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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 1 – TOLERÂNCIAS E AJUSTES 1.1 - INTRODUÇÃO padronização de dimensões possibilita uma redução significativa da quantidade de produtos a serem utilizados e, portanto, simplifica a necessidade de manterem-se estoques para reposição nas fábricas, diminuindo os custos de produção, melhorando a qualidade, aumentando a segurança, possibilitando melhor controle na comercialização do produto e evitando a realização de trabalhos dobrados. A Segundo Corrêa e Gianesi (1994), os estoques têm sido utilizados para evitar descontinuidades do processo produtivo, diante de problemas de produção que podem ser classificados principalmente em: problemas de qualidade, problemas de quebra de máquinas e problemas de preparação de máquinas. Assim, o estoque funciona como um investimento necessário quando problemas como os citados estão presentes no processo produtivo. A figura 1.1 mostra esquematicamente o problema dos estoques. O estoque e, o investimento que este representa, pode ser simbolizado pela água de um lago que encobre as pedras que, por sua vez, representam os diversos problemas do processo produtivo. Figura 1.1 – Nível elevado. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. Desse modo, o fluxo de produção, representado pelo barco, consegue seguir à custa de altos investimentos em estoque. Reduzir os estoques assemelha-se a baixar o nível da água, tornando visíveis os problemas que devem ser eliminados com o objetivo de ter um fluxo mais ajustado da produção. Reduzindo-se os estoques gradativamente, tornam-se visíveis os problemas mais críticos da produção, ou seja, permite um ataque direcionado. À medida que estes problemas vão sendo eliminados, reduzem-se mais e mais os estoques, localizando e atacando novos problemas emergentes, conforme ilustra a figura 1.2. Figura 1.2 – Nível baixo. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. Pode-se dizer que os estoques são mantidos por duas causas principais: • Eventual dificuldade de coordenação entre a demanda de um item e seu processo de obtenção (devido a um grande número de produtos ou componentes diferentes); • A presença de incertezas (quantidades e datas para entrega de matéria prima ou produto acabado). Da mesma forma que o barco flutuando em nível elevado de água, em um processo produtivo de fabricação em que há duas operações seqüenciais, como por exemplo: A = 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann torneamento de eixo e; B = retifica de eixo, onde há grande quantidade de estoque para cada operação, um problema gerado na operação anterior “A” (causado por desatenção do operador ou perda de ajuste no equipamento, por exemplo) demora a ser identificado pela operação seguinte “B”, fazendo com que seja produzida grande quantidade de peças defeituosas. Com a redução dos estoques entre fases o problema gerado na operação “A” é rapidamente identificado pelo operador da operação posterior “B”, e conseqüentemente os ajustes necessários são imediatamente acionados. (LOSEKANN, C. R E FERROLI, P. C., 2006) 1.2 - NÚMEROS NORMALIZADOS Considerando a padronização na produção de peças ou produtos, os números normalizados têm por finalidade o escalonamento racional de peças e máquinas semelhantes. É muito utilizado para fabricação de peças do tipo: parafuso, eixo, pino e bucha, entretanto, o escalonamento de produto nem sempre segue as regras dos números normalizados nas quais são determinadas pelas necessidades dos consumidores, como por exemplo, volume de embalagens de refrigerantes (300 ml, 500 ml, 600 ml, 1000 ml, 2000 ml). Uma outra aplicação de grande importância para números normalizados, obedecendo a proporcionalidade de grandezas físicas (velocidade, força,...) com relação as propriedades mecânicas do material (tensão de escoamento, peso específico,...), é a de construção de modelos de máquinas, reduzidos ou aumentados, na qual é possível simular forças, pressões, acelerações, e etc. que podem propiciar progressos e conhecimentos técnicos através de cálculos e experimentação. Exemplo, simulação de um modelo de aeronave em túnel de vento. O escalonamento de peças ou elementos de máquinas pode ser feito obedecendo as seguintes séries (STEMMER, 1974): 1) Série aritmética – Como o próprio nome diz, é baseada nas progressões aritméticas. A equação de progressão aritmética é: a a nn = + r− ⋅1 1( ) ou a an n r= +−1 (1.1) Onde: “an“ é o último termo; “an-1“ é o penúltimo termo; “a1“ é o primeiro termo; “r“ é a razão da progressão; “n“ é o número de termos. Para melhor compreender estes parâmetros, supõe-se que 5 peças são fabricadas padronizando 5 tamanhos diferentes conforme as dimensões em milímetros abaixo: 10 – 20 – 30 – 40 – 50 Utilizando a equação de progressão aritmética obtém-se razão igual a 10, ou seja, o salto de um termo ao outro é de razão 10, entretanto, percentualmente, do 1º ao 2º termo o salto foi de 100%, mas do 4º ao 5º termo o salto foi de 25%. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Do 1º ao 2º termo: Salto a a a n n n = − ⋅ = − ⋅ = ⋅ =− − 1 1 100 20 10 10 100 10 10 100 100% Do 4º ao 5º termo: Salto a a a n n n = − ⋅ = − ⋅ = ⋅ =− − 1 1 100 50 40 40 100 10 40 100 25% Considerando unidades lineares ou de 1ª potência, pode-se utilizar a série aritmética, mas não é muito aconselhável devido à variação percentual. Além disto, a série aritmética não serve para escalonar superfícies (unidade quadrática ou de 2ª potência); volumes (unidade cúbica ou de 3ª potência). Roupas e calçados são produtos escalonados segundo série aritmética. 2) Série geométrica – É baseado em progressões geométricas, logo o escalonamento é variável, mas o salto percentual permanece constante ao longo do escalonamento e têm uma melhor distribuição dos termos limites. A equação de progressão geométrica é: a a qn n= ⋅ −1 1 ou a an n q= ⋅−1 (1.2) Onde: “an“ é o último termo; “an-1“ é o penúltimo termo; “a1“ é o primeiro termo; “q“ é a razão da progressão; “n“ é o número de termos. Para melhor compreender estes parâmetros, supõem-se as 5 peças a ser escalonadas com dimensão mínima de 10 mm e dimensão máxima, conforme o exemplo da série aritmética acima descrita: 10 mm ≤ dimensão ≤ 50 mm Utilizando a fórmula de progressão geométrica obtém-se razão igual a 1,49, conforme mostra os cálculos abaixo. a) Dados: an = 50 mm; a1 = 10 mm q = ? n = 5. b) Fórmulas: a a qn n= ⋅ −1 1 c) Solução a a qn n= ⋅ −1 1 ⇔ ⇔ 50 10 5 1= ⋅ −q q4 5010= ⇔ q = 5 4 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann q = 1 49, Assim, o escalonamento será: 10,00 – 14,90 – 22,20 – 33,08 – 49,29 Conforme se pode observar, o último termo não é exatamente igual a 50 mm, mas de acordo com a condição de que a dimensão deve ser menor ou igual a 50 mm, o último termo se aproxima deste com um erro que se deve ao arredondamento do valor da razão (q = 1,495348781...). Entretanto, o salto de um termo ao outro é de razão 1,49 com salto percentual de 49%. Do 1º ao 2º termo: Salto a a a n n n = − ⋅ = − ⋅ = ⋅ =− − 1 1 100 14 9 10 10 100 4 9 10 100 49% , , Do 4º ao 5º termo: Salto a a a n n n = − ⋅ = − ⋅ = ⋅ =− − 1 1 100 49 29 33 08 33 08 100 16 21 33 08 100 49% , , , , , O exemplo anterior mostrou um escalonamentocom dimensões entre 10 mm e 50 mm seguindo uma série geométrica de razão q = 54 . Charles Renard (STEMMER, 1974) propôs escalonamentos utilizando séries geométricas com razão q k= 10 , onde “k“ pode ter os seguintes valores: 5, 10, 20, 40, 80 denominando-se série principal. Dividindo-se k por números inteiros, geralmente ímpares, obtêm-se séries derivadas como: 20/3, 20/9; 40/3, 40/5, 40/7, 40/9. Estas séries são representadas pela letra maiúscula R (de Renard) seguida do número da série, como segue (KIRCHOFF, 1980): Série principal ⇔ q = = ≈10 158489 1 6 1 5 , , ⇔ salto = 60% R5 ⇔ q = 105 ⇔ q = = ≈10 1 25892 1 25 1 10 , , ⇔ salto = 25% R10 ⇔ q = 1010 ⇔ q = = ≈10 112201 112 1 20 , , ⇔ salto = 12% R20 ⇔ q = 1020 ⇔ q = = ≈10 1 05925 1 06 1 40 , , ⇔ salto = 6% R40 ⇔ q = 1040 ⇔ q = = ≈10 1 02920 1 03 1 80 , , ⇔ salto = 3% q = 1080R80 ⇔ Série derivada R20/3 ⇔ q = 10 20 3 ⇔ q = = ≈10 1 41253 1 41 3 20 , , R20/5 ⇔ q = 10 20 5 ⇔ q = = ≈10 1 77827 1 77 5 20 , , q = 10 40 3 ⇔ q = = ≈10 118850 118 3 40 , , R40/3 ⇔ 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann R40/5 ⇔ q = 10 40 5 ⇔ q = = ≈10 1 33352 1 33 5 40 , , R40/7 ⇔ q = 10 40 7 ⇔ q = = ≈10 1 49623 1 49 7 40 , , R80/3 ⇔ q = 10 80 3 ⇔ q = = ≈10 1 09018 1 09 3 80 , , R80/5 ⇔ q = 10 80 5 ⇔ q = = ≈10 115478 115 5 80 , , R80/7 ⇔ q = 10 80 7 ⇔ q = = ≈10 1 22320 1 22 7 80 , , Determinar a melhor série de Renard em um escalonamento significa determinar a razão de uma série geométrica e utilizar uma série de Renard (principal ou derivada) com razão muito próxima (levemente inferior) da geométrica. Considerando o exemplo do escalonamento de 5 peças cujas dimensões deveriam compreender 10 mm e 50 mm, pode-se dizer que a série de Renard utilizada foi R40/7. Em geral, parte-se para um escalonamento utilizando série de Renard R5 ou R10 (as mais utilizadas). Exemplo 1: projetar, escalonando de acordo com a melhor série de Renard, 5 buchas conforme a figura abaixo. Para cada dimensão indicar a série de Renard utilizada: 20 mm ≤ a ≤ 87,1 mm 45 mm ≤ b ≤ 180 mm 10 mm ≤ c ≤ 40 mm Figura 1.3 – Vista em corte de uma bucha. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. A solução deste problema consiste em determinar a razão da série geométrica, considerando os últimos e primeiros termos para cada dimensão e, posteriormente utilizar uma série Renard que mais se aproxima da série geométrica, sendo que a razão deve ser ligeiramente menor. Em “a” (20 mm ≤ a ≤ 87,1mm) Utilizando a fórmula de progressão geométrica obtém-se: a) Dados: an = 87,1 mm; a1 = 20,0 mm q = ? n = 5. b) Fórmulas: a a qn n= ⋅ −1 1 5 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann c) Solução a a qn n= ⋅ −1 1 ⇔ ⇔ 87 1 20 5 1, = ⋅ −q q4 87 120= , ⇔ q = 4 3554 , q = 1 444, Verificando as razões das séries principais e derivadas de Renard têm-se: R20/3 ⇔ q = 10 20 3 ⇔ q = = ≈10 1 41253 1 41 3 20 , , Assim, o escalonamento será: 20,00 – 28,20 – 39,76 – 56,06 – 79,04 Uma outra possibilidade de escalonamento que satisfaz a condição da dimensão é: 21,00 – 29,61 – 41,75 – 58,87 – 83,00 É importante no escalonamento de peças, que envolve a fabricação, verificarem a importância dos décimos ou centésimos de milímetros ou outra unidade de grandeza, ou seja, deve-se considerar se estas frações são quesitos de projeto. Se não for, procura-se escalonamento em números inteiros. Em “b” (45 mm ≤ b ≤ 180 mm) Utilizando a fórmula de progressão geométrica obtém-se: a) Dados: an = 180 mm; a1 = 45 mm q = ? n = 5. b) Fórmulas: a a qn n= ⋅ −1 1 c) Solução a a qn n= ⋅ −1 1 ⇔ ⇔ 180 45 5 1= ⋅ −q q4 18045= ⇔ q = 4 4 q = 1 41, Verificando as razões das séries principais e derivadas de Renard têm-se: R20/3 ⇔ q = 10 20 3 ⇔ q = = ≈10 1 41253 1 41 3 20 , , Assim, o escalonamento será: 45,00 – 63,45 – 89,46 – 126,14 – 177,86 6 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Em “c” (10 mm ≤ c ≤ 40 mm) Utilizando a fórmula de progressão geométrica obtém-se: a) Dados: an = 40 mm; a1 = 10 mm q = ? n = 5. b) Fórmulas: a a qn n= ⋅ −1 1 c) Solução a a qn n= ⋅ −1 1 ⇔ ⇔ 40 10 5 1= ⋅ −q q4 4010= ⇔ q = 4 4 q = 1 41, Verificando as razões das séries principais e derivadas de Renard, novamente, têm-se: R20/3 ⇔ q = 10 20 3 ⇔ q = = ≈10 1 41253 1 41 3 20 , , Assim, o escalonamento será: 10,00 – 14,10 – 19,88 – 28,03 – 39,52 Os valores calculados do escalonamento do problema em questão são tabelados no quadro abaixo: Quadro 1.1 – Medidas do escalonamento da bucha conforme figura 1.3. PEÇAS 1 2 3 4 5 a 20,00 28,20 39,76 56,06 79,04 b 45,00 63,45 89,46 126,14 177,86 D IM EN SÃ O (m m ) c 10,00 14,10 19,88 28,03 39,52 Em “a” utilizou-se R20/3; Em “b” utilizou-se R20/3; Em “c” utilizou-se R20/3; Exemplo 2. Deseja-se construir 3 modelos de uma máquina real, com tamanhos reduzidos. A máquina real é composta por vários elementos, e neste problema será feito o escalonamento de apenas um dos elementos denominado “pino”. 7 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann A figura 1.4 mostra o desenho do pino da máquina real e a demonstração da atuação da força a qual o pino está projetado para suportar. O material do pino é de aço-carbono ABNT 1030 que tem tensão de escoamento de 30 kgf/mm2 (σe = 30 kgf/mm2). Sabe-se que o pino com este tipo de aço, independente do diâmetro, não poderá sofrer tensões superiores ao do limite elástico. Além disto, no projeto do pino, considerou-se que a força máxima que pode ser aplicada é de 2/3 da força de limite elástico. Projete 3 pinos-modelos seguindo a série de Renard R5 em relação às dimensões lineares e escalone as forças máximas que cada um poderá sofrer na direção axial. Figura 1.4 – Pino da máquina real. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. A tensão de escoamento (limite elástico) do material do pino da máquina real é de 30 kgf/mm2 e esta tensão é uma propriedade mecânica inerente do material, ou seja, é independente das dimensões do pino. A figura 1.5 mostra o gráfico “tensão x deformação” de um ensaio de tração típico de um aço-carbono (ABNT - NBR- 6152, 1960; Souza, 1982). Figura 1.5 – Gráfico “tensão x deformação” de um aço-carbono genérico. Fonte: SOUZA, 1982. Esta figura ilustra o comportamento de um aço submetido a um carregamento estático, onde “σe” é a tensão de escoamento que registra o fim do regime elástico daquele aço e onde “σr” é a tensão de ruptura (também denominada de tensão máxima, porque a partir deste ponto inicia internamente à ruptura do material). As condições de contorno deste problema estabelecem que os pinos-modelos devem ser de tamanho menor que o pino da máquina real e que as dimensões lineares como diâmetro e comprimento devem seguir R5. Não há nenhuma informação de que tamanho deve ter o menor modelo e por isto pode-se iniciar os cálculos considerando que o diâmetro do menor pino (modelo 1) é de 1 mm. A tensão de escoamento de um material é dada pela equação abaixo: A Fe e =σ (1.5) Onde: “σe “ é a tensão de escoamento; “Fe “ é a força de escoamento; “A“ é a área da secção transversal. Logo, a força de limite elástico se obtém através da determinação da áreada secção transversal, dada pela equação 6, multiplicado pela tensão, equação 1.7. 8 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 4 2πφ=A (1.6) Onde: “π“ é a relação entre perímetro e diâmetro de cilindros e tem valor de 3,14...; “φ“ é o diâmetro do pino; “A“ é a área da secção transversal. AF ee σ= (1.7) Assim; determinando primeiro a área da secção transversal do pino da máquina real tem-se; 4 2πφ=A ⇒ mm5,78=A 2 AF ee σ= ⇒ kgf 2355=eF A força máxima que pode ser aplicada sobre o pino é de 2/3 da força de escoamento (2355 kgf). Logo, kgf. O quadro abaixo mostra o resumo das condições de contorno do pino da máquina real e os mesmos cálculos procedem à determinação da força máxima para os demais pinos. O quadro 4.3 contém os valores calculados para os pinos 1, 2 e 3. 1570max =F Quadro 1.2 – Condições de contorno do pino da máquina real. Pino Máquina real φ (mm) 10 A (mm2) 78,5 L (mm) 50 Força (kgf) 1570 Quadro 1.3 – Dimensionamento dos pinos-modelos. Pino 1 2 3 Série Renard Razão φ (mm) 1,00 1,60 2,56 R5 1,6 A (mm2) 0,78 2,00 5,14 2,56 L (mm) 5,00 8,00 12,80 R5 1,6 Força (kgf) 15,60 39,94 102,24 2,56 Observa-se que a razão incremental para a área e para a força é de (1,6)2, ou seja, qforça = (qcomprimento)2. Exercícios de fixação 1.1) Projetar, escalonando de acordo com a melhor série de Renard, 5 buchas conforme a figura abaixo e preencher o quadro abaixo com os valores calculados para cada dimensão, indicando a série de Renard utilizada: 9 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 40 mm ≤ a ≤ 100 mm 60 mm ≤ b ≤ 120 mm 20 mm ≤ c ≤ 70 mm Peças 1 2 3 4 5 Série Renard a 40,00 50,00 62,50 78,12 97,65 R10 b 60,00 70,80 83,54 98,58 116,32 R40/3 D im en sã o (m m ) c 20,00 26,60 35,38 47,05 62,58 R40/5 1.2) Achar a melhor série de Renard para escalonar 6 peças dentre as dimensões especificadas e preencher o quadro abaixo com os valores calculados para cada dimensão, indicando a série de Renard utilizada: 20 mm < a < 30,0 mm 45,0 mm < b < 81,5 mm Peças 1 2 3 4 5 6 Série Renard a D im en sã o (m m ) b 1.3) Determinar a série de Renard utilizada no escalonamento do eixo, mostrado na figura abaixo, em relação às dimensões lineares no sentido longitudinal (comprimento) e transversal (diâmetro). 