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1530808650Curso Mege Prova Objetiva TJ CE Gabarito Comentado

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2 
CURSO MEGE 
Site para cadastro: www.mege.com.br 
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Telefone fixo: (99) 932143200 
Fanpage: /cursomege 
Instagram: @cursomege 
Material: Prova Objetiva TJ-CE (gabarito comentado) 
 
 
 
 
 
 
 
PROVA OBJETIVA TJ-CE 
(GABARITO COMENTADO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
SUMÁRIO 
 
OBSERVAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................................................... 4 
BLOCO I ................................................................................................................................................................ 5 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................................................... 5 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................................................... 10 
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................................ 20 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.................................................................................................... 31 
BLOCO II ............................................................................................................................................................. 36 
DIREITO PENAL .............................................................................................................................................. 36 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ........................................................................................................................ 50 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................ 67 
DIREITO ELEITORAL ........................................................................................................................................ 86 
BLOCO III ............................................................................................................................................................ 92 
DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................................................................. 92 
DIREITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................................................................... 96 
DIREITO AMBIENTAL .................................................................................................................................... 101 
DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................................................... 105 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
O presente material visa auxiliar nossos alunos e seguidores na análise de seus recursos a 
serem interpostos sobre a prova objetiva do TJ-CE, realizada no dia 01/07/2018. Trata-se de versão 
que ainda será ampliada e diagramada para função definitiva de material de estudo. A celeridade na 
apresentação deste conteúdo visa suprir a função inicial de cumprir o prazo recursal apresentado 
pela banca organizadora do certame. 
Questões que entendemos passíveis de recursos (não deixem de conferir os respectivos 
comentários): 13, 14, 33, 36, 41, 53, 55 e 75. 
Na identificação de temas abordados por nossa equipe, em rápida apuração, destacamos 
apenas as questões trabalhadas na turma específica de reta final para o TJ-CE e aulão de véspera 
de prova, realizado em Fortaleza-CE (sábado, 30/06/2018). Portanto, nesta abordagem, não foram 
consideradas antecipações de materiais e aulas do Mege de Turma Extensiva e Regular de 
magistratura (que trabalham um modelo de edital completo), simulados de provas objetivas e turma 
de informativos. 
Contem sempre com nosso apoio! 
Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
TJ-CE 
PROVA OBJETIVA SELETIVA 
BLOCO I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1. Elemento acidental do negócio jurídico, a condição possui, entre outras, as seguintes 
características: 
 
(A) impositividade e certeza. 
(B) acessoriedade e voluntariedade. 
(C) legalidade e futuridade. 
(D) involuntariedade e incerteza. 
(E) legalidade e brevidade.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
São elementos acidentais do negócio jurídico o termo, o encargo e a condição. Assim, não se trata a 
condição de elemento essencial do negócio jurídico, mas sim acidental, de onde deriva sua 
caraterística de acessoriedade. Em complemento, conforme preceitua o art. 121 do CC, “considera-
se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do 
negócio jurídico a evento futuro e incerto”. Portanto, verifica-se que a voluntariedade também é 
característica da condição. Como resultado, a única alternativa correta é a letra B.
2. Maria decidiu alugar um imóvel de sua propriedade para Ana, que, no momento da assinatura 
do contrato, tinha dezessete anos de idade. Nessa situação hipotética, o contrato celebrado pelas 
partes é 
 
(A) nulo, uma vez que foi firmado por pessoa absolutamente incapaz, condição que pode servir de 
argumento para Ana extinguir o contrato. 
(B) anulável, portanto passível de convalidação, ressalvado direito de terceiros. 
(C) válido, desde que tenha sido formalizado por escritura pública, visto que tem por objeto um 
imóvel. 
(D) nulo, porque Ana deveria ter sido representada por um de seus genitores. 
(E) válido, ainda que Ana não possua capacidade de direito para celebrar o contrato de aluguel.
RESPOSTA: B 
 
6 
COMENTÁRIOS 
 
Ana, conforme narrado, era relativamente incapaz (CC, art. 4º, I). Assim, a questão buscava identificar 
a natureza do negócio jurídico praticado por agente relativamente incapaz. Tal resposta pode ser 
extraída da combinação dos arts. 171, I, e 172 do CC, que assim dispõem: 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
Portanto, a única opção em consonância com os dispositivos legais é a letra B.
3. Pedro descobriu que seu nome havia sido inscrito em órgãos de restrição ao crédito por 
determinada instituição financeira em decorrência do inadimplemento de contrato fraudado por 
terceiro. Nesse caso hipotético, a instituição financeira 
 
(A) não responderá civilmente, uma vez que se trata de fato de terceiro, mas deverá proceder à 
retirada do registro negativo no nome de Pedro. 
(B) não responderá civilmente, porque a fraude configura uma excludente de caso fortuito externo. 
(C) responderá civilmente na modalidade objetiva integral. 
(D) responderá civilmente apenas se Pedro comprovar que sofreu prejuízos devido à inscrição de 
seu nome nos órgãos de restrição ao crédito. 
(E) responderá civilmente na modalidade objetiva, com base no risco do empreendimento.
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “Responsabilidade Civil” foi expressamente tratado na Rodada 4 da Turma de Reta Final TJ-
CE e em vídeo específico disponibilizado, além de revisado no “aulão de véspera” em Fortaleza (dia 
30/06/2018). 
 
Conforme o teor da Súmula 479 do STJ: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos 
danos gerados por fortuito interno relativoa fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de 
operações bancárias”. A referida súmula esboça entendimento consolidado em diversos julgados 
daquele tribunal, citando-se, por todos, o seguinte: "A jurisprudência do STJ tem entendido que, 
tendo em conta a natureza específica da empresa explorada pelas instituições financeiras, não se 
admite, em regra, o furto ou o roubo como causas excludentes do dever de indenizar, considerando-
se que este tipo de evento caracteriza-se como risco inerente à atividade econômica desenvolvida." 
(AgRg no Ag 997929 BA, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 
12/04/2011, DJe 28/04/2011).
4. Em um contrato, as partes pactuaram livremente o prazo de trinta dias para o exercício de 
eventual direito de arrependimento. Esse prazo possui natureza 
 
7 
 
(A) prescricional e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
(B) prescricional e somente pode ser suscitado pelas partes. 
(C) decadencial e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
(D) decadencial e somente pode ser suscitado pelas partes. 
(E) diversa da prescricional ou decadencial.
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
Verifica-se do enunciado que as partes convencionaram a perda de um direito em razão do decurso 
do prazo, o que configura a decadência convencional. Assim, aplica-se ao caso o art. 211 do CC, que 
assim estabelece: “Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-
la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”.
5. Contrato de prestações certas e determinadas no qual as partes possam antever as vantagens e 
os encargos, que geralmente se equivalem porque não envolvem maiores riscos aos pactuantes, é 
classificado como 
 
(A) benéfico. 
(B) aleatório. 
(C) bilateral imperfeito. 
(D) derivado. 
(E) comutativo.
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
Contrato benéfico (ou gratuito) é aquele que, de acordo com a vontade das partes, só consigna 
vantagem para uma das partes. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA 
Contrato aleatório é aquele em que as vantagens são incertas, podendo ser maiores, iguais ou 
menores do que as prestações realizadas para obtê-las, ou até absolutamente nulas. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
Contrato bilateral impróprio é aquele que nasce unilateral, mas por uma alteração na essência passa 
a ser bilateral; razão pela qual passa a ser denominado unilateral imperfeito ou impróprio. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
Contrato derivado é aquele cujo objeto é extraído do próprio objeto do contrato principal, como 
ocorre na locação e sublocação 
ALTERNATIVA E: CORRETA 
 
8 
Contrato comutativo é aquele em que se estabelece equivalência aproximada ou exata entra as 
prestações e vantagens das partes das partes contratantes, tal como trazido na assertiva.
 
6. João propôs ação de usucapião extraordinária em uma das varas cíveis da comarca de Fortaleza 
– CE. Nessa situação hipotética, 
 
(A) a sentença servirá de título para registro no cartório de imóveis, em caso de procedência da 
ação. 
(B) a petição inicial deve conter comprovação dos requisitos de boa-fé e do justo título de João. 
(C) o requisito temporal não pode ser completado no curso do processo, em nenhuma hipótese. 
(D) o juiz deverá verificar se o autor comprovou a posse ininterrupta por pelo menos cinco anos. 
(E) o período de posse precária poderá ser considerado para fins de verificação do cumprimento 
do requisito temporal dessa modalidade de usucapião.
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Tratando-se de usucapião extraordinária, o art. 1.238 estabelece que: “Aquele que, por quinze anos, 
sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, 
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, 
a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis”. Assim, verifica-se como 
única hipótese correta a letra A.
7. Conforme classificação doutrinária, a herança, antes da formalização da partilha, pode ser 
considerada um bem de indivisibilidade 
 
(A) convencional e uma universalidade de fato. 
(B) convencional e uma universalidade de direito. 
(C) legal e uma universalidade de direito. 
(D) legal e uma universalidade de fato. 
(E) natural e uma universalidade de direito.
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “Sucessões” foi expressamente tratado na Rodada 10 da Turma de Reta Final TJ-CE, com 
abordagem específica para acerto. 
 
