao mesmo tempo – bem mais simples que mover a própria câmara. Objetivas macro como a Nikon 60mm f/2.8 são um bom exemplo do que é possível fazer. • ÁGUA • Á G U A • Á G U A • ÁGUA • ÁGUA • ÁG UA • Á G U A • Á G U A • Á G UA • Á GU A • ÁGUA Projeto 3 Abstratos líquidos Crie imagens coloridas e impactantes, imersas em detalhe 20 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 O FLASH do seu telemóvel é perfeito para criar rastos de luz. Com um pouco de treino, poderá desenhar qualquer forma no ar e captá-la com uma longa exposição. Para não ser apanhado na fotro vista roupa escura e mantenha-se em movimento. Em termos de configurações, use o modo Manual e foque manualmente a área onde fará a pintura. Um bom ponto de partida passa por usar ISO 100, f/16 e uma velocidade de 30 segundos. Projeto 5 Swing de luz Capte bonitos padrões de lanternas dançantes É FÁCIL criar uma imagem fascinante que capte as leis da física! Numa sala escura, amarre uma lanterna a um metro de corda, e coloque a câmara por baixo, montada num tripé. Foque a lanterna manualmente e use o modo Manual (M) da câmara com um ISO de 100, abertura de f/11 e uma velocidade de obturação de 30 segundos. Desligue as luzes da sala, e balance a lanterna em movimentos circulares, para que desenhe uma elipse decrescente. Dispare o obturador e espere até que feche. Para ter várias elipses numa imagem, use o Bulb e cubra a objetiva com um cartão preto enquanto troca de lanternas. Use os plásticos de reboçados para mudar a cor da lanterna. Projeto 4 Graffiti com smartphone Use o seu telemóvel para pintar esculturas de luz LUZ • LU Z • LU Z • LU Z • LUZ • LUZ • LUZ • L UZ • LU Z • LU Z • L U Z • L UZ • L UZ • LUZ • LUZ • LU Z • LU Z • LU Z • LUZ • LUZ • LUZ • L UZ • LU Z • LU Z • L U Z • L UZ • L UZ • LUZ • MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 21 CUBRA o fundo de uma embalagem de gelados com cerca de 2cm de água e leve ao congelador. Uma ver sólido, coloque uma flor colorida sobre o gelo e adicione água até ficar coberta. Volte a congelar e voilá, aqui está o seu bloco de gelo floral. Retire o bloco de gelo da embalagem, pouse-o num local onde possa descongelar, e monte a câmara num tripé. Use uma lanterna para iluminar o gelo de vários ângulos. Rapidamente terá composições texturadas e coloridas para captar. DURANTE a noite as temperaturas baixam bastante, sendo que é comum chegarmos ao carro e vermos o para- -brisas com uma fina camada de gelo. Uma objetiva de kit serve para este projeto, mas para ter mais contraste, experimente alturas e ângulos diferentes. Fotografe em Raw e use o modo Prioridade à Abertura, com um f/11. Quando converter o ficheiro Raw, reduza Shadows e Black para ter mais contraste, e recue Temperature para um visual mais frio e azulado. Projeto 6 Congele uma flor Congele uma flor e crie um excelente assunto para criar fotografias fantásticas! Projeto 7 Texturas geladas Quando tiver o para-brisas gelado, não o limpe, agarre antes na câmara GELO • G E LO • G E LO • G ELO • GELO • GELO • G EL O • G E L O • G E LO • GE LO • GELO • GELO • G E LO • G E LO • G ELO • GELO • GELO • G EL O • G E L O • G E LO • GE LO • GELO • 22 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 GELO • G E LO • G E LO • G ELO • GELO • GELO • G EL O • G E L O • G E LO • GE LO • GELO • Projeto 8 Faça splash Fotos com qualidade de estúdio a baixo custo para ter qualidade de estúdio, sem estúdio, cole um lado de uma fronha branca numa parede, e o outro no balcão. Com a câmara num tripé, enquadre um copo de água, com uma rodela de limão. Deixe algum espaço por cima do copo para o splash. Posicione o flash numa lateral, mas apontado para o fundo, e não para o copo em si. março— 2018 O M u n d O d a F O t O g r a F i a 23 z O O M i n Pa s s O 1 Configurações da câmara Configure o flash para disparar remotamente, no modo TTL. Com o modo Prioridade à Abertura na câmara (A ou AV), use uma abertura de f/11. Na compensação da exposição adicione +1.0 stop de, e faça uma foto de teste para ver se o fundo está branco. Ajuste a exposição até ficar totalmente branco. Pa s s O 2 acertar no timing A partir de fora da composição, deixe cair alguns cubos de gelo no copo. Dispare o obturador assim que atingirem a superfície, de forma a captar alguns splashes fantásticos. É mais fácil usar um disparador remoto, mas não é obrigatório. Tente diferentes alturas até conseguir o resultado que pretende. F11 +1.0 PODE ser fraca como fonte de luz, mas uma vela cria uma luminosidade cheia de profundidade e ambiente. Para captar um retrato à luz da vela, use o modo Manual (M) e formato Raw. Inclua a vela no retrato, porque a sua luz é tão quente que deve ser revelada de forma a que o espetador perceba a imagem. Use um ISO de 1.600 e uma objetiva rápida, como uma 50mm f/1.8, numa abertura de f/2. Use uma velocidade 1/100 e foque o olho mais próximo da objetiva. Projeto 10 À luz da vela Crie melhor ambiente nos seus retratos com a ajuda de uma vela Projeto 9 Captar a chama intensa Capte uma foto artística de um momento invisível ao olhos QUANDO acendemos um fósforo, acende tão depressa que nem conseguimos ver o que acontece no preciso momento da ignição. Mas ao disparar uma série de imagens a grande velocidade podemos captar este momento fantástico e conseguir uma foto entre a arte e a ciência. Para isso vamos precisar de uma objetiva macro e ter de deixar muito espaço em torno do fósforo na composição, isto porque a ignição será bem maior do que pensa! PASSO 1 Suporte um fósforo num bocado de plasticina, sobre um fundo preto. Use focagem manual e Live VIew e foque a cabeça do fósforo. PASSO 2 Mude para Manual (M), com ISO 200. Use uma abertura de f/5.6, velocidade de 1/100 seg. e a mais rápida taxa de disparo que puder. PASSO 3 Acenda novo fósforo e comece a disparar enquanto o usa para acender o outro fósforo. Retire-o de cena assim que se der a ignição. PASSO 4 Reveja as imagens no ecrã: em sequência, terá captado o momento da