10 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 1.3 - TOLERÂNCIAS E AJUSTES A produção seriada de produtos industriais no século XX estimulou a redução de preços em relação à produção artesanal, fator que determina a competitividade entre empresas. Entretanto, é praticamente impossível fabricar peças cujas dimensões tenham uma precisão matemática. Imprecisões da própria máquina-ferramenta usada, erros de centragem e fixação da peça na máquina, desgaste da ferramenta de corte, variações de temperatura, falta de rigidez do conjunto peça-máquina-ferramenta, entre outros fatores, obrigam a admitir certas discrepâncias entre dimensões nominais desejadas e as dimensões efetivas observadas na peça pronta. Para se obter, sem que haja a necessidade de se efetuar trabalhos de ajustagem, posicionamentos corretos nos encaixes de uma máquina, por exemplo, é necessário que as dimensões sejam mantidas dentro de uma determinada tolerância. Os encaixes podem ser com folga ou apertado (interferência), dependendo do tipo de produto e do tipo de serviço que será executado. A tolerância é determinada através de erros admissíveis nas medidas nominais de uma peça (NIEMANN, 1982; STEMMER, 1974). Devido a esta exigência e a de obter produtos de modo mais econômico, o erro admissível deve estar entre limites pré-fixados. O valor admissível do erro na forma ou na dimensão da peça é função das seguintes variáveis (KIRCHOFF, 1980; NIEMANN, 1982): a) Intercambiabilidade – É a possibilidade de se efetuar a montagem de um conjunto sem necessidade de ajuste algum, ou seja, tomando uma peça qualquer ao acaso, tem-se a certeza que a mesma desempenhará satisfatoriamente a função; b) Função – Sendo a peça um elemento de um conjunto, a função que a mesma desempenha pode ser crítica ou não e, portanto, sua fabricação requer maior ou menor precisão; c) Produção – Sendo a fabricação em série e de grande produção, as tolerâncias admissíveis são controladas, visando o barateamento das peças; d) Máquina-ferramenta – O erro admissível dependerá da qualidade e da tecnologia empregada para a fabricação da máquina-ferramenta; e) Operador – Qualificação e treinamento do operador podem resultar em peças bem acabadas. f) Instrumentos de medição – O instrumento de medição, e sua precisão, usado para a fabricação da peça. Para melhor compreensão deste assunto, supõe-se que as seguintes peças, semelhantes à bucha (furo) e pino (eixo), conforme mostra a figura abaixo, deverão se encaixar. Figura 1.6 – Esquema de bucha (furo) e pino (eixo). Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. Eixo Furo 11 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann As peças, em geral, não têm os contornos suaves como na figura 1.6, mas sim complexas. O encaixe entre ambas as peças pode ser: a) com folga, se o diâmetro interno do furo que se conectará ao pino for maior que o diâmetro do eixo; b) com interferência, se o diâmetro interno do furo for menor que o diâmetro do eixo, conforme mostra a figura 1.7. Figura 1.7 – Acoplamentos entre furos e eixos. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. Acoplamento com interferência Acoplamento com folga Desta forma, considerando-se que várias peças não são fabricadas com a dimensão nominal determinada no projeto, mas sim, fabricadas com pequenas variações permitidas, estas pequenas variações devem ser estabelecidas pelos projetistas. Por isto, é importante que estes compreendam as terminologias e simbologias relacionadas ao assunto para interpretar, calcular e especificar acoplamentos. 1.3.1 - DEFINIÇÕES A base do estudo de tolerâncias e ajustes é a combinação de eixos e furos e é adotada a terminologia brasileira segundo a ABNT (NBR-6173, 1980). Figura 1.8 – Representação esquemática de furo e eixo. Fonte: KIRCHOFF, 1980. Furo – Toda peça na qual se considera a medida interna; Eixo – Toda peça na qual se considera a medida externa; Dimensão nominal – É a medida indicada no projeto. Sempre que possível deve ser usado um número normalizado com o intuito de reduzir o número de ferramentas e calibradores necessários. Símbolo: D para furo e d para eixo; Dimensão efetiva – É a dimensão obtida através da medição da peça pronta. As medições de 12 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann precisão devem ser executadas em uma sala a 20 °C. Símbolo: Def para furo e def para eixo; Dimensão máxima – É o valor máximo admissível para a dimensão efetiva. Símbolo: Dmax para furo e dmax para eixo; Dimensão mínima – É o valor mínimo admissível para a dimensão efetiva. Símbolo: Dmin para furo e dmin para eixo; Tolerância – É a variação permissível da dimensão da peça, é dada pela diferença entre as dimensões limites (dimensão máxima e mínima). t D Dmax min= − ou ; t d dmax min= − Afastamento – É a diferença entre a dimensão limite e a dimensão nominal; Afastamento superior – É a diferença entre a dimensão máxima e a dimensão nominal. Pode ser valor positivo ou negativo. para furos; A D Ds max= − a d para eixos. d ds max= − Afastamento inferior – É a diferença entre a dimensão mínima e a dimensão nominal. Pode ser valor positivo ou negativo. A D para furos; Di min= − para eixos. a di min= − Linha zero – É a linha que fixa a dimensão nominal e serve de origem dos afastamentos, ou seja, é a linha que passa pela dimensão nominal. Medida tolerada – É o conjunto da medida nominal da peça acompanhada dos afastamentos superior e inferior. É representada da seguinte maneira: D , d . A A i s a a i s Campo de tolerância – É o conjunto de valores compreendidos entre os valores limites dos afastamentos. É representado por um retângulo. Quando o retângulo é hachurado ou de cor, a representação é do campo de tolerância de um eixo; caso o retângulo seja branco, representa o campo de tolerância de um furo, conforme a figura 1.9. Figura 1.9 – Representação esquemática campo de tolerância. Fonte: STEMMER, 1974. 1.3.2 - TOLERÂNCIA A tolerância admissível aumenta com a dimensão nominal, isto é, quanto maiores as dimensões, em geral, maior poderá ser a tolerância para produtos. Na verdade, a eficiência de uma peça em um produto está associada ao desempenho que o mesmo deverá ter em relação as suas condições de trabalho (estanqueidade, velocidade, rotação e etc). A tolerância admissível varia aproximadamente com a raiz cúbica da dimensão nominal, ou seja, 3 D . Assim, a unidade internacional de tolerância, cujo símbolo é “i”, é dada em micrometro [µm], cujo valor é obtido da relação (NIEMANN, 1982; STEMMER, 1974): 0,001DD0,45i 3 += [µm] (1.8) Em que “D” entra em milímetros e “i” em micrometro. 13 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann O segundo termo da relação só passa a ser expressivo para dimensões pequenas. 