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O SEQUESTRO DO CARBONO NO CONTROLE DO EFEITO ESTUFA E A VALORIZAÇÃO NO MERCADO ECONÔMICO

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O SEQUESTRO DO CARBONO NO CONTROLE DO EFEITO ESTUFA E A 
VALORIZAÇÃO NO MERCADO ECONÔMICO 
 
Isabelle Alves dos Santos1 
 
Área de Concentração: Ciências Florestais. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Conhecendo o aumento do dióxido de carbono (CO2) emitido na atmosfera, o qual 
eleva significativamente a temperatura do planeta e tem como principal fator a 
intensificação do efeito estufa, muitos governantes reuniram-se no ano de 1997, na 
Conferencia de Kyoto, e consagraram o Sequestro de Carbono como fator 
importante para reduzir as emissões desses gases, sem prejudicar o crescimento 
econômico. Este trabalho visa uma revisão bibliográfica sobre sequestro de 
carbono e as questões relevante, relacionado com a economia de mercado. 
 
Palavras-chave: Atmosfera; dióxido de carbono; economia; mercado; temperatura. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Knowing the increase in carbon dioxide (CO2) emitted in the atmosphere, which 
significantly increases the temperature of the planet and has as main factor the 
intensification of the greenhouse effect, many rulers met in 1997 at the Kyoto 
Conference and consecrated the Carbon sequestration as an important factor to 
reduce the emissions of these gases, without harming the economic growth. This 
work aims at a literature review on carbon sequestration and relevant issues, related 
to the market economy. 
 
Keywords: Atmosphere; carbon dioxide; economy; Marketplace; temperature. 
 
 
 
 
 
 
1
 Acadêmica do 4º Semestre de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Mato Grosso – 
UNEMAT, campus Alta Floresta. E-mail: belleamil@hotmail.com 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O efeito estufa é um processo natural que retém o calor da terra e os gases 
que são emitidos pelos seres vivos e pelos fatores abióticos encontrado na 
atmosfera para sustentar a temperatura do nosso planeta permitindo uma medida 
exata para proporcionar a vida na terra, mas tudo isso se tem agravado devido a 
enorme emissão de gases pelo homem através das indústrias e com isso o meio 
ambiente está ficando cada vez mais quente, sobre tudo nas áreas em que estão 
concentrados os pontos de maior poluição, fazendo causar desequilíbrio ambiental, 
prejudicando o funcionamento normal do ecossistema. 
 Independente das indústrias, as emissões de gases acontecem também por 
ações antrópicas, através da queima de combustíveis derivados do petróleo, 
desmatamentos e nas queimadas. Os impactos ambientais vêm surgindo em toda 
parte do planeta e isso tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, 
desde o século passado com a liberação dos poluentes na atmosfera. 
 O gás dióxido de carbono (CO2) é um dos gases do efeito estufa, que absorve 
os raios de calor. Os seres vivos necessitam do Carbono, disponível através dos 
vegetais através da fotossíntese, no processo que costuma ser chamado de carbono 
fixado. Já a decomposição é uma reversão, uma vez que ocorre a liberação do CO2 
para a atmosfera, junto com a fixação do nitrogênio no solo. 
 As ações humanas têm gerado um considerável aumento na concentração de 
CO2 no ar e diante desse agravante, intensifica o efeito estufa e consequentemente 
a elevação da temperatura em todo planeta. 
 Em 1997, na Conferência de Kyoto, contando com mais de cento e sessenta 
países, foram discutidas as mudanças climáticas do planeta, e os governantes com 
intuito de minimizar essa problemática se reuniram para implantação de projetos 
baseados em tecnologias, visando à diminuição de gases, através de plantações de 
árvores, com o objetivo de absorver as emissões de CO2, sem, contudo prejudicar o 
crescimento econômico dos países. 
 O Mecanismo de Desenvolvendo Limpo (MDL) foi a principal porta para a 
participação dos países em desenvolvimento no Protocolo de Kyoto, que 
estabeleceu regras para a redução dos níveis de emissões de poluentes no meio 
ambiente. 
 No Brasil, esse projeto foi apresentado para diversas agências da 
Organização das Nações Unidas (ONU) em Campinas, no estado de São Paulo, 
visando a co-geração de energia através do bagaço da cana-de-açúcar, o projeto 
ganhou o apoio da ONU. 
 Liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 
o projeto “Engajamento do Setor Privado em Atividades do Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo da Convenção do Clima/Protocolo de Kyoto”, foi 
fundamentado nos ganhos energéticos alcançados pela geração de energia que 
utilizou o bagaço - que é um resíduo agro-industrial - como combustível. 
 De acordo com o projeto da ONU, os programas que conseguirem ganhos 
energéticos na geração de energia, como no caso do bagaço da cana, estarão 
obtendo os créditos de carbono, que podem ser comercializados no mercado. 
Apesar de não possuírem um alto valor, a venda dos créditos de carbono pode 
colaborar para a redução nos custos de produção. Além disso, o projeto tem por 
meta modificar o padrão atual do uso do bagaço. Hoje, cada tonelada de cana 
resulta em 240 quilos de bagaço, que podem gerar 70 quilowatts/hora de energia, 
dos quais 20 são usados na produção de açúcar e 40 simplesmente desperdiçados. 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. O Carbono e seu ciclo 
 
