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O livro Preconceito Linguístico

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Livro: Preconceito Linguístico
Autor: Magno Bagno
Acadêmica: Fernanda Corrêa Alves
O livro Preconceito Linguístico, o que é, como se faz, de Marcos Bagno, possui 4 capítulos, e um anexo, e possui 204 páginas. O livro é dividido em quatro partes, das quais explica-se as causas e efeitos da exclusão social, feita através da linguística. 
O primeiro capítulo denominado “A mitologia do preconceito linguístico”, o autor separa oito mitos, que são conjuntos de opiniões que sustentam o preconceito
O primeiro mito, e segundo o autor o maior e mais sério, pois nele são admitidos que não há variedade linguística no Brasil, que há uma unidade que é falada, a problemática desta afirmação é a falta de variância no ensino na educação brasileira, suprimindo assim a variedade, impondo somente uma como correta. 
O segundo mito remete a ideia de que o “Brasileiro não sabe falar o português” e que este só se é bem falado em Portugal, refletindo a ideia de colônia ainda muito presente no imaginário do brasileiro, essas declarações são posturas preconceituosa, e mostra a falta de informação, entretanto a dependência político-econômico do Brasil que é o verdadeiro motivo. O brasileiro sabe falar o português sim, mas o que ocorre é que o português falado no Brasil é diferente do falado em Portugal, por questões de adaptações e simplesmente comodidade.
O terceiro mito tem o pressuposto de que o “Português é muito difícil”, sendo este uma consequência do segundo “mito”. Entretanto este mito é desmentido quando consegue-se perceber que uma criança consegue ser falante em sua língua materna, sem a necessidade de realizar leituras e escritas. A língua se torna complicada quando se têm que usar as normas portuguesas, e a dificuldade é referida a classes, pois somente uma parte da população sabe e/ou tem acesso ao domínio.
O quarto mito desfaz a ideia de que “As pessoas sem instrução falam tudo errado”, pois demonstra o fonético chamado rotacionismo do qual se troca consoantes l e R, onde em determinadas regiões há alteração na fala de algumas palavras, e é uma tendência natural, o que envolve neste caso é o preconceito linguístico contra classes sociais e contra a fala de determinadas regiões. Cabe ao ensino contribuir para que se aprenda a forma padrão com a adição da forma já falada, não mostrando que é errada. 
O quarto mito “O lugar onde melhor se fala o português no Brasil é o Maranhão”, remete novamente à Portugal, sabe-se que em Maranhão ainda há pessoas que faz-se uso de alguns pronomes, que em outras regiões não se utilizam com frequência, entretanto outras regiões também se faz uso de pronomes, como Rio Grande do Sul, que utilizam linguagem arcaica, entretanto pode-se ver que todas as regiões tem peculiaridades, e utilizam algumas referências arcaicas.
O sexto mito “O certo é falar assim porque se escreve assim”, refere-se à supervalorização da ortografia na linguagem oral, ou sendo, obrigando o aluno a falar da forma que escreve, utilizando a norma padrão da língua portuguesa, sendo a ortografia uma mera convenção, aplicável apenas a língua escrita, e consequentemente não há necessidade de falar como se escreve.
O penúltimo mito parte da ideia de que “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”, sendo este o mito de maior aceitação, onde ele se baseia na constatação de que a imensa dificuldade de seguir os roteiros da gramática tradicional, e o autor faz relação com a gramática e a norma culta. O autor diz que a gramática tem por objetivo descrever, e nem a norma culta segue padrões de perfeição, sendo sempre necessário rever a gramática normativa a fim de que ela acompanhe a língua verdadeira. 
O último mito, “O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social” retoma a ideia da língua como um instrumento político, e o autor insinua que se fosse desta forma os professores estariam no topo da cadeia de ascensão e não é a plena realidade. E que essas diferenças de classes não poderiam ser sanadas apenas com o ensino de uma língua padrão, pois estas questões estão ligadas às relações de poder existente no país, para o autor acreditar em tal mito somente pode ser ingenuidade ou cinismo.
Na segunda parte do livro, o autor faz um passeio histórico pelo preconceito linguístico aqui no Brasil, e retrata o circulo vicioso formado pelos elementos responsáveis pela propagação do preconceito linguístico, sendo eles, a gramática tradicional, os métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos, no entanto há a presença de um quarto elemento ao qual contribui para agravar o preconceito, a esse elemento o autor dá o nome de “comando paragramaticais”.
O autor busca elucidar o círculo vicioso que se inicia quando a escola se baseia na gramática tradicional para desenvolver a sua metodologia, gerando por assim demanda por livros didáticos que quando escritos são também são baseados nesta gramática tradicional, assim perpetuando a mesma, e com ela, juntamente o preconceito linguístico 
O terceiro capítulo como o próprio título sugere “A desconstrução do preconceito linguístico” tem por objetivo descaracterizar e desfazer o preconceito, onde possui sete subdivisões dão um panorama da linha a ser seguida, sendo o primeiro passo e subcapítulo o “Reconhecimento da crise”, subsequente “Mudança de atitude”, “O que é ensinar português?”, “O que é erro?”, “Então vale tudo?”, “A paranoia ortográfica” e “Subvertendo o preconceito linguístico”. O primeiro subcapitulo diz respeito sobre os problemas para conseguir transmitir o português para todas as pessoas, independente da região, pois envolve aspectos sociais e culturais, o segundo subcapitulo fala sobre enfrentar o preconceito linguístico com as armas que possui, como a mudança de atitude ao abordar alguma situação linguística, os outros subcapítulos continuam descontruindo esse pensamento preconceituoso, e estabelecendo vertentes para eliminar este preconceito.
Na quarta e última parte de seu livro, o autor discorre sobre o preconceito que se dá contra a Linguística e os linguistas. A linguística tendo se firmado como ciência há mais de cem anos, recebe contribuições constantes de todas as áreas da educação, atualizando-se baseada nos progressos advindos destas ciências, no entanto a língua portuguesa permanece no mesmo lugar, e alguns linguistas buscam homogeneizar o português falado, e o autor defende a mesclagem desta língua. 
O autor defende ao longo do livro todo como que o preconceito linguístico é presente no dia a dia e está infiltrado no ensino aos alunos, e que as diferenças existentes não podem ser consideradas erradas, pois advém de cada cultura e sociedade.

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