1.3.2.1 - Qualidade de trabalho A ABNT (NBR-6158, 1980) distingue de acordo com a ISO (International Standardizing Organization) 18 qualidades de trabalho, classificadas de IT01, IT0, IT1, IT2, até IT16 (International Tolerance). Estas qualidades previstas compreendem todos os produtos de fabricação, desde instrumentos precisos de medição como também perfis laminados. As tolerâncias são tabeladas de acordo com a qualidade de trabalho e faixas de dimensão nominal. Os quadros que seguem mostram as tolerâncias fundamentais de qualidade de trabalho de IT01 a IT016 (STEMMER, 1974; KIRCHOFF, 1980). Quadro 1.4 – Tolerâncias fundamentais para dimensões de até 500 mm. Fonte: KIRCHOFF, 1980; STEMMER, 1974. Dimensões nominais (mm) ≤ 1 > 1 ≤ 3 > 3 ≤ 6 > 6 ≤ 10 > 1 0 ≤ 1 8 > 1 8 ≤ 3 0 > 3 0 ≤ 5 0 > 5 0 ≤ 8 0 > 8 0 ≤ 1 20 > 1 20 ≤ 18 0 > 1 80 ≤ 25 0 > 2 50 ≤ 31 5 > 3 15 ≤ 40 0 > 4 00 ≤ 50 0 IT Tolerância (µm) – [x10-3 mm] 01 0,3 0,3 0,4 0,4 0,5 0,6 0,6 0,8 1,0 1,2 2,0 2,5 3,0 4,0 0 0,5 0,5 0,6 0,6 0,8 1,0 1,0 1,2 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 1 0,8 0,8 1,0 1,0 1,02 1,5 1,5 2,0 2,05 3,5 4,5 6,0 7,0 8,0 2 1,2 1,2 1,5 1,5 2,0 2,5 2,5 3,0 4,0 5,0 7,0 8,0 9,0 10 3 2,0 2,0 2,5 2,5 3,0 4,0 4,0 5,0 6,0 8,0 10 12 13 15 4 3,0 3,0 4,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 10 12 14 16 18 20 5 4,0 4,0 5,0 6,0 8,0 9,0 11 13 15 18 20 23 25 27 6 6,0 6,0 8,0 9,0 11 13 16 19 22 25 29 32 36 40 7 10 10 12 15 18 21 25 30 35 40 46 52 57 63 8 14 14 18 22 27 33 39 46 54 63 72 81 89 97 9 25 25 30 36 43 52 62 74 87 100 115 130 140 155 10 40 40 48 58 70 84 100 120 140 160 185 210 230 250 11 60 60 75 90 110 130 160 190 220 250 290 320 360 400 12 100 120 150 180 210 250 300 350 400 460 520 570 630 13 140 180 220 270 330 390 460 540 630 720 810 890 970 14 250 300 360 430 520 620 740 870 1000 1150 1300 1400 1550 15 400 480 580 700 840 1000 1200 1400 1600 1850 2100 2300 2500 16 600 750 900 1100 1300 1600 1900 2200 2500 2900 3200 3600 4000 14 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Quadro 1.5 – Tolerâncias fundamentais para dimensões com mais de 500 mm. Fonte: KIRCHOFF, 1980; STEMMER, 1974. Dimensões nominais (mm) > 5 00 ≤ 63 0 > 6 30 ≤ 80 0 > 8 00 ≤ 10 00 > 1 00 0 ≤ 1 25 0 > 1 25 0 ≤ 1 60 0 > 1 60 0 ≤ 2 00 0 > 2 00 0 ≤ 2 50 0 > 2 50 0 ≤ 3 15 0 IT Tolerância (µm) – [x10-3 mm] 6 44 50 56 66 78 92 110 135 7 70 80 90 105 125 150 175 210 8 110 125 140 165 195 230 280 330 9 175 200 230 260 310 370 440 540 10 280 320 360 420 500 600 700 860 11 440 500 560 660 780 920 1100 1350 12 700 800 900 1050 1250 1500 1750 2100 13 1100 1250 1400 1650 1950 2300 2800 3300 14 1750 2000 2300 2600 3100 3700 4400 5400 15 2800 3200 3600 4200 5000 6000 7000 8600 16 4400 5000 5600 6600 7800 9200 11000 13500 As aplicações mais utilizadas em relação às qualidades de trabalho são mostradas no quadro que segue: Quadro 1.6 – Aplicações em relação às qualidades de trabalho. Fonte: KIRCHOFF, 1980; STEMMER, 1974. IT Eixos Furos Aplicações 01 0 1 2 3 Calibres Instrumentos de medição 4 Calibres 5 6 7 Máquinas que requer elevada velocidade e estanqueidade 8 9 10 Máquinas que requer baixa velocidade 11 Acoplamentos normais Acoplamentos normais Pinos. Peças furadas por puncionadeiras 12 13 14 15 16 Acoplamentos grosseiros Acoplamentos grosseiros Peças laminadas, forjadas e fundidas 1.3.2.2 - Posição do campo de tolerância A posição do campo de tolerância é fixada no sistema ISO por fórmulas empíricas (NIEMANN, 1982; STEMMER, 1974). A indicação se faz por letras, correspondendo às letras maiúsculas para as medidas internas (furos) e as letras minúsculas às medidas externas (eixos). 15 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann A figura 1.10 mostra a caracterização da posição e da amplitude da tolerância no sistema ISO para uma dimensão nominal de 30 mm e três qualidades de trabalho. Observe que as tolerâncias são as mesmas para uma mesma qualidade de trabalho para ambos: furo e eixo. Exemplo: para qualidade de trabalho IT9, e dimensão nominal de 30 mm, a tolerância é de 52 µm, tanto para o furo quanto para o eixo (os tamanhos são proporcionais). Para qualidade de trabalho IT8, e dimensão nominal de 30 mm, a tolerância é de 33 µm, também tanto para o furo quanto para o eixo. O mesmo se diz na condição de IT7, sendo que a tolerância neste caso é de 21 µm (quadro 1.4). Outra característica que deve ser notado é que os campos H e h, independente da qualidade, têm um extremo sobre a linha zero (Ai = 0 e as = 0). As posições dos campos de tolerâncias para furos e eixos são simétricas, como uma imagem de espelho, onde Ai = - as, exceto para alguns casos. Para o campo “D” (furo), o afastamento inferior é o mesmo para as diferentes qualidades de trabalho. Similarmente pode se dizer para o campo “d” (eixo), o afastamento superior é o mesmo para as diferentes qualidades de trabalho. Figura 1.10 – Posição do campo de tolerância. Há exceção para a simetria em relação a linha zero da posição dos campos de tolerâncias que são (STEMMER, 1974): 1) N de qualidade 9 e até 16 (As = 0); 2) J a N até a qualidade 8 inclusive e; P a ZC até a qualidade 7 inclusive, o afastamento superior do furo é determinado através da equação 9. [ ]1)(n(n)1)(ni(n)s ITITaA −− −+−= (1.9) Onde: “As(n)“ é o afastamento superior do furo para qualidade de trabalho; “ai(n-1)“ é o afastamento inferior do eixo da mesma letra e de qualidade imediatamente mais fina; “IT(n)“ éa qualidade de trabalho e “IT(n-1)“ é a qualidade de trabalho imediatamente mais fina. 16 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Tomando se valores dos afastamentos inferiores (para furos) ou afastamentos superiores (para eixos), para uma mesma dimensão nominal, os afastamentos inferiores são positivos para campos de A até H e negativos de J a ZC, enquanto que os afastamentos superiores são negativos para campos de a até h e positivos de j até zc, lembrando a imagem espelho, conforme as figuras 1.10 e 1.11. Os valores dos afastamentos inferiores e superiores podem ser tirados de tabelas como a do quadro 1.7. e quadro 1.8 Figura 1.11 – Esquema das posições sequenciais do campo de tolerância. Fonte: KIRCHOFF, 1990; STEMMER, 1974. Quadro 1.7 – Valores de afastamento superior para eixos1. Fonte: KIRCHOFF, 1990; STEMMER, 1974. Grupo de dimensões (mm) Posição no campo de tolerância Afastamentos (µm) A partir até a b c cd d e ef f fg g h 0 1 1 3 -60 -34 -20 -14 -10 -6 -4 -2 0 3 6 -270 -140 -70 -46 -30 -20 -14 -10 -6 -4 0 6 10 -280 -150 -80 -56 -40 -25 -18 -10 -8 -5 0 10 14 14 18 -290 -150 -95 -50 -32 -16 -6 0 18 24 24 30 -300 -160 -110 -65 -40 -20 -7 0 30 40 -310 -170 -120 40 50 -320 -180 -130 -80 -50 -25 -9 0 50 65 -340 -190 -140 65 80 -360 -200 -150 -100 -60 -30 -10 0 80 100 -380 -220 -170 100 120 -410 -240 -180 -120 -72 -36 -12 0 120 140 -460 -260 -200 140 160 -520 -280 -210 160 180 -580 -310 -230 -145 -85 -43 -14 0 180 200 -660 -340 -240 200 225 -740 -380 -260 225 250 -820 -420 -280 -170 -100 -50 -15 0 250 280 -920 -480 -300 280 315 -1050 -540 -330 -190 -110 -56 -17 0 315 355 -1200 -600 -360 355 400 -1350 -680 -400 -210 -125 -62 -18 0 400 450 -1500 -760 -440 450 500 -1650 -840 -480 -230 -135 -68 -20 0 1 – Utilizam-se os mesmos valores para afastamentos inferiores de furos, de A 17 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann até H, porém com sinais positivos. Quadro 1.8 – Valores de afastamento inferior para eixos2. Fonte: KIRCHOFF, 1990; STEMMER, 1974. Grupo de dimensões (mm) Posição no campo de tolerância Afastamentos (µm) A partir até j5 e j6 j7 j8- k 4 a k 7 k < 3 k > 7 m n p r s t u v x y z za zb zc 0 1 1 3 -2 -4 -6 0 0 2 4 6 10 14 18 20 26 32 40 60 3 6 -2 -4 1 0 4 5 12 15 19 23 28 35 42 50 80 6 10 -2 -5 1 0 6 10 15 19 23 28 34 42 52 67 97 10 14 40 50 64 90 130 14 18 -3 -6 1 0 7 12 18 23 28 33 39 45 60 77 108 150 18 24 41 47 54 63 73 98 136 188 24 30 -4 -8 2 0 8 15 22 28 35 41 48 55 64 75 88 118 160 218 30 40 48 60 68 80 94 112 148 200 274 40 50 -5 -10 2 0 9 17 26 34 43 54 70 81 97 114 136 180 242 325 50 65 41 53 66 87 102 122 144 172 226 300 405 65 80 -7 -12 2 0 11 20 32 43 59 75 102 120 146 174 210 274 360 480 80 100 51 71 91 124 146 178 214 258 335 445 585 100 120 -9 -15 3 0 13 23 37 54 79 104 144 172 210 254 310 400 525 690 120 140 63 92 122 170 202 248 300 365 470 620 800 140 160 65 100 134 190 228 280 340 415 535 700 900 160 180 -11 -18 3 0 15 27 43 68 108 146 210 252 310 380 465 600 780 1000 180 200 77 122 166 236 284 350 425 520 670 880 1150 200 225 80 130 180 258 310 385 470 575 740 960 1250 225 250 -13 -21 4 0 17 31 50 84 140 196 284 340 425 520 640 820 1050 1350 250 280 94 158 218 315 385 475 580 710 920 1200 1550 280 315 -16 -26 4 0 20 34 56 98 170 240 350 425 525 650 790 1000 1300 1700 315 355 108 190 268 390 475 590 730 900 1150 1500 1900 355 400 -18 -28 4 0 21 37 62 114 208 294 435 530 660 820 1000 1300 1650 2100 400 450 126 232 330 490 595 740 920 1100 1450 1850 2400 450 500 -20 -32 5 0 23 40 68 132 252 360 530 660 820 1000 1250 1600 2100 2600 2 – Com exceção da regra descrita anteriormente, utilizam-se os mesmos valores para afastamentos superiores de furos, de J até ZC, porém com sinais trocados. O quadro 1.9 mostra um resumo de afastamentos de campo de tolerância “H” e “h”, com anologia a imagem de espelho, para diferentes grupos de dimensões nominais e qualidades de trabalho 5, 6, 7 e 8. 