Conforme teor da Rodada 10 da Turma de Reta Final: “A herança é o complexo das relações jurídicas 
de expressão econômico patrimonial e de caráter não personalíssimo deixadas pelo de cujus em 
razão de sua morte, que não se confunde com o patrimônio, tendo em vista que ao patrimônio são 
 
9 
agregadas as relações de caráter personalíssimo, que ficam afastadas do complexo patrimonial que 
compõe a herança. De acordo com o art. 91 do CC, a herança tem natureza jurídica de universalidade 
de direito”. Portanto, a universalidade decorre da lei e se trata de universalidade de direito, razão 
pela qual a alternativa correta é a letra C.
 
8. Julgue os itens seguintes, a respeito do pagamento e de sua disciplina no Código Civil. 
(I) O credor não pode se recusar a receber pagamento parcial. 
(II) O pagamento pode ser feito por terceiro não interessado. 
(III) Se forem designados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha caberá ao credor. 
Assinale a opção correta. 
 
(A) Nenhum item está certo. 
(B) Apenas o item I está certo. 
(C) Apenas o item III está certo. 
(D) Apenas os itens I e II estão certos. 
(E) Apenas os itens II e III estão certos.
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
I – INCORRETA: CC, art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o 
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
II – CORRETA: CC, art. 304. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer 
em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
III – CORRETA. CC, art. 327. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher 
entre eles.
9. Conforme o Código Civil e a Lei de Registros Públicos, depende de averbação a 
 
(A) sentença de divórcio. 
(B) declaração de emancipação. 
(C) sentença de interdição. 
(D) certidão de nascimento. 
(E) certidão de óbito. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Conforme art. Art. 167 da LRP – No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. 
II – a averbação: 14) das sentenças de separação judicial, de divórcio e de nulidade ou anulação de 
casamento, quando nas respectivas partilhas existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a registro. 
 
10 
O mesmo entendimento poderia ser extraído a partir do CC, art. 10.
10. A curatela de pessoa com deficiência é medida protetiva extraordinária 
 
(A) que impõe aos curadores o dever de representar os curatelados e de prestar semestralmente 
contas de sua atuação ao juiz. 
(B) incompatível com a nomeação de curador provisório, haja vista a natureza definitiva da 
curatela. 
(C) que afetará somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial 
indicados na sentença. 
(D) que poderá ser instituída por iniciativa do próprio interditando, mediante escritura pública, 
conforme o CPC. 
(E) proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, sendo um instituto igual ao da 
modalidade de decisão apoiada.
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “Curatela” foi expressamente abordado na Rodada 7 da Turma de Reta Final TJ-CE. 
 
Conforme teor de nosso material na Rodada 7: “Com o Estatutoda Pessoa com Deficiência, a curatela 
ganhou novos contornos, de tal forma que a curatela da pessoa com deficiência deve ser tida como 
medida extraordinária e voltada tão somente à prática de atos de natureza patrimonial e negocial”. 
Assim, verifica-se que a única assertiva em consonância com o entendimento doutrinário é a 
assertiva C.
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11. Após as providências preliminares de saneamento, o juiz decidiu parte do mérito da causa 
antecipadamente, por considerar que alguns pedidos formulados eram incontroversos. 
Nessa situação, o juiz exerceu 
 
(A) cognição exauriente: a sentença é, necessariamente, líquida e o recurso cabível será a apelação. 
(B) cognição sumária: a sentença é ilíquida e o recurso cabível será a apelação. 
(C) cognição exauriente: o recurso cabível será o agravo de instrumento, independentemente de a 
decisão ter sido líquida ou ilíquida. 
(D) cognição exauriente: a decisão é, necessariamente, líquida e o recurso cabível será o agravo de 
instrumento. 
(E) cognição sumária: a decisão é, necessariamente, líquida e o recurso cabível será o agravo de 
instrumento. 
 
11 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
Ao exercer uma cognição exauriente, o juiz decide com base em um juízo de certeza jurídica, 
proferida após a formação do contraditório, gerando a possibilidade de formação da coisa julgada 
material. Por outro lado, ao proferir uma decisão com base em um juízo de cognição sumária, o juiz 
decide com base em um juízo de probabilidade (e não de certeza), reconhecendo que há indícios da 
existência do direito. Como é tomada com base apenas em uma probabilidade, a decisão proferida 
com base em um juízo de cognição sumária não é capaz de gerar a coisa julgada. Após as providências 
preliminares (arts. 347 a 353 do NCPC), o magistrado já ouviu o réu, permitindo-lhe exercer o 
contraditório e ampla defesa. Desta forma, ao decidir antecipadamente o mérito de algum dos 
pedidos por serem incontroversos, o magistrado possui a certeza jurídica a respeito da questão 
debatida, decidindo, portanto, com base em juízo de cognição exauriente. Frise-se que a referida 
decisão poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida (art. 356, §1º, NCPC), sendo 
impugnável por agravo de instrumento (art. 356, §5º, do NCPC). 
12. A fixação de calendário para a prática de atos processuais 
 
(A) vincula as partes, mas não o juiz. 
(B) torna dispensável intimação para a audiência cuja data esteja designada no calendário. 
(C) é uma convenção processual e, portanto, não pode ser firmada pela fazenda pública. 
(D) deve assumir a forma determinada em lei para evitar falha que gere nulidade. 
(E) é uma convenção processual que, se estipular confidencialidade, permitirá que o processo 
tramite em segredo de justiça.
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
Questão abordada na videoaula sobre atos processuais da turma de reta final do TJ/CE. 
 
(A) INCORRETA – Art. 191, §1º, do NCPC – “Art. 191, § 1o O calendário vincula as partes E O JUIZ, e 
os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente 
justificados”. 
(B) CORRETA – Art. 191, §2º, do NCPC – “Art. 191, § 2o Dispensa-se a intimação das partes para a 
prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no 
calendário”. 
(C) INCORRETA – O calendário processual previsto no artigo 191 do NCPC nada mais é do que um 
negócio jurídico plurilateral (envolve as partes e o juízo). A Fazenda Pública, atuando como parte, 
pode, perfeitamente, celebrar negócio jurídico processual, não havendo vedação legal quanto a isso. 
 
12 
Nesse sentido, vide o Enunciado 256 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) – “A 
Fazenda Pública pode celebrar negócio jurídico processual”. 
(D) INCORRETA – Como regra, a forma do negócio jurídico processual atípico é livre, não havendo 
uma previsão específica na lei. Neste sentido, dispõe o Enunciado 400 do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis (FPPC) – “A validade do negócio jurídico processual, requer agente capaz, objeto 
lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei”. 
(E) INCORRETA – A Publicidade Processual é um imperativo constitucional decorrente do artigo 5º, 
LX (LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem;), e do artigo 93, IX (IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, 
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação;) e X (X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e 
em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;) 
da Constituição, razão pela qual apenas nas hipóteses previstas em lei o processo poderá tramitar 
através de segredo de justiça, hipóteses estas na qual não se incluiu o acordo entre as partes. 
13. Julgue os seguintes itens, acerca dos poderes do juiz. 
I - Como regra geral, o juiz pode dilatar os prazos processuais dilatórios, mas não os peremptórios, 
e alterar a ordem de produção dos meios de prova. 
II - O juiz exerce poder hierárquico quando, por exemplo, indefere o pedido de pergunta do 
advogado. 
III - Incidirá a pena de confesso sobre a parte que, intimada, não comparecer ao interrogatório 
designado pelo juízo para aclarar pontos sobre a causa. 
Assinale a opção correta. 
 
(A) Apenas o item I está certo. 
(B) Apenas o item II está certo. 
(C) Apenas os itens I e III estão certos. 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
(E) Todos os itens estão certos. 
 
COMENTÁRIOS 
RESPOSTA: A 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
Segundo o gabarito a assertiva correta seria letra A. A letra “A” afirma que apenas o item I está 
certo. No entanto, o item I está errado. O item que mais se aproxima da correção é o item C, 
conforme será visto abaixo. 
 