ignição e um raio de fogo a emanar da cabeça do fósforo! FOGO • FO G O • F O G O • FO GO • FOGO • FOG O • FO G O • F O G O • F O G O • FO GO • FOGO • FOGO • FO G O • FO G O • FOGO • FOGO • FOG O • FO G O • F O G O • F O G O • F OG O • FOGO • 24 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Z O O M I N Projeto 11 Esculpir com fumo Congele o movimento suave do fumo E Q U I P A M E N T O D E T O P O Flash externo Usar acessórios como um flash externo abre uma série de oportunidades de iluminação criativa. é fácil de fazer e algumas câmaras têm modos que permitem disparar estes flashes remotamente. Se não for o caso da sua, tudo o que precisa é de comprar um disparador sem-fios. Monte o transmissor na sapata da câmara, e o flash na unidade recetora. Está pronto para começar. Pode usar qualquer fabricante ou modelo de flash no seu modo Manual, pelo que não está limitado a uma dada marca. FOTOGRAFAR mechas de fumo é fácil, isto se conseguirmos ter a luz certa. Para esta foto, acenda um pau de incenso e coloque-o sobre um fundo escuro. Use um flash externo e o modo Manual da câmara para o iluminar lateralmente, de forma a que não atinja, nem o fundo, nem a objetiva. Foque a ponta do pau de incenso, depois mude para foco manual, para bloquear a distância focal. No modo Manual, defina uma abertura de f/8 e uma velocidade de 1/200 seg. Faça algumas fotos teste e ajuste a potência do flash para tornar o fumo mais claro ou escuro, até conseguir a exposição certa. FOGO • FO G O • F O G O • FO GO • FOGO • FOG O • FO G O • F O G O • F O G O • FO GO • FOGO • 5SEC F8 8000 4000 2000 1000 500 250 125 60 30 15 8 4 2 1S EC 2S EC 5SEC 1/200 PARA fotografar raios de luz, simplesmente mova uma pequena fonte de luz durante uma longa-exposição. Pode fazê-lo em torno de um assunto, para o contornar e iluminar de diferentes ângulos com a luz da lanterna, ou até mesmo usar luzes de natal para criar um efeito mais impressionante. Para pinturas mais elaboradas, com várias fontes de luz, poderá conjugar várias imagens no Photoshop. Algo que devemos ensiná-lo a fazer numa próxima edição. Mas, primeiro, vamos ver como pode criar a suas próprias pinturas de luz. PA S S O 1 Preparar a câmara Coloque a câmara num tripé, depois enquadre e foque o seu assunto. Mude para focagem manual para bloquear a distância focal e ative o modo Manual (M). Use um ISO de 200, velocidade de 8 segundo, e uma abertura de f/16. Defina o Self Timer para 5 segundos. Já pode desligar as luzes. PA S S O 2 Pintar com luz Dispare a câmara, ponha-se em posição e, assim que o obturador se abrir, tem o tempo da exposição para criar a sua pintura de luz. Se for preciso pode usar uma exposição mais longa – mas mantenha sempre a lanterna em movimento para evitar clarões. Pode pintar um assunto inteiro numa só imagem, ou fazer várias imagens e depois juntá-las na edição. Projeto 12 Pintar com luz Contorne um assunto com rastos de luz para criar uma imagem atraente LUZ • LU Z • LU Z • LU Z • LUZ • LUZ • LUZ • LU Z • L U Z • L U Z • L U Z • LU Z • LU Z • LUZ • 26 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Z O O M I N F16 80 00 40 00 2 0 00 10 00 500 2501256030 15 8 4 2 1SEC 2 SEC 5 SEC 8 seg. 128006400 3200 1600 8 0 400 200 10 0 50 0 ISO 200 SÓNIA ALMEIDA CLAUSURA Equipamento Canon 600D a 20mm Abertura f/13 Exposição 0,5 seg. Sensibilidade ISO 100 1 Envie as suas fotos para ‘mundo.fotografia@goody.pt’. Regras de participação no FB e conteúdos digitais, que encontra na página 4. Prolonge o olhar nos melhores registos fotográficos enviados pelos leitores da OMF e encontre inspiração para dar asas à sua veia mais criativa. OLHARES MARÇO MENSALMENTE os leitores da revista O Mundo da Fotografia são contemplados com apelativos prémios em resposta aos desafios que lançamos em cada edição. No passatempo Olhares deste mês, a leitora Sónia Almeida foi eleita 1ª classificada e receberá uma assinatura de um ano da revista O Mundo da Fotografia (€ 59,88). Já o leitor Carlos Silva, 2ª classificado, será premiado com uma assinatura semestral da OMF (€ 29,94). E GANHE PRÉMIOS! PARTICIPE TAMBÉM OLHARESL E I T O R E S 1º A S S I N AT U R A 1 A N O O M F 2º A S S I N AT U R A S E M E S T R A L PRÉMIOS 28 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 1 OLHARES L E I T O R E S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 29 30 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 OLHARESL E I T O R E S 2 3 4 2 CARLOS SILVA SEM TÍTULO Equipamento Nikon D5000 a 45mm Abertura f/5.6 Exposição 1/125 seg. Sensibilidade ISO 200 3 JOÃO AMARO CORRENDO SOBRE GRANITO Equipamento Nikon D800 a 24mm Abertura f/9 Exposição 1,6 seg. Sensibilidade ISO 200 4 RAUL BRANCO DOURO Equipamento Sony A77 a 150mm Abertura f/9 Exposição 1/500 seg. Sensibilidade ISO 200 MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 31 OLHARES L E I T O R E S 32 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 OLHARESL E I T O R E S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 33 OLHARES L E I T O R E S 5 JOSÉ PATRICIO ESTRADA BRANCA Equipamento Canon EOS 70D a 26mm Abertura f/8 Exposição 1/50 seg. Sensibilidade ISO 100 OLHARESL E I T O R E S 34 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 7 6 OLHARES L E I T O R E S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 35 6 MANUEL ADREGA DESABROCHAR DA NATUREZA Equipamento Canon EOS 80D a 250mm Abertura f/9 Exposição 1/30 seg. Sensibilidade ISO 100 7 FRANCISCO COSTA BRANCHES Equipamento Nikon D7200 a 16mm Abertura f/8 Exposição HDR 3 fotos Sensibilidade ISO 100 8 ORLANDO BERNARDO CORRENTE Equipamento Nikon D7000 a 50mm Abertura f/8 Exposição 1/125 seg. Sensibilidade ISO 200 8 9 ALFREDO LEMOS DENTE DE LEÃO Equipamento Canon EOS 7D a 60mm Abertura f/8 Exposição 1/6 seg. Sensibilidade ISO 100 10 TERESE MORGADO OLHAR BRILHANTE Equipamento Nikon D90 a 21mm Abertura f/5 Exposição 1/320 seg. Sensibilidade ISO 100 PARTICIPE, ENVIE-NOS AS SUAS FOTOGRAFIAS! Participe já no passatempo Olhares da próxima edição da revista OMF! Utilize o e-mail ‘mundo.fotografia@goody.pt’ e siga as regras de participação que encontra nos conteúdos digitais da revista (pág. 4). Habilite-se a ganhar uma assinatura anual (€ 59,88) ou semestral (€ 29,94) da O Mundo da Fotografia. Serão premiados o 1º e 2º classificados deste passatempo. PRÉMIOS 1º A S S I N AT U R A 1 A N O O M F 2º A S S I N AT U R A S E M E S T R A L OLHARESL E I T O R E S 36 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 9 10 Março 2018 O M u n d O d a f O t O g r a f i a 37 diCaS E truQuES EfiCaZES E tÉCniCaS PrÁtiCaS, CriatiVaS E PrOfiSSiOnaiS. EStÁ PrEParadO? 