Buscar

Online 5 O ORIENTE MÉDIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Online 5 O ORIENTE MÉDIO
Introdução
Quando falamos sobre História Moderna, imediatamente nos vem à mente a ascensão dos reis absolutistas europeus e a formação dos Estados Nacionais, cuja melhor tradução é a emblemática imagem de Luis XIV, o rei sol, que governou a França entre os séculos XVII e XVIII e a quem é atribuída a famosa frase “O Estado sou eu”, que transmite a síntese perfeita do absolutismo em seu apogeu.
Esta representação do poder real, cercado de luxo e ostentação, é encontrada em inúmeros livros didáticos, pois demonstra com clareza a conjuntura e o espírito da Europa de seu tempo. Mas, se a ilustração de Luis XIV nos é extremamente familiar, o mesmo não ocorre quando pensamos a Idade Moderna fora do contexto europeu.
Que imagens temos do Oriente?
O que sabemos deste enorme continente, a não ser que nele se encontravam as cobiçadas especiarias europeias?
Mesmo agora, em pleno séc. XXI,muito ainda há de ser estudado sobre o contexto oriental, na Antiguidade e na Idade Moderna.
Introdução
Se hoje os olhos do mundo contemporâneo se voltam para a China com admiração pelo seu progresso econômico, nem sempre os reinos orientais foram encarados com essa mesma perspectiva. Na historiografia ocidental, há um claro predomínio das teorias elaboradas na Europa, mais notadamente na Inglaterra e na França. Esta ultima assumiu, durante décadas, o sentido de civilização a ser seguido e copiado em diversas partes do mundo, sobretudo na América.
Mas o Oriente sempre atraiu os olhares curiosos dos europeus. Um exemplo disto é a jornada do veneziano Marco Polo, no século XII. Polo teria vivido na corte de Kublai Khan, um dos mais poderosos imperadores de seu tempo e, ao regressar para a Europa, descrevera as maravilhas e os mistérios orientais. Essas narrativas faziam parte do imaginário medieval que foi legado à mentalidade moderna.
Marco Polo foi um mercador, embaixador e explorador. Nasceu na República de Veneza no fim da Idade Média. Juntamente com o seu pai, Nicolau Polo, e o seu tio, Matteo, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda.
Marco Polo na corte de Kublai Khan
Marco Polo foi um importante explorador (viajante em busca de descobertas) da Idade Média. Nasceu na cidade italiana de Veneza no ano de 1254.
Biografia e viagens
Demonstrou grande interesse pelas viagens quando era adolescente. Junto com seu pai e tio, fez uma viagem para a China. Foram bem recebidos pelo imperador Kublain Khan e ficaram vivendo na China por 17 anos.
Durante este período, tornou-se representante internacional do imperador chinês. Visitou várias regiões a Ásia, como, por exemplo, Índia, Tibet e Birmânia (atual Mianmar). Com esta importante função, Marco Pólo ganhou riquezas e popularidade.
Em 1292, Marco Polo, com seu pai e tio, iniciou a viagem de retorno para Veneza. No caminho, pararam na ilha de Sumatra e na Índia, onde viveram diversas aventuras.
Em 1298, Marco Pólo foi capturado pelos genoveses (inimigos comerciais dos venezianos). Enquanto estava preso, ditou um livro com suas experiências e aventuras: “As viagens de Marco Pólo”.
Seu livro foi bastante lido na época, pois descrevia as riquezas, belezas e aspectos culturais dos povos asiáticos do período.
Marco Polo faleceu no ano de 1324. Até hoje, é considerado um dos grandes exploradores e aventureiros da história.
Para melhor compreendermos a história do Oriente, é necessário vermos alguns pontos teóricos que nos ajudam a embasar nosso conhecimento. Ao entendermos a história como um processo, abre-se um novo campo para o estudo, a história comparada.
Isso quer dizer que podemos e devemos entender a história oriental e a ocidental interligadas entre si, sem que isso signifique uma esteja submetida à outra. Utilizamos para isso o conceito de histórias conectadas(“A expressão histórias conectadas foi proposta por Sanjay Subrahmanyam, historiador indiano radicado na França, que desmonta o que considera ser a “visão tradicional” da historiografia europeia sobre o mundo asiático. Enfatiza que a história da Eurásia moderna não pode ser vista como mero produto ou resultado do “comando” da história europeia, sem a qual, supostamente, não existiria. Propõe que ela seja entendida em suas conexões com a Europa e com as outras partes do mundo, sem que se estabeleçam polos, um determinante e outro subordinado”), conforme citado pela historiadora Maria Ligia Coelho Prado:
OBS: Qin Shiuang, o primeiro imperador da China.