 
13 
(A) INCORRETA – Art. 139, VI, e art. 222, §1º, ambos do NCPC – “Art. 139. O juiz dirigirá o processo 
conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI - dilatar os prazos processuais e alterar a 
ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito. / Art. 222, § 1o Ao juiz é vedado REDUZIR prazos 
peremptórios sem anuência das partes”. – Pelos dispositivos mencionados acima, observa-se que o 
Juiz pode dilatar tanto os prazos dilatórios como os peremptórios, não, podendo, apenas, reduzir os 
prazos peremptórios sem a anuências das partes. Veja que o artigo 139, VI, ao permitir a dilação dos 
prazos processuais, não faz qualquer menção à natureza do prazo, isto é, se dilatório ou peremptório. 
(B) INCORRETA - Não há hierarquia entre juiz e advogado (Art. 6º da Lei 8.906/94 – Estatuto da OAB 
- Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério 
Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos). Ao indeferir uma pergunta 
do advogado, o juiz exerce o seu poder de direção do processo (art. 139, caput, e art. 459, ambos do 
NCPC). 
(C) CORRETA – Era a assertiva que mais se aproxima do correto. Isso porque, segundo o artigo 385, 
§1º, do NCPC, “se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da 
pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a 
pena”. Veja, entretanto, que é indispensável a intimaçãopessoal (não basta a intimação na pessoa 
do advogado), na qual conste a advertência de que, caso não compareça à audiência, ser-lhe-á 
aplicada a pena de confesso. Estes dois requisitos não constaram na assertiva. 
 
14. O negócio jurídico processual adquire eficácia a partir 
 
(A) da homologação do negócio pelo juízo antes do trânsito em julgado. 
(B) da verificação da existência e da validade do negócio, em respeito às normas de ordem pública. 
(C) da verificação da licitude do negócio e de sua forma, que deve ser permitida ou não vedada por 
lei. 
(D) da homologação do negócio pelo juízo, desde que verse sobre direitos disponíveis. 
(E) da homologação do negócio pelo juízo antes da prolação da sentença.
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
O gabarito aponta como assertiva correta a letra “A”. No entanto, a assertiva A não está correta, 
conforme será exposto abaixo. 
A questão foi abordada na videoaula sobre atos processuais da turma de reta final do TJ-CE. 
 
Conforme ensina Fredie Didier (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao 
direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. - 20. ed. - Salvador: 
Ed. Jus Podivm, 2018, p. 456): 
 
14 
 
“Há negócios processuais que dependem de homologação judicial 
(desistência da demanda, art. 200, par. Ún; organização consensual do 
processo, art. 357, §2º). Nesses casos, somente produzirão efeitos após a 
homologação. A NECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO DE UM NEGÓCIO 
PROCESSUAL DEVE VIR PREVISTA EM LEI. Quando isso acontece, a 
homologação judicial é uma condição legal de eficácia do negócio jurídico 
processual. 
O negócio processual atípico baseado no art. 190 segue, porém, a regra geral 
do caput, do art. 200 do CPC: PRODUZEM EFEITOS IMEDIATAMENTE, salvo 
se as partes, expressamente, houverem modulado a eficácia do negócio, com 
a inserção de uma condição ou de um termo. 
(...) 
A regra é a seguinte: não possuindo defeito, o juiz não pode recusar a 
aplicação do negócio processual”. 
 
No mesmo sentido, leciona Daniel Amorim que (NEVES, Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual 
de Direito Processual Civil – Volume único. 8. Ed. Salvador: Juspodivm, 2016, ebook) 
 
“O NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL NÃO DEPENDE DE HOMOLOGAÇÃO 
PELO JUIZ, aplicando-se ao caso o previsto no art. 200, caput, do Novo 
CPC830, de forma que o acordo procedimental é eficaz independentemente 
de qualquer ato homologatório judicial. Cabe ao juiz, entretanto, controlar a 
validade do negócio jurídico processual, de ofício ou a requerimento da parte, 
levando em conta a análise dos requisitos formais exigidos de forma geral 
para a regularidade do negócio jurídico e o previsto no art. 190, parágrafo 
único, do Novo CPC”. 
 
Neste sentido, dispõe o Enunciado 133 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que 
“Salvo nos casos expressamente previstos em lei, os negócios processuais do art. 190 não dependem 
de homologação judicial”. 
 
Da mesma forma, preceitua o Enunciado 261 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) 
que “o art. 200 aplica-se tanto aos negócios unilaterais quanto aos bilaterais, incluindo as convenções 
processuais do art. 190”. 
 
Desta forma, observa-se que a assertiva A está incorreta, devendo a questão ser anulada. 
 
15. Com base no CPC, é correto afirmar que o valor da causa 
 
 
15 
(A) não servirá de base de cálculo para a fixação de multa por ato atentatório à dignidade da justiça 
caso seja irrisório ou demasiado elevado. 
(B) é um requisito legal da petição inicial, mas não da reconvenção. 
(C) não poderá ser corrigido de ofício pelo juiz, mesmo se verificado que a monta indicada não 
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão. 
(D) pode ser corrigido a qualquer tempo se comprovada alteração superveniente de fato ou de 
direito, oportunidade na qual será complementado o seu pagamento, se necessário. 
(E) corresponderá, em causa relativa a obrigação por tempo indeterminado, à soma das parcelas 
vencidas mais o valor de uma prestação anual relativa às parcelas vincendas. 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA – Art. 77, §§ 2º e 5º, do NCPC – “Art. 77, § 2o A violação ao disposto nos incisos IV e 
VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, 
civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de 
acordo com a gravidade da conduta. § 5o Quando o valor da causa for irrisório OU INESTIMÁVEL, a 
multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo”. 
(B) INCORRETA – Art. 292 do NCPC – “Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: (...)”. 
(C) INCORRETA – Art. 292, §3º, do NCPC – “Art. 292, § 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, 
o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao 
proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes”. 
(D) INCORRETA - Ao juiz só é dado controlar de ofício o valor da causa, corrigindo-o, antes do 
oferecimento da contestação. Oferecida esta e não tendo havido correção de ofício pelo juiz nem 
tendo o demandado impugnado, em preliminar, o valor da causa indicado pelo demandante, ter-se-
á por correto o valor da causa, o qual não poderá mais ser alterado. 
(E) CORRETA – Art. 292, §§1º e 2º, do NCPC – “Art. 292, § 1o Quando se pedirem prestações vencidas 
e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. § 2o O valor das prestações vincendas será 
igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 
(um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações”. 
 
16. A reclamação é um instrumento jurídico que 
 
(A) busca garantir a autoridade das decisões de tribunais e tem cabimento restrito ao STF e ao STJ. 
(B) pode ser proposta em até dois anos após o trânsito em julgado da decisão reclamada. 
(C) cabe para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. 
(D) pode gerar, se julgada procedente, a cassação de ato jurisdicional, mas não a sua revisão. 
 
16 
(E) tem natureza recursal, uma vez que poderá reverter a decisão reclamada.
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA – Art. 988, II e §1º, do NCPC – “Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou 
do Ministério Público para: II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; § 1o A reclamação pode 
ser proposta PERANTE QUALQUER TRIBUNAL, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja 
competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir”. 
(B) INCORRETA – Art. 988, §5º, I, do NCPC – “Art. 988, §5º É inadmissível a reclamação: I – proposta 
após o trânsito em julgado da decisão reclamada”. 
(C) INCORRETA - Art. 988, §5º, II, do NCPC – “Art. 988, §5º É inadmissível a reclamação: II – proposta 
para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida 
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, QUANDO 
NÃO ESGOTADAS AS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
(D) CORRETA – Segundo Alexandre Freitas Câmara (Câmara, Alexandre Freitas O novo processo civil 
brasileiro / Alexandre Freitas Câmara. – 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2017. Ebook) “O julgamento de 
procedência do pedido formulado na reclamação cassará a decisão exorbitante ou determinará 
medida adequada à solução da controvérsia (art. 992). Perceba-se que, não sendo a reclamação umrecurso, não terá ela o efeito de reformar o ato reclamado. O tribunal, ao julgar procedente a 
reclamação, poderá, no máximo, invalidar o ato impugnado, cassando-o. Além disso, incumbe ao 
tribunal determinar as medidas que sejam necessárias para preservar sua competência ou garantir a 
autoridade de suas decisões. Assim, por exemplo, poderá o tribunal determinar que lhe sejam 
remetidos os autos do processo (para que possa exercer sua competência), ou que seja prolatada 
nova decisão (respeitando o precedente ou enunciado de súmula vinculante que não tinha sido 
observado no ato impugnado), ou, ainda, determinar que sejam praticados quaisquer outros atos 
que se revelem necessários para garantir a autoridade de sua decisão, o que mostra ter sido adotado 
um sistema de atipicidade das medidas empregáveis para garantir o cumprimento da decisão tomada 
no julgamento da reclamação”. 
(E) INCORRETA – A Reclamação é ação de natureza constitucional, que visa preservar a competência 
desta Corte ou garantir a autoridade de suas decisões, conforme dispõem os arts. 105, I, f, da 
Constituição Federal e 13 e seguintes da Lei 8.038/90, sendo indevido o seu uso como sucedâneo 
recursal" (AgRg na Rcl 29.553/RJ, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Primeira Seção, DJe 25/4/2016).
 