 Sendo o quinto elemento mais abundante no planeta, existente de forma 
orgânica nos seres vivos e de forma inorgânica presente nas rochas e encontrado 
numa porcentagem de 99% na litosfera, o carbono também circula pelos oceanos, 
na atmosfera e no interior da Terra, no ciclo denominado ciclo geoquímico. 
 Os quatro principais compartimentos de carbono na Terra são: oceanos, 
atmosfera, formações geológicas contendo carbono fóssil e mineral e 
ecossistemas terrestres (biota + solo). 
 A importância do carbono e de seus compostos é indiscutível, este é 
onipresente na natureza e seus compostos constituem a matéria viva. Existe uma 
grande variedade de compostos de carbono envolvidos no seu ciclo global, sendo 
os principais: CO2, CH4, Hidrocarbonetos, CO. O ciclo do carbono na natureza 
pode ser observado conforme a FIGURA 01. 
 
Figura 01: O ciclo do carbono na natureza. 
Fonte: (LARCHER, 2000). 
 
 Estima-se que o estoque total de carbono na terra exceda os 26,1015 Mg, 
sendo que a maior parte está em compostos inorgânicos e somente cerca de 
0,05% na forma orgânica. Os compostos orgânicos são encontrados na biomassa 
marinha e terrestre, detritos orgânicos e no solo terrestre, assim como nos 
sedimentos e detritos orgânicos dos oceanos (LARCHER, 2000). 
 De acordo com GARDNER e MANKIN (1981), os ecossistemas florestais 
contêm cerca de 90% da biomassa terrestre e cobrem aproximadamente 40% de 
sua superfície. As florestas apresentam uma elevada taxa de fixação de carbono, 
quando comparado com outras tipologias vegetais. Segundo BAIRD (2002), a 
queima de combustíveis fósseis e a produção de cimento liberaram 5,5 
Gigatoneladas de carbono por ano, das quais 3,3 Gt não encontraram um 
sumidouro. As camadas superficiais dos oceanos absorveram cerca de 92 Gt, mas 
liberaram 90 Gt, tendo uma absorção de 2,0 Gt, e destas apenas 1,6 Gt é removida 
das camadas superficiais para as camadas intermediárias e profundas, e apenas 
0,2 Gt depositam-se nos sedimentos mais profundos. Embora o desflorestamento 
tropical tenha contribuído anualmente com 1,6 Gt de carbono no ar, este valor foi 
ligeiramente superado pela retirada de cerca de 1,8 Gt ocorrida nas zonas de 
floresta temperada. 
 As florestas são importantes para o equilíbrio do estoque de carbono global, 
pois armazenam em suas árvores e no solo mais carbono do que o existente 
atualmente na atmosfera. Se as florestas forem cortadas, a maior parte do carbono 
guardado nas árvores será liberada para a atmosferarapidamente por meio de 
queimadas ou, mais lentamente, via decomposição (HOUGHTON, 1994). 
 Resumidamente, os ciclos biogeoquímicos movem o carbono entre 
a atmosfera e o meio terrestre, através da fotossíntese e retorna para atmosfera 
durante o processo de respiração dos seres vivos e através de outros fatores, como 
a queima de combustível fóssil. Assim, o carbono possui uma grande importância 
para a natureza e os seus ciclos naturais, bem como para a regulação de todos os 
climas. 
 