38 5652 projetos fotográficos desafios a pensar em si Escolha um dos nossos desafios e coloque-o em prática e, quem sabe, poderá descobrir a inspiração que lhe fatava para o seu novo projeto. imagens ao pormenor técnicas práticas Analisámos imagens muito diferentes, mas que de igual forma nos fazem compreender como podemos tirar partido de cenas banais ou mais elaboradas. técnicas básicas saiba tudo sobre... Processamento na câmara. Explicamos o funcionamento do processamento de imagens na sua câmara. Percebas as vantagens e como proceder, fOtOgrafar f O t O g r a fa r P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S Ideias que, quem sabe, podem resultar no seu próximo projeto... 38 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Dicas para fotografar com mau tempo 1 Não se assuste com o mau tempo! Mesmo que esteja a chover, haverá muitas e boas oportunidade para fotografar. 2 A maioria das câmaras são à prova de salpicos, todavia, se a chuva for intensa proteja a sua câmara da natureza. 3 Leve muitos panos para limpar a objetiva, uma vez que é essencial mantê-la sempre livre de salpicos. 4 Use um para-sol para ajudar a proteger a superfície da objetiva das gostas de água e tente evitar fotografar contra a chuva. 5 Se não estiver muito vento (improvável), ajuda ter guarda-chuva. © B en B ra in Vistas minimalistas Aprenda a gostar da chuva Fomos até às montanhas galesas à procura de paisagens selvagens e minimalistas, sem medo da água EDUZIR uma paisagem às suas formas mais básicas pode ser uma boa maneira de revigorar a sua fotografia. Aplicar minimalismo visual ajuda a aprender a olhar para a luz e cenas de novas perspetivas. Existem momentos em que a meteorologia pode ajudar a atingir algo especial, mesmo que à primeira vista não nos seja óbvio. Nesta imagem, captada em Snowdonia, o tempo mais adverso era mau o suficiente para justificar uma retirada para o calor do hotel. No entanto, estas condições mais exigentes representaram também uma oportunidade muitas vezes ignorada. Ao filtrarmos os detalhes mais descritivos da superfície e ao focar-nos apenas na forma e tons criados pela invasão nebulosa, conseguimos captar uma cena cheia de paz e simbolismo. R MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 39 P R O J E T O 1 40 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Desafio pro Comida em ação Emma Boyns é uma fotógrafa de comida premiada, que fala sobre as suas fotografias de restaurante P R O J E T O 2 INTO muita energia quando estou num restaurante, seja na sala ou na cozinha, durante a hora do serviço. E sinto que isso é importante porque as fotos de comida costumam falhar em conseguir transmitir a atmosfera de uma cozinha. Nas horas de pico, há várias pessoas a cozinhar, empratar e a andar de um lado para o outro, num género de dança desorganizada, mas fluída. Adoro mostrar a comida e o processo de criar um prato, enquanto comunico este caos. A forma mais simples de o fazer é ter arrastamento nas fotos. Para isso, coloque a câmara num tripé, ou noutra superfície, e foque uma cena que vá ter elementos estáticos e em movimento. Poe exemplo, numa foto de um chefe a dar os retoques finais no empratamento, o prato estará estático, mas as mãos do chefe movimentam-se a espalhar sal pela comida ou algumas gotas de azeite. Para conseguir este efeito no sítio certo, use uma velocidade de obturação lenta. Abaixo de 1/30 vai criar arrastamento nos elementos em movimento – se necessário reduzindo ISO e/ou a abertura para compensar. Na prática, fotografar em restaurantes pode ser mais desafiante que noutros ambientes; sendo que usar tripé num cenário destes pode ser uma tábua de salvação para quem fotografa, mas um obstáculo para quem trabalha na cozinha. Para evitar complicações, uso outras superfícies para pousar a câmara, ou me apoiar, como mesas ou armários. Tento sempre que o staff me alerte quando estou a atrapalhar, e nunca me aproximo sem avisar, para evitar acidentes. Alguns chefes que fotografei julgavam que queria apenas fotografar comida e até pediam desculpas quando apareciam nas fotos, pelo que é bom explicar que captar parte de toda a ação e interação com os ingredientes e pratos pode ajudar a levar uma imagem a um nível superior. Antes de fotografar num restaurante, ou noutro espaço, gosto de fazer uma lista das fotos ou cenas que pretendo captar. É importante saber de antemão o que queremos, para depois não ficarmos com aquela sensação de “quem me dera ter conseguido apanhar aquilo!” P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S S MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 41 Projetos rápidos Espaço negativo Abrace o espaço vazio nas suas composições com a ajuda destas ideias Coloque os assuntos num canto O espaço negativo é tudo o que não tenha detalhe ou esteja desfocado, enquanto o espaço positivo diz respeito a uma área de interesse – um assunto ou um detalhe evidente. Ao darmos maior enfase ao espaço negativo numa imagem podemos criar uma composição diferente e nova, como conseguimos com este farol. Experimente colocar o seu assunto nos vários cantos do seu enquadramento. Terá resultados diferentes, dependendo da forma como muda o ângulo da câmara, ou do sítio que escolhe para a pousar. Uma grande-angular pode revelar-se muito útil neste tipo de fotografia. Desfocar para destacar Além do