17. Conforme a jurisprudência do STJ e a legislação pertinente, mandado de segurança pode ser 
impetrado 
 
(A) contra ato de gestão comercial praticado por administrador de empresa pública. 
(B) por terceiro contra ato judicial, desde que recurso tenha sido previamente interposto. 
(C) por qualquer pessoa física ou jurídica, excluídos os órgãos públicos despersonalizados e as 
universalidades legais. 
 
17 
(D) contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista. 
(E) contra ato ilegal omissivo sobre relação jurídica de trato sucessivo, no prazo decadencial de 
cento e vinte dias, contados a partir da ciência do ato.
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA – Art. 1º, §2º, da Lei 12.016/09 – “Art. 1º, § 2º Não cabe mandado de segurança 
contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público”. 
(B) INCORRETA – Súmula 202 do STJ – “A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, 
não se condiciona a interposição de recurso”. 
(C) INCORRETA – REsp 1305834/DF – “A legitimidade ativa no mandamus é do titular do direito 
subjetivo violado, que pode ser tanto a pessoa física como jurídica, nacional ou estrangeira ou 
universalidade patrimoniais e órgãos públicos. Em razão de o Mandado de Segurança estar incluído 
entre os direitos e garantias fundamentais, a interpretação acerca da legitimidade deve ser ampla, 
razão pela qual não se pode excluir as pessoas jurídicas de direito público interno (REsp 1305834/DF, 
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/11/2016, DJe 30/11/2016)”. 
(D) CORRETA – Súmula 333 do STJ – “Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública”. 
(E) INCORRETA - Consoante a jurisprudência pacífica do STJ, "nos casos em que se discute o ato 
omissivo continuado da Administração Pública, como o não reajustamento de vantagem 
pecuniária, a relação é de trato sucessivo e o prazo decadencial para impetrar o mandado de 
segurança renova-se mês a mês, não se havendo falar em decadência" (STJ, AgRg no AREsp 
15.613/GO, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/09/2013). 
18. Em sentença, foi julgado procedente o pedido autoral, com base em fundamento suficiente. 
Em recurso, o réu pediu a apreciação de outros argumentos da defesa que não haviam sido 
considerados na sentença. O tribunal conheceu do recurso e, ao julgá-lo, verificou uma questão de 
ordem pública que não havia sido cogitada até então na demanda. Com base nessa questão de 
ordem pública, prolatou-se acórdão que reformou a sentença. 
Com relação aos efeitos recursais no caso hipotético apresentado, são verificados, respectiva e 
cronologicamente, os efeitos 
 
(A) regressivo, translativo e expansivo. 
(B) regressivo, devolutivo e translativo. 
(C) devolutivo, expansivo e translativo. 
(D) devolutivo, translativo e substitutivo. 
(E) devolutivo, translativo e regressivo.
RESPOSTA: D 
 
18 
COMENTÁRIOS 
 
Efeito devolutivo - Trata-se da transferência ao órgão “ad quem” do conhecimento de matérias que 
já tenham sido objeto de decisão no juízo “a quo”. A doutrina entende que todo recurso gera efeito 
devolutivo. Isso porque a incidência do efeito devolutivo independe de a competência para analisar 
o recurso seja de órgão distinto do recorrido. O efeito devolutivo possui duas dimensões. A dimensão 
horizontal é entendida como a extensão da devolução, estabelecida pela matéria em relação à qual 
uma nova decisão é pedida, é dizer, aquilo que o recorrente pretende devolver ao tribunal (Ex: se a 
decisão possui 03 capítulos, e o recorrente recorrer só de dois, somente dois capítulos serão 
analisados no recurso). O efeito horizontal está previsto no art. 1.013, caput, do CPC (Art. 1.013. A 
apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.) Já a dimensão vertical é 
entendida como a profundidade da devolução. Dessa forma, dentro daquelas matérias definidas pelo 
recorrente, o tribunal poderá analisar todos os fundamentos, questões e alegações relativas àquela 
matéria, ainda que eles não tenham sido objeto de recurso pela parte (art. 1013, §1º - Serão, porém, 
objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no 
processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado). 
Efeito translativo - Por efeito translativo, deve-se entender a possibilidade de o tribunal conhecer 
determinadas matérias de ofício no julgamento do recurso. Normalmente é associado às matérias de 
ordem pública, mas também se aplica as matérias que, apesar de não serem propriamente de ordem 
pública, a própria lei determina que podem ser conhecidas de ofício (Ex: prescrição). 
Efeito expansivo - Será gerado o efeito expansivo toda vez que o julgamento do recurso ensejar 
decisão mais abrangente do que a matéria impugnada, ou ainda quando atingir sujeitos que não 
participaram como partes no recurso, apesar de serem partes na demanda. Na primeira situação 
ocorre o chamado efeito expansivo objetivo, o qual pode ser ainda interno ou externo, a depender 
da matéria atingida pelo julgamento do recurso estar localizada dentro ou fora da decisão 
impugnada. Na segunda situação há o chamado efeito expansivo subjetivo. 
Efeito substitutivo - O CPC determina que o julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, 
nos limites da impugnação (Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão 
impugnada no que tiver sido objeto de recurso). A doutrina, contudo, defende que não se deve 
interpretar o dispositivo de forma literal, uma vez que a substituição por ele apregoada somente 
ocorre nos julgamentos de mérito recursal, e ainda assim a depender do resultado de tal julgamento, 
não ocorrendo a substituição em caso de não conhecimento do recurso. No caso de recurso julgado 
em seu mérito, é preciso analisar o conteúdo da decisão para saber se há ou não o efeito substitutivo. 
Sendo a causa de pedir do recurso fundada em “error in judicando” e o pedido de reforma da decisão, 
qualquer que seja a decisão de mérito do recurso haverá a substituição da decisão recorrida. Já nos 
casos de causa de pedir composta por “error in procedendo” e sendo o pedido de anulação da 
decisão, somente haverá efeito substitutivo no caso de “não provimento”do recurso, porque o 
provimento do recurso, ao anular a decisão impugnada, não a substitui, uma vez que uma nova 
decisão deverá ser proferida em seu lugar. 
Efeito regressivo - Parte da doutrina entende que não se trata de um efeito autônomo, sendo um 
simples reflexo do princípio devolutivo. Cuida-se de efeito que permite que por via do recurso a causa 
 
19 
volte ao conhecimento do juízo prolator da decisão. Trata-se de efeito previsto em todas as espécies 
de agravo previstas no CPC. No caso de apelação, o CPC previu três hipóteses desse efeito: no art. 
331, caput, na sentença de indeferimento da petição inicial, no art. 332, §3º, na sentença de 
improcedência liminar e no art. 485, §7º. 
 
Na questão da prova, a parte interpôs recurso de apelação contra a sentença de mérito (todo recurso 
possui efeito devolutivo), o que, em regra, não gera juízo de retratação (efeito regressivo). No 
julgamento da apelação, o Tribunal analisou uma questão de ordem pública sem que houvesse 
requerimento da parte (efeito translativo), proferido decisão que reformou a sentença, ou seja, que 
substituiu a sentença. 
19. O autor da ação poderá alterar o pedido inicial 
 
(A) até o saneamento do processo, desde que haja consentimento do réu. 
(B) até o término da fase postulatória, independentemente do consentimento do réu. 
(C) a qualquer tempo, sempre subordinado ao consentimento do réu. 
(D) após a citação do réu e independentemente do seu consentimento, se este for revel. 
(E) enquanto houver citações pendentes no caso de litisconsórcio passivo, desde que haja o 
consentimento dos réus já citados.
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 329 do NCPC – “Art. Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a 
causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, 
aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório 
mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar”. 
 
 
20 
20. Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto afirmar que a ação 
de improbidade administrativa 
 
(A) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo. 
(B) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os 
particulares beneficiados pelo ato ímprobo. 
(C) pode ser encerrada por meio de acordo firmado entre as partes e devidamente homologado 
pelo juízo. 
(D) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o 
direito ao contraditório e à ampla defesa. 
(E) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver sido 
praticada por agente público com foro privilegiado. 
.
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
É admitida a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o 
direito ao contraditório e à ampla defesa. Verificar REsp 1529688/SP (DJe 23/08/2016). 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21. Considerando-se a doutrina consumerista dominante acerca da segurança e da periculosidade 
de produtos e serviços, assinale a opção correta. 
 