2.2. Sequestro de Carbono 
 
 O sequestro de carbono refere-se a processos de absorção e 
armazenamento de CO2 atmosférico, com intenção de minimizar seus impactos no 
ambiente, já que trata-se de um gás de efeito estufa (GEE). A finalidade desse 
processo é conter e reverter o acúmulo de CO2 atmosférico, visando a diminuição 
do efeito estufa (RENNER, 2004). 
 Também conhecido com Captura de Carbono é um processo de remoção de 
gás carbônico. Tal processo ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros 
locais onde os organismos por meio de fotossíntese, capturando-o e lançando-o 
oxigênio na atmosfera. 
 
2.2.1. Os Oceanos e o Sequestro de Carbono 
 
 Os oceanos desempenham um papel importante de absorver parte do 
excesso de carbono atmosférico (30%) controlando o aquecimento global, através 
de dois mecanismos: a bomba biológica e a bomba física. A bomba biológica 
oceânica que começa a absorver dióxido de carbono através da fotossíntese das 
microalgas marinhas, ou seja, os fitoplânctons, que se compõem de organismos 
microscópicos unicelulares que povoam as camadas superficiais aproximadamente 
80 metros, de todos os corpos de água, seja doce ou salgada. Essas microalgas 
marinhas são responsáveis pela metade do oxigênio produzido no planeta. 
 A fotossíntese irá absorver dióxido de carbono, assim se inicia a primeira 
etapa de transformação do carbono inorgânico, que se dissolve para o orgânico 
particulado, através da teia alimentar no qual flui constantemente, gerando detritos 
que sedimentam e se acumulam no fundo do mar. Todos os animais dos meios 
aquáticos devem sua subsistência, direta ou indiretamente, a multiplicação celular 
desses microrganismos. 
 Estima-se também, que o rendimento das microalgas aporte à metade da 
produção primária do planeta, sendo que quando eles são consumidos por 
bactérias, os nutrientes e o CO2 são liberados para a água, podendo ser outra vez 
absorvido pelo fitoplâncton ou ser liberado para a atmosfera, portanto, quando 
morrem parte do carbono orgânico e principalmente o carbono inorgânico são 
depositados no fundo do oceano formando depósitos sedimentares e posteriormente 
petróleo e carvão. Através da FIGURA 02 é possível entender o processo biológico 
de carbono no oceano. 
 
 
 
 
FIGURA 02: Processo biológico de carbono nos Oceanos 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.2 - Sequestro Florestal de Carbono 
 
 A preservação da floresta com práticas de reflorestamento e recuperação 
de áreas degradadas, contribuindo para absorção e armazenamento do dióxido de 
carbono (CO2) presente na atmosfera. As florestas constituem um estoque natural 
de carbono no processo de fixação de carbono pelo acúmulo de biomassa em sua 
vegetação e, eventualmente, pela matéria orgânica que se acumula no solo durante 
o seu desenvolvimento. Essas florestas têm sido apontadas como alternativas para 
reduzir os gases do efeito estufa, que são os principais responsáveis pelas 
mudanças climáticas, como já vimos anteriormente. Os ecossistemas florestais 
possuem uma biomassa maior do que os ecossistemas voltados para a agricultura. 
Por essa razão, a necessidade de se dar uma maior importância e atenção nas 
áreas já degradadas, ao invés da implantação de projetos que visam atividades 
agrícolas, com a restauração de matas virgens e, plantações de florestas 
econômicas e recuperação de ecossistemas naturais (CESARINI, 2002). 
 A substituição de combustíveis fósseis pelos originados da biomassa vem 
a ser o meio mais efetivo para a redução nas emissões do gás carbônico na 
atmosfera, segundo Rochadelli (2001). 
 Uma alternativa viável para amenizar o agravamento deste processo 
consiste no armazenamento do carbono atmosférico a partir de reflorestamento em 
larga escala. A vegetação, utilizando-se de sua capacidade fotossintética, fixa o CO2 
atmosférico, biossintetizando na forma de carboidratos, sendo por fim depositado na 
parede celular. Processo conhecido como “sequestro” de carbono (RENNER, 2004). 
 As florestas são consideradas “sumidouros de carbono”, associadas ao 
armazenamento e absorção de carbono, com enorme relevância do ponto de vista 
econômico, social e ambiental. Tanto as árvores nativas, quanto as plantadas para 
reflorestamentos, ajudam a mitigar as mudanças climáticas retirando CO2 da 
atmosfera. 
 Os fungos, bactérias e outros micro-organismos que ajudam na 
decomposição do material orgânico são, também, uma forma para que o carbono 
orgânico permaneça no solo. Os solos representam, portanto, um grande “depósito” 
de carbono. O IPCC relata que o sequestro de carbono pelo solo é capaz de 
compensar entre 5 a 15% das emissões globais deste gás. Só o potencial de 
sequestro das pastagens brasileiras é estimado em 70 milhões de toneladas de C 
por ano (LEAD; FAO, 2006). 
 Recuperar os solos sob pastagens poderia também, compensar 
quantidades significativas das emissões globais de metano (outro importante gás do 
efeito estufa), pois a melhoria da qualidade 41 das pastagens resultaria em maior 
produtividade animal e consequente redução na proporção de energia perdida como 
CH4. A comunidade científica, o governo e a sociedade já começam a se preocupar 
seriamente com as questões relacionadas ao aumento das emissões dos gases de 
estufa e respectivas consequências sobre as alterações globais do aquecimento no 
planeta. Existem vários projetos voltados para preservação das florestas, 
reflorestamento de áreas degradadas, combate a incêndios nas florestas e, também, 
de correção do solo em áreas castigadas por erosões, fruto das águas das chuvas 
que caem anualmente moldando a superfície do solo. 
 