De modo geral, o que os historiadores contemporâneos questionam é a própria visão de Oriente, construída pelos europeus ao longo de sua história. Ainda que o continente asiático tenha suas próprias especificidades e dinâmicas de funcionamento, ele tem sido analisado a partir das categorias mentais europeias. Um dos maiores estudiosos sobre o tema foi Edward Said, que discute a construçãodo orientalismo a partir do olhar etnocêntrico europeu.
Segundo Said:“O Oriente não é apenas adjacente à Europa; é também o lugar das maiores, mais ricas e mais antigas colônias europeias, a fonte de suas civilizações e línguas, seu rival cultural e uma de suas imagens mais profundas e mais recorrentes do Outro. Além disso, o Oriente ajudou a definir a Europa (ou o Ocidente) com sua imagem, ideia, personalidade, experiência contrastante”.
Fonte: SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 27-8.
Para Said, o Oriente constitui a imagem privilegiada do outro, segundo o qual a Europa reafirma sua própria identidade. Essa perspectiva etnocêntrica – falamos sobre etnocentrismo quando estudamos a chegada dos europeus no continente americano, lembra? – acabou por construir uma visão equivocada na qual o Oriente é descrito como exótico ou misterioso, sem que tenha sido compreendido, de fato.
Partindo destes pressupostos, veremos a expansão e a consolidação dos impérios chinês e japonês, entendo a história oriental e ocidental como conectada. Nas aulas anteriores, abordamos os Estados europeus e americanos e, na disciplina de Moderna I, vimos acerca da fragmentação e formação do Império Chinês. Veremos agora como esse império se expande, bem como seu declínio.
O apogeu do  Império Chinês
O apogeu do Império Chinês ocorreu durante a Dinastia Ming, que governou a China entre os séculos XIV e XVII. Os grandes símbolos chineses, como a Muralha da China e a Cidade Proibida foram construídos durante o governo Ming. Durante o último período desse governo, a China passou por uma crise agrária, provocada, sobretudo, pelas condições climáticas desfavoráveis. Os problemas no campo deram início à fome que aliada à cobrança de impostos por parte do Estado, provocou uma enorme insatisfação na população chinesa. O governo Ming mostrava claros sinais de declínio e era vulnerável, sobretudo, nas fronteiras, onde estava sujeito a diversas invasões.
O início da última Dinastia chinesa – Qing
Em meados do século XVII, os manchus, que habitavam a região da Manchúria, no Nordeste chinês, invadiram a China e tomaram o poder, inaugurando uma nova dinastia, a última que a China conheceria, a Dinastia Qing, governando do século XVII até o século XX, quando o império foi derrubado e a república estabelecida.
Assim como havia sido ocorrido durante a Dinastia Ming, a figura do imperador era sagrada. Seu poder remete ao dos reis absolutos europeus, tendo o poder decisório definitivo nas questões políticas e religiosas. Entretanto, na prática, esse poder acabava por ser limitado pelos funcionários do Estado, que geriam as decisões administrativas. O Estado chinês era extremamente complexo e possuía diversos ministérios. Embora todas as instâncias estivessem submetidas ao imperador, esses funcionários possuíam enorme poder político e grande influência no governo.
A relação da China com o Tibet durante a dinastia Qing
O poder não era, necessariamente, hereditário, nem seguia aos direitos de primogenitura, recorrentes na Europa. O imperador podia escolher seu sucessorentre seus filhos ou entre um parente, sempre do sexo masculino. Os Qing montaram um extenso aparato burocrático e administrativo. Embora esse sistema tenha funcionado por algum tempo, a crescente corrupção pode ser considerada um dos fatores fundamentais para o declínio desse império durante o século XVIII. Sob essa dinastia, a China conheceu uma enorme expansão territorial englobando a Manchúria, a Mongólia e o Tibet. 