posicionamento do assunto, pode criar espaço negativo com a profundidade de campo, ao desfocar áreas da imagem. Uma abertura de f/2.8, por exemplo., ajuda nesse objetivo, mas tente também aproximar-se de superfícies para dar destaque ao que estiver desfocado. Fazer recuar a câmara para incluir mais espaço nesta praia e mar enaltece o sentido de isolamento e cria uma imagem mais sombria e até com maior significado do que se optássemos por preencher a imagem com farol. Enquadre a cena Um conselho clássico é criar um enquadramento dentro do enquadramento, através de objetos, de forma a circundarem o assunto como aqui. Aqui, os pilares desfocados passam a fazer parte do espaço negativo, enquadrando o cão. Qualquer assunto – um edifício, uma pessoa, uma flor – pode funcionar como espaço negativo, sendo que o tripé ajudará na composição. Para conseguir este espaço negativo, porque não rever algumas fotos antigas e experimentar alguns recortes diferentes? Ja m es P at er so n P R O J E T O 3 Projeto criativo Fotografar fluorescência ultravioleta Fotógrafo de história natural, vida selvagem e ciência, Adrian Davies, mostra como tornar visível o invisível FLUORESCÊNCIA ultravioleta (UV) é a luz que se torna visível num dado objeto quando este é iluminado (o termo técnico é “excitado”) por UV numa sala escura. Pense nas luzes UV usadas em discotecas ou diversões com fantasmas que fazem com que a roupa branca brilhe no escuro. Existem muitos assuntos que brilham no escuro, incluindo alguns minerais (que podem ser identificados pelas cores que produzem); marcas em notas, passaportes e cartas de condução; algumas plantas (incluindo a quinina na água tónica; fruta e algumas madeiras); vários ovos de aves; alguns animais, como os escorpiões; e vários cosméticos, como maquilhagens. Passear à noite pelo jardim, ou pela sua casa de banho, com uma luz UV pode ser muito revelador. Esta técnica é também usada por cientistas forenses e restauradores de arte. Este tipo de fotografia é agora mais acessível que no passado, graças à ser hoje em dia mais fácil, e barato aceder a luzes UV. Esta técnica vai provocar resultados muitas vezes inesperados. Existem vários modelos de luzes UV à venda, mas para fotografar não precisa de nada muito poderoso. Um modelo que recomendamos é a Convoy S2+ 365nm Nichia UV Waterproof LED Flashlight, que pode comprar online por pouco mais de € 20. Tente comprar uma que emita UV com um comprimento de onda de cerca de 365 nanometros. Para fotografar fluorescência UV vai precisar de uma sala escura, para que a única luz iluminar o assunto seja a da lanterna UV. Virtualmente poderá usar qualquer câmara e qualquer objetiva, desde que consigam fazer longas-exposições. Para assuntos mais pequenos convém ter uma objetiva capaz de fazer macros, assim como um tripé e um disparador remoto. Vire a página para ver um guia passo-a-passo A 42 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 P R O J E T O 4 P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S Segurança acima de tudo! Os raios UV do sol causam queimaduras na pele, e a exposição prolongada a UV pode também queimar ou criar mesmo cancro da pele – por isso, tenha cuidado a usar lanternas UV mais potentes. Nunca aponte uma destas lanternas para os olhos de ninguém. Se estiver a fotografar dentes ou uma pintura facial fluorescente, peça ao modelo que feche os olhos. Se vai fazer muitos trabalhos com UV, convém comprar um par de óculos para o proteger dos raios UV. (Como foram criados para absorver os raios de luz UV causados pelos reflexos na neve, os óculos de ski podem ser uma opção.) Tenha também cuidado a trabalhar na sala escura. Usamos um lanterna de cabeça para ter as mãos livres para manusear a câmara e assuntos sem termos de nos mover no escuro. Biografia Adrian Davies Adrian Davies é um fotógrafo freelancer de história natural, vida selvagem e ciência. Lecionou fotografia por mais de 25 anos e escreveu alguns livros sobre vários tópicos da fotografia. O seu livro mais recente é Digital Ultraviolet and Infrared Photography. Além de tudo isto dedica ainda algum tempo a dar workshops em sobre vários aspetos da fotografia. www.imagingtheinvisible.com www.adriandaviesimaging.com MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 43 Passo 2 A luz das lanternas LED nunca é totalmente uniforme. Por isso gosto de “pintar” o assunto com a luz, movimentando a lanterna constantemente durante a exposição, assegurando que consigo iluminar todas as zonas do assunto. Manter a lanterna a alguma distância também ajuda a espalhar melhor a luz. Tentei usar uma exposição de 10 a 20 segundo para ter tempo para pintar todas as áreas do assunto. Usei a opção Mirror Up da minha reflex, com um disparador remoto. Gosto de usar um ISO baixo, normalmente 200, para manter o ruído o mais baixo possível, e uma abertura de f/11. Antes e depois Quando faço este tipo de imagens, gosto de fotografar uma foto à luz natural para poder comparar. Uso a mesma objetiva e câmara, e dois ou três flashes com caixas de luz para iluminar o assunto. Esta taça de madeira, feita de madeira de acácia, cria uma luz verde fluorescente sobre sob a luz UV. Passo 1 Coloque o assunto sobre um fundo preto. Aqui pode ver o assunto para esta foto, uma planta carnívora (Nepenthes), colocada à luz normal sobre um fundo preto. Não use papel preto, porque como vai poder perceber, ele próprio brilhará sobre a luz UV. Eu costumo usar veludo preto, até por ser também um material fácil de escurecer no processo de edição ,no Photoshop. Note que o pó pode também brilhar sobre esta luz, pelo que espere ter de fazer este tipo de retoques, algo fácil de resolver com a Spot Healing Brush, do Photoshop. Passo 3 A melhor forma de definir a exposição é fazer alguns testes. Descobri que o modo Prioridade à Abertura funciona bem q.b., porque, se necessário, podemos compensar na exposição na câmara. A imagem final deve mostrar uma cor fluorescente, com os contornos do assunto. Se