Trabalho Principais e Acessorios

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Samantha Eduarda Silva
Kathleen K. Zorzenao
Marcela Pinheiro
Ana Flávia Garcia
Leandro Marcondes Cruz
Classificação dos Negócios Jurídicos
Quanto à existência - Principal e Acessório
Estudo Dirigido apresentado à disciplina Direito Civil, do 2º período do curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção da média do 1º bimestre. Prof. Marco Aurélio.
Curitiba
2015
Introdução
Neste breve estudo trouxemos de maneira sucinta a matéria referente à existência dos negócios jurídicos. Matéria que trata da espécie na qual a vontade das partes tem grande relevância na definição das consequências do negócio jurídico, forma a qual a vontade dos sujeitos dirige-se imediatamente a constituição ou extinção de uma relação jurídica.
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Negócios Jurídicos
Os negócios jurídicos segundo Gonçalves são manifestações de vontades, geralmente bilaterais, como os contratos, que buscam no ordenamento jurídico uma composição de interesses. Podendo alguns negócios jurídicos ser unilaterais, como o testamento, instituição de fundação, renúncia à herança, entre outros. Ainda o autor caracteriza negócios jurídicos plurilaterais aqueles envolventes de mais de dois sujeitos.
O Código Civil de 2002 substituiu a expressão genérica “ato jurídico”, existente no Código de 1916, para a expressão “negócio jurídico”. A expressão “negócio jurídico” não é empregada no Código Civil no sentido comum de operação ou transação comercial, mas como uma das espécies em que se subdividem os atos jurídicos lícitos.[1: GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. P. 319- 330.]
Conceito
Silvio Rodrigues conceitua negócio jurídico como o “ato lícito de vontade humana (dirigida de maneira consciente), capaz de gerar efeitos na órbita do Direito” .[2: RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil, v. 1 - 34 ed. São Paulo: Saraiva. 2003. P. 119]
Para Maria Helena Diniz, o “negócio jurídico é como uma norma concreta estabelecida pelas partes” .[3: DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: teoria geral do Direito Civil. 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1.]
Karl Larenz dizia que:
 “negócio jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do direito privado” .[4: GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. P. 319.]
De maneira sintética Mello caracteriza negócio jurídico como a criação da vontade declarada das pessoas, no qual o próprio negócio jurídico fora constituído por tal declaração de vontade negocial.[5: MELLO, Marcos Bernardes de; Teoria do Fato Jurídico : plano da existência. – 18ªed. – São Paulo; Saraiva, 2012. P. 204.]
Dessa forma, para a existência de um negócio jurídico, não basta à mera vontade das partes, mas é necessário que o efeito vislumbrado pelos interessados esteja em conformidade com a norma.
Classificação dos Negócios Jurídicos
Os negócios jurídicos podem ser encarados e agrupados por classes, com diversidade de regimes legais, segundo vários critérios. A doutrina não é uniforme no tocante à sua classificação. Em geral, considera-se quanto à:
Exercício dos direitos;
Vantagens;
Formalidades;
Conteúdo;
Manifestação da vontade;
Tempo;
Efeitos;
Existência; 
Quanto à EXISTÊNCIA ou SUBORDINAÇÃO
 
Plano da Existência
Como o Negócio Jurídico não surge do nada, é nessa vertente que os elementos constitutivos do negócio jurídico são estudados, sem os quais se estaria frente a ato algum, não havendo assim necessidade em mencionar sua validade ou eficácia. [6: GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v1: parte geral – 16ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. P. 373]
Para que seja considerado como tal, deve atender a certos requisitos mínimos, dos quais nenhum Negócio Jurídico existirá ante a ausência de qualquer um dos elementos constitutivos essenciais, quais sejam:[7: GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v1: parte geral – 16ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. P. 373]
Manifestação ou Declaração de Vontade;
Esta poderá ser expressa através da palavra escrita ou dita, ainda por gestos ou sinais e na forma tácita a qual resulta de um comportamento do agente.