O caso do Tibet é particularmente interessante, em especial pelas condições atuais do país. Em 1950, o Tibet foi invadido pela China, durante o governo comunista de Mao Tse Tung. O líder político do país era também o líder religioso, o Dalai Lama, que foi expulso pelas forças chinesas e que permanece, até nossos dias, exilado político. Essa demonstração de força e autoritarismo do Estado comunista, em uma manobra que custou a vida de milhares de tibetanos, provoca protestos no mundo inteiro, clamando pela liberdade do país e pelo retorno do Dalai Lama ao seu lugar de direito. 
A presença chinesa no Tibet não é uma novidade, embora o caráter violento que ela assumiu, no século XX, não tenha tido precedente. Desde sua história mais remota, o Tibet adotou o budismo como religião e tornou-se um Estado no qual o líder politico, o Dalai Lama, acumulava as funções administrativas e espirituais e, de acordo com a filosofia budista, era a reencarnação de Buda. 
Durante a Dinastia Qing, o Dalai Lama tornou-se o conselheiro espiritual do imperador e, embora houvesse representantes do governo chinês na administração tibetana, aos quais o Dalai Lama deveria se reportar.
Segundo a antropóloga Ana Cristina Lopes Nina, em sua obra Ventos da Impermanência, acerca da tomada de poder pelos Qing e suas relações com o Tibet, ela explicita que um dos fatores fundamentais para o sucesso da invasão e a deposição dos Ming se deve ao fato dos manchus terem prometido que respeitariam as diferenças religiosas chinesas e, que no caso do Tibet, essa promessa teria sido cumprida.
O fim da Dinastia Qing e a queda do  Império Chinês – Fatores
Durante o século XVII, o catolicismo europeu passa a exercer uma influência significativa na China e também no Tibet. Isso se deveu as missões jesuíticas, que disseminaram parte do conhecimento europeu da época entre o governo chinês que, em troca, tolerava o culto ao cristianismo. Contudo, cisões dentro da própria igreja católica e conflitos entre as ordens religiosas fizeram com que, no século XVIII, o cristianismo fosse banido do país.
O cristianismo está intimamente ligado ao declínio do Império Qing. Além da corrupção do aparelho de Estado, em 1851 estourou a Rebelião Taiping, de caráter religioso. O conflito começou em Guangxi, uma província chinesa, liderado por um grupo que pregava o cristianismo e tinha como objetivo derrubar as religiões dominantes, o confucionismo e o budismo.
 O Estado reprimiu a rebelião com uma enorme violência, em um conflito que durou até 1864 e deixou milhares de mortos. O prejuízo causado por essa crise foi imenso, não só do ponto de vista financeiro, mas também politico, pois o Império Chinês mostrara uma face autoritária denunciando sua fragilidade politica.  
A Dinastia Qing já havia conhecido a derrota em outro conflito, a Guerra do Ópio, travada contra o Reino Unido. Desde o século XVII, a Companhia Britânica das Índias Ocidentais, que havia sido criada por comerciantes ingleses, tinha a permissão da Coroa Britânica para realizar o comércio colonial. Um dos principais produtos da Companhia era o comércio de chá, do qual a China era uma grande produtora. As relações econômicas entre o império britânico e chinês eram recorrentes, mas, em 1839, a China negou-se a permitir o livre comércio do ópio aos britânicos, provocando uma reação imediata do Estado inglês. 
ÓPIO-Substância extraída de cápsulas maduras de diversas espécies de papoulas soníferas. (O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência física, e a seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente um veneno estupefaciente. A medicina o utiliza, assim como os alcalóides que ele contém [morfina, papaverina], como sonífero analgésico.)
Fig. O que causa embrutecimento moral; o que embota; narcótico.
A Primeira Guerra do Ópio ou Primeira Guerra Anglo-Chinesa foi travada entre a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Dinastia Qing da China entre 1839-1842 com o objectivo de forçar a China a permitir o livre comércio, principalmente do ópio. A Grã-Bretanha pedia a abertura do comércio de ópio, enquanto o governo imperial da China tentou proibir.
Comerciantes ingleses foram expulsos da China e ao chegarem em Londres apresentam uma queixa ao governo britânico, que decidiu atacar a China com a sua poderosa armada para forçar os chineses a comprar ópio cultivado na Índia britânica. Tropas chinesas foram incapazes de lidar com os britânicos e se rendem a eles. Pelo Tratado de Nanquim, o primeiro dosTratados Desiguais, concedeu uma indenização à Grã-Bretanha, a abertura de cinco Portos, e a cessão aos britânicos a ilha de Hong Kong por tempo indeterminado, terminando o monopólio do comércio no âmbito do Sistema de Cantão. As guerras são frequentemente citadas como o fim do isolamento da China e o início da história da China moderna.