(A) Os requisitos de normalidade e previsibilidade devem estar presentes para o reconhecimento 
da periculosidade inerente ou latente de produtos ou serviços. 
(B) Periculosidade adquirida é aquela que não deriva de defeito e que tem como característica 
principal a previsibilidade. 
(C) A informação adequada serve para mitigar os riscos dos produtos dotados de periculosidade 
exagerada, permitindo, assim, que eles sejam colocados no mercado. 
(D) O chamado vício de qualidade por insegurança não se confunde com defeito do produto ou do 
serviço. 
(E) Um produto não será considerado perigoso se estiver em conformidade com a regulamentação 
em vigor.
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
21 
 
A questão foi trabalhada com a Turma de Reta Final TJ-CE tanto no material escrito da Rodada 1 
como no aulão presencial de véspera em Fortaleza-CE. 
 
Trata-se de questão que explorou prioritariamente a doutrina sobre os riscos de produtos e serviços, 
tema devidamente trabalhado na Turma de Reta Final do TJ-CE (integralmente na Rodada 1 e 
parcialmente no aulão de véspera). 
Os arts. 8o a 10 do CDC trazem as noções básicas dos riscos dos produtos e serviços colocados no 
mercado de consumo. 
Em princípio, o artigo 8o estabelece que os produtos/serviços não poderão acarretar riscos à saúde 
e segurança do consumidor. Entretanto, são tolerados os riscos qualificados como “normais e 
previsíveis”, desde que acompanhados de informações claras e precisas. 
Trata-se da tolerância frente à periculosidade inerente ou latente: aquela que é indissociável do 
produto/serviço e não surpreende o consumidor (intrínseco). Essa tolerância, todavia, não exime o 
fornecedor do seu dever de informar. É possível, por exemplo, que o fornecedor seja 
responsabilizado pelo fato do produto ou do serviço não pelo risco em si (natural para aquela 
espécie), mas sim pela falta ou insuficiência de informações. 
Podem ser citados como exemplos clássicos de produtos com riscos inerentes e previsíveis: 
medicamentos, produtos de limpeza, faca de cozinha, etc. 
Ao lado dos produtos/serviços com riscos normais e previsíveis (art. 8o), existem aqueles 
potencialmente nocivos à saúde e/ou segurança (art. 9o). Nestes, os riscos não são normais ou 
previsíveis, ou seja, surpreendem o consumidor. Dessa forma, só podem ser evitados se houver 
informação adequada e ostensiva sobre a periculosidade ou nocividade (Ex.: venenos, agrotóxicos, 
fogos de artifício etc). 
Existem ainda os produtos/serviços com alto grau de nocividade ou periculosidade (art. 10). Para 
estes, há vedação de colocação no mercado de consumo, independentemente de haver informação 
clara, precisa e ostensiva a seu respeito. A lei, inclusive, faz menção a que o fornecedor sabe ou 
deveria saber. Ou seja, a ignorância do fornecedor não o exime da responsabilidade. 
A periculosidade exagerada é aquela que nem mesmo informações ostensivas e manifestas seriam 
capazes de mitigar seus riscos. Ressalte-se tratar de conceito jurídico indeterminado, devendo o 
aplicador preencher seu conteúdo no caso concreto, com auxílio técnico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Passemos a um quadro resumo: 
 
Produtos/serviços com 
riscos normais e 
previsíveis - 
periculosidade 
inerente/latente 
Produtos/serviços 
potencialmente nocivos 
ou perigosos 
Produtos/serviços com 
alto grau de nocividade 
ou periculosidade - 
periculosidade exagerada 
Art. 8o. Art. 9o. Art. 10. 
São permitidos. São permitidos. São vedados. 
Exige do fornecedor 
informações necessárias e 
adequadas a seu respeito. 
Exige do fornecedor 
informações ostensivas e 
adequadas. 
 
 
Feitos esses esclarecimentos, passemos à análise de cada uma das alternativas: 
 
(A) CORRETA 
Conforme explicitado acima, a periculosidade inerente ou latente é aquela em que os riscos dos 
produtos ou serviços são normais e previsíveis à espécies, ou seja, são inerentes, próprios daquele 
bem. 
 
(B) INCORRETA 
A periculosidade adquirida é aquela que resulta de um defeito, segundo divisão doutrinária proposta 
pelo Ministro Antônio Herman Benjamin. Trata-se de produto ou serviço que apresenta defeitos (= 
fato do produto ou do serviço) de concepção, fabricação ou comercialização. 
 
(C) INCORRETA 
Como visto acima, os produtos com periculosidade exagerada não são admitidos no mercado de 
consumo; a informação, neste caso, é de poucavalia em decorrência dos riscos excessivos do produto 
ou serviço, razão pela qual não serve para mitigar os riscos. 
 
(D) INCORRETA 
O vício de qualidade por insegurança é sim defeito do produto ou do serviço. Vejamos o seguinte 
quadro explicativo, que consta do material de reta final: 
 
VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO FATO DO PRODUTO/SERVIÇO 
Qualidade-adequação. Qualidade-segurança. 
Atinge o produto ou o serviço em si – 
intrínseco. 
Atinge em especial a incolumidade físico-
psíquica do consumidor ou de terceiros 
(as vítimas de consumo) – extrínseco. 
 Também denominado defeito ou 
acidente de consumo 
 
23 
Sujeita-se a prazo decadencial Sujeita-se a prazo prescricional 
 
(E) INCORRETA 
O fato de eventualmente estar em conformidade com a legislação em vigor não retira a 
periculosidade de produtos ou serviços. Para aqueles produtos ou serviços considerados perigosos e 
que podem ingressar no mercado de consumo (periculosidade inerente, por exemplo), há 
necessidade de seguir a regulamentação justamente para que se possa inserir riscos no mercado de 
consumo com responsabilidade e evitando danos para os consumidores.
 
22. A respeito das infrações penais tipificadas no CDC, assinale a opção correta. 
 
(A) Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, constitui infração 
penal. 
(B) Praticar crime tipificado no CDC em detrimento de operário ou rurícola não constitui 
circunstância agravante. 
(C) Permitir o ingresso em estabelecimento comercial de clientes em quantidade superior à fixada 
pela autoridade administrativa como quantidade máxima constitui crime. 
(D) Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com 
especificação clara de seu conteúdo caracteriza conduta atípica. 
(E) Empregar na reparação de produtos peça ou componente de reposição usado, ainda que se 
tenha a autorização prévia e expressa do consumidor, constitui crime.
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
OBSERVAÇÃO: Essa questão foi trabalhada com a Turma de Reta Final tanto em aula online 
específica sobre “Infrações Penais de Consumo” como no aulão presencial de véspera em Fortaleza-
CE. 
 
Questão que cobrou novidade legislativa de 2017. Registramos, desde a aula inaugural da Turma de 
Reta Final TJ-CE, a particularidade das provas de magistratura do TJ/CE e a tendência de cobrar crimes 
de consumo. Para isso, gravamos uma aula online para a turma e trouxemos o tema no aulão de 
véspera. Aluno Mege estava preparado para esta questão! Vamos a cada uma das alternativas. 
 
(A) INCORRETA 
Não há previsão de tipo penal para essa situação no Título próprio do CDC. Para tanto, o candidato 
deveria saber o conteúdo dos crimes de consumo previstos entre os arts. 63 a 74. 
 
(B) INCORRETA 
Trata-se de circunstância agravante especificamente prevista no art. 76, IV, “b”. Importante lembrar 
a existência de várias circunstâncias agravantes no CDC que consideram a vítima dos crimes: 
 
24 
Quanto à vítima do crime (inc. IV, “b”): 
- operário ou rurícola; 
- menor de 18 anos; 
- maior de 60 anos (idosos em geral); 
- pessoas portadoras de deficiência mental, independentemente de estarem interditadas. 
 