Partes ou Agente Emissor da Vontade;
Sem a existência do sujeito emissor da vontade não há modo de executar um negócio jurídico, seja o sujeito pessoa natural ou jurídica.
Objeto;
De modo como a ausência do sujeito, a falta de um objeto seja ele de utilidade física ou ideal não há possibilidade de executar o negócio jurídico. 
Forma;
Esta é compreendida como a maneira pela qual a declaração se exterioriza, uma vez que somente a ideia de negócio sem a exteriorização para o mundo não interessa para o direito, é preciso declara-la seja por intermédio de escrita, oral, silêncio, sinais dentre outras formas.
            Para Gagliano e Pamplona Filho em concordância com Mello o Plano da Existência não se avalia a invalidade ou eficácia desse fato jurídico, só se cogita a presença dos fatores existenciais mínimos.[8: GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v1: parte geral – 16ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. P. 374]
Negócios jurídicos Principais
Negócios jurídicos principais são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro para produzir efeitos.[9: GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. P.333.]
Exemplos: Compra e venda, contrato de locação entre locador e locatário. 
Explanando um caso concreto: Quando abrimos uma conta em um banco não precisamos de coisa alguma anterior para fazê-la (Dinheiro talvez, mas isso não vem ao caso, pois tratamos em si no momento de “coisa” em âmbito jurídico). Abrir a conta é independente de qualquer negócio jurídico anterior, é possível dar início a tal sem que haja subordinação alguma antecedente para assim fazer.
Negócios Jurídicos Acessórios
       Negócios jurídicos acessórios  são aqueles nos quais para que existam é preciso haver um negócio jurídico principal anteriormente praticado que o subordina.[10: GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. P.333]
Em consequência, como regra, seguem o destino do principal (acessorium sequitur suum principale), salvo estipulação em contrário na convenção ou na lei. Desse modo, a natureza do acessório é a mesma do principal. Extinta a obrigação principal, extingue-se também a acessória, mas o contrário não é verdadeiro. 
Exemplos: Cláusula penal e fiança, contrato de fiança entre o locador e o fiador não existe por si só, pois depende do contrato principal, de forma que seguem o destino do principal, nulo este, nulo também será o negócio acessório, lembrando que a recíproca não é verdadeira.
Outro exemplo assimilando ao primeiro caso em negócios principais, no exemplo citado falamos sobre a abertura de uma conta em um banco, ou seja, para abrir não há necessidade de nenhum negócio anterior que o subordine.
 	Entretanto quando falamos nos juros, é necessária obviamente a abertura de uma conta para que esses juros possam correr. Por isso que ele é acessório, porque depende da abertura da conta para produzir seus efeitos.
Assim a abertura da conta é um negócio principal, mas a contagem dos juros é um negócio acessório, pois quando alguém fechar esta conta consequentemente irá parar de correr os juros.
Negócios Jurídicos Derivados ou Subcontratos 
Negócios jurídicos derivados ousubcontratos são os que têm por objeto, direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal.
Têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são dependentes de outro. Diferem, porém, pela circunstância de o derivado participar da própria natureza do direito versado no contrato-base. Nessa espécie de avença, um dos contratantes transfere a terceiro, sem se desvincular, a utilidade correspondente à sua posição contratual. O locatário, por exemplo, transfere a terceiro os direitos que lhe assistem, mediante a sublocação. O contrato de locação não se extingue, e os direitos do sublocatário terão a mesma extensão dos direitos do locatário, que continua vinculado ao locador.[11: GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. P.333-334.]
Exemplos: sublocação e subempreitada.
Referências
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil, v. 1 - 34 ed. São Paulo: Saraiva. 2003.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: teoria geral do Direito Civil. 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1.
GONÇALVES, Carlos Roberto Direito civil esquematizado v. 1 – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v1: parte geral – 16ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014.
MELLO, Marcos Bernardes de, Teoria do Fato Jurídico : plano da existência. – 18ªed. – São Paulo; Saraiva, 2012. P. 204.