A derrota chinesa implicou no pagamento de uma indenização aos ingleses, além da concessão de portos que seriam administrados pelos britânicos. Mas a maior perda foi territorial, com a cessão de Hong Kong para a Inglaterra, conforme estabelecido no Tratado de Nanquim, assinado em 1842.
OBS: Juncos chineses sob bombardeio britânico na Segunda Batalha de Chuenpee, 7 de janeiro de 1841
Hong Kong voltaria a ser parte do território chinês somente em 1997, após diversas negociações diplomáticas.
Assinatura do Tratado de Nanquim.
O que foi
A Guerra do Ópio, também conhecida como Guerra Anglo-Chinesa, foi um conflito armado ocorrido em território chinês, em meados do século XIX, entre a Grã-Bretanha e a China. Ocorreram dois conflitos: A Primeira Guerra do Ópio (entre os anos de 1839 e 1842) e a Segunda Guerra do Ópio (entre 1856 e 1860).
Contexto histórico
A Guerra do Ópio aconteceu dentro do contexto do Imperialismo e Neocolonialismo da segunda metade do século XIX. Nações europeias, principalmente a Inglaterra, conquistaram e impuseram seus interesses econômicos, políticos e culturais aos povos e países da Ásia, África e Oceania.
Causas da Primeira Guerra do Ópio (1839 a 1842)
No início do século XIX, as nações europeias só tinham autorização do governo chinês para fazer comércio através do porto de Cantão. O governo chinês também proibia os europeus de comercializarem seus produtos diretamente com os consumidores chineses. Havia intermediários (funcionários públicos) que estabeleciam cotas de produtos e preços a serem cobrados.
A Grã-Bretanha, em plena Segunda Revolução Industrial, buscava avidamente mercados consumidores para seus produtos industrializados, porém as medidas protecionistas chinesas dificultavam o acesso dos britânicos ao amplo mercado consumidor chinês.
Como não conseguiam ampliar o comércio de mercadorias com os chineses, os ingleses passaram a vender ópio, de forma ilegal, para a população da China como forma de ampliar os lucros. O ópio, cultivado na Índia (colônia britânica) era viciante e fazia muito mal a saúde. Em pouco tempo, os ingleses estavam vendendo toneladas de ópio na China, tornando o vício uma epidemia. O governo chinês chegou a enviar uma carta para a rainha Vitória I da Inglaterra protestando contra este verdadeira tráfico de drogas mantido pelos ingleses.
Mesmo com os protestos do governo chinês, os ingleses continuaram a vender ópio na China. Em 1839, como forma de protesto, o governo chinês ordenou a destruição de um carregamento de ópio inglês. O governo britânico considerou o ataque uma grande afronta aos seus interesses comerciais e ordenou a invasãoarmada à China, dando início a Primeira Guerra do Ópio.
Os britânicos invadiram e dominaram a China. A guerra terminou com a derrota chinesa em 1842.
O tratado de Nanquim
Após a guerra, a Inglaterra impôs o Tratado de Nanquim aos chineses, com as seguintes obrigações:
- A China teve que abrir cinco portos ao livre comércio;
- Os ingleses passaram a ter privilégios no comércio com a China;
- A China teve que pagar indenização de guerra à Inglaterra;
- A China teve que ceder a posse da ilha de Hong Kong aos britânicos (a ilha foi possessão britânica até 1997).
A Segunda Guerra do Ópio (1856 a 1860)
Foi uma continuação da Primeira Guerra do Ópio, porém a Inglaterra contou com a França e a Irlanda como aliadas contra os chineses.
O conflito armado começou logo após funcionários chineses revistarem um navio britânico. Como os chineses já não estavam respeitando algumas cláusulas do Tratado de Nanquim, os britânicos resolveram atacar novamente a China que saiu derrotada mais uma vez. Os ingleses e franceses impuseram o Tratado de Tianjin a derrotada China.
Tratado de Tianjin
- Dez portos chineses deveriam permanecer abertos ao comércio internacional;
- Liberdade para os estrangeiros de viajar e fazer comércio na China;
- Garantia de liberdade religiosa aos cristãos em território chinês;
- A China deveria pagar pesadas indenizações de guerra à Inglaterra e França.