2.3 - O Carbono no Mercado 
 
 A criação de um mercado de emissões é similar ao estabelecimento de 
qualquer outro mercado. O desenvolvimento deste novo mercado começa com o 
governo definindo a quantidade de emissão que pode ser negociada. Um número 
correspondente de permissões é então colocado à disposição dos agentes. Cada 
permissão irá definir “o direito de emitir uma determinada quantidade de GEE em 
um determinado período de tempo” (ROCHA, 2003). 
 Desde que tiveram início os debates e as negociações do Protocolo de 
Kyoto, uma série de instituições internacionais vem se dedicando a realizar 
estudos e análises a respeito das questões econômico-financeiras envolvidas na 
sua implementação. No caso mais específico da América Latina, os estudos da 
Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), que adota uma 
postura conservadora nas estimativas de preço, indicam que é possível trabalhar 
com valores de US$ 10,00 a US$ 20,00 para a remuneração da tonelada de CO2 
removida em projetos de MDL associados a sumidouros de carbono em atividades 
do setor florestal. 
 As vantagens ambientais e econômicas do mercado de créditos de carbono, 
tanto para o Brasil quanto para o mundo, se desenvolvem em conjunto. Esse é, 
possivelmente, o grande diferencial do Protocolo de Kyoto em relação a outros 
programas ambientais, sejam globais ou bilaterais. De fato, pela primeira vez na 
história humana, há uma ferramenta eficiente de recuperação global do meio 
ambiente e desenvolvimento sustentável,e que permite auferir lucros, ou ao 
menos reduzir custos. 
 O desenvolvimento de novas tecnologias está diretamente ligado às 
necessidades do Protocolo de Kyoto. Intensos estudos, em diversos países, 
buscam desenvolver fontes de energia renovável a custos viáveis, como a 
biomassa, o biodiesel, o reuso de água, novas técnicas de uso do solo e o 
desenvolvimento genético de plantas para reflorestamento. 
 Com relação ao reflorestamento, os principais negócios de carbono 
envolvem a substituição do carvão mineral e vegetal de madeira nativa por carvão 
de florestas plantadas especificamente para este fim. Há um duplo benefício 
ambiental nesse processo: além de evitar a emissão de CO2 com partículas de 
mercúrio (o caso do carvão mineral), há, num primeiro momento, a apreensão de 
CO2 atmosférico nas plantas que, mais tarde, servirão de combustível. A indústria 
siderúrgica mundial tem adotado este modelo, pois, para cada tonelada de ferro 
produzida com carvão de reflorestamento, há um ganho ambiental de no mínimo 3 
toneladas de CO2 em comparação ao uso de combustíveis fósseis ou não- 
renováveis (GRÜTTER, KAPPEL e STAUB, 2002). 
 No Projeto Plantar 2004, para cada tonelada de madeira de reflorestamento 
queimada é lançada uma tonelada de CO2, mas são absorvidas, ao longo do 
crescimento das plantas, 3 toneladas desse GEE. É gerado, portanto, um crédito 
de 2 toneladas de carbono para cada tonelada de madeira derrubada (PROJETO 
PLANTAR 2004, 2006). Ao preço médio praticado durante o ano de 2005 na Bolsa 
de Mercadorias & Futuros, de US$ 5,00/ton. CO2, o Projeto Plantar deverá gerar 
créditos, até 2015, de US$ 200 milhões (ICF CONSULTING, 2006). 
 O poder público brasileiro tem dedicado muitos esforços e investimentos no 
desenvolvimento do biodiesel a partir da cana-de-açúcar. Este tipo de combustível 
líquido possui índices muito menores de CO2 que os combustíveis derivados de 
petróleo, e ainda é grande fonte geradora de renda: para cada 2% de biodiesel 
adicionado ao óleo diesel dos postos de combustíveis nacionais, pode ser gerada 
renda para mais de 200 mil famílias se adotado um modelo de agricultura familiar 
(BRASIL, 2005). Além da cana-de-açúcar, podem ser utilizadas outras plantas, 
como mamona, dendê, soja, girassol, babaçu, amendoim e caroço de algodão. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 As ações antrópicas têm gerado considerável aumento na concentração de 
CO2 atmosférico, entre elas podemos destacar a queima de combustíveis fósseis. 
 Uma quantidade significativa do dióxido de carbono também é lançada na 
atmosfera pelos processos de desmatamento e queima da madeira. 
 O sequestro de carbono é uma ação que visa mitigar os efeitos dos GEE 
(Gás do Efeito Estufa), tendo por finalidade aprisionar o carbono por certo tempo. 
 A forma mais comum de sequestro de carbono é naturalmente realizada 
pelas florestas. Na fase de crescimento, elas demandam grande quantidade de 
carbono para se desenvolver. Esse processo natural ajuda a diminuir 
consideravelmente a quantidade de CO2 na atmosfera através da fixação vegetal, 
por meio de plantas destinadas especialmente a essa finalidade. 
 Para que esses mecanismos sejam significativos, é necessário que o 
carbono fique armazenado por um período longo o suficiente para que a sua 
emissão para a atmosfera diminua, evitando o aumento da temperatura no planeta 
e o aquecimento global. Os processos que levam ao sequestro de carbono tendem 
a minimizar os impactos do aumento da temperatura global no futuro. 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BAIRD, C. Química ambiental. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. 
 