está a fotografar um assunto que pode mexer-se durante a exposição, como plantas mais delicadas, terão de as ter imóveis durante a exposição. Pode mesmo ter de suster a respiração para minimizar as correntes de ar na sala. PARTILHE AS SUAS FOTOS mundo. fotografia@ goody.pt (Assunto: Projetos) Antes Depois 44 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S ARA fazer uma boa imagem de natureza morta há que ter uma luz imaculada. Olhe para imagens profissionais de produtos, em especial os de luz, e verá que houve um cuidado extremo para tornar o produto brilhante e desejado. E aqui vamos abordar o mais problemático produto de iluminar – vidro. O vidro representa oportunidades de reflexos desejados e indesejados, pelo que é vital controlar a luz para conseguir uma boa imagem. Usamos um copo e uma garrafa de whiskey para criar a clássica imagem com medidas iguais de estilo e intemporalidade. Ficará surpreendido por descobrir que é fácil fazer uma imagem desta em casa. Não precisa de equipamento especial, apenas algumas luzes (até podem ser candeeiros de secretária) e difusão. Ter um fundo interessante vai ajudar a criar uma imagem de qualidade profissional, pelo que fomos cuidadosos a escolher um local adequado ao que íamos fotografar. Tente fazer o mesmo para a sua imagem, independentemente do que vai fotografar. Projeto de flash Fotografar um produto brilhante Está na hora de beber um copo com as bases da fotografia de natureza morta P Passo 4 Para esta foto, a luz está a 1/4 da sua potência. Usamos uma abertura de f/6.3 para que o fundo ficasse desfocado. Passamos de uma velocidade de 1/200 segundos (velocidade de sincronização do flash) para 1/30 segundos para iluminar o fundo exposto à luz da sala, e usamos ISO 100 pare ter pouco ruído. Passo 2 Colocamos dois flashes em caixas de luz à esquerda da garrada e do copo, para ter iluminação lateral. Usamos depois ainda uma cortinha do chuveiro para ter maior difusão de luz. As luzes cobriram uma área de cerca de um metro, da frente da garrafa até ao fundo da cena, de forma a espalhar a luz. Passo 3 Para ter luz a refletir na garrafa de uma forma apelativa, dobre um cartão dourado ou prateado e recorte-o com a forma da garrafa, de modo a que se suporte a sim mesmo na vertical, atrás da garrafa. Coloque o cartão no lado oposto da luz a um ângulo de 45 graus, de forma a refletir a luz através do produto. Passo 1 Crie um bom fundo para as suas fotos. De certo terá locais lá em casa bem interessantes que vão servir na perfeição – bem melhor que usar fundos feitos de papel. Pense também como pode vestir a cena com adereços. Aqui usamos uma ardósia para servir de basse par a garrafa de whisky e criar assim alguma textura. MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 45 P R O J E T O 5 FOTOGRAFIA paisagista é claramente um género difícil de dominar. Há muitos obstáculos para ultrapassar até chegar à foto perfeita: a altura e ângulo do sol, a meteorologia e primeiros planos poucos interessantes. Todos estes elementos influenciam a imagem final. A última coisa que queremos é encontrar o local certo, na altura certo, e chegar depois a casa com uma imagem desnivelada, que nos obriga a fazer recortes. Há uma forma de manter toda a resolução das suas imagens, que é usar um nível montado na sapata do flash. Com este pequeno acessório, não há desculpas para não conseguir sempre imagens perfeitamente niveladas. Como é pequeno e leve, podemos deixá-lo na câmara ou, pelo menos, tê-lo sempre no saco de equipamento. São compatíveis com todos os fabricantes e modelos com sapata; e funcionam sempre, sem qualquer problema. Quando tenta alinhar e nivelar a sua câmara passa a poder ignorar o nível eletrónico no ecrã e concentrar-se nos eixos X e Y, perfeitamente medidos pelo nível que montou na sapata da câmara. Pelo que se quiser mover a câmara no eixo Y, continua a poder ter um indicador sobre o nível do eixo X, mantendo sempre o horizonte direito. Manter o nível Adeus horizontes desnivelados Use um nível para garantir que a sua composição está sempre nivelada A Passo 2 Está na hora de usar o pequeno nível e alinhar a sua foto, para conseguir a vertical ou horizontal perfeitos. Dispare o obturador e nunca mais falhe um horizonte! Passo 1 Monte a câmara no seu tripé. Encaixe o pequeno nível na sapata da sua câmara. Foi criado para nivelar dois eixos, pelo que pode ser encaixado de duas formas diferentes. Nível de dois eixos. Horizontal & vertical! 46 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 P R O J E T O 6 P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S Um roteiro para começar a tirar as melhores fotos de sempre! começar | Viagem | paisagens | criatividade | retratos | projectos já nas bancas 48 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S Dar vida à Natureza morta James Paterson cria composições iluminadas no Photoshop Elements N Passo 2 Da mesma forma, para adicionar elementos, copie e cole-os. Adicione uma camada de máscara para os ajustar. Use a Brush, com preto, e com uma ponta suave esconda as áreas que pretende. Depois, use a cor branca para revelar o que é suposto. Passo 3 Para adicionar um elemento, selecione-o com a Quick Selection e pinte sobre o que não quer. Clique em Refine Edge para aumentar Smooth e Radius. Copie e cole. Use Ctrl/Cmd+T para mudar o tamanho, depois pinte uma camada de máscara para misturar. Passo 1 Abra as suas fotos no modo Expert e escolha a sua imagem principal. Para tapar os elementos que não quer (como as suas mãos), use a ferramenta Polygonal Lasso para fazer uma seleção de outra imagem. Copie a área e cole-a no sítio certo. O QUE toca a ferramenta de composição, o Photoshop Elements é poderoso e ajuda a criar todo o tipo de imagens. Por isso, porque não tirar umas fotos e juntá-las para criar um candeeiro robô? Os objetos eletrónicos são bons assuntos de fotografar: as linhas retas e limites vincados significam que são fáceis de recortar e combinar. Usamos