(C) CORRETA 
IMPORTANTE INOVAÇÃO LEGISLATIVA: A Lei n. 13.425/2017 é conhecida por “Lei Kiss”, pois 
estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em 
estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. 
Essa lei ganhou destaque nos meios de comunicação pois seu projeto teve como origem o desastre 
ocorrido na Boate Kiss, em janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria/RS, que deixou 242 mortos e 
mais de 600 pessoas feridas. 
A lei traz diversos dispositivos, incluídos os que alteraram o CDC. 
O art. 39 trata das práticas abusivas no mercado de consumo. Apesar de o rol legal ser meramente 
exemplificativo (já que consta do seu caput a possibilidade de outras práticas abusivas), a referida lei 
incluiu expressamente o inciso XIV, para taxar de abusiva a prática de “permitir o ingresso em 
estabelecimentos comerciais ou de serviços com um número maior de consumidores que o fixado pela 
autoridade administrativa como máximo”. 
Além disso, a desobediência ao limite máximo de pessoas também foi inserida como crime de 
consumo, ex vi art. 65, par. 2o, do CDC. 
 
(D) INCORRETA 
Trata-se, em verdade, de conduta típica (é crime), expressamente prevista no art. 74 do CDC. 
 
(E) INCORRETA 
O emprego de peças ou componentes de reposição usados na reparação de produtos é realmente 
crime de consumo (art. 70 do CDC), exceto se houver autorização do consumidor (o erro da assertiva 
é justamente este).
 
23. Após embarcar em um veículo de transporte público coletivo e pagado a passagem, João se 
desequilibrou, em razão de uma frenagem brusca, e se acidentou no interior do veículo, o que lhe 
causou diversas fraturas pelo corpo. Tendo como referência essa situação hipotética, assinale a 
opção correta, à luz do CDC e da jurisprudência do STJ. 
 
(A) A relação estabelecida entre João e a empresa de transporte público coletivo proprietária do 
veículo não se submete ao regime da legislação consumerista. 
(B) A ocorrência do acidente que lesionou o passageiro não configura defeito na prestação do 
serviço. 
(C) O prazo para o ajuizamento da ação de reparação de danos é decadencial. 
 
25 
(D) A responsabilidade da empresa de transporte pelos danos causados no acidente deverá ser 
condicionada à demonstração da existência de culpa do prestador. 
(E) O prazo para o ajuizamento da ação de reparação de danos é de cinco anos. 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
OBSERVAÇÃO: Essa questão foi trabalhada com a Turma de Reta Final TJ-CE no material escrito da 
Rodada 1. 
 
(A) INCORRETA 
Vimos, na Rodada 1 da Turma de Reta Final, que os serviços públicos estão sujeitos à incidência do 
CDC (art. 22), inclusive pontuando a seguinte diferenciação feita pelo STJ: 
 
- serviços públicos prestados por concessionárias, remunerados por tarifa ou preço público, sendo 
alternativa sua utilização → aplica-se o CDC; 
ex.: serviços de energia elétrica, de água, telefonia, transportes públicos etc. 
 
- serviços públicos próprios, remunerados por taxa (tributo) → não se aplica o CDC (entende-se que 
não há um consumidor propriamente dito, mas um contribuinte). 
 
A alternativa é, pois, incorreta. 
 
(B) e (C) INCORRETAS 
O acidente que lesionou o passageiro o atingiu em sua incolumidade física (falha de adequação-
segurança, pois). Conforme explicitado na mesma Rodada 1, trata-se de defeito do serviço. 
 
VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO FATO DO PRODUTO/SERVIÇO 
Qualidade-adequação. Qualidade-segurança. 
Atinge o produto ou o serviço em si – 
intrínseco. 
Atinge em especial a incolumidade físico-
psíquica do consumidor ou de terceiros 
(as vítimas de consumo) – extrínseco. 
 Também denominado defeito ou 
acidente de consumo 
Sujeita-se a prazo decadencial Sujeita-se a prazo prescricional 
 
Tratando-se de fato do serviço, atrai-se o prazo prescricional, e não decadencial, como também 
exposto no quadro resumo acima. 
 
(D) INCORRETA 
 
26 
A responsabilidade por fato do serviço é objetiva, cabendo ao fornecedor, e não ao consumidor, 
provar eventual causa excludente da responsabilidade, nos termos do art. 14, par. 3o, do CDC. 
No material de Reta Final, ressaltamos: 
 
A jurisprudência do STJ entende que houve inversão legal (ope legis) do ônus da prova em relação 
ao fato do produto e do serviço. Ou seja: 
 
- o consumidor tem o ônus de provar o dano que lhe foi causado e o nexo de causalidade com o 
produto (relação causae efeito); 
 
- compete ao fornecedor (é ônus deste) provar que o produto/serviço não é defeituoso. 
 
Nesse sentido, o STJ, em sede de recurso repetitivo: 
A inversão do ônus da prova pode decorrer da lei ('ope legis'), como na responsabilidade pelo fato 
do produto ou do serviço (arts. 12 e 14 do CDC), ou por determinação judicial ('ope judicis'), como 
no caso dos autos, versando acerca da responsabilidade por vício no produto (art. 18 do CDC). 
Inteligência das regras dos arts. 12, § 3º, II, e 14, § 3º, I, e 6º, VIII, do CDC. (REsp 802.832/MG, S2, 
Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 21/09/2011). 
 
(E) CORRETA 
Tratando-se de fato do serviço, atrai-se o prazo prescricional, e não decadencial, como também 
exposto no quadro resumo acima. 
O prazo prescricional do CDC é quinquenal (05 anos), conforme art. 27. 
24. A respeito dos bancos de dados e dos cadastros de consumidores, é correto afirmar que 
 
(A) são considerados entidades de caráter público. 
(B) não há distinção jurídica relevante entre eles, de acordo com a doutrina dominante. 
(C) incumbe ao próprio devedor requerer a exclusão do seu registro regular em cadastro de órgão 
de proteção ao crédito após o pagamento da dívida. 
(D) o direito a retificação ou correção de dados e cadastros do consumidor, embora admitido pela 
jurisprudência, não encontra previsão legal específica no CDC. 
(E) é incabível habeas data para se obter informações constantes dessas entidades em caso de o 
fornecimento dessas informações ter sido negado ao consumidor
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Essa questão foi trabalhada com a Turma de Reta Final TJ-CE tanto no material escrito da Rodada 4 
como no aulão presencial de véspera. 
 
(A) CORRETA 
 
27 
Conforme o art. 43, § 4o, do CDC, os cadastros e bancos de dados relativos a consumidores são 
considerados entidades de caráter público. 
 
(B) INCORRETA 
A doutrina prevalecente entende que há, sim, diferença na natureza dos bancos de dados e dos 
cadastros de consumidores: 
Com relação aos bancos de dados, de que são exemplos SPC e SERASA, possuem as seguintes 
características: 
 
b) Forma de coleta de dados - Têm caráter aleatório, sendo o seu objetivo 
propiciar a máxima quantidade de coleta de dados. Não há um interesse 
particularizado. 
c) Organização dos dados – As informações têm organização mediata, 
visam a uma utilização futura, ainda não concretizada. 
d) Continuidade da coleta e divulgação – Como são aleatórios, há a 
necessidade de sua conservação permanente, no máximo de tempo possível. 
e) Inexistência de autorização ou consentimento por parte do consumidor 
– Não há consentimento do consumidor que, muitas vezes, nem tem 
conhecimento do registro. 
f) Extensão dos dados postos à disposição – Havendo objetivo de 
transmissão dos dados a terceiros, é proibido juízo de valor em relação ao 
consumidor; os dados são objetivos, e não valorativos. 
g) Função das informações obtidas – As informações constituem o 
conteúdo fundamental da existência do banco de dados; não apresentam a 
finalidade de utilização subsdisária. 
h) Alcance da divulgação das informações – A divulgação é externa e 
continuada a terceiros (a transmissibilidade externa é a sua principal 
finalidade). 
Já os cadastros de consumidores configuram a coleta de dados particularizados no interesse de 
fornecedores ou prestadores, como em programas internos de pontuação das empresas em geral. 
Tais cadastros não visam a negativação do nome do consumidor com o fim de informação ao público, 
mas apenas o incremento das atividades e negócios das empresas. Estes têm as seguintes 
características: 
 
a) Forma de coleta de dados - O consumidor tem necessariamente uma 
relação jurídica estabelecida com o arquivista (especialidade subjetiva). 
Assim sendo, não há um caráter aleatório na coleta das informações, mas sim 
um interesse particularizado. 
b) Organização dos dados - As informações têm uma organização 
imediata, qual seja a relação jurídica estabelecida entre o arquivista dos 
dados e o consumidor. 
 