A incapacidade de conter a corrupção, as perdas financeiras e retomar a administração efetiva do império corroía o Estado. O último grande golpe foi a Guerra dos Boxers, de caráter nacionalista, que estourou em 1899. Os boxers protestavam contra o cristianismo e reivindicavam uma diminuição do comércio e da interferência estrangeira no país. Oito nações diferentes se envolveram no conflito: Japão, Império Alemão, Áustria-Hungria, Itália, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
A derrota dos boxers marcou o crescente declínio dos Qing além do aumento da interferência estrangeira no país, que durou até 1912, quando um golpe liderado por Sun Yat-sen extinguiu a monarquia e estabeleceu a República da China.
A Guerra dos Boxers foi um conflito ocorrido na China entre os anos de 1899 e 1900, onde um violento grupo nacionalista lutava contra a presença dos estrangeiros em seu território. Inconformados com a inapetência do poder imperial em conter a intervenção imperialista no país, um grupo de lutadores da China desenvolveu uma sociedade secreta, conhecida como “A Sociedade dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros”, para lutar contra os imperialistas.
Com o apoio velado das autoridades locais, os boxers empreenderam as suas primeiras ações realizando pequenos atos de vandalismo ao cortar linhas telegráficas, destruir ferrovias e perseguir os missionários cristãos. Em suma, apesar de uma organização incipiente, os participantes dessa revolta atacavam tudo aquilo que poderia representar a dominação dos ocidentais em seu país. Paulatinamente, o triunfo das primeiras ações impeliu o planejamento de ataques com maior gravidade.
O crescimento da situação hostil obrigou as nações imperialistas a organizarem um exército que desarticularia as ações violentas organizadas pelos boxers. Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, França, Japão, Itália e Rússia cederam soldados para tomar a cidade de Pequim, o principal foco dos conflitos. A invasão estrangeira – ocorrida no final de maio de 1900 – foi logo respondida com um novo ataque dos boxers à pista de corrida dos estrangeiros e o isolamento do bairro das Embaixadas.
Enquanto os civis estrangeiros e os cristãos tentavam se refugiar da onda de ataques, os vários representantes políticos da autoridade estrangeira resistiam à espera de uma forte reprimenda contra os chineses. Entre os meses de julho e agosto, as tropas estrangeiras lutaram contra os boxers e os membros do exército imperial que apoiavam o levante. Percebendo o recuo dos chineses, as nações imperialistas fizeram uma série de exigências em troca da preservação dos territórios.
No dia 7 de setembro de 1901, a Paz ou Protocolo de Pequim oficializou os acordos que puseram fim à Guerra dos Boxers. Derrotado, o governo chinês se viu obrigado a pagar uma pesada indenização em ouro e liberar novos portos às embarcações estrangeiras. Além disso, os imperialistas impuseram a sua autoridade na capital do país e proibiram os chineses de importarem armamentos. Nas décadas seguintes, apesar do fracasso, outros levantes determinaram o fim da dominação estrangeira na China.
China e Japão
A história da China está intrinsecamente ligada à história do Japão. A China exerceu não só uma influência cultural sobre o Japão, mas também os dois impérios tiveram, ao longo de suas trajetórias, diversas disputas territoriais. Entretanto, por se tratar de uma ilha, o Japão manteve sua cultura milenar bastante preservada das interferências estrangeiras.
Japão -  Xogun ou shogun
A formação das classes sociais, no Japão, remete ao século III, no chamado Período Yayoi. A cultura do arroz e a posse de terras promoveram a ascensão de uma aristocracia de caráter militar que daria origem a um dos maiores símbolos da história japonesa, os samurais.
Durante o período medieval, no século XII, o imperador, preocupado com os conflitos que se espalhavam pelo reino, concedeu a Minamoto no Yoritomo o título de xogum. Chefe militar que a principio estaria subordinado ao imperador. Entretanto , diferente do que ocorreu na China, os poderes do imperador no Japão, nunca foram absolutos.Quando foi estabelecido o primeiro xogum, foi estabelecido o primeiro regime xogunato, que perduraria por séculos. Na prática, eram os xoguns que detinham o poder político, pois controlavam o exército e a classe de guerreiros samurais, que serviam a aristocracia.
Minamoto no Yoritomo foi o fundador do primeiro XOGUM OU SHOGUM do shogunato Kamakura do Japão.