dois candeeiros articulados, tendo segurando o dourado em várias poses perto do azul, de forma a simularmos o que seriam os seus braços, a segurar a câmara. É uma composição que o desafiamos a fazer também… Passo 4 Para criar sombras clique com o Alt sobre uma área com sombra e depois pinte em áreas como onde o braço se junta ao ombro. Assim que tiver todos os seus elementos, use a Spot Healing Brush e a ferramente Clone (ative Sample All Kayers) para fazer correções. MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 49 P R O J E T O 7 Desafio pro Brincar com a cor O condecorado fotógrafo, Cig Harvey, explora as possibilidades da cor C Biografia Cig Harvey Cig começou a trabalhar na sala escura aos 13 anos e desde então que se dedica à fotografia. Cresceu em Devon, e mudou-se para EUA para o fazer o seu MFA, em 1999. Atualmente vive no Maine. As suas fotografias e livros têm sido expostos por todo o lado, incluindo algumas coleções fixas em alguns museus. OLOUR é uma poderosa ferramenta, capaz de converter um sentimento numa história. Como tal, porque não tentar fotos que levem a cor ao seu extremo? Enquadrar um bloco de cor contra um fundo insípido, ou conjugar composições com paletes limitadas de cor, usando tons de uma cor, pode criar um efeito dramático. Sempre foi obcecado pela cor,” Explica o fotógrafo Cig Harvey. “Gosto de explorar intensivamente uma cor e concentrar-me nos seus possíveis efeitos. Cada cor suscita repostas emocionais diferentes, tanto a um nível primário como ligado a memórias. Nestas imagens, procuro por um choque visual – um elemento surpresa.” Para criar imagens de uma só cor, Cig aconselha: “Comece com um fundo grande, de uma cor, e depois procure por um assunto com os mesmo tons, e comece a fazer camadas.” Um pouco como na pintura, estas fotos de cores intensas funcionam melhor quando planeadas e propositadas. Este processo de ter fundos e assuntos com cores semelhantes, mas texturas e formas diferentes cria interesse para o espetador. Na imagem acima, por exemplo, Cig usou apenas luz natural – aliás, como nas outras duas fotos – com a textura da cadeira a prolongar a textura aveludada do assunto principal para a parede, atrás. A silhueta da árvore, à direita, cria o seu próprio ponto de interesse ao que, de outra forma, seria uma composição minimalista. Cig usou uma Pentax 655Z, câmara de médio formato, com uma objetiva de 55mm, e f/3.5. Cada uma das fotos de Cig foram feitas com diferentes câmaras, © S am A d le r 50 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 P R O J E T O 8 P R O J E T O S F O T O G R Á F I C O S objetivas e definições adaptadas a cada cena. A imagem em cima, à direita, foi captada com uma câmara compacta profissional Sony RX1R II, equipada com uma objetiva fixa de 35mm, e abertura de f/11. A terceira imagem, à direita, foi feita com uma Canon 5D Mark III, com uma objetiva de 35mm, e uma profundidade de campo de apenas f/1.4. Os dois livros anteriores de Cig estiveram na lista Melhores Livros do Ano 2012, da PND, e foram aclamados pela crítica, na Vogue, The Telegraph, Aesthetica, entre outros. O seu terceiro livro, You an Orchestra You a Bomb. foi lançado há pouco tempo. www.cigharvey.com Em cima, esquerda ‘Manto Vermelho’ Explora as cores ricas do vinho com texturas sumptuosas. Até as sombras e reflexos fazem parte da lógica das cores. Em cima ‘Escuteiro na tempestade’ usa o contraste do fato vermelho contra o fundo branco da neve para criar impacto. Direita ‘Fé no Balão’ centra as atenções na modelo e na sua ação recorrendo a uma profundidade de campo reduzida. © C ig H ar ve y MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 51 M E L H O R E O S E U C O N H E C I M E N TO T É C N I C O TÉCNICAS BÁSICAS 52 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 Á muita coisa a acontecer assim que pressionamos o botão para fazer disparar o obturador. A luz refletida pelo assunto é captada pela objetiva e enviada para o sensor, onde é gravada como um sinal elétrico e depois convertida para informação digital pelo conversor analógico/digital. Tipicamente, tudo isto acontece numa fração de segundo, mas é apenas o início do processo da criação de uma imagem. Antes de o ficheiro ser gravado provisoriamente no buffer da câmara, e ser escrito no cartão de memória, a quantidade colossal de informação criada para cada imagem captada tem de ser “triturada”. O processamento digital feito nesta fase inclui ajustes no equilíbrio de brancos, cor e contraste, além de correções óticas, redução de ruído e melhoria da nitidez. Como – ou, melhor, quando – estes ajustes são aplicados depende do tipo de ficheiro escolhido. No caso de JPEG e TIFF são aplicados à imagem, antes de serem comprimidos para criar um ficheiro mais leve (no caso de um JPEG) e gravados num cartão de memória. Se usar ficheiros Raw, a informação processada é gravada como parte do ficheiro, mas não é aplicada. Nesta fase, o ficheiro Raw nem é uma imagem: é sim um ficheiro de informação com o código binário Raw do sensor da câmara. Para converter esta informação para um formato de imagem visível, como o JPEG, a informação Raw tem, primeiro, de ser descodificada. Geralmente isto é feito com software próprio, num computador, H ESTE MÊS: PROCESSAMENTO NA CÂMARA Que opções temos para ajustar o aspeto das nossas fotos? Para converter esta imagem, a informação Raw tem de ser descodificada 1 MENU DE OPÇÕES Existem algumas opções nos menus das câmaras que permitem alterar as definições de processamento das fotografias. 2 PRÉ-VISUALIZAÇÃO JPEG Os efeitos processados serão refletidos na imagem de pré-visualização ou, em tempo real, no Live View. 3 CONVERSÃO RAW Algumas câmaras permitem converter para JPG ficheiros Raw gravados no cartão. 4 PARÂMETROS As opções de processamento na câmara não são tão extensas como em softwares criados para o efeito. 1 Equilíbrio de brancos Deixar a definição em automático pode criar resultados estranhos sob luz artificial ou céu nublado. Ao invés, escolha um preset, ou insira um valor K para obter resultados mais reais ou criativos. 