18 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Quadro 1.9 – Campo de tolerância de acordo com IT e dimensões nominais. Fonte: KIRCHOFF, 1980; STEMMER, 1974. Dimensões nominais (mm) – Afastamentos (µm) – [x10-3 mm] A fa st am en to s > 1 ≤ 3 > 3 ≤ 6 > 6 ≤ 10 > 1 0 ≤ 1 8 > 1 8 ≤ 3 0 > 3 0 ≤ 5 0 > 5 0 ≤ 8 0 > 8 0 ≤ 1 20 > 1 20 ≤ 18 0 > 1 80 ≤ 25 0 > 2 50 ≤ 31 5 > 3 15 ≤ 40 0 > 4 00 ≤ 50 0 as 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 h5 ai -5 -5 -6 -8 -9 -11 -13 -15 -18 -20 -23 -25 -27 As 5 5 6 8 9 11 13 15 18 20 23 25 27 H5 Ai 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 as 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 h6 ai -7 -8 -9 -11 -13 -16 -19 -22 -25 -29 -32 -36 -40 As 7 8 9 11 13 16 19 22 25 29 32 36 40 H6 Ai 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 as 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 h7 ai -9 -12 -15 -18 -21 -25 -30 -35 -40 -46 -52 -57 -63 As 9 12 15 18 21 25 30 35 40 46 52 57 63 H7 Ai 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 as 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 h8 ai -14 -18 -22 -27 -33 -39 -46 -54 -63 -72 -81 -89 -97 As 14 18 22 27 33 39 46 54 63 72 81 89 97 H8 Ai 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Observe no quadro que, cada par, h5/H5 ou outro, tem valores de afastamentos idênticos, apenas trocando os sinais. Esta orientação é muito útil para extrair dados tabelados de ajustes recomendados para eixos ou furos. Um furo com tolerância H5, por exemplo, pode ter acoplamentos com eixos com tolerâncias como f5, k4, p4, etc, para satisfazer uma determinada padronização especificada de produção. Neste caso, diz-se que o sistema é furo- base. Se um eixo padrão tiver uma tolerãncia qualquer “h6”, por exemplo, e for especificado acoplar diferentes furos com tolerâncias do tipo R6, J6, G6, e etc, diz-se que o sistema é eixo- base. Os quadros 1.10 e 1.11 são quadros resumidos para acoplamentos em sistema furo- base e eixo-base respectivamente. Para outros tipos de acoplamentos os valores dos afastamentos poderão ser retirados e calculados dos dados dos quadros 1.4, 1.5, 1.7 e 1.8. 19 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Quadro 1.10 – Reprodução parcial da tabela ABNT (NBR-6158, 1980) furo-base. Grupo de dimensões (mm) Furo-base Ajustes recomendados Afastamentos (µm) Afastamentos (µm) H7 f7 g6 h6 j6 k6 A partir até m6 n6 p6 r6 s6 0 1 1 3 As Ai as ai -6 -16 -2 -8 0 10 4 -2 6 0 9 2 10 4 12 0 -6 6 16 10 22 15 3 6 As Ai 12 0 as ai -10 -22 -4 -12 0 -8 6 -2 9 1 12 4 16 8 20 12 23 15 27 19 6 10 As Ai 15 0 as ai -13 -28 -5 -14 0 -9 7 -2 10 1 15 6 19 10 24 15 28 19 32 23 10 14 14 18 As Ai 18 0 as ai -16 -34 -6 -17 0 -11 8 -312 1 18 7 23 12 29 18 34 23 39 28 18 24 24 30 As Ai 21 0 as ai -20 -41 -7 -20 0 -13 9 -4 15 2 21 8 28 15 35 22 41 28 48 35 30 40 40 50 As Ai 25 0 as ai -25 -50 -9 -25 0 -16 11 -5 18 2 25 9 33 17 42 26 50 34 59 43 50 65 60 41 72 53 65 80 As Ai 30 0 as ai -30 -60 -10 -29 0 -19 12 -7 21 2 30 11 39 20 51 32 62 43 78 59 80 100 73 51 93 71 100 120 As Ai 35 0 as ai -36 -71 -12 -34 0 -22 13 -9 25 3 35 13 45 23 59 37 76 54 101 79 120 140 88 63 117 92 140 160 90 65 125 100 160 180 As Ai 40 0 as ai -43 -83 -14 -39 0 -25 14 -11 28 3 40 15 52 27 68 43 93 68 133 108 180 200 106 77 151 122 200 225 109 80 159 130 225 250 As Ai 46 0 as ai -50 -96 -15 -44 0 -29 16 -13 33 4 46 17 60 31 79 50 113 84 169 140 250 280 126 94 190 158 280 315 As Ai 52 0 as ai -56 -108 -17 -49 0 -32 16 -16 36 4 52 20 66 34 88 56 130 98 202 170 315 355 144 108 226 190 355 400 As Ai 57 0 as ai -62 -119 -18 -54 0 -36 18 -18 40 4 57 21 73 37 98 62 150 114 244 208 400 450 166 126 272 232 450 500 As Ai 63 0 as ai -68 -131 -20 -60 0 -40 20 -20 45 5 63 23 80 40 108 68 172 132 292 252 20 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Quadro 1.11 – Reprodução parcial da tabela ABNT (NBR-6158, 1980) eixo-base. Grupo de dimensões (mm) Eixo-base Afastamentos (µm) Ajustes recomendados Afastamentos (µm) A partir até h8 H8 H9 F7 F8 E8 D9 C9 B9 0 1 1 3 As Ai 0 -17 as ai 14 0 25 0 16 7 21 7 28 14 45 20 85 60 165 140 3 6 As Ai 0 -18 as ai 18 0 30 0 22 10 28 10 38 20 60 30 100 70 170 140 6 10 As Ai 0 -22 as ai 22 0 36 0 28 13 35 13 47 25 76 40 116 80 186 150 10 14 14 18 As Ai 0 -27 as ai 27 0 43 0 34 16 43 16 59 32 93 50 138 95 193 150 18 24 24 30 As Ai 0 -33 as ai 33 0 52 0 41 20 53 20 73 40 117 65 162 110 212 160 30 40 182 120 232 170 40 50 As Ai 0 -39 as ai 39 0 62 0 50 25 64 25 89 50 142 80 192 130 242 180 50 65 214 140 264 190 65 80 As Ai 0 -46 as ai 48 0 74 0 60 30 76 30 106 60 174 100 224 150 274 200 80 100 257 170 307 220 100 120 As Ai 0 -54 as ai 54 0 87 0 71 36 90 36 126 72 207 120 267 180 327 240 120 140 300 200 360 260 140 160 310 210 380 280 160 180 As Ai 0 -63 as ai 63 0 100 0 83 43 106 43 148 85 245 145 330 230 410 310 180 200 355 240 455 340 200 225 375 260 495 380 225 250 As Ai 0 -72 as ai 72 0 115 0 96 50 122 50 172 100 285 170 395 280 535 420 250 280 430 300 610 480 280 315 As Ai 0 -81 as ai 81 0 130 0 108 56 137 56 191 110 320 190 460 330 670 540 315 355 500 360 740 600 355 400 As Ai 0 -89 as ai 89 0 140 0 119 62 151 62 214 125 350 210 540 400 820 680 400 450 595 400 915 760 450 500 As Ai 0 -97 as ai 97 0 155 0 131 68 165 68 232 135 385 230 635 480 995 840 21 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 1.3.2.3 - Escolha da tolerância e indicação em desenho Para a escolha do campo de tolerância e sua posição, que depende da finalidade da peça, devem-se observar as seguintes regras: 1º) A finalidade da peça – Determinadas peças podem ter funções vitais no desempenho de um equipamento. Podem-se comparar duas situações extremas. A) Uma tampa de panela que se acopla em uma panela de cozimento de alimento. Neste caso, a tolerância e o acoplamento entre ambos não é rigoroso em relação ao segundo caso. B) Um eixo de motor que se acopla em um mancal de deslizamento, cujo eixo irá trabalhar com alta rotação; 2º) Método de produção – O processo de fabricação de peças pode determinar a tolerância permitida, tem-se como exemplo, peças fabricadas por fundição de areia permitem tolerâncias grandes em relação ao processo de fundição de precisão; 3º) Custo de produção – O custo de fabricação aumenta com a exigência de maior precisão. Isto significa que peças de maior qualidade exigem processo de fabricação mais específico para obtenção da qualidade, muitas vezes recorrendo-se de vários processos de fabricação para uma mesma peça. O projetista pode indicar, nos desenhos para a fabricação, as tolerâncias conforme a norma ABNT que segue as normas internacionais ISO. A observância dessas normas, tanto no planejamento do projeto, como na execução da peça, é essencial para o aumento da produtividade na indústria (TELECURSO 2000 - leitura e interpretação de desenho técnico mecânico, 1995). A figura 1.12 mostra a representação gráfica segundo as recomendações acima descritas. Figura 1.12 – Desenho de uma peça para fabricação. Fonte: ESCOLA TÉCNICA TUPY, 1992. 1.3.3 - AJUSTE É o comportamento entre um furo e um eixo, sendo ambos de mesma dimensão nominal, isto é, a união, encaixe ou acoplamento de peças. O ajuste pode ser de três tipos: • Ajuste com folga – É quando a dimensão mínima do furo é maior que a dimensão máxima do eixo ou, em outras palavras, é quando Ai > as. Podem ocorrer duas situações: folga máxima (As – ai > 0) e folga mínima (Ai – as> 0); 22 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann • Ajuste com interferência – É quando a dimensão máxima do furo é menor que a dimensão máxima do eixo ou, em outras palavras, é quando As < ai. Podem ocorrer duas situações: interferência máxima (as – Ai > 0) e interferência mínima (ai – As > 0); • Ajuste incerto – É aquele em que a afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo, e ao mesmo tempo, o afastamento inferior do eixo é menor que o afastamento superior do furo. A figura 4.13 ajuda a compreensão destes ajustes (folga, interferência e incerto) em termos de afastamentos. A figura 1.13 mostra esquematicamente os ajustes possíveis. Figura 1.13 – Esquema dos tipos de ajustes. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. Quanto há montagem de peças em que há interferência, esta poderá ser feita mediante o auxílio de prensas, aquecimento do furo, resfriamento do eixo ou aquecimento do furo com resfriamento do eixo, a mão e com martelo. O método certo é função da aplicaçãoe do material das peças. Figura 1.14 – Tipos de montagem. Montagem à mão – (a) com facilidade, (b) com lubrificante, (c) forçado; Montagem com martelo – (d) leve, (f) pesado; Montagem com prensa – (f). Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. 23 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 1.3.4 - APLICAÇÕES O quadro que segue apresenta exemplos de pares de tolerâncias, que podem ser adotados, de acordo com cada caso específico de ajuste que se quer obter (ajuste fino, liso ou grosseiro). À esquerda está representado o sistema de furo-base e, à direita, o sistema de eixo- base (NIEMANN, 1982). Quadro 1.12 – Tipos de ajustes e aplicações. Fonte: Adaptado de NIEMANN, 1982. Ajuste com furo-base Aplicações Ajuste com eixo-base Assentos forçados: para transmissão, por atrito, de grandes forças longitudinais ou tangenciais. Podem ser realizadas somente por meio de prensagens ou de dilatações térmicas diferenciais. A ju st e fin o H7 – z8, z9 H7 – x7, x8 H7 – u6, u7 H7 – s6 H7 – r6 1. Para elevadas pressões de aderência: cubos de rodas de translação, de engrenagens e de volantes; flanges de eixos (z9 para os maiores diâmetros e u6 para os menores) 2. Para médias pressões de aderência: cubos de acoplamentos; coroas de bronze sobre cubos de ferro fundido; buchas de mancais em carcaças, rodas e bielas (s 6 para os maiores diâmetros e r6 para os menores). Z8, Z9 – h6 X7, X8 – h6 U6, U7 – h6 S7 – h6 R7 – h6 Assentos de penetração: não são suficientes para a transmissão de momentos torçores. A ju st e fin o H7 – n6 H7 – m6 H7 – k6 H7 – j6 1. Assento forçado: a ser realizado por meio de prensa. Para induzidos sobre eixos de motores, e coroas dentadas sobre rodas, flanges sobre eixos, buchas de mancais em caixas e cubos. 2. Assento embutido: pode ser realizado, com dificuldade, por meio de martelo manual. Para polias, acoplamentos e engrenagens montadas uma única vez sobre eixos de máquinas ou motores elétricos (diâmetro variando de 55 a 120 mm). 3. Assento aderente: pode ser bem realizado por meio de martelo manual. Para polias, acoplamentos e rodas dentadas (diâmetro variando de 8 a 50 mm), volantes com chavetas transversais, anéis internos de mancais de rolamento, volantes e alavancas manuais. 4. Assento deslizante: a ser realizado por meio de martelo de madeira ou mesmo manualmente. Para polias, engrenagens, volantes manuais, buchas de mancais e anéis externos de mancais de rolamento, que devam ser facilmente desmontáveis. N7 – h6 M7 – h6 K7 – h6 J7 – h6 24 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Assentos folgados: A ju st e fin o H7 – h6 H7 – g6 H7 – f7 H7 – e8 H7 – d9 1. Assento deslizante: lubrificado, manualmente deslocável. Para rodas substituíveis, mandris de contrapontas, anéis de retenção, buchas de pinos de pistões, anéis externos de rolamentos, flanges de centragem de acoplamentos e de tubulações. 2. Assento justo de rolamento: deslocável, porém sem jogo perceptível. Para engrenagens e acoplamentos deslocáveis axialmente, mancais de bielas e pistões de instrumentos indicadores. 3. Assento de rolamento: jogo perceptivel. Para mancais principais de máquinas-ferramentas, mancais de árvores de manivelas e de bielas, mancais inteiriços de reguladores, luvas deslizantes sobre eixos, guias. 4. Assento de rolamento ligeiro: jogo perceptível: Para eixos de máquinas-ferramenta apoiados em vários mancais. 5. Assento de rolamento folgado: jogo abundante. Para eixos de transmissões e eixos intermediários. H7-h6 G7-h6 F7-h6 F8-h6 D9-h6 A ju st e lis o H8 - h8 H8 – f8 H8 – d10 1. Assento deslizante: para peças ajustadas deslocáveis sem esforços. Anéis de retenção para transmissões, polias inteiriças, manivelas manuais, engrenagens, acoplamentos e outras peças que devam ser deslocadas sobre eixos. 2. Assento de rolamento: jogo perceptível. Mancais principais de árvores de manivelas, mancais de bielas, cruzetas de paralelogramos, guias de hastes de pistões e de hastes em geral, eixos sobre três mancais, pistões e respectivas hastes em cilindros, mancais de bombas centrífugas e de engrenagens, luvas de acoplamentos deslocáveis. 3. Assento de rolamento folgado: jogo abundante. Mancais de eixos longos de guindastes e de transmissões, polias loucas e mancais de máquinas agrícolas, centragens de cilindros, buchas de guarnições. H8-h8 F8-h8 D10-h8 A ju st e gr os se iro H11-h11 H11-d11 H11-c11 H11-b11 H11-a11 1. Assento grosseiro 1: para peças facilmente encaixáveis umas nas outras, com pequeno jogo e grande tolerância. Peças de máquinas agrícolas que devam ser fixadas sobre eixos, por compressão, por meio de pinos ou parafusos, buchas distanciadoras, pinos de dobradiças de portas resistentes ao fogo. 2. Assento grosseiro 2: permite jogo, durante o movimento, de peças com tolerâncias elevadas. Alavancas removíveis, parafusos de alavancas, mancais de roldanas e de roletes de guias. 3. Assento grosseiro 3: permite jogo grande, durante o movimento, de peças com tolerâncias elevadas. Parafusos de garfos de mecanismos de freios de veículos, pinos de articulações, pinos de molas. 4. Assento grosseiro 4: permite jogo muito grande durante o movimento, de peças com tolerâncias elevadas. Eixos de reguladores de locomotivas, articulações de freios e de molas, pinos de engates de locomotivas. H11-h11 D11-h11 C11-h11 B11-h11 A11-h11 25 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Exercícios de fixação 1.4) Para o acoplamento 185H7/g6, determinar as relações entre furo e eixo: a) diâmetro nominal, b) qualidade de trabalho, c) campo de tolerância, d) afastamento superior e inferior, e) tolerância, f) diâmetro máximo e minimo e g) folga ou interferência (máxima e mínima) do acoplamento. a) Fórmulas: ismáxima aAF −= simínima aAF −= ismáxima AaI −= simínima AaI −= mínimomáximomáxima dDF −= máximomínimomínima dDF −= smáximo ADD += imínimo ADD += smáximo add += imínimo add += mínimomáximo DDt −= is AAt −= mínimomáximo ddt −= is aat −= b) Solução • Para o furo têm-se: a) Diâmetro nominal: 185 mm b) Qualidade de trabalho: 7 c) Campo de tolerância: H d) As = 46 µm (extraído do quadro 4.10) Ai = 0 (extraído do quadro 4.10) e) t = 46 µm (extraído do quadro 4.4) is AAt −= 4604t =−= 6 µm f) Diâmetro máximo smáximo ADD += ⇒ mm 0,046mm 185Dmáximo += ⇒ mm 185,046Dmáximo = Diâmetro mínimo imínimo ADD += ⇒ 0mm 185Dmínimo += ⇒ mm 185Dmínimo = • Para o eixo têm-se: a) Diâmetro nominal: 185 mm b) Qualidade de trabalho: 6 c) Campo de tolerância: g d) as = - 15 µm (extraído do quadro 4.10) ai = - 44 µm (extraído do quadro 4.10) e) t = 29 µm (extraído do quadro 4.4) is aat −= )4415 −−= (-t ⇒ ⇒ 4415+= -t 29=t µm f) Diâmetro máximo 26 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann smáximo add += ⇒ mm) 0,015mm 185dmáximo −+= ( ⇒ mm 184,985dmáximo = Diâmetro mínimoimínimo add += ⇒ mm) 044mm 185dmínimo ,0(−+= ⇒ mm 184,956dmínimo = g) Folga máxima e mínima Se houver valores negativos na determinação de folga máxima e mínima, significa que haverá interferência; se não houver, não haverá interferência, portanto, através das fórmulas acima, pode-se determinar folgas e interferências: ismáxima aAF −= simínima aAF −= ismáxima AaI −= simínima AaI −= mínimomáximomáxima dDF −= máximomínimomínima dDF −= ismáxima aAF −= ⇒ µm) 44(µm 46Fmáxima −−= ⇒ µm 90Fmáxima = simínima aAF −= ⇒ µm) 15(0Fmínima −−= ⇒ µm 15Fmínima = Quadro resumo Diâm. nominal (mm) IT Campo de tolerância Afast. sup. (µm) Afast. inf. (µm) Tolerância (µm) Diâm. máx (mm) Diâm. min (mm) EIXO 185 6 g -15 -44 29 184,985 184,956 FURO 185 7 H 46 0 46 185,046 185 µm 90Fmáxima = µm 15Fmínima = 1.5) Para o acoplamento 40H10/d9, determinar as relações entre furo e eixo: a) diâmetro nominal, b) qualidade de trabalho, c) campo de tolerância, d) afastamento superior e inferior, e) tolerância, f) diâmetro máximo e minimo e g) folga ou interferência (máxima e mínima) do acoplamento. a) Fórmulas: ismáxima aAF −= simínima aAF −= ismáxima AaI −= simínima AaI −= mínimomáximomáxima dDF −= máximomínimomínima dDF −= smáximo ADD += imínimo ADD += smáximo add += imínimo add += mínimomáximo DDt −= is AAt −= mínimomáximo ddt −= is aat −= b) Solução • Para o furo têm-se: a) Diâmetro nominal: 40 mm b) Qualidade de trabalho: 10 27 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann c) Campo de tolerância: H d) As = ? Ai = 0 (extraído do quadro 4.7) e) t = 100 µm (extraído do quadro 4.4) Como “As” não é fornecido em tabela, pode-se determinar calculando através da fórmula: . Assim, têm-se: is AAt −= is AAt −= ⇒ is AtA += is AtA += ⇒ 0µm 100A s += ⇒ µm 100A s = f) Diâmetro máximo smáximo ADD += ⇒ mm 0,100mm 4Dmáximo += 0 ⇒ mm 40,10Dmáximo = Diâmetro mínimo imínimo ADD += ⇒ 0mm 4Dmínimo += 0 ⇒ mm 4Dmínimo 0= • Para o eixo têm-se: a) Diâmetro nominal: 40 mm b) Qualidade de trabalho: 9 c) Campo de tolerância: d d) as = - 80 µm (extraído do quadro 4.7) ai = ? e) t = 62 µm (extraído do quadro 4.4) Como “ai” não é fornecido em tabela, pode-se determinar calculando através da fórmula: . Assim, têm-se: is aat −= is aat −= ⇒ taa si −= taa si −= ⇒ µm) (62µm -80ai −= ⇒ µm 142ai −= f) Diâmetro máximo smáximo add += ⇒ mm) 0,080mm 4dmáximo −+= (0 ⇒ mm 39,92dmáximo = Diâmetro mínimo imínimo add += ⇒ mm) 0,142(mm 4dmínimo −+= 0 ⇒ mm 39,858dmínimo = g) Folga máxima e mínima Se houver valores negativos na determinação de folga máxima e mínima, significa que haverá interferência; se não houver, não haverá interferência, portanto, através das fórmulas acima, pode-se determinar folgas e interferências: ismáxima aAF −= simínima aAF −= ismáxima AaI −= simínima AaI −= mínimomáximomáxima dDF −= máximomínimomínima dDF −= 28 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann ismáxima aAF −= ⇒ µm) 142(µm 100Fmáxima −−= ⇒ µm 242Fmáxima = simínima aAF −= ⇒ µm) 80(0Fmínima −−= ⇒ µm 80Fmínima = Quadro resumo Diâm. nominal (mm) IT Campo de tolerância Afast. sup. (µm) Afast. inf. (µm) Tolerância (µm) Diâm. máx (mm) Diâm. min (mm) EIXO 40 9 d -80 -142 62 39,92 39,858 FURO 40 10 H 100 0 100 40,10 40 µm 242Fmáxima = µm 80Fmínima = 1.6) Calcular os seguintes acoplamentos, de acordo com os exercícios anteriores: 500H7/r6, 20m5/K6, 30n6/F7. 1.3.5 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS AJUSTES Como geralmente o material dos eixos é diferente do material dos furos, os coeficientes de dilatação térmica também são diferentes. Se os mesmos estiverem sujeitos a uma temperatura qualquer maior que 20 ºC, temperatura considerada normal pelas normas, suas dilatações serão diferentes. Portanto, é muito importante o projetista considerar este fator em acoplamentos entre furos e eixos. Podem acontecer três casos para ajustes com folga. A figura abaixo ilustra estas situações. Figura 1.15 – Influência da temperatura em ajustes. Em (a), αe > αf; em (b), αe < αf; em (c), αe = αf. Fonte: LOSEKANN, C. R e FERROLI, P. C., 2006. A figura 1.15 mostra: em (a), que se o eixo for de um material diferente do furo, com coeficiente de dilatação térmica linear maior (αe > αf), a variação de diâmetros do eixo “∆d” (máxima e mínima) será maior que a do furo “∆D” a uma temperatura de trabalho maior que 20 ºC; em (b), que se o eixo for de um material diferente do furo, mas com coeficiente de dilatação térmica linear menor (αe < αf), a variação de diâmetros do eixo “∆d” (máxima e mínima) será menor que a do furo “∆D” à temperatura de trabalho; em (c), que se o eixo for do mesmo material do furo e, evidentemente, com o mesmo coeficiente de dilatação térmica linear (αe = αf), a variação de diâmetros do eixo “∆d” (máxima e mínima) será igual a do furo “∆D” à temperatura de trabalho em questão. 29 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann A mesma analogia do parágrafo acima se pode fazer para temperaturas menores que 20 ºC, como por exemplo, para situações de trabalho em regiões de clima muito frio em que não há aquecimento das peças acopladas e considerando que as peças foram montadas em região de clima quente. Neste caso, haverá contração das peças. Uma outra observação que se pode fazer é que as tolerâncias permanecem constantes, apesar da variação de temperatura, porém a posição do campo de tolerância varia. Em caso de ajustes de precisão, a variação de temperatura provoca sensíveis variações de fundamental importância na interferência ou folga das peças. Levando em conta o detalhado acima, em montagens de acentos de precisão, deve-se evitar o contato mutual direto com as peças. A variação da folga ou interferência, pela variação da temperatura das peças, justifica o uso freqüente em montagens de acentos forçados de: a) Aquecimento da peça externa (furo) e ou; b) Resfriamento da peça interna (eixo). Se a máquina ou elemento de máquina tiver ajustes que trabalhem fora da temperatura normal (20 ºC) suas peças construtivas deverão ser fabricadas de tal forma que na temperatura normal de trabalho apresentem as folgas ou interferências recomendadas. Toda vez que, se deparar com um caso semelhante, deve-se calcular os diâmetros máximos e mínimos de ambos, furos e eixos, à temperatura normal e, os diâmetros máximos e mínimos à temperatura de trabalho, considerando o coeficiente de dilatação térmica linear e a variação de temperatura, (10) para furos e (12) para eixos, de acordo com os materiais empregados em cada um. TDDD finicialinicialfinal ∆⋅⋅+= α (10) inicialfinal DDD −=∆ (11) Onde: “Dfinal“ é o diâmetro máximo ou mínimo do furo na condição de temperatura de trabalho; “Dinicial“ é o diâmetro máximo ou mínimo do furo na condição de temperatura normal; “αf “ é o o coeficiente de dilatação térmica linear do material do furo; “∆T “ é a variação de temperatura ocorrida e “∆D “ é a variação de diâmetros (máximo e mínimo). Tddd einicialinicialfinal ∆⋅⋅+= α (12) inicialfinal ddd −=∆ (13) Onde: “dfinal“ é o diâmetro máximo ou mínimo do eixo na condição de temperatura de trabalho; “dinicial“ é o diâmetro máximo ou mínimo do eixo na condição de temperatura normal; “αe “ é o coeficiente de dilatação térmica linear domaterial do eixo; “∆T “ é a variação de temperatura ocorrida e “∆d “ é a variação de diâmetros (máximo e mínimo). O quadro abaixo mostra valores de coeficiente de dilatação térmica linear de materiais geralmente empregados na construção de equipamentos mecânicos (CALLISTER Jr, 2002). 