Japão -  O império diante  do Shogunato
É importante lembrar que o imperador jamais deixou de existir. O Japão possuía um imperador, uma corte e diversos senhores de terras. Por direito, o imperador teria supremacia sobre os xoguns, mas na prática, não era o que acontecia. Cronistas estrangeiros, quando visitavam o Japão, constatavam o poder figurativo que detinha o governante e prestavam suas homenagens ao xogum, a quem consideravam o líder de fato.
Politicamente, os Tokugawa procuraram manter os senhores de terras sob o mais rígido controle. Enquanto concederam terras e bens para o imperador, de quem seriam, a princípio, vassalos, estabeleceram diversas leis para os daimyos, já que essa classe era a principal ameaça ao seu poder. Por seu caráter militar, o Japão promoveu diversas tentativas expansionistas, investindo contra a Coreia e contra territórios chineses. Durante o último xogunato, o cristianismo foi banido e a religião foi mantida sob severa vigilância.
Tokugawa Yoshinobu, o último xogun.
Japão -  O Sistema do Shogunato
O sistema de xogunato era tradicional e fechado e manteve o Japão preso a um sistema feudal que já havia sido extinto na maior parte dos países.
Sua base econômica era agrária e seu principal produto o cultivo de arroz. No século XIX, o mundo é sacudido por uma revolução que começara um século antes, na Inglaterra, a Revolução Industrial.
Embora seu governo tenha durado 200 anos, o xogunato Tokugawa jamais repudiou a autoridade do imperador e, em 1868, o último xogum restaura os poderes imperiais, dando origem à chamada restauração Meiji, marcando o início do Japão moderno.
A partir do século XIX o modelo de sistema produtivo inglês se espalha por outros países como Estados Unidos e França e a busca por novos mercados tanto consumidores quanto fornecedores de matéria-prima tem início. 
Nesse contexto, o Oriente não poderia se manter alheio e embora o xogunato tenha tentado manter seu isolamento, as pressões internacionais e as constantes ameaças de invasão forçaram o Japão a abrir-se para o mercado exterior.  
Japão – Período Meiji
O Período Meiji teve apenas umimperador, Mutsuhito, que assumiu o governo aos 16 anos e reinou até sua morte, em 1912. Por ser o único imperador dessa era, é comumente conhecido apenas como Imperador Meiji. Seu governo durou pouco mais de 4 décadas, mas as transformações realizadas inseririam o Japão no sistema capitalista e permitiram que o país se tornasse a potência industrial mais importante da Ásia do início do século XX.
O novo imperador reformou profundamente todas as áreas fundamentais do Estado, realizando um projeto de reforma agraria e acabando com os privilégios pessoais dos antigos senhores feudais. Também extinguiu a classe samurai e, a exemplo do Ocidente, adotou um modelo de exército nacional. A principal característica da Era Meiji, ao reformular a economia e intensificar as relações econômicas internacionais foi o chamado processo de ocidentalização
Japão – A repercussão de sua ocidentalização.
A ocidentalização japonesa sofreu críticas ferrenhas e também um apoio fervoroso, por diferentes críticos do regime. Por um lado, a rapidez com que as mudanças foram implementadas fez com que uma parte importante da tradição japonesa fosse legada ao esquecimento, tendo sido recuperada somente séculos depois. 
Um exemplo disso ocorre com relação aos samurais. Durante séculos, estes guerreiros seguiram um rígido código de conduta além de serem estimulados a se aperfeiçoar intelectual e fisicamente. Se um samurai manchasse sua honra, a de seus ancestrais ou de um senhor feudal, ele deveria cometer o seppuku, o suicídio ritual com a própria espada.
Esse código, conhecido como Bushido, levou a sofisticação da classe samurai, que dominava não só técnicas de batalha e manejo de armas diversas como espada e arco & flecha, mas também fez surgir uma classe letrada e intelectualmente significativa. 
Além disso, no Período Edo, o título de samurai passou a ser hereditário e por 200 anos se tornou um modo de vida de diversas famílias tradicionais. Quando os samurais foram extintos, parte desta tradição também o foi, embora o bushido ainda seja praticado enquanto filosofia no Japão.
Por outro lado, os atrasos provocados pela manutenção do sistema feudal se fizeram sentir rapidamente. As reformas no sistema educacional, político e econômico eram de caráter urgente e negligenciá-las poderia ter feito com que o Japão jamais conseguisse se recuperar novamente. O momento era propício às reformas, que foram feitas em velocidade recorde.