5 Controlo/estilo de imagem A sua câmara deverá ter uma série de presets a que pode recorrer, incluindo Paisagem (em cima), Retrato e Monocromático. Estes têm diferentes níveis de saturação, tons e nitidez, ainda que possam ser alterados. 2 Otimizador de luz A câmara vai puxar pelas sombras para revelar mais detalhe, mas isto pode resultar em maior ruído nestas áreas. 4 Espaço de cor Poderá escolher entre sRGB e Adobe RGB. Mantenha-se com sRGB caso queira partilhar as suas imagens online. 3 Correção de distorção Vale apena ativar isto em modo Live View, uma vez que vai permitir ver se as áreas junto ao limite da imagem serão cortadas com a correção. AUTOMÁTICO ou MANUAL? Quando nos devemos preocupar em fazer ajustes? HÁ muitas situações onde compensa arregaçar mangas (ou pelo menos tirar as luvas) e mergulhar nos menus da câmara para configurar as opções de processamento. Deixar tudo em automático ou “standard” pode funcionar, mas só até certo ponto, porque quando as condições de luz pioram, ou pretendemos um tratamento mais criativo, não há substituto à altura de uma intervenção manual. Algumas das opções de fábrica poderão ser convincentes. Por exemplo, poderá achar que a sua câmara tem o que chamam de “optimizador de luz”. Olhe para opção ALO (Auto Lighting Optimizer) em câmaras Canon ou D-Lighting, nas Nikon. Os modos são criado para expandir a amplitude dinâmica, revelando mais detalhe em áreas escuras, sem perder detalhe em áreas com mais brilho. Pode achar que, por defeito, o efeito é demasiado forte, e que deve reduzi-lo ou desativá-lo por completo. MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 53 F O T O G R A FA RF O T O G R A FA RPROCESSAMENTO NA CÂMARA IMAGEM ORIGINAL 54 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 PROCESSAMENTO NA CÂMARAF O T O G R A FA R 1 Exposição Abertura, velocidade e ISO são fixos no momento da captação. 2 Focagem Na maioria dos casos, não poderemos mudar o ponto de foco assim que a foto é feita. 3 Redução de ruído Pode ajustar a intensidade desta definição, mas o resultado pode não ser óbvio na câmara. 4 Equilíbrio de brancos Apesar de estar bloqueado no JPEG, o Photoshop ajuda a fazer algumas correções. 5 Correções de objetiva Elimine aberrações e cantos escuros. As opções de um software são superiores às da câmara. 6 Estilo de imagem Mude o estilo de uma imagem – mas lembre-se que o efeito é “cozinhado” num JPEG. RAW vs JPEG JPEG RAW Imagem final no cartão Imagem final no disco rígido É COMUM dizer que o Raw é o negativo digital, por permitir criar vários JPEG diferentes sem alterar a imagem original. Quando fotografamos em Raw existem alguns aspetos da câmara que devemos ter em conta, mas em termos de processamento da imagem poderá manter tudo em automático e deixar a edição de pormenor para depois. Como já referimos, existem algumas razões criativas e técnicas para não querer fazer isso. Conseguir o melhor na câmara vai poupar-lhe tempo. Quando abre um ficheiro Raw no formato proprietário da câmara, como o Digital Photo Professional (Canon), ou Capture NX-D (Nikon), é inicialmente descodificado de acordo com a informação de processamento de imagem gravada, como parte do ficheiro Raw, para que seja mostrada com o equilíbrio de brancos, e outras definições, usadas na altura da captação. GB8 133 x Spe ed 6 N A C Â M A R A N A C Â M A R A EM S O FT W A R E Que definições mais importam no registo de ficheiros Raw? MARÇO 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 55 F O T O G R A FA RF O T O G R A FA RPROCESSAMENTO NA CÂMARA mas algumas câmaras permitem converter ficheiros Raw gravados num cartão. Na verdade, todas as imagens começam como informação Raw mas, no caso do JPEG e TIFF, a câmara ajusta a imagem automaticamente. Então, porque nos haveríamos de preocupar em regular definições de equilíbrio de brancos e nitidez na câmara quando o ficheiro Raw nos permite fazê-lo em casa? Bem, para começar vamos querer uma pré-visualização mais precisa da imagem. A imagem que vemos no ecrã traseiro de uma reflex, seja em pré-visualização ou no modo Live View, e nas oculares eletrónicas em câmaras que as têm é, na verdade, uma pré-visualização em JPEG, baseada nas definições de processamento aplicadas pela câmara. Acontece o mesmo quando fotografamos em Raw, ainda que o ficheiro que acaba no cartão de memória também tenha toda a informação Raw. Esta pré-visualização JPEG é uma boa ferramenta criativa. Por exemplo, podemos perceber como ficaria a imagem a preto-e-branco, ainda que grave toda a informação de cor no ficheiro Raw, que pode depois ser usada para uma melhor conversão mono. Há também considerações técnicas a ter: o histograma que vemos no ecrã é baseado numa pré-visualização em JPEG, que refletirá qualquer alteração que façamos no aspeto da imagem ou equilíbrio de brancos. Dificilmente teremos bons resultados em Raw se simplesmente ignorarmos todos estes detalhes do processamento da imagem. 4 Formato Os ficheiros são gravados num formato Raw proprietário (LFR) de 55MB, mas os JPEG têm apenas 4MP de resolução. Porquê fazer alterações quando o ficheiro permite fazê-lo depois? 3 Mapa de profundidade O processador da Illum usa a informação recolhida pelo sensor para reconstruir o percurso da luz e recriar um mapa de profundidade. 2 Captação de imagem A objetiva equivalente a 35-250mm, f/2.0 fixo, alimenta um sensor CMOS de 1/1,2” que grava 40 “Megarays” de informação. 