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Transporte sanguíneo dos gases respiratórios

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Transporte Sanguíneo dos gases respiratórios
Transporte de O2
Fluxo do oxigênio
A partir de uma pressão parcial maior, há a difusão nos espaços difusionais para o sangue que chega hipoxigenado e rico em CO2.
Isso cria um gradiente de difusão, de forma que o sangue vai ficando oxigenado a medida em que passa pelos espaços difusionais.
A pressão parcial do oxigênio nas células é baixa, o que faz com ele se difunda do sangue para as células.
Transporte do oxigênio
Acontece com a saído do ar alveolar, que possui maior pressão parcial, passa pelo epitélio alveolar, dissolve no líquido intersticial, atravessa a parede capilar e se dissolve no plasma sanguíneo.
Dissolve-se, encontra os eritrócitos, dissolve-se na água citoplasmática. 
A absoluta maioria do O2 é transportado pela hemoglobina.
A baixa pressão parcial de oxigênio nas células faz com que esse gás se difunda para o interior das células.
A força que garante o fluxo do oxigênio é a diferença de pressão parcial. Quanto maior a diferença, maior a intensidade do fluxo.
Hemoglobina
Composto tetramérico que apresenta duas cadeias alfa – alfa1 e alfa2 - ligadas entre si, e que se ligam a duas cadeias beta – beta1 e beta2 – ligadas entre si com menor intensidade que as cadeias alfas. Isso faz com que a hemoglobina oxigenada mude sua conformação, o que determina a alteração da cor do sangue.
No meio de cada uma das globinas há um grupo heme – grupo prostético da hemoglobina (não é proteína). É no centro desse grupo que existe um grupo pirrol em cujo centro está uma molécula de ferro.
Afinidade do oxigênio com a hemoglobina: a medida em que a pressão parcial a qual a hemoglobina é exposta, a saturação da hemoglobina por oxigênio aumenta.
72% de saturação, com 40 mmHg caracteriza o sangue venoso – ainda há grande concentração de oxigênio. 
Vantagem: se o sangue passa por um tecido que ainda há necessidade de oxigênio, o sangue ainda supre a necessidade desse tecido.
A partir de 72% de saturação, a curva do gráfico apresenta uma inclinação menor – a pressão parcial de oxigênio deve aumentar muito para que haja maior saturação. Diminui a afinidade com que a hemoglobina capta e liga ao O2. 
Se houver desvio da curva para a direita e para baixo: diminuiu a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio.
Desvio para a esquerda e para cima: aumento da afinidade na ligação da hemoglobina com o oxigênio.
A quantidade de hemoglobina varia dentro de cada hemácia. Quanto maior a quantidade de hemoglobina, maior a saturação. A capacidade de transportar oxigênio varia conforme a quantidade de hemoglobina nas hemácias.
Efeito da temperatura:	
Relacionada com a taxa metabólica – quanto maior a taxa metabólica, maior a quantidade de calor. 
Quando a temperatura aumenta, há diminuição da afinidade da ligação da hemoglobina com o oxigênio – doa o oxigênio com maior facilidade.
Aumento de temperatura ocorre em febre, aumento de taxa metabólica, exercício físico – aumenta a demanda por O2. 
A diminuição da temperatura faz com que a afinidade com o oxigênio aumente. Nessa situação, a taxa metabólica e a demanda de O2 caem e o oxigênio é doado com maior dificuldade. Isso faz com que o oxigênio não se transforme em peróxido, que é tóxico ao organismo.
Efeito da pressão parcial de gás carbônico 
O aumento da pressão parcial de CO2 promove diminuição na afinidade da hemoglobina por O2.
A diminuição da pressão parcial de CO2 promove o aumento na afinidade da hemoglobina por O2.
Efeito do pH
O pH fisiológico é 7,4.
A diminuição do pH – acidificação – ocorre com o aumento da atividade metabólica. Quanto mais ácido, maior a demanda de O2, logo menor afinidade.
O aumento do pH – alcalinização – ocorre com a diminuição da atividade metabólica. Aumenta a afinidade por O2.
Transporte de CO2
Pode ser transportado pela parte líquida do sangue – carbono em solução.
Acontecem reações com as proteínas plasmáticas (pouco importante)
Reações nos eritrócitos (mais importante)
Será transportado pelo sangue venoso até a circulação pulmonar. O CO2 difunde para o alvéolo, atravessando a membrana respiratória. 
Sangue venoso transporta mais CO2 que sangue arterial.
Carbono dissolvido
CO2 no plasma pode formar ácido carbônico – plasma é basicamente água. 
CO2 + H2O -> H2CO3 – hidratação. Equilíbrio é deslocado para a esquerda.
Anidrase carbônica: 
Forma o composto carbamino – proteínas plasmáticas que reagem com o carbono, formando uma carboxila que, em pH fisiológico leva à liberação de H+ que é neutralizado pelo bicarbonato. 
Nas proteínas plasmáticas há poucos radicais amino terminais livres. 
Reações que acontecem na hemácia com o CO2.
Nas proteínas dos eritrócitos, especialmente hemoglobina, há maior disponibilidade de radicais amino terminais. O CO2 se liga e forma compostos carbamino.
Reação de hidratação do carbono, na presença de anidrase carbônica que altera o equilíbrio da reação de hidratação mil vezes para a direita e capta os íons de H+ gerados. 
CO2 + H2O -> H2CO3 (anidrase carbônica) -> H+ + HCO-3. *
Captação de H+ nas hemácias
O bicarbonato, a medida em que vai se acumulando, se difunde para o plasma e se torna o principal tampão do sangue.
O equilíbrio elétrico é feito pelo influxo de cloro.
O H+ é captado pela hemoglobina – tamponamento.
Combinação com grupos carboxila básicos que estavam ionizados, formando grupos não dissociados.
Captação do H+ pela hemoglobina – ligação nos anéis pirrol, nos grupos imidazol da hemoglobina. Quando o sangue passa na intimidade dos tecidos, a hemoglobina libera o O2. Quando ela é desoxigenada, a conformação espacial do tetrâmero muda, e as interações entre os aminoácidos que formam as cadeias proteicas determinam modificações químicas. Nesse momento o imidazol capta o CO2 na intimidade dos tecidos. 
Esse CO2 é hidratado e captado. 
Na circulação pulmonar, o sangue venoso recebe O2-, que encontra a hemoglobina sem O2. O oxigênio se liga ao ferro, sendo oxigenada novamente. Assim, o H+ captado na intimidade do tecido, é liberado no momento em que a hemoglobina capta o oxigênio.
O H+ é liberado dentro da hemoglobina, sai da hemácia para o plasma, onde encontra o bicarbonato. A combinação desses íons forma o ácido carbônico, que dissocia em CO2 e água. O CO2 difunde com a água alveolar e é expirado.
O pH do sangue na circulação pulmonar é ácido, sendo controlado pelo sistema tampão, principalmente o bicarbonato.

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