28 
c) Continuidade da coleta e divulgação - Como não há interesse por parte 
do fornecedor em manter o cadastro do consumidor que com ele não tem 
relação jurídica, o cadastro tende a não ser contínuo. 
d) Existência de requerimento do cadastramento - Há consentimento por 
parte dos consumidores e, algumas situações, presente está o seu 
requerimento de abertura dos dados ao arquivista. 
e) Extensão dos dados postos à disposição - É possível a presença de juízo 
de valor sobre o consumidor, com informações internas para orientação 
exclusivamente dos negócios jurídicos do arquivista. 
f) Função das informações obtidas - Os dados são utilizados com a 
finalidade de controle interno sobre as possibilidades de realização de 
negócios jurídicos por parte do fornecedor-arquivista (utilização subsidiária). 
g) Alcance da divulgação das informações - A divulgação é apenas interna, 
no interesse subjetivo do fornecedor-arquivista. 
 
(C) INCORRETA 
Essa alternativa foi objeto de dica no Aulão de véspera, além de constar da Rodada 4 da Reta Final: 
De quem é a responsabilidade pela retirada do nome do consumidor do cadastro, quando paga a 
dívida? 
No caso de pagamento da dívida ou acordo entre as partes, cabe ao credor tomar as medidas para a 
retirada do nome do devedor de cadastro de inadimplentes, sob pena de sua responsabilização civil. 
Há prazo para a retirada? 
Sim, aplicando-se analogicamente o par. 3o do art. 43 do CDC (que trata do prazo para correção de 
inexatidões em cadastros e bancos de dados), o STJ entende que o prazo é de cinco dias úteis, 
contados do efetivo e integral pagamento do débito. 
 
Súmula 548 do STJ. Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no 
cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do 
débito. 
 
RESPONSABILIDADE PELA 
COMUNICAÇÃO DA INSCRIÇÃO AO 
CONSUMIDOR 
RESPONSABILIDADE PELA RETIRADA DO 
NOME DO CONSUMIDOR APÓS A 
QUITAÇÃO DO DÉBITO 
Do órgão mantenedor do cadastro ou 
banco de dados (ex.: SPC, SERASA). 
O fornecedor não possui, em princípio, 
responsabilidade e não é parte legítima 
para figurar no polo passivo de ação 
indenizatória por danos morais proposta 
(STJ). 
Não há prazo previsto. 
Do fornecedor. 
Prazo de 05 dias úteis a partir do 
pagamento integral e efetivo da dívida. 
 
29 
 
(D) INCORRETA 
O direito à correção ou retificação de dados encontra assento expresso no art. 43, § 3°, do CDC. 
 
(E) INCORRETA 
É cabível habeas data, com aceitação na doutrina e na jurisprudência. 
Assim dispusemos na Rodada 4 da Turma de Reta Final TJ/CE: 
Direito do consumidor de acesso às informações - art. 43 do CDC - O consumidor, sem prejuízo do 
disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados 
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. 
Trata-se de um direito subjetivo do consumidor que, acaso não respeitado, poderá ser desafiado via 
habeas data.
 
25. Com relação às sanções administrativas previstas no CDC, assinale a opção correta. 
 
(A) A contrapropaganda é prática abusiva que sujeita o seu autor a sanção administrativa. 
(B) A violação de obrigação contratual por concessionária de serviço público não pode 
fundamentar a aplicação da pena de cassação da concessão. 
(C) Essas sanções devem ser aplicadas por autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, 
sendo vedada a aplicação cumulativa. 
(D) A pena de interdição será aplicada, após procedimento administrativo,quando o fornecedor 
reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas no CDC e na legislação de consumo. 
(E) A existência de ação judicial pendente, ainda sem trânsito em julgado, em que se discuta a 
imposição de penalidade administrativa não impede o reconhecimento da reincidência.
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
ALTERNATIVA A - INCORRETA 
Na verdade, são práticas abusivas a publicidade enganosa e a abusiva, e a contrapropaganda é a 
sanção administrativa, conforme art. 60 do CDC. 
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o 
fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos 
termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. 
Par. 1o. A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma 
forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, 
espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade 
enganosa ou abusiva. 
Par. 2o Vetado. 
Par. 3o. Vetado. 
 
 
30 
ALTERNATIVA B - INCORRETA 
O art. 59, par. 1o, do CDC permite a imposição da pena de cassação da concessão às concessionárias 
de serviços públicos, quando infringirem normas legais de consumo ou os termos do contrato de 
concessão pactuado com o ente público. 
Art. 59. 
Par. 1o. A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de 
serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual. 
 
ALTERNATIVA C - INCORRETA 
O art. 56, par. único, do CDC permite a aplicação isolada ou cumulativa das sanções administrativas, 
sem qualquer exigência ou limitação para tanto. 
Art. 56. 
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela 
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser 
aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou 
incidente de procedimento administrativo. 
 
ALTERNATIVA D - CORRETA 
A aplicação da pena de interdição está disciplinada no art. 59 do CDC, que exige, para a sua aplicação, 
dois requisitos cumulativos: 
- reincidência; e 
- na prática das infrações mais graves. 
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de 
suspensão temporária de atividade, bem como a de intervenção 
administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, 
assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das 
infrações de maior gravidade previstas neste código e na legislação de 
consumo. 
 
ALTERNATIVA E - INCORRETA 
A reincidência, para as sanções administrativas do CDC, exige o trânsito em julgado, conforme art. 
59, par. 3o: 
 
Art. 59. 
Par. 3o. Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade 
administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da 
sentença. 
 
 
 
 
 
31 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
26. Considerando o disposto no ECA e a jurisprudência do STJ acerca da adoção unilateral, assinale 
a opção correta. 
 
(A) Nessa espécie de adoção, há ruptura total da relação entre o adotado e seus pais biológicos, 
substituindo-se a linha biológica originária do adotado para todos os efeitos, inclusive os civis. 
(B) Caso o poder familiar de um dos genitores do adotando seja destituído, será necessária consulta 
ao grupo familiar estendido, a fim de a adoção unilateral ser concluída. 
(C) Mesmo depois de transitada em julgado a sentença de adoção unilateral, é possível a sua 
revogação em razão de arrependimento do adotado, em favor do melhor interesse dele. 
(D) O objeto da adoção unilateral é o menor completamente desassistido, cuja percepção de 
pertencimento familiar é impactada pelo próprio processo de adoção. 
(E) O adotado unilateralmente por cônjuge pode, ao atingir a maioridade, requisitar a revogação 
da adoção por não mais ter interesse nela.
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
Questão antecipada no material de Reta Final TJ-CE e no aulão de véspera em Fortaleza-CE. 
 
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADOÇÃO UNILATERAL. REVOGAÇÃO. POSSIBILIDADE. 
1. A adoção unilateral, ou adoção por cônjuge, é espécie do gênero adoção, que se distingue das 
demais, principalmente pela ausência de ruptura total entre o adotado e os pais biológicos, 
porquanto um deles permanece exercendo o Poder Familiar sobre o menor, que será, após a adoção, 
compartilhado com o cônjuge adotante. 2. Nesse tipo de adoção, que ocorre quando um dos 
ascendentes biológicos faleceu, foi destituído do Poder Familiar, ou é desconhecido, não há consulta 
ao grupo familiar estendido do ascendente ausente, cabendo tão-só ao cônjuge supérstite decidir 
sobre a conveniência, ou não, da adoção do filho pelo seu novo cônjuge/companheiro. 3. Embora 
não se olvide haver inúmeras adoções dessa natureza positivas, mormente quando há ascendente - 
usualmente o pai - desconhecidos, a adoção unilateral feita após o óbito de ascendente, com o 
conseqüente rompimento formal entre o adotado e parte de seu ramo biológico, por vezes, impõe 
demasiado sacrifício ao adotado. 4. Diante desse cenário, e sabendo-se que a norma que proíbe a 
revogação da adoção é, indisfarçavelmente, de proteção ao menor adotado, não pode esse comando 
legal ser usado em descompasso com seus fins teleológicos, devendo se ponderar sobre o acerto de 
sua utilização, quando reconhecidamente prejudique o adotado. 5. Na hipótese sob exame, a 
desvinculação legal entre o adotado e o ramo familiar de seu pai biológico, não teve o condão de 
 
32 
romper os laços familiares preexistentes, colocando o adotado em um limbo familiar, no qual 
convivia intimamente com os parentes de seu pai biológico, mas estava atado, legalmente, ao núcleo 
familiar de seu pai adotivo. 6. Nessas circunstâncias, e em outras correlatas, deve preponderar o 
melhor interesse da criança e do adolescente, que tem o peso principiológico necessário para impedir 
a aplicação de regramento claramente desfavorável ao adotado - in casu, a vedação da revogação da 
adoção - cancelando-se, assim, a adoção unilateral anteriormente estabelecida. 7. Recurso provido 
para, desde já permitir ao recorrente o restabelecimento do seu vínculo paterno-biológico, 
cancelando-se, para todos os efeitos legais, o deferimento do pedido de adoção feito em relação ao 
recorrente (REsp 1.545.959-SC).
 