1 Lytro Illum Esta câmara permite, via software próprio, voltar a focar imagens. Levar o processamento a outro patamar APESAR dos muitos parâmetros existentes poderem ser alterados após captação em ficheiro Raw – e em alguns casos até mesmo com JPEG – definições vitais como a abertura, velocidade de obturação e ISO, além da distância focal, estão circunscritos ao momento em que a fotografia é feita. Nos últimos anos, as fabricantes têm começado a pensar muito sobre isto. Fundada em 2006, na Califórnia, a Lytro lançou a sua primeira câmara “light field” em 2012. Este dispositivo permitia focagem após captação da imagem. Ainda que possa ser teoricamente interessante, a primeira câmara foi prejudicada pelo custo, mau manuseamento e imagens de baixa resolução. A Lytro Illum (direita) chegou em 2014, e trouxe um zoom maior e ecrã articulado, mas o JPEG a 4MP continuavam a ser pequeno. CHEGAR ÀS MASSAS A Lytro pode ter sido vista como novidade, mas as grandes fabricantes também estão a testar esta ideia. Como a Canon, em que o formato Dual Pixel RAW, introduzido com a EOS 5D Mark IV, permite que o foco seja muito ligeiramente alterado depois de a imagem ter sido fotografada. IM AG EN S AO P OR ME NO R FO TO S Q UE FU NC IO NA M 56 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 JANELA DE AVIÃO NOME: Sarolta Gyoker LOCAL: São Diego KIT: Sony Alpha 6000 com objetiva E PZ 16-50mm f/3.5-5.6 OSS EXPOSIÇÃO: 1/160 seg. a f/13, ISO 100 SITE: facebook.com/sarolta Editar para enfatizar Sarolta trabalhou esta imagem no Camera Raw, convertendo-a para preto-e-branco. Ao retirar a informação de cor, ao escurecer o preto e ao subir o nível de Clarity, a gama tonal ficou substancialmente mais reduzida, o que tornou a imagem bem mais gráfica, de forma a retirar distrações ao espetador. “Editei a foto para dar ênfase à interação abstrata entre os elementos,” refere. © S ar ol ta G yo ke r Composição Quando encontramos linhas com ângulos interessantes numa composição, estas podem adicionar movimento e até tensão. A partir da janela do avião, Sarolta reparou na “intrigante interação entre parte da asa, a sua sombra, o homem e o alcatrão”. As linhas aqui presentes em torno do controlador aéreo canalizam a atenção do espetador para ele. WHY SHOTS WORK MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 57 Seja gráfico A foto de Sarolta da pista do aeroporto é abstrata e irrealista, por ser minimalista nas cores, forma e textura. Esta abordagem deixa o significado da imagem aberto à interpretação do espetador. “Sempre me senti atraída pelo abstrato, e isto pareceu-me demasiado delicioso para ser ignorado,” diz. Sem o simbolismo da informação de cor, a imagem de Sarolta fica mais aberta à interpretação. VIEW OF RIVER NOME: Mevludin Sejmenovic LOCAL: Rio Bosnia, Sarajevo KIT: Nikon D610 com objetiva Nikon AF-S Zoom-Nikkor 24-70mm f/2.8G ED EXPOSIÇÃO: 1/30 seg. a f/16, ISO 250 SITE: 500px.com/ sejmenovic mevludin Qualidade de pintura As cores carregadas e a composição aberta desta imagem remetem para a pintura reminiscente. O trabalho impressionista recria a perceção geral da cena, que é precisamente o que Mevludin pretendia aqui. Como falta um ponto focal evidente e detalhe, a imagem ganha uma suavidade e qualidade extras, suportada pela ênfase nas cores e linhas. Paisagem serena Quando se cruzou com esta linda imagem quis recriar o sentido de tranquilidade na sua cena. “Havia um quadro natural muito interessante, com floresta em ambos os lados, e a montanha por cima,” refere. “Posicionei o rio ao centro para ter uma composição natural e calma.” Os ângulos das linhas podem influenciar brutalmente o ambiente da imagem. Aqui, a linha subtil do horizonte está ao centro, o que rapidamente cria uma sensação de tranquilidade e espaço. 58 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 201858 O M U N D O D A F O T O G R A F I A MARÇO 2018 IMAGENS AO PORMENORF O T O G R A FA R © M ev lu d in S ej m en ov ic Equilíbrio de cores audaz O outono é conhecido pelos seus tons avermelhados, e Mevludin editou esta cena no Photoshop para os destacar mais ainda. “Intensifiquei particularmente o canal de vermelhos (Color Channel Mixer R),” afirma. Ao dar também mais brilho ao rio, no centro da cena, e ao verde das árvores, conseguiu criar um percurso natural para seguirmos. 128 00 64003200 1600 800 40 0 200 100 50 F168 00 0 40 00 20 00 1000 500250125 60 30 15 8 4 2 1 SEC 2 SEC 5 SEC 1/30 seg. ISO 250 METEORA COM ESTRELAS NOME: Vadim Sherbakov LOCAL: Meteora, Grécia KIT: Canon 6D com objetiva Tokina AT-X 11-20mm f/2.8 Pro DX EXPOSIÇÃO: Composição de várias exposições (ver em baixo) SITE: vadimsherbakov.com Todos juntos A imagem de Vadim tem uma atmosfera mística. Juntou uma paisagem expansiva com um acontecimento criado pela natureza, em que a estrelas parecem “estar de partida” da terra. Usar uma grande-angular de 15mm permitiu a Vadim captar todos estes elementos na mesma imagem. Uma orientação A imagem funciona porque apresenta uma perspetiva única de um local muito conhecido. Aqui, Vadim escolheu fotografar na vertical “não só para incluir mais estrelas, mas também por existirem menos imagens verticais desta área. “Queria incluir algumas formações rochosas e a floresta circundante, mas dar destaque também ao fantástico mosteiro,” diz. O horizonte foi colocado ao centro da imagem, tendo optado por colocar o mosteiro na linha que separa o centro da foto do terço inferior, ao canto inferior direito. Composição Como as imagens com rastos estelares são compostas por muitas imagens, Vadim teve de ter cuidado com as suas definições. Usou o Photoshop para juntar três exposições para criar o fundo e mais de cem para as estrelas. “Durante o pôr-do-sol e ‘hora azul’ usei ISO 100, f/8 e uma velocidade de 1/50 a 2 segundos. Mas para as estrelas, usei ISO 3.200, f/2.8 e 20 segundos,” explica. A abertura ampla e o ISO elevado permitiram-lhe ter mais velocidade [20 segundos] e evitar o movimento das estrelas. © V ad im S h er b ak ov 128 00 64003200 1600 800 40 0 200 100 50 F88 00 0 40 00 20 00 1000 500250125 60 30 15 8 4 2 1 SEC 2 SEC 5 SEC 2 seg. ISO 100 MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 59MARÇO— 2018 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 59 WHY SHOTS WORK F O T O G R A FA RIMAGENS AO PORMENOR agora também em versão digital! Agora também pode ler a revista
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