30 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Quadro 1.13 – Coefieciente de dilatação térmica linear de alguns materiais. Fonte: CALLISTER Jr, 2002. Material α (10-6/ ºC) Aços comuns 1020 11,7 1040 11,3 4140 12,3 4340 12,3 304 17,2 316 15,9 405 10,8 440A 10,2 Ferro fundido Cinzento 11,4 Nodular 11,2 Ligas de alumínio 1100 23,6 2024 22,9 6061 23,6 7075 23,4 356.0 21,5 Ligas de cobre Cobre puro C11000 17,0 Cobre-berílio C17200 16,7 Latão para cartuchos C26000 19,9 Latão de fácil usinagem C36000 20,5 Cobre-níquel, 30% C71500 16,2 Bronze para mancais C93200 18,2 Ligas diversas Ligas de magnésio AZ31B/AZ91D 26 Niquel 200 13,3 Inconel 625 12,8 Monel 400 13,9 Invar 1,6 Kovar 5,1 Chumbo puro 29,3 Estanho puro 23,8 Liga estanho-chumbo 60Sn-40Pb 24 Zinco puro 23-32,5 Exercícios de fixação 1.7) Para o acoplamento 185H7/g6, conforme o exercício 1.4, determinar a folga ou interferência (máxima e mínima) do acoplamento para operação à temperatura de 140 ºC. O material do eixo é da liga de alumínio 6061 e do furo é de ferro fundido cinzento. a) Dados: a) do furo à temperatura normal (ver exercício 1.4) mm 185,046Dmáximo = (ver exercício 1.4) mm 185Dmínimo = αf = 11,4 x 10-6 / ºC (quadro 1.13) b) do eixo à temperatura normal 31 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann (ver exercício 1.4) mm 184,985dmáximo = (ver exercício 1.4) mm 184,956dmínimo = αe = 23,6 x 10-6 / ºC (quadro 1.13) c) do acoplamento à temperatura normal (ver exercício 1.4) µm 90Fmáxima = (ver exercício 1.4) µm 15Fmínima = b) Fórmulas: ismáxima aAF −= simínima aAF −= ismáxima AaI −= simínima AaI −= mínimomáximomáxima dDF −= máximomínimomínima dDF −= ∆TαDDD finicialinicialfinal ⋅⋅+= inicialfinal DD∆D −= ∆Tαddd einicialinicialfinal ⋅⋅+= inicialfinal dd∆d −= c) Solução Temperatura de trabalho (140 ºC) 01 T - T ∆T = ⇒ ⇒ 20 - 140 ∆T = C 120 ∆T o= Diâmetro máximo do furo à temperatura de 140 ºC mm 185,046D inicial máximo = ?D final máximo = ∆TαDDD finicial máximoinicial máximofinal máximo ⋅+= C 120 C 1011,4mm 185,046mm 185,046D oo 6 final máximo ⋅×⋅+= − mm 185,299D final máximo = Diâmetro mínimo do furo à temperatura de 140 ºC mm 185D inicial mínimo = ?D final miínimo = ∆TαDDD finicial mínimoinicial mínimofinal mínimo ⋅+= C 120 C 1011,4mm 185mm 185D oo 6 final mínimo ⋅×⋅+= − mm 185,253D final mínimo = Diâmetro máximo do eixo à temperatura de 140 ºC mm 184,985d inicial máximo = ?d final máximo = ∆Tαddd einicial máximoinicial máximofinal máximo ⋅+= C 120 C 1023,6mm 184,985mm 184,985d oo 6 final máximo ⋅×⋅+= − mm 185,509d final máximo = 32 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Diâmetro mínimo do eixo à temperatura de 140 ºC mm 184,956d inicial mínimo = ?d final miínimo = ∆Tαddd einicial mínimoinicial mínimofinal mínimo ⋅+= C 120 C 1023,6mm 184,956mm 184,956d oo 6 final mínimo ⋅×⋅+= − mm 185,4798d final mínimo = Folga máxima e mínima à temperatura de 140 ºC mínimomáximomáxima dDF −= mm 185,4798mm 185,299Fmáxima −= mm 0,1808Fmáxima −= máximomínimomínima dDF −= mm 185,509mm 185,253Fmínima −= mm 0,256Fmínima −= Como se observa que tanto a folga máxima quanto a folga mínima deram valores negativos, significa que o acoplamento, à temperatura de trabalho, está sofrendo interferência e, os valores máximos e mínimos são: mm 0,256F - I mínimamáxima == mm 0,1808F - I máximamínima == 1.8) Para o acoplamento 40H10/d9, conforme o exercício 1.5, determinar a folga ou interferência (máxima e mínima) do acoplamento à temperatura de 100 ºC. O material do eixo é da liga de alumínio 6061 e do furo é de ferro fundido cinzento. 1.9) Determinar a folga ou interferência (máxima e mínima) dos acoplamentos de acordo com as condições tabeladas no quadro abaixo: Acoplamento Temperatura de trabalho Material do eixo Material do furo a) 500H7/r6 150 ºC Aço 1040 Liga alumínio 1100 b) 20m5/K6 130 ºC Aço 1020 Liga cobre C93200 c) 30n6/F7 100 ºC Aço 4140 Aço 1020 33 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann 1.10) A figura ao lado mostra um conjunto de transmissão por engrenagens, cujo eixo deverá ter um acoplamento de mancal de rolamento no lado direito. O eixo é de aço 1020 com diâmetro nominal de 60 mm. A temperatura de serviço estipulada é de 70 ºC. O ajuste com furo-base é H7-u6. O material do mancal é aço 440A. • Determine os diâmetros máximos e mínimos para o eixo e mancal na temperatura de 20 ºC e na temperatura de serviço; • Determine a folga ou interferência nas temperaturas de 20 °C e de serviço. • Caso o mancal tenha que ser substituído, haverá mais facilidade de remoção quando a união estiver quente ou quando estiver frio? Conclua! 34 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-6158: Norma de sistema de tolerância e ajustes. Rio de Janeiro, 1980. 2. ______. NBR-6173: Terminologia de tolerância e ajuste. Rio de Janeiro, 1980. 3. CALLISTER Jr, W. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5a edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002. 4. CORRÊA, H.; GUIANESI, I. Justi-in-time, MRP e OPT – um enfoque estratégico. São Paulo: Ed. Atlas, 1994. 5. ESCOLA TÉCNICA TUPY. Desenho técnico mecânico. v.2. 9ª ed. Joinville: 1992. 6. KIRCHOFF, L. F. Elementos de máquinas I. Santa Maria: Departamento de Fabricação – Centro de Tecnologia - UFSM, 1980. (Material didático da disciplina Elementos de Máquinas I, do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Maria). 7. NIEMANN, Gustav. Elementos de máquinas. v.1. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., 1982. 8. LOSEKANN, C. R.; FERROLI, P. C. M. Fabricação para designers. Uma abordagem de integração projeto/manufatura. Itajaí. Ed. Univali, 2006. 9. SOUZA, Sérgio Augusto, Ensaios mecânicos de materiais metálicos. 5a edição. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., 1982. 10. TELECURSO 2000 profissionalizante. Elementos de máquinas. São Paulo: Ed. Globo S.A., 1998. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS Exercício 1.1 Peças 1 2 3 4 5 Série Renard a 40,00 50,00 62,50 78,12 97,65 R10 b 60,00 70,80 83,54 98,58 116,32 R40/3 D im en sã o (m m ) c 20,00 26,60 35,38 47,05 62,58 R40/5 Exercício 1.2 Peças 1 2 3 4 5 6 Série Renard a 21,0 22,3 23,6 25,02 26,5 28,1 R40 D im en sã o (m m ) b 46,0 51,5 57,7 64,6 72,3 81,0 R20 Exercício 1.3 R10 35 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Exercício 1.6 a) 500H7/r6 Quadro resumo Diâm. nominal (mm) IT Campo de tolerância Afast. sup. (µm) Afast. inf. (µm) Tolerância (µm) Diâm. máx (mm) Diâm. min (mm) EIXO 500 6 r 172 132 40 500,172 500,132FURO 500 7 H 63 0 63 500,063 500,000 µm 172Imáxima = µm 69Imínima = b) 20m5/K6 Quadro resumo Diâm. nominal (mm) IT Campo de tolerância Afast. sup. (µm) Afast. inf. (µm) Tolerância (µm) Diâm. máx (mm) Diâm. min (mm) EIXO 20 5 m 17 8 9 20,017 20,008 FURO 20 6 K -2 -15 13 19,998 19,985 µm 32Imáxima = µm 1Imínima 0= c) 30n6/F7 Quadro resumo Diâm. nominal (mm) IT Campo de tolerância Afast. sup. (µm) Afast. inf. (µm) Tolerância (µm) Diâm. máx (mm) Diâm. min (mm) EIXO 30 6 n 28 15 13 30,028 30,015 FURO 30 7 F 41 20 21 30,041 30,020 µm 26Fmáxima = µm 8Imáxima = Exercício 1.8 Temperatura de trabalho Diâm. nominal Diâm. máx Diâm. min (mm) (mm) (mm) EIXO 40 39,9954 39,9333 FURO 40 40,1366 40,0365 Fmáxima = 0,2033 mm Fmínimo = 0,0411 mm 36 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ELEMENTOS DE MÁQUINAS I Prof. Dr. Cláudio R. Losekann Exercício 1.9 a) 500H7/r6 Temperatura de trabalho Diâm. nominal Diâm. máx Diâm. min a) 500H7/r6 (mm) (mm) (mm) EIXO 500 500,9068 500,8667 FURO 500 501,5972 501,5340 Temperatura de trabalho Diâm. nominal Diâm. máx Diâm. min b) 20m5/K6 (mm) (mm) (mm) EIXO 20 20,0428 20,0338 FURO 20 20,0380 20,0250 Temperatura de trabalho Diâm. nominal Diâm. máx Diâm. min c) 30n6/F7 (mm) (mm) (mm) EIXO 30 30,0575 30,0445 FURO 30 30,0691 30,0481 Acoplamento Folga máxima (mm) Folga mínima (mm) Interferência máxima (mm) a) 500H7/r6 0,7305 0,6272 b) 20m5/K6 0,0043 0,0178 c) 30n6/F7 0,0246 0,0094 Exercício 1.10 Temperatura normal Diâm. nominal Afast. sup. Afast. inf. Tolerância Diâm. máx Diâm. min (mm) IT Campo de tolerância (µm) (µm) (µm) (mm) (mm) EIXO 60 6 u 106 87 19 60,106 60,087 FURO 60 7 H 30 0 30 60,030 60,000 I máx = 0,1060 mm I mín = 0,0570 mm Temperatura de trabalho Diâm. nominal Diâm. máx Diâm. min (mm) (mm) (mm) EIXO 60 60,1412 60,1222 FURO 60 60,0606 60,0306 I máx = 0,1106 mm I mín = 0,0615 mm Haverá mais facilidade de remoção com prensa quando o sistema mancal-eixo estiver frio, pois a interferência na temperatura ambiente é menor. Outra forma de remoção é resfriar o sistema, com posterior aquecimento do mancal pelo método de aquecimento por indução. 37 1 – TOLERÂNCIAS E AJUSTES 1.1 - INTRODUÇÃO 1.2 - NÚMEROS NORMALIZADOS 1.3 - TOLERÂNCIAS E AJUSTES 1.3.1 - DEFINIÇÕES 1.3.2 - TOLERÂNCIA 1.3.2.1 - Qualidade de trabalho 1.3.2.2 - Posição do campo de tolerância 1.3.2.3 - Escolha da tolerância e indicação em desenho 1.3.3 - AJUSTE 1.3.4 - APLICAÇÕES 1.3.5 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS AJUSTES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
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