Embora a monarquia existisse ha séculos, somente em 1889 foi promulgada uma constituição, estabelecendo o regime de monarquia constitucional a ser adotado pelo país. Criou-se uma nova moeda, o iene, e estimulou-se a produção industrial, com a criação de estradas e ferrovias que fornecessem infraestrutura para o escoamento de mercadorias.
As famílias tradicionais e que tinham posses e investimentos industriais formaram os zaibatsus, conglomerados industriais, como a Mitsubishi, criada em 1870 e que permanece até nossos dias. Esses conglomerados incorporaram as pequenas indústrias japonesas, criando extensos impérios econômicos e proporcionando a rápida industrialização. As reformas do Período Meiji são consideradas como a Revolução Industrial japonesa.
Vários estudantes, intelectuais e políticos foram enviados ao Ocidente, em especial Estados Unidos e Inglaterra, para conhecer a aprender sobre o sistema capitalista que o imperador pretendia ver consolidado. A intensa troca de conhecimento permitiu a introdução de inúmeras inovações tecnológicas que beneficiaram sobretudo a indústria.
Mas a modernização teve um preço. Além dos investimentos necessários nas áreas estratégicas, o Estado havia financiado indústrias modelo, para estimular o processo de industrialização. A construção civil e o sistema de transportes precisam de minério e energia para serem executados e postos em funcionamento.
As reservas nacionais não bastavam e o Japão foi obrigado a invadir outros países, como a Coreia e a Manchúria, não só para garantir sua soberania, mas também para obter recursos, gerando uma série de conflitos internacionais que envolveriam a Rússia, a França e a Alemanha. Quando o Imperador Meiji morreu, em 1912, legou ao seu filho um país moderno, mas, com muitos problemas financeiros, que, a princípio, só podiam ser resolvidos a partir da expansão territorial culminando com a entrada do Japão na Primeira Guerra Mundial, em 1914.
A China entra no século XX em decadência política.
O Japão ostenta uma enorme reforma econômica lançando as bases de seu 
modelo industrial e emergindo como potência asiática.
Por essa razão alguns analistas questionam a própria existência e o sentido do termo Oriente. Como Edward Said, para quem o Oriente é uma invenção Ocidental, estabelecida por uma Europa incapaz de perceber a rica trajetória destes países. 
Revolução Meiji
Historicamente, o Japão esteve isolado do Ocidente até a chegada das primeiras embarcações mercantilistas portuguesas, em 1542. Esse primeiro contato não teve efeitos positivos, principalmente por causa dos interesses lusitanos em propagar o cristianismo entre os japoneses pela ação dos jesuítas. Na primeira metade do século XVII, o governo nipônico realizou a execução de milhares de cristãos japoneses e determinou o fechamento dos portos.
Entre os séculos XVII e XIX, o Japão era controlado pelo xogum, uma espécie de primeiro-ministro de poder hereditário que tinha amplos poderes. Além disso, observamos a presença de uma ampla aristocracia (damaios) que exercia o poder local através dos samurais, uma classe de guerreiros profissionais. Ao longo do tempo, o domínio da família Tokugawa sob o xogunato acabou desenvolvendo uma frequente disputa de poder com os grandes proprietários.
A partir de 1850, as nações ocidentais passaram a desenvolver estratégias políticas que pressionavam a abertura política e econômica japonesa. Em 1854, sob o comando do almirante Perry, uma esquadra norte-americana impôs a abertura dos portos nipônicos ao mercado mundial. Por meio de sérias ameaças militares, os japoneses foram obrigados a assinar tratados comerciais com diferentes países.
Buscando reagir ao processo de dominação, os japoneses permitiram que seus jovens fossem enviados à Europa e os Estados Unidos para estudarem em universidades voltadas para os campos de ciência e tecnologia. Com o passar do tempo, a população japonesa começou a dominar o conhecimento necessário para a criação de suas primeiras indústrias. Em pouco tempo, esse projeto de modernização também foi seguido pelo campo político, com a chamada Revolução Meiji.
Manifestações de cunho nacionalista passaram a se opor ao domínio absoluto do xogunato. Dessa forma, com o apoio do Exército e da Marinha, Mitsuhito, o imperador Meiji, empreendeu uma série de reformas que deram uma nova feição política ao Japão. O antigo poder político dos donos de terra foi substituído por um sistema de prefeituras locais subordinadas ao poder central. Além disso, houve a instalação de um Poder Legislativo formado por um parlamento bicameral.