27. Considerando o disposto no ECA e a jurisprudência do STJ e do STF acerca da prática de ato 
infracional e da aplicação de medidas socioeducativas, assinale a opção correta. 
 
(A) O julgamento de apelação interposta em favor de adolescente sentenciado a medida 
socioeducativa de internação — ao qual não tenha sido imposta anterior internação provisória — 
é requisito para o início do cumprimento da medida. 
(B) É cabível a aplicação de medida socioeducativa de internação a adolescente que tenha 
praticado anteriormente uma única infração grave. 
(C) Em se tratando de menor em cumprimento de medida socioeducativa de internação, são 
vedados a apuração e o julgamento de atos infracionais que tenham sido praticados por ele 
anteriormente à aplicação da medida. 
(D) Caso o menor infrator complete dezoito anos de idade durante o cumprimento de medida de 
prestação de serviço à comunidade, a referida medida deverá ser extinta em virtude de sua 
natureza. 
(E) Haverá regressão de medida socioeducativa caso o adolescente descumpra reiteradamente 
medida de semiliberdade, sendo dispensada a sua oitiva se ele tiver sido advertido anteriormente 
pelo magistrado sobre as consequências do descumprimento injustificado. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
Questão adiantada no material de Reta Final TJ-CE e Itens comentados no aulão de véspera. 
 
Conforme o entendimento mais atual doSTJ, para se configurar a reiteração na prática de atos 
infracionais graves, não se exige a prática de, no mínimo, três infrações dessa natureza. No mesmo 
sentido, de acordo com a jurisprudência do STF, não existe fundamento legal para essa exigência. O 
aplicador da lei deve analisar e levar em consideração as peculiaridades de cada caso concreto para 
uma melhor aplicação do direito. Assim, o magistrado deve apreciar as condições específicas do 
adolescente – meio social onde vive, grau de escolaridade, família – dentre outros elementos que 
 
33 
permitam uma maior análise subjetiva do menor. Ressalta-se que existe divergência no STJ sobre o 
tema, sendo mais atual o entendimento que não exige no mínimo duas infrações graves com trânsito 
em julgado para a aplicação da medida de internação. 
 
28. A um jovem de dezesseis anos de idade, em situação de rua havia dois anos, com diversas 
passagens por abrigos em razão de mau comportamento, foi aplicada medida socioeducativa de 
semiliberdade pela prática de atos infracionais sem grave ameaça ou violência na cidade A, em 
determinado estado da Federação, onde começara a cumprir a sentença. Após o primeiro pernoite, 
o reeducando não retornou à unidade de custódia, por ter regressado à residência de sua genitora, 
localizada na cidade B, em outro estado da Federação, onde não há unidade de custódia de 
semiliberdade. Notificada do ocorrido, a genitora do menor comprometeu-se com a unidade de 
custódia da cidade A a apresentar o filho ao tribunal do estado da cidade B, onde ele se encontrava, 
para ser dado seguimento ao cumprimento da medida socioeducativa. Com relação a essa situação 
hipotética, assinale a opção correta, à luz da legislação pertinente e da jurisprudência do STJ. 
 
(A) A inexistência de unidade de custódia de semiliberdade na cidade B inviabiliza a execução da 
medida socioeducativa nessa localidade, devendo o menor ser conduzido à cidade A para cumpri-
la. 
(B) O fato de o menor não ter retornado, injustificadamente, à unidade de custódia logo após o 
primeiro pernoite impede a continuidade do cumprimento da medida na cidade B. 
(C) É vedada a inclusão do menor em programa de meio aberto, devido ao seu histórico de situação 
de rua por dois anos. 
(D) A persistência nas ilicitudes e o mau comportamento do menor nos diversos abrigos pelos quais 
passou impedem a inclusão dele em programa de meio aberto. 
(E) O cumprimento da medida poderá ser continuado na cidade B, pela inclusão do menor em 
programa de meio aberto. 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
Questão adiantada no material de Reta Final TJ-CE e no aulão de véspera. 
Art. 49 da Lei 12.594/2012 - São direitos do adolescente submetido ao cumprimento de medida 
socioeducativa, sem prejuízo de outros previstos em lei: II - ser incluído em programa de meio aberto 
quando inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de 
ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o adolescente deverá 
ser internado em Unidade mais próxima de seu local de residência; 
 
 
34 
29. Com relação ao instituto da remissão, assinale a opção correta, à luz do ECA e da jurisprudência 
do STJ. 
 
(A) Diante da omissão do MP quanto ao oferecimento da remissão pré-processual, deverá o juiz 
concedê-la, desde que presentes os requisitos legais. 
(B) Caso ocorra a concessão da remissão pelo magistrado na fase jurisdicional, após o oferecimento 
da representação, deve o parquet ser ouvido após esse ato, momento em que será aberto prazo 
para que o MP tome as medidas que entender pertinentes. 
(C) Caso discorde do parquet quanto à remissão pré-processual cumulada com medida 
socioeducativa, o magistrado poderá homologar apenas a remissão se entender ser essa a medida 
mais benéfica ao menor infrator. 
(D) Após a realização da audiência de apresentação, o magistrado poderá conceder a remissão 
judicial ao menor infrator, caso entenda ser essa a medida mais benéfica para o menor. 
(E) Diante da discordância do magistrado quanto à concessão da remissão pelo MP ante a 
gravidade dos fatos, o juiz deverá remeter os autos à promotoria para que outro promotor 
apresente a representação. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
Questão antecipada no material de Reta Final TJ-CE. 
 
Art. 188 do ECA - A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada 
em qualquer fase do procedimento, antes da sentença. 
 
30. De acordo com o ECA, é atribuição dos conselhos tutelares 
 
(A) elaborar proposta orçamentária a fim de assegurar programas de atendimento aos direitos da 
criança e do adolescente. 
(B) requisitar, diretamente, serviço público na área previdenciária, com o intuito de promover a 
execução de suas decisões. 
(C) registrar ocorrência policial em defesa do interesse de menor em situação de risco por fato que 
constitua infração penal contra os direitos da criança e do adolescente. 
(D) representar, judicialmente, o interesse de menores nas ações de perda do poder familiar depois 
de esgotadas as possibilidades de manutenção da criança junto à família natural. 
(E) aplicar medida de destituição de tutela ao responsável legal dos tutelados que estejam em 
situação de abandono e de extremo risco. 
RESPOSTA: B 
 
35 
COMENTÁRIOS 
 
Questão antecipada no material de Reta Final TJ-CE. 
 
Art. 136 do ECA - São atribuições do Conselho Tutelar: (...) III - promover a execução de suas decisões, 
podendo para tanto: a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, 
previdência, trabalho e segurança; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
BLOCO II 
 
DIREITO PENAL 
 
31. Um homem, maior de idade e capaz, conduzia em seu veículo três comparsas armados com 
revólveres: eles pretendiam praticar um roubo. Avistaram um caminhão de cargas estacionado em 
um posto de gasolina e, aproveitando-se da distração do motorista, os três comparsas abordaram-
no com violência e subtraíram parte da carga de computadores e notebooks. Os quatro foram 
presos logo em seguida e os bens foram restituídos à vítima. Em julgamento, o homem que 
transportava os comparsas confessou a conduta e informou que o seu papel na empreitada 
criminosa era somente aguardar os comparsas e propiciar a fuga. Foi informado nos autos que o 
réu respondia a processo por crime de roubo, o que foi considerado como antecedente. Na 
sentença, ele foi condenado a nove anos e quatro meses de reclusão. Ao analisar a dosimetria da 
pena, o juiz considerou que a culpabilidade estava comprovada nos autos, tendo afirmado que “a 
conduta do réu é altamente reprovável, sua personalidade é voltada para o crime; os motivos e as 
circunstâncias do crime não o favoreceram; as consequências do crime revelaram-se graves e as 
vítimas em nada contribuíram para o seu cometimento”. Como a situação econômica do réu lhe 
era desfavorável, ele foi assistido pela defensoria pública. 
Acerca dos fundamentos da sentença proferida na situação hipotética apresentada, assinale a 
opção correta, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. 
 
(A) O fato de o réu estar respondendo a processo por crime de roubo enseja o agravamento da 
pena-base. 
(B) A pena imposta ao réu deve ser reduzida com fundamento na participação de menor 
importância, dado que ele não estava armado e não participou diretamente da ação de subtração. 
(C) As razões apresentadas pelo juiz para analisar a dosimetria da pena são todas inidôneas para 
fundamentar acréscimos na pena-base. 
(D) A confissão do réu é uma circunstância atenuante que implica a redução da pena para menos 
do mínimo

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