C&T Brasil. Entendendo a mudança do clima: um guia para iniciantes da 
Convenção-Quadro das Nações Unidas e seu Protocolo de Quioto. Disponível em 
www.mct.gov.br/clima. Acesso em 02 de julho de 2018. 
 
EL KHALILI, A. Meio ambiente no século 21. São Paulo: Sextante, 2003. 
GRÜTTER, J., KAPPEL, R. e STAUB, P. The GHG market on the eve of Kyoto 
ratification. Nova Iorque: National Strategy Studies, 2002. 
 
HOUGHTON, R. A. As florestas e o ciclo de carbono global: armazenamento e 
emissões atuais. In: EMISSÃO X SEQÜESTRO DE CO2 – UMA NOVA 
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS PARA O BRASIL, 1994. 
 
ICF CONSULTING. Carbon credits. Disponível em: 
http://search.icfi.com/search?q=carbon%20credits&site=ICFi&sort=date%3AD%3A
L%3Ad1&output=xml_no_dtd&oe=UTF8&ie=UTF8&client=ICF&proxystylesheet=IC
F. Acesso em 04 de julho de 2008. 
 
https://eco4u.wordpress.com/2018/07/05/de-mal-a-pior-mudanca-climatica-esta-
reduzindo-a-absorcao-do-carbono-pelos-oceanos/ 
 
KRUG, T. O papel das atividades de projeto de florestamento e reflorestamento do 
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo na fixação de CO2 atmosférico. In: 
SANQUETTA, C.R.; BALBINOT, R.; e ZILLIOTTO, M.A. Fixação de Carbono: 
Curitiba, 2004. 
 
LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Paulo: Ed. Pedagógica e Universitária 
Ltda, 2000. 320p. 
 
PROJETO PLANTAR 2004. Disponível em 
www.bancomundial.org.br/index.php/content/view_projeto/2427.html. Acesso em 
06 de julho de 2018. 
 
PLANO NACIONALSOBRE MUDANÇA DO CLIMA - PNMC - Versão para 
Consulta Pública. Setembro, 2008 - Decreto nº 6.263 de 06 de julho de 2018. 
 
RENNER, Rosana Maria. Sequestro de Carbono e viabilização de novos 
reflorestamentos no Brasil. Disponível em://www.ufrgs.br/necon/2evavea(3).pdf. 
Acesso em 06 de julho de 2018. 
 
ROCHA, M.T. Aquecimento global e o mercado de carbono: uma aplicação do 
modelo CERT. Tese (doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 
Piracicaba, 2003. 196 p.