A partir desse novo momento, as atividades econômicas se voltaram para o desenvolvimento agrícola e a formação de uma consistente indústria de base. Paralelamente, um novo sistema de cobrança tributário permitiu que o governo arrecadasse impostos que ampliaram a realização de investimentos na economia e o incremento de suas forças armadas.
Em pouco tempo, o Japão se transformou em um belo exemplo de modernização nos campos político e industrial para todo o Oriente. Já nos fins do século XIX, os japoneses passaram a integrar o movimento imperialista realizando a dominação de territórios na China, na Coreia e na Ilha de Formosa (atual Taiwan). No início do século XX, a vitória militar contra os russos consolidou o Japão enquanto potência imperialista e principal rival econômica dos Estados Unidos na região do Pacífico.
Invasão chinesa do Tibete (1950-1951)
O regime comunista chinês liderado por Mao Tse Tung invade o Tibete em 1950, sob o pretexto de"libertar o país do imperialismo inglês", quarenta mil soldados chineses entraram em Outubro do mesmo ano em Lhassa, capital histórica tibetana, e em 1951 o país ficou sob controle total da China.
O Exército de Salvação Popular derrotou o exército tibetano em 7 de outubro de 1950, em Chamdo e em Kham (Tibete Oriental). Este ataque marcou o início da campanha de Pequim para integrar o Tibete na República Popular da China. O Governo da República Popular da China chama essa operação de "libertação pacífica do Tibete" 1 e em um acordo de 17 pontos sobre a Libertação Pacífica do Tibete, foi assinado pelos representantes do XIV Dalai Lama, Tenzin Gyatso e o Governo da República Popular da China que declarou a soberania da China sobre o Tibete. No entanto, é chamado de invasão do Tibete pelo governo tibetano no exílio, 2 , o Congresso americano, os analistas militares, as fontes da mídia, várias ONGs, como a Comissão Internacional de Juristas, presumem que o Tibete não teve outra escolha a não ser assinar o acordo em 17 pontos, que foi denunciado pelo Dalai Lama no exílio em 1959.
A ocupação chinesa se dá por interesses estratégicos e territoriais. A China alega soberania histórica sobre o Tibete e sua estratégia é levar ao país seu modelo de desenvolvimento. Durante o governo de Mao Tsé-tung, os chineses tentaram sufocar a religiosidade local, destruindo santuários e assassinando milhares de monges. O resultado da mão-de-ferro chinesa são os mais de 100.000 tibetanos refugiados pelo mundo, a destruição sistemática de mosteiros, pela opressão religiosa, pelo fim da liberdade política e pelo aprisionamento e assassinato de civis em massa. Estima-se que 1 milhão de tibetanos já tenham morrido nas mãos do Exército chinês.
Com a invasão do Tibete pela China, em 1950, o dalai lama tornou-se chefe de Estado, passando a liderar as negociações pela soberania do Tibet. Aos 24 fez seus exames preliminares nas três universidades monásticas: Drepung, Sera e Gandre. No ano seguinte concluiu o doutorado em filosofia budista.
Ao contrário de seus predecessores, o dalai lama estabeleceu contato com dirigentes e líderes religiosos de todos o mundo. Após uma fracassada rebelião nacionalista, em 17 de março 1959, o dalai lama fugiu para o exílio, na Índia. Foi seguido por 80 mil tibetanos.
A partir de 1960, o dalai lama passou a residir na cidade de Dharamsala, na Índia, que se tornou a sede do governo tibetano no exílio. A cidade ficou conhecida como "pequena Lhasa".
Durante os vinte anos seguintes, o dalai lama encetou esforços para encontrar uma solução pacífica para a independência do Tibete, embora o governo tibetano no exílio e o governo da China não mantivesem relações diplomáticas. A partir de 1980, uma série de esforços diplomáticos foram realizados no sentido de favorecer a reaproximação entre os dois governos.
Em 1987 o dalai lama elaborou um plano de paz de cinco pontos para a libertação do Tibete, que foi rejeitado pelo governo chinês. O dalai lama tornou-se uma personalidade mundial, representando o esforço de paz entre os homens. Em 1989 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Outros materiais